Projeto com a Asta envolve tratamento do solo e readequação do processo atual de produção e destinação de resíduos
SÃO CARLOS/SP - No último dia 26 de março, a unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) realizou visita técnica à empresa Asta, na fábrica localizada na cidade de Cerquilho (SP). A empresa produz fios e cabos destinados a enrolamentos de motores, transformadores e geradores e sua qualidade é reconhecida nacional e internacionalmente. A equipe da Embrapii-UFSCar-Materiais visitou as instalações da fábrica e agora vai propor projeto que envolve a adequação da destinação dos resíduos da produção, tratamento e descontaminação do solo.
A unidade da Asta em Cerquilho possui três estágios: trefilação (tração das peça e estiramento do material); esmaltagem (isolamento térmico e elétrico dos fios) horizontal e vertical; e laminação (operação para enrolar o fio e passar uma camada de papel). O problema apresentado ela empresa foi a constatação de um rompimento que gerou a contaminação do solo por óleo, entre as trefilações 2 e 3. A partir do ocorrido, o objetivo da parceria entre a Asta e a Embrapii-UFSCar é promover o destino correto do solo contaminado, buscando viabilidade técnica e econômica. Paralelo a isso, a empresa já procura formas de tratar o solo sem a necessidade de removê-lo.
Atualmente, a Asta tem um plano de tratamento que consiste na desativação temporária de algumas máquinas da fábrica, para tratamento do solo contaminado, reposição de solo novo. De acordo com a Asta, "além dos custos desse processo, a desativação temporária das máquinas é uma preocupação da diretoria de operações da empresa". É nesse cenário que o projeto da Embrapii-UFSCar será elaborado de forma a elaborar uma proposta que garanta a qualidade já consolidada da empresa, estabelecendo operações que assegurem a não contaminação do solo e o descarte correto dos resíduos gerados na produção.
A equipe Embrapii-UFSCar foi representada pelos professores Ernesto Pereira e Pedro Fadini, que foram recepcionados pelos profissionais da Asta Nilton Menezes, gerente de ESG (Ambiental, Social e Governança); Luciane Stopa, técnica de Segurança do Trabalho; Marcos Vinícius da Silva, biólogo; e Fernanda Barros, geóloga responsável pelo projeto de descontaminação.
Embrapii
Criada em 2020, a Unidade Embrapii UFSCar-Materiais é vinculada ao Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia (CCET) do Campus São Carlos da Instituição. Dentre seus objetivos permanentes, estão a realização de pesquisa, inovação e desenvolvimento na área de Materiais; busca de novos parceiros e empresas para o desenvolvimento de projetos; e a formação de mão de obra qualificada, incluindo estudantes de graduação e pós-graduação. A Unidade foi criada no âmbito de um expressivo histórico de pesquisa, inovação e desenvolvimento na área de materiais, executados por diferentes departamentos ligados ao CCET, muitos deles em parceria com empresas de diferentes ramos.
Atualmente, a Embrapii UFSCar já contabiliza mais de 15 projetos, em andamento e já finalizados, e conta com 150 integrantes, entre servidores docentes e técnico-administrativos e estudantes de graduação e pós-graduandos. Todas as informações sobre a Unidade podem ser acessadas em www.embrapii.ufscar.br ou no Instagram (@ embrapii_ufscar_materiais).
Atividade integra ciclo que aborda a Universidade para o futuro e será aberta a todo o público
SÃO CARLOS/SP - No dia 4 de abril, o Instituto de Estudos Avançados e Estratégicos (IEAE) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) realiza a segunda conferência do ciclo "Universidade para o futuro". O evento é aberto a todo o público e abordará a temática "Juventudes: novos desafios do conhecimento" A atividade é gratuita e tem início às 14h30, no auditório do edifício Sérgio Mascarenhas, na área Norte do Campus São Carlos da UFSCar. O evento também será transmitido pelo canal da UFSCar no YouTube.
O tema será apresentado por Maria Carla Carrochano, docente do Departamento de Ciências Humanas e Educação (DCHE-So) do Campus Sorocaba da UFSCar, e por Eduardo Humes, graduado em Medicina, com especialização e doutorado em Psiquiatria pela Faculdade de Medicina da USP (FMUSP), onde atua como docente colaborador, no Departamento de Psiquiatria. A curadoria da conferência é das professoras Débora de Hollanda Souza e Maria Stella Coutinho de Alcantara Gil, ambas do Departamento de Psicologia (DPsi) da UFSCar.
De acordo com Débora de Hollanda, o objetivo principal da conferência é discutir "o contexto contemporâneo desses jovens que ingressam na universidade; como eles/elas pensam, aprendem, se apropriam, consomem e processam informação; e, em especial, como enfrentam os desafios da vida universitária/acadêmica e de que forma esses desafios podem impactar sua saúde mental e as condições de vida". Ela explica que o termo juventudes foi pensado no plural exatamente "porque são muitas e diversas", define.
O ciclo "Universidade para o futuro" teve início no ano passado e a iniciativa pretende refletir sobre como a universidade - no Brasil e no mundo - precisa se repensar a partir das várias crises que a sociedade enfrenta, como política, sanitária, de desinformação, além da emergência climática. Para Adilson Jesus Aparecido de Oliveira, diretor do IEAE e docente do Departamento de Física (DF) da UFSCar, "a universidade é uma instituição que não mudou muito nos últimos séculos, e é preciso que se olhe de um novo ponto de vista, para que também a sociedade a veja de forma diferente, para que perceba sua relevância, busque o espaço acadêmico para compartilhar e buscar soluções para os seus problemas, confie no potencial do conhecimento especializado, dentre outras interações possíveis", expõe.
A primeira conferência aconteceu em agosto de 2023, com o tema "Universidade no Brasil: desafios futuros" e apresentação dos professores Marcelo Knobel, ex-reitor da Unicamp e docente do Instituto de Física (IFGW) desta Instituição, e Soraya Smaili, ex-reitora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e docente do Departamento de Farmacologia da Escola Paulista de Medicina. O evento teve a curadoria de João dos Reis Silva Junior, docente do Departamento de Educação (DEd) da UFSCar, e participação de integrantes de instituições de ensino e pesquisa de São Carlos e região.
Edifício Sérgio Marcarenhas
No dia anterior, 3 de abril, no mesmo local, acontecerá a cerimônia de nomeação do prédio do IEAE, que passa a se chamar Edifício Sérgio Mascarenhas, em homenagem ao professor Sérgio Mascarenhas, um dos fundadores da UFSCar, falecido em 2021, idealizador do curso de graduação em Engenharia de Materiais e Doutor Honoris Causa da Universidade. A cerimônia é aberta ao público e tem início às 14h30.
SÃO CARLOS/SP - Estão abertas as inscrições para o curso “Do macro ao micro na Astronomia” destinado aos professores do ensino médio de Física e áreas afins, das redes estadual, municipal e particular.
O curso é uma das ações de educação e difusão científica do Projeto “Cherenkov Telescope Array: Construção e primeiras descobertas” (Fapesp 2021/01089-1) e os interessados devem se inscrever pelo formulário de inscrição no site do CTAndo.
O curso foi concebido pelos professores do Departamento de Metodologia de Ensino (DME) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Prof. Dr. Marlon Pessanha e Profa. Dra. Nilva Lúcia Lombardi Salles, com apoio dos professores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Profa. Dra. Cibelle Celestino Silva, Coordenadora da linha de Divulgação-Ensino, e do Prof. Dr. Luiz Vitor de Souza Filho, atual presidente do Conselho do Consórcio Internacional CTA, e de diversos pesquisadores envolvidos com este projeto.
“Do macro ao micro da Astronomia” tem como princípio didático o vínculo entre conteúdos científicos específicos de astronomia e astrofísica e os conteúdos pedagógicos. A proposta é estimular que o professor participante se aprofunde nessas temáticas e pense sobre o ensino desses tópicos em suas aulas.
O principal objetivo é que o professor tenha contato com o tema de forma mais didática e, a partir do curso, elabore atividades e propostas para serem inseridas no seu cotidiano escolar.
Pensado para facilitar o acesso dos professores, o curso terá dois encontros presenciais - abertura e encerramento - e todas as aulas serão em formato EAD.
Os interessados em participar do curso devem se inscrever por meio do preenchimento de um formulário disponível em https://ctando.ifsc.usp.br/formacaocontinuada/, até o dia 20 de abril.
A participação é gratuita e o curso oferece certificado.
Para mais informações, entrar em contato pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
SÃO CARLOS/SP - A UFSCar publicou na terça-feira (26/3), a lista das pessoas convocadas para a manifestação virtual de interesse em terceira e quarta chamada para ingresso em 2024 nos cursos de graduação oferecidos pelo SiSU. A lista completa está disponível no Portal do Ingresso da UFSCar.
A manifestação virtual de interesse em terceira e quarta chamada deve ser feita entre 27 e 28 de março, pela página https://sistemas.ufscar.br/siga/candidato. Atenção, todas as pessoas com nome nas listas, têm que manifestar interesse, de acordo com o passo a passo abaixo:
- Fazer o login pela autenticação da plataforma gov.br;
- Clicar no botão "Opções" do SiSU 2024;
- Verificar os dados de sua candidatura e preencher o formulário dentro do prazo: (das 00 horas do dia 27/3 até às 23h59 do dia 28/3);
- Clicar em preencher "Manifestação Virtual de Interesse";
- Após preenchê-lo, clique em "Enviar Formulário";
- Confirmar. Salve e guarde o protocolo de realização da Manifestação Virtual de Interesse.
SÃO CARLOS/SP - Em cerimônia realizada no dia 19 de março, a UFSCar apresentou seu mais recente projeto desenvolvido pela parceria entre a unidade Embrapii-UFSCar-Materiais e a Petrobras. O evento reuniu autoridades da Instituição, representantes da Petrobras e da Embrapii-UFSCar, além de estudantes, docentes e demais convidados para apresentação do projeto "Fragilização Hidrogênio Titânio".
O projeto teve início em janeiro deste ano, no Departamento de Engenharia de Materiais (DEMa) da UFSCar. Claudemiro Bolfarini, docente do DEMa e coordenador do projeto, relata que o trabalho envolve a introdução de tubulações de ligas de titânio em plataformas de petróleo marítimas. "Trata-se da aplicação desta família de ligas em um novo ambiente, demandando maior conhecimento tecnológico na área de integridade estrutural, tornando-se muito importante conhecer os limites de utilização do material", explica o docente. Além da realização de diversos testes, é preciso ter conhecimento de ciência básica e compreender o que acontece com o material em ambiente extremo, como na transição entre entre os tubos de aço rígidos e as tubulações de chegada já fixas na plataforma. "A partir disso, poderemos indicar a utilização, ou não, do material e em quais condições, visando à segurança para a Petrobras na introdução das ligas de titânio nos seus projetos", complementa Bolfarini.
Marcelo Torres Piza Paes, consultor sênior da Petrobras nas áreas de Metalurgia e Soldagem, aponta que o objetivo maior desta iniciativa junto à Embrapii-UFSCar é aprofundar o conhecimento sobre as ligas de titânio, ainda pouco usadas na área offshore (no mar), expostas à água do mar e sujeitas à hidrogenação pelo sistema de proteção catódica de plataformas tipo FPSO (Floating Production Offloading and Storage), em que é necessário o uso de materiais de alta resistência à corrosão, fadiga e à fragilização pelo hidrogênio. "As ligas de titânio poderão se tornar componentes importantes para tubulações que produzem petróleo e a integridade estrutural desse material é fundamental. Portanto, iniciar o estudo para compreender os limites destas ligas de titânio é importante para embasar nossas decisões ao longo do tempo e poder usar essas ligas como uma nova alternativa para a Companhia", expõe Piza.
Luiz Fernando Paulillo, diretor do Centro de Ciências de Exatas e de Tecnologia (CCET) da UFSCar, ao qual está vinculada a unidade Embrapii-UFSCar, reconhece a importância desse primeiro projeto de alta complexidade entre a Embrapii e Petrobras. "Esta iniciativa de grande envergadura mostra a consolidação da Embrapii-UFSCar, que já trouxe projetos importantes de inovação incremental ou disruptiva. Nossa Unidade é reconhecidamente sólida por se aproximar do que está sendo aplicado no ensino na área de Exatas, sempre associando bolsistas em projetos de modernização dos nossos cursos, de pesquisa e vinculados a projetos de tecnologia. Isso é um caso robusto, isso é Embrapii-UFSCar", celebra.
"A UFSCar é uma referência na área de Materiais e tem um centro de hidrogênio reconhecido no país. Essa parceria é muito interessante e a associação da Embrapii traz robustez, união de esforço positivo e flexibilidade para o projeto a partir da aplicação dos recursos que vem da Agência Nacional do Petróleo (ANP)", acrescenta Marcelo Piza.
O coordenador de projetos da Embrapii-UFSCar, professor Ernesto Chaves Pereira, destaca o ganho para a formação dos estudantes da Universidade que estão integrados ao projeto da Petrobras, assim como em outros trabalhos realizados pela Unidade. "Nossos projetos têm, no mínimo, quatro estudantes da Instituição, seja de graduação, pós-graduação ou pós-doc. Eles estão na fronteira do conhecimento, tendo contato com a realidade da profissão. Isso desenvolve qualidade técnica e diferentes habilidades que aumentam a produtividade do trabalho dos nossos estudantes nas empresas parceiras", pontua Pereira.
Ana Beatriz de Oliveira, Reitora da UFSCar, participou do evento e reforçou a importância desse projeto para o exercício da missão da Universidade. "Por meio de projetos como este, exercemos a produção do conhecimento, a formação de pessoas e a aproximação de cenários reais. Tenho orgulho de representar essa Instituição, que tem importante participação social nos setores público e privado, e destaco a Embrapii na concretização de projetos em diferentes áreas e com diferentes parceiros", celebrou Oliveira.
O cronograma do projeto tem previsão de 36 meses e conta também com atuação do Centro de Caracterização e Desenvolvimento de Materiais (CCDM) e colaboração do Laboratório de Caracterização Estrutural (LCE) e do Laboratório de Hidrogênio em Metais (LHM), todos ligados ao CCET.
SÃO CARLOS/SP - A UFSCar realiza, entre os dias 25 e 28 de março, a Calourada 2024 que dá as boas-vindas e acolhe os calouros e as calouras de 2024 e também os veteranos e as veteranas dos cursos de graduação, marcando o início do período letivo de 2024. A Universidade recebe neste ano mais de dois mil novos estudantes, totalizando 12 mil estudantes de graduação em seus quatro campi.
Nesta semana, a Universidade recepciona os estudantes indígenas e originários do exterior, atividade que antecipa o início da Calourada 2024.
A Reitora da UFSCar, Ana Beatriz de Oliveira, em mensagem de boas-vindas aos estudantes e às estudantes (assista ao vídeo neste link), ressalta que a gestão da Universidade estará presente nos quatro campi na semana da Calourada para receber as pessoas e apresentar a estrutura administrativa da Universidade. "É importante evidenciar que a UFSCar é construída todos os dias por todas as pessoas que aqui estão. Portanto, os estudantes podem participar desse dia a dia atuando nas estruturas colegiadas dos cursos, dos departamentos, centros, pró-reitorias, e do conselho máximo da instituição, o Conselho Universitário (ConsUni)", disse.
"Minha mensagem é que aproveitem ao máximo a Universidade, pois é um período que será marcado na história de vocês. Na UFSCar, nós temos oportunidades de formação para além das previstas nos cursos, como os projetos de extensão e de iniciação científica. Então, aproveitem, se envolvam e participem ativamente da vida na Universidade", reforçou.
A recepção aos estudantes e às estudantes conta com uma programação diversificada com destaque para o "Chega Mais", uma ação da Administração Superior da Universidade, coordenada pela Pró-Reitoria de Graduação (ProGrad), que vai reunir representantes da gestão da ProGrad, das pró-reitorias de Assuntos Comunitários e Estudantis (ProACE), Extensão (ProEx) e Pesquisa (ProPq), da Reitoria, da Coordenadoria de Articulação em Saúde Mental (CASM), da Secretaria Geral de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade (SAADE) e do Sistema Integrado de Bibliotecas da UFSCar (SIBi), que estarão presencialmente nos campi para receber os estudantes e esclarecer dúvidas sobre a vida acadêmica na graduação.
Além do contato com representantes da Reitoria e pró-reitorias, o "Chega Mais" contará com apresentações culturais, promovidas pela Coordenadoria de Cultura (CCult) da ProEx, e distribuição de pipoca.
Em São Carlos, o "Chega Mais" acontece no dia 25 de março, das 9 horas às 16 horas, no vão da Biblioteca Comunitária (BCo); no dia 26 de março ocorrerá no Campus Araras, no Pátio do Bloco A - Prédio central, das 10 horas às 14 horas; no dia 27 de março a ação será realizada no Campus Lagoa do Sino, na área dos quiosques, das 10 horas às 14 horas, e no dia 28 de março, o "Chega Mais" será no Campus Sorocaba, na área de vivência, das 10 horas às 14 horas.
Dentro da proposta do "Chega Mais", a ProEx vai promover, a partir do Núcleo de Extensão UFSCar-Empresa (NUEmp-ProEx), o Núcleo de Educação, Tecnologia e Cultura (NETC-ProEx) e a Agência de Inovação (AIn) da UFSCar, em parceria com o Sebrae, mesas de conversas sobre inovação e empreendedorismo, visando a aproximação da comunidade com a temática de Inovação e Empreendedorismo Universitário.
A ação será dividida em quatro mesas de conversas, no horário das 11h às 12h, em todos os campi. No Campus São Carlos, será no dia 25 de março, no Auditório 3 da Biblioteca Comunitária (BCo); no Campus Araras, será no dia 26 de março, no Bloco A; no dia 27 de março na Sala 106 - AT1; e no dia 28 de março, no Campus Sorocaba, no Auditório CCGT.
A Calourada 2024 conta, ainda, com uma programação diversa organizada e implementada pelas coordenações dos cursos, centros acadêmicos, pelo Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB), atlética e coletivos de cada campi, que incluem apresentações dos cursos, visitas aos laboratórios, rodas de conversa, café da manhã, atividades culturais e de integração, gincanas, plantio de mudas, entre outras atividades para acolher os estudantes para o novo período letivo e promover a integração entre eles. Confira as atividades a serem realizadas em cada campus: São Carlos, Sorocaba, Araras e Lagoa do Sino.
SÃO CARLOS/SP - Na próxima segunda-feira, 25 de março, a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) recebe, entre veteranos e calouros, cerca de 12 mil estudantes (Confira neste link a matéria com a programação da Calourada 2024). Desse total, mais de 80% são veteranos e o restante, são futuros universitários, aprovados por meio do SiSU 2024 e outras modalidades de ingresso, como o Programa Estudante Convênio de Graduação (PEC-G), os editais de Migrantes de Portadores de Diploma, e o Vestibular Indígena, processo que acontece desde 2008.
A caloura curso de Terapia Ocupacional, Tsainama Vivian Pacifico Reis, que se identifica como Vivian Marúbo, está entre esses 12 mil estudantes que ingressam ou retornam às salas de aula, laboratórios, grupos de pesquisa, projetos de extensão e outras atividades que fazem parte da vida acadêmica dos 68 cursos presenciais de graduação, 66 com ingresso pelo SiSU e os outros por Área Básica de Ingresso (ABI).
"Deixar a família, ficar longe de cada um deles, dá um aperto no coração", relata Vivian Marúbo. "Quando eu cheguei aqui [São Carlos], fiquei um pouco assustada, mas acho que estou, aos poucos, me adaptando", completa a estudante, que escolheu a UFSCar seguindo os passos do tio, que se formou em Pedagogia na Universidade.
Reduzindo distâncias
No dia 18 de março, primeiro dos cinco dias da programação de acolhimento a estudantes indígenas e de outros países, Vivian Marúbo certamente experimentou encontros inusitados, ao compartilhar momentos com futuros colegas na UFSCar com sobrenomes, como Yamamoto, Kabawa, Jimenez, Djata, e também com outros 81 estudantes indígenas, recém-ingressos junto com Vivian na Universidade neste primeiro semestre letivo de 2024.
A programação da recepção surgiu, há alguns anos, por demanda do Centro de Culturas Indígenas (CCI), coletivo que se organiza para apoiar as demandas dos indígenas recém-chegados à Universidade e estudantes veteranos de outras nacionalidades. A atividade é uma parceria entre a Administração Superior da UFSCar e o CCI, iniciada no ano passado.
Mas entre os encontros, talvez um dos mais inusitados tenha sido com a também indígena Vanessa Tukano, veterana do último ano do curso de graduação de Terapia Ocupacional, integrante da liderança do Centro de Culturas Indígenas.
Vanessa é Tukano, de São Gabriel da Cachoeira. Os Tukano são uma das 17 etnias que vivem às margens do Rio Uaupés, que serve, por mais de 188 quilômetros, de referência fronteira natural entre o Brasil e a Colômbia; Vivian Marúbo é de Atalaia do Norte (onde fica a sede de administração regional da Funai). Os Marúbo são originários da região do alto curso dos rios Curuçá e Ituí, da bacia do Javari, na Terra Indígena Vale do Javari.
Entre esses dois municípios - São Gabriel da Cachoeira e Atalaia do Norte - a distância, em quilômetros, não é tão grande. São 584,35 km, mas a travessia não pode ser feita por terra, pois não há sequer 1 km de estradas. As duas localidades estão separadas por uma viagem de avião que dura em média 18 horas e 40 minutos, superior ao tempo médio de voo entre São Paulo, capital, e Paris, na França. Já entre São Carlos, cidade sede de um dos quatro campi da UFSCar, e Atalaia do Norte, a distância é de 3.100 quilômetros; e entre São Carlos e São Gabriel da Cachoeira, 3.199 km.
"Este acolhimento ajuda as pessoas que estão chegando a se sentirem mais seguras. Elas chegam sem os familiares e a gente atua para ser uma família. Hoje, faço aquilo que foi feito por mim quando eu cheguei aqui como caloura", conta Vanessa Tukano. "Nós, do CCI, atuamos antes da chegada, na chegada e depois. A UFSCar é muito grande e a gente precisa atuar diretamente para ajudar os nossos novos colegas", completa.
Acolhida calorosa
"A chegada dos estudantes indígenas e de outros países é encarada por nós, da UFSCar, com muito cuidado e a avaliamos como muito bem-vinda. E por quê? Porque enriquece a nossa Universidade como um todo, trazendo diversidade para os nossos campi. Essa diversidade é uma riqueza que nós precisamos aproveitar", destaca Daniel Leiva, Pró-Reitor de Graduação (ProGrad) da UFSCar.
"Esta já é uma semana tradicional, que realizamos para que calouros e calouras conheçam as pessoas, e não somente os serviços que essas pessoas ofertam aqui na Universidade", completa Djalma Ribeiro Júnior, Pró-Reitor de Assuntos Comunitários e Estudantis (ProACE).
"Esta programação marca o início do período letivo. A chegada, a cada ano, de novos estudantes indígenas e de outras nacionalidades reafirma o nosso compromisso com a diversidade. Essa é uma marca da UFSCar. Eu gosto sempre de lembrar que na nossa missão consta a preservação da cultura da região. Mas também é nosso compromisso, enquanto instituição de ensino superior, a preservação e valorização da diversidade cultural", finaliza a Reitora Ana Beatriz de Oliveira.
Programação
Semana de acolhimento dos estudantes indígenas e de outros países
Dia 18/03 - 8h às 17h - Anfiteatro Bento Prado Jr. - Apresentação de departamentos e secretarias da UFSCar
Dia 19/03 - 9h às 11h - AT2 - Plantão de confecção de carteirinhas
Dia 19/03 - 14h às 17h - Auditório do NAP - Apresentação da Coordenadoria de Acompanhamento Acadêmico e Pedagógico (CAAPe)
Dia 20/03 - 8h às 12h - Anfiteatro Bento Prado Jr. - Palestra do ProEstudo, Grupo de Pesquisa Aldeia e tutorias
Dia 20/03 - 14h às 16h - Anfiteatro Bento Prado Jr. - Reunião com as coordenações de curso
Dia 22/03 - 9h às 11h30 - Auditório 1 da BCo - Roda de conversa com os PET's Saberes e Ações em Saúde
Dia 22/03 - 12h30 às 16h - AT1 - Reunião entre veteranos e ingressantes indígenas
Dia 23/03 - 9h às 12h - Ponto de encontro: Em frente ao Ginásio - Passeio pela UFSCar
Dia 23/03 - 14h às 18h - Ponto de encontro: SGAS - Passeio pela UFSCar
Por: Marcílio Jose Sabino Lana
[Com a colaboração de Fabricio Mazocco]
SÃO CARLOS/SP - Eucaliptos com aproximadamente 15 anos de idade vão ser retirados da UFSCar no campus em São Carlos por questão de segurança. As árvores ficam em uma área de 7.200 metros quadrados, perto da quadra do Instituto Federal de São Paulo (IFSP) e, justamente pela idade avançada, podem trazer riscos a quem circula próximo à região.
Por isso, a Fundação de Apoio Institucional ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FAI) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) está recebendo propostas de empresas que prestem serviços de corte, carregamento e transporte de eucaliptos e façam a limpeza da área.
CONFIRA A CHAMADA COMPLETA.
Para se inscrever na seleção, as empresas interessadas devem enviar representantes devidamente qualificados e identificados para uma visita técnica ao local de onde serão retirados os eucaliptos. O encontro está marcado para o dia 27 de março, com duas opções de horário: às 9h30 ou às 14h. As duas visitas serão conduzidas pelos técnicos representantes do projeto.
O ponto de encontro entre os representantes das empresas interessadas e representantes do projeto será na portaria do Instituto Federal de São Carlos (IFSP). Depois da visita, as empresas devem enviar as propostas até às 18h do dia 1 de abril pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
SÃO CARLOS/SP - Estão abertas até o dia 16 de março as inscrições para o primeiro ciclo do processo de seleção para a formação de cadastro reserva para o ingresso no Programa de Assistência Estudantil da UFSCar. Este primeiro ciclo visa acolher as demandas de estudantes que já estão matriculados e matriculadas na UFSCar e das pessoas que estão ingressando na UFSCar pela primeira e segunda chamada do SiSU e por outras modalidades de ingresso também em 2024.
Para participar do processo, a pessoa precisa estar matriculada ou em processo de confirmação de matrícula; cursando ou em processo de início de sua primeira graduação em um dos cursos presenciais da UFSCar, apresentar situação de vulnerabilidade socioeconômica (conforme Ato Administrativo ProACE n.76, de 24, de abril de 2023), que comprove renda per capita familiar de zero a um salário mínimo.
Todo o processo ocorre de forma remota e se inicia com o preenchimento do Formulário de Avaliação Socioeconômica, disponível em https://ufscar.associal.com.br/. Antes, porém, é importante separar as documentações necessárias e que estão listadas aqui: Ato Administrativo ProACE n.76, de 24, de abril de 2023. As pessoas que já participaram do processo de avaliação socioeconômico para ingresso em uma das modalidades de reserva de vagas do SiSU terão a possibilidade de utilizar as documentações que já foram enviadas e complementá-las com informações adicionais que estão indicadas no Ato Administrativo ProACE n.76.
Posteriormente, novos ciclos do processo de ingresso no PAE e atualização da lista do cadastro reserva serão organizados e informados no site www.bolsas.ufscar.br, acompanhando as próximas chamadas do SiSU, buscando, assim, uma articulação entre o ingresso e a permanência estudantil, necessário e importante para o processo de democratização do ensino superior no Brasil.
PAE na UFSCarA UFSCar possui o Programa de Assistência Estudantil (PAE), que beneficia mais de 2 mil estudantes de graduação, e está em sintonia com o Programa Nacional de Assistência Estudantil (PNAES), com o objetivo de democratizar as condições de permanência na educação superior pública federal; minimizar os efeitos das desigualdades sociais e regionais na permanência e conclusão da educação superior; reduzir as taxas de retenção e evasão e contribuir para a promoção da inclusão social pela educação.
É por meio do Programa de Assistência Estudantil que são organizadas e distribuídas as modalidades de bolsas que visam o apoio com moradia e alimentação estudantil. As pessoas que fazem parte do PAE acessam todas as refeições no Restaurante Universitário de forma gratuita e recebem um auxílio financeiro para colaborar com custeio de moradia ou passam a ter acesso às moradias estudantis localizadas, atualmente, nos campi de São Carlos e Sorocaba. Estudantes do PAE também podem acessar outras modalidades de bolsas como as que são organizadas pelo Programa Institucional de Acolhimento e Incentivo à Permanência Estudantil (PIAPE) e pelo Programa de Apoio às Práticas de Esporte e de Lazer (PAPEL), por exemplo.
Para saber as modalidades de bolsas e auxílios voltados para a permanência estudantil que a UFSCar disponibiliza, acesse este link. Desde 2023, o processo de ingresso no PAE passou a ser em ciclos contínuos, ou seja, no decorrer do ano, mais de um processo seletivo pode ocorrer. Para saber todos os detalhes sobre o processo seletivo para ingresso no PAE é preciso acessar o site www.bolsas.ufscar.br.
Acompanhe o calendário com as principais datas referentes ao processo de seleção para ingresso no PAE que também está disponível em www.bolsas.ufscar.br:
- 14/3/2024 a 16/3/2024: Inscrições e envio das documentações para participar do 1o. ciclo de processo de seleção do PAE no site https://ufscar.associal.com.br/
- 25/3/2024 - Resultado Preliminar no site www.bolsas.ufscar.br
- 25/3/2024 a 26/3/2024: Interposição de Recurso no site https://ufscar.associal.com.br/
- 29/3/2024: Resultado do Recurso e Resultado Final no site www.bolsas.ufscar.br
- Até 15/4/2024: Recebimento da primeira parcela das bolsas de assistência estudantil
SÃO CARLOS/SP - A estudante indígena Josineide Jacilda da Silva, mais conhecida como Vanessa Jacilda ou Vanessa Atikum, do Povo Atikum, de Pernambuco, inovou ao incluir, no âmbito da apresentação de seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) do curso de Licenciatura em Educação Especial da UFSCar, uma metodologia até então nunca usada na Universidade, o Tehêy (Pescaria de Conhecimentos).
Vanessa Atikum é do município de Carnaubeira da Penha, especificamente da Serra Umã, aldeia sede do povo Atikum. Ingressou na UFSCar em 2019, pelo Vestibular Indígena. Durante o curso, a estudante notou a ausência de estudantes indígenas com deficiência na Educação Superior. Essa inquietação a levou a estudar o assunto no seu trabalho final do curso de Licenciatura em Educação Especial. "A pesquisa se deu pela percepção da ausência desses estudantes na Universidade, os indígenas com deficiência. Notei desde o primeiro ano do curso e fui aprimorando essa questão até o momento de decidir pesquisar realmente sobre isso", explica.
A pesquisa, intitulada "Estudantes indígenas com deficiência na Educação Superior brasileira: revisão sistemática (2019 a 2023)", com orientação de Rosimeire Maria Orlando, docente do Departamento de Psicologia (DPsi) e coorientacão da pedagoga Adriana Maria Corsi, trata de uma revisão de literatura que busca identificar as produções que falam sobre estudantes indígenas com deficiência na Educação Superior brasileira ao mesmo tempo em que busca identificar o foco dessas produções. A banca contou com a participação dos professores Michele Aparecida de Sá e Marcos José de Aquino Pereira. "Na pesquisa também falo sobre o contexto histórico e político da educação escolar indígena no Brasil, desde a invasão dos portugueses", acrescenta.
"Destaco no trabalho apresentado pela estudante dois pontos principais: a temática que elegeu para o estudo ao investigar a interface entre Educação Superior e o estudante indígena com deficiência e o fato de ser escrito por uma estudante indígena e ter a possibilidade de trazer a cultura de seu povo e contribuir para a troca de aprendizados", aponta a orientadora.
Se o trabalho já se destaca pela abordagem escolhida, Vanessa Atikum foi além e inovou ao ser a primeira estudante da UFSCar a utilizar uma metodologia genuinamente indígena na apresentação de sua pesquisa. O Tehêy foi criado por Dona Liça Pataxó, educadora e liderança do povo Pataxó, de Minas Gerais, que consiste em uma coleta (pesca) de conhecimentos por meio de desenhos simbólicos representativos do tema de estudo e em contexto com a cultura dos povos originários.
"A ideia surgiu pela intenção de descolonizar a universidade e esse pensamento veio com as discussões do grupo de pesquisa ao qual faço parte, o Núcleo de Ação Libertadora Decolonial e Estudos de Indiagem Abiayala (Naldeia), um grupo de pesquisa específico para indígenas na pós-graduação, onde discutimos sobre autores indígenas e a importância da nossa presença na universidade. Além disso, tive apoio das indígenas do povo Pataxó para usar essa metodologia, sendo um importante passo para nós, estudantes indígenas da UFSCar, que temos a intenção de demarcar esse território chamado universidade", afirma a estudante.
O Tehêy foi usado no momento de apresentação do TCC, de forma narrativa, com uso de desenhos simbólicos para os povos indígenas, feitos em cartolina, e que transmitiam os elementos da pesquisa, como: objetivo, problema e metodologia. Na defesa do TCC, realizada no último dia 29 de janeiro, a indígena fez a fala de defesa e, ao final, descreveu todos os desenhos presentes para a banca e para o público presente.
Diferente das demais metodologias acadêmicas, que se baseiam em princípios científicos e empíricos, o Tehêy tem como base a narrativa e a experiência cultural. "O Tehêy valoriza o conhecimento dos povos indígenas agindo de forma descolonizadora dentro da universidade, mostrando ao mundo dos não-indígenas que podemos e temos a capacidade de termos nossas próprias metodologias educacionais, sendo livres da eurocêntrica da universidade."
A pesquisa desenvolvida pela estudante indígena e defendida em banca, comprovou a ausência de produções acadêmicas sobre estudantes indígenas com deficiência na Educação Superior brasileira, dentro do período e metodologia abordados. "De acordo com as Ações Afirmativas, esse público tem o direito à reserva de vagas e até chegam a ingressar na Educação Superior, porém não há publicações que falem sobre o acesso e a permanência. As buscas atingiram um total de zero resultados de produções acadêmicas sobre indígenas com deficiência na Educação Superior brasileira. Diante disso, destaca-se a inquietação: se há políticas de Ações Afirmativas que visam o acesso desse público na universidade, além da prerrogativa de Educação para Todos, por que essa ausência de produções é tão gigantesca nesse ambiente? Essa e outras indagações busco responder na minha pesquisa", conclui a estudante.
A inquietação acadêmica de Vanessa Atikum não para por aí. Ela já iniciou uma revisão sistemática de literatura para usar os dados do TCC e continuar no curso de mestrado, porém com um trabalho de campo, com coletas de dados e ouvindo diretamente esse público, sobre o acesso e a permanência na Educação Superior brasileira.
"Entendemos que a UFSCar, enquanto espaço de excelência e respeito à diversidade, só tem a ganhar ao se abrir para outras formas de apresentação das pesquisas, que partam de conhecimentos e práticas dos povos originários do território brasileiro. Trazer para a UFSCar uma metodologia significativa para indígenas, possibilitou, por meio dos desenhos e da pesquisa, criar um elo entre ancestralidade e ciência ocidental", finaliza Meire Orlando.
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