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EUA - Os Estados e as instituições devem agir diante do risco crescente de recessão no mundo, para prevenir "uma nova normalidade perigosa" de economias frágeis, advertiu na quinta-feira (6) a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Kristalina Georgieva.

É fundamental "estabilizar a economia mundial, abordando os desafios mais imediatos", entre eles, o combate à inflação, a proteção das populações mais vulneráveis e as dificuldades da dívida, disse Georgieva em um discurso em Washington, no qual lançou as reuniões anuais do Fundo e do Banco Mundial que acontecem na capital americana na próxima semana.

No entanto, esse processo pode ser doloroso e, se os bancos centrais agirem muito agressivamente sobre suas taxas de juros, poderiam "afundar muitas economias em uma recessão prolongada", advertiu.

Os ministros das Finanças e titulares de bancos centrais de mais de 180 países participarão, entre os dias 10 e 16 de outubro, da primeira reunião totalmente presencial do Fundo e do Banco Mundial desde 2019, antes da pandemia de covid-19.

O FMI publicará na terça-feira suas previsões para 2022 e 2023, que, segundo a diretora-gerente, preveem uma queda do crescimento.

 

- Inflação, o alvo principal -

A epidemia de covid-19 provocou uma "mudança fundamental na economia global", disse Georgieva, ao passar de "um mundo de relativa previsibilidade" para outro sujeito a maior incerteza.

Como resultado, o FMI prevê que um número significativo de países terá ao menos dois trimestres consecutivos de queda do PIB, um sinal de recessão, entre o fim deste ano e 2023.

É um risco que paira sobre "cerca de um terço da economia mundial" e ainda pode ser pior: "A incerteza é muito grande, em um contexto de guerra e pandemia. Pode haver outros choques econômicos", afirmou a titular do FMI.

Por isso, o objetivo principal deve ser reduzir a inflação, para impedir que esta crie raízes e evitar "taxas [de juros] ainda mais altas e persistentes, o que prejudicaria ainda mais o crescimento e o emprego", acrescentou.

 

- Crise da dívida -

Georgieva, no entanto, reconhece que reduzir a inflação "não será fácil".

"2022 está sendo difícil e 2023 será ainda mais. Mas o principal é evitar causar ainda mais danos e em um período mais longo", ressaltou.

Não obstante, a titular do FMI adverte que um ajuste "muito forte e muito rápido" das taxas de juros, sobretudo sem coordenação, poderia "afundar muitas economias em uma recessão prolongada".

Além dos juros mais altos, há o fortalecimento do dólar precisamente pelos aumentos das taxas implementados pelo Fed, o banco central dos Estados Unidos, o que dificulta o acesso de muitos países ao crédito.

A pandemia fez com que muitos Estados se endividassem ainda mais, e agora eles enfrentam o risco de sobre-endividamento em um contexto de aumento dos juros em todo o mundo.

"Mais de um quarto dos países emergentes estão em situação de inadimplência ou em níveis difíceis, assim como mais de 60% dos países de baixa renda", o que "aumenta o risco de uma crise da dívida cada vez maior" e prejudicaria o crescimento global, advertiu Georgieva.

 

 

AFP

ARGENTINA - Técnicos do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da Argentina chegaram a um acordo sobre a segunda revisão do programa econômico do país sul-americano, abrindo o caminho para que Buenos Aires receba cerca de 3,9 bilhões de dólares, informou a entidade na segunda-feira (19).

O acordo técnico agora será analisado pela diretoria do FMI “nas próximas semanas”, disse o FMI.

O Fundo aprovou em 25 de março um programa de ajuda para a Argentina no total de 44 bilhões de dólares a 30 meses.

“O exame se concentrou na atualização do marco macroeconômico e nas medidas implementadas para reforçar sua estabilidade e permitir um crescimento duradouro e inclusivo. Neste contexto, combinou-se que os objetivos previstos durante a negociação do plano permanecessem inalterados para 2023”, declarou, por sua vez, o chefe da missão para a Argentina, Luis Cubeddu, citado em nota.

Embora o Fundo admita uma revolução no contexto econômico mundial, destaca que “a pressão do mercado está se dissipando e as previsões de crescimento permanecem inalteradas”.

A Argentina viveu duas trocas de ministros da Economia nos últimos meses, uma pasta que agora é encarregada de Sergio Massa, que no último 12 de setembro foi ao FMI para se reunir com a diretora-gerente, Kristalina Georgieva.

“A maior parte dos objetivos do programa previstos para 2022 foi cumprida, devido a um aumento das importações”, afirmou Cubeddu.

A Argentina se comprometeu com o FMI a aumentar suas reservas internacionais e reduzir o déficit fiscal, de 3% do Produto Interno Bruto em 2021 a 2,5% este ano, 1,9% em 2023 e 0,9% em 2024.

Trata-se do décimo terceiro acordo entre o FMI e a Argentina desde o retorno do país à democracia em 1983.

O acordo prevê um reembolso apenas de 2026 a 2034, se para então a Argentina cumprir os objetivos, um dos quais é fixar seu crescimento sustentado no longo prazo (após os 10,3% de 2021).

 

 

AFP

CHILE - A Diretoria Executiva do Fundo Monetário Internacional (FMI) aprovou uma linha de crédito flexível de cerca de 18,5 bilhões de dólares para o Chile com o objetivo de "aumentar as reservas e fornecer segurança contra cenários adversos", disse o FMI na segunda-feira, 29.

As autoridades chilenas pretendem tratar a linha de crédito como "preventiva" e planejam sair do acordo quando as condições permitirem, afirmou a diretora-gerente do Fundo, Kristalina Georgieva, em comunicado.

O Chile também informou ao FMI decisão de cancelar uma linha de liquidez de curto prazo existente de cerca de 3,3 bilhões de dólares, disse a instituição.

A linha de crédito é um mecanismo de precaução subscrito pelo banco central e pelo Ministério das Finanças do Chile, disse a chefe do FMI no país, Ana Corbacho, em entrevista coletiva.

O Chile qualificou-se para a linha de crédito flexível por causa de seus "fortes fundamentos econômicos e arcabouço político-institucional", bem como seu compromisso de manter políticas fortes no futuro, afirmou o Fundo.

No entanto, o Chile agora "enfrenta um aumento acentuado dos riscos globais", disse Georgieva.

 

 

 

Por Kylie Madry, Rodrigo Campos e Natalia Ramos / REUTERS

NOVA YORK - Desde o início da guerra entre Rússia e Ucrânia, cerca de 30 países restringiram o comércio de alimentos, energia e outras commodities, aponta monitoramento do Fundo Monetário Internacional (FMI). O momento atual é descrito como o maior teste para a economia global desde a Segunda Guerra, com o conflito no Leste Europeu sendo mais um componente na crise gerada pela pandemia de covid-19.

O FMI destaca que apenas a cooperação internacional será capaz de atenuar problemas globais como “a escassez de alimentos, eliminar as barreiras ao crescimento e salvar o clima”. O texto é assinado pela diretora gerente do Fundo, Kristalina Georgieva; Gipa Gopinath, vice-diretora gerente; e Ceyla Pazarbasioglu, diretora de estratégia, política e revisão.

“Custos de uma maior desintegração econômica seriam enormes entre os países”, de acordo com o Fundo. Para economias avançadas, a fragmentação traria mais inflação, e a produtividade seria prejudicada com o rompimento de parcerias com outras nações. O FMI estima que apenas a fragmentação tecnológica pode levar a perdas de 5% do PIB para muitos países.

Para os países em desenvolvimento, as exportações seriam dificultadas por uma reconfiguração nas cadeias de suprimentos e pelas barreiras a novos investimentos. O texto aponta ainda para novos custos de transações, que surgiriam se os países tivessem que desenvolver sistemas de pagamento independentes. A alternativa para não se render à fragmentação geoeconômica é reformular a forma de cooperação entre as economias, indicam as diretoras do FMI.

 

Sem barreiras

Como primeiro passo para esta renovação, estaria a necessidade de fortalecer o comércio para aumentar a resiliência do sistema global. A redução de barreiras comerciais aliviaria a escassez e baixaria o preço dos alimentos, indica o Fundo, alertando que não só países, mas empresas também precisam diversificar suas exportações.

Além disso, outra prioridade seria intensificar os esforços conjuntos para lidar com a dívida de países. “Com cerca de 60% dos países de baixa renda com vulnerabilidades significativas, alguns precisarão de reestruturação da dívida.”

Em terceiro lugar, a modernização dos pagamentos internacionais é colocada como forma de garantir o crescimento. Uma possível solução, indica o FMI, seria o esforço para desenvolver uma plataforma digital pública de infraestrutura para pagamentos – inclusive conectando os sistemas com as moedas digitais emitidas por bancos centrais (CBDCs, na sigla em inglês).

O artigo encerra recomendando o enfrentamento das mudanças climáticas, classificadas como “desafio existencial que está acima de tudo”. A diferença entre os compromissos firmados e a adoção de políticas precisa ser reduzida, apontam as autoras, que defendem formas de precificar a emissão de carbono combinadas com investimentos em energias renováveis e compensação aos mais afetados pelas mudanças climáticas.

 

 

Aramis Merki II / ESTADÃO

ANGOLA - Em entrevista à agência de informação financeira Bloomberg, Jibran Qureishi apontou Gana, Quénia, Angola, Etiópia e Zâmbia como os "cinco países frágeis" relativamente à evolução da dívida pública.

"Angola foi um dos principais países beneficiários da Iniciativa do G-20 para a Suspensão do Serviço da Dívida (DSSI) durante a pandemia, permitindo à nação produtora de petróleo adiar o pagamento de quase 3 mil milhões de dólares [2,6 mil milhões de dólares] no ano passado", lembrou o analista em África do Standard Bank, à Bloomberg.

Fim do programa do FMI

"Com o final do programa do Fundo Monetário Internacional (FMI) a incerteza sobre mais conversações relativamente a endividamento bilateral adicional e poucos investimentos no setor petrolífero que podem abrandar a produção, é preciso cautela", argumentou.

Ainda assim, concluiu,"Angola tem o potencial para ter mais melhorias no rating ainda este ano se as coisas correrem bem".

As declarações de Jibran Qureishi surgem poucos dias depois de a Standard & Poor's ter seguido o exemplo da Fitch Ratings e melhorado a opinião sobre a qualidade do crédito soberano de Angola, para B-, e na mesma semana em que foi divulgado o plano de endividamento de Angola para este ano, que prevê uma redução do rácio da dívida sobre o PIB, de 85% em 2021, para 73% este ano e o regresso aos mercados financeiros, com a emissão de títulos no valor de 2,8 mil milhões de dólares (2,4 mil milhões de euros).

Relatório

Na entrevista à Bloomberg, Jibran Qureishi apresentou um relatório onde defende que, entre 18 países africanos, há cinco países, os 'fragile five', que vão enfrentar problemas com a dívida nos próximos dois anos devido ao final dos estímulos governamentais dados para combater a pandemia, e a conclusão do alívio da dívida oferecido aos países mais pobres.

ARGENTINA - O Fundo Monetário Internacional (FMI) destacou na quinta-feira (10) seu desejo de chegar a um acordo definitivo com a Argentina "o mais rápido possível" para refinanciar a dívida bilionária do país, revelando que há "debates intensos" para consegui-lo.

Em 28 de janeiro, o pessoal técnico do FMI e o governo de centro esquerda do presidente Alberto Fernández chegaram a um pré-acordo para renegociar uma dívida de 44 bilhões de dólares, em troca de reformas econômicas, inclusive uma redução gradual do déficit orçamentário (atualmente de 3% do PIB), com o objetivo de voltar ao equilíbrio em 2025.

"Não tenho um cronograma em termos do acordo, mas estamos trabalhando muito intensamente, assim como as autoridades argentinas. Estamos trabalhando em estreita colaboração e buscaremos fazer isto o mais rápido possível", disse a jornalistas o porta-voz do FMI, Gerry Rice.

"O que estamos vendo é uma abordagem realista e pragmática para desenhar um programa confiável, que possa abordar a estabilidade macroeconômica da Argentina e começar a abordar os desafios profundamente arraigados que o país enfrenta", explicou, negando-se a dar detalhes sobre as discussões.

Rice disse não ter uma data para o eventual envio de uma missão do FMI à Argentina.

Tampouco respondeu se o FMI aceitaria adiar um próximo vencimento da dívida de cerca de 2,9 bilhões de dólares em março se o novo acordo não estiver aprovado na ocasião.

"Não especularia sobre outras alternativas", disse.

O governo de Fernández pagou recentemente vencimentos do empréstimo: uma cota de capital de mais de 700 milhões de dólares em 28 de janeiro, e 370 milhões de dólares em juros em 4 de fevereiro.

A Argentina recebeu cerca de 44 bilhões de dólares de um empréstimo de 57 bilhões de dólares aprovado em 2018 durante o mandato do presidente de centro direita de Mauricio Macri. O acordo exigia desembolsos de 19 bilhões de dólares a partir de 2022 e de US$ 20 bilhões em 2023, algo "insustentável" segundo o governo de Fernández.

Os debates atuais entre o FMI e as autoridades argentinas se referem em particular ao calendário de pagamentos.

Rice lembrou que o pré-acordo anunciado em 28 de janeiro inclui um consenso sobre a "via fiscal que melhoraria de forma sustentável as finanças públicas e reduziria o financiamento monetário", assim como a "redução duradoura dos subsídios à energia" e a "mobilização de apoio externo para fortalecer a resiliência da Argentina".

ARGENTINA - A Argentina pagou neste final de semana, aproximadamente 370 milhões de dólares em juros do empréstimo de 44,5 bilhões de dólares, concedido em 2018 pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), que já concordou com o governo em substituir este crédito por outro de prazo maior, informaram à AFP fontes oficiais.

O governo pagou há uma semana uma cota de capital de US$ 700 milhões do empréstimo stand-by de 2018, após acordar, em sua substituição, um novo programa de facilidades estendidas com o FMI, também de 44,5 bilhões de dólares e pagamentos entre 2024 e 2032.

"O pagamento de juros é de cerca de 370 milhões de dólares", detalhou uma das fontes. O desembolso foi notificado ao final do dia no total de reservas internacionais do Banco Central, que caíram a 37,189 bilhões de dólares.

Conforme o acertado em 2018, durante o governo liberal do presidente Mauricio Macri (2015-2019), a Argentina devia reembolsar mais de 40 bilhões de dólares em 2022 e 2023.

O novo acordo estabelece uma redução do déficit fiscal progressiva até cair a zero em 2025 e outras metas de inflação, arrecadação de impostos, subsídios à energia, emissão monetária e ajuste da taxa de câmbio, que estão sendo debatidas com uma abordagem "pragmática", informou na quinta-feira a diretora do FMI, Kristalina Georgieva.

"Nosso enfoque principal é tirar a Argentina deste caminho muito perigoso de inflação alta", disse Georgieva. Nos primeiros 11 meses de 2021, a economia argentina cresceu 10,3%, mas a inflação acumulada do ano inteiro foi de 50,9%.

 

- Deixar de depender -

Os termos dos memorandos de entendimento serão negociados pelo governo e as autoridades do Fundo durante as próximas semanas e o cumprimento das metas será revisto pelo FMI a cada três meses.

Na Rússia, onde estava em visita oficial, o presidente Alberto Fernández disse na quinta-feira que "a Argentina tem que deixar essa dependência tão grande que tem com o FMI", que dedicou cerca de 20 programas ao país desde 1998, com o último intervalo em 2006-2018.

O empréstimo tomado por Macri em 2018, de 57 bilhões de dólares - do qual o governo de centro-esquerda de Fernández recusou pegar as parcelas restantes - concentrava os vencimentos entre 2022 e 2024.

O acordo, que precisa ser ratificado pelo Congresso argentino e a direção-executiva do FMI, estipula que os próximos vencimentos serão financiados com fundos do novo programa.

Em 2020, o governo Fernández tinha reestruturado cerca de 66 bilhões de dólares de dívida com credores privados internacionais.

 

- Inflação alta -

Segundo o boletim Relevamiento de Expectativas (REM), divulgado nesta sexta-feira pelo Banco Central, a economia argentina atravessará 2022 com uma inflação superior a 50%, um crescimento de 3% e uma desvalorização do peso perante o dólar na taxa de câmbio nominal superior a 40%.

Analistas consultados pela entidade para o boletim projetaram que a inflação varejista para 2022 ficará em 55%, elevaram a previsão da inflação de 2023 para 45% e confirmaram sua previsão de 35% para 2024.

O boletim espera um crescimento real do PIB para 2022 de 3%, contra os 10,3% nos primeiros 11 meses de 2021 registrados pela economia argentina.

O REM foi elaborado com base nas previsões de 39 consultorias, centros de pesquisa e entidades financeiras nos dias em que a Argentina anunciou o acordo com o FMI.

 

 

AFP

ARGENTINA - O Fundo Monetário Internacional (FMI) pode perder legitimidade se "empurrar a Argentina para uma situação desestabilizadora" - alertou o ministro da Economia, Martín Guzmán, em entrevista à AFP, no momento em que o país negocia um novo programa de crédito com o organismo.

A Argentina busca um acordo com o FMI que lhe permita estender os prazos de pagamento dos cerca de US$ 44 bilhões que deve à entidade desde 2018, quando assinou um empréstimo de até US$ 57 bilhões.

Do total recebido, os vencimentos estão concentrados em 2022 e 2023, com pagamentos de US$ 19 bilhões e US$ 20 bilhões, respectivamente. Guzmán considera este cronograma insustentável.

Terceira economia da América Latina, a Argentina teve um crescimento de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2021, depois de cair 9,9% em 2020. Mas está arrasada pela pobreza (40%) e pela inflação de 50%, das mais altas no mundo.

O governo de centro-esquerda do presidente Alberto Fernández quer chegar a um acordo com o Fundo sobre um programa de redução do déficit fiscal, mas com base no crescimento, e não em cortes nos gastos públicos.

 

- PERGUNTA: Que perspectivas a Argentina tem para 2022? É possível que um acordo com o FMI não seja alcançado? Fala-se de "default": há preocupação?

- RESPOSTA: A Argentina tem um superávit comercial muito alto, que está nos níveis mais altos que alcançamos. Foram mais de US$ 15 bilhões em 2021. Qual é o problema da balança de pagamentos que a Argentina enfrenta em 2022? É justamente a dívida com o FMI. É a dívida com o FMI que gera o problema do balanço de pagamentos. E é por isso que é importante poder refinanciá-lo. É importante para o país e também para o FMI.

Se o FMI empurrar a Argentina para uma situação desestabilizadora, também terá menos legitimidade no futuro, quando outros países recorrerem ao multilateralismo para poder resolver seus problemas junto com a comunidade internacional.

Se quisermos nos proteger mutuamente e proteger o funcionamento do multilateralismo, é importante chegar a um acordo sobre algo crível. E crível significa implementável.

Temos um conjunto de objetivos econômicos e sociais e, claro, queremos cumprir os nossos compromissos, mas precisamos de tempo. Precisamos ser capazes de refinanciar essas dívidas.

 

- P: Você espera um gesto dos Estados Unidos, na qualidade de maior acionista do FMI? Qual sua opinião sobre que um grupo de legisladores democratas pediu para abolir as sobretaxas para os países com os maiores empréstimos?

- R: Esse pedido à secretária do Tesouro dos Estados Unidos (Janet Yellen) foi importante para apoiar uma revisão dessa política no conselho do FMI, que prejudica países em crise que têm o que se chama de "acesso excepcional ao Fundo Monetário Internacional". Porque eles são cobrados mais quando a situação é pior. Isso (...) não ajuda a cumprir a missão do Fundo de garantir a estabilidade financeira global. Os países com essas taxas de juros perdem recursos para realizar os investimentos necessários para melhorar a capacidade de pagamento.

 

- P: Qual é a discordância sobre a questão tributária?

Há praticamente acordo sobre para onde convergir, qual é o resultado fiscal primário (antes do pagamento dos juros da dívida). A diferença está nas velocidades, e isso tem a ver com o fato de estarem olhando para objetivos diferentes.

Em 2021, com uma economia crescendo 10%, o déficit fiscal primário caiu 3,5 pontos do Produto (Interno Bruto). O déficit fiscal para 2021 ficou entre 2,9 e 3% do PIB, esse valor será conhecido em 20 de janeiro. É uma queda muito forte. Está ocorrendo uma virtuosa consolidação fiscal.

O que o FMI levantou é que deveria haver uma consolidação fiscal mais rápida. Mas há dois problemas: o primeiro é que a forma como eles colocam isso impediria a recuperação econômica no curto prazo. A segunda é que o ponto em que a consolidação fiscal mais rápida se concentraria seria em uma menor expansão do investimento em infraestrutura pública (...). Para nós, isso é fundamental, porque esse investimento é do que a Argentina mais precisa, do ponto de vista produtivo. É aí que está a tensão.

EUA - Os líderes dos países industrializados se comprometeram na quarta-feira (13) em Washington a abordar os problemas de logística provocados pela pandemia, que alimentam a inflação e ameaçam o crescimento mundial.

Os gargalos nas cadeias de abastecimento são um tema central das reuniões do FMI e do Banco Mundial, das 20 maiores economias do mundo (G20) e do G7, que reúne as principais potências industrializadas.

Os problemas de abastecimento, provocados pelo aumento da demanda do transporte logístico em meio à recuperação da pandemia, combinada com a escassez de mão-de-obra, levaram o Fundo Monetário Internacional a rever para baixo as previsões de crescimento de vários países, entre eles Estados Unidos, China, Alemanha e Reino Unido.

Os ministros da Economia e presidentes dos bancos centrais do G20 afirmaram que irão "usar todas as ferramentas possíveis durante o tempo necessário" para minimizar o impacto da pandemia e evitar "qualquer suspensão prematura das medidas de apoio".

Alertaram, porém, que os problemas de abastecimento e a alta da inflação devem persistir.

O Banco Mundial estima que 8,5% do transporte mundial de contêineres está bloqueado nos portos ou seus arredores, o dobro do que em janeiro.

 

- "Pressões inflacionárias" -

O diretor do banco central da Itália, Ignazio Visco, concordou com o FMI e outros que afirmaram que as pressões inflacionárias se devem principalmente a fatores transitórios, como o aumento da demanda, mas reconheceu que "isso pode demorar meses para desaparecer".

Os presidentes dos bancos centrais do G20 disseram que estão estudando a questão para ver se há "fatores mais estruturais em jogo" no pico de inflação mais alto do que o esperado e "se há algum componente que está começando a ser transitório, mas pode se tornar permanente", declarou Visco a repórteres.

O desafio é sustentar a recuperação com condições financeiras favoráveis, evitando um aumento permanente da inflação.

O comunicado do G20 disse que os bancos centrais "agirão conforme necessário" para tratar da estabilidade de preços "enquanto analisam as pressões inflacionárias onde elas são transitórias".

Mas o presidente do Banco Mundial, David Malpass, advertiu que alguns aumentos de preços "não serão transitórios".

“Levará tempo e a cooperação dos formuladores de políticas ao redor do mundo para resolvê-lo”, declarou.

 

- Fator da vacina -

A diretora-gerente do FMI, Kristalina Georgieva, alertou que o atraso na vacinação contra a covid-19 nos países em desenvolvimento também é um fator que pesa.

Cerca de 58% da população nas economias avançadas já está completamente imunizada, em comparação com 36% nas economias emergentes e menos de 5% nos países pobres, segundo o FMI.

"Deveríamos nos preocupar com esta divergência", afirmou, "porque enquanto aumentar, este risco de interrupções nas cadeias de abastecimento globais será maior

O que se teme é que o aumento dos preços crie um círculo vicioso que obrigue as economias avançadas a elevar suas taxas de juros para conter a inflação, o que aumentaria os custos dos empréstimos para os países em desenvolvimento e atrasaria ainda mais sua recuperação.

Malpass também lamentou a situação nos países em desenvolvimento, que já enfrentam um panorama "sombrio" e um "trágico revés do desenvolvimento", causado pela pandemia que levou 100 milhões de pessoas à pobreza extrema e está causando problemas de dívida em muitos países.

EUA - O Fundo Monetário Internacional anunciou na quarta-feira (18) que vai suspender os fundos para o Afeganistão devido à incerteza sobre o estado do governo em Cabul, após a tomada do país pelos talibãs.

"Como sempre, o FMI se guia por opiniões da comunidade internacional", disse um porta-voz à AFP.

"Atualmente existe uma falta de clareza dentro da comunidade internacional em relação ao reconhecimento de um governo no Afeganistão, consequentemente o país não pode acessar os Direitos Especiais de Saque (DES) ou outros recursos do FMI", acrescentou.

O Fundo já tomou medidas similares antes, quando parte dos seus membros não reconhecem o governo de um país, como no caso da Venezuela.

O FMI tem 190 países-membros que estão divididos sobre o Afeganistão.

Depois de duas décadas tentando derrotar os talibãs, as potências ocidentais enfrentam a difícil escolha de estabelecer ou não relações com o grupo fundamentalista que agora controla o Afeganistão.

O Canadá já anunciou que não vai reconhecer os talibãs. A França enumerou cinco condições prévias. Rússia, China e Turquia saudaram as primeiras declarações públicas dos insurgentes.

O FMI devia liberar uma parte final da ajuda a Cabul no âmbito de um programa aprovado em 6 de novembro de 2020 no total de 370 milhões de dólares.

Este programa de 42 meses (três anos e meio) resultou em um desembolso imediato de 115 milhões de dólares. Uma segunda parte da ajuda, no valor de 149,4 milhões de dólares, foi desembolsada no começo de junho, após uma revisão inicial do avanço do programa.

Restava liberar cerca de 105,6 milhões de dólares previstos neste plano de ajuda, concedido no âmbito da Facilidade de Crédito Estendida, cujo objetivo era apoiar a economia afegã, fortemente afetada pela pandemia de covid-19.

O presidente do Banco Central do Afeganistão, Ajmal Ahmady, que deixou o país no domingo, também informou nesta quarta que Cabul receberia no próximo 23 de agosto cerca de 340 milhões de dólares do FMI pela emissão de novos DES.

"Não sei se esta alocação vai continuar", disse em um tuíte.

Criados em 1969, os DES não são uma moeda, nem têm existência material. Seu valor se baseia em uma cesta de cinco moedas internacionais importantes: dólar, euro, libra, iuane e iene.

Uma vez emitidos, os DES podem ser usados como moeda de reserva que estabiliza o valor da moeda nacional ou podem ser convertidos em moedas mais fortes para financiar investimentos.

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O Afeganistão, extremamente dependente de ajuda internacional, é um dos países mais pobres do mundo.

 

 

*Por: AFP

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