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SÃO CARLOS/SP - Desde dezembro de 2024, a UFSCar está desenvolvendo um trabalho participativo de planejamento da implantação de seu novo campus, no município de São José do Rio Preto. Sob a coordenação de Danilo Giroldo, assessor especial da Reitoria, o grupo de trabalho GT-SJRP já realizou a caracterização do território, identificou alternativas locacionais para o funcionamento do campus, realizou reuniões com diferentes segmentos sociais do município e dialogou com os centros acadêmicos e entidades representativas da UFSCar.

Nesta sexta-feira, dia 25 de abril, o grupo apresenta o trabalho desenvolvido até o momento para a comunidade acadêmica e demais interessados em audiência pública que será realizada no Auditório da Reitoria da UFSCar, na área Sul do Campus São Carlos, às 14h30, com transmissão pelo canal da universidade no Youtube.

Essa ação compõe a primeira etapa do plano de trabalho aprovado pelo Conselho Universitário (ConsUni) em 13 de dezembro de 2024, que prevê a elaboração de um documento referência de criação do campus. O trabalho realizado pelo GT-SJRP será a base para a produção da proposta, que deve ser discutida novamente pelo ConsUni em maio de 2025.

"A participação da comunidade acadêmica nas audiências públicas é fundamental para o trabalho que estamos desenvolvendo. Temos uma grande expectativa em aprofundar o diálogo, no sentido de construir coletivamente um campus que reflita as capacidades, vocações e a cultura institucional da UFSCar, aliadas às demandas da sociedade e ao financiamento previsto. Por isso, convidamos todas as pessoas para participar, presencialmente, a partir da sala remota da reunião ou pelo Youtube, da audiência pública que será realizada a partir do campus São Carlos no dia 25 de abril, às 14:30", comenta Giroldo.

Audiência em São José do Rio Preto

Além do evento no Campus São Carlos, o trabalho foi apresentado em audiência realizada na Câmara Municipal de São José do Rio Preto na tarde desta quarta-feira, 23/04. O evento teve transmissão realizada pelo canal da Câmara e pode ser conferido neste link.

Reuniões com a comunidade da UFSCar

Entre os dias 18 de fevereiro e 9 de abril, a UFSCar realizou uma série de reuniões com a comunidade acadêmica, a fim de captar as diferentes percepções acerca do novo campus e dos levantamentos elaborados pelo GT-SJRP. O grupo se reuniu com os Centros de Educação e Ciências Humanas (CECH), Ciências Exatas e de Tecnologia (CCET), Ciências em Gestão e Tecnologia (CCGT), Ciências Humanas e Biológicas (CCHB), Ciências e Tecnologias para a Sustentabilidade (CCTS), Ciências Agrárias (CCA), Ciências da Natureza (CCN) e Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS). No mesmo período, o GT também realizou encontros com estudantes, entidades representativas e unidades vinculadas à gestão, o que possibilitou um levantamento qualitativo de informações muito amplo e importante sobre os atuais desafios da educação superior e sobre o papel da UFSCar na região de São José do Rio Preto.

Levantamento inédito da SPDI visa qualificar decisões sobre investimentos, uso compartilhado de equipamentos e práticas sustentáveis na Universidade

 

SÃO CARLOS/SP - Um levantamento realizado pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) mapeou 468 laboratórios em funcionamento nos quatro campi - São Carlos, Araras, Sorocaba e Lagoa do Sino. A iniciativa, coordenada pela Secretaria Geral de Planejamento e Desenvolvimento Institucionais (SPDI), atende à demanda do Censo da Educação Superior 2024, realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), do Ministério da Educação (MEC), mas vai além do aspecto obrigatório: consolida uma base de dados estruturada, que qualifica a gestão da infraestrutura universitária e fortalece o desenvolvimento articulado das ações de ensino, extensão e pesquisa.

O trabalho contou com a colaboração das Diretorias de Centro, Chefias de Departamento e Coordenações de Curso, além da equipe da SPDI. A coleta foi feita por meio de um formulário eletrônico padronizado, que também permitiu o registro de palavras-chave para facilitar buscas futuras. A partir das respostas, foram compiladas informações sobre localização, área física, finalidades de uso, áreas do conhecimento, equipamentos, manutenção, riscos, descarte de resíduos e possibilidade de uso compartilhado.

"O mapeamento não se limita ao atendimento de uma exigência legal. Ele atualiza e organiza informações que são estratégicas para a gestão da Universidade, permitindo identificar gargalos, oportunidades de usos mais eficientes da infraestrutura e caminhos para ampliar a integração entre áreas", afirma Rogério Fortunato Junior, Secretário Geral de Planejamento e Desenvolvimento Institucionais da UFSCar e coordenador do projeto.

Entre os resultados, destacam-se o aumento de 18% no número de laboratórios desde 2015; o uso variado dos espaços, com 85% voltados à pesquisa, 62% à extensão e 65% ao ensino; e a presença de equipamentos compartilhados em cerca de um terço das unidades. "Essas informações permitem o diagnóstico da infraestrutura, a orientação de investimentos, a prevenção de compras duplicadas, o incentivo ao compartilhamento e o suporte à elaboração de editais e convênios. Também possibilitam a análise de áreas de crescimento da Universidade, a identificação de espaços pouco utilizados ou com potencial de uso compartilhado, bem como o mapeamento de boas práticas em manutenção, segurança, descarte de resíduos e gestão ambiental", detalha Fortunato.

A base construída pela SPDI já foi disponibilizada às unidades acadêmicas, tanto em formato textual quanto em planilha, com filtros por área, centro, tipo de equipamento e palavra-chave. Essa estrutura permite integrar grupos de pesquisa, apoiar o planejamento de disciplinas, facilitar ações de extensão junto à sociedade e subsidiar editais, convênios e decisões sobre infraestrutura e governança.

Para manter a base atualizada, a próxima etapa será o desenvolvimento de uma plataforma digital pela Secretaria Geral de Informática (SIn), que estará integrada aos sistemas da UFSCar. "Essa plataforma permitirá a pesquisa e a atualização contínua dos dados, aprimorando a gestão universitária baseada em evidências e apoiando processos decisórios. Também contribuirá para fortalecer a gestão ambiental, garantir maior transparência institucional e assegurar a auditabilidade das informações", ressalta.

A SPDI conduziu o projeto com a colaboração dos servidores Antonio Carlos Lopes e Tatiana Bianchini Pinheiro, cuja atuação foi essencial em todas as etapas - da definição da metodologia à organização da base de dados e diagramação final do relatório. "Com esta ação, a UFSCar demonstra, mais uma vez, sua dedicação em fortalecer a infraestrutura pública, incentivar a administração eficaz e zelar pela qualidade no ensino, extensão e pesquisa e, acima de tudo, pela transparência", conclui o Secretário.

O relatório completo está disponível para consulta no site da SPDI, em bit.ly/spdi-laboratorios.

Spray com nanofibras curtas, licenciado por empresa-filha da Universidade, será produzido para uso em sistemas de filtragem

 

SÃO CARLOS/SP - Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) desenvolveram uma tecnologia de aplicação simples capaz de aumentar a eficiência de filtros em ambientes que exigem alto controle de qualidade do ar, como hospitais e veículos automotivos.

A invenção consiste em um spray que forma uma camada de nanofibras sobre o meio filtrante, ampliando a retenção de partículas microscópicas sem prejudicar o fluxo de ar. O projeto foi conduzido por Paulo Augusto Marques Chagas, durante seu pós-doutorado no Departamento de Engenharia Química (DEQ) da UFSCar, sob coordenação de Mônica Lopes Aguiar, docente do DEQ.

As nanofibras são produzidas por eletrofiação, técnica que transforma uma solução polimérica - à base de acetato de celulose, derivado natural da celulose - em fibras ultrafinas por meio de um campo elétrico. "O processo lembra um fio sendo puxado no ar", explica Chagas. A solução é colocada em uma seringa e, ao se aplicar uma diferença de potencial elétrico entre a agulha e uma superfície coletora, o líquido é esticado até formar fibras com diâmetro nanométrico - milhares de vezes mais finas que um fio de cabelo. "Essas fibras se acumulam de forma desordenada, formando um 'tecido não-tecido'. Depois, esse material é fragmentado em um equipamento semelhante a um liquidificador, gerando os componentes usados no spray", complementa o pesquisador.

A principal vantagem da formulação é a facilidade de aderência a diferentes superfícies, criando uma camada que melhora a retenção de partículas, sem exigir a troca do filtro original. "Além disso, elas podem ser funcionalizadas com compostos bactericidas ou antifúngicos, o que amplia seu potencial de uso em sistemas de ventilação de transporte coletivo e outros ambientes que exigem alta qualidade do ar", ressalta Aguiar.

Em testes laboratoriais, o spray demonstrou capacidade de capturar até 99% das partículas pequenas - incluindo poluentes e alguns vírus que filtros tradicionais não conseguem reter com eficiência. A tecnologia foi protegida por pedido de patente e licenciada para a InNano Tecnologia, empresa-filha da UFSCar fundada pelo próprio pesquisador, com apoio da Agência de Inovação (AIn) da Universidade.

Com o licenciamento já realizado, a InNano Tecnologia iniciará a produção em larga escala, atendendo empresas interessadas em aplicar as nanofibras curtas não só em filtros, embalagens e máscaras, mas também em sistemas avançados de liberação controlada de substâncias. "A expectativa é que a tecnologia contribua com estratégias de melhoria da qualidade do ar em diferentes contextos, combinando inovação, sustentabilidade e aplicabilidade prática", finaliza Chagas.

Empresas interessadas em aplicar a tecnologia em seus produtos ou processos podem entrar em contato com a AIn pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou pelo telefone (16) 3351-9040.

Bolsas viabilizaram a abertura de novos programas de pós-graduação em diferentes áreas

 

SÃO CARLOS/SP - Nos últimos cinco anos (de 2021 até o começo de 2025), a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) teve uma ampliação de 25% no número de bolsas de mestrado e doutorado concedidas pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Em números absolutos, contabilizando as duas agências de fomento, foram 970 bolsas em 2021 e agora já são 1209, em 2025, para mestrado e doutorado.

Além disso, considerando a concessão de bolsas do CNPq via Programa Institucional de Bolsas de Pós-Graduação (PIBPG), partimos de zero em 2021 para 86 em 2025 - foram 20, em 2023; e 40, em 2024. O PIBPG é uma política pública estratégica de desenvolvimento científico e tecnológico do CNPq, instituído em 2022 com o objetivo de apoiar a formação de recursos humanos para a pesquisa por meio da concessão de bolsas de mestrado e doutorado no País em programas de pós-graduação stricto sensu acadêmicos, mediante seleção pública de Projetos Institucionais de Pesquisa.

"Neste ano estamos abrindo novos programas de pós-graduação e novos cursos de doutorado. Essa abertura de programas e cursos foi atendida com novas cotas de bolsas. O crescimento do quantitativo de bolsas ocorreu principalmente no doutorado, com os novos cursos de Imagem e Som, Gerontologia e Engenharia de Produção do Campus Sorocaba. No mestrado, tivemos a abertura do curso de Conservação e Sustentabilidade, em Lagoa do Sino, que também foi contemplado com bolsas", explica Rodrigo Constante Martins, Pró-Reitor de Pós-Graduação da UFSCar.

De acordo com ele, esse aumento significativo no número de bolsas é importante, justamente, para viabilizar a abertura e o funcionamento desses novos cursos. "Com isso, temos o incremento de novas áreas de formação em nossos cursos de doutorado, em diferentes campi", destaca. O crescimento das bolsas pode ser observado em outras instituições de Ensino Superior do País, em consonância com as políticas de ciência e tecnologia do Governo Federal.

Além das bolsas, a UFSCar tem tomado outras medidas no sentido do incentivo e do financiamento à pesquisa científica. "Temos estimulado a participação de grupos de pesquisa de diferentes áreas em grandes editais de fomento, situando nossa Instituição em redes nacionais e internacionais de pesquisa", destaca Martins.

Para a Reitora Ana Beatriz de Oliveira, "o aumento do número de bolsas concedidas à UFSCar é um reflexo do trabalho de fortalecimento da pós-graduação que temos realizado ao longo dos últimos anos. É muito importante que os pós-graduandos da nossa Instituição tenham cada vez mais condições de financiamento das suas pesquisas, pois isso impacta positivamente a permanência e também a produção de conhecimento na UFSCar".

SÃO CARLOS/SP - A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) está com nove obras em andamento nos campi São Carlos, Sorocaba e Lagoa do Sino, viabilizadas por meio do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC). Os investimentos do Governo Federal somam R$ 46,2 milhões para a Universidade, além de R$ 23,88 milhões para quatro obras no Hospital Universitário (HU-UFSCar), administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).

"Até este momento, quatro obras já foram licitadas. No Campus São Carlos, a nova unidade do curso de Engenharia Mecânica está em fase final, com previsão de entrega ainda neste mês de abril. A estrutura deve ampliar as condições para ensino, extensão e pesquisa, com novos espaços e possibilidade de instalação de laboratórios",  informa Edna Hércules Augusto, Pró-Reitora de Administração da UFSCar.

Também estão em andamento o prédio do Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre Ciclos de Vida e Saúde (Civisa), em São Carlos, unidade multidisciplinar da saúde; e o pórtico de entrada e a guarita, além de infraestrutura elétrica no Campus Lagoa do Sino, onde as intervenções estruturais já alcançam 30% de execução. "Para que o Campus Lagoa do Sino opere com segurança e capacidade ampliada, a nova rede elétrica é essencial. Essa etapa já está em andamento e deve ser concluída até julho", prevê Augusto.

Os demais projetos seguem em fase de elaboração para posterior licitação. Entre as propostas em desenvolvimento estão o prédio do curso de Tradutor-Intérprete de Língua de Sinais Português (TILSP), o novo prédio do Departamento de Artes e Comunicação (DAC), a segunda fase do prédio do Departamento de Medicina (DMed) - todos em São Carlos -; uma nova biblioteca e o acervo Raduan Nassar, em Lagoa do Sino; e a ampliação do Restaurante Universitário no Campus Sorocaba. "A permanência estudantil tem sido uma marca da nossa gestão. O funcionamento e a ampliação do Restaurante Universitário refletem essa preocupação com o bem-estar de toda a comunidade acadêmica", reforça a Pró-Reitora.

A execução das obras é acompanhada pela Secretaria Geral de Gestão do Espaço Físico (SEGEF) da UFSCar. "Desde a concepção até a entrega, nossa equipe acompanha todas as etapas,  garantindo a qualidade e o cumprimento dos prazos. A previsão é de que todas as obras comecem em 2025 e sejam finalizadas até o fim de 2026", afirma Luciana Márcia Gonçalves, Secretária-Geral da SEGEF.

Processo de retomada, ampliação e perspectivas
A Reitora da UFSCar, Ana Beatriz de Oliveira, destaca o caráter estratégico desses investimentos: "Logo no início do governo do atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o Ministério da Educação (MEC) retomou o debate sobre as universidades federais. Ficou evidente a urgência de recuperar a infraestrutura negligenciada há mais de uma década. O Novo PAC tem esse propósito: consolidar o que já existe e expandir com responsabilidade".

A UFSCar foi contemplada nas duas frentes: além das nove obras nos campi, a Universidade está no planejamento para implantação de um novo campus em São José do Rio Preto. "São investimentos que fortalecem o que já fazemos bem, ampliam nossa atuação nos territórios de inserção e consolidam o papel da UFSCar como protagonista regional, nacional e internacional. A infraestrutura é a base para seguirmos formando pessoas com qualidade, produzindo Ciência de impacto e contribuindo para as políticas públicas", afirma a Reitora.

Ela ressalta ainda que, embora robusto, o aporte de recursos não resolve todas as necessidades da Universidade. "Há mais de 10 anos não víamos um investimento federal dessa magnitude voltado à consolidação da infraestrutura universitária. Esse movimento atende a demandas antigas e represadas, mas sabemos que ainda há pautas em aberto, em negociação com o MEC, e esperamos, com o apoio da bancada paulista, retomar emendas parlamentares já em 2025", completa Oliveira.

As obras em andamento representam um avanço concreto na infraestrutura institucional da UFSCar, com impacto direto na vida acadêmica, administrativa e assistencial da Instituição. "Com a retomada e ampliação da estrutura física, a UFSCar reafirma seu compromisso com a excelência no ensino público, gratuito e de qualidade", finaliza a Reitora.

SÃO CARLOS/SP -  Você já ouviu falar em quitosana? A quitosana é um polímero com propriedades bioadesivas, biodegradáveis e potencialmente antimicrobianas, amplamente utilizada em diferentes áreas. Na agricultura, é empregada no combate a pragas e na preservação de produtos agrícolas; na indústria, na fabricação de revestimentos e embalagens biodegradáveis; e no setor farmacêutico, na produção de curativos e no encapsulamento de medicamentos.
Um estudo conduzido no Campus de Araras da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) revelou que a quitosana também pode atuar como um antimicrobiano natural na produção de bioetanol, substituindo o ácido sulfúrico, que atualmente é utilizado para controlar contaminações bacterianas no processo industrial. O mais inovador é que essa pesquisa desenvolveu um método que aproveita o melaço de cana como matéria-prima para a extração da quitina - precursora da quitosana - a partir de resíduos de camarão. Dessa forma, a quitosana pode ser produzida diretamente na usina, alinhando-se ao conceito de economia circular.
"A ideia surgiu quando me propus a estudar novos antimicrobianos, a partir de fontes naturais, para aplicação na indústria do bioetanol. Nessa indústria, para combater a contaminação por bactérias, utiliza-se ácido sulfúrico, que é forte e corrosivo, com potencial de causar acidentes graves durante a sua manipulação. Como há relatos da utilização da quitosana na indústria do vinho para combater contaminantes bacterianos, pensei que talvez pudesse ser uma alternativa também para a produção de bioetanol em substituição ao ácido sulfúrico", conta Sandra Regina Ceccato Antonini, professora do Departamento de Tecnologia Agroindustrial e Socioeconomia Rural (DTAiSeR) da UFSCar e responsável pelo projeto.
Para os testes, ao invés de comprar a quitosana, a pesquisadora se propôs a produzir o material a partir de resíduos de camarão. O trabalho foi conduzido por Ligianne Din Shirahigue, que à época era estudante de pós-doutorado, sob orientação de Antonini. "Nos inspiramos em um artigo que tinha acabado de ser publicado, em que os autores haviam utilizado uma bactéria produtora de ácido lático, para a fase de bioextração da quitina a partir de resíduos de camarão. Assim, por meio da fermentação lática, com a produção de ácido e enzimas proteolíticas pela bactéria, foi possível extrair a quitina dos resíduos e depois convertê-la em quitosana", relembra a professora.
Nesse momento da pesquisa, elas apresentaram a produção de quitosana, de alto peso molecular, utilizando a primeira etapa biológica e a segunda química (desacetilação da quitina em quitosana). A quitosana obtida tinha atividade antimicrobiana contra bactéria contaminante da fermentação etanólica e pouco efeito sobre a levedura agente da fermentação. 
"Prosseguindo os trabalhos, passamos então a substituir o meio de cultura utilizado na fase de fermentação lática, que é um meio rico porém caro, por um subproduto da produção de açúcar, o melaço de cana. E conseguimos fazer a substituição com a mesma eficiência. Em seguida, alteramos o processo de desacetilação para produzir uma quitosana de baixo peso molecular, que é normalmente mais antimicrobiana, e de novo tivemos bons resultados. Testamos a quitosana em uma simulação de processo industrial, em escala de bancada, e a quitosana substituiu o ácido sulfúrico com a mesma eficiência quanto à redução da população bacteriana", descreve Antonini.

Avanços
De acordo com Antonini, extrair quitina por processo biológico - fermentação lática - não é novo. O que é novidade é o uso de melaço de cana em substituição aos meios de cultura semissintéticos e caros. "Além disso, o processo de desacetilação pode ser manejado para produzir quitosana de alto, médio ou baixo peso molecular, dependendo da finalidade. De uma forma geral, quitosana de baixo peso molecular tem maior atividade antimicrobiana, como a que produzimos no processo descrito. Mas conseguimos mostrar que mesmo com essa quitosana é possível produzir filmes e microesferas para outras finalidades, como filmes para embalagens e microesferas para encapsular substâncias, a exemplo de antibióticos ou extratos naturais", completa ela.
Inclusive, o mesmo grupo da UFSCar desenvolveu pesquisa utilizando a quitosana de melaço para cobrir embalagens de papel para café especial. "Tivemos resultados muito bons quanto à melhoria nas características da embalagem quanto na qualidade sensorial do café embalado por ela", destaca Antonini.
Outra novidade é, justamente, a possibilidade de utilização da quitosana na indústria do bioetanol como antimicrobiano. "Estamos agora trabalhando na formulação de um produto e pretendemos testar em escala maior para ver a viabilidade e eficiência do uso. Já fomos contatados por três empresas do setor, uma delas propondo parceria para testar o produto. Mas ainda há um caminho a ser percorrido para a formulação de um produto estável que possa atender às especificidades da indústria do bioetanol", adianta a pesquisadora.

Importância ambiental e econômica dos resultados
"Ainda não fizemos uma avaliação econômica do uso da quitosana na indústria do bioetanol. Estamos concentrados na viabilidade técnica. Em termos ambientais, haverá um ganho substancial pela substituição de um insumo químico perigoso e não-amigável ambientalmente, como o ácido sulfúrico. Além disso, a produção da quitosana envolve o uso de dois resíduos, de camarão e o melaço. A etapa de desacetilação ainda é química, utilizando uma base forte, mas há pesquisas que indicam a possibilidade de usar desacetilação biológica com o uso de enzimas fungicas. É uma outra frente de pesquisa que merece atenção", conclui Antonini.

Curso na área de Agricultura e Ambiente deve começar em 2026

 

ARARAS/SP - Em 2024, o Centro de Ciências Agrárias (CCA) do Campus Araras da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) teve o seu primeiro curso de doutorado aprovado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). É o doutorado em Agricultura e Ambiente, do Programa de Pós-Graduação em Agricultura e Ambiente (PPGAA), que foi pioneiro na oferta de mestrado nessa área no Brasil e repete o feito agora com o doutorado.

O processo, no entanto, não foi simples. "Foi um processo longo, e o doutorado não foi aprovado em nossa primeira tentativa. Nós enviamos uma primeira proposta em 2016, que foi indeferida. Entre 2016 e 2022, o Programa amadureceu a ideia, atuou para corrigir os quesitos apontados pela Capes e, em 2022, enviou um novo projeto, que veio indeferido mais uma vez, porém com muitos elogios e com alguns poucos pontos a serem corrigidos, o que nos instigou a enviá-lo novamente em 2023. A proposta foi então aprovada e, atualmente, aguardamos as orientações para a implantação do curso", recorda a professora Roberta Nocelli, do Departamento de Ciências da Natureza, Matemática e Educação (DCNME-Ar) e Coordenadora do PPGAA à época.

De acordo com ela, o curso de doutorado trará um grande diferencial para a área de estudos em Agricultura e Ambiente, ao pesquisar e propor avanços ao desenvolvimento sustentável. "O mestrado em Agricultura e Ambiente do CCA foi o primeiro do Brasil e agora o doutorado também. É uma área extremamente importante para conseguirmos alcançar um futuro mais sustentável, com uma agricultura produtiva e com baixo impacto para o meio ambiente. É uma área chave para alcançarmos os objetivos do desenvolvimento sustentável", afirma Nocelli.

Além disso, hoje em dia, uma formação com base na integração da produção agrícola com a sustentabilidade é uma exigência do mercado em todas as áreas. Quando pensamos na produção agrícola, na segurança alimentar e na conservação da biodiversidade, essa exigência se torna ainda mais evidente.

"A existência de um curso de mestrado e outro de doutorado pioneiros, em uma universidade pública de qualidade na região de Araras, pode trazer contribuições importantes para os diferentes setores do mercado local, mas impactará fortemente na formação de profissionais que serão necessários regional e globalmente", defende a professora da UFSCar.

Para o CCA também é mais uma grande vitória. O Centro está em franca expansão desde 2009, quando os investimentos do Reuni (o Programa de Apoio a Planos de Reestruturação e Expansão das Universidade Federais) permitiram a criação de quatro novos cursos de graduação. A partir daí, muitos novos docentes foram contratados, as linhas de pesquisas se ampliaram e três programas de mestrado iniciaram suas atividades. "Faltava um curso de doutorado, que consolida a pesquisa no Centro, garantindo a permanência dos pesquisadores pois mais tempo no CCA. Essa permanência aumenta a produção científica, permite o desenvolvimento de projetos de longo prazo e tem grande impacto na formação dos estudantes de graduação pela convivência com os pós-graduandos. Além disso, o curso de doutorado atrai mais investimentos públicos e privados, aumentando o financiamento das pesquisas", acredita Nocelli.

A previsão é que o curso de doutorado em Agricultura e Ambiente inicie suas atividades em 2026. "Apesar da aprovação ter acontecido em 2024, ainda há um longo caminho burocrático antes que o curso inicie suas atividades. Precisamos organizar as disciplinas, preparar a documentação e atender às normas da Capes, mas esperamos já estar em pleno funcionamento no início de 2026", aponta ela. Novas informações serão divulgadas no site do PPGAA, em www.ppgaa.ufscar.br.

Artigo apresenta dados e recomendações para o manejo da dor crônica na população idosa

 

SÃO CARLOS/SP - A dor é um dos principais motivos de busca por atendimento médico e pode impactar profundamente a qualidade de vida, especialmente na população idosa. Mas por que a dor crônica é tão comum entre as pessoas idosas? Quais são os desafios do seu tratamento?

Essas questões são abordadas no artigo mensal da coluna EnvelheCiência, de autoria de Fernando Augusto Vasilceac, docente no Departamento de Gerontologia (DGero) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). A iniciativa, idealizada por Márcia Regina Cominetti, também docente no DGero, é uma parceria com o Instituto da Cultura Científica (ICC) da Instituição.

O objetivo da coluna é divulgar informações - baseadas em evidências científicas - sobre o processo de envelhecimento, tornando assim o conhecimento e as descobertas importantes da área disponíveis para um público mais amplo.

Na publicação deste mês - "Como a dor afeta as pessoas idosas?" -, Vasilceac explica como o envelhecimento contribui para o aumento da dor crônica, muitas vezes associada a condições como artrite, neuropatias e doenças degenerativas. O artigo também destaca os impactos da dor crônica na mobilidade, no bem-estar emocional e na interação social, além de abordar estratégias para prevenção e manejo, incluindo acompanhamento médico e e medidas para controle da dor baseadas em evidências.

A publicação está disponível para leitura em bit.ly/envelheciencia-dor.

Mais informações sobre o projeto EnvelheCiência estão disponíveis em https://www.icc.ufscar.br/pt-br/projetos/sementes-da-cultura-cientifica/coluna-envelheciencia.

Estudo convida profissionais da área de todo o país para responderem questionário

 

SÃO CARLOS/SP - Conhecer as práticas de pediatras, enfermeiros e fisioterapeutas relacionadas à dor do recém-nascido e à empatia clínica. Este é o objetivo central de pesquisa conduzida por Cristina Ortiz, docente do Departamento de Medicina da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), no âmbito do Curso de Especialização em Dor da Instituição. O estudo convida profissionais de todo o país para responderem questionário sobre as temáticas.

De acordo com Ortiz, embora não haja uma definição única, a empatia clínica é a empatia que ocorre nos cuidados em saúde. "Envolve a relação paciente-profissional, no campo individual, centrado no paciente. Compreende o entendimento da perspectiva do paciente, o compartilhamento de emoção e uma ação resultante, sem contudo perder a noção do 'eu-ele'. Nós, enquanto profissionais, jamais saberemos exatamente o que se passa com o outro, mas é fundamental que tenhamos essa intenção de forma a ajudá-lo", descreve a professora.

No caso dos recém-nascidos, o manejo da dor tem particularidades e Cristina Ortiz destaca a incapacidade de comunicação verbal desses bebês, tornando-se primordial outras formas de comunicação. "Além disso, os remédios que são usados para adultos nem sempre são seguros para esta faixa etária. O metabolismo dos medicamentos também é diferente, devendo ser levado em consideração", exemplifica. De acordo com ela, existem escalas para avaliação da dor neonatal, mas as práticas estão aquém do desejado no que se refere ao treinamento direcionado para essa avaliação. "Nesse sentido, entender a perspectiva do bebê, compartilhar esta perspectiva e emoção envolvida e agir em resposta a isto pode contribuir para a mudança destas práticas", defende a pesquisadora.

A preparação para o atendimento qualificado à dor neonatal é uma questão importante e que demanda ações de treinamento e capacitação desses profissionais. Ortiz relata que, em estudo anterior, observou-se que profissionais com residência em Neonatologia - treinamento em serviço específico para este cuidado - apresentaram maior conhecimento sobre dor nestes pacientes. "Mas temos muitos profissionais que atuam com recém-nascidos que não são especialistas", observa a professora, destacando a relevância dessa formação.

A expectativa da atual pesquisa é encontrar relação entre a empatia e as práticas em dor. A docente aponta que, se isto for comprovado, será sugerido que os treinamentos em dor incorporem a empatia clínica em seu conteúdo.

Para desenvolver o estudo, são convidados pediatras, fisioterapeutas e enfermeiros (as), que trabalhem com recém-nascidos, para responderem a um questionário eletrônico sobre os temas. Os profissionais interessados em colaborar com o estudo podem acessar o formulário (https://bit.ly/3R4VQqo) até o final do mês de março. Mais informações podem ser solicitadas pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. Projeto de pesquisa aprovado pelo Comitê de Ética da UFSCar (CAAE: 79823924.7.0000.5504).

Iniciativa tem parceria com a Santa Casa e USP de São Carlos e convida crianças entre 4 e 12 anos

 

SÃO CARLOS/SP - Um projeto de Iniciação Científica (IC) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) tem por objetivo avaliar o uso de laser e ultrassom para controle da dor de crescimento em crianças de 4 a 12 anos. O estudo está convidando pessoas dessa faixa etária, que tenham o diagnóstico dessa dor, para receberem sessões de tratamento gratuitas. A IC é realizada pelo grupo de pesquisa Núcleo de Estudos em Dor e Cuidados Paliativos, da UFSCar, em parceria com pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) e da Santa Casa de São Carlos. As pessoas interessadas em participar podem se inscrever até o final deste mês de março.

O projeto é desenvolvido por Lucas Pereira Liberal, graduando em Medicina, sob orientação de Rodrigo Reiff, docente do Departamento de Medicina da UFSCar. De acordo com Lucas Liberal, a dor de crescimento é uma das formas mais comuns de dor musculoesquelética episódica na criança, sendo o quadro clínico composto por dor bilateral em membros inferiores e câimbra, acometendo, principalmente, crianças de 4 a 10 anos. "Ainda não possui uma causa conhecida, embora, erroneamente, esta dor seja atribuída ao rápido crescimento infantil. A dor do crescimento costuma melhorar com massagem local, calor e analgésicos, pode desaparecer pela manhã e, ao exame físico, o paciente não apresenta nenhuma alteração", explica o graduando.

A proposta da pesquisa é aplicar laser e ultrassom para tratar a dor do crescimento, uma vez que o uso dessas terapias já se mostrou eficiente no tratamento de outras patologias que também provocam dor, como artrose e fibromialgia. "No caso da dor de crescimento, que ainda não possui um tratamento específico, mas apenas sintomático, a laserterapia associada à terapia ultrassônica pode ser uma medida revolucionária, além de ser totalmente indolor e não invasiva", aponta Liberal. O pesquisador ressalta que não tratar esse tipo de dor na infância pode interferir na percepção da dor nas demais fases da vida. "Atualmente, sabe-se que os processos dolorosos sentidos ao longo da infância modulam a percepção da dor de forma individual. Dessa forma, tais indivíduos que não têm essa dor tratada tendem a possuir um limiar de dor reduzido futuramente, acarretando em prejuízo na qualidade de vida", reforça.

Voluntários
Para realizar o projeto, o grupo de pesquisa convida crianças, entre 4 e 12 anos, que tenham sinais de dor do crescimento, para passarem por avaliação e receberem o tratamento. As participantes serão inicialmente avaliadas por médico ortopedista na Santa Casa de São Carlos e, caso tenham o diagnóstico confirmado, poderão integrar o estudo, conforme a divisão em grupos programada pelos pesquisadores. Após a terapia, as famílias farão um diário de dor durante 30 dias e os pesquisadores farão uma consulta de reavaliação após 15 e 30 dias da intervenção.

Famílias interessadas em inscrever as crianças no projeto devem entrar em contato até o final de março pelo Whatsapp (16) 99719-5230. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 84134024.0.0000.8148).

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