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Atividade é gratuita e aberta a todos os interessados

 

SÃO CARLOS/SP - Nesta quinta-feira, dia 1º de abril, será realizado pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) o Webinar "O cuidado a crianças com TEA: perspectivas da família, saúde e educação", proposto pela Liga Acadêmica da Saúde da Criança e Adolescente e pela Especialização em Enfermagem Pediátrica da Instituição. A atividade será transmitida pelo Youtube, a partir das 18 horas, aberta a todo o público.

A realização da atividade marca o início do Abril Azul, instituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) para conscientizar a sociedade sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA) e desmistificá-lo.

O tema do webinar será apresentado por Marli Moretti, presidente do Conselho da Pessoa com Deficiência de São Carlos e mãe de um adolescente com TEA; Marilia Pessali, psiquiatra; Amanda Pereira, educadora especial e psicopedagoga; e Diene Carlos, docente do Departamento de Enfermagem da UFSCar.

O evento online é aberto a todo o público e não há necessidade de inscrição prévia. Os participantes receberão certificado. A apresentação será às 18 horas, pelo Youtube (https://bit.ly/39u8zOh).

Livro recém-lançado reúne análises da relação entre militares e a crise brasileira

 

SÃO CARLOS/SP - "Não existe democracia com as Forças Armadas participando da política. Se participam, a democracia corre o sério risco da ala armada do poder político balançar as armas sempre que sente que está perdendo alguma coisa. Assim, se quisermos que a democracia volte a existir plenamente no Brasil, não há alternativa senão desmilitarizar o Estado. Qualquer coisa diferente significa aceitar que a democracia será limitada. Não existe meio termo."

As afirmações são de João Roberto Martins Filho, pesquisador vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Ciência Política (PPGPol) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) que há mais de 30 anos estuda o pensamento e a ação militar. Martins Filho é organizador do livro "Os militares e a crise brasileira" (acessível via https://bit.ly/3ucWipn), recém-lançado pela Alameda Editorial, com análises que buscam, dentre outras questões, compreender o papel dos militares no governo de Jair Bolsonaro.

No atual Governo Federal brasileiro, é grande o número de cargos ocupados por militares, da reserva e da ativa. Diante das frequentes polêmicas disparadas pela Presidência da República e pessoas ao redor, é comum o debate público sobre a concordância ou discordância desses militares, e sobre sua permanência ou retirada. Piero Leirner, um dos autores do livro e também docente da UFSCar, do Departamento de Ciências Sociais (DCSo), defende que essas aparentes discordâncias são parte de uma estratégia de permanência dos militares no poder, ainda que de forma dissimulada.

Esta estratégia estaria, segundo os pesquisadores, inclusive, na origem do projeto que levou Jair Bolsonaro à Presidência, projeto este que até mesmo analistas experientes demoraram a perceber. "Eu não percebi esse processo no momento exato em que estava acontecendo. Nós acompanhávamos a dinâmica política, escrevíamos sobre isso, mas o fundamental não entendemos", reconhece Martins Filho. Ele explica que passou despercebido inicialmente, no segundo governo de Dilma Rousseff e logo após o impeachment, o quanto era convergente a posição do Exército de construir a sua volta à política.

"Havia os generais que se expunham mais, como [Hamilton] Mourão e [Augusto] Heleno, mas imaginávamos que outros, especialmente o Comandante Villas Bôas [Eduardo Villas Bôas, Comandante do Exército Brasileiro entre o início de 2015 e janeiro de 2019], não concordavam. Mas ele e o [Sérgio] Etchegoyen [Ministro-Chefe do Gabinete de Segurança Institucional - GSI - da Presidência de Michel Temer] eram os articuladores, e não havia divergências", recupera Martins Filho.

Segundo o pesquisador, houve uma manobra deliberada para dissimular o projeto militar de volta à política. "Após o afastamento da Dilma, o Villas Bôas começou a dar muitas declarações aos jornais, repetindo que não haveria intervenção militar, golpe de Estado. Ele não estava mentindo. Eles já tinham resolvido que não havia condições para uma intervenção nos moldes clássicos, mas já tinham o projeto de voltar. Como nossa preocupação era o golpe militar, fomos enganados por essa manobra", avalia.

Já Piero Leirner conseguiu enxergar algumas pistas mais cedo. O pesquisador, antropólogo, iniciou seus estudos de militares na década de 1990 e, ao longo dos anos, se familiarizou com doutrinas e manuais de operações de informação, contrainformação e psicológicas. Ele diz que, como Martins Filho, não compreendeu imediatamente o que estavam pensando os militares logo após o impeachment de Dilma Rousseff, em 2016, mas que, ao longo de 2017, ao pesquisadores o que os militares estavam falando para o seu próprio meio, a situação mudou.

Uma das coisas que Leirner localizou foram menções à existência de uma "guerra híbrida", conceito que depois se tornaria central em suas análises. "O que eu ouvi de militares que ocupavam posições importantes - generais que comandaram postos chave - foi que existia uma guerra híbrida no Brasil, produzida pelo Partido dos Trabalhadores (PT), organizações não governamentais (ONGs) e minorias. Ou seja, que saía do próprio núcleo de governo um movimento de ataque visando sobretudo a fragmentação das Forças Armadas e, com ela, a fragmentação da nação", relata.

Analisando as redes sociais desses generais, Leirner chegou também a vídeo postado no final de 2014 por Carlos Bolsonaro em que o pai está na Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN) fazendo campanha à Presidência. "Ou seja, um mês após as eleições, ele está dentro da AMAN falando que vai concorrer à Presidência da República em 2018 e levar o Brasil em uma guinada à direita, e o corpo de cadetes o exalta como líder", descreve Leirner. "Nada acontece em um lugar como a AMAN sem autorização e, quando eu vi o vídeo, percebi que havia algo muito errado sendo produzido ali, a entrada da política com tudo para dentro do quartel. A ficha caiu de que existia um discurso do comando do Exército para fora e uma outra prática para dentro, e que havia um projeto dos militares de voltar ao poder", registra.

Piero Leirner conta que, a partir daí, decidiu estudar materiais ligados de alguma forma à ideia de guerra híbrida e concluiu ser esta a inspiração da ação militar naquele momento histórico. Este trabalho resultou, em 2020, na publicação do livro "O Brasil no espectro de uma guerra híbrida", também pela Alameda Editorial.

Corporativismo e dissimulação

"Militares são muito corporativos desde o início da sua formação e pensam, antes de mais nada, nos seus companheiros militares. O pilar da vida militar é a própria instituição militar. O grande problema foi que, a partir disso e da hierarquia, um grupo de generais arrastou a instituição em bloco para a sua ação política", afirma Leirner. "Ou seja, eu acho que não estamos mais falando de um grupo de militares isolados que estão compondo o governo, ou de uma ala militar como parte integrante do governo. Estamos falando da instituição militar de alguma maneira assumindo o governo de forma indireta", registra.

O pesquisador explica que, nas teorias das guerras híbridas, um dos principais aspectos é que a ação se dá justamente através do que é chamado de abordagem indireta, na qual se usa um agente proxy, algo como um procurador, ou serviço terceirizado, para chegar onde se quer.

Enquanto João Roberto Martins Filho avalia que parte do plano militar não deu certo, pelo excesso de exposição negativa devido, sobretudo, à gestão desastrosa da pandemia no Brasil, na visão de Piero Leirner estas não são fragilidades do projeto, mas algo já previsto na estratégia.

"Os militares usam Bolsonaro como esta espécie de agente proxy de seus interesses, mas este agente tem de estar sobretudo visivelmente distinto deles. É essencial que se tenha a ideia de que ele cooptou lideranças militares de maneira isolada, e não de que é uma construção dos militares para chegar ao poder de forma indireta", explica Leirner.

Segundo o pesquisador, o objetivo vai muito além da participação em cargos deste governo. "O plano é o imbricamento da lógica da guerra na lógica da política, de modo a construir um tipo de Estado que nunca mais se desfaça das posições em que eles vão se enraizar", expõe. Neste ponto, Leirner e Martins Filho concordam que, para tanto, o caminho é a o estabelecimento dos militares em uma máquina de inteligência - como o GSI - que se torna o coração do Estado. "Este é um coração do Estado no sentido de que passa a controlar todos os outros órgãos, controla orçamentos, as relações entre os outros poderes, e produz inteligência a ponto de controlar o processo eleitoral, por exemplo", ilustra Leirner.

"Ou seja, a gente não está mais falando de política propriamente dita, mas de uma outra coisa, do imbricamento da lógica militar com a lógica civil, que é o que eles chamam de guerra híbrida", conclui.

Futuro

Às vésperas do aniversário de 57 anos do golpe que deu origem à Ditadura Militar no Brasil, em 31 de março de 1964, Martins Filho e Leirner não veem o risco de uma nova intervenção de mesma natureza. Martins Filho pondera que, além de seguirem não existindo as condições, o golpe não é necessário, já que os militares já estão no poder e o desafio é apenas mantê-lo. Já Leirner destaca que o que está acontecendo é justamente uma estratégia para ganhar o tempo necessário ao aparelhamento do Estado.

"Imprevistos acontecem, e a pandemia certamente foi um imprevisto. Mas não acho que esteja chegando a afetar a credibilidade dos militares. É para isso mesmo que fazem uso desse agente proxy, uma espécie de para-raios em relação ao processo que os militares estão concretizando e que leva tempo. Para fazer acontecer sem serem percebidos, precisam que a coisa toda rode da maneira mais espalhafatosa possível", acredita Leirner. "E a imprensa está produzindo mais um anteparo que não permite a visibilidade desse processo, ao falar o tempo todo em uma ala racional militar que tenta controlar o Presidente, como se ele não fosse produto deles próprios", conclui.

"Houve um retrocesso tremendo na questão da memória. Hoje em dia defender a Ditadura Militar e defender torturador passou a ser legítimo. E eu concordo que a imagem do Exército não piorou para a maior parte da população", concorda Martins Filho. "Mas, para alguns setores minoritários, professores, estudantes, artistas, cientistas, e até mesmo uma parcela dos jornalistas, há um desprestígio muito grande. Então, ainda que a chance seja pequena, estamos em uma situação em que existe uma possibilidade de que o fracasso dessa aventura de retomada do Estado abra uma possibilidade mais democrática para o Brasil. E, neste futuro possível, nós não podemos permitir que as pessoas comemorem o Golpe de 64 e elogiem torturadores em hipótese nenhuma", pondera.

Dentre outras atribuições, entidade titula especialistas da área e reúne cerca de 200 profissionais entre os associados

 

SÃO CARLOS/SP - O professor Tiago da Silva Alexandre, docente do Departamento de Gerontologia (DGero) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), foi eleito, na última semana, presidente da Associação Brasileira de Fisioterapia em Gerontologia (Abrafige) para um mandato de dois anos. Além da experiência na gestão de outras entidades, Tiago Alexandre também tem forte atuação em pesquisas na área.

A Fisioterapia em Gerontologia atende a população idosa, ou seja, aqueles com mais de 60 anos de idade, e é uma especialidade recente, reconhecida há quatro pelo Conselho Federal de Fisioterapia. Os principais cenários de atuação dos profissionais da área são: hospitais, ambulatórios, clínicas, instituições de longa permanência para idosos, centros-dia, ambiente domiciliar, ensino, pesquisa e gestão de serviços.

"Entretanto, o mais importante é que esse profissional especialista, além de todo o conhecimento acerca do processo do envelhecimento, sabe lidar com as síndromes geriátricas, altamente prevalentes nessa população, e com a alta carga de multimorbidades que afligem o idoso, o que faz dele um profissional diferenciado dos demais", destaca o docente da UFSCar e novo presidente da Abrafige.

A Associação foi fundada em 2017 e, dentre suas finalidades, está reunir fisioterapeutas especialistas em Gerontologia de todo o território nacional para fins técnicos, científicos e culturais; contribuir para fortalecer e promover assistência qualificada na área tanto no Sistema Único de Saúde (SUS) como no sistema privado; organizar, promover e realizar eventos; desenvolver e implementar estratégias para a capacitação e atualização de especialistas em Fisioterapia em Gerontologia, bem como estabelecer os critérios e as diretrizes de concessão do título de especialista e seus associados em conformidade com a legislação vigente. Informações completas sobre a Abrafige podem ser acessadas no site www.abrafige.com.br.

Eleição e propostas

A eleição do professor Tiago Alexandre e da nova equipe gestora foi realizada na última semana, de forma online, e contou com a participação de todos os associados que escolheram, por unanimidade, a chapa vencedora. O novo presidente da Associação considera que a vitória é reflexo de diversos fatores, como sua atuação na fundação da Abrafige; sua experiência como diretor científico da entidade nas duas primeiras gestões e seu conhecimento administrativo em outras sociedades; além da sua atuação acadêmica e como pesquisador. "Tudo isso permitiu que eu pudesse reunir um grupo que conduzirá os trabalhos de nossa associação nos próximos dois anos", refletiu.

Dentre as propostas da nova gestão, Tiago Alexandre destaca os desafios de aumentar o número de sócios e de titulados pelo Brasil; aprimorar o gerenciamento da entidade e ampliar a divulgação da especialidade; ofertar cursos de aprimoramento e realizar o I Congresso Brasileiro de Fisioterapia em Gerontologia. Além disso, o novo presidente cita a proposta de realizar a segunda prova de título de especialista da Associação, a articulação com cursos de Especialização e Residências em Fisioterapia em Gerontologia existentes no Brasil, e a defesa dos interesses técnicos e aprimoramento dos procedimentos da área junto ao SUS e à iniciativa privada. Além do professor da UFSCar, a chapa "Todos pela Especialidade" tem profissionais com atuação reconhecida em diversas regiões do Brasil. O grupo tomará posse em abril.

Currículo

Tiago Alexandre da Silva é fisioterapeuta, tem especialização em Gerontologia, realizou metrado e doutorado em reconhecidas instituições brasileiras e estrangeiras e fez pós-doutorado no Departamento de Saúde Pública e Epidemiologia da University College London (UK). Ele é docente do DGero da UFSCar e orientador permanente dos Programas de Pós-Graduação em Fisioterapia (Conceito 7 CAPES) e Pós-Graduação em Gerontologia (Conceito 3 CAPES) da Universidade, além de ter sido coordenador multicampi de acompanhamento de Programas de Pós-Graduação na Pró-Reitoria de Pós-Graduação da Instituição, entre 2018 e 2021. Tem ampla atuação em entidades como Abrafige e a Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. Na área de pesquisa é Bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNpq (nível2), líder do Grupo de Pesquisa "Epidemiologia e Envelhecimento", desenvolvendo e orientando estudos em: Epidemiologia da Fragilidade e Estratégias de Enfrentamento; Envelhecimento Osteomuscular: Impactos Funcionais e Mecanismos de Reabilitação; Transtornos Mentais Neurocognitivos: Epidemiologia, Fatores Associados e Instrumentos de Avaliação; e Família e Cuidador. Além disso, o docente coordena o International Collaboration of Longitudinal Studies of Aging (InterCoLAging), um consórcio de estudos longitudinais de vários países, sediado no DGero, e coordena o estudo "Envelhecimento Musculoesquelético: repercussões metabólicas, funcionais e risco de mortalidade em pessoas com mais de 50 anos de idade", um Projeto Jovem Pesquisador financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Ação é fruto da articulação entre a Secretaria Municipal de Saúde e o Hospital Universitário

 

SÃO CARLOS/SP - Desde a semana passada, o Hospital Universitário da Universidade Federal de São Carlos (HU-UFSCar/Ebserh) está promovendo capacitações para médicos que atuam nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) do município e médicos residentes. As atividades são realizadas em encontros presenciais na Unidade de Simulação em Saúde (USS), que fica na área Norte do Campus São Carlos, seguindo todos os protocolos de segurança recomendados em virtude da pandemia de Covid-19.

As capacitações "Atuação médica na parada cardiorrespiratória" e "Acesso a vias aéreas superiores (intubação)" foram realizadas em cinco encontros com 33 médicos que atuam nas UPAs da cidade. Nas próximas duas semanas, outra turma de profissionais médicos e residentes participa de capacitações com a temática "Parada cardiorrespiratória e ventilação pulmonar". As capacitações consistem em aulas expositivas e práticas simuladas em manequins, orientadas por Paulo Ramacciotti, chefe da Unidade de Gerenciamento de Atividades de pós-graduação do HU, e Paulo de Oliveira Vasconcelos Filho, docente do Departamento de Medicina da UFSCar.

A organização e realização das atividades também contam com o apoio de Rafael Luporini, docente do DMed e coordenador da USS, e a colaboração de Flávia Cassemiro, técnica de Enfermagem da Unidade. 

Thiago Russo, gerente de Ensino e Pesquisa do HU e docente do Departamento de Fisioterapia da UFSCar, fala sobre o objetivo das capacitações: "Apoiar a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de São Carlos na capacitação dos profissionais médicos que atuam nas unidades de pronto atendimento da cidade. Trata-se de uma ação importante que mostra a articulação entre SMS e a UFSCar".

Para Amanda Tobal Verro, médica de uma UPA de São Carlos que participou da primeira turma dessas capacitações, "o curso é de extrema excelência, fornecendo conteúdo teórico e prático, que não recebemos no nosso dia a dia. As aulas práticas tiveram conteúdo muito atualizado, tanto da Sociedade Brasileira de Anestesiologia, quanto de sites internacionais que fornecem o conteúdo mais novo que existe". Além das novidades, a médica ressaltou a oportunidade de colocar em prática as técnicas de intubação e acessos centrais dos pacientes e também destacou a qualidade do material disponibilizado no curso. 

De acordo com Russo, novas capacitações serão oferecidas para atender outras demandas da SMS de São Carlos e também para outros grupos de profissionais, como os enfermeiros.

Estudos apontam importância da relação entre metabolismo e temperatura do ambiente na estruturação de comunidades aquáticas

 

SÃO CARLOS/SP - Ao longo dos séculos, cientistas criaram diferentes teorias para explicar a biodiversidade, ou seja, a variabilidade de organismos vivos de todas as espécies existentes ao redor do mundo. Além da explicação, essas teorias são fundamentais também para os esforços de proteção e conservação de espécies.

Duas das teorias mais importantes são as chamadas teoria nicho-neutra, que remonta ao início do século XX, e a teoria metabólica, já dos anos 2000. Agora, Victor Satoru Saito, docente do Departamento de Ciências Ambientais (DCAm) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), juntamente com dois pesquisadores baseados na Inglaterra - Daniel M. Perkins, da Universidade de Roehampton, e Pavel Kratina, da Universidade Queen Mary -, traz um novo olhar que integra essas teorias, buscando melhor entendimento da biodiversidade, especialmente em ecossistemas aquáticos.

A motivação para a pesquisa surgiu da constatação de diferenças na biodiversidade de animais aquáticos em ambientes brasileiros e europeus. "Nós fazíamos os mesmos estudos em peixes e insetos, por exemplo, e percebíamos a diferença. Foi a partir desses dados que resolvemos unir teorias e buscar explicações para essas diferenças", lembra Saito.

"A teoria do nicho é aquela determinística, que defende a sobrevivência de determinada espécie com base no ambiente em que vive. Em uma vegetação de área árida, por exemplo, existirá um tipo de espécie, que possui adaptações próprias para viver naquele ambiente. Em uma floresta pluvial, as espécies que estão sobrevivendo têm estratégias diferentes", exemplifica.

A teoria neutra, dos anos 2000, inicialmente contrastou com a do nicho, por entender que processos aleatórios não relacionados às adaptações, chamados de estocásticos, seriam mais importantes para explicar a biodiversidade. "Em uma população de elefantes, por exemplo, quando se reproduzem, há chances, aleatórias, de os filhotes nascerem machos ou fêmeas. Se todos os filhotes aleatoriamente nascem machos, a população será extinta", pontua Saito.

Com o tempo, no entanto, os pesquisadores entenderam que as duas teorias coexistem. "Elas já são vistas na literatura como uma teoria unificada, conhecida por teoria nicho-neutra, pois, em determinadas situações, as comunidades naturais claramente são estruturadas pelo nicho; em outras, por processos aleatórios. A questão é que não se sabe, exatamente, os motivos pelos quais determinada comunidade é estruturada de acordo com uma ou outra teoria", esclarece o docente.

Assim, os estudos de Saito e colaboradores são uma tentativa de compreender esses motivos. "Tentamos entender o que está por trás dessas variações, de comunidades mais estocásticas e de comunidades mais determinísticas. Para isso, unimos a teoria nicho-neutra com a teoria metabólica", adianta o pesquisador da UFSCar.

Metabolismo e biodiversidade

Saito explica que a teoria metabólica da ecologia, surgida formalmente em 2004, avançou separadamente da nicho-neutra. "A metabólica, que não dialogava com a nicho-neutra, indica que o metabolismo dos organismos determina fortemente o que se encontra na natureza", sintetiza. O pesquisador define que metabolismo diz respeito a todas as atividades biológicas que determinado organismo faz para se manter vivo. "A maneira como respiramos faz parte do nosso metabolismo, assim como a reprodução e a alimentação - são ações que mostram como estamos gastando energia, dentre muitas outras que realizamos", explica.

Dois fatores são importantes para caracterizar o metabolismo de um organismo: o seu tamanho e a temperatura do ambiente. Em relação ao tamanho, o metabolismo do ser humano, por exemplo, é diferente do de outros animais, como baleia, rato ou sapo, devido à estrutura corpórea. "Uma população de elefantes, novamente, é bem menor do que a de ratos, já que ele tem metabolismo lento e precisa de muita energia para manter o seu corpo gigante. O rato, ao contrário, tem o metabolismo acelerado e, assim, desenvolvimento rápido, podendo ter muitos filhotes", exemplifica Saito.

Mas a temperatura do ambiente também influencia diretamente no entendimento da manutenção e de comportamentos de determinada comunidade, especialmente daquelas em que os organismos não controlam a temperatura corpórea, como insetos aquáticos, peixes e anfíbios.

"Em organismos ectotérmicos, a temperatura do corpo é igual à temperatura do ambiente. Assim, a temperatura é muito importante para o metabolismo. Quanto maior ela é, mais rápido é o metabolismo, já que ele é basicamente um conjunto de reações químicas, que acontecem mais rapidamente em um ambiente quente. Um sapo, por exemplo, num ambiente frio, terá reações mais lentas em seu corpo, portanto um metabolismo mais lento. No quente, as reações acontecem rápido, fazendo com que o metabolismo seja acelerado", explica o pesquisador.

Assim, a estruturação dessas populações é diferente no ambiente quente e no ambiente frio. Com mais reações químicas acontecendo rapidamente no ambiente quente, os organismos gastam mais energia para realizar suas atividades. Isso faz com que sobre pouca energia para a reprodução. Portanto, as populações dos animais ectotérmicos nesses ambientes são menores do que em um ambiente frio, onde o gasto energético é menor e sobra mais energia para a reprodução.

"Sabemos que em um riacho da Finlândia, por exemplo, há cinco vezes mais insetos aquáticos do que em um riacho da Mata Atlântica, em São Paulo. Se no frio eles 'economizam' energia, então sobra mais energia para reprodução", conta Saito. "Outra diferença é que temos espécies anuais de insetos na Finlândia. Então, cada população tem o ciclo de um ano inteiro para virar adulto, para botar ovo de novo. Já no Brasil, temos três ou quatro gerações de insetos em um ano só, já que viram adultos e morrem mais rapidamente, e assim, as populações acabam ficando pequenas", complementa.

Em resumo: se o animal é maior, reproduz menos; se o animal é maior e vive em ambiente quente, menos ainda. Com isso, a população se torna pequena. E é nesse raciocínio que vem a proposta que mescla a teoria metabólica com a nicho-neutra: em ambiente quente, o metabolismo se comporta de tal forma que há menos energia para reprodução (teoria metabólica) e, portanto, as populações tendem a ser pequenas. Consequentemente, elas são mais propícias a serem dependentes de processos aleatórios (teoria nicho-neutra). "Se a população já é pequena, e se, com a reprodução, os que nascem são machos, ela tem bem mais chance de entrar em extinção; já em populações grandes, a chance de nascerem machos e fêmeas é muito maior, portanto os processos aleatórios não influenciam tanto quanto em populações menores", explica Saito.

Próximos passos

O trabalho dos pesquisadores foca na ecologia animal de insetos aquáticos e peixes, mas, segundo Saito, os estudos são promissores para outros tipos de animais e até plantas, tendo em vista que o metabolismo existe em todos os grupos. A partir dos estudos teóricos, os próximos passos consistem na coleta aplicada de dados para verificarem se, de fato, teoria e prática funcionam juntas.

O pesquisador da UFSCar destaca como os estudos teóricos são essenciais para o monitoramento da biodiversidade no mundo. "Quando pensamos em perda da biodiversidade, há uma visão muito voltada à teoria do nicho, com a ideia de que a preservação do ambiente é, necessariamente, a preservação de uma espécie. Mas nosso trabalho mostra que a questão é bem mais complexa e que existem outros fatores para monitorarmos essa biodiversidade de forma mais apurada".

"No ambiente frio, em que as espécies são mais estruturadas por processos de nicho, é mais claro que conseguiremos proteger a população de uma espécie se protegermos o seu ambiente. Já no quente, a proteção do ambiente talvez não seja a única forma de preservar as espécies ali presentes. Encontramos, portanto, um grande desafio para o monitoramento da diversidade em ambientes quentes como no Brasil, e enxergar que existem essas variáveis permite a reflexão sobre estratégias que considerem essa realidade. É preciso considerar que os processos aleatórios são fortes em ambientes quentes, e com isso entender melhor, inclusive, os motivos pelos quais algumas estratégias de conservação e proteção falham", reflete Saito.

As conclusões dos autores foram publicadas na revista Trends in Ecology & Evolution, em artigo intitulado "A metabolic perspective of stochastic community assembly". O texto pode ser acessado em https://bit.ly/2P925gt.

Novo episódio da série está disponível em diferentes plataformas online

 

SOROCABA/SP - O projeto de extensão "Bamo Proseá? Cotidiano e Cultura Caipira", do Campus Sorocaba da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), promove uma série de podcasts voltados ao universo caipira. Os episódios tratam de assuntos relacionados à música e à viola, à culinária, à literatura, às crenças e religiosidades, entre outros temas.

Agora, além dos podcasts, o "Bamo Proseá?" está lançando uma sessão que é uma conversa mais curta: o "Dedo de Prosa", cujo episódio de estreia aborda o samba caipira de Quadra. Os convidados - Rafael Sant’Ana e Érica Vaz - contam sobre as origens do samba caipira e destacam o grupo Filhos de Quadra, com suas composições registradas em uma escrita simples e à mão, de João de Ditão.

O "Dedo de Prosa" e todas as edições do "Bamo Proseá?" estão disponíveis no Instagram (instagram.com/bamoprosea), Facebook (facebook.com/bamo.prosea.7), Spotify (https://spoti.fi/33Adold) e Google Podcasts (http://bit.ly/3uE0u2x).

A equipe do projeto é formada pela geógrafa Neusa de Fátima Mariano, professora do Departamento de Geografia, Turismo e Humanidades (DGTH-So) da UFSCar; pelo historiador Elton Bruno Ferreira, professor da Universidade Cruzeiro do Sul (UNICSul); pelo geógrafo e professor Henrique Pazetti; pelo mestre em Geografia Paulo Lopes, técnico de laboratório do DGTH-So; e por Mayre Carriel, graduanda em Geografia do Campus Sorocaba da Universidade.
Dúvidas e sugestões de temas podem ser enviadas pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

Encontro destacou os impactos das alterações em plantas e atividades agropecuárias e o papel dos oceanos na regulação do clima

 

SÃO CARLOS/SP - A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) inaugurou na última quinta-feira (25/3) a série de eventos "Ciência UFSCar", com o tema "Mudanças climáticas: impactos sobre oceanos e plantas". O debate ocorreu no escopo de uma série de efemérides do mês de março: o Dia Nacional de Conscientização sobre as Mudanças Climáticas (16/3), o Dia Mundial da Água (22/3) e a Hora do Planeta (27/3).

A iniciativa, mediada pela jornalista Mariana Pezzo, assessora para Comunicação Científica da UFSCar, tem o intuito de democratizar o acesso ao conhecimento e colocá-lo em diálogo com outros saberes e com as principais demandas, desafios e problemas da sociedade, por meio da participação de diferentes atores sociais.

O primeiro encontro teve a presença de Hugo Sarmento, docente do Departamento de Hidrobiologia (DHb) da UFSCar, e Carlos Henrique Britto de A. Prado, do Departamento de Botânica (DB), ambos envolvidos em grandes projetos de investigação sobre impactos das mudanças climáticas.

Inicialmente, os pesquisadores esclareceram o que se entende por mudanças climáticas, fenômeno acelerado pelas atividades humanas (como queima de combustíveis fósseis, atividades industriais e de transportes, descarte incorreto de resíduos sólidos e desmatamento) que provoca alterações no clima - envolvendo o aumento de gases de efeito estufa na atmosfera, alterações de temperatura, de intensidade de chuvas e outros - e consequentes riscos para o futuro de todo o Planeta.

Prado trouxe ao debate estimativas para 2050 de elevações significativas na concentração de dióxido de carbônico (CO2) na atmosfera e na temperatura. "São alterações drásticas que afetarão todo o ecossistema. A situação de alarme é importante, porque as pessoas começam a prestar mais atenção à temática, mas ele não pode ser paralisante; é preciso e necessário buscar conhecimento e alternativas para revertermos o cenário", frisou o docente.

O pesquisador enfatizou os impactos das mudanças climáticas sobre atividades agropecuárias e, mais especificamente, sobre plantas forrageiras (usadas na alimentação de animais). Ele relatou as ações e resultados do experimento MINI-FACE, financiado pelo Programa de Pesquisa em Mudanças Climáticas Globais da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), do qual participou.

O experimento analisou justamente possíveis impactos das mudanças climáticas sobre plantas forrageiras e, nas palavras do docente, os resultados não trouxeram boas notícias. "Nós precisamos nos preparar para esse novo cenário. Para isso, temos conhecimento, tecnologia e pessoas competentes, inclusive para a recuperação de áreas já prejudicadas. Se começarmos a agir agora, em cinco anos sentiremos diferença na paisagem. Em 10, na climatologia. Em 50, podemos recuperar as áreas devastadas até o momento", enfatizou.

Já Sarmento explicou o papel dos oceanos na regulação do clima, afirmando que eles são o verdadeiro pulmão do planeta. O docente explicou como o microbioma oceânico - formado por uma imensa diversidade de microrganismos - tem papel fundamental na regulação do ciclo de carbono na Terra e é, concomitantemente, bastante impactado pelas mudanças climáticas. O aumento de CO2 na atmosfera e, consequentemente, no mar, afeta diretamente os organismos no oceano, que fica mais ácido, o que pode resultar inclusive na extinção de espécies. E, com a saúde do oceano prejudicada, a saúde do Planeta também sofre consequências danosas.

O docente apresentou o projeto internacional AtlantECO, que reúne 36 organizações de 13 países, com financiamento da União Europeia, e objetiva realizar estudos baseados no microbioma do Oceano Atlântico para investigação das mudanças climáticas e predição do futuro dos serviços ecossistêmicos marinhos. Uma de suas ações consiste em levar o conhecimento sobre os oceanos para as escolas, promovendo uma educação científica para que, desde jovens, os alunos entendam as peculiaridades do mundo do mar.

O "Ciência UFSCar" contou com cobertura ao vivo no Twitter @ciencia_ufscar, e o debate está disponível nos canais da UFSCar no YouTube (http://youtube.com/c/ufscaroficial) e no Facebook (http://facebook.com/ufscaroficial).

Álbum Ciranda de Junho agrada a crianças e adultos e já está disponível na Internet

 

SÃO CARLOS/SP - O professor Antonio Carlos Leme Junior, do Departamento de Artes e Comunicação (DAC) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) produziu, ao longo do ano passado, um álbum de canções infantis, o "Ciranda de Junho" (https://spoti.fi/3ejhlSv). 

Lançado em 2020, o EP (álbum em formato mais curto) tem quatro canções e, embora seja voltado ao público infantil, também agrada aos adultos. Temas como animais, brincadeiras infantis e conversas sobre a passagem do tempo estão presentes nas canções, que trazem "um itinerário harmônico rico e até uma experimentação com acentuações métricas pouco usuais em músicas infantis", ressalta o professor.

As canções de "Ciranda de Junho" são fruto do trabalho de Jr, o Antonio (nome artístico do docente) como educador musical infantil na Escola de Música Heitor Villa-Lobos, em Americana (SP), onde atuou antes de ingressar na UFSCar. Assim, o processo criativo teve seu início no contato com as crianças em sala de aula. "Compus letra e música com o objetivo de serem praticadas em sala, inicialmente visando ao estudo de alguns aspectos da estrutura musical, com temáticas infantis nas letras e sonoridades musicalmente ricas em termos melódicos, rítmicos e harmônicos. Mas mais do que isso, sempre tiveram o intuito de servirem a uma experiência estética: algo belo, que fosse só nosso. As crianças adoravam o fato de que, como eram canções inéditas, a ‘estreia mundial’ estava ocorrendo ali, na aula delas e pelas vozes delas", relembra.

Para o professor, que ministra disciplinas no curso de Licenciatura em Música da UFSCar e cursa doutorado no Programa de Pós-Graduação em Psicologia (PPGPsi), também na Universidade, "a infância é algo revolucionário em termos de fluxo de pensamento. As categorias que regem a vida do adulto ainda não estão bem formadas, o que possibilita associações que, se feitas por um adulto, diríamos ser alguém muito 'criativo'. Isso é uma fonte preciosa de inspiração", complementa. 

O processo de criação, segundo o músico, foi sempre determinado pelas linhas melódicas e, a partir delas, a busca de palavras que se encaixassem nessas linhas. "As acentuações da melodia sugerem palavras e frases, gerando o que chamamos de prosódia", explica. "Quando alguém diz que essa ou aquela música 'grudam', pode apostar: é por causa de uma prosódia legal. Por isso, é este meu ponto de partida. Só depois da letra e melodia estabelecidas é que recorro ao piano, para achar os acordes que sirvam à melodia, às vezes em conformidade e às vezes criando algum conflito.... é o contar de uma história, que se dá por meio de palavras, mas também - e sobretudo - de elementos sem sentido semântico, mas plenos de sentido musical: ritmos, melodias e as combinações de sons a que chamamos harmonia. Por essas e outras, o álbum tem sido bem recebido entre crianças e adultos, o que foi uma surpresa muito bem-vinda".

Contatos constantes e virtuais
O professor revela que as composições vêm sendo organizadas desde 2012: "Dar vida a estas canções possibilitou a reunião simbólica com todas as pessoas importantes com quem vivi nestes quase dez anos. É esta, para mim, a grande contribuição da música e da arte em geral nestes tempos em que o encontro literal com tantas coisas que amamos está impedido: propiciar este encontro metafórico, que para nós tem um aspecto fortemente curativo". 
"Embora o processo tenha sido todo meu (composição, gravação, mixagem etc.), foi bem coletivo na medida em que minha família e amigos mais próximos fizeram a gentileza de ouvir cada mínima mudança, cada nova gravação até chegar no resultado final". Nesse trabalho, o autor destaca o papel do irmão, que ouviu inúmeras versões de cada música. Já a criação da capa do álbum ficou por conta da artista visual Stephanie de Oliveira (www.instagram.com/tuelha), formada em Imagem e Som pela UFSCar. 

O álbum
A música que dá nome ao álbum, "Ciranda de Junho", apresenta um eu lírico feminino expondo toda sua empolgação com a festa de São João que está por vir (daí a referência ao mês), e para isso faz uso de vocabulário e elementos típicos do interior do Brasil. Ainda integram o álbum as canções "Pacatatucotianão", "Do Tempo Que Tem" e "Ukulelanto", cada uma com suas especificidades poéticas e musicais. 

Nas canções, o professor buscou "falar de assuntos relevantes para a infância em si, e isso significa, frequentemente, algo muito diferente do que o adulto supõe. Parte desse universo foi abordado no álbum, mas uma parte ainda maior está reservada para os próximos".

O álbum "Ciranda de Junho" e outras produções do docente Antonio Carlos Leme Junior - o Jr, o Antonio - podem ser ouvidos nas principais plataformas de streaming como Spotify (https://spoti.fi/30U4K01), iTunes e AppleMusic, e também no Youtube (https://bit.ly/3s3cg4O). Mais informações podem ser acessadas no perfil do professor no Instagram (www.instagram.com/jr_o_antonio) e também solicitadas pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

Acesso está restrito às pessoas que trabalham na Universidade, e com limitação também de acordo com faixas de horário

 

SÃO CARLOS/SP - A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) informa que, devido à situação cada vez mais crítica da pandemia de Covid-19 em todo o Brasil e, muito particularmente, nas regiões onde a UFSCar está instalada, em resposta a demandas e necessidades urgentes para diminuição dos riscos de contaminação no interior dos próprios campi e em cumprimento às determinações da Fase Emergencial do Plano São Paulo, serão aplicadas novas medidas restritivas para limitação da circulação nos quatro campi - Araras, São Carlos, Sorocaba e Lagoa do Sino - a partir da próxima segunda-feira (29/3).

A proposta aprovada na sexta-feira (26/3) pelo Conselho Universitário (ConsUni) define que a entrada nos campi está autorizada apenas à comunidade universitária (docentes, técnico-administrativos, estudantes e prestadores de serviços terceirizados). A comunidade terá este acesso liberado (mediante identificação) entre 6 e 20 horas. Fora deste horário (entre 20 e 6 horas, portanto), e aos finais de semana, a entrada será permitida apenas a residentes da moradia estudantil e pessoas da comunidade atuantes em atividades essenciais, que estejam previamente autorizados pelas áreas (a partir de listas que serão elaboradas por Diretores de Centro e Chefes de Departamentos nos próximos dias, por meio de procedimentos que estão sendo estabelecidos).

Também ficou estabelecido o funcionamento de apenas um acesso ao Campus São Carlos, que será a portaria da Área Sul.

As medidas seguem vigentes por tempo indeterminado, com reavaliação permanente com base no cenário pandêmico.

As novas restrições se fazem indispensáveis para assegurar a saúde e segurança da comunidade universitária, especialmente residentes no Campus São Carlos e trabalhadores em atividades essenciais, bem como de toda a população, diante da ainda grande circulação de pessoas e eventuais aglomerações nas áreas externas do Campus para práticas de lazer e atividade física.

Ciente da importância dessas atividades para a saúde física e mental de todas as pessoas, a Administração Superior da UFSCar lamenta a necessidade de sua interrupção, mas reitera serem estas as únicas medidas capazes de conter a transmissão da Covid-19 neste momento e, com isso, voltar a contar com a possibilidade de medidas para controle, mitigação e, esperamos que em um futuro não tão distante, fim da pandemia.

"Nosso compromisso é com a preservação da vida. Estamos no momento mais crítico da pandemia desde o seu início no Brasil, e é nosso dever enquanto universidade intensificar as ações para o seu enfrentamento, ações de fato eficazes, baseadas na Ciência, para garantir a segurança e a saúde da nossa comunidade e da população em geral, bem como dar o exemplo e ser fonte de inspiração para a sociedade como um todo", destaca a Reitora Ana Beatriz de Oliveira, que se dirigiu à comunidade universitária e à população como um todo também em vídeo disponível em https://bit.ly/2QJ5uDt.

A decisão inclui, também, a realização de campanha para orientar todas as pessoas sobre a obrigatoriedade e o correto uso de máscaras nas dependências da UFSCar, bem como informar a sociedade sobre as normas adotadas como medida necessária e eficaz para controlar a pandemia, além de sensibilizar o poder público para que ações semelhantes de isolamento social rígido sejam adotadas nos municípios onde a UFSCar está inserida, bem como em todo o País.

45% do total de estudantes são de Sorocaba e região; Universidade oferta cursos gratuitos de graduação, mestrado e doutorado

 

SOROCABA/SP - No último dia 17 de março, a UFSCar completou 15 anos do início de sua atuação na cidade de Sorocaba. As aulas da UFSCar no município tiveram início em 2006, provisoriamente, na Faculdade de Engenharia de Sorocaba (Facens) e na empresa NCH. Em 2008, as atividades de ensino, pesquisa e extensão passaram a ser realizadas definitivamente no campus universitário, na Rodovia João Leme dos Santos, em área de 70 hectares doada pela Prefeitura de Sorocaba.

Dos aproximadamente 8 mil m² construídos em 2008, a UFSCar-Sorocaba, hoje, já ultrapassou os 48 mil m², distribuídos entre três centros acadêmicos, cinco edifícios de salas de aulas e laboratórios. Nesses edifícios, há 66 laboratórios totalmente equipados, sendo 28 deles (2.410 m²) construídos exclusivamente para as atividades de pesquisa científica e pós-graduação. Há também três auditórios, um viveiro florestal, biblioteca, restaurante universitário, ambulatório, espaço de convivência estudantil, quadra esportiva e campo de futebol com pista de atletismo. O campus tem como eixo norteador a questão da sustentabilidade em todos os seus aspectos.

Isso se reflete no planejamento da ocupação física, nos métodos construtivos empregados, projetos pedagógicos dos cursos e nos temas de pesquisa, dentre outros.
Além disso, desde o início da sua implantação, a UFSCar-Sorocaba mais que triplicou o número de seus cursos de graduação. Em 2006, eram quatro cursos; hoje, são 14 graduações oferecidas gratuitamente; foram criados, ao longo desses 15 anos, 13 programas de pós-graduação - com cursos de mestrado e doutorado também gratuitos - e realizadas mais de 1.500 atividades de extensão em diferentes áreas do conhecimento. No contexto atual, a UFSCar-Sorocaba conta com 2.679 estudantes de graduação, 487 de pós-graduação; 183 docentes em regime de dedicação exclusiva, sendo 98,9% doutores; 113 servidores técnico-administrativos e 50 colaboradores terceirizados comprometidos com o desenvolvimento da Universidade.

"Todos os cursos de graduação e de mestrado e doutorado são completamente gratuitos e oferecem formação acadêmica e profissional de alta qualidade para a população de Sorocaba e da sua região metropolitana, além de atrair jovens de outras partes do estado e do País", destaca Karina Martins, Diretora da UFSCar-Sorocaba. Atualmente, do total de estudantes de graduação, aproximadamente 45% são oriundos da própria cidade de Sorocaba e de outros 24 municípios da região metropolitana, o que revela como a Universidade se tornou uma opção viável para os sorocabanos que sonham com o Ensino Superior. "Diante desse cenário, é com satisfação que afirmamos que Sorocaba conta com a sua universidade federal - a UFSCar -, pois ela é a escolhida por muitas e muitos jovens da cidade que buscam formação qualificada e almejam sucesso pessoal e profissional", celebra Martins.

Mais que os cursos de graduação e pós-graduação ofertados à população, para a Diretora é importante também destacar como a UFSCar veio construindo a sua identificação com a cidade de Sorocaba e sua região metropolitana. "São 15 anos que percorremos estreitando laços com a cidade e a região que nos abriga - firmamos mais de 400 parcerias com empresas e outras organizações públicas e privadas vizinhas - e atuamos em projetos que impactam de modo positivo a Educação Básica pública, o meio ambiente, a economia e o turismo locais", revela a Diretora.

Cursos ofertados
Os cursos de graduação ofertados são: Engenharia de Produção, Turismo, Engenharia Florestal, Bacharelado em Ciências Biológicas, Ciência da Computação, Ciências Econômicas, Administração, Pedagogia e as Licenciaturas em Ciências Biológicas (Integral e Noturno), Física, Geografia, Matemática e Química. Também são oferecidos cursos de mestrado acadêmico em Administração, Economia, Engenharia de Produção, Ciência da Computação, Geografia e Estudos da Condição Humana, além dos cursos de mestrado profissional em Sustentabilidade e Gestão Ambiental e em Ensino de Física. Os programas de pós-graduação nas áreas de Ciência dos Materiais, Recursos Renováveis, Educação e Biotecnologia e Monitoramento Ambiental oferecem cursos de mestrado e doutorado.

O ingresso nos cursos de graduação é feito pelo Sistema de Seleção Unificada (SiSU) do Governo Federal, que utiliza as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A UFSCar é pioneira na reserva de vagas para pessoas que concluíram o Ensino Médio em escolas públicas e para as autodeclaradas pretas e pardas. Há também reserva de vagas e ingresso diferenciado para indígenas e pessoas em condição de refúgio. "Dessa forma, reforçamos o nosso compromisso social com a equidade, empreendendo esforços para que todas as pessoas, principalmente as mais vulneráveis socioeconomicamente, tenham oportunidades de construir um futuro melhor pelas vias da Educação Superior pública, gratuita e de qualidade", ressalta Martins.

No que se refere ao ingresso aos cursos de mestrado e doutorado, cada programa realiza seleção própria, com calendários e etapas específicas. As informações detalhadas estão disponíveis no site www.sorocaba.ufscar.br/cursos.

"Foram 15 anos de expansão física, fortalecimento institucional, estreitamente de laços com a cidade que nos acolhe e de ampliação das atividades de ensino, pesquisa e extensão. Os desafios também são maiores e nos estimulam a crescer cada vez mais. Mesmo com os ataques às universidades públicas e os frequentes cortes nos orçamentos das instituições de ensino e pesquisa, seguimos trabalhando para a expansão de cursos, de vagas e na oferta de melhores condições de permanência e de estudo aos nossos alunos e de melhores condições de trabalho aos nossos servidores docentes e técnicos", conclui a Diretora da UFSCar-Sorocaba.
Saiba mais no site da UFSCar-Sorocaba (www.sorocaba.ufscar.br).

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