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BUENOS AIRES - A Argentina fez jus às suas eleições mais incertas das últimas décadas e terminou em uma nova surpresa no domingo (22). Mesmo liderando uma grave crise econômica, o atual ministro da área, Sergio Massa, superou o favoritismo do ultraliberal Javier Milei, com quem disputará o segundo turno em 19 de novembro.

Com mais de 90% das urnas apuradas, o candidato peronista acumulou 36,4% dos votos válidos nas urnas, contra 30,1% do libertário, que aparecia na frente na maioria das pesquisas e frustrou a expectativa de seus apoiadores de vitória no primeiro turno. Já a macrista Patricia Bullrich somou 23,8% dos eleitores e está fora da corrida.

Apesar de ter saído na frente e demonstrado a força de sua máquina ideológica e partidária, o peronismo registrou sua pior votação em 40 anos de democracia. A coalizão Juntos pela Mudança, por sua vez, sofreu uma derrocada e está fora de um segundo turno pela primeira vez nos últimos oito anos.

A partir de agora, o eleitor argentino terá que escolher entre dois modelos de país essencialmente diferentes: o primeiro com certo grau de continuidade pela esquerda apesar de Massa estar mais ao centro do que o governo do presidente Alberto Fernández e o segundo de profunda ruptura liberal de direita.

Após o resultado, Massa fez um discurso em que se contrapôs a Milei, sem citar o adversário. O peronista falou em fazer um governo de unidade nacional e acenou aos candidatos Juan Schiaretti e Myriam Bregman (com cerca de 7% e 3% dos votos, respectivamente).

Também se dirigiu a eleitores que querem um país sem incertezas, dizendo que fará esforços para ganhar a confiança deles e contrapondo políticas de Estado, como fortalecimento da educação pública, a propostas liberais, como o oferecimento de vouchers.

"Estou convencido de que esse não é um país de merda como têm dito, mas que esse é um grande país", disse.

Milei, por sua vez, tentou se mostrar feliz e esperançoso, embora o QG de sua coalizão não mostrasse a euforia vista nas primárias. "Não deixemos de ter a real magnitude do evento histórico frente ao qual estamos. Em dois anos, viemos disputar o poder com o mais nefasto poder da história da democracia moderna", disse.

Ele também indicou que buscará uma aliança para o segundo turno: "Hoje eu dou por terminado esse processo de agressões e ataques e estou disposto a fazer tábula rasa para terminar com o kirchnerismo".

Para o analista político Gustavo Córdoba, diretor da empresa de pesquisas Zurban Córdoba, a atuação de governadores e militantes peronistas espalhados pelo país pode ter pesado. "A territorialidade ainda tem um valor importante na Argentina", afirma ele, que, apesar disso, vê os resultados do primeiro turno com cautela.

"Todo segundo turno é uma eleição completamente diferente. Em 2015, Mauricio Macri [PRO] ficou em segundo, mas terminou triunfando por três pontos. Agora é preciso ver como se reconfigura o cenário da representação política do país, o que vai acontecer com o Juntos pela Mudança e os eleitores de Bullrich", opina.

Já Nayet Kademián, cientista política da Universidade Nacional de San Martín, diz que imperou o temor das propostas radicais de Milei, impulsionado pela campanha de Massa. "As pessoas levaram Milei a sério, o medo aumentou. Além disso, o aumento da participação eleitoral em relação às primárias parece ter favorecido Massa."

Também se dirigiu a eleitores que querem um país sem incertezas, dizendo que fará esforços para ganhar a confiança deles e contrapondo políticas de Estado, como fortalecimento da educação pública, a propostas liberais, como o oferecimento de vouchers.

"Estou convencido de que esse não é um país de merda como têm dito, mas que esse é um grande país", disse.

Milei, por sua vez, tentou se mostrar feliz e esperançoso, embora o QG de sua coalizão não mostrasse a euforia vista nas primárias. "Não deixemos de ter a real magnitude do evento histórico frente ao qual estamos. Em dois anos, viemos disputar o poder com o mais nefasto poder da história da democracia moderna", disse.

Ele também indicou que buscará uma aliança para o segundo turno: "Hoje eu dou por terminado esse processo de agressões e ataques e estou disposto a fazer tábula rasa para terminar com o kirchnerismo".

Para o analista político Gustavo Córdoba, diretor da empresa de pesquisas Zurban Córdoba, a atuação de governadores e militantes peronistas espalhados pelo país pode ter pesado. "A territorialidade ainda tem um valor importante na Argentina", afirma ele, que, apesar disso, vê os resultados do primeiro turno com cautela.

"Todo segundo turno é uma eleição completamente diferente. Em 2015, Mauricio Macri [PRO] ficou em segundo, mas terminou triunfando por três pontos. Agora é preciso ver como se reconfigura o cenário da representação política do país, o que vai acontecer com o Juntos pela Mudança e os eleitores de Bullrich", opina.

Já Nayet Kademián, cientista política da Universidade Nacional de San Martín, diz que imperou o temor das propostas radicais de Milei, impulsionado pela campanha de Massa. "As pessoas levaram Milei a sério, o medo aumentou. Além disso, o aumento da participação eleitoral em relação às primárias parece ter favorecido Massa."

Do outro lado, Milei foi o candidato mais votado nas primárias de agosto e tem como promessas centrais dolarizar a economia argentina após um período de livre concorrência entre as moedas, acabar com o Banco Central e diminuir drasticamente os gastos do Estado num país habituado há mais de 20 anos com subsídios.

Ele trilhou sua carreira como economista no mundo acadêmico, mas ganhou fama bradando suas opiniões radicais e "anticasta" em programas de TV. Chegou a deputado federal em 2021 e então a presidenciável, atraindo principalmente os votos de protesto ou desesperança em relação às duas maiores forças políticas que geriram o país nas últimas duas décadas.

Milei também costuma usar sua forte presença nas redes sociais, um dos pontos que o faz ser comparado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no Brasil. Ambos se aproximam ao criticar o comunismo, defender o porte de armas e negar as mudanças climáticas, por exemplo, mas se diferenciam em temas como família e religião.

No momento, porém, a grande questão dos argentinos é saber o que vai acontecer com suas economias em pesos nesta segunda (23). O temor é que o dólar, e portanto os preços, disparem com os resultados, o que é um movimento comum após eleições no país, mas se intensificou diante de um candidato que propõe acabar com a moeda local.

Eles foram às urnas neste domingo depois de meses de uma aflitiva espera vendo a inflação subir, com parte das vendas, compras e importações paralisadas, enquanto o governo tenta segurar as pontas até que se defina quem será presidente a partir de 10 de dezembro.

Mesmo com a grande expectativa e o caráter histórico da disputa, a participação foi a mais baixa em 40 anos. Apenas 74% dos eleitores compareceram às urnas, contra 80% no primeiro turno de 2019. O número, porém, foi mais alto do que nas primárias de agosto, quando o índice ficou em 70%.

A votação se deu de forma tranquila e com menos tensão do que nas eleições primárias. Naquela ocasião, uma regra que impôs o voto eletrônico para candidatos ao governo da cidade de Buenos Aires causou longas filas e brigas em diversos locais.

O voto de Milei em uma universidade de Buenos Aires, porém, teve empurra-empurra, pessoas passando mal e bate-boca com jornalistas, além de cantos de torcida e "Parabéns para Você", já que o candidato completa 53 anos no mesmo dia das eleições.

A Argentina atravessa sua terceira grande crise econômica recente, com um déficit fiscal insistente, alta dívida externa e falta de reservas da moeda americana nos cofres públicos, o que faz a roda da inflação girar e engrossa as filas da pobreza. Quatro em cada dez não conseguem pagar as despesas básicas, sendo que um desses é considerado indigente e sequer pode bancar a alimentação.

Até agora, avaliam analistas, um eventual caos social tem sido contido por uma taxa de desemprego baixa, por um consumo e atividade econômica que não vão mal apesar de começarem a dar sinais de esgotamento e pela ligação histórica do governo atual com a maioria dos sindicatos e movimentos sociais. Há temor, porém, de que a situação saia do controle de alguma forma a partir daqui.

Para o Brasil, que tem o vizinho como terceiro maior parceiro comercial, está em jogo uma relação de proximidade com Lula, embora seja improvável que Milei corte totalmente o vínculo com seu principal importador e exportador. A equipe do ultraliberal defende rever o Mercosul e se opõe à entrada no Brics, mas diz que o setor privado pode "comercializar com quem quiser".

 

 

por JÚLIA BARBON / FOLHA de S.PAULO

SÃO PAULO/SP - O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), é alvo de um inquérito da Polícia Federal aberto em junho para investigar suposto crime eleitoral durante uma agenda da campanha de 2022 em Paraisópolis, zona sul da capital paulista, interrompida por um tiroteio. A investigação apura se partiu da equipe de Tarcísio a versão falsa de que o então candidato foi vítima de um atentado com o objetivo de impulsionar a popularidade dele perante a opinião pública e colher benefícios eleitorais.

Em nota, a assessoria do governador disse que o caso já foi investigado pela Justiça Eleitoral e a conclusão é que “não houve ingerência política eleitoral no episódio” e, portanto, “não há o que ser averiguado pela Polícia Federal”. Leia mais abaixo.

O Estadão apurou que a instauração do inquérito dividiu integrantes da corporação e tem alimentado, nos bastidores do Palácio dos Bandeirantes, queixas de instrumentalização da PF contra adversários do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Tarcísio é hoje o nome mais forte na direita para enfrentar o petista nas eleições presidenciais de 2026.

Na portaria em que abriu o inquérito, o delegado Eduardo Hiroshi Yamanaka determina a apuração de possível violação do Código Eleitoral e “outras que porventura forem constatadas no curso da investigação”.

No diagnóstico de aliados de Tarcísio, a redação do despacho abre margem para que o inquérito seja utilizado para colher qualquer fato potencialmente incriminador que surja diante dos investigadores, ainda que não esteja relacionado com a denúncia original. A intenção, segundo eles, é intimidar um opositor.

A denúncia que motivou a abertura do procedimento de junho se baseia em reportagens veiculadas na imprensa em que o ex-cinegrafista da emissora Jovem Pan Marcos Vinícius Andrade diz ter sido pressionado por assessores do então candidato a deletar filmagens que supostamente mostravam seguranças da equipe de campanha atirando contra o homem que morreu naquele tiroteio “possivelmente para simular um atentado fraudulento”.

O inquérito da Polícia Civil de São Paulo aberto para investigar a morte concluiu que o disparo partiu da arma de um policial militar.

Procurado pelo Estadão, o advogado Thiago Boverio, que representa Tarcísio, não quis se manifestar. As primeiras diligências da PF, feitas em agosto, concluíram que “em nenhum momento o governador falou em atentado, classificando o evento como um ‘ataque’, não atribuindo ao fato nenhuma motivação política ou partidária” em suas redes sociais.

O governo de São Paulo lembrou que, “no último dia 17, a Justiça Eleitoral realizou julgamento sobre o episódio em Paraisópolis e, após a manifestação do Ministério Público, oitiva de testemunhas e colheita de provas, foi concluído de forma unânime que o episódio tratou-se de uma ocorrência policial, sem qualquer ingerência política ou eleitoral”.

“Uma vez que não há fato novo, não haveria outra questão a ser averiguada no inquérito da Polícia Federal mencionado”, destacou o governo, em nota ao Estadão.

A decisão a que se refere a gestão paulista diz respeito a uma ação diferente, em que Tarcísio era acusado de utilizar bens da União em proveito de sua campanha, devido à presença de seu ex-assessor Danilo Campetti, que é policial federal, no ato eleitoral. O agente foi fotografado no local do tiroteio com o distintivo e arma da PF. A Justiça rejeitou a denúncia.

 

Inquérito divide opinião de delegados

Em dezembro do ano passado, a três dias do fim do governo de Jair Bolsonaro, o delegado Leonardo Henrique Gomes Rodrigues, então responsável pelo caso, havia instruído o arquivamento de uma notícia crime contra o governador sob o argumento de que não havia justa causa e competência federal para conduzir a investigação.

No mês seguinte, já sob Lula, a corregedoria se manifestou contra esse posicionamento e determinou que fosse feito um pedido à Justiça de São Paulo de acesso ao inquérito da Polícia Civil sobre a morte de um homem naquela troca de tiros. Em resposta, Rodrigues alegou que seria necessário pedir autorização do Superior Tribunal de Justiça (STJ), responsável por julgar ações criminais contra governadores.

O delegado afirmou ainda que a denúncia imputa a Tarcísio crimes comuns, “como fraude processual, ameaça e falso testemunho” e que, por isso, seria necessário consultar a Corte.

Um parecer da corregedoria da PF foi na contramão desse entendimento e lembrou que a apresentação da denúncia ocorreu quando Tarcísio ainda era candidato e não exercia cargo público. Por isso, a abertura do inquérito não dependeria de chancela do tribunal mesmo em caso de acusação de crime comum.

Para o advogado especialista em Direito eleitoral Alberto Rollo, o caso não deveria passar pelo STJ. “Se na época dos fatos ele era apenas candidato e o crime de que ele é acusado é eleitoral, a competência é do TRE-SP. O Supremo já definiu que, em casos assim, mesmo quando há crime comum conexo, cabe à Justiça Eleitoral julgar”, disse.

A reportagem procurou a Polícia Federal com pedidos de explicações sobre a reabertura do caso e sobre os fatos investigados. Não houve nenhuma resposta.

 

 

por Gustavo Côrtes / ESTADÃO

EQUADOR - Com apenas dois anos na política, Daniel Noboa fez história. Tornou-se o mais jovem presidente do Equador, impedindo que a corrente de Rafael Correa voltasse ao poder e interrompendo a sequência de vitórias da esquerda na região. A transição começa nesta terça-feira (17) e os desafios econômicos e de governabilidade do novo líder serão bem maiores do que seu curto mandato.

“Como Conselho Nacional Eleitoral, consideramos os dados irreversíveis e, virtualmente, o Equador tem como presidente Daniel Noboa Azín”, anunciou no domingo (15) a presidente do Conselho Eleitoral do Equador, Diana Atamaint.

Imediatamente, da sua casa de praia em Olón, na província de Santa Elena, no sudoeste do país, o presidente eleito se pronunciou. “Amanhã, começamos a trabalhar por um novo Equador. Para reconstruir um país gravemente abatido pela violência, pela corrupção e pelo ódio. A partir de amanhã, começa a trabalhar a esperança. A partir de amanhã, começa a trabalhar Daniel Noboa, seu novo presidente da República”, anunciou, em terceira pessoa.

Com quase 97% das urnas apuradas, o empresário somou 52% dos votos, superando a advogada de esquerda, Luisa González, com 48%, e tornando-se o mais jovem presidente da história do Equador, com apenas 35 anos.

Daniel Noboa tem apenas dois anos de política. Foi eleito deputado em 2021, mas era praticamente desconhecido pelos equatorianos até cinco meses atrás. Tão desconhecido que, no seu breve discurso de vitória, ele classificou a sua candidatura como “um projeto político improvável”.

 

Façanha política

O presidente eleito é filho do magnata Álvaro Noboa, o empresário mais rico do país cuja fortuna começou com o comércio de bananas, do qual o Equador é o principal exportador mundial. Hoje, o conglomerado da família soma 128 empresas em dezenas de países.

O pai tentou, sem sucesso, ser presidente do Equador cinco vezes. Surpreendentemente, o desconhecido filho conseguiu logo na primeira campanha. E, logo de cara, derrotou a força política mais consolidada do país, o chamado “correísmo”, corrente política do ex-presidente Rafael Correa (2007-2017), que tenta voltar ao poder.

No primeiro turno, a candidata de Correa, Luisa González, obteve 33,6% dos votos, enquanto Daniel Noboa chegou a 23,5%. A virada mostra que o “correísmo” tem uma base consolidada de apoio, mas limitada capacidade de crescimento.

Noboa aproveitou a sua juventude para captar o voto jovem, prometendo criar novos empregos num país onde apenas três em cada dez equatorianos têm contratos adequados, sem nenhum tipo de precariedade.

A mãe do novo presidente, a médica Annabella Azín, também foi legisladora e candidata a vice-presidente. O avô de Daniel Noboa, Luis Noboa Naranjo, foi um dos empresários mais importantes do país no século passado.

 

Formação empresarial

O presidente eleito estudou Administração de Empresas na Escola de Negócios Stern, da Universidade de Nova Iorque. Tem três mestrados: em Administração de Negócios e Administração Pública na Kellogg School of Management, em Comunicação Política na Universidade de Harvard e Comunicação Política e Governança na Universidade de George Washington. Também estudou física e marketing.

Aos 18 anos, Daniel Noboa fundou a sua primeira empresa, a DNA, no setor de organização de eventos. Anos depois, foi diretor comercial na empresa de transporte marítimo da família.

O presidente eleito garante ser um social-democrata, mas o discurso em matéria econômica e a origem empresarial são da direita liberal.

Daniel Noboa espera o seu segundo filho, o primeiro da sua segunda esposa, a nutricionista Ángela Lavinia Valbonesi, de 25 anos.

 

Governo de transição

O presidente Guillermo Lasso marcou uma reunião para terça-feira no Palácio Carondelet, sede do governo, como ponto de partida para a transição. Ainda não há uma data confirmada, mas Daniel Noboa deve assumir o cargo em dezembro e governar até maio de 2025, quando prevê tentar a reeleição por um mandato completo de quatro anos.

Esses cerca de 16 meses de governo serão para completar o mandato do atual presidente Guillermo Lasso, que dissolveu o Parlamento para evitar um impeachment. A manobra foi constitucional, mas implicou no sacrifício do próprio cargo.

Daniel Noboa terá o desafio de tirar o Equador da rota do crime organizado e, sobretudo, dos carteis do México e da Colômbia que, em apenas cinco anos, transformaram um dos países mais pacíficos da América Latina no mais violento da região, passando de 5,8 a 25,6 homicídios por cada 100 mil habitantes.

A violência manchou a campanha: no total, oito líderes políticos foram assassinados. Fernando Villavicencio, um dos favoritos para o primeiro turno em 20 de agosto, foi baleado ao sair de um comício em Quito poucos dias antes da votação. A situação afugenta os investidores, complicando o futuro do país que não tem acesso ao mercado de crédito internacional.

 

Desafio imediato e governabilidade

Daniel Noboa também terá de lidar com os efeitos do El Niño que, a partir do mês que vem, deve resultar em estragos à já fragilizada economia equatoriana e condicionar o sucesso do novo governo. Os cálculos dos danos que o fenômeno climático deve causar variam entre 5% e 10% do PIB.

“Seria um golpe econômico mais forte do que a Covid. A pandemia significou que ficássemos em casa. A economia caiu por falta de demanda. Nesse caso, haverá destruição. Vejo um cenário muito difícil durante 2024 para o novo presidente, podendo comprometer o seu mandato de transição e a sua continuidade, caso busque a reeleição”, indica à RFI o cientista político, Fernando Carrión, da Faculdade Latino-americana de Ciências Sociais (Flacso).

A garantia de governabilidade e a capacidade de contornar a crise estarão associadas às alianças na Assembleia Nacional, cruciais para aprovar medidas tendentes a aliviar o déficit fiscal (em torno de 5% do PIB).

Dos 137 legisladores do Parlamento unicameral, apenas 12 são da aliança Ação Democrática Nacional (ADN), de Daniel Noboa. Com potenciais aliados, o novo governo pode chegar aos 70 legisladores necessários para uma maioria simples. Porém, as decisões mais cruciais podem depender do Revolução Cidadã, a força política que responde ao ex-presidente Rafael Correa, que, com 50 legisladores, é a principal bancada.

O analista político, Fernando Carrión, destaca que Daniel Noboa nunca se apresentou como “anti-correísta”, visando, estrategicamente, romper com a polarização que divide o país.

“Eu não descartaria que haja algum tipo de acordo. Talvez não seja imediato, mas pode haver alguma negociação política para uma saída jurídica que beneficie Rafael Correa e que permita o seu retorno ao país em troca de governabilidade. Ou seja: algum tipo de anistia em troca de duas ou três leis, cruciais para o país e para a governabilidade”, aponta Carrión.

O ex-presidente Rafael Correa vive exilado na Bélgica, sem possibilidade de voltar sem ser preso ao Equador, onde foi condenado a oito anos de prisão e a 25 anos de inelegibilidade por corrupção.

Quanto ao atual presidente Guillermo Lasso, o futuro é menos épico, avalia Carrión. "Guillermo Lasso sai da cena política para sempre. O seu partido nem mesmo participou das eleições. Acabou. Foi uma decepção total."

 

 

por Márcio Resende / RFI

EQUADOR - Foram turbulentos os últimos meses no Equador. Em 150 dias, o país sul-americano viveu uma tentativa de impeachment, a dissolução de sua Assembleia, a convocação de eleições antecipadas, o assassinato de um candidato e a ascensão de um novo presidenciável, em meio a uma crise de segurança nas ruas e nas prisões.

Depois de tudo isso, os equatorianos vão ao segundo turno neste domingo (15) em clima de esperança, mostram pesquisas. Elegerão entre um dilema político clássico, segundo analistas: de um lado, está o empresário de centro-direita Daniel Noboa, 35; do outro, a esquerdista e correísta Luisa González, 45, ambos ex-deputados considerados moderados.

Quem for eleito presidente terá um tempo curto de mandato. Governará por apenas um ano e meio, já que esse é um pleito atípico, convocado pelo atual presidente, Guillermo Lasso, para evitar um impeachment após decretar, em maio, a chamada "morte cruzada", mecanismo previsto na Constituição equatoriana.

O ex-banqueiro de direita deixará o cargo em 30 de novembro sem ter conseguido acordos na Assembleia Legislativa e com uma das piores avaliações entre presidentes latino-americanos, por isso Noboa tem tentado se afastar da posição de centro-direitista na qual analistas o colocam. Ele já chegou a dizer que é de centro-esquerda.

Noboa, que pode se tornar o líder mais jovem do país, é filho de um bilionário que tentou chegar à Presidência cinco vezes e foi a grande surpresa do primeiro turno em agosto. Disparou nas primeiras sondagens, herdando os eleitores de vários outros candidatos de direita ou centro-direita que ficaram pelo caminho -mesmo tendo sido o segundo mais votado, com 23,5% dos votos válidos.

Na última quinta (12), a Folha de S.Paulo revelou que Noboa é dono de empresas em paraísos fiscais, o que é proibido pela lei eleitoral equatoriana. A campanha dele não quis comentar.

González, porém, que pode ser a primeira mulher a governar, demonstrou reação na última semana e diminuiu a diferença, o que jogou certa indefinição sobre o que pode acontecer nas urnas. Com longa carreira pública, ela atraiu 33,6% dos eleitores na primeira votação, representando o ex-presidente Rafael Correa e sua força política, que dominou o país em 15 dos últimos 17 anos.

"A escolha será entre um modelo empresarial, capitalista e neoliberal ou um socialismo do século 21, mais moderado, que não promete tocar nos interesses empresariais nem na dolarização [o Equador adota a moeda americana desde 2000]", diz Michel Rowland, consultor e cientista político no país.

O clima de medo que se espalhou antes do primeiro turno, com o assassinato do candidato Fernando Villavicencio por sicários em um ato de campanha em Quito, parece ter se dissipado um pouco após o pleito tranquilo. Mesmo assim, haverá novamente um forte esquema de segurança com revistas e mais de 100 mil agentes nos colégios eleitorais.

O Equador, antes considerado um lugar seguro, viu a guerra entre narcotraficantes explodir nos últimos dois anos, triplicando sua taxa de homicídios e fazendo crescer os casos de violência política. Isso ocorreu num contexto de aumento da produção global de cocaína, que tornou os estratégicos portos do país mais relevantes na rota aos Estados Unidos, à Europa e à Ásia.

Gangues locais se converteram em dezenas de grupos sofisticados, sendo armados e financiados por facções colombianas e mexicanas, sem preparo do Estado para lidar com uma ameaça dessa magnitude. Suspeita-se que Villavicencio tenha sido morto por uma dessas facções, as quais ele costumava criticar publicamente.

Sete colombianos acusados pelo crime foram enforcados em duas prisões no último sábado (7), gerando uma nova crise institucional. Guillermo Lasso voltou às pressas de uma viagem a Nova York e trocou toda a cúpula policial do país. Ainda não se sabe quem são os mandantes do assassinato do candidato, pelos quais os EUA estão oferecendo uma recompensa de US$ 5 milhões (R$ 25 milhões).

"Em um contexto tão trágico e violento, os dois presidenciáveis têm tentado escapar de confrontações mais fortes entre si. A população pede que haja consenso", analisa a cientista política Ingrid Ríos, professora da Universidade Casa Grande, em Guayaquil. Tanto Noboa quanto González ainda usam coletes à prova de balas nos atos de campanha.

As propostas dos dois não destoam tanto na área da segurança, principal preocupação para 40% da população. Ambos falam em endurecer a repressão a organizações criminosas e equipar as polícias. González diz que vai militarizar presídios, fronteiras e portos para "retomar o controle do país". Noboa quer também criar "prisões-barco" para isolar os mais perigosos.

Para o consultor político Rowland, outro fator que definirá essa eleição será o correísmo versus anticorreísmo: o ex-presidente Correa recebeu asilo na Bélgica após ser condenado em 2020 por corrupção em suas campanhas, alegando que é perseguido politicamente. González é vista como alguém que pode trazê-lo de volta à gestão do país, no mínimo como seu assessor à distância.

Segundo a pesquisadora Ingrid Ríos, porém, ela tem tentado se afastar da imagem do padrinho no segundo turno. "Houve uma mudança na estratégia de marketing. No primeiro turno parecia que o candidato era ele, mas agora ele está em segundo plano. Eles perceberam que o discurso do 'já fizemos e vamos voltar a fazer' não funcionou com o eleitorado indeciso", afirma.

Além da crise na segurança, o novo presidente terá que lidar com outras questões. Mesmo com taxas de emprego estáveis, 52% dos postos de trabalho ocupados no país são informais --cifra que gira em torno de 40% no Brasil. Já a pobreza atingiu em dezembro 27% da população, nível mais alto que no pré-pandemia, período em que o Equador sofreu bastante economicamente.

Esses fatores, somados à piora da violência, levaram a um aumento das tentativas de migração legal e ilegal a outros países, principalmente aos EUA. Recentemente, os equatorianos se tornaram, atrás dos venezuelanos, a segunda nacionalidade que mais se arrisca a atravessar a perigosa selva de Darién, no Panamá.

 

 

por JÚLIA BARBON / FOLHA de S.PAULO

SÃO CARLOS/SP - A Secretaria Municipal de Transporte e Trânsito informa que no dia 1º de outubro, durante a eleição para escolher os novos conselheiros titulares e suplentes dos três Conselhos Tutelares de São Carlos, a Rigras Transportes estará operando com tarifa zero, das 7h às 18h, para quem comprovar que vai votar, sendo necessário somente apresentar o Título de Eleitor.
O voto para o Conselho Tutelar é facultativo e secreto. A eleição para o Conselho Tutelar terá pontos de votação diferentes. Para fazer a busca de seu local de votação serão necessários dados do título eleitoral como a Zona Eleitoral (121 ou 410) e seção, ou mesmo pelo nome da Escola que votou nas últimas eleições. Basta acessar o link http://www.saocarlos.sp.gov.br/index.php/infancia-e-juventude/177261-locais-de-votacao.html.
 Dos 33 candidatos, 15 serão eleitos conselheiros tutelares. Eles assumem no dia 10 de janeiro de 2024, além de 18 suplentes. Esse ano de forma inédita a eleição vai contar 50 urnas eletrônicas distribuídas em 20 escolas municipais e no Centro da Juventude Elaine Viviani. Os eleitores vão votar sempre na escola municipal próxima da sua zona eleitoral, sendo necessário apresentar o título de eleitor ou um documento com foto.

EQUADOR - A viúva de Fernando Villavicencio, candidato assassinado no Equador dias antes das eleições presidenciais de agosto, foi vítima de um atentado na quarta-feira (27), denunciou Christian Zurita, melhor amigo de Villavicencio e seu substituto na chapa presidencial.

"Verónica Sarauz acaba de sofrer um atentado", anunciou Zurita na rede social X, antigo Twitter, sem mencionar se houve vítimas. "Sua cápsula de segurança prendeu um cidadão venezuelano de moto que portava uma arma de fogo e que tentou atacar o carro."

A polícia descreveu o ocorrido em Quito como "um procedimento isolado", embora tenha prendido "um cidadão estrangeiro que circulava de moto em atitude suspeita e que portava uma arma".

Villavicencio foi assassinado em 9 de agosto, quando deixava um comício no norte da capital. Seis colombianos foram presos após o crime, e outro acusado de atirar contra o político morreu no confronto com a segurança de Villavicencio, ex-jornalista investigativo conhecido por suas denúncias de corrupção.

Zurita substituiu o político assassinado e ficou em terceiro lugar nas eleições de 20 de agosto, com 16% dos votos. A esquerdista Luisa González (34%) e o direitista Daniel Noboa (23%) irão disputar o segundo turno, em 15 de outubro.

O Equador enfrenta há anos uma onda de violência ligada ao narcotráfico. "Um país paralisado pelo terror", resumiu Zurita.

 

 

AFP

SÃO CARLOS/SP - Será realizada no próximo dia 1º de outubro, a eleição para escolher os novos conselheiros titulares e suplentes dos três Conselhos Tutelares de São Carlos.
O voto é facultativo e secreto. A eleição para o Conselho Tutelar terá pontos de votação diferentes. Para fazer a busca de seu local de votação serão necessários dados do título eleitoral como a Zona Eleitoral (121 ou 410) e seção, ou mesmo pelo nome da Escola que votou nas últimas eleições. Basta acessar o link http://www.saocarlos.sp.gov.br/index.php/infancia-e-juventude/177261-locais-de-votacao.html.
“Dos 33 candidatos, 15 serão eleitos conselheiros tutelares. Eles assumem no dia 10 de janeiro de 2024, além de 18 suplentes. Esse ano de forma inédita teremos 50 urnas eletrônicas distribuídas em 20 escolas municipais e no Centro da Juventude Elaine Viviani. Os eleitores vão votar sempre na escola municipal próxima da sua zona eleitoral, sendo necessário apresentar um documento com foto”, orienta Ana Paula Vaz, secretaria municipal de Infância e Juventude.
Atualmente São Carlos tem em funcionamento dois Conselhos Tutelares e a partir de 10 de janeiro de 2024, será implementado um terceiro Conselho que passará ter a gestão da seguinte maneira:
a) Conselho Tutelar Região I: CRAS Aracy
b) Conselho Tutelar Região II: CRAS Central e CRAS Pacaembu
c) Conselho Tutelar Região III: CRAS Jockey Clube, CRAS Santa Eudóxia, CRAS Santa Felícia e CRAS São Carlos VIII
Cada Conselho Tutelar é composto por 5 conselheiros titulares e outros 5 suplentes que formam um colegiado. Com a implantação do terceiro Conselho Tutelar São Carlos passará a ter 15 conselheiros titulares e 15 suplentes.
“Todas as decisões dos órgãos são tomadas de forma colegiada. Temos conselheiros que atuam de forma individual nos casos, mas as decisões relativas ao caso são sempre tomadas pelo colegiado", ressaltou Giovani Astolpho, diretor do Departamento de Apoio ao Controle e Participação Social da Secretaria Municipal Especial de Infância e Juventude.
A Resolução nº 231/22 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente - CONANDA normatiza que a cada 100 mil habitantes o município precisa ter um Conselho Tutelar e a implantação de novos Conselhos Tutelares ocorre por solicitação do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA), quando os indicadores quantitativos e qualitativos dos serviços prestados, do acesso da população ao Conselho Tutelar e da situação da exclusão social das regiões do município apontarem a necessidade da implantação.

SÃO PAULO/SP - O São Paulo definiu uma parte importante de planejamento para o elenco de 2024: vai tentar segurar o meia-atacante Lucas para a próxima temporada. O anúncio veio nesta segunda-feira por intermédio do presidente Julio Casares, em entrevista ao "Roda Viva", da TV Cultura. O dirigente ainda assegurou publicamente que disputará a reeleição no fim do ano.

– Vamos trabalhar e fazer todo esforço para que ele continue. Vamos tentar fazer. A estratégia é estabelecer uma linha de ação, vejo que ele está feliz, que essa felicidade seja multiplicada com uma proposta – afirmou o presidente são-paulino.

Sobre a reeleição, Casares pela primeira vez se colocou como candidato à reeleição e defendeu a própria gestão no campo esportivo.

– Sou candidato à reeleição. Vamos disputar, sim. Sinto que a gestão esportivamente é bem avaliada porque voltou a autoestima do torcedor, a resposta é o torcedor batendo recordes – comentou, anunciando a intenção de permanecer mais três anos no poder.

Sob a gestão Casares, o São Paulo conquistou o Campeonato Paulista de 2021 e dois vices: Paulistão e Sul-Americana de 2022. No Brasileirão, a equipe terminou no 13º lugar (2021) e um nono (2022).

 

Mais respostas de Casares no "Roda Viva":

– O primeiro jogo é no Rio, e o Flamengo anunciou a venda e tabela o preço do visitante. O São Paulo tem preço de R$ 700 e meia de R$ 350. Temos que repetir na reciprocidade. Com os preços do São Paulo são 50% do preço do Maracanã. Não acho razoável, mas temos que entender que o torcedor que bate recorde, que se tornou a torcida mais popular do Brasil. São Paulo é líder nas arrecadações, precisamos precificar o Morumbi, que tem o setor popular, são 14 mil é pouco, é muito.

– É uma forma de tentar equilibrar as contas. Não há favoritismo. A torcida organizada compra ingresso, não cedemos. A torcida é regular e que acompanha nos ligares mais distantes, temperaturas frias. Aconteceu acidente grave com torcedores do Corinthians, um exemplo. Eles apoiam o clube.

– A dimensão desse jogo no Morumbi deve ter mais de 1 milhão querendo assistir, temos capacidade que restringe. O preço médio do sócio é 50 reais por jogo. Você garante uma janela de compra. Quando torcedor tem milhares querendo comprar, é um grande espetáculo

 

Sócio-torcedor

– Não há como garantir o acesso a todos. Tem o setor popular, não é sócio. Tem 3,5 mil para o visitante contra o Flamengo. A CBF e Paulista tem uma cota que pagam. Ingressos uteis diminuem. Além do benefício de tentar comprar primeiro, precisamos aperfeiçoar para que esse torcedor, ele tenha que pagar 50 reais na média. Criar outros artigos, experiencias que podemos discutir.

 

Ingressos para a final no Maracanã

– Temos mais de 60 mil e temos que dar preferência em janela por categorias. Isso vai frustrar a grande maioria. Estamos fazendo trabalho para que tenha condições de ser vendidos a partir de amanhã (terça-feira). O que acontece? Temos destinação de 3,5 mil para comprarmos.

– Nós vamos comprar e não temos condições de traze-los fisicamente. Vamos trabalhar para a gente conseguir vender até amanhã. Hoje teve uma reunião com a PM e as autoridades, estamos vendo a logística disso. O São Paulo permanentemente está atualizando.

 

Possíveis vendas

– Sempre no futebol é inevitável vender jogadores. Podemos vender, sim, no fim do ano e em janeiro. Sempre há diálogo com a comissão técnica. Não é uma garantia. O que muda é que o David Neres jogou pouco, Tuta também, quase nem jogou. Hoje o jogador deixa um legado esportivo. Sara foi vendido depois de jogar uma quantidade importante de jogos. Alguns saíram, é inevitável que tenha que vender.

 

 

Por ge

BUENOS AIRES - As pesquisas de opinião da Argentina, surpreendidas pela vitória do libertário radical Javier Milei nas primárias presidenciais de agosto, agora mostram o candidato em primeiro lugar nas eleições gerais de 22 de outubro, provavelmente à frente do chefe de economia do partido governista, Sergio Massa.

Milei, um economista e ex-apresentador de TV, tem agitado a elite política com críticas em voz alta e, às vezes, com palavrões contra seus rivais, além de promessas de fechar o banco central, reduzir o governo e dolarizar a economia.

A última pesquisa da consultoria Analogias mostra Milei com 31,1% dos votos, à frente de Massa, com 28,1%, e da ex-ministra da Segurança, Patricia Bullrich, de direita, com 21,2%, um golpe para a principal oposição conservadora, que já foi favorita.

Uma segunda pesquisa da Opinaia dá a Milei 35% dos votos, Massa com 25% e Bullrich com 23%. As pesquisas mostram que o apoio de Milei é mais forte entre homens, jovens e grupos menos abastados.

"O resultado das primárias foi chocante, e o resultado da eleição geral será chocante, seja qual for o resultado", disse a diretora de comunicação da Analogias, Marina Acosta, citando a disputa como "colorida pela novidade política".

As pesquisas sugerem que a corrida eleitoral provavelmente irá para um segundo turno frente a frente, que ocorrerá em novembro. Um candidato precisa de 45% dos votos, ou pelo menos 40% com uma vantagem de 10 pontos, para vencer no primeiro turno.

O concorrente mais próximo de Milei agora parece ser Massa, que faz parte da coalizão peronista de centro-esquerda, aparentemente oferecendo dois modelos econômicos opostos para o país em dificuldades.

"As estratégias de Milei e Massa devem ser opostas uma da outra", disse o analista político Julio Burdman, da consultoria Observatorio Electoral. "Eles estão fazendo isso muito bem, o que está permitindo que ambos obtenham ganhos."

Uma grande ressalva, no entanto, é que os pesquisadores argentinos erraram feio na votação primária e interpretaram mal a última eleição geral de 2019, o que significa que o resultado final pode chocar mais uma vez.

 

 

Por Nicolás Misculin / REUTERS

VENEZUELA - Carlos Andrés Pérez, duas vezes presidente da Venezuela, oferece "total apoio" a um dos candidatos das eleições internas da oposição: trata-se, porém, de um vídeo feito com inteligência artificial, já que o ex-presidente morreu em 2010.

O partido Ação Democrática (AD, social-democrata), ao qual Pérez pertenceu, divulgou o vídeo que viralizou nas redes sociais, indicou um porta-voz da formação à AFP na quinta-feira (31).

AD, um dos partidos de maior tradição na política venezuelana, lançou nas primárias o ex-parlamentar Carlos Prosperi.

"Há 24 anos, alertei sobre o futuro sombrio que teríamos de enfrentar se aqueles que hoje governam chegassem ao poder", diz a animação de Pérez, de terno e gravata, sentado atrás de uma mesa. Somente sua boca se move.

"Após tantos anos de luta para recuperar a democracia, finalmente temos hoje a grande oportunidade de mudança, renovação e triunfo", continua o discurso de um minuto.

"Nos próximos meses, será escolhido quem terá as melhores condições para ser presidente da Venezuela. Por isso, manifesto meu total apoio a Carlos Prosperi. Caminhem com ele, jovem talentoso, inteligente e bom amigo", acrescenta.

Prosperi, que foi deputado no Parlamento e secretário de organização da AD, tem 4,7% das intenções de voto nas primárias da oposição previstas para 22 de outubro, segundo uma pesquisa de início de agosto da ORC Consultores.

Embora esteja muito atrás da favorita María Corina Machado (41,42%), ele não tem, como ela, uma proibição de exercer cargos públicos.

Pérez, frequentemente identificado por suas iniciais CAP, governou a Venezuela entre 1974 e 1979, e mais uma vez entre 1989 e 1993, quando foi destituído do cargo por um julgamento por corrupção. Na época, a AD virou as costas para ele e o expulsou do partido.

Em fevereiro de 1992, uma primeira tentativa de golpe foi liderada pelo então desconhecido militar Hugo Chávez, que quase sete anos depois venceria as eleições e permaneceria no poder até sua morte em 2013.

Uma pesquisa de junho deste ano mostra Pérez derrotando Chávez (41,6% - 28,9%) em um cenário imaginário, se ambos ainda estivessem vivos.

 

 

AFP

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