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Às vésperas da primeira participação de atleta trans na Olimpíada, obra problematiza casos a partir da mídia esportiva

 

SÃO CARLOS/SP - No momento em que o mundo se prepara para acompanhar os Jogos Olímpicos de Tóquio, dos quais devem participar mais de 12 mil atletas, a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) divulga nova obra propondo uma reflexão necessária, urgente e especialmente adequada a este momento, sobre questões de gênero nos esportes. O livro "Leituras de gênero e sexualidade nos esportes" é um lançamento da Editora da UFSCar (EdUFSCar), de autoria de Wagner Xavier de Camargo, pesquisador na Universidade desde 2013, atualmente cursando um segundo doutorado, em Antropologia Social, e atuando como docente voluntário no curso de graduação em Ciências Sociais da Instituição.

A obra se propõe a ampliar os entendimentos sobre corpos, gêneros e sexualidades para além da lógica binária - masculino versus feminino, homem versus mulher. "Entende-se que as concepções de gênero têm suas múltiplas dimensões, algo que deve ser respeitado e, sobretudo, repensado. Trago uma provocação para as pessoas leitoras: será que todos os corpos são bem-vindos e estão incluídos nas práticas esportivas?", questiona o autor.

Em linguagem acessível a todas as pessoas, a obra apresenta casos e fatos que apareceram na mídia esportiva, sugerindo novas abordagens a partir do debate sobre gênero e sexualidade. Fruto de pesquisas de Camargo ao longo dos anos - de 2013 a 2019 como pesquisador de pós-doutorado na UFSCar, com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa (Fapesp) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) -, o livro é composto por textos curtos e críticos, que decodificam a linguagem acadêmica para abordagens bastante práticas.

Grande parte dos textos foi originalmente publicada pelo autor entre 2019 e 2020 na coluna "Para além do futebol" (https://bit.ly/3iF1wpt), no site Ludopédio (ludopedio.com.br), e adaptada para a versão final no livro. O intuito é trazer à luz as questões de gênero e problematizar o que é considerado senso comum nos esportes, partindo para a desconstrução de estereótipos com uma visão reflexiva.

"Em senso comum, o esporte opera segundo o sexo, colando as genitálias nos corpos. Mas sabemos que não é bem assim. Existem pessoas que não se consideram necessariamente enquadradas nas categorias masculina ou feminina, e ter que fazer essa escolha é passar por cima de suas subjetividades", analisa Camargo.

O pesquisador alerta que pessoas de outras identidades de gênero e orientações sexuais no esporte buscam reconhecimento, cada qual com o seu foco. "Como exemplos: para as mulheres cisgênero, a luta nos esportes é de equidade perante os homens. Elas querem ser reconhecidas como sujeitas praticantes e terem legitimação. Já os homens gays e as mulheres lésbicas lutam, principalmente, por inclusão, buscando acolhimento e, portanto, mostrando que outras formas de se expressarem no esporte são possíveis. E as pessoas trans buscam legitimação das identidades que escolheram, a partir de uma conscientização sobre si e de uma lição para a sociedade."

Em uma temática em que ainda existem poucos estudos, o livro é voltado a todas as pessoas interessadas e também pode ser empregado como bibliografia básica para disciplinas como Sociologia do Esporte, Antropologia do Esporte, Antropologia das Práticas Esportivas, dentre outras. A obra visa, sobretudo, questionar o binarismo para que haja reflexões e mudanças, na direção de incluir, de fato, todas as pessoas no mundo esportivo.

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Exemplos

Ao longo de 205 páginas, a obra é dividida em cinco partes. A primeira, "Gênero e sexualidade nas práticas esportivas", traz um compilado de textos que abordam a desconstrução do gênero, abrangendo desde polêmicas relacionadas a cores de chuteiras até a questão de atletas intersexos - pessoas que nascem com características sexuais e reprodutivas específicas, não se encaixando naquelas típicas dos sexos feminino ou masculino.

A segunda, "Corpos, gêneros, (a)normalidades", desfaz a ideia de uma normalidade definida pelo senso comum, como, por exemplo, no termo "minorias no esporte". "Muito se fala que mulheres e negros são minorias, algo que tento desconstruir. No Brasil, mais da metade da população se declara negra, e mais da metade é mulher.

Essas pessoas também estão presentes nos esportes, assim como, mais recentemente, a comunidade LGBTQIAPN+. Quem é minoria, então?", questiona o pesquisador.
Em "Violências e fobias instituídas no esporte", terceira parte do livro, há textos que problematizam os bastidores das práticas esportivas. "Em um deles, mostro o desejo de crianças de fazerem carreira no futebol - algo que, no senso comum, é romantizado, mas que problematizo em minha escrita, relacionando a temática com algo recorrente na realidade: o abuso sexual no esporte", relata Camargo.

A quarta sessão - "Eventos esportivos: o que têm a nos dizer?" - é dedicada a iniciativas esportivas pouco disseminadas, com uma crítica ao que autor chama de esporte-espetáculo. "É o esporte da matriz midiática. No caso do Brasil, se resumem aos eventos futebolísticos - Copa do Mundo e campeonatos brasileiros - e aos próprios Jogos Olímpicos. Isso faz com que outras expressões sejam invisibilizadas, como, por exemplo, os Jogos Mundiais Indígenas, os Jogos da Diversidade de São Paulo, dentre outros que cito no livro. O intuito foi mostrar que o esporte no Brasil vai além da monocultura do futebol", sintetiza.

O futebol feminino, por exemplo, é também questionado por ele. Embora o evento tenha ganhado apoio, o autor considera o tema pernicioso. "Se analisarmos criticamente, ele alcança visibilidade justamente por se aproximar de uma espécie de ‘clone’ do masculino. O que proponho são debates sobre como subverter isso, ou seja, como fazer com que as mulheres ocupem espaços próprios, com suas próprias regras e especificidades e sem comparações com jogadores homens. Os uniformes e o jeito de jogar, por exemplo, são elementos que deveriam ser próprios de seus corpos, e não uma imitação do que se considera masculino", expõe o pesquisador da UFSCar.

Por fim, a quinta parte, intitulada "Biografias esportivas", traz textos sobre a vida de atletas LGBTQIAPN+, como Stella Walsh, David Kopay, Madge Syers, Renée Richards, Justin Fashanu, dentre outros, mostrando suas lutas e desafios no esporte.

Fomento à diversidade

Com base em toda a discussão atual, impulsionada em sua obra, e no contexto da Olimpíada do Japão, Camargo considera animadoras as perspectivas relacionadas à diversidade de gênero nos esportes, apesar dos desafios impostos pela sociedade heteronormativa.

Pela primeira vez na história, haverá a participação, nos Jogos Olímpicos de Tóquio, de uma atleta trans, além de outros atletas que se autodeclaram LGBTQIAPN+. "Espero que haja este despertar para a diversidade sexual e de gênero, já iniciado na Olimpíada sediada no Rio de Janeiro, em 2016", lembra Camargo.

O caminho, no entanto, ainda é longo, mas necessário. "Assim como existem os atletas heterossexuais, existem atletas homossexuais, trans e outros, que muitas vezes não se encaixam na lógica binária homem-mulher, masculino-feminino. Há fatores que vão além disso e que demandam estudos; as pessoas são plurais e diversas, têm corporalidades distintas, para modalidades esportivas distintas. Com base em informações e conhecimento sobre a sociedade, é visível que o esporte terá que se redefinir", finaliza o autor.

O livro "Leituras de gênero e sexualidade nos esportes" já está disponível para compra no site da EdUFSCar, em https://bit.ly/3kHhsdG.

Inscrições devem ser feitas até 31 de julho

 

SOROCABA/SP - Até o dia 31 de julho, estão abertas as inscrições no processo seletivo para ingresso no curso de mestrado profissional do Programa de Pós-Graduação em Sustentabilidade na Gestão Ambiental (PPGSGA-So), da UFSCar-Sorocaba. São ofertadas 14 vagas distribuídas em três linhas de pesquisa: Áreas Protegidas; Conflitos Socioambientais; e Recursos Naturais.

A inscrição deve ser realizada com o preenchimento e envio de formulário online, juntamente com os documentos indicados no edital, para o e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo., com cópia para Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo., obrigatoriamente com o assunto "Processo seletivo PPGSGA 2021". O formulário de inscrição e as instruções completas estão disponíveis no edital (em www.ppgsga.ufscar.br).

O processo seletivo compreenderá duas etapas: análises do Currículo Lattes e do projeto de pesquisa; e entrevista. As informações completas devem ser conferidas no site do Programa (www.ppgsga.ufscar.br).

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Sobre o mestrado profissional

Ao considerar a relevância social, científica e tecnológica dos processos de formação profissional avançada, bem como o necessário estreitamento das relações entre a UFSCar-Sorocaba e a sociedade, o mestrado profissional em Sustentabilidade na Gestão Ambiental tem como objetivo formar profissionais para atuarem no manejo e conservação de recursos naturais, com ênfase na sustentabilidade socioambiental, bem como promover a articulação integrada da formação profissional com entidades demandantes de caráter ambiental, visando melhorar a eficiência das organizações públicas, por meio da solução de problemas. 

O público-alvo do curso é constituído por técnicos e gestores da esfera pública; educadores formais e informais; profissionais ligados à conservação e manejo de recursos naturais; e outras pessoas interessadas na temática ambiental.

Inscrições acontecem em 26 e 27 de julho no Programa de Pós-Graduação em Educação

 

SÃO CARLOS/SP - Nos dias 26 e 27 de julho, estarão abertas as inscrições para candidatos que queiram cursar, na condição de alunos especiais, a disciplina "Estudos sobre o jogo, o brinquedo e a brincadeira na Educação: abordagens teórico-metodológicas", ofertada pelo Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). 

A disciplina tem como professores responsáveis Aline Sommerhalder, do Departamento de Teorias e Práticas Pedagógicas (DTPP), e Fernando Alves, do Departamento de Educação Física e Motricidade Humana (DEFMH), ambos do Centro de Pesquisa da Criança e de Formação de Educadores da Infância (Cfei) da UFSCar, e conta com os docentes estrangeiros convidados Antonio Garaboldi e Antonella Pugnaghi, da Università degli Studi di Modena e Reggio Emilia (UniMore), na Itália.

As inscrições podem ser feitas nos dias 26 e 27 de julho, conforme as instruções que serão publicadas no dia 22 de julho no site www.ppge.ufscar.br. A disciplina será ministrada online, no período de agosto a dezembro de 2021, às quartas-feiras, das 8 às 12 horas. Parte das aulas e bibliografia será em italiano. 

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A disciplina é fruto do Convênio de Cooperação Acadêmica e Científica entre a UFSCar, o Cfei e a UniMore. Dúvidas podem ser esclarecidas pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

Estudo explora o mito da Medusa e reforça que aspectos arcaicos relacionados à situação da mulher na sociedade estão presentes até hoje

 

SÃO CARLOS/SP - Ao longo da história, a natureza da mulher foi comumente caracterizada como impura, inferior e associada ao mal, sendo até mesmo considerada um ser em condição não humana.

Luiza Helena Hilgert, pesquisadora de pós-doutorado vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Filosofia (PPGFil) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), constatou e refletiu sobre esses estereótipos ao analisar o papel dos mitos - e, mais especificamente, das descrições literárias e pictográficas (em imagens) - da Medusa na construção da subjetividade e do lugar da mulher, à luz da filosofia existencialista de Simone de Beauvoir.

A pesquisadora pontua que não foram somente os mitos que contribuíram para a disseminação da ideia de inferioridade feminina, mas também a própria Filosofia.

"A essência feminina foi vista, por diferentes filósofos, como outro tipo de natureza, diferente da dos homens. A própria Filosofia de Platão, por exemplo, explica uma dupla natureza humana, em que os homens são tidos como fortes, superiores, e as mulheres como seres gerados a partir dos homens, sendo consideradas figuras animalescas, de constituições inferiores. Ele considerava a mulher como um ser secundário, que não poderia melhorar, aprender ou mesmo alcançar algum tipo de evolução", recorda.

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O mito da Medusa

Contada por diversos autores com detalhes distintos, a história resumidamente se refere à Medusa como um monstro no corpo de uma mulher que, ao ser violentada por Poseidon, deus dos oceanos, é punida por Atena (deusa da sabedoria) e transformada em Górgona. Seu cabelo se transforma em um emaranhado de cobras e ela passa a ter escamas. Atena também lhe roga a maldição de transformar quem a olha em pedra.

Medusa, grávida de Crisaor e do cavalo alado Pégasus (frutos do estupro de Poseidon), acaba sendo assassinada por Perseu, que leva a sua cabeça como "brinde" ao seu reino. Na história, Medusa é punida por ser considerada atraente e por ter sido estuprada, enquanto as figuras masculinas mantêm imagens heroicas.

É em contraponto à maioria das leituras já feitas de Medusa, que trazem visões baseadas justamente em tradições eurocêntricas e masculinas, que a pesquisadora desenvolve o papel do mito na construção do lugar da mulher. Para isso, recorre à ótica feminista de Beauvoir, à ideia de que os homens estabelecem o lugar da mulher na sociedade, já que as histórias são criadas e escritas por eles. "Por meio dos mitos, os homens transformaram a mulher na responsável pela existência do fracasso próprio da condição humana", analisa.

Na mitologia grega, a ascendência das mulheres também é a razão da existência da fome, da miséria, da cólera, pestes e de toda a variedade de infortúnios que assola o mundo. "É como se fôssemos mensageiras do mal e portadoras dos encantos capazes de arruinar a Humanidade", registra Hilgert.

Sua análise da história da Medusa a caracteriza como um ser objetificado de dois tipos, associados ao mito da monstruosidade e ao mito da beleza.

No mito da monstruosidade, presente no período arcaico, Medusa tem feições mais animalescas e menos humanizadas, como se fosse um monstro terrível, com representações artísticas semelhantes às descrições literárias grotescas e assustadoras.

"Minha hipótese é que esse modelo se relaciona à subjugação da mulher pela definição da sua essência, a partir de uma concepção imutável e inferiorizada da sua natureza - a natureza da Medusa é a do monstro, num primeiro momento, em oposição à natureza humana. Ela não é humana e faz parte do reino das criaturas grotescas e repugnantes", detalha.

Já o mito da beleza, idealizado no período clássico, traz Medusa com feições menos bestializadas, com cabelos de serpentes e traços mais afinados, elegantes e próximos da figura humana e feminina. No entanto, este mito também atribui uma essência inferior à mulher: "Sua aparência física tem apelo sexual. Ou seja, a mulher atraente, independentemente de seus pensamentos, é incriminada por inspirar sentimentos nos homens", destaca. Esta versão de Medusa, segundo Hilgert, é utilizada até os dias de hoje pela cultura pop, por marcas e em campanhas publicitárias, trazendo a ideia de femme fatale.

Ou seja, progressivamente, a figura mitológica deixa de ser retratada como horrenda e passa a ser representada como bela, mas isso não significa que a mulher deixa de ser vista como inferior. "O mito da monstruosidade e o da beleza se somam, de forma a se fundirem numa dupla subjugação da mulher. Além disso, as características da personagem que a vinculam ao poder, ao medo, ao terror, e à maldade permanecem até os dias de hoje", reflete a pesquisadora.

Com isso, a autora reforça como um fato (a cultura grega) colaborou para a criação de um mito (o de que a mulher é um "segundo sexo", inferior ao homem), partindo de uma narrativa que reforça a visão dominante do mundo, dos sexos e dos gêneros.

O arcaico do contemporâneo

Até hoje, o mito é utilizado para retratar figuras femininas. É o caso de Hilary Clinton, candidata à presidência dos Estados Unidos em 2016, que na ocasião foi colocada em uma figura como sendo a Medusa, e Donald Trump (presidente eleito) como o herói grego Perseu, que "corta a sua cabeça". Alusão semelhante foi feita a Angela Merkel e a Dilma Rousseff, ao estarem em cargos de liderança.

"Independentemente de seus posicionamentos políticos, o que essas mulheres, estereotipadas como Medusa, têm em comum? A hipótese é a de que são mulheres que ocuparam lugares que, aos olhos de uma sociedade machista, não eram os delas", analisa Hilgert. "Isso demonstra como a sociedade vê mulheres poderosas como perigosas e monstruosas, além de manifestar o desejo masculino de que suas cabeças sejam cortadas de forma metafórica, para que sejam silenciadas", reforça. Em suas análises, a pesquisadora também faz uma comparação entre fragmentos do mito da Medusa e acontecimentos ainda vivenciados pelas mulheres: cultura e gravidez do estupro, rivalidade feminina e isolamento e silenciamento das vítimas de violência.

"A Medusa é penalizada pelo simples fato de ser uma mulher, ou pelo comportamento de terceiros em relação a ela. Quando é violentada, recebe punição de Atena (fomento à rivalidade feminina), se isola e silencia. Esse imaginário cultural se faz presente desde a Antiguidade até hoje, em esferas artísticas, acadêmicas e sociais", descreve Hilgert.

A pesquisadora situa como as mulheres comumente seguem sendo culpadas por estupros, muitas vezes se calando sobre o fato, e são habituadas a competir com outras mulheres. Segundo ela, conceitos como empatia, solidariedade e sororidade não foram histórica e culturalmente construídos, sendo comum o isolamento das vítimas de estupro, juntamente com os sentimentos de culpa e vergonha.

É o que a autora chama, ao final, do arcaico do contemporâneo. "Parece não haver maneira de escapar dos resultados injustos e cruéis da opressão e da objetificação. E de fato não haverá enquanto permanecermos sob o jugo dos sistemas alienantes que excluem metade da população", reflete.

Para Hilgert, vários mitos já foram superados e a condição da mulher hoje é melhor em diversos aspectos, se comparada a décadas passadas. "Alguns caminhos foram abertos, mas há muito mais a fazer do que a comemorar", enfatiza. Uma mudança neste cenário exige um olhar descolonizado e desmasculinizado sobre as mulheres, sobretudo em mitos, na ficção e na Filosofia. "Libertar a mulher dos mitos não é negar as relações que ela estabelece com os outros sujeitos, mas permitir que ela exista também como sujeito e senhora de si", reforça.

O caminho, portanto, passa necessariamente em trazer homem e mulher como seres iguais, no sentido de não haver superioridade de um sobre o outro. É, também, dar a oportunidade de haver histórias narradas pelas próprias mulheres, assim como estudiosas no campo, para que recuperem suas vozes tão caladas por séculos. "Só assim as relações intersubjetivas acontecerão de maneira livre, respeitosa e autêntica", finaliza.

Os estudos de Hilgert deram origem ao artigo intitulado "O arcaico do contemporâneo: Medusa e o mito da mulher", publicado na Lampião - Revista de Filosofia, disponível na íntegra em https://bit.ly/2UJc66H. Os resultados também foram abordados no programa "Mora na Filosofia", projeto de extensão da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), que pode ser conferido em https://bit.ly/3k9Nsa4.

Inscrições de devem ser feitas de 2 a 6/8, por meio eletrônico

 

SÃO CARLOS/SP - De 2 a 6 de agosto, o Programa de Pós-Graduação em Estudos de Literatura (PPGLit) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) receberá inscrições de pessoas interessadas em cursar disciplinas no segundo semestre de 2021, na condição de alunos especiais. 

São ofertadas 10 disciplinas para alunos especiais: "Tópicos especiais em sociologia: monstros e demônios"; "Literatura, história e pensamento social"; "Murilo Mendes e os modernistas"; "Literatura e meios audiovisuais"; "Representação da cidade na Literatura"; "Literatura, diferenças e desigualdades"; "Estudar objetos editoriais"; "Machado de Assis e a interpretação do Brasil"; "Paisagem, memória e experiência: configurações da poesia brasileira contemporânea"; e "Impressionismo e Literatura". Informações sobre datas e horários de cada atividade, bem como docentes responsáveis, estão disponíveis no site do Programa (https://bit.ly/36iNNz8).

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Podem se inscrever graduandos que desenvolvam pesquisa em nível de Iniciação Científica na linha de pesquisa da disciplina pretendida (especificadas no site https://bit.ly/36iNNz8), bem como portadores de diploma de graduação, não matriculados nos cursos do PPGLit, que demonstrem interesse em cursar disciplina cujo conteúdo contribua para seu aprimoramento profissional.

A inscrição deverá ser realizada até as 16 horas do dia 6 de agosto, por meio de preenchimento de formulário online e envio de documentação. Mais informações podem ser acessadas no site do PPGLit (www.ppglit.ufscar.br). O resultado será divulgado no dia 14 de agosto e as aulas têm início previsto para o dia 16 de agosto. Dúvidas podem ser esclarecidas pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

Sobre o Programa

Criado em 2011, o PPGLit objetiva a formação de pesquisadores e docentes de nível Superior altamente qualificados no que concerne às várias especificidades do campo literário, entendido como o campo de forças estéticas, culturais e sociais em que se forma cada texto, para atuarem no meio acadêmico, mas também no mercado que se vale das linguagens de um modo geral, para os quais o saber literário em nível acadêmico de mestrado e doutorado pode contribuir. 

A área de concentração do Programa é Estudos de Literatura e são duas as suas linhas de pesquisa: Literatura, história, cultura e sociedade e Literatura, linguagens e meios. Mais informações estão em www.ppglit.ufscar.br.

 

Publicação do Grupo de Estudos sobre Mídias Interativas em Imagem e Som tem acesso gratuito na Internet

 

SÃO CARLOS/SP - O Grupo de Estudos sobre Mídias Interativas em Imagem e Som da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) lançou mais uma edição da Revista GEMInIS, desta vez, na forma de um dossiê especial sobre "Desafios, tendências e pesquisas: roteiros audiovisuais". A publicação está disponível em https://bit.ly/3dJT5HN.
Os textos trazem discussões que perpassam temas como o papel do roteirista, a prática do roteiro, narrativas infantis, dramaturgia e o impacto das plataformas de streaming no comportamento do consumidor, além de abordarem produções conhecidas como "La Casa de Papel", "O Retorno de Jedi", "Mulher Maravilha" e "Capitã Marvel".

Segundo a publicação, a narrativa seriada, embora exista desde o início da história do cinema e da televisão, deixou de ser um produto de entretenimento de menor valor, no século XXI, e passou a ter grande prestígio, revendo temáticas, personagens e estratégias estruturais inusitadas. Esse fenômeno cultural refletiu no conjunto dos artigos do dossiê temático "Desafios, tendências e pesquisas: roteiros audiovisuais". 

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"Nesse primeiro volume são apresentados dez artigos que demonstram o grau de importância do roteiro audiovisual no ecossistema em que se insere a narrativa audiovisual atual e as demandas sobre a produção de conhecimento a seu respeito. Além dos trabalhos do dossiê, a nova edição também apresenta seis artigos que discutem diferentes temas da comunicação e do audiovisual", relatam os organizadores.

Este primeiro volume foi organizado pelos coeditores temáticos Gláucia Davino, do Instituto de Artes (IA) da Universidade Estadual Paulista (Unesp - campus de São Paulo), João Massarolo, do Depatamento de Artes e Comunicação (DAC) da UFSCar, e Rosanne Welch, do Stephens College MFA in TV and Screenwriting. 
Devido ao número significativo de artigos sobre a produção seriada e a relevância das pesquisas sobre roteiro, o tema será tratado em dois volumes, sendo o segundo publicado no próximo número da Revista GEMInIS. A revista pode ser conferida na íntegra em https://bit.ly/3dJT5HN.

Requerimento de matrícula deve ser realizado entre os dias 20 e 21 de julho

 

SÃO CARLOS/SP - A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) publicou a lista dos candidatos convocados na quarta chamada do Sistema de Seleção Unificada (SiSU), para ingresso nos cursos de graduação presenciais. Confira o resultado em www.ufscar.br. Os convocados deverão requerer a matrícula e enviar a documentação para as comissões, de acordo com a modalidade escolhida no momento da inscrição do SiSU, impreterivelmente entre os dias 20 e 21 de julho. 

Para efetuar o requerimento de matrícula no formato remoto, o candidato deve atentar-se às orientações presentes na folha de rosto da publicação de convocação. Os requerimentos devem ser realizados somente pelo portal do candidato (em https://sistemas.ufscar.br/siga/candidato).

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No momento do requerimento, os candidatos de reservas de vagas devem também enviar a documentação para as bancas de heteroidentificação de raça/cor e de análise socioeconômica, dependendo de sua modalidade. Para facilitar o processo, somente estarão disponíveis na página de acesso do candidato os formulários correspondentes à sua modalidade. Sendo assim, é obrigatório o preenchimento de todos os formulários que aparecerem, além da realização do requerimento, de modo que o status altere para "Matrícula requerida".

A não realização do requerimento de matrícula dentro do prazo previsto (de 20 a 21/7) acarreta a exclusão do candidato do processo seletivo. Outras informações podem ser obtidas em contato com a Pró-Reitoria de Graduação (ProGrad) da UFSCar (em http://www.prograd.ufscar.br/contact-info) ou pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

Metodologia de propagação permite multiplicar cultivares com alta produtividade, qualidade superior e resistência a doenças

 

CAMPINAS/SP - Uma variedade de abacaxi que não precisa ser descascado, com gomos destacáveis, e outra resistente a uma das principais pragas da fruta, a fusariose: as inovações existem, desenvolvidas pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC), mas seguem longe do consumidor pela dificuldade de propagação das mudas que, no processo tradicional, leva anos. Agora, uma parceria com a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) resultou na possibilidade de propagação in vitro e, assim, de ampliação da presença dessas cultivares, obtidas por melhoramento genético, no mercado. Com a nova técnica, novas mudas podem ficar disponíveis ao produtor em um intervalo de seis a oito meses.

As cultivares do IAC, desenvolvidas desde a década de 1990 no Centro Avançado de Pesquisa de Frutas do Instituto, receberam os nomes de IAC Gomo de Mel (também conhecida como abacaxi-de-gomo) e IAC Fantástico. Ambas têm alto teor de sólidos solúveis (açúcar), sais e proteínas e baixa acidez - responsáveis pelo sabor muito agradável, dentre outras características que conferem qualidade destacada aos frutos. A IAC Fantástico tem a vantagem adicional de não ter espinhos na planta, o que facilita a colheita, além da resistência à fusariose, doença causada por fungo que causa perdas importantes na cultura do abacaxi no Brasil.

No entanto, restava o desafio de propagá-las em maior escala e menor tempo, para disponibilização aos produtores, o que levou à parceria com o Laboratório de Fisiologia Vegetal e Cultura de Tecidos (LFVCT), vinculado ao Departamento de Biotecnologia e Produção Vegetal e Animal (DBPVA-Ar) do Centro de Ciências Agrárias (CCA) da UFSCar, sediado no Campus Araras. Assim, aos conhecimentos do IAC em melhoramento genético, uniu-se a experiência em técnicas de produção in vitro do laboratório da UFSCar.

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Nos abacaxizeiros, em geral, o período para obtenção de 10 a 20 mudas coincide com a frutificação da planta, que leva de 18 a 24 meses. "As plantas provenientes do método convencional de propagação, em ambiente aberto, levariam mais de três anos para serem disponibilizadas aos produtores de frutas", explica Mara Fernandes Moura, Diretora do Centro de Pesquisa de Frutas do IAC.

Para acelerar esse processo, entra o trabalho do LFVCT, no cultivo in vitro realizado por meio de micropropagação. "A técnica consiste no cultivo das plantas em ambiente controlado, local que engloba salas de crescimento com fornecimento de luz artificial, controle da temperatura e meio de cultura contendo todos os nutrientes e reguladores que 'informam' a planta sobre o que ela precisa fazer (brotar, soltar novas folhas, enraizar etc.). Dessa forma, a planta fica isolada em condições especiais, o que possibilita a produção de milhares delas em um mesmo período, com a mesma genética", sintetiza Jean Carlos Cardoso, docente do DBPVA-Ar que coordena o Laboratório.

A IAC Fantástico é resultado do cruzamento - hibridação controlada - das cultivares Tapicaranga e Smooth Cayenne. O protocolo de micropropagação envolve a introdução de pequenas partes da planta (o ápice caulinar), já melhoradas geneticamente, no ambiente in vitro. "Em seguida, essas plantas são subdivididas mensalmente em novos meios de cultura, fase conhecida como multiplicação ou proliferação de brotações, na qual o número de mudas obtidas é aumentado exponencialmente. Depois, as mudas são enraizadas ainda em condições in vitro e, posteriormente, retiradas para readaptação ao cultivo em campo", detalha o docente da UFSCar. Ele estima que, a partir de uma única planta, é possível produzir aproximadamente 10 mil mudas, em cerca de seis a oito meses de cultivo.

Protocolo semelhante está sendo desenvolvido para a IAC Gomo de Mel. A cultivar, obtida por meio de cruzamento natural entre espécies existentes na China, foi introduzida pelo IAC no Brasil há 30 anos. A estrutura de seus gomos é mais frágil, o que facilita o destaque. "Apesar de ter excelente qualidade, essa cultivar é mais suscetível à fusariose, mas também é uma opção interessante de mercado, por trazer frutos bem suculentos e muito doces", afirma Moura.

Embora a parceria entre o IAC e a UFSCar tenha possibilitado a oferta de uma grande quantidade de mudas, os pedidos ainda estão acima da capacidade de infraestrutura e de pessoal para a produção em maior escala. "Por isso, estamos em fase de repasse das tecnologias para biofábricas, que podem produzir as mudas in vitro em larga escala, visando atender a demanda de grandes produtores de abacaxi", conta Cardoso.

Em relação ao custo, os pesquisadores relatam que plantas produzidas in vitro têm valor mais alto, devido à alta tecnologia utilizada para o cultivo em ambiente controlado ou in vitro. No entanto, o avanço e a otimização dos protocolos tornam o sistema produtivo mais eficiente, já que, no caso da IAC Fantástico, as mudas são resistentes a pragas e doenças.

Empresas que tiverem interesse em produzir as mudas podem entrar em contato com o laboratório da UFSCar pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou com a pesquisadora responsável pelas cultivares no IAC pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
Participaram do projeto, além de Cardoso e Moura, Carla Midori Iiyama, mestranda no Programa de Pós-Graduação em Produção Vegetal e Bioprocessos (PPGPVBA-Ar) do Campus Araras da UFSCar, e Tayla Schmidt, biotecnologista formada pelo CCA.

PPGS recebe inscrições pela Internet

 

SÃO CARLOS/SP - O Programa de Pós-Graduação em Sociologia (PPGS) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) recebe, de 26 a 28 de julho, inscrições de candidatos a aluno especial para o segundo semestre de 2021. 

As disciplinas disponíveis para aluno especial são: "Temas contemporâneos em Sociologia": "Monstros e demônios"; "Direito, justiça e sociedade"; "Sociologia das diferenças"; "Sociologia Urbana"; "Artes e diáspora africana: reelaborações da experiência"; "Refúgio, territórios e fronteiras da cidadania"; e "Teoria sociológica II" (com duas vagas disponíveis para alunos especiais). Também é ofertado o minicurso "Leitura dirigida: oscilações entre o Estado e os atores da economia social na Argentina em tempos de pandemia". Confira a grade de disciplinas no link (https://bit.ly/2TSsQIu). 

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Todas as informações, incluindo ementas e horário das disciplinas e a documentação necessária, devem ser conferidas no   site www.ppgs.ufsca.br, na "Área de Estudantes" e, na sequência, na opção "Disciplinas e Matrículas" e "2º semestre de 2021".

As inscrições deverão ser feitas exclusivamente através de formulário online, habilitado durante o período de inscrições, também disponível no site do PPGS (www.ppgs.ufscar.br). O resultado será divulgado no dia 6 de agosto.

Atualização, que é oferecida pelo Centro de Pesquisa da Criança e de Formação de Educadores da Infância, já recebe inscrições

 

SÃO CARLOS/SP - Estão abertas as inscrições para a segunda turma do Curso de Atualização Online "Pedagogias para a educação da infância: o jogo / brincar em foco", oferecido pelo Centro de Pesquisa da Criança e de Formação de Educadores da Infância (Cfei) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). Estudantes de graduação e pós-graduação, professores, educadores e outros profissionais da área, além de mães, pais e demais familiares que lidem com a primeira infância, podem participar.

Com conteúdos teórico-práticos direcionados para bebês e crianças de 0 a 6 anos de idade, em contextos escolares, a grade curricular abarca conceitos desenvolvidos pela pediatra Emmi Pikler - que defende princípios como vínculo, motricidade livre e autonomia na educação infantil; e a Pedagogia da Escuta, conforme proposta pelo educador Loris Malaguzz, na qual o papel do professor é agir por meio do respeito, possibilitando à criança se expressar livremente na sala de aula.

A Pedagogia Montessori, criada por Maria Montessori, que dá ênfase à liberdade com limites e ao desenvolvimento natural das habilidades físicas, sociais e psicológicas, também é abordada na formação. De acordo com os professores responsáveis pelo curso, o estudo dessas pedagogias possibilita inspirações, aquisição e aprofundamento de conhecimentos científicos e práticos com as crianças.

As aulas da capacitação, que tem 15 horas de duração no total, acontecem em três encontros às sextas-feiras, com 2h30 de duração cada, nos dias 17 e 24 de setembro e 1º de outubro, sempre às 14 horas. O Curso conta com certificação emitida pela UFSCar. O formulário de inscrições e mais informações podem ser acessadas em jogobrincar.faiufscar.com. Dúvidas podem ser esclarecidas pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

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