BRUXELAS - O sentimento econômico na zona do euro subiu mais do que o esperado em fevereiro, impulsionado por mais otimismo na indústria, nos serviços e entre consumidores, aumentando as expectativas de inflação, mostraram dados nesta quinta-feira.
A pesquisa mensal de sentimento da Comissão Europeia mostrou que o otimismo econômico nos 19 países que usam o euro subiu a 93,4 pontos este mês de 91,5 em janeiro, superando as expectativas em pesquisa da Reuters de alta a 92,0.
O sentimento industrial melhorou a -3,3 em fevereiro de -6,1 pontos e contra expectativas de -5,0. No setor de serviços, o maior da zona do euro, o sentimento foi a -17,1 de -17,7 e expectativa de queda para -18,1.
Entre os consumidores, o otimismo subiu a -14,8 pontos de -15,5.
O cenário mais otimista se traduziu também em expectativas de preços de venda mais fortes entre os produtos -- 9,7 pontos de 4,8--, e entre consumidores -- a 15,7 de 15,4.
*Reportagem de Jan Strupczewski / REUTERS
BRASÍLIA/DF - O presidente da República, Jair Bolsonaro, entregou, na noite de 4ª feira (24), o projeto de lei que abre caminho para a privatização dos Correios ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Leia a íntegra do texto.
Bolsonaro foi caminhando do Palácio do Planalto até a sede do poder Legislativo. O trânsito de carros no Eixo Monumental foi fechado para a passagem das autoridades.
A ida, no entanto, parece não ter sido planejada. Fábio Faria chegou ao Congresso correndo atrás do chefe. E queixou-se a Ramos de que Paulo Guedes e outros ministros estavam no gabinete presidencial. “Ele veio, eu vim junto”, rebateu Ramos.
O projeto define o marco regulatório para o setor postal e possibilita a desestatização dos Correios. O texto também define a obrigatoriedade do cumprimento de metas de universalização e qualidade dos serviços e estabelece que a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) seja a agência reguladora dos serviços postais.
De acordo com o governo, serão realizados debates e estudos para a definição do melhor modelo de desestatização, que pode ser venda direta, venda do controle majoritário ou de apenas parte da empresa.
O ministro das Comunicações, Fábio Faria, disse ao Poder360 que o ideal é privatizar, mas que se o Congresso preferir uma saída mais branda não é problema. “Iremos dar viabilidade à desestatização dos Correios”, disse ele na conversa com Bolsonaro, Lira e os ministros. Bolsonaro disse que o Legislativo poderá “aperfeiçoar esse projeto”.
A iniciativa é realizada em um momento em que investidores temem o enfraquecimento da agenda liberal do governo depois que Jair Bolsonaro indicou um general para o comando da Petrobras.
Com o envio da MP da Eletrobras e a sanção do texto de autonomia do Banco Central, a equipe econômica avança algumas casas com a política econômica liberal de Guedes.
“Queremos a universalização dos serviços postais no país, com mais qualidade no atendimento, mais concorrência e menores preços”, disse o ministro das Comunicações em declaração no Twitter.
“É um passo importante e faremos uma discussão transparente, justa e limpa”, disse o presidente da Câmara, Arthur Lira, na reunião realizada. “Vamos em frente, conto com a parceria, harmonia e independência dos poderes, com a Câmara unida e o Senado também”, completou.
*Por: PODER360
BRASÍLIA/DF - A partir das 8h desta quinta-feira (25), os contribuintes podem baixar o programa de preenchimento e de entrega da declaração do Imposto de Renda Pessoa Física 2021 (ano-base 2020). O programa para computador estará disponível na página da Receita Federal na internet.
O prazo de entrega começará na próxima segunda-feira (1º), às 8h, e irá até as 23h50min59s de 30 de abril. Neste ano, o Fisco espera receber até 32.619.749 declarações. No ano passado, foram enviadas 31.980.146 declarações.
Pelas estimativas da Receita Federal, 60% das declarações terão restituição de imposto, 21% não terão imposto a pagar nem a restituir e 19% terão imposto a pagar.
Assim como no ano passado, serão pagos cinco lotes de restituição. Os reembolsos serão distribuídos nas seguintes datas: 31 de maio (primeiro lote), 30 de junho (segundo lote), 30 de julho (terceiro lote), 31 de agosto (quarto lote) e 30 de setembro (quinto lote).
As regras para a entrega da declaração do Imposto de Renda foram divulgadas ontem (24) pela Receita. Entre as principais novidades, está a obrigatoriedade de declarar o auxílio emergencial para quem recebeu mais de R$ 22.847,76 em outros rendimentos tributáveis e a criação de três campos na ficha “Bens e direitos”, para o contribuinte informar criptomoedas e outros ativos eletrônicos.
Até esta sexta-feira (26), as empresas, os bancos, as demais instituições financeiras e os planos de saúde estão obrigados a fornecer os comprovantes de rendimentos. O contribuinte, no entanto, pode adiantar o trabalho e juntar documentos como contracheques e recibos, no caso de rendimentos, e notas fiscais, usadas para comprovar deduções.
*Por Wellton Máximo - Repórter da Agência Brasil
SÃO CARLOS/SP - A Câmara Municipal de São Carlos agendou a realização de duas audiências públicas nesta semana. Na quinta-feira (25), às 15 horas, ocorrerá a demonstração e avaliação do cumprimento de metas fiscais (orçamentárias e patrimoniais) da Secretaria Municipal de Fazenda, referente ao 3º quadrimestre de 2020. E na sexta-feira (26) às 10 horas, será a vez da Secretaria Municipal de Saúde realizar o mesmo procedimento, referente às metas alcançadas no mesmo período.
A realização das audiências é uma determinação do artigo 9º, da lei complementar nº 101/2000 (Lei de Responsabilidade Fiscal).
Em razão da pandemia de Covid-19, a população não poderá participar presencialmente no evento, mas poderá acompanhar a transmissão ao vivo pela Rede Alesp (Canal 8 da NET) e pelo site (camarasaocarlos.sp.gov.br), Youtube (youtube.com/user/
EUA - Para comemorar seus 100 anos, a Nestlé anunciou na terça-feira (23) o relançamento do famoso Nescau Ball. O produto era uma das principais guloseimas do portfólio da empresa. O movimento inclui a Nestlé na onda de reviver produtos que despertam a nostalgia dos consumidores.
Derivado da linha Nescau de achocolatados, o Nescau Ball trata-se de um pacote recheado de bolinhas de chocolate crocante. Mas, o produto volta à venda por tempo limitado, em uma edição especial. Segundo o site GKPB, o item deve estar disponível em todo Brasil, com preço sugerido de R$ 5,99.
O produto foi anunciado no último dia 22 no Twitter em uma foto “vazada” pelos estagiários da marca. Ontem, a página oficial da Nescau confirmou o retorno. O assunto esteve entre os mais comentados da rede social.
Confira o post:
#AlertadeSpoiler Ops, a estagiária se empolgou e contou a surpresa antes da hora! ? ? Nós adoramos! ❤️⚡ Quem curtiu a novidade? ⚡️⚡ https://t.co/69PyR2pPHI
— NESCAU (@nescau) February 23, 2021
*Por: ISTOÉ DINHEIRO
SÃO PAULO/SP - A Caixa Econômica Federal liberou o montante de 12 bilhões de reais em recursos para o Custeio Agro Antecipado, crédito que os produtores rurais do Brasil podem utilizar antes da divulgação do novo Plano Safra, informou o Ministério da Agricultura.
O anúncio foi realizado pelo banco em evento transmitido pela internet, com a presença da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse a pasta em nota. Os recursos estão disponíveis para custeio, comercialização, industrialização e também para investimento.
Segundo o presidente do banco, Pedro Guimarães, já foram emprestados 8 bilhões de reais desde dezembro de 2020, e a expectativa é ter os 100% dos 12 bilhões emprestados entre o final de março e início de abril.
"Queremos beneficiar todos os segmentos, mas sem dúvida o pequeno agricultor, do Pronaf, é fundamental, porque a Caixa é o banco de todos os brasileiros, em especial dos mais humildes", afirmou Guimarães no comunicado divulgado pelo ministério.
As taxas para os agricultores do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) são de 2,75% ao ano. Para os do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp), são de 4%, e demais produtores, de 5% ao ano.
Sem dar mais detalhes, Guimarães disse que o objetivo é que a carteira de crédito rural da Caixa chegue a 40 bilhões de reais ao final de 2022.
O banco também anunciou que abrirá 21 unidades especializadas no atendimento ao agronegócio.
*Por Nayara Figueiredo / REUTERS
EUA - A Apple no ano passado desenhou uma estratégia impressionante. Além de lançar um vasto leque de dispositivos, conseguiu com o iPhone 12 recuperar números perdidos para os seus concorrentes Samsung e Huawei. Aliás, desde 2016, a gigante americana não tem sido a principal fabricante de smartphones do mundo. Ao que tudo indica, a Apple voltou a recuperar o apogeu.
Com a Huawei fora do caminho como resultado da proibição dos EUA, a Apple fica apenas com a Samsung para lutar no pódio. De acordo com um recente relatório da Gartner, a empresa de Cupertino é atualmente o maior fornecedor mundial de smartphones, pelo menos a partir do quarto trimestre de 2020.
De acordo com o relatório, as vendas de iPhone no 4.º trimestre de 2020 atingiram 80 milhões de unidades. Os fãs fiéis da Apple esperaram pacientemente pelos primeiros telefones 5G da marca, apesar de terem ficado pelo menos um ano atrás da concorrência.
Dados comerciais mostram que a quota de mercado do iPhone subiu cerca de 15% em relação ao ano anterior. A empresa americana vendeu cerca de 70 milhões de iPhones no quarto trimestre de 2020. Quanto à Samsung, a sua quota de mercado baixou 11,8%. No 4.º trimestre de 2019, a Samsung vendeu mais 8 milhões de dispositivos do que vendeu no último trimestre do ano que passou.
O ano de 2020 ficou também marcado por uma queda no consumo de smartphones. As marcas em geral venderam menos. Ou melhor, só a Xiaomi e Apple registaram um aumento nas suas vendas globais entre as cinco principais marcas.
Segundo os relatórios, apesar das fracas vendas do iPhone 12 mini, este pode ter ajudado a Apple a ultrapassar a Samsung. Isto porque muitos compradores foram cuidadosos com os gastos durante a pandemia. Os utilizadores queriam telefones 5G mais baratos em vez dos modelos caros. No entanto, a adoção global e generalizada de 5G é o fator principal.
Portanto, a Apple este ano de 2021 terá um objetivo alto deixado pela sua estratégia de 2020. Além dos números, a lista de produtos a lançar será mesmo um desafio.
*Por: ISTOÉ DINHEIRO
BRASÍLIA/DF - Após indicar o general da reserva Joaquim Silva e Luna para o comando da Petrobrás, Jair Bolsonaro voltou a criticar, nesta segunda-feira, 22, o fato de o presidente da empresa, Roberto Castello Branco, estar trabalhando em home office desde março, em razão da pandemia de covid-19. Castello Branco tem mais de 60 anos e faz parte do grupo de risco da doença. Em conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada, Bolsonaro ainda questionou o salário recebido pelo dirigente da empresa.
"O atual presidente da Petrobrás está há 11 meses de casa, sem trabalhar. Trabalha de de forma remota. O chefe tem que estar na frente, bem como seus diretores. Isso para mim é inadmissível. Descobri isso faz poucas semanas", afirmou o presidente. "O ritmo de trabalho de muitos servidores lá está diferenciado", completou.
"Ninguém quer perseguir servidor, muito pelo contrário, temos que valorizar os servidores, agora o Petróleo é nosso ou é de um pequeno grupo no Brasil? Ninguém vai interferir na política de preços da Petrobrás", afirmou Bolsonaro.
Na conversa com seus apoiadores, Bolsonaro ainda questionou o grupo se sabiam quanto ganha um presidente da Petrobrás. Ao ouvir "R$ 50 mil", rebateu com outra pergunta: "R$ 50 mil por semana?"
Como mostrou o Estadão no fim do ano passado, na Petrobrás, os membros da diretoria executiva receberam, em média, R$ 2,9 milhões em 2019. Os integrantes dos conselhos de administração e os membros do conselho fiscal ganharam, em média, R$ 194,3 mil e R$ 132,4 mil, respectivamente.
O mercado reagiu mal ao anúncio de troca de comando da empresa e as ações da Petrobrás têm queda de 20% nesta segunda-feira, puxando o Ibovespa, principal índice de ações da Bolsa de São Paulo.
Após anunciar a demissão de Castello Branco, o presidente voltou a negar que tenha interferido na estatal. Ele, no entanto, deixou clara sua insatisfação com a política de preços adotada pela estatal, que entrou na mira do presidente nos últimos dias.
"Falam em interferência minha. Baixou o preço do combustível? Foi anunciado 15% no diesel, 10% na gasolina. Baixou o percentual? Não está valendo o mesmo percentual? Como que houve interferência? O que eu quero da Petrobrás, exijo, é transparência e previsibilidade", disse.
Apesar de afirmar que "ninguém vai interferir" na política de preços da estatal, Bolsonaro questionou a metodologia de reajuste da Petrobrás, que, para ele, "precisa ser explicada". "Eu não consigo entender num prazo de duas semanas ter um reajuste no diesel em 15%. Não foi essa a avaliação do dólar lá fora, do dólar aqui dentro, nem do preço do barril lá fora. Então tem coisa aí que tem que ser explicada. Eu não peço não, exijo transparência de quem é subordinado meu. A Petrobrás não é diferente disso aí", disse Bolsonaro
O presidente ainda disse que a Petrobrás, num estado de calamidade, "tem que olhar para outros objetivos também". "Ele (Silva e Luna) é um general, sim. E esteve à frente da Itaipu Binacional por dois anos. Saneou toda a empresa, só no ano passado investiu R$ 2,5 bilhões em obras. Dentre essas obras, duas pontes com o Paraguai. A extensão da pista de Foz do Iguaçu, que vai começar a receber voos internacionais, bem como atendeu mais de 20 municípios, com as mais variadas obras, isso não é eficiência?"
*Por: Amanda Pupo / ESTADÃO
EUA - A "teoria do mais tolo" é uma expressão amplamente usada nas bolsas de valores. Funciona assim: você pode ganhar dinheiro se comprar uma ação que está sobrevalorizada porque sempre haverá "alguém mais tolo" disposto a pagar um preço mais alto por ela.
Essa teoria funciona desde que você possa vender um ativo por um preço mais alto do que comprou. O problema é que se você não conseguir fazer isso, ou seja, antes que o preço caia, não haverá outros "mais tolos que você".
"Você pode perder todo o seu dinheiro se mantiver ações que ninguém quer comprar", avisa Vicki Bogan, professora da Universidade Cornell, em Nova York, nos Estados Unidos.
"É uma teoria muito arriscada" que é posta em prática quando há bolhas no mercado, diz ela em entrevista à BBC News Mundo, o serviço de notícias em espanhol da BBC.
Bolhas financeiras são entendidas como "explosões de irracionalidade" em que o preço de um ativo aumenta dramaticamente, ultrapassando o que os economistas chamam de seu valor intrínseco ou essencial.
Aconteceu inúmeras vezes ao longo da história: do crash de 1929 aos "ativos podres" da grande crise financeira de 2008.
Mas houve casos mais antigos do que esses. A primeira grande bolha especulativa da história mundial foi a "mania das tulipas" na Holanda no século 17, quando houve uma euforia coletiva com a compra de tulipas exóticas. O preço dos bulbos de flores atingiu níveis tão exorbitantes que as pessoas venderam suas casas para obtê-los e, em meio à euforia, até um mercado para futuras vendas foi criado a partir de bulbos não colhidos.
No entanto, a escalada frenética chegou ao fim, quando um dia, em 1637, o preço despencou, levando a economia holandesa ao caos.
Outro caso bem lembrado na história recente foi a bolha das 'ponto com', quando no final da década de 1990 o valor de algumas empresas de tecnologia atingiu níveis astronômicos, apesar de não terem renda real.
De um ponto de vista racional, explica Bogan, você não compraria algo sabendo que está pagando um preço superfaturado. Mas, do ponto de vista da teoria do mais tolo, é racional comprar por um preço mais alto se a ideia é de que haverá outra pessoa a quem você poderá vender mais caro.
É uma decisão especulativa porque o investidor tem certeza de que pode ganhar dinheiro em um determinado período de tempo. O difícil é saber quando entrar e quando sair do jogo a tempo de não se tornar "o mais tolo".
A bolha mais recente é a GameStop, diz a economista, uma empresa que não tinha perspectiva de ser lucrativa, mas teve as ações valorizadas por uma ação de um grande grupo de pessoas na rede social Reddit, que visava prejudicar os investidores que haviam apostado contra a empresa. Isso fez com que o preço das ações da GameStop disparassem de forma sem precedentes.
O problema com as bolhas é que você só tem a certeza de que está lidando com uma delas quando elas estouram, diz John Turner, professor da Queen's University Belfast, no Reino Unido, e coautor do livro "Rise and Fall: A Global History of Financial Bubbles" ("Ascensão e Queda: Uma História Global de Bolhas Financeiras", em tradução livre para o português)
No entanto, "certos sinais de alerta podem ser identificados" associados às bolhas, explica ele em entrevista à BBC News Mundo.
Um deles é o aparecimento de ativos que se tornam muito "vendáveis", ao estilo do que aconteceu com a GameStop.
Outro é quando muitos investidores amadores entram nos mercados de ações.
Também é um sinal quando as taxas de juros estão muito baixas, sendo, portanto, muito fácil pedir dinheiro emprestado.
"Se olharmos para as ações de tecnologia nos Estados Unidos, ações de tecnologia verde, bitcoin, podemos pensar que existe potencialmente uma bolha nesses ativos", diz Turner.
Nem todas as bolhas têm grandes repercussões no nível sistêmico, mas algumas podem se transformar em um grande problema para a economia como um todo.
"Pode ser muito perigoso quando há dinheiro vindo de empréstimos na bolha, porque pode ter ramificações horríveis para o sistema bancário e para o resto da economia, como vimos na crise financeira de 2008."
Ninguém descobriu ainda o que exatamente está acontecendo com os mercados de ações durante a pandemia. Os mercados estão aquecidos em meio a uma das piores crises econômicas em décadas, gerada pela pandemia.
Alguns economistas estão esperando por uma forte correção nos mercados, mas nem todos concordam.
"Quase todo mundo aponta para os mercados de ações para sinalizar a existência de uma bolha. Não estou convencido de que isso seja verdade", diz Jason Reed, professor do Departamento de Finanças da Universidade de Notre Dame, no Reino Unido, à BBC News Mundo.
Em sua opinião, os alertas estão vindo do lado do bitcoin, cujo preço acelerou ao ponto em que a moeda funciona como um ativo especulativo em vez de um substituto para a moeda soberana.
"Veremos preços mais voláteis, mas sem consequências macroeconômicas sistêmicas reais", afirma. "Mas os investidores individuais podem enfrentar danos econômicos reais e isso é algo que vale a pena observar e explorar", ressalva.
Veljko Fotak, professor do Departamento de Finanças da Escola de Administração da Universidade de Buffalo, em Nova York (EUA), adverte que a 'teoria do mais tolo' tem um grande problema.
Essa teoria gera a sensação de que um grande número de investidores se beneficia com a compra de ativos sobrevalorizados, enquanto um pequeno grupo de perdedores, ou um "tolo solitário", fica sem dinheiro quando a festa acaba.
Mas na prática, lembra Fotak, o jogo não funciona assim.
"O grupo de perdedores, na maioria dos casos, é a esmagadora maioria dos investidores", diz ele à BBC News Mundo.
Por essa e outras razões, o economista se declara cético em relação à teoria do mais tolo.
Fotak argumenta que a evidência mostra que você tem mais probabilidade de perder do que de ganhar quando compra um ativo que está supervalorizado.
E uma das armadilhas é que é muito difícil identificar o perdedor.
Dizem que entre os jogadores de pôquer costuma-se dizer que "se você não sabe quem é o burro da mesa, levante-se. Você é o burro".
"Investir na esperança de que alguém cometa erros ainda maiores parece, bem, burrice", diz ele.
Em geral, diz Fotak, os mercados "oferecem recompensas assimétricas, com poucos vencedores lucrando generosamente e um grupo maior sofrendo perdas".
"Talvez eu simpatizasse mais com a teoria se a chamassem de Teoria dos Muitos Tolos", afirma.
Fotak argumenta que existem diferentes tipos de ativos cujas avaliações de mercado foram distorcidas pelas políticas monetárias frouxas das últimas décadas e pelas fortes intervenções dos bancos centrais durante o ano passado, em meio à pandemia covid-19.
"Mas nenhum se destaca tanto quanto os mercados de ações dos EUA."
Por exemplo, uma das medidas usadas para avaliar se um preço está sobrevalorizado é o conceito "preço/lucro (PE)", desenvolvido pelo Prêmio Nobel de Economia Robert Shiller.
Se aplicarmos essa metodologia às empresas que fazem parte do índice S&P500, as maiores dos Estados Unidos, explica o economista, obtemos um índice um pouco acima de 40. No século passado, essa proporção girava em torno de 15 ou 16.
Houve apenas dois outros casos em que vimos essa taxa mais alta, diz Fotak. Em 2009, logo no início da crise financeira global e, antes disso, em 2001, pouco antes do estouro da bolha das pontocom.
Assim, "os precedentes históricos não são animadores", diz o economista. "Embora o mercado de ações seja onde a bolha é mais visível, nenhuma classe de ativos está imune", acrescenta.
Mas o que mais o preocupa é a "exuberância irracional" dos mercados de dívida.
"Muitos paralelos podem ser traçados entre os mercados de hipotecas do início dos anos 2000 e os mercados de dívida corporativa dos últimos cinco anos", diz ele.
"Os mercados de dívida me preocupam sobretudo porque qualquer choque tende a causar contágio e riscos de desestabilização do sistema financeiro, que, por sua vez, atinge todos os setores da economia."
Se no futuro houver uma queda no preço das ações, que é o que acontece quando uma bolha estoura, isso provoca uma perda imediata de confiança nos mercados financeiros.
Essa perda de confiança, argumenta Fotak, se traduz em menores taxas de poupança e investimento nos anos subsequentes, com efeitos que podem abranger gerações inteiras.
Por sua vez, isso leva a uma escassez de capital que pode afetar negativamente as taxas de crescimento e os níveis de emprego nas próximas décadas.
Não é um jogo como o pôquer. E não há um pequeno grupo de perdedores que pode ser caracterizado como "o mais burro".
*Por: BBC NEWS
BRASÍLIA/DF - O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Luiz Fux, acha que o Judiciário deve ficar fora do chamado Conselho Fiscal da República, entidade que será criada pela emenda constitucional do pacto federativo. O texto deve ser discutido no Congresso, nas próximas semanas.
O Conselho Fiscal tem como objetivo garantir uma análise regular da situação financeira de todos os entes federados. O projeto prevê a participação dos chefes dos Três Poderes, além do TCU (Tribunal de Contas da União) e representantes de governadores e prefeitos.
Para Fux, o STF deve ficar de fora da iniciativa porque a Suprema Corte sempre servirá como instância de recursos a quem se sentir prejudicado por eventuais decisões do colegiado. Nesta semana, deve ser feita uma nova tentativa de colocar o Judiciário no grupo.
Caso o posicionamento do presidente do STF seja mantido, o projeto precisará ser adaptado. No Senado, a expectativa é de que trechos do pacto federativo sejam votados ainda nesta semana.
3 PECS AGLUTINADAS
A ideia do governo e dos presidentes da Câmara e do Senado é que 3 propostas de emenda constitucional sejam aglutinadas em 1 projeto. As PECs são as seguintes e o texto substitutivo deve ser votado 5ª feira (25.fev) pelo Senado:
AUXÍLIO PÓS-PECS
O maior desafio do governo é autorizar o novo coronavoucher apenas e quando estiverem aprovadas as alterações constitucionais listadas acima. Isso vai demorar, na melhor hipótese, perto de 1 mês. Haverá muita pressão de congressistas para que o dinheiro comece a ser liberado antes.
*Por: PODER360
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