RÚSSIA - Segundo Zelenski, Moscou planeja explodir represa de usina hidrelétrica no sul do país. Ruptura da estrutura pode causar "desastre de grandes proporções", alerta o presidente.O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, alertou a comunidade internacional de que a Rússia planeja explodir a barragem de uma usina hidrelétrica na região de Kherson, no sul do país. Kiev lançou uma ofensiva na área, depois de nas últimas semanas ter recuperado diversos assentamentos ocupados por tropas russas.
Em um vídeo divulgado na noite de quinta-feira (20/10), Zelenski afirmou que militares russos colocaram minas na barragem da usina hidrelétrica de Kakhovka, localizada no rio Dnipro. Segundo ele, uma explosão da represa faria o canal do norte da Crimeia desaparecer, num "desastre de grandes proporções", afetando cerca de 80 comunidades, incluindo a capital regional, Kherson.
A represa de Kakhovka tem 2,1 mil km² de extensão e foi construída na década de 1950. O canal do norte da Crimeia é a principal fonte de abastecimento de água da península.
"A Rússia está deliberadamente criando as bases para um desastre de grandes proporções no sul da Ucrânia", afirmou Zelenski num apelo direcionado aos líderes da União Europeia (EU), que estavam reunidos em Bruxelas.
De acordo com Zelenski, Kiev tem informações de que, além de colocar minas no local, Moscou está planejando um ataque de bandeira falsa. No vídeo aos líderes europeus, o presidente disse ainda que a Rússia transformou a estrutura energética da Ucrânia num campo de guerra, cujo objetivo, segundo ele, seria, ao causar problemas de aquecimento e apagões, obrigar o maior número possível de ucranianos a deixar o país no inverno.
Ataques à infraestrutura civil
As acusações surgem num momento em que a Rússia lançou uma série de bombardeios à infraestrutura civil da Ucrânia. Os ataques levaram o país a restringir nesta quinta-feira o fornecimento de energia. A empresa responsável pelo setor anunciou cortes de energia de até quatro horas em todas as regiões do país e disse que não descarta outras restrições com a chegada do frio.
Os recentes ataques russos destruíram cerca de 40% do sistema de energia elétrica da Ucrânia, segundo uma autoridade ucraniana do setor. De acordo com Zelenski, desde 10 de outubro, 30% das usinas de geração de energia do país foram destruídas em bombardeios.
A Rússia vem ainda perdendo territórios ocupados após a invasão em fevereiro. Diante do sucesso da ofensiva ucraniana em Kherson, Moscou iniciou a evacuação da região e vem alegando que a Ucrânia está atacando alvos civis na área – algo que Kiev nega. Cerca de 15 mil moradores já foram retirados da região. No total, as autoridades pró-russas pretendem retirar entre 50 mil e 60 mil habitantes em seis dias.
Nesta sexta-feira, a administração pró-russa de Kherson acusou as tropas ucranianas de matar quatro e ferir 10 num bombardeio à ponte Antonovsky, uma das principais rotas de abastecimento para as forças russas no sul da Ucrânia.
Mais de 400 crianças mortas
A Procuradoria-Geral da Ucrânia afirmou nesta sexta-feira que, desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro, 429 crianças morreram na Ucrânia em decorrência da guerra, e mais de 800 ficaram feridas. Os ataques russos danificaram ainda 2.663 instituições de ensino em todo o país.
A ofensiva militar lançada em fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de ucranianos, destes, 7,7 milhões fugiram para outros países europeus. Segundo a ONU, o conflito causou a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial.
De acordo com a ONU, em apenas quase oito meses, a guerra já deixou mais de 6,3 mil civis mortos e 9,6 mil feridos.
cn (AP, DW, Lusa)
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UCRÂNIA - As autoridades pró-Rússia da região de Kherson, sul da Ucrânia, afirmaram nesta sexta-feira (21) que as forças ucranianas mataram quatro pessoas em bombardeios contra a ponte Antonivskiy, sobre o rio Dnipro, utilizada nas operações de retirada da população.
"Quatro pessoas morreram", afirmou o dirigente pró-Rússia Kirill Stremousov no Telegram.
"A cidade de Kherson, como uma fortaleza, está preparando sua defesa", acrescentou.
Uma porta-voz militar ucraniana, Nataliya Gumenyuk, negou que as tropas do país mataram quatro civis.
"Não atacamos infraestrutura crítica. Não atacamos localidades pacíficas ou a população local", disse.
As tropas pró-Moscou pediram aos civis que seguissem para a margem esquerda do rio Dnipro diante do avanço da contraofensiva da Ucrânia, que chamou a operação de "deportação" de seus cidadãos.
A administração pró-Rússia de Kherson afirmou durante a madrugada de sexta-feira que as forças ucranianas dispararam "12 foguetes HIMARS durante a passagem de civis pelas proximidades da ponte Antonivsky".
Um canal estatal de televisão russo exibiu imagens de um veículo danificado e do tráfego aguardando para atravessar a ponte.
Na quinta-feira, Stremousov disse que quase 15.000 pessoas passaram pela ponte nas operações de retirada organizadas pelas forças apoiadas por Moscou.
Ele insistiu que a Rússia não entregará Kherson, a primeira grande cidade ucraniana a cair, em março, durante a ofensiva russa iniciada em fevereiro.
"Kherson resisitirá até o último (homem). Acreditem, ninguém está pensando em entregar a cidade", disse.
RÚSSIA - As autoridades autonomeadas apoiadas por Moscovo, na região de Kherson, território ucraniano ocupado ilegalmente, começaram, na quarta-feira, a mover civis para o território russo, citando receios de uma contraofensiva ucraniana.
O chefe da administração de ocupação local, Vladimir Saldo, instalado na Rússia, falou dos planos de transportar até 60 mil pessoas através do rio Dnieper para a Rússia nos próximos seis dias – a uma cadência de 10 mil pessoas por dia. "Não vamos entregar a cidade", disse numa entrevista na televisão nacional, citado pelo Guardian.
As autoridades ucranianas descreveram os anúncios da Rússia como "um show de propaganda" e disseram às pessoas para não atenderem aos pedidos de evacuação. Vários relataram ter recebido mensagens de texto em massa a avisar que a cidade seria bombardeada e a informar que os autocarros sairiam do porto a partir das 7h da quinta-feira, conta o mesmo jornal.
Uma correspondente do Washington Post partilhou o vídeo do momento em que várias pessoas se juntam perto do porto para serem transportados.
Evacuation from Kherson region in full swing — Kremlin-installed officials say they are preparing for battle, aim to move 50-60K people "deeper into Russia" in a week, and entry into the region has been banned to civilians. Putin also plans to meet Sec Council today ? pic.twitter.com/2SborTue66
— Mary Ilyushina (@maryilyushina) October 19, 2022
Kherson é uma das quatro regiões recentemente anexadas pela Federação Russa – as outras são Donetsk, Lugansk e Zaporíjia –, na sequência da realização de pretensos referendos, considerados ilegais e fraudulentos pelo governo ucraniano e por praticamente toda a comunidade internacional.
KIEV – O novo comandante das forças russas na Ucrânia fez um raro reconhecimento das pressões sofridas pelas ofensivas ucranianas para retomar áreas do sul e do leste que Moscou afirma ter anexado há apenas algumas semanas.
E em outro sinal de preocupação da Rússia com a situação no campo de batalha, oito meses após a invasão, o chefe da região estratégica de Kherson, no sul, instalado pelo Kremlin, anunciou nesta terça-feira um “deslocamento organizado e gradual” de civis de quatro cidades no rio Dnipro.
As forças russas em Kherson foram repelidas em 20-30 km nas últimas semanas e correm o risco de ficarem travadas contra a margem ocidental do rio Dnipro que corta a Ucrânia.
“A situação na área da ‘operação militar especial’ pode ser descrita como tensa”, disse Sergei Surovikin, general da força aérea russa nomeado este mês para assumir o comando, ao canal de notícias estatal Rossiya 24.
Sobre Kherson, Surovikin declarou: “A situação nesta área é difícil. O inimigo está atacando deliberadamente a infraestrutura e os edifícios residenciais em Kherson”.
Tanto a Ucrânia quanto a Rússia negam atacar civis, embora Kiev tenha acusado as forças de Moscou de crimes de guerra.
O presidente russo, Vladimir Putin, ordenou o que chama de “operação militar especial” em 24 de fevereiro porque disse que queria garantir a segurança russa e proteger os falantes de russo na Ucrânia.
A Ucrânia e seus aliados acusam Moscou de uma guerra não provocada para tomar território.
As posições das tropas russas em Kupiansk e Lyman, no leste da Ucrânia, e na área entre Mykolaiv e Kryvyi Rih, na província de Kherson, foram citadas por Surovikin como sob ataque contínuo.
Ele pareceu admitir que há o perigo de as forças ucranianas avançarem em direção à cidade de Kherson, que fica perto da foz do Dnipro na margem oeste, e é difícil para a Rússia reabastecer a partir do leste porque a ponte principal sobre o Dnipro foi seriamente danificada por bombardeio ucraniano.
A Rússia capturou a cidade em grande parte sem oposição nos primeiros dias da invasão, e continua sendo a única grande cidade ucraniana que as forças de Moscou tomaram intacta.
Kherson é uma das quatro províncias ucranianas parcialmente ocupadas que a Rússia afirma ter anexado, e sem dúvida a mais estrategicamente importante. Controla a única rota terrestre para a península da Crimeia que a Rússia apreendeu em 2014 e a foz do Dnipro.
Tom Balmforth / Reuters
KIEV - As autoridades ucranianas afirmaram nesta terça-feira que várias instalações de energia foram atingidas em diversas cidades do país, incluindo a capital, Kiev.
Na capital foram registrados "três ataques contra uma central de energia na margem esquerda da cidade", afirmou Kirilo Timoshenko, vice-chefe de gabinete da presidência.
O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, citou explosões no distrito de Desnianski, ao nordeste da capital, que atingiram uma "infraestrutura crítica".
Timoshenko também relatou dois bombardeios contra uma instalação na cidade de Dnipro, centro do país, que provocou "danos graves".
Vários distritos da cidade ficaram sem energia elétrica, segundo o governador da região.
Também foram registrados ataques contra uma instalação de energia em Yitomir, cidade ao oeste de Kiev, informou Timoshenko. O prefeito da localidade afirmou que isto provocou um corte no fornecimento de energia e água.
No leste do país, uma indústria foi atacada em Kharkiv, segundo o prefeito, Igor Terekhov, que citou "duas séries de explosões" em um período de cinco minutos.
UCRÂNIA - A Ucrânia reivindicou nesta quarta-feira a reconquista de localidades ocupadas pelas tropas russas no sul do país, e celebrou o compromisso do Ocidente de enviar sistemas de defesa antiaérea o quanto antes.
Um grupo de cerca de 50 países liderados pelos Estados Unidos se reuniu na sede da Otan, em Bruxelas, onde se comprometeu a enviar os sistemas de defesa à Ucrânia. "Eles serão enviados o mais rapidamente que pudermos fazê-los chegar fisicamente", assinalou o secretário de Defesa americano, Lloyd Austin, após a reunião.
A Ucrânia recebeu uma chuva de mísseis, foguetes e drones - apresentados pelo presidente russo, Vladimir Putin, como uma retaliação ao ataque com explosivos contra a ponte da Crimeia, que liga esta península anexada por Moscou em 2014 ao território russo.
"Quanto mais ousado e cruel o terror russo se torna, mais óbvio é para o mundo que ajudar a Ucrânia a proteger o céu é uma das tarefas humanitárias mais importantes", disse Zelensky na noite desta quarta-feira, em discurso por vídeo.
O serviço de segurança russo (FSB) anunciou hoje a prisão de oito pessoas suspeitas de participar da organização desse ataque, que, segundo ele, foi planejado pela inteligência ucraniana.
O FBS também alegou ter frustrado duas tentativas de ataques preparados por Kiev na região de Moscou e em Bryansk, perto da fronteira com a Ucrânia.
As autoridades ucranianas não confirmaram ou negaram estar envolvidas na explosão da ponte, mas nunca esconderam sua intenção de recuperar a Crimeia e o restante dos territórios ocupados pela Rússia desde o início da guerra em fevereiro.
De sua parte, Putin prometeu uma resposta "firme" a qualquer novo ataque ao território russo, que Moscou diz incluir a península da Crimeia e quatro outras regiões ucranianas anexadas em setembro.
- Reforço antiaéreo -
No plano diplomático, antes do encontro entre o presidente Putin e seu colega turco, Recep Tayyip Erdogan, na quinta-feira no Cazaquistão, o Kremlin disse nesta quarta que espera que Ancara apresente uma proposta de mediação "oficial".
"Os turcos propõem mediação. Em caso de negociações, provavelmente elas ocorrerão em seu território: em Istambul ou Ancara", disse o assessor de política externa do Kremlin, Yuri Ushakov.
E a União Europeia concordou em organizar uma ampla missão militar para treinar as forças ucranianas em vários Estados-membros do bloco. A medida pode afetar 15.000 soldados, segundo fontes diplomáticas.
Em uma dessas regiões, Kherson, a presidência ucraniana anunciou a recuperação de mais cinco cidades em sua contraofensiva lançada em setembro no sul e leste do país.
"As forças armadas ucranianas libertaram mais cinco cidades no distrito de Berislav da região de Kherson: Novovasylivka, Novogrygorivka, Nova Kamyanka, Tryfonivka, Chervone", anunciou a presidência, notando, porém, que a artilharia russa resiste.
Desde setembro, as forças ucranianas obtiveram ganhos significativos nas linhas de frente graças a uma contraofensiva que levou Putin a ordenar a mobilização de centenas de milhares de reservistas.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, considerou na terça-feira que seu colega russo "calculou mal" a capacidade de seu exército de conquistar a Ucrânia e a resistência que encontraria.
Os dois últimos dias de bombardeios russos, que deixaram ao menos 19 mortos, mais de 100 feridos e danos significativos em infraestruturas energéticas da Ucrânia, levaram os países ocidentais a acelerar o envio de sistemas de defesa antiaérea, há muito reivindicados por Kiev.
Na noite de ontem, o ministro da Defesa ucraniano, Oleksiy Reznikov, anunciou o recebimento do primeiro sistema de defesa alemão Iris-T e a chegada em breve de sistemas americanos NASAMS.
"Uma nova era de defesa aérea começou na Ucrânia", tuitou o ministro. "Este é apenas o começo. Precisamos de mais", acrescentou.
Nesta terça-feira, em uma reunião virtual com os líderes do G7, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu ajuda para criar um "escudo antiaéreo" e alertou que a Rússia ainda tem "meios para intensificar sua ofensiva".
Antes de uma reunião da Otan nesta quarta, seu secretário-geral, Jens Stoltenberg, assegurou que "a maior prioridade [da reunião] será uma maior defesa aérea para a Ucrânia".
- Valas comuns -
Além de danificar infraestruturas de energia, os bombardeios atingiram o centro de Kiev, destruindo um parquinho infantil, uma ponte e uma zona de pedestres. A capital ucraniana não recebia ataques desde o final de junho.
No leste, um ataque russo contra um mercado na cidade de Avdiïvka, perto da linha de frente, fez ao menos sete mortos, anunciou o governador ucraniano da região de Donetsk, Pavlo Kyrylenko.
"Ao menos 7 mortos e 8 feridos após um bombardeio matinal em Avdiïvka. Os russos atacaram o mercado central, onde estavam muitas pessoas naquele momento", explicou no Telegram.
Também no leste, as autoridades ucranianas relataram a descoberta de duas novas valas comuns em cidades da região de Donetsk recentemente recuperadas.
Em Lyman, um entroncamento ferroviário reconquistado no início do mês, uma equipe forense exumou dezenas de corpos, confirmou um jornalista da AFP.
"Já encontramos mais de 50 corpos de soldados e civis. Temos uma longa vala, uma vala comum, onde descobrimos corpos e partes de corpos", explicou Pavlo Kirilenko, governador da região.
A Rússia foi acusada de inúmeras atrocidades nas regiões ocupadas que mais tarde foram retomadas por Kiev. Moscou tem negado consistentemente o envolvimento de seus soldados nesses eventos.
UCRÂNIA - A Ucrânia está a construir fortificações na fronteira com a Bielorrússia para reforçar a sua defesa, após o Presidente russo, Vladimir Putin, e o seu homólogo bielorrusso, Aleksandr Lukashenko, terem anunciado o envio conjunto de militares para a região.
"Continuamos a aumentar as nossas capacidades para afastar um possível ataque do inimigo do lado bielorrusso. Juntamente com as Forças Armadas, a Polícia Nacional e a Guarda Nacional, estamos a realizar ações para melhorar a eficácia perante uma possível ameaça", disse o vice-chefe do Serviço de Fronteiras do Estado da Ucrânia, major-general Sergii Serdiuk.
O vice-ministro do Interior da Ucrânia, Ihor Bondarenko, inspecionou a zona de fronteira com a Bielorrússia onde as fortificações estão a ser construídas com o objetivo de "fortalecer os locais de implantação" das tropas ucranianas.
"O Ministério do Interior determina e realiza constantemente a tarefa de esclarecer rapidamente as necessidades das divisões relevantes do Ministério do Interior para resolvê-las imediatamente", disse Bondarenko, citado em comunicado.
Aleksandr Lukashenko indicou hoje que o envio de tropas conjuntas com a Rússia foi uma medida tomada "devido ao agravamento da situação na fronteira ocidental entre ambos os países".
Lusa
KIEV - Várias cidades da Ucrânia, incluindo a capital, Kiev, foram alvos de ataques com mísseis na manhã (horário local) desta segunda-feira (10/10), afirmaram autoridades ucranianas. A informação foi confirmada por jornalistas que estão no país.
Em Kiev, ao menos oito pessoas foram mortas e 24 ficaram feridas nos ataques, segundo um primeiro balanço. Um míssil atingiu um parquinho infantil, relatou um repórter.
Os ataques estão sendo vistos como uma reação da Rússia à explosão que, no sábado, destruiu a única ponte entre a Rússia e a Crimeia, anexada ilegalmente por Moscou em 2014. O presidente russo, Vladimir Putin, havia culpado os serviços secretos ucranianos, e o vice-chefe do Conselho de Segurança do país, Dimitri Medvedev, ameaçou com retaliação.
O comandante em chefe das Forças Armadas ucranianas, Valery Zaluzhny, afirmou que a Rússia disparou 75 mísseis contra a Ucrânia na manhã desta segunda-feira.
"Querem nos varrer da face da Terra"
"A Ucrânia está sendo atacada com mísseis", afirmou o vice-chefe do gabinete presidencial, Kyrylo Tymoshenko.
O presidente Volodimir Zelenski também falou em ataques com mísseis e disse que as explosões deixaram vários mortos e feridos. "Eles estão tentando nos destruir e nos varrer da face da Terra", declarou.
O prefeito de Kiev, Vital Klitchko, afirmou que várias explosões atingiram o centro da capital ucraniana e que "infraestrutura crítica" foi danificada. O jornal diário Kyiy Independent noticiou que ao menos quatro explosões foram ouvidas no centro da capital no início da manhã desta segunda-feira.
Explosões em outras cidades
Há relatos de explosões também nas cidades de Lviv, Dnipro, Kharkiv e Zaporijia. Nesta cidade ao menos uma pessoa teria morrido, segundo autoridades de saúde. O governo da Ucrânia afirmou que houve explosões em muitas outras cidades além de Kiev.
As explosões em Kiev ocorreram por volta das 8h (horário local) e foram antecedidas pelo toques de alarmes antiaéreos.
Várias colunas de fumaça escura eram visíveis em diferentes pontos da cidade, de acordo com vídeos divulgados nas redes sociais.
O último bombardeio em Kiev havia ocorrido em 26 de junho.
as (Lusa, AFP, AP, Reuters)
RÚSSIA - As forças russas reivindicaram na sexta-feira (7) suas primeiras conquistas no leste da Ucrânia após uma série de derrotas em várias frentes, mas Kiev parecia manter suas posições e pediu aos soldados russos que se rendam.
O ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, em uma demonstração de confiança após uma série de sucessos alcançados durante sua contraofensiva, prometeu garantir "a vida, a segurança e a justiça" dos militares russos que optarem por se render.
"Eles ainda podem salvar a Rússia da tragédia e o exército russo da humilhação", ou então "permanecerem na memória como ladrões, estupradores e assassinos", lançou, depois que várias derrotas no front pressionaram o presidente russo, Vladimir Putin, a mobilizar centenas de milhares de reservistas.
Por sua vez, Moscou anunciou que conquistou três cidades no leste da Ucrânia depois de ter perdido milhares de quilômetros quadrados em várias frentes nas últimas semanas.
Separatistas pró-russos que lutam ao lado das forças de Moscou na Ucrânia disseram ter tomado as cidades de Otradivka, Vesela Dolina e Zaitseve.
O Ministério da Defesa russo já havia anunciado a captura de Zaitseve no dia anterior, em seu relatório diário.
Os três municípios estão localizados ao sul da cidade de Bakhmut, controlada pelas forças ucranianas e que o exército russo tenta conquistar há meses, sem sucesso.
- "Combates nas ruas" -
Nesta sexta-feira, em Bakhmut, jornalistas da AFP ouviram disparos de artilharia pesada e múltiplos lançadores de foguetes no centro da cidade, que tinha cerca de 70 mil habitantes antes da guerra.
Rajadas de metralhadoras também eram ouvidas de tempos em tempos. Um voluntário civil do grupo humanitário Vostok SOS, Eduard Skorik, 29 anos, disse à AFP que "combates de rua" ocorreram perto de sua casa.
Ao sul da cidade, indo em direção às cidades capturadas pelos russos, podia-se ver uma fumaça preta causada por projéteis.
As forças ucranianas também relataram vitórias territoriais nesta sexta-feira, como a cidade de Grekivka, na região de Luhansk (leste), segundo o governador Sergei Gaidai.
Na região ocupada de Kherson, no sul, pelo menos cinco civis morreram e outros cinco ficaram feridos em um bombardeio ucraniano que atingiu um ônibus que atravessava uma ponte com civis a caminho do trabalho, disse o oficial pró-russo Kirill Stremousov.
As forças ucranianas atacaram as pontes naquela região várias vezes para impedir o abastecimento logístico das forças russas.
A Presidência ucraniana também relatou um novo bombardeio russo na região de Zaporizhzhia (sul), pelo segundo dia consecutivo, que causou um ferido.
"Infraestruturas foram destruídas em dois distritos. O ocupante usou drones pela primeira vez", disse a fonte.
No dia anterior, 11 pessoas morreram em bombardeios russos em Zaporizhzhia, de acordo com os serviços de resgate ucranianos.
- Risco de "Armagedom" nuclear -
O chefe dos separatistas pró-russos na região de Donetsk (leste), Denis Pushilin, disse que a situação "mais difícil" acontecia perto de Lyman, um importante centro ferroviário, onde as tropas russas escaparam por pouco de serem cercadas por forças ucranianas.
Segundo ele, o exército russo está consolidando uma nova linha de defesa perto de Kreminna, mais ao leste, que as forças ucranianas "testam dia e noite".
"Acho que temos a chance de reunir forças e começar a libertar territórios com novas reservas", acrescentou, anunciando o envio de reforços.
A Rússia reivindicou na semana passada a anexação de quatro regiões que controla pelo menos parcialmente na Ucrânia, após "referendos" denunciados pela ONU, o governo ucraniano e seus aliados ocidentais.
Quanto à ameaça nuclear, não para de crescer.
Após as ameaças de Vladimir Putin de recorrer a armas nucleares para defender territórios que o Kremlin considera russos, seu homólogo ucraniano Volodimir Zelensky mencionou na quinta-feira ataques "preventivos" contra a Rússia.
A Presidência ucraniana rapidamente recuou e afirmou que Zelensky estava se referindo a "sanções" preventivas e não a bombardeios, mas autoridades russas expressaram sua indignação.
O Kremlin denunciou um "chamado para iniciar uma nova guerra mundial" e o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov, considerou que essas declarações justificavam a invasão russa.
O presidente dos EUA, Joe Biden, alertou para o risco de um "Armagedom" nuclear pela primeira vez desde a Guerra Fria.
UCRÂNIA - As autoridades ucranianas exumaram mais de 530 corpos de civis em territórios reconquistados às forças russas no nordeste do país desde o início da contraofensiva das suas forças armadas, anunciou esta quinta-feira a polícia de Kharkiv.
"Contámos e removemos nos territórios libertados os corpos de 534 civis, incluindo 226 mulheres, 260 homens, 19 crianças e 29 outras pessoas cujo sexo ainda não foi determinado", disse o chefe do departamento de investigação da polícia de Kharkiv, Serhiy Bolvinov, numa conferência de imprensa.
Bolvinov disse que estes números incluem os corpos exumados de uma floresta perto de Izium, onde foram encontradas cerca de 440 sepulturas não assinaladas após a partida dos russos em 16 de setembro.
As autoridades ucranianas dizem também ter encontrado dezenas de alegadas câmaras de tortura e centros de detenção onde os prisioneiros foram mantidos em condições desumanas.
A Polícia Nacional da Ucrânia disse, na quarta-feira, que está a investigar 928 alegados crimes de guerra cometidos por forças russas durante a sua ocupação da região de Kharkiv.
As forças russas foram acusadas de numerosos abusos nos territórios sob o seu controlo na Ucrânia, em particular em Bucha, arredores de Kiev, onde foram descobertos cadáveres de civis após a sua retirada da zona no final de março.
Moscovo negou ter cometido estes crimes e considerou uma mentira a descoberta de corpos em Izium.
Depois de ter recebido armamento ocidental, as tropas ucranianas iniciaram uma contraofensiva no final de agosto, que lhes permitiu recuperar algumas das zonas sob controlo de Moscovo.
Maior parte da região de Kharkiv sob controlo ucraniano
O exército ucraniano já recuperou a maior parte da região de Kharkiv, no nordeste, e está agora na ofensiva no leste do país, onde recentemente recapturou o nó ferroviário de Lyman, e no sul, onde tem como objetivo capturar a cidade de Kherson.
"As forças armadas ucranianas libertaram mais de 400 quilómetros quadrados da região de Kherson desde o início de outubro", disse esta quinta-feira a porta-voz do comando militar no sul, Natalia Gumeniuk, citada pela agência francesa AFP.
Kherson é uma das quatro regiões ucranianas que a Rússia anexou no final de setembro, no âmbito da sua invasão da Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro deste ano.
Além de Kherson, foram anexadas pela Rússia as regiões de Donetsk, Lugansk e Zaporijia, onde se situa a maior central nuclear da Europa.
O exército de Moscovo disse esta quinta-feira, no seu relatório diário, que "o inimigo foi afastado da linha de defesa das tropas russas" na região de Kherson.
Segundo Moscovo, as forças ucranianas destacaram quatro batalhões táticos para esta frente e "fizeram várias tentativas para romper as defesas russas" perto de Dudchany, Sukhanove, Sadok e Bruskinskoye.
As informações sobre o curso da guerra divulgadas pelas duas partes não podem ser verificadas de imediato de forma independente. A invasão russa da Ucrânia foi condenada pela generalidade da comunidade ocidental e os aliados ocidentais têm fornecido armamento às forças armadas ucranianas.
Lusa
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