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JERUSALÉM - O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o ex-ministro da Defesa e líder do partido de oposição Unidade Nacional, Benny Gantz, concordaram em formar um governo de emergência, segundo uma declaração conjunta da legenda de Gantz na quarta-feira.

Homens armados do grupo militante Hamas invadiram Israel a partir da Faixa de Gaza no sábado em um ataque surpresa que matou pelo menos 1.200 pessoas, o ataque militante palestino mais mortal da história de Israel.

Israel tem respondido com um bombardeio maciço em Gaza, que matou 1.055 pessoas, e enviou milhares de tropas ao redor do enclave em meio a expectativas crescentes de que lançará uma invasão terrestre para destruir o Hamas.

Situação e oposição em Israel concordaram em formar um gabinete de guerra composto por Netanyahu, Gantz e o ministro da Defesa, Yoav Gallant, segundo o comunicado, e prometeram que durante os combates com o Hamas em Gaza não promoverão nenhuma política ou lei não relacionada ao conflito.

Não se espera que o líder da oposição, Yair Lapid, se junte ao governo de emergência neste momento.

 

 

Por Maayan Lubell / REUTERS

ISRAEL - Israel intensificou nesta terça-feira (10) os ataques aéreos à Faixa de Gaza. O ministro da Defesa israelense informou que prepara uma ofensiva total, inclusive terrestre, à região.

“Começamos a ofensiva pelo ar, depois iremos também pelo solo. Estamos controlando a área desde o Dia 2 e estamos na ofensiva. Isso só vai se intensificar”, disse Yoav Gallant. 

O Hamas revida os ataques com disparo de foguetes e ameaça executar mais de 150 reféns se Israel continuar a bombardear casas de civis palestinos. 

Os membros do gabinete político do Hamas, Jawad Abu Shammala, e Zakaria Abu Maamar, foram mortos em um ataque aéreo em Khan Younis, de acordo com uma autoridade do Hamas, conforme reportagem da Agência Reuters. Foram os primeiros líderes do Hamas mortos desde que Israel começou a atacar o grupo. 

Síria e Líbano 

Forças israelenses atiraram morteiros contra a Síria nesta terça-feira. Informações, de acordo com a Agência Reuters, é que uma facção palestina havia disparado três foguetes contra Israel. 

Os israelenses também responderam com mísseis aos disparos de foguetes vindos do Líbano. Segundo a força de segurança israelense, 15 foguetes saíram do sul do Líbano, sendo que quatro foram interceptados e dez caíram em áreas abertas, de acordo com reportagem da TV Brasil.  

Os episódios elevam a preocupação para uma escalada da violência com a entrada de grupos extremistas no confronto, como o Hezbollah, do Líbano. 

Mortos  

Estima-se que mais de 1,8 mil pessoas morreram desde o início do conflito entre Israel e Hamas, sendo mil em Israel e 830 na Faixa de Gaza. A maioria das mortes é de civis. 

Ao menos 200 mil palestinos deixaram suas casas e comunidades tentando escapar das consequências da contraofensiva de Israel contra o grupo Hamas na Faixa de Gaza, no Oriente Médio.  Segundo o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (Ocha), o número de palestinos deslocados já representa quase 10% dos cerca de 2,2 milhões de pessoas que vivem em Gaza – um estreito pedaço de terra de cerca de 41 quilômetros de comprimento por 10 quilômetros de largura, banhada pelo Mar Mediterrâneo e controlada pelo Hamas. 

Comunidade internacional 

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse nesta terça-feira que o país vai garantir que Israel possa se defender dos ataques. De acordo com ele, pelos menos 14 norte-americanos estão entre os mortos no conflito, e outros são mantidos prisioneiros pelo Hamas.  "Esse é um ato de pura maldade", disse Biden.

A Suécia informou que irá suspender a ajuda aos territórios da Palestina.  Os Emirados Árabes Unidos anunciaram o envio imediato de US$ 20 milhões para os palestinos.  Já o governo alemão diz que pôr fim ao apoio ao povo palestino seria um erro.  

O Ministério da Saúde da Faixa de Gaza alertou que a falta de suprimentos médicos vai levar os hospitais locais à uma "situação catastrófica". A Organização das Nações Unidas (ONU) pediu ajuda humanitária urgente à região e apelou à libertação imediata de todos os reféns.  

A Organização Mundial da Saúde solicita a criação de um corredor humanitário para levar bens à população que vive na Faixa de Gaza. O governo de Israel recusou um pedido para levar alimentos e suprimentos médicos para a Faixa de Gaza, disse Hussein Al-Sheikh, secretário-geral do Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), na terça-feira (10).

Brasil  

Em entrevista ao programa A Voz do Brasil, da EBC, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, que está em viagem oficial ao Camboja, reafirmou a posição diplomática do governo brasileiro sobre o conflito no Oriente Médio.   

"A posição do Brasil é de que os atos violentos devem ser interrompidos, deve haver uma cessação de hostilidades. E, evidentemente, que nós condenamos a violência e o derramamento de sangue", destacou o chanceler, ao comentar que vem mantendo conversas com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a escalada de violência na Faixa de Gaza, e também sobre a operação de repatriação de cidadãos brasileiros. 

Este mês de outubro, o Brasil ocupa a presidência do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU). Uma reunião de emergência foi realizada no fim de semana, convocada pela presidência temporária brasileira, mas não houve consenso. 

Ainda no fim de semana, em nota, o Palácio do Itamaraty defendeu o compromisso com a solução de dois Estados, com Palestina e Israel convivendo em paz e segurança, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas. 

 

 

 

* Com informações da TV Brasil, Agência Reuters e do repórter Pedro Rafael Vilela, da Agência Brasil 

BRASÍLIA/DF - A escalada da guerra entre Israel e o grupo militante palestino Hamas – que já provocou centenas de mortos dos dois lados – ocorre no momento em que o Brasil preside o Conselho de Segurança das Nações Unidas, principal instância internacional para tratar de conflitos internacionais e buscar a paz.

Apesar disso, especialistas em política externa ouvidos pela BBC News Brasil consideram que o Brasil não tem poder de fato para influenciar os rumos da disputa entre israelenses e palestinos.

O cientista político Hussein Kalout, pesquisador em Harvard e conselheiro do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (Cebri), ressalta que a presidência do Conselho de Segurança é rotativa e dura apenas um mês – ou seja, já em novembro o Brasil deixa essa posição.

O peso do país no órgão também é limitado, já que o Brasil é um dos dez membros temporários e encerra seu mandato de dois anos em 31 de dezembro.

O Conselho de Segurança é formado por quinze integrantes, sendo cinco membros permanentes como poder de veto (China, Estados Unidos, França, Reino Unido e Rússia). Ou seja, nada é decidido sem que haja consenso entre essas cinco potências militares, o que tem sido um desafio para o funcionamento do órgão, devido aos interesses muitos distintos desses países.

“Presidente do Conselho de Segurança não tem qualquer poder. O presidente nada mais é do que o gerente administrativo do balcão por 30 dias”, resume Kalout.

“E esse conflito vai durar mais de 30 dias. Não vai sair qualquer resolução porque Israel não vai querer enquanto não tiver algo concreto (em resposta aos ataques do Hamas) e os Estados Unidos (aliados de Israel) vão bloquear (a discussão no Conselho)”, reforça.

A efetivação do Brasil e outros países como membros permanentes é uma antiga reivindicação do Itamaraty. Lula reforçou essa demanda em setembro, ao discursar na abertura da Assembleia Geral da ONU, ocasião em que criticou "a paralisia" do Conselho de Segurança.

Para Kalout, o Brasil – um defensor histórico da coexistência pacífica de dois Estados, um israelense e outro palestino – não é um ator relevante nas negociações do conflito porque não tem capacidade de influenciar nenhum dos lados a abandonar ataques militares.

Segundo o pesquisador, apenas os Estados Unidos têm força para pressionar Israel. Já do lado palestino, ressalta, apenas algumas nações árabes poderiam exercer pressão sobre o Hamas, como Egito, Catar e Arábia Saudita.

 

Reunião emergencial acaba sem comunicado

O Brasil convocou uma reunião emergencial do Conselho de Segurança no fim de semana, logo após o Hamas iniciar um ataque sem precedentes contra Israel, com lançamento de milhares de foguetes e combatentes adentrando comunidades próximas à Faixa de Gaza, causando a morte de residentes e fazendo reféns.

O ataque foi seguido de forte reação israelense, com bombardeiros aéreos e bloqueio de todo tipo de fornecimento de recursos a Gaza, incluindo alimentos e medicamentos.

A reunião convocada pelo Brasil, porém, acabou sem qualquer comunicado conjunto dos membros do conselho, em mais um indicativo da falta de capacidade do Brasil influenciar o tema, avalia Karina Calandrin, assessora do Instituto Brasil-Israel e pesquisadora do Instituto de Relações Internacionais da USP.

Na sua visão, a posição histórica do Itamaraty de equilíbrio no conflito Israel-Palestina coloca o país bem posicionado para mediar as discussões. Por outro lado, diz, uma atuação de mais impacto do Brasil dependeria de outros países enxergarem relevância do país no tema, o que não ocorre.

Ao convocar a reunião ministerial, o Brasil “enfatizou ser urgente desbloquear o processo de paz”, segundo nota divulgada pelo Itamaraty.

O Brasil também “condenou os ataques contra civis” e reiterou “seu compromisso com a solução de dois Estados, com um Estado Palestino economicamente viável, convivendo em paz e segurança com Israel, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas”.

Polarização entre esquerda e direita

Para Karina Calandrin, a forte polarização da política brasileira também divide a sociedade sobre o conflito entre israelenses e palestinos, criando desafios para a atuação do governo de Luiz Inácio Lula da Silva no tema.

Ela lembra que a posição histórica do Brasil de equilíbrio no conflito foi alterada temporariamente no governo de Jair Bolsonaro, quando o então presidente adotou uma postura de forte apoio a Israel.

Essa mudança atendeu a interesses do eleitorado evangélico, segmento que passou a defender com empenho a existência do Estado israelense devido à crença de que o retorno dos judeus à Terra Santa – ou seja, o estabelecimento de Israel – é necessário para a volta de Cristo.

Por outro lado, ressalta Calandrin, parte da esquerda, base ideológica de Lula, critica fortemente Israel por considerar que o país promove uma opressão colonialista contra os palestinos.

“A manifestação do Lula nas redes sociais mostra uma preocupação em se equilibrar entre esses dois lados e acho que ele conseguiu”, analisa.

No sábado, Lula compartilhou uma mensagem em que disse estar “chocado com os ataques terroristas realizados hoje contra civis em Israel, que causaram numerosas vítimas”.

“Ao expressar minhas condolências aos familiares das vítimas, reafirmo meu repúdio ao terrorismo em qualquer de suas formas. O Brasil não poupará esforços para evitar a escalada do conflito, inclusive no exercício da Presidência do Conselho de Segurança da ONU”, continuou o presidente.

Na mensagem, Lula ainda conclamou “a comunidade internacional a trabalhar para que se retomem imediatamente negociações que conduzam a uma solução ao conflito que garanta a existência de um Estado Palestino economicamente viável, convivendo pacificamente com Israel dentro de fronteiras seguras para ambos os lados”.

Apesar de elogiar o equilíbrio na posição de Lula, Calandrin considera negativo o fato de o presidente e o Itamaraty não classificarem o Hamas como um grupo terrorista. As manifestações brasileiras criticaram “ataques terroristas”, mas sem citar diretamente a organização militante.

“A atuação do Hamas não representa um consenso entre os palestinos. É um grupo que é assumidamente violento, antissemita e a favor da destruição do Estado de Israel”, ressalta.

“Então, é importante condenar a atuação do Hamas para que o Hamas se enfraqueça internacionalmente na sua narrativa, que é onde o Hamas mais ganha. Ele talvez não ganhe na espera militar, mas ele ganha na esfera da propaganda política”, acrescentou.

As manifestações de Lula e do Itamaraty nesse ponto seguem uma tradição da diplomacia brasileira.

Historicamente, o governo brasileiro só aceita classificar uma organização como sendo terrorista se ela for considerada assim pela Organização das Nações Unidas (ONU).

É o caso dos grupos islamistas Boko Haram, Al-Qaeda e Estado Islâmico — consideradas organizações terroristas pela ONU e, portanto, também pelo governo brasileiro.

A classificação do grupo palestino Hamas como terrorista é um tema que divide a comunidade internacional.

Países como Estados Unidos, Reino Unido, Japão, Austrália e as nações da União Europeia classificam o Hamas como uma organização terrorista. Em suas manifestações no final de semana - após os ataques do Hamas no sul de Israel -, praticamente todos esses países voltaram a chamar o Hamas de grupo terrorista.

Já a posição do Brasil é compartilhada por nações como China, Rússia, Turquia, Irã e Noruega, que não adotam essa classificação.

 

 

por Mariana Schreiber - Da BBC News Brasil

JERUSALÉM  - A resposta de Israel ao ataque multifacetado sem precedentes de homens armados palestinos a partir da Faixa de Gaza “mudará o Oriente Médio”, disse o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu nesta segunda-feira.

Ele estava conversando com prefeitos de cidades fronteiriças ao sul atingidas pelo ataque surpresa que começou no sábado, informou um comunicado de seu gabinete.

 

 

Por Dan Williams / REUTERS

ISRAEL - O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse na sexta-feira que acredita que seu país esta à beira de firmar um acordo de paz com a Arábia Saudita, prevendo que o trato poderá ser fechado pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e remodelar o Oriente Médio.

No entanto, em meio à insistência de Riad e Washington para que os palestinos sejam incluídos na diplomacia, Netanyahu disse na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, em Nova York, que os palestinos não deveriam ter permissão para vetar o acordo regional.

As expectativas de que Israel possa normalizar as relações com a Arábia Saudita, que é lar dos dois santuários mais sagrados do Islã, aumentaram esta semana. O príncipe herdeiro saudita, Mohammed bin Salman, disse que um acordo estava se aproximando a cada dia, e Netanyahu e Biden realizaram uma reunião há muito esperada para discutir as perspectivas.

Netanyahu descreveu como os acordos de normalização de 2020 entre Israel e os Emirados Árabes Unidos e Barein, conhecidos como Acordos de Abraão e patrocinados pelo então presidente norte-americano, Donald Trump, como precursores do possível acordo com a Arábia Saudita.

"Não há dúvida: os Acordos de Abraão anunciaram o início de uma nova era de paz", disse ele. "Acredito que estamos à beira de um avanço mais dramático: uma paz histórica entre Israel e a Arábia Saudita."

Esse acordo provavelmente exigirá um amplo apoio entre os parlamentares dos Estados Unidos -- uma tarefa difícil com uma eleição presidencial em 2024.

"Acredito que podemos alcançar a paz com a Arábia Saudita com a liderança do presidente Biden", disse ele.

Embora tenha expressado sua disposição de buscar alguma acomodação com os palestinos -- cujas metas de criação de um Estado são descartadas por seu governo de extrema direita -- Netanyahu disse: "Não devemos dar aos palestinos um veto sobre os novos tratados de paz com os países árabes".

Na quinta-feira, o presidente palestino, Mahmoud Abbas, disse no mesmo fórum: "Quem quer que pense que a paz no Oriente Médio é possível antes que nosso povo alcance seu pleno direito está delirando."

Netanyahu, que sempre usou a ONU para alertar contra o Irã, descreveu o arqui-inimigo de seu país como a "mosca na sopa" que tentará destruir um acordo com a Arábia Saudita.

No entanto, ele considerou que a normalização já está em andamento, citando o corredor aéreo que já existe há três anos para as companhias aéreas israelenses sobre o território saudita e um plano ambicioso, anunciado por Biden este mês, para que ambos os países façam parte de uma rede ferroviária e marítima que vai da Índia ao Mar Mediterrâneo.

 

 

 

Reportagem de Dan Williams e James Mackenzie / REUTERS

EUA - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, propôs, na terça-feira (5), o ex-secretário do Tesouro Jack Lew, um político veterano com laços estreitos com o Estado judeu em um momento turbulento entre os dois aliados, como embaixador em Israel.

Lew, um judeu ortodoxo, desempenhará um papel-chave, enquanto Biden tenta negociar um acordo para que a Arábia Saudita reconheça Israel.

A indicação se dá após um aumento nas tensões bilaterais, depois que Biden criticou a reforma do Judiciário promovida pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Essa reforma é vista como uma ameaça à democracia israelense.

A nomeação deve ser confirmada pelo Senado, onde o Partido Democrata, de Biden, mantém o controle, mas os republicanos poderão tentar dificultar o processo, de olho nas eleições do próximo ano.

No governo do presidente Barack Obama, Lew, advogado de formação, foi secretário do Tesouro, depois de ter sido chefe de gabinete da Casa Branca, diretor do Escritório de Gestão e Orçamento e subsecretário de Estado de Hillary Clinton.

 

 

AFP

JERUSALÉM - O ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben-Gvir, de extrema direita, discutiu nesta sexta-feira com a supermodelo norte-americana Bella Hadid por causa de comentários feitos por ele nesta semana, que os palestinos condenaram como racistas.

Numa entrevista ao N12 News na quarta-feira, Ben-Gvir disse que o direito à vida e ao movimento dos colonos judeus na Cisjordânia ocupada superou o direito ao movimento dos palestinos.

Ben-Gvir, que vive no assentamento judaico de Kiryat Arba, perto da cidade de Hebron, na Cisjordânia, disse na entrevista que as restrições eram necessárias para proteger a segurança de sua família.

"O meu direito, o direito da minha esposa, o direito dos meus filhos de viajar nas estradas da Judeia e Samaria é mais importante do que o direito de movimento dos árabes", disse ele, referindo-se à Cisjordânia pelo seu nome hebraico bíblico.

A supermodelo Bella Hadid, cujo pai é palestino e que tem defendido abertamente os direitos palestinos, criticou o comentário de Ben-Gvir no Instagram, onde tem cerca de 60 milhões de seguidores.

"Em nenhum lugar, em nenhum momento, especialmente em 2023, uma vida deveria ser mais valiosa do que a outra. Especialmente simplesmente por causa de sua etnia, cultura ou puro ódio", escreveu ela na quinta-feira.

Ben-Gvir respondeu em um comunicado na sexta, chamando Hadid de "odiadora de Israel" e disse que ela compartilhou apenas um trecho de sua entrevista em sua conta nas redes sociais para retratá-lo como racista.

O Ministério das Relações Exteriores palestino condenou na quinta-feira o comentário de Ben-Gvir como "racista e hediondo" e disse que "apenas confirma o regime de apartheid de Israel de supremacia judaica".

Ben-Gvir, membro da coligação nacionalista-religiosa do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, tem condenações anteriores de apoio ao terrorismo e incitamento anti-árabe. Ele diz que suas opiniões se tornaram mais moderadas desde que ingressou no governo, sem entrar em mais detalhes.

 

 

Reportagem de Henriette Chacar / REUTERS

ISRAEL - Após o Parlamento de Israel aprovar uma medida central da reforma que reduz o poder do Judiciário, uma pesquisa mostrou que 28% dos israelenses estão considerando deixar o país. A sondagem, encomendada pela rede de televisão Canal 13, mostra ainda que mais da metade da população teme que o país entre em guerra civil. 

A pesquisa de opinião foi realizada na terça-feira (25), dia seguinte à decisão do Parlamento de restringir o poder da Suprema Corte de derrubar decisões do governo e do Legislativo.

Entre os entrevistados, 28% afirmaram que pensavam em sair do país, e 8% disseram que ainda não sabiam o que fazer. A maioria dos participantes respondeu que continuaria em Israel (64%).

As respostas refletem o descontentamento da população após a aprovação de uma medida com forte oposição popular. Há meses, Israel vive uma onda de protestos de rua contra a reforma apresentada pelo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.

Diversas figuras públicas, juízes, economistas e altos funcionários denunciaram as alterações na lei que mudam o balanço de forças entre os Três Poderes no país. O descontentamento levou os médicos a decretarem greve na terça-feira, interrompendo os serviços de saúde em boa parte do país.

 

Polarização

O acirramento de posições tanto entre os conservadores no poder, com apoio da extrema direita, e os opositores, leva 56% da população israelense a temer uma guerra civil.

Além disso, 54% dos entrevistados dizem que a batalha política em relação à reforma do Judiciário coloca em risco a segurança do país.

Milhares de reservistas declararam publicamente que não se apresentarão em convocações em protesto contra as medidas que aumentam o poder do Executivo e do Legislativo no país.

 

ONU pede que Israel ouça protestos

O alto comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Türk, pediu na quinta-feira (27) às autoridades israelenses que "levem em conta" os opositores da reforma que se manifestam em "defesa da democracia e das liberdades fundamentais".

“Peço aos detentores do poder que atendam aos apelos dos envolvidos nesta mobilização, pessoas que depositaram sua confiança na ideia de justiça independente”, a fim de “proteger os direitos de todos”, disse Türk em um comunicado.

O representante da ONU afirmou que tem acompanhado de perto a reforma e os protestos e sublinhou que as manifestações pacíficas mostram a preocupação da população.

“Este amplo movimento social cresceu ao longo dos meses para defender os direitos humanos e proteger o espaço democrático e o equilíbrio constitucional tão duramente construído em Israel por décadas”, continua ele. "Isso demonstra a extensão da preocupação pública."

A crise relativa à reforma do Judiciário em Israel tem despertado a preocupação de vários aliados de Israel, em particular dos Estados Unidos.

 

 

 

(Com informações de agências)

por RFI

ISRAEL - A tensão novamente escalou em Israel na segunda-feira (24) após o Parlamento local aprovar a primeira parte do pacote que tenta limitar o poder do Judiciário no país.

Pelo menos 19 pessoas foram presas nos atos, nos quais os relatos de violência policial cresceram, segundo a emissora israelense Canal 13. De acordo com o Times of Israel, ao menos um manifestante sangrando foi visto sendo levado pela polícia em Tel Aviv.

No início da madrugada desta terça (25), noite de segunda no Brasil, os policiais conseguiram desocupar a rodovia Ayalon, a principal de Tel Aviv, que anteriormente havia sido bloqueada por uma multidão. A passagem, porém, ainda não foi liberada. Havia destroços e barricadas na rodovia, e centenas de manifestantes permaneceram nas laterais gritando "vergonha!" ao som de buzinas.

A polícia usou jatos d'água e uma cavalaria para dispersar a multidão, e, segundo o Canal 12, a corporação cogitou o uso de bombas de efeito moral --o que simbolizaria uma escalada da repressão. Esse tipo de dispositivo, afinal, é normalmente usado contra protestos de palestinos. A emissora registrou ainda que os policiais empurraram "brutalmente" seus profissionais ao tentar afastar os manifestantes.

Fora da cidade, um motorista colidiu com uma pequena multidão que bloqueava uma estrada, ferindo levemente três pessoas, disse a polícia, acrescentando que o dono do carro foi preso.

Em Jerusalém, protestos bloquearam uma rodovia perto do Knesset, o Parlamento israelense, que foi posteriormente liberada pelos policiais, que arrastavam os manifestantes pelo asfalto e usavam canhões de água. "É um dia triste para a democracia israelense. Vamos revidar", disse Inbar Orpaz, 36, entre a multidão do lado de fora prédio.

O texto aprovado nesta segunda extingue o conceito jurídico do "padrão de razoabilidade", usado por tribunais israelenses ao julgar que determinado ato do governo não levou em conta todos os aspectos relevantes para aquela discussão ou deu peso exagerado a alguns deles.

À emissora britânica Canal 4 o ex-premiê Ehud Olmert, que tem participado dos protestos, disse que o país viverá uma guerra civil.

"Esta é uma ameaça séria. Isso nunca ocorreu antes. Estamos entrando em uma guerra civil --desobediência civil com todas as consequências possíveis para a estabilidade do Estado e a capacidade do governo de gerir grande parte da população israelense, para quem o governo é percebido como ilegítimo", afirmou o político.

"O governo decidiu ameaçar os alicerces da democracia israelense, e isso não é algo que possamos aceitar ou tolerar."

Até 2006, Olmert era correligionário do atual premiê, Binyamin Netanyahu, que após levar ao poder a coalizão mais à direita da história de Israel, propôs a controversa reforma. Depois da aprovação do projeto de lei, Netanyahu disse que buscaria dialogar com a oposição para chegar a um acordo abrangente até o final de novembro.

"Todos concordamos que Israel deve permanecer uma democracia forte, que deve continuar protegendo os direitos individuais de todos", afirmou o premiê.

Por ora, no entanto, o estado da sociedade é de fragmentação. A oposição considera a convocação do premiê ao diálogo vazia, já que os demais membros do governo rejeitaram qualquer tentativa de acordo, e acusa o experiente político de servir de fantoche para seus colegas.

 

 

FOLHA de S.PAULO

JERUSALÉM - O governo israelense pode repensar sua campanha polarizadora para reformar o Judiciário se houver uma grande escalada nos protestos, disse um ministro na quarta-feira.

Com uma emenda contestada que limitaria os poderes da Suprema Corte marcada para ratificação no próximo domingo e segunda-feira, os protestos se intensificaram e agora incluem alguns reservistas da Força Aérea que se recusam a se apresentar para o serviço - um possível abalo na segurança de Israel enquanto as frentes palestina e libanesa fervem.

O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, por telefone na segunda-feira, que o projeto de lei seria aprovado conforme planejado, mas que ele buscaria "amplo consenso" para quaisquer reformas adicionais, disse o conselheiro de segurança nacional de Israel, Tzachi Hanegbi.

Próximo de Netanyahu, o ministro da Cultura, Miki Zohar, ofereceu um raro reconhecimento do impacto das manifestações de seis meses, que surgiram em março depois que o primeiro-ministro demitiu o ministro da Defesa de Israel por expressar abertamente preocupação com o impacto sobre os militares.

Netanyahu recuou na saída de Yoav Gallant e suspendeu a legislação para permitir negociações de compromisso com a oposição. Ele declarou isso infrutífero no mês passado e retomou o projeto de lei que limita os poderes da Suprema Corte em anular algumas decisões do governo.

"Se as manifestações atingirem uma escala que foi vista..., entenderemos que as coisas foram longe demais", disse Zohar à rádio Kan.

Não ficou claro, no entanto, se isso poderia ocorrer.

Os defensores da mudança buscada pela coalizão religioso-nacionalista de Netanyahu dizem que a Suprema Corte se tornou muito intervencionista e que a medida facilitará a governança eficaz.

Os opositores dizem que isso enfraquecerá a Suprema Corte, que - em um país que não tem constituição e um parlamento de uma câmara dominado pelo governo - tem um papel vital na proteção dos direitos e liberdades civis.

 

 

por Por Dan Williams / REUTERS

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