Presente em 16 estados e no DF, iniciativa aproxima universidades de demandas da população e, também, de decisões governamentais, com foco na gestão urbana
ARARAQUARA/SP - Desde março deste ano, a região que engloba os municípios de São Carlos e Araraquara conta com um núcleo do chamado Projeto Brasil Cidades (BRCidades - www.brcidades.org), articulação nacional voltada à agenda urbana e ao direito à cidade. Em todo o Brasil, o BRCidades está presente em 16 estados e no Distrito Federal (DF), sempre em capitais, exceto no caso de Londrina e Maringá, no Paraná, e agora no núcleo fundado no interior do estado de São Paulo.
A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) integra o processo de instalação do núcleo por meio de Luciana Márcia Gonçalves, docente do Departamento de Engenharia Civil (DECiv) e do Programa de Pós-Graduação em Engenharia Urbana (PPGEU), líder do grupo de pesquisa em Gestão do Ambiente Urbanizado (Gestau). O grupo fundador conta também com a participação de Rafael Alves Orsi, atual Vice-Diretor da Faculdade de Ciências e Letras de Araraquara, vinculada à Universidade Estadual Paulista (Unesp). Uma característica importante é o envolvimento dos poderes Legislativo - por meio da vereadora Fabiana Virgílio - e Executivo - representado pela Secretária de Desenvolvimento Urbano de Araraquara, Sálua Kairuz Poleto, que é docente da Universidade de Araraquara (Uniara).
A pesquisadora da UFSCar destaca que o diferencial do BRCidades é justamente a participação de diferentes grupos da população e explica como sua inserção no grupo dialoga com as pesquisas desenvolvidas no PPGEU. "O foco do PPGEU é a cidade, desde a infraestrutura até, de forma mais ampla, o direito à cidade, ou seja, o direito a tudo que a cidade pode nos proporcionar. Agora, no núcleo do BRCidades, nós temos a oportunidade de apresentar nossas pesquisas à população, que apresenta suas demandas, e tudo isso com a escuta do Legislativo e do Executivo. Foi esse perfil que chamou a atenção da rede nacional", registra Gonçalves.
A ideia de direito à cidade está no cerne do BRCidades, cujo objetivo manifesto é construir coletivamente cidades mais justas, solidárias, economicamente dinâmicas e ambientalmente sustentáveis. A formação da rede se deu, originalmente, no âmbito da Frente Brasil Popular. Entre os temas que deverão nortear os debates no núcleo Araraquara, conforme os eixos já desenvolvidos no projeto nacional, estão direito a moradia; gênero e raça; cultura e juventude; movimento social e participação; ambiente; mobilidade e uso do solo; saneamento e saúde; e segurança pública.
"É uma oportunidade importante inclusive de ampliação dos nossos estudos e de atuarmos na pesquisa de modo mais próximo à realidade", avalia a pesquisadora da UFSCar. Na pauta de discussões está, por exemplo, a expectativa para as cidades no pós-pandemia. "A pandemia escancarou, por um lado, a segregação socioespacial, a situação drástica de pobreza e desigualdade, e de outro mostrou, por exemplo, possibilidades na mobilidade, com maior valorização da chamada mobilidade ativa, de pedestres e ciclistas, bem como a importância das áreas livres, abertas, para a saúde física e mental. É preciso pensar coletivamente no que queremos, para nossas cidades e nossas vidas no pós-pandemia", exemplifica Gonçalves.
Pessoas interessadas em obter mais informações sobre o núcleo Araraquara do BRCidades podem entrar em contato com Luciana Gonçalves pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
Interessados podem se inscrever até 21 de maio
SÃO CARLOS/SP - O Departamento de Engenharia de Produção (DEP) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) está com inscrições abertas até 21 de maio para o curso de MBA em Gestão de Serviços e Transformação Digital (GSTD).
O curso é uma nova iniciativa na área de cursos de Especialização do DEP e reúne as competências já consolidadas, aliadas a uma visão de mercado, para difundir conhecimentos e formar profissionais em um dos setores mais dinâmicos e importantes para o País, que é o setor de serviços. O MBA tem como objetivo preparar os gestores de empresas de serviços e de empresas industriais orientadas a serviços para analisar e agir estrategicamente frente aos desafios impostos na criação, implementação e gestão de serviços. Além disso, volta-se para o futuro, preparando-os para liderar a transformação digital nas empresas de serviços.
Para isso, o curso traz uma visão abrangente e se baseia em quatro pilares de conhecimentos: Fundamentos da Gestão - voltado a desenvolver capacidades essenciais na gestão das empresas de serviços; Gestão de serviços - focado em desenvolver capacidades ligadas ao design, operação e qualidade dos serviços; Excelência operacional em Serviços - voltado à melhoria operacional dos processos de serviços; e Transformação digital em Serviços - focado em discutir como as novas tecnologias vêm transformando as empresas de serviços e como aproveitar essas oportunidades.
O MBA em Gestão de Serviços e Transformação Digital (GSTD) está direcionado a empresários, diretores, gerentes e profissionais que possuem curso de nível superior e que desejam atualizar-se nas modernas técnicas da gestão de serviços e transformação digital.
A carga horária total do curso é de 440 horas, sendo 368 de aulas, 12 de atividades avaliativas e 40 de projeto aplicado. O curso tem duração de dois anos. As aulas serão remotas e ao vivo, e o corpo docente é formado por professores da UFSCar e profissionais de renomada experiência no mercado.
Esse curso está homologado pela Pró-Reitoria de Extensão (ProEx) da UFSCar. Além disso, atende à Resolução nº 1 de 8 de agosto de 2007 da Câmara de Educação Superior do Conselho Nacional de Educação.
Mais informações sobre os procedimentos de inscrição, calendário e investimentos podem ser consultadas no site do DEP (www.dep.ufscar.br). Dúvidas podem ser esclarecidas também pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. e pelo telefone (16) 3351-8238.
Equipamentos de proteção serão usados pela equipe do Hospital
SÃO CARLOS/SP - Na semana passada, o Hospital Universitário da Universidade Federal de São Carlos (HU-UFSCar/Ebserh) recebeu a doação de 2,5 mil luvas nitrílicas e 500 máscaras do modelo N95 do Grupo Casale, empresa com sede em São Carlos.
O material é indispensável para os cuidados ao paciente e será utilizado pelos profissionais de saúde do HU que atuam na linha frente no combate à Covid-19. Os insumos recebidos são suficientes para um mês.
Para Gilberto Taboga, gerente administrativo do HU, a doação é muito importante para o atendimento no Hospital. "Por conta da pandemia, temos enfrentado alguns problemas para a compra desses materiais, já que os fornecedores não estão conseguindo entregar a quantidade necessária, no tempo adequado. A doação deste material é muito importante para garantir o atendimento de qualidade e a segurança dos nossos funcionários", aponta.
Desde o início da pandemia, o Hospital já recebeu diversas doações de equipamentos, insumos e materiais voltados ao atendimento dos pacientes e segurança dos profissionais. A equipe do HU-UFSCar agradece o empenho da sociedade civil e de empresas no apoio fundamental à Instituição neste momento de combate à pandemia.
Interessados podem se inscrever no processo seletivo até o dia 19 de maio
SÃO CARLOS/SP - Estão abertas as inscrições no processo seletivo para contratação de Consultor Sênior no projeto "Qualificação da atenção ofertada às pessoas idosas na atenção primária à saúde", do Departamento de Gerontologia (DGero) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Serão contratados imediatamente 10 profissionais. São duas vagas para cada uma das cinco regiões do Brasil (Norte, Nordeste, Centro-oeste, Sudeste, Sul). Outros 10 selecionados irão compor um cadastro reserva. Graduados em gerontologia podem participar.
O processo seletivo é composto pela análise do currículo e entrevista. Serão avaliadas experiência, formação, versatilidade e proatividade. O salário mensal é de R$ 2.200, além de vale-alimentação de R$ 550. Os interessados devem enviar os documentos solicitados no edital para o e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
O resultado final será divulgado no dia 11 de junho no site da Fundação de Apoio Institucional ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FAI) da UFSCar, em www.fai.ufscar.br. O edital do processo seletivo pode ser conferido na íntegra nesse mesmo endereço.
Núcleo de Estudos de Gênero e Diversidade Sexual lança livro sobre atividades que se configuram como espaço para discussões acadêmicas e lutas políticas
SÃO CARLOS/SP - "Eu não posso respirar." A frase dita por Eric Garner, em 2014, e George Floyd, em 2020, enquanto eram estrangulados até a morte por policiais brancos nos Estados Unidos, tornou-se o brado de protestos contra a brutalidade policial e o racismo no mundo todo. A violência, o preconceito e a discriminação, no entanto, impedem outros corpos, além dos negros, de respirar - literal e simbolicamente, como evidenciam as pesquisas realizadas há mais de 10 anos no Núcleo de Estudos de Gênero e Diversidade Sexual (NEGDS) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), situado no Campus Sorocaba da Instituição.
No marco do Dia Internacional de Luta contra a Homofobia, Transfobia e Bifobia, celebrado anualmente em 17 de maio, Viviane Melo de Mendonça, docente do Departamento de Ciências Humanas e Educação (DCHE-So) da UFSCar e coordenadora do NEGDS, conta que, atualmente, o Núcleo desenvolve projeto de pesquisa que objetiva compreender justamente como a respiração pode se constituir como um tema de estudo para as Ciências Humanas e Sociais e, particularmente, para os estudos da condição humana, foco e do Programa de Pós-Graduação em Estudos da Condição Humana (PPGECH), que Mendonça também coordena.
"Em nossas análises, detectamos que a respiração - ou a falta dela, o sufocamento, a ideia do 'eu não posso respirar' - é afetada por vivências e se relaciona com questões sociais, raciais e políticas. Que corpo é esse que não pode respirar?", situa Mendonça, para abordar a abrangência da temática. "Há o movimento que ficou mais famoso mundialmente, o 'Black Lives Matter' ('Vidas Negras Importam'), que traz a ideia de que o fato de pessoas negras não poderem respirar é algo físico, que provoca morte física. Porém, ao entrarmos nas questões da homofobia, de transfobia e bifobia, essa mesma ideia está presente, no dia a dia, há muito tempo", analisa.
O projeto, intitulado "Quais corpos podem respirar? Estudos de gênero, diferenças e sexualidades", é uma pesquisa teórica, respaldada principalmente nas teorias feministas identificadas com as perspectivas decolonial e (neo)materialistas. A primeira, decolonial, traz o conceito de emancipação de povos subalternizados pelo reconhecimento de suas culturas, política e ideologia próprias. Já as perspectivas (neo)materialistas trazem o olhar para a questão do corpo situado em determinado espaço no mundo, e como a localização desse corpo traz afetos e efeitos físicos.
A pesquisadora explica que trabalha com a perspectiva de que não há separação entre corpo, mente, natureza e cultura; o corpo é situado e interage produzindo efeitos ou afetações materiais. "Em uma metáfora, convivemos atualmente com um sufocamento que envolve os âmbitos social, econômico e político, mas que também faz um paralelo com o corpo físico. Para esse estudo, trazemos a indissociabilidade de categorias como gênero, raça/etnia, classe, idade, sexualidade e regionalidade - ou seja, elementos que constituem a condição humana e que fazem toda a diferença ao definir, na atual sociedade, quais corpos podem ou não respirar."
As pesquisas realizadas pelo grupo constatam que alguns corpos não podem viver na sociedade simplesmente por serem quem são, pelo modo como são: pelo jeito de andar, falar, pela roupa que vestem, por seus desejos sexuais ou por quem amam. "Vidas são interrompidas por romperem com uma heteronormatividade, que impõe que a pessoa tem de ser heterossexual, cis (adequada ao gênero designado ao nascer), baseada numa suposta natureza. Essa heteronormatividade mata corpos, impede que eles respirem ou vivam, sufocando-os e provocando sofrimento psíquico e físico", afirma a pesquisadora.
Esta e outras pesquisas realizadas no NEGDS desde 2011 objetivam produzir e divulgar conhecimentos nas áreas de gênero, estudos feministas e das sexualidades a partir da premissa de que esses estudos se constituem como prática acadêmica política, transformadora e necessariamente interdisciplinar.
Mendonça afirma que o conhecimento é ferramenta essencial para lutar por direitos e combater atitudes e sentimentos discriminatórios e preconceituosos. "Autoras como Gloria Anzaldúa e Bell Hooks nos trazem inspiração a esses estudos. Hooks diz: 'cheguei à teoria porque estava machucada'. Essa frase guia a perspectiva na qual trabalhamos no NEGDS, de estudar conceitos para entender as nossas dores, conhecer as das outras pessoas, nos situarmos no mundo e termos a consciência de que aprofundar esse conhecimento é um ato político e de resistência", defende a docente.
As pesquisas, no entanto, não são subjetivistas. "Elas existem para transcendermos e para pensarmos na possibilidade de usar o conhecimento como transformador do mundo em um lugar mais digno e livre, onde não só a comunidade LGBTQIA+, mas também as mulheres e as pessoas negras possam, portanto, respirar."
A atuação do NEGDS, além do ensino e da pesquisa, é forte na extensão universitária, por meio de parcerias na comunidade da cidade de Sorocaba, com a realização de debates e reflexões que surgem com base nas demandas da própria comunidade. "Não dá para restringir o conhecimento ao ambiente universitário. A proposta é circulá-lo, também, em espaços abertos pela cidade", conta, relatando que os eventos têm a participação não só de pesquisadores e estudantes, mas também de militantes e demais pessoas interessadas na temática.
É o caso do Nós Diversos (https://www.facebook.com/
"Ele passou a ser um ponto de encontro, principalmente de jovens LGBTQIA+, trazendo a eles um lugar de fala e de expressão, no qual podem ouvir, se encontrar e encontrar resistência diante do momento conservador que estamos vivendo", reforça Mendonça. Na pandemia, as discussões seguem acontecendo virtualmente.
E-book
Com o intuito de celebrar seus 10 anos de existência, o NEGDS lançou, no dia 14 de maio, no X Congresso Internacional de Diversidade Sexual, Étnico-racial e de Gênero (http://congressoabeh.com.br), o e-book "Estudos de gênero, diferenças e sexualidades", pela Editora Navegando, que traz um compilado das pesquisas, ensaios e memórias do grupo desde 2011.
Organizada por Mendonça e por Kelen Leite, também docente do DCHE-So, a obra se divide em duas partes - "Memórias, afetos e pesquisas realizadas" e "Ensaios, reflexões, afetos e utopias..." - e trata da potência das diferenças, dos afetos e das memórias nos discursos de gênero e sexualidades.
A publicação pode ser baixada gratuitamente em https://www.editoranavegando.
Pesquisa da UFSCar estuda a temática e convida voluntários de todo o País para avaliações e intervenções gratuitas
SÃO CARLOS/SP - Estudos recentes mostram que a dor lombar crônica (DLC) é experimentada por 70 a 80% dos adultos em algum momento da vida, sendo que cerca de 23,5% da população mundial apresenta esse tipo de dor. No Brasil, estatísticas revelam uma variação entre 4,2% e 25% dos indivíduos com o problema, mas a falta de estudos epidemiológicos não permite aferir valores que reflitam o real impacto dessa dor entre a população. Nesse cenário, uma pesquisa realizada no Laboratório do Estudo da Dor e Funcionalidade no Envelhecimento (Ladorfe), do Departamento de Gerontologia (DGero) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), aborda a dor lombar crônica inespecífica (DLCI) em idosos utilizando, também, abordagens do pilates e da Educação em Neurociência da Dor (END).
O trabalho é realizado pela graduanda em Gerontologia da UFSCar Maria Júlia da Cruz Souza, sob orientação de Karina Gramani Say, docente do DGero e coordenadora do Ladorfe, e tem financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). A pesquisa vai avaliar a influência da END, associada ao método pilates, no entendimento, na intensidade e no enfrentamento da DLCI em pacientes idosos, com uso ou não de abordagens educativas.
Atividades são gratuitas e voltadas para profissionais, pesquisadores e estudantes da área da Saúde
SÃO CARLOS/SP - Nos meses de maio, junho e julho, a unidade de e-Saúde da Gerência de Ensino e Pesquisa (GEP) do Hospital Universitário da Universidade Federal de São Carlos (HU-UFSCar/ERbserh) promove eventos online semanais com o tema central "Aprendizagem e novos desafios após um ano de Covid-19". As lives serão transmitidas ao vivo, pelo Youtube, e são abertas ao público, especialmente para profissionais, pesquisadores, estudantes e docentes da área da Saúde. As atividades são gratuitas, não há necessidade de inscrição e começam no dia 21 de maio.
No total, serão seis encontros com assuntos relacionados à temática central apresentados por profissionais do HU-UFSCar, docentes e pesquisadores da Universidade. No formato de mesa-redonda e com espaço para perguntas dos participantes, as lives serão mediadas de forma a garantir as perspectivas multiprofissionais e interdisciplinares dos temas abordados. Será um momento importante para compartilhamento de conhecimentos entre envolvidos no cuidado das pessoas com Covid-19.
O primeiro evento será no dia 21 de maio com o tema "Avanços no cuidado em terapia intensiva do paciente com Covid-19". A abertura ocorrerá às 15h30, com o professor Thiago Russo, docente do Departamento de Fisioterapia da UFSCar e gerente de ensino e pesquisa do HU. A primeira palestra será ministrada por Guilherme Casale, da Clínica Médica do Hospital, seguida por uma mesa-redonda que abordará a atuação multiprofissional e interdisciplinar frente à doença, com a participação de vários profissionais do HU: Daniela Olenscki, chefe da Unidade de Reabilitação; Fabiano Matos de Souza, fisioterapeuta da Terapia Intensiva; Elaine Gomes da Silva, nutricionista; e Rita Cassia Ismail, chefe da Unidade de Apoio a Gestão da Enfermagem. Participam da atividade também Carla Scaranello Domingues, fonoaudióloga; Lara Rosa Cobucci, psicóloga da área hospitalar; e Helen da Silva, do Serviço Social.
O encerramento do encontro está previsto para as 17h com espaço para debates e perguntas.
Outros temas
O cronograma das lives terá mais cinco encontros: "Saúde Materno-Infantil", no dia 11/6; "Comprometimentos Cardiovasculares, Renais e Neurológicos", no dia 18/6; "Cuidado Integral Pós-Covid-19", em 25/06; "Saúde Mental", em 2/7; e "Vacinas e desafios para o futuro", no dia 16/7.
As atividades serão sempre às sextas-feiras, à tarde, com transmissão pelo canal do HU no Youtube (encurtador.com.br/aJMTW). Os eventos também ficarão disponíveis no canal para acesso posterior.
Interessados devem se inscrever até 4 de junho
SÃO CARLOS/SP - O Programa de Pós-Graduação em Física (PPGF) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) recebe inscrições, até 4 de junho, em processo seletivo para bolsas de mestrado e doutorado, para implementação no segundo semestre de 2021. O processo é destinado tanto a estudantes já regularmente matriculados no Programa e ainda sem bolsa quanto a novos candidatos.
O edital com cronograma, procedimentos e documentação necessária, dentre outras informações, deve ser consultado no site do PPGF (www.ppgf.ufscar.br). Dentre outras exigências para concorrer, consta a realização do Exame Unificado de Pós-Graduações em Física (EUF).
Para inscrição, os candidatos devem enviar uma cópia eletrônica de todos os documentos indicados no edital, na forma de anexo, atendendo às orientações previstas no mesmo documento.
Pessoas interessadas em cursar disciplinas como aluno especial no PPGF no segundo semestre de 2021 devem participar de processo seletivo de ingresso, conforme instruções do edital. Nesse caso, as inscrições devem ser feitas até 21 de maio. Mais informações no site do Programa (www.ppgf.ufscar.br).
Capacitação ofertada pela UFSCar recebe inscrições até o mês de junho
SÃO CARLOS/SP - Trabalhar o emocional de jovens e crianças nunca foi tão necessário, inclusive dentro da sala de aula. Para auxiliar educadores no desenvolvimento de aspectos psicológicos e sociais no processo de ensino-aprendizagem, estão abertas as inscrições para a segunda turma do Curso de Atualização "Competências socioemocionais docentes e currículo escolar: diálogos entre teoria e práticas", oferecido online pelo Departamento de Ciências da Natureza, Matemática e Educação (DCNME) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
Identificar as próprias emoções e a dos outros, saber lidar com frustrações e resolver problemas, evitar os impactos de sentimentos negativos e ter uma atitude positiva em relação à vida são algumas das chamadas competências socioemocionais. Ganhando cada vez mais espaço na educação infantil, essas habilidades auxiliam tanto no desenvolvimento profissional, fazendo com que o conhecimento ensinado seja absorvido de maneira mais eficiente, quanto na evolução pessoal.
Segundo o professor Estéfano Vizconde Veraszto, docente do DCNME da UFSCar e coordenador do Curso de Atualização, a evolução da tecnologia digital acelerou a comunicação, mudou a maneira de consumo da informação e reconfigurou os mais diferentes setores da sociedade. Porém, a maioria das escolas brasileiras não conseguiu acompanhar todas essas mudanças no mesmo ritmo. "De forma geral, a educação tradicional tem privilegiado o desenvolvimento do pensamento lógico e de habilidades cognitivas relacionadas a conteúdos como a matemática e o letramento", relata.
Dessa forma, características importantes para a formação de qualquer pessoa têm sido colocadas em segundo plano. Para o especialista, o grande desafio para a educação no século XXI tem sido manter o ensino de conteúdos históricos, valorizando a formação técnica, ao mesmo tempo em que se busca inserir essas competências e habilidades para a formação de um ser transformador na sociedade. "Precisamos preparar crianças e jovens para se tornarem indivíduos críticos, criativos, que consigam se relacionar consigo mesmo e com os outros de forma respeitosa, ao mesmo tempo que adquirem conhecimento. A formação de qualquer pessoa deve ser pautada não apenas no viés intelectual, mas precisa levar em conta também a moral e a ética. Os profissionais precisam se atualizar", explica o especialista.
"Quem aprende a gerenciar as emoções ainda na infância e a identificar seus pontos fortes se torna um adulto melhor preparado para os desafios da vida", ressalta Estéfano. No Curso de Atualização "Competências socioemocionais docentes e currículo escolar: diálogos entre teoria e práticas", ofertado pela UFSCar, são abordados desde fundamentos teóricos até ferramentas práticas, passando por currículo escolar, plano de ensino - presencial, híbrido e a distância, gestão do tempo, avaliações e legislação.
As aulas ainda contam com espaços para discussões sobre o tema e relatos de experiências. Com atividades semanais em plataformas digitais, os alunos podem estudar de acordo com seus horários disponíveis. No total, são 96 horas. Os interessados podem se inscrever até o dia 21 de junho. Mais informações, como valor de investimento, em www.bit.ly/competenciasturma2.
SÃO CARLOS/SP - Com o intuito de oferecer apoio e buscar uma compreensão mais abrangente da saúde mental de estudantes universitários, pesquisadores das áreas de Computação, Medicina e Psicologia da UFSCar iniciaram projeto de pesquisa que mescla diferentes áreas do conhecimento e tecnologias para apoio ao diagnóstico e tratamento de pessoas com possível perfil depressivo. A iniciativa, financiada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), utiliza Processamento de Língua Natural (PLN) para análise de textos publicados em redes sociais, articulado à computação vestível, na forma de relógios com sensores de sinais fisiológicos. O objetivo é contribuir para identificação precoce e intervenção rápida em casos de possíveis transtornos de saúde mental.
A primeira etapa da iniciativa, cuja duração prevista é de dois anos, envolve a criação de um modelo computacional apelidado de Amigo Virtual Especializado (Amive). O Amive terá um perfil em rede social, cujos amigos serão estudantes universitários participantes da pesquisa. A partir da definição de um conjunto de palavras e expressões indicadoras de um possível perfil depressivo (PPD), o Amive será capaz de processar os textos publicados pelos estudantes na rede, usando PLN, uma forma de aprendizado de máquina.
"Estamos neste momento, com os pesquisadores da área da Saúde que integram o projeto, justamente identificando que palavras e expressões são estas", conta Vânia Paula de Almeida Neris, docente do Departamento de Computação (DC) responsável pela iniciativa. Além dela, compõem a equipe os docentes da UFSCar Helena de Medeiros Caseli, também do DC; Jair Borges Barbosa Neto, do Departamento de Medicina (DMed); e Taís Bleicher, do Departamento de Psicologia (DPsi). Outras participantes são Heloisa Cristina Figueiredo Frizzo, do Departamento de Terapia Ocupacional da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), e Vivian Genaro Motti, do Departamento de Ciência da Informação e Tecnologia da George Mason University, nos Estados Unidos.
À análise textual das postagens serão combinadas escalas de avaliação psicométrica, que realizam rastreio para sintomas depressivos e avaliam a qualidade de vida, e também a coleta de sinais fisiológicos, a ser realizada por relógios com sensores. Neris destaca, no entanto, que o intuito não é fechar um diagnóstico, mas sim permitir a identificação de possível perfil depressivo, para disponibilizar precocemente intervenções que possam, aí sim, servir de apoio ao diagnóstico e ao tratamento daquela pessoa e indicar a procura de ajuda, quando necessária.
"O desafio é capturar o conhecimento humano e fazer uma máquina reproduzi-lo; ou seja, passar para o modelo computacional os indícios que nós detectamos em palavras e textos que aparentam estados mentais negativos, depressivos, de angústia, de algum tipo de problema. Comumente, detectamos palavras e expressões mais fáceis, como 'morte', 'cansaço', 'não consigo'; mas, às vezes, são mensagens com palavras e entonações não tão explícitas em relação a um problema, mas que trazem uma mensagem com sentimentos que aparentam ansiedade, angústia ou depressão", pontua Caseli, ao falar sobre o Processamento de Língua Natural.
A partir dessas palavras e expressões, é possível criar algoritmos e, por meio do aprendizado de máquina, um modelo computacional capaz de identificar uma determinada mensagem como indicadora de um sintoma específico, uma segunda mensagem de outro, e assim por diante, em um modelo treinado que será colocado no Amive para identificação de mensagens consideradas próprias de possível perfil depressivo.
Após a primeira fase, o Amive conseguirá, além de captar sinais para a detecção de PPDs, produzir postagens automáticas em modo privado, na tentativa de ajudar o indivíduo a identificar o perfil depressivo e buscar ajuda. Aqui serão testados diferentes tipos de conteúdo, inclusive em linguagens diversas (texto, vídeo, foto).
Além disso, será inserida a combinação com o uso de tecnologia vestível, considerada pelos responsáveis o maior diferencial do projeto, uma vez que o monitoramento por meio de sensores permite acompanhar a pessoa em tempo integral, trazendo resultados objetivos. O sensor será um relógio inteligente, que analisará sinais fisiológicos considerados, pela área da Saúde, indicadores importantes como sinais de depressão, estresse e ansiedade, coletando dados como batimentos cardíacos e outras medidas captadas por acelerômetro e giroscópio.
"Já existem pesquisas que usam a análise de texto para identificar PPD. Porém, os usuários podem alterar o texto propositalmente com o intuito de gerar o impacto social desejado. Por isso, o diferencial do projeto é justamente mesclar essa análise com as demais avaliações, agregando essas outras fontes de dados na tentativa de sermos mais precisos na identificação dos possíveis perfis depressivos", detalha Neris.
Assim, os dados serão analisados e integrados com os das redes sociais. "Por exemplo: somente pelo batimento cardíaco fica difícil entendermos qual é o estado emocional da pessoa; no entanto, se atrelarmos a variabilidade no nível de batimento cardíaco com demais itens - como agitação, pela detecção de que está indo de um lado para outro; quantidade de postagens; teor e horários das mensagens, dentre outros -, podemos ter a indicação de que aquela pessoa pode estar ansiosa ou estressada. Ou seja, os dados atrelados conseguem indicar de forma mais precisa o tipo de comportamento", complementa Motti.
Com essas informações, é possível entender como a pessoa está se sentindo num exato momento e reconhecer estratégias que possam ajudá-la. "Se ela está se sentindo ansiosa ou estressada, é possível dar uma pausa nos estudos naquele momento, tomar um ar ou beber uma água, para se sentir melhor. Muitas vezes, interromper uma atividade em determinada situação traz tranquilidade e melhora a produtividade", exemplifica a pesquisadora.
Com base nos resultados, o grupo de pesquisadores espera, portanto, conseguir enviar estratégias e informações diretas aos usuários, aumentando a sua capacidade e a habilidade de entender o que está acontecendo em determinado momento e quando deve procurar ajuda.
"Sabemos que as situações de estresse, ansiedade e depressão são comuns na população acadêmica e têm um custo alto. O estudante comumente não tem acesso ao sistema de saúde, por ser custoso, ou pode ter vergonha de procurar auxílio. Ao mesmo tempo, ele tem acesso à tecnologia. Se conseguirmos fornecer subsídios nesse sentido, nossa expectativa é fazer com que o estudante possa procurar ajuda quando necessária, e que receba intervenções e tratamento o mais rápido possível. A ideia é evitar que o problema tenha consequências maiores e mais críticas no futuro", resume Motti.
Um outro diferencial da abordagem proposta é a obtenção de dados de maneira contínua. "A máquina não para. É capaz de avaliar, em tempo integral, tanto os sinais fisiológicos, como o conjunto de postagens - de ontem, hoje, em qualquer horário. Com uma equipe de humanos, isso não acontece, porque o usuário não tem o profissional ao lado o tempo inteiro. Nesse sentido, a solução computacional pode ajudar no cenário de uma maneira que complemente o apoio da equipe de saúde", reforça Neris.
Por fim, a docente da UFSCar destaca a importância de uma equipe multidisciplinar para a execução de projeto com alto grau de ineditismo. "Por ter várias frentes de investigação, que passam desde o processamento da postagem, até a utilização dos sensores e interpretações de dados médicos, indo até a frequência e o tipo de intervenção, nós precisamos de várias especialidades. Nosso time tem essa soma de competências. Os problemas atuais são tão complexos que buscar a multidisciplinaridade se torna essencial. Cada etapa será investigada, e não há soluções prontas. É algo novo no Brasil", registra.
Pesquisadores interessados em integrar a equipe do projeto podem, inclusive, entrar em contato pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
*Por: Adriana Arruda /UFSCAR
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