Acervos podem ser acessados gratuitamente pela Internet
SÃO CARLOS/SP - A Unidade Especial de Informação e Memória (UEIM) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) lançou duas exposições virtuais: "Acervo Musical da UEIM", que reúne capas de discos de vinil, e "Luz, câmera, ação!!!", que apresenta cartazes e documentos sobre teatro e cinema. Por meio do projeto Rememorar, a UEIM retoma agora, em formato digital, exposições que foram sucesso quando exibidas fisicamente.
Todo o material está alocado na Unidade. "A proposta é apresentar o acervo da UEIM, que conta com diversos suportes materiais", conta Ricardo Biscalchin, coordenador técnico e bibliotecário documentalista da UEIM. As mostras podem ser conferidas no site https://linktr.ee/ueimufscar.
Acervo Musical
A mostra virtual "Acervo Musical" apresenta fotos de capas de discos de duas coleções pertencentes à UEIM - Coleção Norma Mortari e Coleção Acervo Musical - e engloba diversos estilos musicais, com obras executadas pelas mais importantes orquestras do mundo e grandes artistas nacionais e internacionais. "A mostra física, que ocorreu no primeiro trimestre de 2017, contou com a exposição dos discos de vinil, de goma-laca (78 rotações), livros e partituras musicais. Esta versão digital apresenta a capa dos discos de vinil apresentados na primeira mostra", compara Ricardo Biscalchin.
"Todas as peças da UEIM foram adquiridas por meio de doações de diversas pessoas, compondo deste modo o acervo. Destaca-se o acervo de Norma Mortari, professora aposentada do Departamento de Genética e Evolução (DGE) da UFSCar, que doou pessoalmente à UEIM um total de 91 discos de vinil", conta o coordenador técnico da Unidade. Já a Coleção Acervo Musical consiste em todos os materiais (discos, partituras, fitas K7, livros, periódicos etc.) relacionados à música e a seu fazer, doados à UEIM ao longo dos anos.
"Luz, câmera e ação!!!"A exposição "Luz, câmera, ação!!!" retorna, em versão digital, com cartazes de filmes que foram sucesso de bilheteria e outros não tão conhecidos, nacionais e internacionais, exibidos entre as décadas de 1930 e 1970. Como destaques estão grandes sucessos de Charles Chaplin e Mazzaropi e obras como "Planeta dos Macacos", além de fotos de peças teatrais onde aparecem artistas conhecidos do público como Tony Ramos, Maria Teresa Alves Viana e outros. Os cartazes, assim como outros documentos pertencentes à coleção, foram adquiridos por meio de doação.
"A mostra foi inaugurada fisicamente no dia 8 de março de 2016 e apresentou o acervo da Coleção Fetac (Federação do Teatro Amador do Centro do Estado de São Paulo) da UEIM, composta de cartazes, folhetos, roteiros de peças teatrais, currículos e fichas de filiações de artistas, folders etc., que refletem a intensa atividade teatral e cinematográfica de São Carlos nas décadas de 1960 e 1970", relata Biscalchin.
Inscrições estão abertas; aulas online terão início no dia 31 de julho
SÃO CARLOS/SP - O Departamento de Ciências Ambientais (DCA-So) da UFSCar-Sorocaba está com inscrições abertas para o curso de pós-graduação lato sensu em Planejamento, Manejo e Restauração de Áreas Verdes - EaD. As aulas terão início no dia 31 de julho e serão realizadas em ambiente virtual.
A especialização tem o objetivo de preparar e atualizar profissionais, a partir de conhecimentos técnico-científicos, para atuação no planejamento, implantação e monitoramento de projetos de restauração em áreas verdes urbanas e rurais, promovendo, com isso, a recuperação ambiental de zonas degradadas.
O curso é integralmente a distância, com carga horária de 360 horas. As aulas ocorrerão em sábados alternados, das 8 às 12 horas e das 13 às 17 horas. A seleção será realizada por ordem de inscrição. Os procedimentos de inscrição e demais informações estão no site do curso (https://bit.ly/3zO51BX).
Dúvidas podem ser esclarecidas pelo telefone (15) 99691-6032 (também WhatsApp) ou pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
Projeto da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) busca Consultores Seniores para atuação nas regiões Norte, Nordeste e Sul do Brasil
SÃO CARLOS/SP - Estão abertas as inscrições no processo seletivo para contratação de profissionais da saúde para atuação como Consultor Sênior no projeto "Qualificação da atenção ofertada às pessoas idosas na atenção primária à saúde" do Departamento de Gerontologia da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). São duas vagas para a região Norte do Brasil, outras duas vagas para a região Nordeste e mais uma vaga para a região Sul do país. Além da previsão de contratação imediata de cinco pessoas, também será formado um cadastro reserva.
Os contratados serão responsáveis por coordenar e ministrar oficinas, desenvolver materiais e mídias de suporte para qualificação dos gestores estaduais e municipais, elaborar diagnósticos, além de supervisionar estagiários e bolsistas e participar de outras atividades relacionadas ao projeto. No total, são 30 horas semanais de serviços prestados por meio de contrato via regime CLT.
O processo seletivo é composto de análise de documentos e entrevista, na qual cada candidato deverá apresentar um plano de trabalho em até 10 minutos. São avaliadas experiência, formação, versatilidade e proatividade. Profissionais da área de Ciências da Saúde, como enfermagem, gerontologia, fisioterapia e outras afins, que tenham experiência em Saúde Pública e alguma pós-graduação na temática do envelhecimento, podem participar.
O salário é de R$ 2.200, além de vale-alimentação de R$ 550. Os interessados devem enviar os arquivos solicitados no edital até o dia 29 de junho (HOJE) para o e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
Iniciativa integra pesquisa de doutorado que propõe o uso da telessaúde para monitorar esse público
SÃO CARLOS/SP - Uma equipe do Laboratório de Análise do Desenvolvimento Infantil (Ladi) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) está desenvolvendo uma pesquisa que oferece avaliações e orientações gratuitas, em formato online, para estimulação do desenvolvimento motor de bebês com até um ano de idade. O projeto é desenvolvido no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia (PPGFt) da Universidade, por quatro fisioterapeutas, sob orientação de Nelci Adriana Cicuto Ferreira Rocha, docente do Departamento de Fisioterapia da UFSCar.
O foco do estudo é atuar com bebês, com até um ano de idade, que tiveram alguma complicação durante o parto que os exponha ao risco de atraso no desenvolvimento motor. De acordo com as pesquisadoras, essa faixa etária é um período crítico para o desenvolvimento cerebral dos bebês e ocorrem rápidas mudanças nas habilidades motoras, de linguagem e funções sensoriais. No entanto, elas apontam que o distanciamento social, necessário por conta da pandemia, pode ter dificultado o acesso a cuidados especiais nesse período o que favorece os fatores de risco apresentados por esses bebês. "A telessaúde pode ser uma alternativa para monitorá-los, pois parece ser uma forma econômica de expandir o acesso aos cuidados especialmente durante esse problema de saúde global", explicam.
Dessa forma, visando diminuir os impactos do distanciamento social e dos fatores de risco apresentados por esses bebês, o estudo propõe um protocolo de reabilitação que conta com a avaliação e intervenção remota das capacidades motoras, participação e fatores ambientais. Portanto, o objetivo do estudo é comparar o efeito de um protocolo remoto de telecuidado - composto por intervenção domiciliar direcionada à tarefa e ao contexto, realizada pelos pais - com a orientação de cuidado padrão, quanto à funcionalidade de bebês com risco para atraso do desenvolvimento.
As orientações propostas pela pesquisa serão oferecidas para bebês com risco de atraso no desenvolvimento motor e serão formuladas por fisioterapeutas, que acompanharão os cuidadores a realizarem as orientações em casa. A atividade terá duração de três meses e ocorrerá por meio de ligação telefônica ou WhatsApp das pesquisadoras.
Após as intervenções do estudo, as pesquisadoras têm a expectativa de que os lactentes com risco para atraso de desenvolvimento apresentem melhora na evolução das capacidades motoras.
Podem participar do estudo pais/cuidadores de bebês de 0 a 1 ano de idade, que tiveram alguma complicação durante o parto (prematuridade, baixo peso, internação em UTI neonatal, reanimação cardiorrespiratória, falta de oxigenação, dentre outras) e, também, bebês com idade gestacional acima de 37 semanas que não sofreram nenhuma intercorrência durante o parto. Interessados podem entrar em contato diretamente com as fisioterapeutas, até o final deste ano, por meio do WhatsApp: Camila Gâmbaro (11) 95783-8540; Bruna Verdério (16) 98119-5497; Raíssa Abreu (81) 99704-4694; e Marina dos Santos (16) 98158-7477. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 312566205.0000.5504).
Submissões de trabalhos podem ser feitas até o dia 30 de junho
SOROCABA/SP - Entre os dias 30 de agosto e 1º de setembro serão realizados, em formato virtual, o VIII Seminário de Pesquisa e o VII Encontro de Egressos do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGEd-So), da UFSCar-Sorocaba. Os eventos têm o objetivo de apresentar e discutir as pesquisas desenvolvidas no âmbito do PPGEd-So, além de propiciar a integração e o acompanhamento de estudantes egressos do Programa
Em 2021, a temática é "Educação, Vida e Ciência: da pandemia ao porvir", que abarca inquietações latentes ao contexto atual e indica o desejo e compromisso da comunidade do PPGEd-So de que a produção de conhecimento na área de Educação se realize em função da vida.
Sobre a escolha do tema, os organizadores afirmam que "entre questionamentos sobre objetos de estudo, metodologias e prazos para as pesquisas, passamos a nos indagar de modo mais profundo acerca do direcionamento de nossas pesquisas. Diante das incertezas no que se refere à duração da pandemia, passamos à certeza de que nada parecerá o que foi ou como foi antes dela. O porvir passou a ser nosso questionamento principal. E com ele, outras perguntas nada simples e que nos norteiam na pesquisa em Educação: como se ressignificarão as vidas de discentes, egressos e docentes que passam por esse tempo-lugar pandêmico? Como se desenvolverá a Educação e a pesquisa em Educação, visivelmente marcada neste contexto? De que forma a ciência, processo-produto histórico e socialmente construído direcionará suas preocupações em um contexto político social que a nega?".
Até o dia 30 de junho, as pessoas interessadas podem submeter trabalhos nas categorias pôster, comunicação oral e relato de experiência, em um dos seguintes eixos: Dimensões teórico-metodológicas na pesquisa em Educação em tempos de pandemia; Formação de educadores e pesquisa em educação a serviço da vida;
Desigualdades, movimentos sociais e processos educativos em tempos de pandemia; Política, cultura e processos educativos e novos possíveis; e Fundamentos da pesquisa em Educação.
As instruções para a submissão de trabalhos, inscrições, programação e demais informações estão disponíveis no site www.ppged-seminario.
O 1º encontro do Seminário de Pesquisa do PPGEd-So ocorreu em 2013, quando o Programa possuía apenas o curso de mestrado, inaugurado em 2012. Desde então, o Programa vem se estabelecendo como um foco formativo dedicado à pesquisa da área de Educação na região de Sorocaba. Foram pouco mais de 158 trabalhos de mestrado defendidos e, a partir de 2019, o PPGEd-So incorporou o curso de doutorado.
O histórico da temática dos Seminários sempre esteve em consonância com a diversidade expressa pelos diferentes grupos de estudos e seus respectivos eixos temáticos. Para o ano de 2021, pretende-se que os eventos deem continuidade às discussões e aos questionamentos nascentes nessas linhas e que agreguem às respectivas preocupações, o contexto inédito que assolou o país e o mundo em 2020 e o consequente impacto desse contexto nas investigações atuais e futuras da área.
Encontro acontece entre os dias 28 de junho e 1° de julho
SÃO CARLOS/SP - Entre os dias 28 de junho e 1° de julho, acontece a quinta edição do Encontro de Ensino de Física (Enenf) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), que terá como tema geral o "Centenário de Paulo Freire", trazendo discussões sobre as contribuições das ideias de Paulo Freire para a educação em geral e para a educação em ciências.
O evento, com palestra e mesas-redondas, ocorrerá de forma totalmente online, respeitando as orientações de isolamento social por conta do período de pandemia. As inscrições estão encerradas, mas o evento pode ser acompanhado no YouTube por todos os interessados.
O Enenf surgiu em 2017, como um espaço para o debate sobre o ensino de Física em seus diferentes âmbitos, oportunizando momentos de discussão e reflexão sobre os desafios e possibilidades do/para o ensino de Física em uma perspectiva de educação mais inclusiva, científica e conectada com a contemporaneidade. A organização é do Laboratório de Projetos e Atividades Didáticas (LaPADi) em conjunto com o PET-Licenciatura em Física (PET-LiF).
Programa completo e demais informações podem ser obtidos no site evento (http://enenf.com/).
Bioprint 3D, ciência forense, modelagem em bioinformática e bactérias multirresistentes são alguns dos temas
SÃO CARLOS/SP - A Liga Nacional dos Acadêmicos em Biotecnologia (LiNA Biotec) - Polo São Carlos da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) promove, de 30 de junho a 2 de julho, a segunda edição do Biotec Day, em comemoração ao Dia do Biotecnologista (30 de junho).
O evento é gratuito, aberto ao público, com transmissão via YouTube no canal da LiNA Biotec (https://bit.ly/3wA5fdH). A programação inclui palestras, mesas-redondas e minicursos relacionados às áreas de Biotecnologia, Saúde, Farmácia, Química, Biologia e Engenharia. Entre os temas abordados estão bioprint 3D (com demonstração prática), ciência forense, modelagem em bioinformática, bactérias multirresistentes, entre outros.
As inscrições no evento devem ser feitas pelo formulário https://bit.ly/3qbGIJS. Haverá emissão de certificados.
Todas as informações e atualizações sobre o evento estão nas redes sociais da LiNA Biotec São Carlos: Instagram (instagram.com/linabiotecsanca
O Biotec Day é uma das atividades do projeto de extensão Biotec em Foco, no âmbito do Programa de Extensão Liga Nacional dos Acadêmicos em Biotecnologia (LiNA Biotec) - Polo São Carlos, ambos vinculados à Pró-Reitoria de Extensão (ProEx) da UFSCar.
Estudo da UFSCar em parceria com Universidade do Minho associou prevalência de cepa resistente a medicamento à necessidade de ampliação da genotipagem no Brasil
SÃO CARLOS/SP - A elevada taxa de mutação é característica conhecida do vírus HIV-1, e mutações que causam resistência a medicamentos significam ameaça ao sucesso dos tratamentos antirretrovirais. No entanto, a ocorrência dessas mutações vem caindo em todo o mundo, diante de tratamentos mais eficazes e com menos efeitos adversos, o que permite reduzir a replicação viral e, assim, a probabilidade de mutação.
Estudo realizado em parceria entre Brasil e Portugal e publicado recentemente no "International Journal of Molecular Sciences" [https://www.mdpi.com/1422-
A pesquisa, coordenada Nuno Miguel Sampaio Osório, da Universidade do Minho, em Portugal, contou com a participação de Bernardino Geraldo Alves Souto, docente do Departamento de Medicina (DMed) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), no âmbito de acordo de cooperação com o Instituto de Investigação em Ciências da Vida e Saúde da Escola de Medicina da Universidade do Minho. Colaboraram também pesquisadores de outras instituições portuguesas e da Espanha. A equipe analisou 20.226 sequências genéticas de HIV-1 coletadas em pacientes em tratamento antirretroviral, no período entre 2008 e 2017, no Brasil.
Os resultados mostraram que a prevalência da K65R passou de 2,23% em 2008 para 12,11% em 2017, seguindo alteração no protocolo de tratamento adotado no Brasil, que, em determinado momento, substituiu o AZT (Zidovudina) pelo TDF (Tenofovir). A pesquisa também identificou maior carga viral nas pessoas em que a mutação foi detectada, reforçando a observação do aumento da prevalência de resistência ao TDF.
Além das análises genéticas e estatísticas, o grupo usou ferramentas de imunoinformática (baseadas em redes neurais artificiais) para investigar possíveis fatores envolvidos na falha terapêutica e na transmissão de cepas resistentes. Esses estudos sugeriram possível impacto de fatores genéticos na prevalência de K65R, derivados dos perfis HLA - relacionados à resposta imunológica - mais ou menos prevalentes na população brasileira. Isto porque a pesquisa indicou que o perfil HLA-B27 teria maior propensão ao reconhecimento do HIV-1, sendo que este perfil genético tem prevalência relativamente baixa na população brasileira.
"Os estudos associando o perfil HLA a diferentes interações com o vírus HIV ainda estão avançando. O que a nossa pesquisa traz é a hipótese de que, além de fatores tradicionais como diferenças sociodemográficas e nos protocolos adotados e a adesão ao tratamento, o perfil genético étnico da população brasileira também pode estar influenciando o padrão de prevalência da resistência a medicamentos, e que pode ser necessário levar isso em consideração na definição dos protocolos de tratamento", explica o pesquisador da UFSCar.
Ou seja, associada à pressão seletiva exercida pelo uso do Tenofovir, o perfil imunológico prevalente na população brasileira também pode estar favorecendo o desenvolvimento da mutação K65R.
Uma das estratégias adotadas em vários países para monitorar e combater as cepas resistentes é a chamada genotipagem universal, em que todos os pacientes são testados no momento do diagnóstico para identificação de cepas resistentes e, assim, adoção de regimes terapêuticos individualizados, ou seja, escolha dos medicamentos que comporão o coquetel antirretroviral informada pela genotipagem. No Brasil, em geral a genotipagem só é feita após verificação de falha terapêutica por seis meses, exceto para alguns grupos que, a partir de 2013, começaram a ser testados no momento do diagnóstico: gestantes, crianças, pacientes com tuberculose e pessoas infectadas por parceiros em tratamento antirretroviral adequado.
A partir dos resultados encontrados no estudo, os pesquisadores supõem que a mudança nos protocolos antirretrovirais sem garantia de genotipagem pré-tratamento tenha colaborado para o crescimento gradual da prevalência de cepas resistentes ao Tenofovir, bem como para o elevado nível de outras mutações de resistência. Essa prevalência elevada, por sua vez, pode estar por trás da maior proporção de casos de falência terapêutica no Brasil, o que ganha especial relevância em um cenário de crescimento nos números de novas infecções e mortes relacionadas ao HIV no País, na contramão de um declínio global. Em 2019, foram 48 mil novas infecções e 14 mil mortes registradas no Brasil.
Assim, os pesquisadores registram que alguns dos medicamentos frequentemente usados no País podem estar comprometidos pela alta prevalência de cepas resistentes e que a genotipagem universal e obrigatória seria a melhor estratégia a ser adotada, para seleção personalizada de um regime antirretroviral otimizado. As evidências produzidas na pesquisa apontam, inclusive, a necessidade de atenção à eficácia dos protocolos adotados na profilaxia pré e pós-exposição no Brasil, já que o aumento da prevalência de cepas resistentes aos medicamentos integrantes desses protocolos também pode comprometer sua eficácia.
"A genotipagem pré-tratamento, com repetição sistemática, permite a definição de protocolos terapêuticos individualizados e ajustes adequados. Com isso, reduzimos o risco de iniciar o tratamento e só descobrir seis meses depois que o protocolo não é adequado ou só substituir um esquema que falhou depois de vários meses de falha, o que é ruim não apenas para o indivíduo, mas também predispõe ao desenvolvimento de cepas resistentes que podem ser transmitidas e ter um efeito populacional", reitera o pesquisador da UFSCar. "Do ponto de vista da prevenção, a abordagem é coletiva, mas estamos propondo estratégia mais individualizada para o tratamento. E essa estratégia individual, por sua vez, tem impacto coletivo, já que a eficácia do tratamento reduz a transmissão e a circulação de cepas resistentes", complementa.
Estudo da UFSCar está aberto à participação de pessoas de qualquer região do país
SÃO CARLOS/SP - A pesquisa "Atitudes e percepções sobre a vacinação para Covid-19" está sendo realizada no Departamento de Medicina (DMed) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) com o objetivo de compreender as concepções que a população brasileira possui sobre a adoção da vacinação para a Covid-19. O estudo é realizado por Henrique Pott Junior, docente do DMed da UFSCar, e convida pessoas de todas as regiões do Brasil para participarem do trabalho por meio de um formulário eletrônico.
De acordo com o docente, as vacinas são uma das contribuições mais importantes para a saúde pública no século XX, sendo responsáveis pelo declínio das doenças evitáveis por vacinas em todo o mundo. No entanto, Henrique Pott aponta que nos últimos anos tem-se observado um aumento constante na recusa de vacinas, resultando em vários surtos de doenças evitáveis por esses imunizantes. "Esse problema tem sido atribuído a uma série de fatores, incluindo a relativa raridade de muitas doenças evitáveis por vacinas aliada à percepção pública de que a gravidade e suscetibilidade da doença é muito baixa, além de preocupações relacionadas à eficácia e segurança da vacina", reflete o docente. Somado a isso, o professor acrescenta que o medo das vacinas tem sido fomentado também por informações incorretas ou tendenciosas, não amparadas por evidências científicas, veiculadas pela internet, televisão, jornais e revistas.
Nesse cenário, Pott citou um estudo - Wellcome Global Monitor 2018 - que mostrou que 97% dos brasileiros concordam ou concordam totalmente que é importante vacinar crianças. No entanto, há uma queda para 80% dos brasileiros que se expressaram positivamente quando questionados se as vacinas são eficazes e seguras.
"Nesse sentido, apesar de reconhecerem a importância das vacinas, a desinformação persiste como fator chave para a falta de confiança nas vacinas e hesitação vacinal", avalia o pesquisador. Resultados semelhantes na aceitação da vacina de Covid-19 foram relatados em todo o mundo, incluindo Inglaterra, Austrália, Polônia, Malásia, Jordânia, Hong Kong, Nepal, entre outros, mas Pott aponta que, atualmente, não há conhecimento da atitude da população brasileira em relação à vacinação contra o novo coronavírus.
Expectativa dos resultados
O docente expõe que a ideia da sua pesquisa é identificar quais fatores estão associados à hesitação vacinal e à falta de confiança nas vacinas a fim de subsidiar estratégias individuais ou coletivas para as vacinas, acolhimento e orientação. "Espera-se que esse levantamento de dados possa ser relevante para auxiliar os gestores e profissionais de saúde a entender as percepções da população acerca da importância das vacinas e os riscos da recusa vacinal, especialmente no contexto da pandemia de Covid-19", relata. Pott também explica que o delineamento amostral da pesquisa foi pensado para oferecer subsídios direcionados tanto à comunidade acadêmica quanto para a população brasileira em geral. "Acredita-se que o levantamento dessas informações poderá ser útil para o cuidado em saúde durante e após essa pandemia, podendo fornecer subsídios para estabelecimento de um plano de nacional de imunização mais resolutivo", complementa.
Pott destaca que os resultados do estudo poderão ser importantes tanto para o desenvolvimento de futuros protocolos de pesquisas quanto para o direcionamento de intervenções clínicas ou ações públicas abrindo a possibilidade de um cuidado mais integral e abrangente dos indivíduos, o que certamente enriquecerá o processo de tomada de decisão, podendo também melhorar a adesão do indivíduo ao programa nacional de imunização e sua conscientização em relação à sua saúde. "A realização do estudo poderá ser um ponto de partida para iniciar uma reflexão sustentada no entendimento de que o controle de doenças transmissíveis por meio da vacinação transpassa a fronteira de áreas de conhecimento e é de fundamental importância, principalmente, quando voltamos o olhar para a relevância social dos dados a serem coletados e das reflexões que poderão ser suscitadas a partir dos mesmos", reforça o docente da UFSCar.
Voluntários
Para o desenvolvimento da pesquisa estão sendo convidadas pessoas de qualquer região do Brasil, a partir de 18 anos de idade, para responderem um questionário online, disponível no link https://bit.ly/3wKrzlh. O tempo de resposta é de, no máximo, 10 minutos, e o questionário ficará disponível até o ano que vem. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 45530521.2.0000.5504).
Levantamento foi feito pela UFSCar, em parceria com universidade inglesa, e acompanhou mais de dois mil idosos
SÃO CARLOS/SP - Pesquisa realizada no Departamento de Gerontologia (DGero) e no Programa de Pós-Graduação em Fisioterapia da UFSCar, em parceria com o Departamento de Epidemiologia e Saúde Pública da University College London (UCL), verificou que o acúmulo de gordura na região abdominal combinado à perda de força muscular reduz a velocidade de caminhada em idosos. Essa condição pode trazer riscos à segurança da mobilidade dessa população em diversas situações e à independência em suas atividades diárias.
O estudo acompanhou, por oito anos, 2.294 indivíduos participantes do English Longitudinal Study of Aging (ELSA), com 60 anos ou mais, que não tinham limitação da mobilidade quando o trabalho começou. A pesquisa foi conduzida pela doutoranda da UFSCar Roberta de Oliveira Máximo, sob orientação de Tiago da Silva Alexandre, docente do DGero, como parte de um projeto Jovem Pesquisador e outro de Doutorado, ambos financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
Tiago Alexandre compartilha que, com o passar dos anos, um cenário comum começa a ser notado pelos idosos: "seu corpo passa por diversas mudanças, a gordura começa a se acumular na região abdominal, seus músculos ficam mais fracos e os passos cada vez mais lentos". O professor explica que, de fato, a gordura segue um padrão de distribuição diferente em idosos. Com o envelhecimento, ocorre uma perda da gordura subcutânea (localizada embaixo da pele) e um acúmulo maior na região abdominal. "Essa região central é mais metabolicamente ativa e tem maior potencial inflamatório, agravando uma situação já em curso, a perda de força muscular relacionada à idade conhecida como dinapenia. Assim, quando a obesidade abdominal e a dinapenia estão presentes ao mesmo tempo, a condição é denominada clinicamente de obesidade abdominal dinapênica, mais prejudicial aos idosos, o que, por sua vez, acelera o declínio da velocidade de caminhada", complementa o orientador do estudo.
Os resultados da pesquisa indicaram que os idosos com obesidade abdominal dinapênica tiveram um declínio na velocidade de caminhada de 15 centímetros por segundo nos oito anos de acompanhamento, enquanto aqueles não obesos abdominais e não dinapênicos tiveram um declínio inferior, no mesmo período, de 4,8 centímetros por segundo. "Os 15 centímetros por segundo parecem pouco, mas podem ser capazes, por exemplo, de dificultar o cruzamento de uma rua no tempo determinado por um semáforo, uma vez que a velocidade normal de marcha de um idoso deve ser superior a 80 centímetros por segundo", destaca Tiago Alexandre. "É comum que idosos com lentidão apresentem mais limitações para realizar suas atividades rotineiras e fiquem cada vez mais confinados em casa, devido à insegurança ao transitar por diversos espaços sob o risco de atropelamentos ou quedas", pontua Roberta Máximo.
Outro ponto importante levantado pelo estudo foi que os idosos apenas dinapênicos ou apenas obesos abdominais não apresentaram um declínio da velocidade de caminhada superior àqueles nem obesos abdominais e nem dinapênicos. "Isso reforça a importância de se identificar idosos obesos abdominais dinapênicos como um grupo que precisa de rápida intervenção dado seu maior risco de ter limitação da mobilidade", reforça Alexandre. No estudo, o diagnóstico de obesidade abdominal dinapênica foi considerado pela circunferência de cintura >102 cm para homens e >88 cm para mulheres e pelo teste de força de preensão manual <26 kg para homens e <16 kg para mulheres.
"Os resultados deixam uma importante recomendação, já que a obesidade abdominal dinapênica é uma condição modificável e que pode ser tratada por meio do treinamento aeróbio e de força muscular para prevenir a limitação da mobilidade em idosos", ressalta Roberta Máximo. A doutoranda também chama atenção para a importância de uma abordagem interdisciplinar no sentido de atuar na prevenção, orientação e supervisão da assistência a esses idosos.
Publicação
Os levantamentos da pesquisa foram publicados na revista Age and Ageing, uma das principais revistas internacionais na área de Geriatria e Gerontologia, no artigo "Dynapenia, abdominal obesity or both: which accelerates the gait speed decline most?", que pode ser acessado no link https://bit.ly/3gy4NYb.
A realização da pesquisa foi aprovada pelo Serviço Nacional de Ética em Pesquisa, do London Multicentre Research Ethics Committee (MREC/01/2/91).
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