SÃO CARLOS/SP - Em parceria com a iniciativa privada por meio de contrapartidas, a Prefeitura de São Carlos está promovendo uma ampla reestruturação urbana na região da USP 2, com obras que prometem mudar a dinâmica de mobilidade e infraestrutura no grande Santa Felícia. O projeto contempla cerca de 1,7 km de pavimentação, drenagem, guias, sarjetas e implantação de ciclovias, conectando o Jardim do Porto ao Faber 3. O investimento total gira em torno de R$ 3 milhões.
Além das melhorias viárias, a obra inclui a interligação de adutoras entre os poços artesianos do Jardim Ipanema até o Faber 3. A iniciativa, conduzida pela Construtora Buso, em parceria com a Imobiliária Cardinali, busca resolver os problemas de abastecimento de água que afetam a região há anos. O assessor do prefeito, João Muller, destacou a importância da parceria com o setor privado. “Essas obras são resultado de uma união de forças entre a Prefeitura e as construtoras e imobiliárias que acreditam no desenvolvimento de São Carlos. Estamos construindo uma nova alternativa viária que vai beneficiar milhares de moradores”, disse.
A nova rota, que deve ser concluída até dezembro, vai oferecer uma alternativa estratégica de tráfego, ligando a avenida Miguel Petroni à região do Shopping. O prefeito Netto Donato destacou a importância da obra para melhorar a infraestrutura urbana. “Estamos investindo em mobilidade, qualidade de vida e planejamento. Essa obra é de fundamental importância para a zona oeste da cidade e vai facilitar o acesso, valorizar os bairros e impulsionar o crescimento da região. Com a conclusão das obras, São Carlos se prepara para oferecer uma nova experiência de deslocamento urbano, mais eficiente e integrada às necessidades da população”, relatou.
SÃO CARLOS/SP - Um grupo de pesquisadores do Brasil – com participação do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) - e da Suécia encontrou uma nova forma de tornar o tratamento do câncer de mama mais eficaz e menos agressivo. A técnica inovadora combina o uso de minúsculas partículas de ouro com uma tecnologia parecida com “microcanudos” invisíveis a olho nu, capazes de injetar essas partículas diretamente dentro das células doentes.
Essas partículas de ouro, que são tão pequenas que só podem ser vistas com equipamentos especiais, têm a capacidade de transformar luz em calor. Quando iluminadas, aquecem a célula onde estão e destroem, seletivamente, as células cancerosas — esse processo é chamado “terapia fototérmica”. O problema é que, no método tradicional, essas partículas nem sempre chegam ao lugar certo dentro das células, o que diminui bastante sua eficiência.
É aí que entra o grande diferencial da nova abordagem: o uso de estruturas microscópicas chamadas “nanocanudos”. Para se entender melhor, imagine canudinhos super finos, invisíveis, que atravessam a parede da célula e conseguem levar a partícula de ouro exatamente onde ela deve agir. Com a ajuda de pequenos impulsos elétricos, os cientistas conseguiram colocar muito mais partículas dentro das células cancerosas — cerca de 10 vezes mais do que o método tradicional.
Esse direcionamento mais preciso também faz com que as partículas evitem áreas da célula que poderiam destruí-las antes de funcionar. Em vez disso, elas são levadas diretamente para regiões internas da célula onde conseguem agir com mais potência, levando à morte da célula doente de forma mais rápida e eficaz.
Nos testes feitos em laboratório, a nova técnica foi aplicada em dois tipos diferentes de câncer de mama: o primeiro tipo, chamado MCF7 é um câncer considerado mais "controlável", pois responde a hormônios como estrogênio e progesterona. O segundo tipo, chamado MDA-MB-231, é um câncer mais agressivo e difícil de tratar, pois não responde a hormônios nem a tratamentos convencionais como certos tipos de quimioterapia. Esse tipo é conhecido como "triplo negativo".
O resultado foi animador: no câncer MCF7, quase todas as células doentes morreram após o tratamento com a nova técnica. Já no câncer mais resistente, o MDA-MB-231, houve uma redução expressiva das células tumorais, muito superior ao que se consegue com o método tradicional. E o melhor foi que essa morte celular aconteceu de forma controlada — um processo chamado apoptose, que evita inflamações ou danos aos tecidos saudáveis ao redor, tornando o tratamento mais seguro.
Segundo os cientistas, essa abordagem pode ser um grande passo na luta contra o câncer, especialmente nos casos mais difíceis. O próximo desafio é adaptar essa tecnologia para funcionar dentro do corpo humano, já que os testes, por enquanto, foram feitos em células cultivadas em laboratório.
A pesquisa é fruto da colaboração entre a USP de São Carlos e a UNESP, em parceria com a Universidade de Lund, na Suécia, tendo como autores os pesquisadores - Sabrina A. Camacho, Pedro H. B. Aoki, Frida Ekstrand, Osvaldo Novais de Oliveira Jr., e Christelle N. Prinz.
Para acessar esta pesquisa, publicada na revista internacional “ACS Applied Materials & Interfaces”, acesse - https://www2.ifsc.usp.br/portal-ifsc/wp-content/uploads/2025/09/CANCER-DE-MAMA.pdf
SÃO CARLOS/SP - A cidade de São Pedro (SP) acolhe entre os dias 21 e 24 deste mês a “7ª Conferência Internacional de Óptica e Fotônica (IOPC), evento que reunirá pesquisadores, estudantes, representantes da indústria e autoridades para debater os avanços mais recentes dessa área estratégica na ciência e indústria. Realizado no Hotel Colina Verde, o encontro integra diferentes iniciativas, como o “5º Encontro de Pesquisadores em Fotônica dos BRICS”, a “Escola de Bioespectroscopia” e o “Workshop de Indústria e Empreendedorismo”.
Promovida pela Sociedade Brasileira de Óptica e Fotônica (SBFoton), em estreita parceria com a Embrapa Instrumentação, este encontro tem o intuito de fortalecer a conexão entre ciência, inovação e aplicações tecnológicas, sendo que a programação inclui sessões técnicas, minicursos, mesas-redondas sobre inovação, concursos estudantis e uma feira de empresas do setor.
O objetivo principal deste evento é apresentar as últimas descobertas em Agrofotônica, Biofotônica, Fotônica Integrada e Optoeletrônica, Lasers, Comunicação Óptica, Óptica e Instrumentação, Tecnologias Quânticas Ópticas, Sensores, Imagens e Iluminação.
A fotônica, bastante estudada e difundida ao longo dos anos no IFSC/USP, através de inúmeras pesquisas e desenvolvimentos tecnológicos em saúde e agricultura, tem como destaques, na medicina, o uso de lasers na odontologia, o diagnóstico precoce de tumores por espectroscopia e terapias inovadoras contra o câncer, e na agricultura as tecnologias baseadas em laser e inteligência artificial.
A palestra de abertura deste evento será proferida pelo pesquisador e docente do IFSC/USP, Prof. Vanderlei Bagnato, subordinada ao tema “Da pesquisa básica com átomos e moléculas às aplicações da luz nas ciências da vida”, uma apresentação que incidirá sobre a trajetória do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CEPOF), sediado no IFSC/USP e cujo foco é a interação da luz com a matéria, em diversos aspectos.
Membro da Academia Brasileira de Ciências, da Academia Nacional de Ciências dos EUA e da Pontifícia Academia de Ciências do Vaticano, dentre outras, o pesquisador salienta que a compreensão dos fundamentos cria as condições para que no CEPOF se possam realizar as mais diversas aplicações. Como resumo de sua apresentação, o Prof. Vanderlei Bagnato pontua que ao investigar átomos frios o CEPOF tem construído uma base sólida de instrumentação e óptica de precisão, que possibilitou a construção do primeiro relógio atômico brasileiro e, além disso, a investigação de sistemas quânticos de muitos corpos, como os condensados de Bose-Einstein.
Com o conhecimento acumulado sobre colisões entre átomos excitados e seus efeitos de transferência de energia, será explicitada a forma como o CEPOF iniciou a investigação de reações fotodinâmicas que levaram a aplicações no tratamento do câncer e no controle microbiológico e, mais recentemente, à quebra da resistência bacteriana a antibióticos.
Em sua apresentação, o Prof. Vanderlei Bagnato enfatizará o percurso percorrido por esse Centro de excelência ao longo do tempo, sempre se aproveitando de tudo o que era possível para transformar o conhecimento gerado em aplicações e inovações tecnológicas junto às empresas.
Ao longo desta apresentação, o pesquisador fará um “tour” pelos diversos desenvolvimentos em que o CEPOF está envolvido atualmente, com cerca de 120 pessoas que trabalham nos diversos laboratórios do Centro, bem como uma descrição da formação de mais de 40 empresas e com mais de 60 produtos no mercado, e ainda uma abordagem ao futuro novo centro de excelência criado pela USP.
Confira todas as informações e programação do evento em - https://conference2025.sbfoton.org.br/#speakers
Tecnologia brasileira promete rapidez, baixo custo e menos sofrimento para pacientes
SÃO CARLOS/SP - Um simples teste de saliva poderá, num futuro próximo, ajudar médicos a identificar precocemente a depressão e outras doenças mentais. A novidade vem através do trabalho de pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), que, em parceria com colegas brasileiros, desenvolveram um sensor descartável e barato, capaz de detectar em minutos alterações relacionadas a transtornos, como depressão, Alzheimer e Parkinson.
O dispositivo mede os níveis de uma proteína chamada BDNF, essencial para a saúde das células do cérebro, sendo que quando a quantidade dessa substância cai, aumentam os riscos de distúrbios neurológicos e psiquiátricos.
Atualmente, esse tipo de análise só pode ser feito em laboratórios especializados, com exames caros e demorados. O novo teste promete mudança de cenário, já que bastará uma pequena amostra de saliva para obter um resultado rápido, sem agulhas ou procedimentos invasivos.
Baixo custo e sustentabilidade
Cada unidade do sensor deve custar menos de R$ 12, tornando o exame acessível não apenas para grandes hospitais, mas também para postos de saúde, consultórios e até mesmo para o uso domiciliar, como forma de acompanhamento de pacientes em tratamento.
Além do preço, o projeto destaca-se pela preocupação ambiental, atendendo a que o dispositivo é feito com materiais simples e gera baixo impacto no descarte.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), duzentos e oitenta milhões de pessoas sofrem de depressão no mundo, sendo que esse transtorno é uma das principais causas de afastamento do trabalho e perda de qualidade de vida, podendo, em casos graves, levar ao suicídio, lembrando que todos os anos ocorrem mais de setecentas mil mortes derivadas desse transtorno
Para o coordenador da pesquisa e autor-correspondente do artigo publicado na revista internacional ACS Polymers Au, Dr. Paulo A. Raymundo-Pereira (IFSC/USP) “O diagnóstico precoce é fundamental para iniciar o tratamento adequado e evitar complicações. Este tipo de tecnologia coloca o Brasil na linha de frente da inovação em saúde mental”, afirma o pesquisador.
Futuro próximo
A expectativa é que, em breve, o sensor possa ser integrado a celulares e aplicativos de saúde, permitindo que os resultados sejam enviados diretamente a médicos e equipes de acompanhamento, abrindo caminho para uma medicina mais personalizada e preventiva, em que o paciente participa ativamente do cuidado com sua saúde.
Este estudo recebeu os apoios da Fapesp, CNPq e Capes.
Além do Dr. Paulo Raymundo-Pereira (IFSC/USP), assinam este estudo os pesquisadores Marcelo Calegaro (IQSC/USP); Nathalia Gomes (IQSC/USP - LNNA Embrapa Instrumentação); Luiz Henrique Mattoso (LNNA Embrapa Instrumentação); Sergio Machado (IQSC/USP) e Osvaldo Novais de Oliveira Junior (IFSC/USP).
Até o dia 7 de setembro de 2025, as inscrições para o Clube de Carros da Campanha USP do Agasalho 2025.2 estão abertas!
SÃO CARLOS/SP - O Clube de Carros reúne os voluntários, sejam membros da Campanha ou externos, com mais de 18 anos e que tenham carro próprio, com o intuito de nos ajudar na logística do transporte de caixas de arrecadação, espalhadas por toda a cidade de São Carlos, e doações. Os membros do Clube receberão reembolso de todos os gastos com gasolina e ainda podem concorrer em sorteios exclusivos para o Clube de Carros! As viagens são adaptadas para a disponibilidade de tempo dos voluntários.
Com mais de 150 membros neste semestre, a Campanha USP do Agasalho é um projeto social voluntário vinculado à USP e realizado por alunos da USP e UFSCAR, desde 2007. Ajudamos a população são-carlense, sobretudo a parcela mais vulnerável, na doação de roupas, sapatos, artigos de inverno e acessórios. Arrecadamos, separamos e doamos roupas em São Carlos, além de promover eventos culturais, como visitas, bazares e o Saída às Ruas, evento que arrecadou mais de 35 mil peças apenas no primeiro semestre de 2025!
Corra e se inscreva pelo link: https://forms.gle/
Nos siga no Instagram para ficar por dentro das atualizações: @instagasalho
Caso tenha alguma dúvida, entre em contato com nossos coordenadores via Whatsapp:
Anna (21) 98358-5717 (coordenadora geral)
Gospel (13) 99162-4949 (coordenador geral)
Heitor (19) 98382-8033 (coordenador geral)
SÃO CARLOS/SP - A edição de 2025 da CUCO - Competição USP de Conhecimentos e Oportunidades – encerrou suas inscrições na última sexta-feira, dia 22 de agosto, com mais de 157 mil estudantes inscritos. Os participantes representam 553 cidades do estado de São Paulo e estão matriculados em cerca de 3 mil escolas públicas. Os resultados desta nona edição mantêm uma tendência semelhante à do ano anterior, demonstrando o forte sentimento de pertencimento à CUCO por parte das instituições de educação básica do estado de São Paulo.
Promovida pelo Programa Vem Saber do Instituto de Física de São Carlos (IFSC-USP), a CUCO é uma competição voltada exclusivamente para estudantes das redes públicas de ensino, incluindo as redes Estadual, Municipal, do Centro Paula Souza e dos Institutos Federais. Desde sua criação em 2017, a competição tem destacado seu papel na valorização da cultura do conhecimento, além de oferecer oportunidades contínuas para estudantes e professores ao longo dos anos.
Segundo o Professor Antonio Carlos Hernandes, idealizador e coordenador geral do Programa Vem Saber, “a participação na CUCO é uma porta de entrada para um futuro profissional mais promissor. Ela torna o ensino superior em uma instituição pública uma opção de projeto de vida para os alunos da rede pública, independentemente da origem da escola, do período em que estão matriculados ou do perfil socioeconômico de suas famílias. A CUCO valoriza o esforço individual, a dedicação e reconhece talentos que, muitas vezes, permanecem ocultos nas comunidades mais carentes, principalmente em cidades distantes dos centros universitários”.
A Competição valoriza estudantes das três séries do ensino médio e pode premiar até nove alunos por escola, nas categorias ouro, prata, bronze, além da menção honrosa a todos que superarem a nota de corte. Os vencedores têm direito a cursar gratuitamente cursos de formação complementar e participam de uma Live exclusiva, orientada a preparar psicologicamente os vestibulandos.
Além disso, os certificados de conclusão desses cursos agregam valor aos currículos dos estudantes, reforçando seu diferencial em processos de avaliação, estágio ou entrevistas de emprego, ao demonstrar iniciativa, engajamento e forte comprometimento com o desenvolvimento acadêmico e profissional.
Para os estudantes da 3ª série de ensino das ETECs, vinculadas ao Centro Paula Souza, há ainda um prêmio especial: uma vaga no Programa de Intercâmbio Cultural 2025, com destino a Espanha. Para concorrer, o estudante deve alcançar o melhor desempenho na CUCO 2025 e atender aos demais critérios do programa.
O Coordenador Pedagógico do Programa Vem Saber, Dr. Herbert Alexandre João, destaca que ”a participação na CUCO demonstra o quanto a comunidade escolar valoriza iniciativas que promovem igualdade de oportunidades. Nosso objetivo é que cada participante se sinta estimulado a contribuir para reduzir desigualdades e reforçar a importância de ações concretas de acesso ao conhecimento”.
Além disso, os 9.417 professores participantes desta edição concorrem a 91 bolsas integrais para os cursos de MBA na USP/ESALQ. Esses professores, chamados de incentivadores, são indicados pelos próprios alunos, que os escolhem durante o processo de inscrição. Os docentes com maior número de indicações poderão optar por uma das 14 opções de especializações disponíveis, gratuitamente. “Na CUCO, escola, alunos, professores e gestores escolares são reconhecidos e valorizados”, concluiu Hernandes.
Segundo o Coordenador Pedagógico, a CUCO também é uma experiência formativa para os estudantes, que além de treinar para o vestibular, têm a oportunidade de entender como funciona o processo de matrícula e avaliação socioeconômica nas instituições públicas. “Isso é especialmente importante para estudantes que necessitam de apoio à permanência estudantil”, ressalta Herbert João.
PROVAS
Na atual edição, os 157.667 estudantes inscritos, provenientes de 2.876 escolas da rede pública estadual, terão até a próxima sexta-feira, dia 29 de agosto, para realizar a prova na Plataforma do Programa Vem Saber.
Para acessar a prova, o estudante deve fazer login com o CPF e a senha utilizados na inscrição. A avaliação tem duração de duas horas e é composta por 18 questões, elaboradas com base no conteúdo programático oficial da Secretaria da Educação de São Paulo, de acordo com a série em que o aluno está matriculado.
SÃO CARLOS/SP - Uma inovação tecnológica está prestes a transformar o modo como os agricultores do mundo inteiro cuidam de suas plantações, através de sensores vestíveis para plantas.
Desenvolvidos por pesquisadores do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), juntamente com outros colegas brasileiros, esses dispositivos funcionam como verdadeiros “check-ups portáteis” para cultivos, permitindo acompanhar em tempo real a saúde e as necessidades das lavouras.
Esta tecnologia, apontada pelo Fórum Econômico Mundial como uma das dez mais promissoras para o futuro, pode monitorar desde níveis de nutrientes, umidade e pH, até sinais de doenças, pragas e estresse hídrico. Diferente dos métodos convencionais, que dependem de análises pontuais ou de drones e câmeras, os sensores vestíveis são aplicados diretamente em folhas, caules ou frutos, coletando continuamente dados sem prejudicar o crescimento das plantas.
“Esses dispositivos oferecem aos agricultores uma ferramenta inédita para tomar decisões rápidas e precisas, reduzindo perdas e aumentando a produtividade com menor impacto ambiental”, explica o pesquisador Paulo Raymundo-Pereira, do (IFSC/USP) e autor-correspondente do estudo publicado na revista Analytical Chemistry.
O diferencial dessa tecnologia está no uso de materiais biodegradáveis e sustentáveis – como polímeros derivados do amido, da celulose e do ácido polilático –, substituindo os plásticos tradicionais que provocam degradação, ou seja, além de ajudarem no manejo agrícola, os sensores também reduzem a geração de resíduos tóxicos.
A integração com inteligência artificial, internet das coisas e análise em nuvem permitirá que os dados sejam processados automaticamente, auxiliando agricultores a ajustar irrigação, fertilização e até prever surtos de doenças com base nos padrões detectados.
Desafios
Apesar do potencial, ainda há obstáculos, sendo que o principal é garantir que os sensores mantenham estabilidade e precisão em condições ambientais extremas, como altas temperaturas, excesso de umidade ou radiação solar. Os pesquisadores também trabalham em tornar os dispositivos mais acessíveis em larga escala, especialmente para pequenos produtores.
Segundo a Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), cerca de 40% da produção agrícola mundial é perdida anualmente devido a doenças e condições climáticas adversas, com prejuízos globais que ultrapassam os 220 bilhões de dólares. Nesse contexto, os sensores vestíveis podem ser uma ferramenta estratégica para enfrentar o desafio de alimentar uma população que deve ultrapassar 9,8 bilhões de pessoas até o ano 2050.
Os sensores vestíveis para plantas unem ciência, tecnologia e sustentabilidade para abrir um novo capítulo na agricultura de precisão, oferecendo esperança de um futuro em que produzir mais signifique, também, impactar menos o meio ambiente.
Além de Paulo Raymundo-Pereira, assinam este artigo os pesquisadores: Samiris Côcco Teixeira, Nilda Soares e Taíla Veloso de Oliveira (Universidade Federal de Viçosa – MG), e Nathalia Gomes (Instituto de Química de São Carlos – IQSC/USP e EMBRAPA Instrumentação).
Esta pesquisa contou com os apoios da FAPESP, CNPq, CAPES e FAPEMIG.
Clique no link para acessar o artigo científico - https://www2.ifsc.usp.br/portal-ifsc/mais-uma-inovacao-tecnologica-na-usp-sao-carlos-sensores-biodegradaveis-podem-mudar-o-futuro-da-agricultura/
SÃO CARLOS/SP - Abrindo este segundo semestre de 2025, na quarta-feira, 27, às 20h, a USP Filarmônica retoma sua série Concertos USP e apresenta, no Teatro Municipal “Dr. Alderico Vieira Perdigão”, em São Carlos, um programa que reúne obras dos séculos XVIII e XIX com solistas professores convidados de destaque no cenário musical e acadêmico brasileiro, sob regência do maestro Rubens Russomanno Ricciardi.
A abertura será com o Concerto para piano e orquestra em Fá menor BWV 1056 de Johann Sebastian Bach. Composto por volta de 1730, o concerto é parte de uma série escrita para o Collegium Musicum de Leipzig. O solista convidado será o renomado pianista Marcus Vinícius Medeiros Pereira, professor do Departamento de Música e pró-reitor de Extensão da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).
Em seguida, a orquestra apresenta Moro, lasso al mio duolo, madrigal do grande compositor maneirista italiano Carlo Gesualdo – originalmente escrito para coral a cinco vozes, em 1611. A versão apresentada foi transcrita para orquestra de cordas por Rubens Russomanno Ricciardi. Trata-se de uma das mais experimentais e ousadas composições da história da música – soando tanto moderna e quanto instigante ainda hoje, por conta das suas dissonâncias e progressões harmônicas inusitadas.
A famosa chotiça Yara (cuja melodia foi utilizada nos Choros nº 10 de Heitor Villa-Lobos), composta no Rio de Janeiro, em 1895, pelo maestro carioca Anacleto de Medeiros, ganha agora nova versão para trompa e cordas – outro arranjo do maestro Rubens Russomanno Ricciardi – tendo como solista Lucca Zambonini Soares, professor convidado do Instituto de Artes da UNICAMP e da Orquestra Sinfônica de Campinas.
A apresentação da USP Filarmônica segue com o Concerto nº 1 para flauta e orquestra em Sol maior KV 313 de Wolfgang Amadeus Mozart, composta em 1777, ainda nos tempos da juventude do compositor em Salzburgo. O solista será Rubem Eloy Schuenck, professor convidado da Orquestra Sinfônica Nacional da UFF de Niterói e do Quinteto Villa-Lobos do Rio de Janeiro.
O encerramento do concerto fica por conta de uma brincadeira musical (Ein musikalischer Spaβ) KV 522, também de Mozart. A obra, composta em Viena, em 1787, é uma crítica bem-humorada aos compositores diletantes – uma sátira aos clichês e à falta de imaginação dos pequenos mestres da música.
Os ingressos poderão ser retirados no dia 26 de agosto (terça-feira): na secretaria da Comissão de Cultura e Extensão Universitária do IQSC-USP (área 1) e na Secretaria do edifício Prof. Dr. Douglas Wagner Franco (Química Ambiental, na área 2), das 8h às 11h e das 14h às 16h ou no Centro Cultural (área 1), das 08h às 12h e das 14h às 16h. No dia 27 de agosto os ingressos podem ser retirados na bilheteria do teatro, a partir das 19h.
A série de concertos da USP Filarmônica é realizada pelo Departamento de Música da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP), da USP, em parceria com o Grupo Coordenador de Cultura e Extensão Universitária (GCACEx) da USP de São Carlos e o Instituto de Química de São Carlos (IQSC-USP).
Serviço – 232° Concerto da USP FILARMÔNICA
Data: 27 de agosto de 2025 (quarta-feira)
Horário: 20h
Local: Teatro Municipal de São Carlos
Rua 7 de Setembro, 1735 – Centro
Ingressos no dia 26/08 (terça-feira):
Área 1 do campus: na Secretaria da CCEx do IQSC (das 8h às 11h e das 14h às 16h) ou no Centro Cultural (das 08h às 12h e das 14h às 16h)
Área 2 do campus: na Secretaria do prédio Prof. Dr. Douglas Wagner Franco (Química Ambiental) (das 8h às 11h e das 14h às 16h).
Ingressos no dia 27/08 (quarta-feira): somente na bilheteria do teatro, a partir das 19h.
Importante: todos os ingressos perdem validade a partir das 20h, momento em que as pessoas que estiverem aguardando (sem convite), terão permissão para ocupar eventuais lugares disponíveis, conforme ordem de chegada.
Informações pelo telefone (16) 3373-8036
SÃO CARLOS/SP - O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) está iniciando uma chamada de pacientes – crianças e adolescentes com idades entre os 5 até 17 anos -, para tratamento de infecções de garganta repetitivas/recorrentes – amigdalites -, inserida em um projeto de pesquisa iniciado anteriormente com grupos de adultos portadores das mesmas condições.
O tratamento é bastante simples. Tendo em consideração que os pacientes deverão apresentar amigdalites crônicas ou recorrentes (infecção ou inflamação), o tratamento dura apenas três minutos, em uma única vez, conforme explica a pesquisadora do IFSC/USP, Drª Fernanda Carbinatto. “Vamos dar uma balinha de curcumina, que é o fotossensibilizador, para a criança chupar, e a seguir a garganta é iluminada por uma luz durante três minutos, sendo que ao longo de um mês faremos o devido acompanhamento”.
Esse projeto é coordenado pelo Prof. Dr. Vanderlei Bagnato, com colaboração das professoras, Dras. Esther Ferreira e Dra. Cristina Bruno, do Departamento de Medicina da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), contando-se também com a parceria da médica pediatra e pneumologista, Drª Renata Bagnato.
Isabela Santiago, pesquisadora, é enfermeira e mestranda no Programa da Biotecnologia da UFSCar. “Para participar deste tratamento, as crianças e adolescentes têm que ter já a amigdalite instalada ou uma dor de garganta vigente. É um tratamento para melhorar os sintomas da dor já instalada, para combater a inflamação e interromper a recorrência desses sintomas, que aparecem mais nas crianças e adolescentes”, sublinha a pesquisadora.
Importante salientar que as pesquisadoras conseguiram observar, em estudos anteriores, que a aplicação deste tratamento reduziu em até 80% os casos de remoção de amígdalas. Ou seja, aqueles pacientes que tinham amigdalite recorrente e que fizeram o tratamento, a recorrência diminuiu substancialmente, o que evitou a realização de cirurgia (amigdalectomia).
Segundo a Drª Fernanda Carbinatto, este tratamento não exclui, em hipótese alguma, a intervenção médica. “Se o médico prescrever um antibiótico, podemos sempre associar este tratamento, ou seja, ele não é incompatível com a administração de antibióticos, é um tratamento adicional”, enfatiza a pesquisadora.
A inscrição de pacientes inicia-se no próximo dia 19 deste mês de agosto, pelo telefone da Unidade de Terapia Fotodinâmica (UTF) localizada na Santa Casa de Misericórdia de São Carlos (SCMSC) - (16) 3509-1351 – sendo que os tratamentos serão realizados no NAPID, em São Carlos, muito próximo à Estação Ferroviária.
SÃO CARLOS/SP - Pesquisadores da Universidade de Lausanne, na Suíça, em colaboração com cientistas do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), acabam de identificar um composto com potencial para se transformar no primeiro medicamento eficaz contra diversos vírus transmitidos por mosquitos e carrapatos — entre eles, os que causam dengue, zika, febre amarela e encefalite japonesa. A pesquisa foi publicada na revista científica internacional “Antiviral Research”.
O composto, chamado MMV1791425, foi testado em laboratório e demonstrou ser capaz de impedir a multiplicação desses vírus em diferentes tipos de células, inclusive em células humanas e de mosquitos. Além disso, a substância agiu com eficiência mesmo quando a infecção viral era intensa, o que é um fator essencial para o tratamento de doenças já em estágio avançado.
A preocupação com os chamados flavivírus, que incluem dengue, zika e febre amarela, é crescente. Essas doenças atingem milhões de pessoas todos os anos e, em muitos casos, podem causar complicações graves ou até levar à morte. Segundo a Organização Mundial da Saúde, só a febre amarela mata entre 29 mil e 60 mil pessoas por ano, somente na África.
O cenário se torna ainda mais preocupante com o avanço do aquecimento global, que tem ampliado a área de circulação dos mosquitos transmissores — como o Aedes aegypti — para regiões antes consideradas seguras, incluindo países europeus.
Apesar disso, ainda não existe nenhum remédio específico aprovado para tratar essas infecções. As opções disponíveis são basicamente de suporte, para aliviar sintomas como febre e dores no corpo, mas não combatem o vírus em si.
Diante da urgência, os cientistas adotaram uma estratégia que tem ganhado força: reaproveitar compostos que já foram estudados para outras doenças, como a malária. Isso acelera o processo, já que boa parte dos testes de segurança já foi feita.
Foi assim que chegaram ao MMV1791425, uma substância inicialmente pesquisada para combater o parasita da malária. Ao testá-la contra vírus como dengue e zika, os pesquisadores perceberam que ela bloqueava uma etapa crucial da infecção: a multiplicação do vírus dentro das células.
O mais interessante é que esse efeito se manteve mesmo em diferentes tipos de células, em várias espécies de vírus e até em células de mosquitos — o que abre a possibilidade, no futuro, de reduzir a transmissão diretamente nos vetores.
Segundo os pesquisadores, o composto MMV1791425 atua de forma distinta de outros medicamentos antivirais que vêm sendo estudados, já que em vez de bloquear uma enzima específica, ele interfere na interação entre duas proteínas do vírus que são fundamentais para que ele consiga se reproduzir.
Essa forma inovadora de ação também dificultaria o surgimento de vírus resistentes ao tratamento — um dos principais desafios enfrentados atualmente na área de antivirais.
Apesar dos resultados promissores, o composto ainda precisa passar por melhorias químicas para que possa ser utilizado em medicamentos. Além disso, são necessários testes em animais e, mais tarde, em humanos, para confirmar sua eficácia e segurança.
Mesmo assim, a descoberta é considerada um avanço importante. “Este composto pode ser a base para o desenvolvimento de uma nova classe de medicamentos antivirais, com potencial de combater várias doenças ao mesmo tempo”, explica Valeria Cagno, uma das autoras do estudo.
O trabalho contou com a colaboração de instituições internacionais, incluindo a organização MMV (Medicines for Malaria Venture), da Suíça, e o Instituto de Física de Física São Carlos (IFSC/USP), onde parte dos experimentos foi conduzida. Desenvolvendo sua atividade como cientista no AI-driven Structure-enabled Antiviral Platform (ASAP), um dos centros NIH Antiviral Drug Discovery (AViDD) U19, e ainda como consultor para as organizações Medicines for Malaria Venture (MMV) e Drugs for Neglected Diseases Initiative (DNDi), o Dr. Andre Schutzer Godoy, um dos autores da pesquisa realizada nos laboratórios do IFSC/USP, considera que “Esse trabalho é um importante primeiro passo para identificação de medicamentos específicos contra arboviroses endêmicas das regiões tropicais”.
Em um mundo onde surtos de dengue e zika se tornam cada vez mais frequentes e preocupantes, a descoberta abre uma nova esperança para milhões de pessoas — especialmente nas regiões tropicais, como o Brasil, onde essas doenças são um problema de saúde pública.
Confira no link o artigo publicado - https://www2.ifsc.usp.br/portal-ifsc/wp-content/uploads/2025/08/FLAVIVIRUS.pdf
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