BRASÍLIA/DF - O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou, na quinta-feira (14), que pode levar para a votação do plenário da Casa medidas que protejam os deputados de investigações diante do que ele classificou de exageros por parte do Judiciário.
Ao tratar das chamadas prerrogativas parlamentares, ele mencionou casos de colegas investigados por crimes de opinião.
"Será discutido e, havendo um ambiente para ir à pauta, pode sim ser pautado. Muitos parlamentares, diante dessa confusão institucional que o país está passando, [estão] sendo investigados por crimes de opinião. Isso acaba gerando internamente um ambiente em que essas prerrogativas possam ser rediscutidas", disse em entrevista à GloboNews.
"Hoje tem, sim, um ambiente de discussão acerca dessas prerrogativas pelos exageros que a Câmara, os parlamentares, entendem que têm, infelizmente, acontecido. [] Realmente, internamente, há muito incômodo com decisões que foram tomadas recentemente", completou.
Motta afirmou que não há um projeto definido nesse sentido, mas disse que a discussão envolve o modelo adotado até 2001 e que estava previsto no texto original da Constituição de 1988 -de que os parlamentares só possam ser investigados com autorização do Legislativo.
Já em relação ao fim do foro privilegiado, medida defendida por deputados bolsonaristas com a intenção de livrar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), réu acusado de golpismo, do julgamento no STF (Supremo Tribunal Federal), Motta disse ter "preocupação".
"Acho que tem que saber qual é o texto, qual é o objetivo? [...] Isso não pode trazer uma sensação de que a Câmara está procurando impunidade", ressaltou.
Ao mesmo tempo, o presidente da Câmara afirmou que os deputados, por serem julgados nas turmas do STF, têm menos possibilidade de recursos do que um cidadão comum, que só cumpriria pena após uma decisão de órgão colegiado na Justiça.
"O cidadão comum tem duas instâncias. Hoje você ter foro [privilegiado], você não tem duas instâncias, você só tem uma. Parece que ter foro privilegiado é ter uma série de vantagens. Hoje não há essas vantagens todas."
A discussão sobre as prerrogativas parlamentares, assim como o fim do foro e a anistia aos acusados de golpismo, emergiu a partir do motim de deputados bolsonaristas que tomou conta do plenário na semana passada.
Essas três medidas são as defendidas pela oposição -os bolsonaristas chegaram a anunciar um acordo com partidos do centrão para que o fim do foro fosse levado ao plenário nesta semana, mas Motta, ao definir a pauta, deixou o tema de fora.
"Como é que um acordo pode ser válido se o presidente da Casa, que é quem tem o poder de pauta, não participou? Até onde eu sei, o poder da pauta é exercido por mim", disse Motta na entrevista.
Anunciado pelo líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), o acordo foi intermediado pelo ex-presidente da Casa, Arthur Lira (PP-PI), o que desmoralizou Motta. Nesta quinta, o presidente fez questão de ressaltar que não cedeu aos amotinados ou a Lira.
"Eu não estou negociando essa minha prerrogativa [de definir a pauta da Casa] com o ex-presidente Arthur, a quem respeito, tenho relação de amizade, nem com qualquer líder", disse.
"Eu não deleguei ao presidente Arthur ele fazer acordo por mim, eu não deleguei ao líder Sóstenes fazer acordo por mim. E não pactuei nenhum acordo relacionado à pauta para retomar a normalidade dos trabalhos. É importante que isso fique claro. Tanto é que essas pautas todas que foram ditas que seriam pautadas nessa semana, eu pergunto: foram pautadas? Não foram."
Como fez em outras entrevistas ao longo da semana, Motta voltou a dizer que não há clima na Casa para aprovar o que os bolsonaristas chamam de "anistia ampla, geral e irrestrita", que abrangeria Bolsonaro.
O presidente da Câmara reforçou que seria difícil "anistiar quem planejou matar pessoas" e disse que a discussão até agora se limitou aos presos do 8 de Janeiro.
Ele também repetiu que discorda da atitude do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que tem feito campanha nos EUA para que Donald Trump pressione autoridades brasileiras a livrar Bolsonaro, o que culminou no tarifaço.
"Quero registrar a nossa completa discordância com essas atitudes, porque penso que elas trazem prejuízos consideráveis para pessoas, empresas e para a economia do país", disse.
por Folhapress
SÃO CARLOS/SP - O secretário municipal de Fazenda de São Carlos, Mário Luiz Duarte Antunes, assumirá como Assessor do Prefeito Netto Donato nesta segunda-feira (18/08).
Servidor de carreira há 12 anos e 2 meses, Antunes, esteve por mais de 8 anos à frente da Secretaria de Fazenda. Mário Antunes foi responsável por avanços significativos na gestão financeira do município.
A alteração de suas atribuições no governo ocorre também devido ao seu novo tratamento de saúde, que entra em uma fase mais intensa neste momento.
O prefeito Netto Donato destacou a trajetória do secretário. “Mário é um profissional exemplar, um servidor que sempre colocou o interesse público em primeiro lugar. Agora, vai me auxiliar diretamente, mas com mais tempo para cuidar da saúde. Estaremos ao seu lado, apoiando-o sempre”, afirmou.
O novo titular da Secretaria de Fazenda será Leonardo Orlando, que deixa o comando da pasta de Conservação e Qualidade Urbana. Orlando é engenheiro, e já foi secretário de Relações Legislativas, no Governo Airton, acumulando uma vasta experiência no setor público, que se alia aos seus mais de 15 anos de atuação no setor privado, na área de gestão.
A pasta de Conservação e Qualidade Urbana será comandada por Mariel Olmo, engenheiro, que já foi presidente do Saae e Secretário de Serviços Públicos no Governo Airton.
SÃO CARLOS/SP - No próximo dia 18 de setembro a UFSCar realiza a entrega do título de Doutora Honoris Causa à cantora, compositora e deputada estadual Leci Brandão, em uma sessão solene do Conselho Universitário (ConsUni) aberta ao público no Campus São Carlos da Universidade. A programação completa do evento será divulgada em breve.
A entrega deste título à Leci Brandão é resultado da mobilização do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Neab) da UFSCar e de docentes dos departamentos de Ciências Sociais (DCSo), Letras (DL), Educação (DEd) e Departamento de Artes e Comunicação (DAC), representados pela comissão formada pelos docentes Robson Pereira da Silva, Gleidylucy Oliveira da Silva, Renilson Rosa Ribeiro e Adelcio Camilo Machado, além das docentes da Universidade de Brasília (UnB) e da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), Ana Flávia Magalhães Pinto e Thaís Leão Vieira.
Leci Brandão é a primeira mulher negra a receber o título de Doutora Honoris Causa na UFSCar, que já homenageou nomes como Carolina Bori, Raduan Nassar e Demerval Saviani. O Honoris Causa é atribuído a pessoas que atuam no avanço e na promoção do conhecimento e que desenvolvem ações que causam impacto social e político, especialmente em temas como educação, direitos humanos, igualdade e inclusão. Para Robson Pereira da Silva, integrante do Neab e membro da comissão que apresentou a proposta, Leci Brandão se mostra engajada na luta por uma educação antirracista desde antes de sua atuação legislativa. "Muito antes da obrigatoriedade do ensino da cultura nas escolas, Leci trazia em seus sambas a cultura afro-brasileira, as religiões de matriz africana", explica o professor. Para ele, entregar o título à Leci Brandão é reconhecer "um tipo específico de conhecimento, nascido da luta".
A docente Gleidylucy Oliveira da Silva, também membro da comissão que apresentou a proposta, concorda. "Leci já trazia em seus sambas a questão das diferenças entre a classe pobre, trabalhadora, e a classe rica, sobre a luta e as dificuldades cotidianas e estruturais das mulheres negras. Quando se assume lésbica, perde contratos, muda-se do Rio de Janeiro para São Paulo, mas não recua: ao contrário, vai buscar outros espaços de ação. É quando se torna deputada estadual por São Paulo, sempre atuando e destinando recursos especificamente para a temáticas voltadas à cultura negra, ao samba, ao fortalecimento da educação e da saúde da população negra e à proteção da liberdade religiosa de vários credos", afirma.
Em suas redes sociais, Leci Brandão comemorou a outorga do título. "É o reconhecimento de uma trajetória construída coletivamente, ao lado de tantas pessoas que acreditam na cultura, na educação, na justiça social e no combate ao racismo", escreveu a deputada. "Esse título não é só meu. É do povo preto, das mulheres, da comunidade LGBTQIAPN+, do samba, da periferia e de todos que sonham e lutam por um Brasil mais justo", afirmou.
Para Robson, a comunidade negra entende da mesma forma. "Nós recebemos essa notícia como mais uma conquista histórica dos movimentos negros. É algo que traz esperança", celebrou.
Um marco para a UFSCar
Para GleidyLucy, entregar o título de Doutora Honoris Causa à uma mulher negra reforça o compromisso da UFSCar na construção de uma sociedade mais justa por meio da educação e da ciência. "A UFSCar estabeleceu uma política de ações afirmativas antes mesmo de as cotas se tornarem lei federal", lembrou a professora. "Além disso, pesquisadores do Neab e da UFSCar foram fundamentais para a construção da Lei 10.639, que é a lei que estabeleceu o ensino obrigatório de história africana e afro-brasileira na educação brasileira", explicou. Robson concorda: "É a reafirmação de um compromisso histórico da UFSCar com as práticas de ações afirmativas, com a promoção de uma educação emancipadora, além de referendar a importância do Neab para a própria UFSCar e para o Brasil", conclui.
UFSCar
BRASÍLIA/DF - O Supremo Tribunal Federal já responsabilizou 1.190 pessoas por participação nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Os números foram divulgados pelo gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes, na quarta-feira (13). Nesse dia, as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Os condenados por crimes mais graves, como tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa e deterioração de patrimônio público, foram 279, e por isso receberam penas mais altas, que chegam a superar os 17 anos de prisão.
Os condenados por crimes mais brandos, por incitação e associação criminosa, foram 359. Apenas dez acusados foram absolvidos.
Ao todo, foram abertas no Supremo 1.628 ações relacionadas ao 8 de janeiro, das quais 518 são relacionadas a crimes graves e outras 1.110 a crimes menos graves.
Entre os condenados, 113 já cumpriram pena, enquanto 112 estão ainda estão presos. Passados mais de 2 anos e meio dos atos violentos, 29 pessoas ainda se encontram em prisão preventiva, ou seja, ainda sem condenação.
Estão em prisão domiciliar 44 pessoas investigadas ou acusadas, com ou sem tornozeleira eletrônica, informou o gabinete de Moraes.
Entre as 1.190 pessoas que o Supremo contabiliza como responsabilizados, estão ainda 552 acusados que firmaram Acordo de Não Persecução Penal com o Ministério Público Federal (MPF), livrando-se dos processos em troca de assumirem a culpa por crimes mais brandos e cumprirem algumas condições estabelecidas pelo Supremo.
Todos os acordos dizem respeito a acusados que estavam acampados em frente a quartéis das Forças Armadas, mas que não há provas de que tenham participado da tentativa de golpe de Estado, de obstrução dos Poderes da República e nem de dano ao patrimônio público, segundo informou o STF, em nota.
AGÊNCIA BRASIL
DESCALVADO/SP - Nesta semana, o prefeito Luisinho Panone, ao lado do vice-prefeito Paulinho Gabrielli, realizou a entrega de mais um certificado do SIM – Serviço de Inspeção Municipal, que autoriza a produção e comercialização de produtos de origem animal dentro das normas sanitárias exigidas por lei.
A entrega contou também com a presença do secretário de Agricultura e Zeladoria, Adriano Harari; da diretora agrícola, Cristina Castiglioni; e da veterinária responsável pelo SIM, Eukira Monzani.
A certificação foi concedida à Granja Betel, empresa tradicional de Descalvado, fundada em 1978 pelo senhor Walter Oliveira, inicialmente voltada para a avicultura de frango de corte. Por 36 anos essa foi a atividade principal da propriedade, até que, em 2014, começou o planejamento para uma grande mudança: a transição para a avicultura de postura.
Em 2016, a Granja Betel recebeu o primeiro lote de galinhas brancas, com foco na produção de ovos brancos, e investiu em equipamentos modernos de última geração, garantindo mais eficiência e qualidade nos produtos.
Agora, em 2025, a empresa dá novos passos importantes: a ativação de um novo aviário, a introdução de galinhas vermelhas para a produção de ovos vermelhos e a inauguração do Entreposto de Ovos Betel, equipado com máquinas modernas para oferecer ovos brancos e vermelhos em embalagens lacradas e rotuladas, sempre priorizando a segurança alimentar e a satisfação dos clientes.
Durante a entrega do certificado, o prefeito Luisinho Panone destacou a importância do SIM para o fortalecimento da economia local:
"O Serviço de Inspeção Municipal garante qualidade, segurança e confiança para os consumidores, além de incentivar o crescimento dos nossos empreendedores. Parabenizo toda a equipe da Granja Betel pelo compromisso com a excelência e pelo investimento constante no desenvolvimento do nosso município."
SÃO CARLOS/SP - A Prefeitura Municipal de São Carlos, por meio da Secretaria de Gestão da Cidade e Infraestrutura, iniciou nesta semana um processo de qualificação técnica voltado aos engenheiros que atuam na administração pública. A iniciativa tem como objetivo preparar os servidores para operar o novo sistema digital de gestão de obras públicas, o obras.gov, desenvolvido pela empresa nacional Softplan.
O curso é ministrado por Rui César Quinhões Pinto, especialista da Softplan, e acontece até quinta-feira (14/8). Ao todo, 12 engenheiros da secretaria adjunta de Obras participam da capacitação, dividida em dois módulos: o primeiro ocorre até quarta-feira no período da manhã, e o segundo segue até quinta-feira à tarde, sempre com o mesmo instrutor.
Segundo o secretário Leonardo Lázaro, o novo sistema representa um avanço significativo na gestão pública municipal. “A ideia é trazer mais transparência para a população como solicita o prefeito Netto Donato. Com o obras.gov, qualquer cidadão poderá acessar um mapa interativo com todas as obras em andamento na cidade, com fotos atualizadas, valores contratados, aditivos e os responsáveis pela execução”, explica.
Além da transparência externa, o sistema também promete transformar a rotina interna da Prefeitura. “Hoje, todo o acompanhamento e fiscalização das obras é feito de forma manual. Com a digitalização, vamos automatizar rotinas, melhorar a gestão e facilitar o trabalho dos servidores”, afirma Lázaro.
A Softplan já fornece soluções semelhantes para outras cidades da região, e São Carlos se junta agora a esse movimento de modernização da gestão pública. “É mais um passo que a Prefeitura está dando para atualizar seus processos e garantir que os investimentos municipais sejam acompanhados com clareza e eficiência”, conclui o secretário.
BRASÍLIA/DF - A atuação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) no exterior por sanções a autoridades brasileiras poderia se enquadrar em crime previsto no Código Penal Militar como "entendimento para gerar conflito ou divergência com o Brasil", mas a aplicação dessa legislação a um civil, já solicitada em representação de parlamentares do PT, divide especialistas.
O crime está previsto no artigo 141 do código, que tipifica o ato de "entrar em entendimento com país estrangeiro, ou organização nele existente, para gerar conflito ou divergência de caráter internacional entre o Brasil e qualquer outro país, ou para lhes perturbar as relações diplomáticas". A pena é de reclusão de 4 a 8 anos.
O artigo prevê o aumento de pena para 6 a 18 anos se o ato resultar em "ruptura de relações diplomáticas" ou de 10 a 24 anos, se resultar em guerra.
A atuação de Eduardo no exterior, em que o parlamentar pede sanções a autoridades brasileiras em troca de uma anistia ao seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), e ao 8 de Janeiro, já é alvo de inquérito aberto em maio a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República).
Nele, a instituição cita os crimes de coação no curso do processo, obstrução de investigação de infração penal que envolva organização criminosa e abolição violenta do Estado democrático de Direito. A representação também ressalta, no decorrer do texto, o crime de atentado à soberania nacional, previsto no Código Penal.
Advogados e professores de direito, porém, apontam desafio no enquadramento criminal de Eduardo em razão da conduta sem precedentes. O reconhecimento da situação atípica gerou um projeto de lei apresentado em 1º de agosto pelo líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), que quer alterar o Código Penal para criar o crime de alta traição à pátria.
Já sobre o crime militar, a chance de enquadramento divide especialistas ouvidos pela Folha em razão de Eduardo Bolsonaro ser civil. A possibilidade já foi aventada em uma notícia-crime de 17 de julho feita pelo próprio Lindbergh em conjunto com o senador Randolfe Rodrigues (PT-AP).
Nela, os parlamentares pedem que STF e PGR analisem o crime militar junto aos outros quatro já apontados pela PGR no inquérito que investiga Eduardo.
Para a professora e mestre em direito constitucional Adriana Cecilio, apesar de o foco da discussão pública sobre o comportamento de Eduardo recair sobre os crimes de coação e obstrução, que teriam novos contornos com a ação atípica do parlamentar no exterior, o crime militar é aquele que se encaixa perfeitamente na conduta do deputado.
"A legislação define a prática como entendimento para gerar conflito ou divergência com o Brasil. Ou seja, há uma perfeita subsunção do fato à norma. Os atos praticados por Eduardo Bolsonaro se amoldam com justeza à ação que a letra da lei visa proscrever", diz Cecilio.
Para ela, o crime também pode penalizar civis. "A legislação deixa claro que o tipo penal alcança qualquer cidadão brasileiro."
O escopo da aplicação está expresso no artigo 122 do mesmo código. Nele, consta que a requisição do crime deve ser feita pelo Ministério da Justiça quando o agente for civil e não houver coautor militar.
Por isso, o pedido feito por Lindbergh e Randolfe contra Eduardo Bolsonaro precisaria ser feito pelo ministério, aponta Cecilio. Segundo ela, o fato de ele ser parlamentar levaria o julgamento para o STF.
A especialista também afirma que o tipo penal está descrito no rol de crimes em tempos de paz, enquadrados como crimes contra a segurança externa do país.
"Além de violar a legislação infraconstitucional, a conduta do parlamentar também fere a Constituição brasileira, visto que seus atos colocam a independência nacional em risco, ante os ataques às instituições, sobremaneira ao Supremo Tribunal Federal", diz Cecilio.
Fernando Capano, doutor em direito do Estado pela USP, diz que o crime previsto no artigo 141 do Código Penal Militar é um crime próprio sem correspondente no Código Penal comum. Por isso, haveria empecilho para imputá-lo a Eduardo.
"A lógica da atração da legislação penal militar para coibir ou dirimir o ilícito praticado por um paisano é excepcionalíssima, nos termos do próprio artigo 9º do Código Penal Militar", afirma.
Por isso, ele entende que Eduardo precisaria cometer o crime junto a um militar para ser denunciado a partir do artigo 141.
"A jurisprudência tem caminhado para que nós não admitíssemos essa possibilidade, não só por conta da ausência de correlação de tipo penal com o Código Penal comum, mas também por absoluta incompetência da Justiça Militar de dirimir e penalizar pessoas que não são afetas à sua jurisdição", diz.
De maneira similar, Aury Lopes Júnior, doutor em direito processual penal e professor da PUC-RS, entende que a redação do artigo 122, que cita a aplicação do crime a civis, não suplanta a tendência de restringir a atuação da Justiça Militar.
Nesse sentido, o enquadramento de Eduardo no crime seria pouco provável pelo fato de ele não ser militar e de não haver interesse das Forças Armadas no caso.
Para Lopes Júnior, a proposta de enquadrar Eduardo no crime "tem fundamento", mas tende a não prosperar por essa razão. O especialista ressalta também o ineditismo e atipicidade do cenário, tanto de discussão sobre o crime militar quanto pela possibilidade de ele ser praticado por um civil.
"Seria muito interessante que o legislador aproveitasse a redação do artigo 141 do Código Penal Militar e trouxesse essa figura para o Código Penal comum. Porque, se trouxesse essa conduta para o Código Penal civil, seria tranquilo encaixar na conduta do Eduardo", diz. "Temos que nos preparar legislativamente para situações como essa."
por Folhapress
BRASÍLIA/DF - O deputado Arthur Lira (PP-AL), relator do projeto de lei de isenção do IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física), o PL 1087/2025, afirmou na terça-feira (12) que a proposta pode ser aprovada pela Câmara em dezembro. "Dependendo das variações e sugestões de proposta, esse texto pode ficar com mais urgência ou menos urgência, com prazo de setembro ou ou prazo de dezembro", sinalizou.
Ele condicionou a mudança a uma decisão do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). "Uma coisa é uma comissão [aprovar o texto], outra é no plenário. Tenho dito isso a todos os líderes ao presidente, a quem cabe fazer a pauta e colocar [para votar]".
Segundo ele, a extensão do prazo depende da retomada do rito de votação no plenário da Câmara após a ocupação da Mesa Diretora por parlamentares bolsonaristas na semana passada e possíveis encaminhamentos para a compensação da isenção de IRPF.
"O principal problema é a forma de compensação", disse, indicando que pode haver mudanças no texto aprovado na comissão especial", disse. "A gente tem que ter um binômio entre texto e voto", observou.
Lira participou de almoço com deputados da FPE (Frente Parlamentar do Empreendedorismo) e pediu apoio deles para aprovar um texto "mais retilíneo". "Temos diferentes visões a respeito do mérito do projeto, que vamos procurar buscar com apoio dos deputados, a frentes e todos os deputados, e que a gente possa chegar a um texto mais justo, mais retilíneo", disse.
por Folhapress
SÃO CARLOS/SP - As inscrições para o processo de destinação de emendas parlamentares da Vereadora Raquel Auxiliadora começaram na segunda, 11 de agosto de 2025 e vão até dia 31 de agosto de 2025. Podem participar, realizando inscrição pelo formulário https://forms.gle/
Sobre o processo, explica a vereadora, “sempre nos preocupamos muito com a destinação democrática e transparente das emendas parlamentares. Esse recurso é público e não do vereador, assim sendo, toda a sociedade tem que ser convidada a participar da sua destinação”.
As Emendas Parlamentares de 2026 serão destinadas por meio de votação popular, assim a vereadora tem feito desde o seu primeiro mandato. Os inscritos passarão por uma pré-seleção do Conselho Popular do Mandato e em seguida, serão encaminhados para votação popular.
Neste ano, uma novidade importante: as emendas aprovadas serão incluídas na LOA (Lei Orçamentária Anual), o que exige atenção ao cronograma para garantir que as propostas selecionadas estejam contempladas no orçamento municipal de 2026.
Sobre o processo, a vereadora comenta que “a participação popular é um princípio do mandato, por isso escolhemos a votação popular, uma maneira de engajar quem solicita o recurso a explicar o seu projeto para mais pessoas e também incentivar todos os munícipes de São Carlos a decidirem em conjunto a destinação do recurso público, relembrando o Orçamento Participativo que foi uma brilhante iniciativa dos governos do PT em todo o Brasil”.
Fique de olho no calendário:
Inscrições: 11 à 31 de agosto de 2025
pelo formulário: https://forms.gle/
Votação popular: 08 à 14 de setembro de 2025
Divulgação do Resultado: 19 de setembro de 2025
SÃO CARLOS/SP - São Carlos recebeu, na manhã desta segunda-feira (11/08), a Secretária de Estado da Cultura de Guiné-Bissau, Nancy Raisa da Silva Alves Cardoso, para assinatura de um termo de cooperação que prevê intercâmbio entre artistas e fortalecimento dos laços culturais entre os dois países. A reunião, no Paço Municipal, contou com a presença do prefeito Netto Donato, do vice-prefeito Roselei Françoso, do secretário de Cultura e Turismo, Leandro Severo, e de outros integrantes da administração municipal.
O acordo estabelece ações conjuntas entre o Ministério da Cultura de Guiné-Bissau e a Secretaria de Cultura e Turismo de São Carlos, com foco em música, dança, espetáculos, oficinas e projetos culturais que valorizem a herança afrodescendente presente na cidade. Segundo Leandro Severo, a iniciativa reforça a conexão com países africanos que influenciaram a cultura, gastronomia e hábitos brasileiros. “São Carlos é uma cidade que se orgulha de sua diversidade e da contribuição da cultura afrodescendente para a nossa identidade. Ao unirmos esforços com Guiné-Bissau, ampliamos oportunidades para nossos artistas, fortalecemos o intercâmbio de conhecimentos e mostramos que, juntos, podemos construir um legado de cooperação que beneficiará as próximas gerações. Que este seja o início de um caminho de trocas constantes, onde a música, a dança, a gastronomia e todas as formas de expressão cultural sejam celebradas como patrimônio comum”.
Durante o encontro, o vice-prefeito Roselei Françoso propôs ampliar a parceria para as áreas de educação, saúde, culinária e primeira infância. A secretária Nancy destacou que sua agenda no Brasil, de 12 dias, inclui reuniões em cidades como São Paulo e Salvador, com o objetivo de fortalecer a cooperação cultural, fomentar indústrias criativas e criar roteiros turísticos que valorizem as raízes africanas no Brasil.
“É uma honra receber em São Carlos a secretária Nancy Cardoso. Hoje damos um passo importante para aproximar ainda mais nossos povos, criando pontes culturais que valorizam nossas raízes e projetam o futuro. Esta parceria vai muito além da troca artística: ela representa respeito, reconhecimento e a certeza de que a cultura é um instrumento poderoso de transformação social e desenvolvimento”, disse o prefeito Netto Donato que recebeu um presente da África.
À tarde, Nancy participou de uma roda de conversa no Centro Municipal de Artes e Cultura (CEMAC) com agentes culturais e representantes da comunidade. No encontro, apresentou aspectos da diversidade cultural de seu país e discutiu possibilidades de convênios e projetos conjuntos.
A vereadora Raquel Auxiliadora também participou da roda de conversa com Secretária de Estado da Cultura de Guiné-Bissau, Nancy Raisa da Silva Alves Cardoso.
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