Equipe econômica encaminhou nova proposta de diretrizes orçamentárias que prevê o aumento. Texto será analisado pelo Congresso na quarta
BRASÍLIA/DF - A equipe econômica do governo encaminhou, nesta terça-feira (15), a nova proposta de LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias), que prevê aumento no salário mínimo, dos R$ 1.045 atuais, para R$ 1.088 a partir de 2021. Texto será analisado pelo Congresso nesta quarta-feira (16).
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A correção considera a estimativa da inflação acumulada neste ano, conforme o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), de 4,1%.
Cada R$ 1 a mais no salário mínimo eleva as despesas líquidas do governo em R$ 304,9 milhões no ano. Já o aumento de 0,1 ponto percentual no INPC tem impacto líquido de R$ 720,8 milhões. Ambas as informações já constavam na versão original da LDO.
A Lei de Diretrizes Orlamentárias orienta a elaboração do Orçamento e, posteriormente, a execução, já no ano seguinte. Pela Constituição Federal, é papel do Executivo enviar a proposta para análise até 15 de abril, e o Congresso precisa aprová-la até 17 de julho. Nenhuma das datas foi respeitada.
Meta fiscal
Diferente da primeira versão, desta vez a equipe econômica fixou a meta de déficit primário para 2021 em R$ 247,1 bilhões. Em abril, quando entregou a proposta inicial, o Ministério da Economia havia sugerido uma meta fiscal flexível. O valor seria alterado ao longo do ano conforme a evolução das receitas ante o teto dos gastos, já definido em R$ 1,486 trilhão.
O TCU (Tribunal de Contas da União) logo questionou a hipótese de meta flexível, uma "inovação" na prática das contas públicas, visto a sua inconstitucionalidade. Além disso, para o TCU, tal ideia afronta a LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), que exige meta fixa.
Na época, o governo argumentou que a pandemia de coronavírus havia criado dificuldades para avaliar o cenário econômico futuro.
A previsão de outros parâmetros econômicos para 2021 foram todos corrigidos em relação a abril:
- a taxa de crescimento real do PIB oscilou de 3,3% para 3,2%;
- a inflação medida pelo IPCA e acumulada no ano baixou de 3,6% para 3,2%;
- a taxa de juros Selic, na média anual, caiu de 4,4% para 2,1%;
- a taxa de câmbio média no ano, antes em R$ 4,30 por dólar, foi elevada para R$ 5,30.
Além da meta fiscal, a LDO define regras sobre as ações que serão prioridades no ano, acerca da transferência de recursos federais para os Estados e municípios e o setor privado, e para a fiscalização de obras executadas com recursos da União, entre outras coisas.
Por R7
MUNDO - A produção industrial dos Estados Unidos avançou mais do que o esperado em novembro, impulsionada pela produção de veículos motorizados, mas o ímpeto pode desacelerar nos próximos meses, já que um novo surto de infecções por Covid-19 tem deixado trabalhadores em casa e fechado fábricas temporariamente.
A produção industrial avançou 0,8% no mês passado, informou o Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos) nesta terça-feira. Economistas consultados pela Reuters previam alta de 0,3% na produção industrial em novembro.
Os dados de outubro foram revisados para cima, para mostrar que a produção subiu 1,1%, em vez da taxa de 1,0% divulgada anteriormente.
A produção industrial permanece abaixo do nível pré-pandemia.
*Por Lucia Mutikani / REUTERS
São Carlos/SP – Neste fim de ano, duas novas operações chegaram ao Iguatemi São Carlos para fortalecer ainda mais o mix de lojas do centro de compras. As novidades são voltadas para o público masculino: a Tom Brooks e a Al Capone Barbearia.
Com peças exclusivas, confeccionadas à base de algodão e fios premium, a Tom Brooks abriu as portas no shopping no final de novembro. “Estamos em um projeto para estabelecer franquias da marca e investimos em São Carlos devido à identidade entre a nossa proposta e o perfil do público da cidade, que busca peças de qualidade e com preço acessível”, diz Nilton Pizzol, diretor da Tom Brooks.
Outra operação que agora também integra o mix de lojas do Iguatemi São Carlos é a Al Capone Barbearia. “Nossa proposta com a unidade do shopping é proporcionar ao público masculino serviço de qualidade em um espaço de convivência moderno e confortável, com massageador de pés, televisão entre as bancadas, e tudo a um preço muito atrativo. Aliado a esses pontos, tem ainda o fato de o nosso atendimento não necessitar de agendamento prévio”, informa o administrativo da rede.
Os estabelecimentos acompanham o horário de funcionamento do centro de compras: de segunda a sábado, das 10h às 22h, e aos domingos e feriados, das 12h às 20h (além dos horários especiais de fim de ano, conforme detalhado abaixo). Para Carolina Albuquerque, gestora de marketing do Iguatemi São Carlos, as novas operações reforçam ainda mais a oferta diversificada que o empreendimento proporciona aos clientes. “Neste ano, inclusive, tivemos a chegada de marcas reconhecidas, como Tim, Samsung e Valisere. Agora, a Tom Brooks e a Al Capone Barbearia são muito bem-vindas e somam ao nosso mix de lojas, oferecendo mais opções para os visitantes”, afirma.
Horários especiais de fim de ano:
- 20 de dezembro (domingo): das 12h às 22h.
- 24 de dezembro: das 10h às 18h.
- 25 de dezembro: lojas fechadas
- 31 de dezembro: das 10h às 16h.
- 01 de janeiro: lojas fechadas
Sobre o Shopping Iguatemi São Carlos
O Iguatemi São Carlos é o segundo shopping da Iguatemi Empresa de Shopping Centers no interior de São Paulo. Inaugurado em setembro de 1997, consolidou-se como um polo de compras e entretenimento da cidade e região, reunindo o melhor do varejo nacional, opções gastronômicas diferenciadas, lazer e serviços.
Localizado no bairro Parque Faber, área nobre de São Carlos, são mais de 100 lojas que formam um mix completo para quem deseja realizar suas compras com comodidade e segurança. O shopping conta ainda com um cinema, desenvolve uma série de atividades culturais para toda a família e realiza iniciativas sociais para o município.
Na hora do almoço, o estacionamento do shopping é gratuito para todos que consumirem a partir de R$15 nas lojas de alimentação. A gratuidade aplica-se de segunda a sexta-feira, no período das 11h às 14h, exceto em feriados.
Mais informações você encontra no site do Iguatemi São Carlos: www.iguatemisaocarlos.
Serviço
Shopping Iguatemi São Carlos
Endereço: Passeio dos Flamboyants, 200, São Carlos
Informações: www.iguatemi.com.
SÃO PAULO/SP - A Justiça paulista concedeu liminar nesta segunda-feira (14) suspendendo temporariamente a proibição de venda de bebidas alcoólicas por restaurantes após as 20 h, conforme havia definido o Decreto Estadual 65.357/2020. A decisão é decorrente de mandado de segurança impetrado pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel-SP).
O decreto estadual define que os restaurantes vão poder funcionar até as 22h, mantendo a capacidade de 40% do público, clientes sentados e mesa com até seis pessoas, mas a venda de bebida alcoólica poderia ocorrer somente até as 20h. Essa é uma entre a série de medidas anunciadas na sexta-feira (11) para tentar conter a formação de aglomerações no estado de São Paulo.
A Abrasel argumenta que a limitação imposta pelo decreto foi perpetrada “sem amparo em qualquer tipo de estudo ou dados científicos” e que “inexiste qualquer pesquisa que tenha concluído que a venda de bebidas alcoólicas possua alguma relação de causa e efeito para com a contaminação da covid-19”.
Na decisão, o desembargador Renato Sartorelli acrescenta que a associação “orientar aos seus associados seguir rigorosamente todas as recomendações dos órgãos de saúde e de vigilância sanitária para evitar a propagação da covid-19, fornecendo equipamentos de segurança, disponibilizando álcool gel, mantendo ocupação reduzida e garantindo distanciamento seguro entre as pessoas”.
*Por Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil
Em contexto de aumento do endividamento no País, capital paulista registra queda na parcela da renda familiar comprometida com dívidas; no Sudeste, endividamento maior foi registrado em Vitória (ES)
SÃO PAULO/SP - A maior oferta de crédito formal e a chegada do auxílio emergencial às camadas mais pobres fizeram com que a cidade de São Paulo figurasse entre as capitais com menos famílias inadimplentes ao fim do primeiro semestre de 2020, marcado pela crise de covid-19, segundo a Radiografia do Endividamento, da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Na metrópole paulista, apenas 16% dos lares tinham alguma dívida em atraso até junho – número abaixo da média das outras capitais (26%) e da própria taxa que a cidade tinha em junho de 2019 (20%).
É a quinta capital com a menor proporção de famílias inadimplentes, atrás apenas de João Pessoa (PB), Rio Branco (AC), Distrito Federal e Palmas (TO).
Por ser a mais populosa do Brasil, é na capital paulista que se encontra o maior volume total de dívida das famílias: a soma dos dividendos fica torno de R$ 5,7 bilhões, redução de 2,6% em comparação a junho de 2019.
Em um cenário de aumento do endividamento no País, as famílias paulistanas também se mantiveram em situação semelhante à do ano passado: em junho, 56% delas estavam endividadas, a mesma proporção em 2019. Em números absolutos, 2,36 milhões de lares estavam com alguma dívida até o fim do primeiro semestre em São Paulo.
Os dados da radiografia referentes ao Estado de São Paulo corroboram as tendências da capital: o número de famílias endividadas, considerando o fim do primeiro semestre, foi de 55,6% – abaixo da média nacional, de 67,4%. Da mesma forma, a proporção de lares paulistanos com dívidas em atraso, no período analisado, foi de 15,9% – ante uma média brasileira de 26,3%. No Estado, a parcela dos rendimentos mensais comprometidos com dívidas foi de 28,1%, enquanto, no Brasil, este dado foi de 30,3%.
Para a FecomercioSP, os números na cidade de São Paulo se explicam, em parte, por ter a segunda maior renda média mensal entre as capitais brasileiras (R$ 8.570, atrás apenas de Vitória, com R$ 9.037), pelo auxílio emergencial do governo federal (cujos pagamentos começaram em abril) e, no caso da inadimplência, pela maior oferta de crédito formal em relação a regiões como Norte e Nordeste.
Demais capitais do Sudeste
Entre as capitais da região, apenas Belo Horizonte (MG) registrou comprometimento da renda média mensal das famílias com dívidas em um patamar acima de 30%. Na metrópole mineira, 32% de tudo o que os lares recebem são dispendidos para este tipo de conta. Além de São Paulo, as proporções foram de, exatamente, 30% em Vitória (ES) e de 29% no Rio de Janeiro (RJ).
No entanto, foi na capital capixaba que houve o maior crescimento no número de famílias com dívidas: 19,1% entre junho de 2019 e o mesmo mês deste ano. Hoje, oito em cada dez famílias vivendo na cidade (78%) estão endividadas.
Este número foi de 11% no Rio de Janeiro e de 4,2% em BH. São Paulo também obteve o melhor desempenho neste quesito: a expansão de lares endividados foi de tímido 0,4%.
Cresce mais dívidas do que famílias no Brasil
Em meio à pandemia de covid-19, o número de famílias endividadas nas capitais brasileiras subiu no primeiro semestre do ano a uma velocidade seis vezes maior do que o crescimento do próprio volume de novas famílias: de 10,6 milhões para 11,2 milhões de núcleos familiares com alguma dívida.
Enquanto o número de famílias subiu 0,8% (pouco mais de 126 mil novas famílias) em junho de 2020, em comparação a junho de 2019, o endividamento familiar teve alta de 6% (quase 638 mil a mais de lares) no mesmo intervalo de tempo. Sendo assim, não é exagero afirmar que uma família pode obter dívidas antes mesmo de se formar.
Segundo os dados, 67,4% das famílias brasileiras vivendo em capitais estavam endividadas ao fim do primeiro semestre – número que era de 64,1% em 2019.
Nota metodológica
O estudo avalia as dimensões e efeitos sobre as famílias da política de crédito no Brasil entre as primeiras metades dos anos de 2019 e 2020. Para as análises relativas às capitais brasileiras, foram usadas as seguintes bases de dados primários: IPCA, Contagem da População, PNAD Contínua e Pesquisa de Orçamento Familiar, todas do IBGE, e as taxas mensais de endividamento, comprometimento da renda e taxa de famílias com contas em atraso constantes da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência dos Consumidores (PEIC), da Confederação Nacional do Comércio (CNC).
A PEIC, realizada pela CNC em todas as capitais brasileiras, entrevista mensalmente mais de 17 mil pessoas nestas cidades, produzindo, de forma direta, mais de 100 mil questionários em cada semestre analisado, com dados informados de maneira direta pelos consumidores sobre a sua realidade de endividamento, a capacidade de pagamento e o perfil e a situação de suas dívidas. Por meio dos valores totais das 27 capitais, tem-se uma margem de erro de apenas 0,73 ponto porcentual (p.p.). Todos os valores foram atualizados para julho de 2020, a fim de viabilizar a comparação entre eles.
Sobre a FecomercioSP
Reúne líderes empresariais, especialistas e consultores para fomentar o desenvolvimento do empreendedorismo. Em conjunto com o governo, mobiliza-se pela desburocratização e pela modernização, desenvolve soluções, elabora pesquisas e disponibiliza conteúdo prático sobre as questões que impactam a vida do empreendedor. Representa 1,8 milhão de empresários, que respondem por quase 10% do PIB brasileiro e geram em torno de 10 milhões de empregos.
IBC-BR (Índice de Atividade), que serve para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses, subiu 0,86% em outubro ante setembro
BRASÍLIA/DF - A atividade econômica brasileira apresentou o sexto mês consecutivo de alta. O BC (Banco Central) informou nesta segunda-feira (14) que seu IBC-BR (Índice de Atividade) subiu 0,86% em outubro ante setembro, na série já livre de influências sazonais.
Conhecido como "prévia do BC para o PIB", o IBC-Br é um parâmetro para avaliar o ritmo da economia brasileira ao longo dos meses.
Em setembro, o avanço havia sido de 1,29% e, em agosto, de 1,39% (dado revisado).
Apesar do resultado positivo em outubro, as riquezas brasileiras ainda acumulam queda de 4,92% em 2020, em razão da crise gerada pela pandemia de coronavírus.
Na comparação anual do IBC-BR, a queda do índice no último mês de outubro é de 2,61% em relação ao mesmo mês de 2019.
Reação tímida
Os efeitos da pandemia do novo coronavírus sobre a economia, apesar de percebidos em fevereiro, se intensificaram em todo o mundo a partir de março em razão da crise sanitária. Nos últimos seis meses, porém, o IBC-Br já demonstrou reação.
De setembro a outubro, o índice desassonalizado (livre de influência) passou de 135,59 para 136,75.
Por R7
Com nova atualização feita pelo Governo do Estado, o comércio pode ter 12 horas de atendimento. Em São Carlos, lojas abrem até às 22h de segunda a sexta-feira
SÃO CARLOS/SP - Após atualização da Fase 3 (Amarela) de Flexibilização do Plano São Paulo para Enfrentamento à Covid-19, feita na última sexta-feira (11) pelo Governo do Estado, o Sindicato do Comércio Varejista de São Carlos e Região (Sincomercio) e o Sindicato dos Empregados do Comércio de São Carlos e Região (Sincomerciários) informam que, a partir desta segunda-feira (14) até 23.12, o comércio não essencial de São Carlos passa a funcionar de segunda a sexta-feira, das 10h às 22h. Os demais horários especiais de natal continuam os mesmos.
Paulo Roberto Gullo, Presidente do Sincomercio São Carlos, destacou que com o horário de atendimento estendido para 12 horas, o cliente terá mais tempo e oportunidade para fazer suas compras de natal, evitando correrias, tumultos e aglomerações. “Apesar disso, as medidas sanitárias e as restrições, já estabelecidas, devem continuar sendo respeitadas, assim como o empresário deve evitar situações que possam criar aglomerações, como a tradicional presença do Papai Noel distribuindo balas ou conversando com os clientes”, lembrou.
Os comerciantes devem respeitar o limite da capacidade do espaço da loja, que continua em 40%; disponibilizar álcool em gel 70% para funcionários e clientes, especialmente na entrada; orientar o distanciamento social se houver filas; exigir o uso máscara de proteção facial corretamente e ter fixado cartaz sobre a obrigatoriedade do uso de máscaras nos estabelecimentos.
COMÉRCIO DE SÃO CARLOS ATUALIZADO - DEZEMBRO/2020
De 14 a 23 (de segunda a sexta-feira) das 10h às 22h;
Dias 05, 12 e 19 (sábados), das 9h às 17h;
Dias 06, 13 e 20 (domingos) – das 9h às 17h;
Dia 24 (quinta-feira) – das 9h às 18h;
DIA 25 (sexta-feira) – Natal – FECHADO;
Dia 26 (sábado) – FECHADO;
Dia 31 (quinta-feira) – das 9h às 17h.
Cinco anos após líderes mundiais concordarem com plano histórico para limitar o aquecimento global, as emissões de CO2 continuam altas. Mas movimento climático global está ganhando força.
MUNDO - Conseguir que 195 países concordassem com um plano comum para enfrentar as mudanças climáticas não foi uma tarefa fácil.
As negociações na Conferência do Clima da ONU no final de 2015 foram prorrogadas, às vezes até ameaçando um fracasso à medida que interesses concorrentes disputavam influência. O acordo final, alcançado em 12 de dezembro, foi saudado como um grande passo nos esforços mundiais para limitar o aquecimento global a bem abaixo de 2 graus Celsius.
"Foi um momento verdadeiramente transformador e alegre. As pessoas estavam literalmente chorando de alegria nos corredores, pessoas de todo o mundo se abraçando", lembra Rachel Cleetus, diretora de políticas para clima e energia do grupo americano Union of Concerned Scientists (União de Cientistas Preocupados), que estava em Paris na época. "Foi um momento de reconhecimento de que os países podem de fato se erguer acima de seus estreitos interesses próprios e trabalhar pelo bem comum global.
Cinco anos depois, a Conferência do Clima de 2020 em Glasgow deveria avançar nas ambições do Acordo de Paris, ajudar os países a adotar estratégias de emissões líquidas zero e desenvolver iniciativas para mitigar os efeitos da perturbação climática. Era para ser "um ano crucial para a forma como lidamos com as mudanças climáticas", disse em março o secretário-geral da ONU, António Guterres.
Mas a pandemia global de covid-19 colocou tudo isso em ritmo de espera. A conferência em Glasgow foi cancelada e substituída por um evento virtual em escala reduzida que começa neste sábado. As prioridades mudaram, à medida que as nações lutam para equilibrar suas economias. E as emissões de gases de efeito estufa continuam subindo, mesmo apesar de uma ligeira queda durante a desaceleração provocada pelo coronavírus no início deste ano.
Emissões de CO2 ainda em alta
"Em 2015, havia muita esperança de que este seria um verdadeiro ponto de virada, mas certamente não conseguimos dobrar drasticamente a curva de emissões global", diz Cleetus. "E, enquanto isso, estamos observando os impactos do clima se desdobrarem ao nosso redor de modo terrível.
"O mais recente Índice de Desempenho em Mudanças Climáticas, que avalia o desempenho de proteção climática dos 57 países responsáveis por 90% das emissões mundiais de CO2, junto com a UE, descobriu que nenhum país está fazendo o suficiente para manter sob controle o aquecimento global. E, de acordo com o Relatório sobre a Lacuna de Emissões, divulgado esta semana pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, o mundo ainda está a caminho de ver as temperaturas médias globais subirem acima de 3 graus Celsius até 2100.
"Claramente, não cumprimos a promessa de Paris", afirma Cleetus. "Isso não é culpa do acordo em si, que continua sendo uma estrutura muito, muito poderosa e ilumina o caminho até onde precisamos ir. Mas o que está faltando é ação."
"Prioridade na agenda global"
Apesar da inação, alguns especialistas acreditam que o mundo pode estar perto de superar as dificuldades. Promessas recentes dos maiores emissores de carbono do mundo colocaram a meta de Paris, de limitar o aquecimento a 1,5 Celsius, "a uma distância que pode ser alcançada", de acordo com a última avaliação do Climate Action Tracker (CAT), uma análise científica independente feita por duas organizações de pesquisa alemãs.
"Está claro que o Acordo de Paris está impulsionando a ação climática", afirmou o CAT em um comunicado divulgado no início desta semana, apontando que a transição para uma sociedade de emissão zero está em andamento, alertando, no entanto, que metas mais fortes para 2030 ainda são necessárias – além de planos detalhados para garantir que essas metas sejam realmente cumpridas.
Os líderes da UE reunidos em Bruxelas nesta semana deram um passo nessa direção, com os 27 Estados-membros concordando com uma meta obrigatória de cortar as emissões em pelo menos 55% até 2030, após meses de negociações difíceis.
"Estamos em um ponto em que a mudança climática agora está firmemente registrada como prioridade máxima na agenda global", explica Cleetus. "Hoje ela é vista como uma ameaça econômica, além de ser uma ameaça ao planeta e aos ecossistemas". Ela diz que o Acordo de Paris foi a primeira vez que a conversa sobre o clima foi enquadrada pela transição para uma economia líquida zero, algo que influenciou os compromissos políticos e comerciais nos últimos cinco anos.
Mais de 110 países já se comprometeram a fazer a transição para uma economia neutra em carbono até meados do século, incluindo grandes emissores como a União Europeia, Japão, Coreia do Sul e Reino Unido. A China, o maior poluidor do mundo, prometeu atingir a meta até 2060, enquanto os Estados Unidos – sob a próxima administração de Biden – devem voltar a aderir ao Acordo de Paris e planejam fazer a mudança para emissão líquida zero até 2050.
"Esses anúncios são extremamente significativos no contexto geopolítico e no contexto climático, e acho que podem ser atribuídos em parte, e de maneira central, à arquitetura do Acordo de Paris", avalia Damon Jones, chefe de diplomacia climática no instituto Climate Analytics, em Colônia, se referindo ao ciclo de revisão de cinco anos do acordo, que exige que os países aprimorem constantemente suas metas de redução de emissões e assumam novos compromissos.
Financiamento ainda é "ponto delicado"
Mas tanto Cleetus quanto Jones enfatizam que a comunidade internacional ainda tem um longo caminho a percorrer para apoiar os esforços de mitigação e adaptação nas partes do mundo que lutam contra os efeitos devastadores das mudanças climáticas.
"A realidade é que esses impactos estão piorando a cada dia, e os Estados Unidos e outros países ricos se recusam a reconhecer as perdas e danos que estão infligindo ao resto do mundo", sublinha Cleetus. "Esta continua sendo uma das maiores injustiças nas negociações globais que ainda não foi tratada de forma adequada.
"No final de 2019, antes da Conferência do Clima da ONU em Madrid, mais de 150 organizações não governamentais assinaram uma carta aberta pedindo mais apoio aos sobreviventes de desastres climáticos nos países mais pobres. A situação só piorou no ano passado com a pandemia de covid-19.
"O financiamento do clima é sempre um ponto delicado", diz Jones, ambientalista que assessorou a ilha caribenha de Santa Lúcia durante as negociações em Paris. Ele afirma que houve progresso, incluindo 9,7 bilhões de dólares (R$ 49 bilhões) prometidos no final de 2019 para o Fundo Verde para o Clima, criado pela ONU em 2010 para ajudar os países em desenvolvimento a reduzir suas emissões e responder melhor aos efeitos das mudanças climáticas.
"Mas certamente não está na escala do ritmo que é necessário ou esperado de muitos dos países no processo", acrescenta Jones.
Movimentos crescem desde 2015
Países e comunidades que tentam se adaptar às mudanças climáticas viram seus apelos serem amplificados por grupos de defesa internacional como Extinction Rebellion e Greve pelo Futuro (Fridays for Future). Liderados por uma geração de jovens politicamente engajados que sofrerão o impacto da mudança climática – incluindo a ativista sueca Greta Thunberg, que fundou o movimento de greve climática juvenil aos 15 anos em 2018 –, esses grupos capitalizaram a mensagem urgente de salvação do clima do Acordo de Paris
"O Acordo de Paris foi na verdade uma das primeiras vezes em que vimos que o movimento climático global realmente está mostrando seu poder", frisa Cleetus, creditando ao movimento de base liderado por pequenas nações insulares e outros grupos de interesse a inclusão da meta de 1,5 grau no acordo.
A filial alemã da Fridays for Future, que marcou seu segundo aniversário nesta semana, fez parte dessa campanha. Lina Gobbelé, uma porta-voz de 18 anos do grupo com sede na cidade de Aachen, no oeste da Alemanha, diz à DW que nos últimos cinco anos "o movimento climático realmente começou a se firmar na sociedade, especialmente em 2019".
Aquele foi o ano em que a cruzada climática de Thunberg se espalhou pelo mundo, obtendo o apoio de outros grupos com interesses semelhantes. Tudo culminou em uma semana global de ação climática em setembro de 2019, onde cerca de 6 milhões de pessoas em mais de 150 países foram às ruas demandar ações para enfrentar as mudanças climáticas, combater a desigualdade social e construir uma economia global mais justa. "No dia 20 de setembro, havia um número incrível de pessoas conosco nas ruas", lembra Gobbelé.
Apesar dos reveses da inação política e da atual pandemia, Cleetus diz que os ativistas precisam se lembrar da grande conquista do acordo de 2015. "Temos que nos lembrar daquele momento, basta lembrar o que foi necessário para aquilo tudo. E estamos em um desses momentos agora, enquanto tentamos superar esta pandemia", afirma, acrescentando que a recuperação é a oportunidade perfeita para fazer a transição para um futuro de baixo carbono.
"O que precisamos ver na preparação para a COP26 em Glasgow no próximo ano é uma coalizão das principais nações emissoras, incluindo os EUA, a UE, a China e outros, disposta a colocar compromissos muito ambiciosos na mesa em termos de redução de emissões, e disposta a implementar as políticas em casa. É simples assim."
Autor: Martin Kuebler / DW.com
Cálculos da FecomercioSP mostram que setor perderia 3% do seu faturamento se o auxílio emergencial não fosse pago em meio à pandemia; lojas de vestuário são as mais afetadas pela crise
SÃO PAULO/SP - Puxado pelos supermercados e pelas lojas de materiais para construção e sustentado pelo auxílio emergencial, o varejo paulista vai terminar o ano com alta de 2% no seu faturamento real em comparação a 2019, projeta a Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV), da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP). Em números absolutos, será um aumento de R$ 12 bilhões no orçamento final de 2020 em relação ao ano anterior – um resultado menos destrutivo do que o esperado em meio à crise do coronavírus.
Nos cálculos da Entidade, no entanto, o setor registraria queda acentuada de 3% se o governo federal não tivesse interferido na economia por meio do auxílio emergencial, a partir de abril, o que mostra, novamente, o caráter decisivo da medida para a economia do País.
O crescimento vai ser marcado por desempenhos assimétricos jamais vistos na história do comércio do Estado: a diferença entre o melhor resultado do ano, o das lojas de materiais de construção (alta de 15%), e pior, o das lojas de vestuário, tecidos e calçados (queda de 25%) será de 40 pontos porcentuais. Para se ter uma ideia, em 2019, essa diferença foi de apenas 8 pontos porcentuais.
Depois dos lojistas do setor de construção, as atividades que mais vão crescer no ano serão supermercados (14%) e farmácias e perfumarias (9%). Por outro lado, além das lojas de vestuário, as concessionárias de veículos também vão acabar 2020 com um tombo de 19% em comparação ao ano passado.
A dispersão também pôde ser vista nos resultados trimestrais que compõem o desempenho do fim do ano: no primeiro trimestre, ainda no início da pandemia, o varejo paulista faturou 5% a mais do que no mesmo período de 2019. No segundo, quando serviços essenciais ficaram fechados, a queda de 11% na comparação representou um rombo expressivo de R$ 20 bilhões para o caixa dos comerciantes – o pior momento da história do setor no Estado. A recuperação no terceiro trimestre (subida de 8%), que se deu pela retomada das atividades, deve ser mais tímida agora, no quarto trimestre, cuja projeção da FecomercioSP é de aumento de 4% no faturamento.
Ainda é possível ver a disparidade dos desempenhos por meio do montante arrecadado em segmentos considerados essenciais – como supermercados –, que vão terminar o ano com R$ 39 bilhões a mais em suas receitas do que em 2019. Enquanto isso, as atividades mais impactadas pelas restrições de circulação – como lojas de roupa e concessionárias de veículos – acabarão 2020 com R$ 27,4 bilhões a menos.
Considerando as incertezas do cenário econômico em 2021, a FecomercioSP estima que o comércio no Estado de São Paulo termine o ano com crescimento de 1%, desde que o governo federal também dê sinais de comprometimento com a agenda fiscal, avance nas reformas – como a Administrativa, mais urgente – e apresente um projeto mais crível de privatizações.
Fechamento de empresas e balanço de empregos
O cenário turbulento de 2020 também fez com que o varejo paulista perdesse 64.155 empresas – considerando todos os portes. O setor entrou na pandemia com 410.847 empresas e vai entrar em 2021 com 346.692, segundo levantamento da FecomercioSP.
Esses números também são corroborados por outro levantamento da Federação, a Pesquisa de Emprego no Estado de São Paulo (PESP): o comércio paulista vai fechar 2020 com 60 mil empregos formais a menos em relação a 2019, configurando o segundo pior desempenho anual desde 2010. No setor de serviços, o número será ainda maior: 121,6 mil vagas celetistas perdidas no ano – uma redução de 2%, também o segundo pior resultado em dez anos.
Os dados negativos são consequências principalmente dos impactos no auge da pandemia, entre o segundo e o terceiro trimestres. Só o comércio perdeu 143.913 vagas entre março e junho, segundo a PESP, enquanto os serviços viram 257.708 postos de trabalho com carteira assinada serem perdidos, considerando o intervalo entre março e julho.
Nota metodológica
A Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista no Estado de São Paulo (PCCV) utiliza dados da receita mensal informados pelas empresas varejistas ao governo paulista por meio de um convênio de cooperação técnica firmado entre a Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo (Sefaz-SP) e a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
As informações, segmentadas em 16 Delegacias Regionais Tributárias da Secretaria, englobam todos os municípios paulistas e nove setores (autopeças e acessórios; concessionárias de veículos; farmácias e perfumarias; lojas de eletrodomésticos e eletrônicos e lojas de departamentos; lojas de móveis e decoração; lojas de vestuário, tecidos e calçados; materiais de construção; supermercados; e outras atividades).
Os dados brutos são tratados tecnicamente de forma a se apurar o valor real das vendas em cada atividade e o seu volume total em cada região. Após a consolidação dessas informações, são obtidos os resultados de desempenho de todo o Estado.
Sobre a FecomercioSP
Reúne líderes empresariais, especialistas e consultores para fomentar o desenvolvimento do empreendedorismo. Em conjunto com o governo, mobiliza-se pela desburocratização e pela modernização, desenvolve soluções, elabora pesquisas e disponibiliza conteúdo prático sobre as questões que impactam a vida do empreendedor. Representa 1,8 milhão de empresários, que respondem por quase 10% do PIB brasileiro e geram em torno de 10 milhões de empregos.
País acabará com o peso conversível, moeda atrelada ao dólar. Salário mínimo é quintuplicado, e subsídios a empresas serão reduzidos gradualmente.
MUNDO - O governo de Cuba anunciou nesta última sexta-feira (11/12) uma abrangente reforma econômica que inclui a unificação das duas moedas que hoje vigoram no país, a redução gradual de subsídios para empresas e a quintuplicação do valor do salário mínimo, medida necessária diante a esperada alta da inflação.
A reforma acabará com o peso conversível, moeda vinculada ao dólar criada em 1994 e que circula junto com o peso normal, que vale 24 vezes menos. O peso conversível deixará de ser utilizado de forma gradual ao longo de seis meses.
O salário mínimo, hoje em 400 pesos (equivalente a 84 reais), subirá para 2.100 pesos (441 reais). O governo informou que adotará 32 níveis de salário, baseados no tipo de cada trabalho, até um máximo de 9.510 pesos (1.997 reais). O salário médio atual em Cuba é de apenas 879 pesos (185 reais).
A reforma também estabelece a redução de subsídios estatais a empresas, que terão um ano para ajustar os seus balanços. Economistas cubanos estimam que cerca de 40% das empresas estatais do país operam no vermelho e, enquanto algumas se beneficiarão da reforma monetária, especialmente as de exportação, outras irão à falência.
As mudanças serão aplicadas a partir de 1º de janeiro e foram tomadas para simplificar e dinamizar o funcionamento da economia. O país vem enfrentando aumento das sanções aplicadas pelo governo Donald Trump e redução da entrada de recursos por meio do turismo e de transferências de dinheiro de cubanos que moram no exterior devido à pandemia do coronavírus. O Produto Interno Bruto (PIB) do país deve encolher 8% neste ano.
Inflação de três dígitos
As medidas vinham sendo prometidas desde 2013, mas acabaram adiadas sucessivas vezes. Economistas estimam que a reforma provocará uma inflação na casa dos três dígitos e perdas no curto prazo para os cubanos, mas são importantes no longo prazo, pois as diferentes taxas de câmbio acabam subsidiando alguns setores e distorcendo o funcionamento da economia.
O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, afirmou que não havia "solução mágica" para os problemas econômicos do país, mas que a reforma "favorecerá a criação das condições necessárias para progressos de forma mais sólida".
Devido à esperada alta na inflação, "é necessário definir um salário mínimo no país que garanta a satisfação de necessidades básicas para o trabalhador e sua família, assim como uma escala de salários válida para todos os trabalhadores", afirmou o Ministério do Trabalho em uma nota publicada nesta sexta-feira no jornal oficial do regime.
A alta nos salários não se aplica a cerca de dois milhões dos cerca de sete milhões de trabalhadores no setor privado nem a trabalhadores informais, e a alta na inflação poderá piorar ainda mais a situação dos desempregados.
"Essa tarefa não é isenta de riscos", disse Díaz-Canel, que definiu a reforma como um dos desafios mais complexos que Cuba já enfrentou, mas afirmou que "ninguém ficará desamparado". Ele também anunciou que quem aumentar os preços de forma indevida poderá sofrer graves punições.
Em 23 de novembro, a empresa americana Western Union deixou de oferecer serviços de remessas financeiras a Cuba, após novas restrições adotadas pelo governo Trump. Era o principal canal de envio de recursos à ilha por parentes que moram no exterior. Há expectativa que o início da administração Joe Biden possa amenizar algumas das restrições à ilha.
Parte dos cubanos reclama que outras moedas seguirão em uso no país, já que o governo tem aberto lojas que vendem produtos de consumo em dólar e em outras moedas internacionais, apenas mediante pagamento em cartão. O governo argumenta que a abertura dessas lojas se trata de medida temporária para obter moedas fortes para comprar mais bens em meio à escassez.
A dolarização parcial, porém, tende a oferecer alguma estabilidade durante a reforma monetária, especialmente para as famílias que recebem transferências de parentes que moram no exterior.
Repressão a protestos
O anúncio da reforma econômica se dá em meio a protestos no país contra o regime. Em 27 de novembro, centenas de pessoas, com apoio de parte da classe artística, fizeram uma manifestação em defesa da liberdade de expressão em frente ao Ministério da Cultura de Cuba.
Em seguida, o governo cubano passou a dirigir críticas aos manifestantes e acusá-los de estarem a serviço dos Estados Unidos com o objetivo de desestabilizar o governo. Cerca de uma dezena de artistas e ativistas foram presos.
Os manifestantes têm usado a internet para registrar ações repressoras do Estado, como artistas mantidos em prisão domiciliar. Na quinta-feira (10/12), a organização NetBlocks, que monitora a liberdade da internet no mundo, informou que o governo cubano havia bloqueado o acesso às redes sociais no país diversas vezes desde a realização do protesto.
*Por: dw.com
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