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PEQUIM - Em comunicado conjunto divulgado no início da noite em Pequim, os líderes da China, Xi Jinping, e da Rússia, Vladimir Putin, se comprometeram a garantir a segurança econômica e energética mútua. O anúncio veio após reunião fechada de duas horas e meia. Putin chegou à capital chinesa na quinta (16) para uma visita de dois dias, a primeira após ser reeleito, em março.

No documento, segundo a rede CCTV, eles também se comprometeram a cooperar em "projetos energéticos de grande escala", uma provável referência ao gasoduto Power of Siberia 2, ainda não firmado. E apontaram a necessidade de parar com ações, sem especificar quais, que prolonguem a Guerra de Ucrânia.

O relato chinês do encontro sublinhou como "central para a parceria estratégica ampla" sino-russa o "apoio mútuo e firme em questões ligadas às grandes preocupações e aos interesses fundamentais de cada um".

Em declarações públicas, Xi afirmou que buscará "consolidar a amizade entre os dois povos por gerações", como "bons vizinhos, amigos e parceiros". Segundo ele, a relação bilateral foi "duramente conquistada", resistindo às "mudanças nas circunstâncias internacionais". O dirigente chinês disse que Moscou e Pequim devem atuar em conjunto para "defender a equidade e a justiça no mundo".

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Putin afirmou que a própria conversa mostra a importância da relação bilateral, que descreveu como um dos principais fatores de "estabilização" no mundo, hoje, não se voltando "contra ninguém". Declarou que as prioridades no diálogo com Xi, além de energia, foram comércio e investimento e energia.

Sobre segurança regional, o presidente russo questionou a criação de "blocos militares fechados" na Ásia, em referência àqueles que vêm sendo montados pelos Estados Unidos. Também em menção indireta a Washington, Xi falou contra a "mentalidade de Guerra Fria" baseada na busca de "hegemonia unilateral e confronto de blocos".

Os líderes e outras autoridades chinesas e russas assinaram documentos diante da imprensa no Grande Salão do Povo, em Pequim. A cerimônia foi encerrada com um aperto de mãos de Xi e Putin. Os dois já se reuniram mais de 40 vezes desde o primeiro encontro, em 2010, quando Xi ainda era vice-presidente (ele chegou ao poder em 2013).

Comentando o encontro em mídia social chinesa, o jornalista e influenciador Hu Xijin, marcadamente pró-governo, escreveu que a China é hoje "a única potência mundial que pode receber os líderes ocidentais e da Rússia", referência aos encontros de Xi com dirigentes europeus nas últimas semanas. E que "a guerra [da Ucrânia] trouxe problemas para a China" nas relações com o Ocidente, "mas é algo que o país pode controlar".

 

 

POR FOLHAPRESS

EUA - Em meio ao agravamento da situação militar da Ucrânia ante as forças invasoras de Vladimir Putin, os Estados Unidos disseram pela primeira vez, na quarta (15), que o emprego de suas armas contra o território russo por Kiev é uma decisão do governo de Volodimir Zelenski.

Em uma entrevista coletiva na capital ucraniana, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, disse que não "encoraja ataques fora da Ucrânia", mas que, em última instância, Kiev "tem de tomar decisões por conta própria sobre como vai conduzir esta guerra".

A frase poderá gerar uma escalada por parte de Putin, que sempre colocou a situação como uma linha vermelha na guerra que iniciou em 2022. Ela foi bastante ambígua a ponto de permitir uma negativa de intenção, mas isso não será lido assim em Moscou.

Há três semanas, o chanceler britânico, David Cameron, afirmou que Kiev estava livre para usar seus mísseis de longa distância contra a Rússia. Em resposta, Putin anunciou que atacaria alvos militares britânicos em todo o mundo como retaliação legítima à hipótese.

Além disso, o presidente retomou a ameaça de um conflito nuclear com as forças da Otan (aliança militar liderada pelos EUA) quando o presidente francês, Emmanuel Macron, sugeriu enviar tropas para ajudar Kiev.

Até aqui, o presidente Joe Biden proibia expressamente tal emprego, temendo que ele pudesse disparar uma Terceira Guerra Mundial. Os crescentes ataques ucranianos contra o sul russo, por ora, são feitos com armamento doméstico. O tom de Blinken sugere que ele esteja testando a reação do Kremlin.

O secretário foi a Kiev devido à piora da posição militar da Ucrânia e anunciou que os EUA estão apressando o envio de munição e armamentos para seus aliados em Kiev. Disse também que um novo pacote de ajuda de R$ 10,2 bilhões para a indústria bélica de Kiev será liberado em breve.

Ele não especificou se o valor faz parte do auxílio de R$ 300 bilhões aprovado pelo Congresso americano em abril, após meses de protelação que são vistos hoje como centrais para a situação dramática de Kiev ante os novos avanços russos.

"Nós estamos apressando o envio de munição, veículos blindados, mísseis e defesas aéreas para as linhas de frente", afirmou Blinken. A seu lado, o chanceler ucraniano, Dmitro Kuleba, manteve o tom usual de cobrança. "Cada atraso de fornecimento resulta em revés no campo de batalha", disse.

Na noite de terça (14), Blinken, que no passado já foi guitarrista de algumas bandas, tocou em um bar de Kiev com um grupo local. Disse que as tropas estão lutando "não só por uma Ucrânia livre, mas por um mundo livre". Em seguida, acompanhou a banda em "Rockin' in the Free World", de Neil Young.

Desde o fracasso da contraofensiva ucraniana de 2023, Moscou retomou a iniciativa e teve diversos ganhos em Donetsk, província do leste do país anexada ilegalmente por Putin e da qual Kiev tinha mais controle territorial.

Na sexta passada (10), contudo, a Rússia lançou grande ofensiva em uma frente, invadindo o norte da região de Kharkiv, expondo a um cerco a capital homônima do local, segunda maior cidade ucraniana.

Nesta quarta, o Ministério da Defesa russo afirmou ter tomado mais duas cidadezinhas na região, consolidando um avanço não tão rápido quanto nos primeiros dias, mas notável em uma guerra que cristalizou uma frente de combate de 1.000 km após Putin ter recuado da tentativa frustrada de tomar Kiev em seu começo.

Já as Forças Armadas da Ucrânia afirmam que a linha na região foi estabilizada, mas é impossível ter uma visão clara neste momento da realidade.

Mais importante ainda, se confirmada, é a conquista anunciada de Robotine, na região de Zaporíjia, outra área anexada em que Moscou não tem controle total, com uma porção do norte da província ainda sob administração de Kiev.

A frente de batalha ali viu alguns dos combates mais ferozes da guerra. Em 2023, Kiev reconquistou Robotine, vilarejo transformado numa ruína, mas parou ali em sua contraofensiva. Os militares ucranianos negam ter perdido controle do lugar.

O agravamento da situação em campo fez Zelenski cancelar uma viagem que faria a Espanha e Portugal a partir desta quarta. Ele havia ordenado o recuo de suas forças em vários pontos de Kharkiv, para facilitar a defesa das linhas que levam à capital regional, a menos de 20 km da área dos combates.

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Ainda há dúvidas sobre o objetivo tático russo com a nova ofensiva, se a intenção é tentar tomar a capital de Kharkiv e a região ou criar uma zona tampão para afastar os lançadores de mísseis e drones ucranianos contra o sul do país, principalmente Belgorodo, a cidade que mais vive a guerra na Rússia.

Estrategicamente, contudo, Putin está sendo bem-sucedido em erodir as capacidades de Kiev, que enfrenta um sério problema de mão de obra para sua guerra. Moscou alterou as leis de mobilização para poder chamar pessoas mais jovens e recorrido à oferta de liberdade em troca de serviço militar para prisioneiros -a Ucrânia criticou essa medida, mas depois o Parlamento local aprovou lei que também permitirá a alguns detentos servir ao Exército com perdão de suas penas.

Zelenski colocou, nos últimos dias, a questão da falta de munição e armas como central também. O atraso devido à disputa política entre republicanos e democratas para a aprovação do pacote tomou mais de quatro meses -dinheiro novo para a Ucrânia deixou de ser entregue neste ano.

Mesmo o pacote plurianual de R$ 270 bilhões da União Europeia não se materializou em armas, sendo que ele foi desenhado como uma ajuda para manter a economia de pé. E os R$ 300 bilhões americanos não estarão disponíveis imediatamente, sendo que boa parte deles é para repor os estoques de munição doada pelos EUA.

Enquanto isso, a Rússia colocou sua economia em ritmo de guerra. A troca no Ministério da Defesa reflete isso. Ainda não se sabe se o ex-titular Serguei Choigu reterá poder executivo ocupando a cadeira do linha dura Nikolai Patruchev no Conselho de Segurança do país, mas a indicação do economista Andrei Belousov para a Defesa mostra a aposta numa organização de longo prazo para conflitos.

 

 

FOLHAPRESS

RÚSSIA - O governo de Vladimir Putin determinou um exercício de ataque com armas nucleares táticas em resposta à sugestão de governos ocidentais, principalmente o da França, de enviar soldados para a ajudar a Ucrânia a resistir à invasão da Rússia.

Segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, a simulação anunciada nesta segunda (6) pelo Ministério da Defesa russo é uma resposta direta ao presidente francês, Emmanuel Macron, e a políticos britânicos e americanos que têm defendido a medida. A agência de espionagem militar de Kiev chamou os exercícios de "chantagem nuclear".

Ele também afirmou que os serviços de inteligência de Moscou estão apurando relatos de que a França já enviou soldados de sua Legião Estrangeira à Ucrânia. Combatem pelo país vizinho mercenários de diversas nações, inclusive o Brasil, mas não há até aqui nenhum envio oficial de tropas em apoio a Kiev.

A Defesa russa havia citado especificamente o emprego de sistemas de armas nucleares não estratégicas, evocando um dos maiores temores do Ocidente: de que Putin use esse tipo de bomba contra forças da Ucrânia ou, agora, de países aliados que eventualmente enviem militares para a guerra iniciada em 2022.

Armas táticas são aquelas que disparadas contra alvos militares específicos, como bases, usualmente com menor potência do que as chamadas estratégicas -as ogivas que têm como finalidade obliterar cidades inteiras na tentativa de encerrar conflitos.

A carta nuclear tornou-se uma trivialidade na retórica russa da guerra. Pouco antes da invasão, em fevereiro de 2022, Putin determinou um complexo exercício com diversos sistemas nucleares, envolvendo mísseis disparados de solo, bombardeiros e submarinos.

Ao atacar, disse que qualquer país que interviesse em favor da Ucrânia sofreria consequências nunca antes vistas na história, uma pouco sutil referência às suas bombas atômicas. A Rússia e os EUA concentram 90% das mais de 12 mil ogivas existentes no planeta.

Ao longo da guerra, a sombra da escalada nuclear modulou a velocidade e a qualidade da ajuda enviada pelo Ocidente para o governo de Volodimir Zelenski. Até a semana passada, todos os países que forneceram armas a Kiev condicionavam seu emprego a não atacar o território russo.

Isso mudou com uma fala do chanceler britânico, David Cameron, sugerindo que os ucranianos tinham direito de fazer o que quisessem com os mísseis que Londres dá a eles. Pressionado no campo de batalha pelos avanços russos no leste neste ano, Zelenski tem feito ataques pontuais a refinarias e cidades na terra de Putin, mas por ora com armas próprias.

Nesta segunda, os russos anunciaram terem conquistado mais duas cidadezinhas no leste ucraniano, ameaçando cada vez Chasiv Iar, trampolim para a tomada final da província de Donetsk. Especula-se que essa vitória é o troféu que Putin quer mostrar no desfile do Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial, na próxima quinta (9).

Analistas ocidentais sempre especularam que, no caso de sofrer uma ameaça de derrota decisiva, Putin pudesse recorrer a armas táticas contra a Ucrânia. Como isso está afastado agora, a hipótese de envio de tropas reiterada por Macron faz ressurgir o fantasma.

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O próprio presidente russo disse, em diversas ocasiões, que a ideia do francês levaria a uma guerra nuclear. Agora, o Kremlin resolveu subir um degrau na disputa retórica com os exercícios, que envolverão forças do seu Comando Militar Sul e da Marinha em data não revelada.

Para uso tático, a Rússia tem à disposição mísseis como o balístico Iskander-M ou o hipersônico Tsirkon, lançado de navios e que teoricamente pode carregar uma ogiva nuclear pequena, além de bombas de queda livre. A Otan, aliança militar ocidental, acredita que Moscou tenha cerca de 2.000 dessas armas, ante 100 que os EUA mantêm em bombas lançadas por aviões na Europa.

Na Rússia, comentaristas e políticos radicais têm defendido o emprego de armas táticas para riscar uma linha no chão para o Ocidente, mas qualquer especialista do campo nuclear aponta para o risco evidente de uma escalada que leve a uma troca de fogo com mísseis estratégicos, levando a cenários apocalípticos.

 

 

POR FOLHAPRESS

BRUXELAS - A líder da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, criticou partidos de extrema-direita, como o alemão AfD, que disputarão as eleições parlamentares da União Europeia, dizendo que eles têm que "limpar a casa” e se livrar de propaganda do Kremlin.

"Quando eu vejo o que seus colegas do AfD, os principais candidatos, fizeram, eles estão sendo investigados por estarem no bolso do (presidente russo, Vladimir) Putin", disse Von der Leyen, em um debate sobre o futuro da UE com vários outros candidatos, organizado pelo site Politico na segunda-feira.

Ela respondia a Anders Vistisen, do Partido do Povo Dinamarquês, de direita, referindo-se à prisão na semana passada de Maximilian Krah, assessor do principal candidato da Alternativa para a Alemanha (AfD, em alemão), partido de extrema-direita, por acusações de espionagem.

No debate, Vistisen acusou Von der Leyen de incentivar apoio à Ucrânia em sua guerra contra a Rússia apenas para adquirir mais poder.

"Se você olhar para o programa eleitoral (da extrema-direita), você verá que ele ecoa as mentiras e a propaganda do Kremlin. Então, limpem a sua própria casa antes de nos criticar", disse Von der Leyen.

Partidos nacionalistas anti-imigração planejam unir forças após a próxima eleição parlamentar da União Europeia com o objetivo de criar um novo bloco para abalar a UE, disseram autoridades de quatro grupos no começo de abril.

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A iniciativa evidencia uma confiança cada vez maior entre partidos de extrema-direita e soberanistas de que, pela primeira vez desde a formação da UE, 60 anos atrás, eles podem vencer cadeiras suficientes no Parlamento para ter uma grande influência na maneira como o continente é administrado.

Além do AfD, o conservador Finns Party e o Partido do Povo Dinamarquês também prometeram apoiar a iniciativa.

O vice-primeiro-ministro italiano, Matteo Salvini, que lidera a Liga, de direita, e tem sido a força motriz para persuadir políticos com ideias similares de abandonarem suas divisões anteriores antes da eleição de junho da UE, afirmou que seus atuais aliados europeus, incluindo o Reagrupamento Nacional de Marine Le Pen na França, também participariam.

 

 

Reportagem de Sabine Siebold / REUTERS

RÚSSIA - A tensão entre Rússia e Estados Unidos em relação à Ucrânia atingiu um novo patamar, com a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova, alertando que o envolvimento americano no conflito ucraniano pode se tornar um “fiasco humilhante”, comparável aos episódios do Vietnã e do Afeganistão.

O comentário veio após a aprovação pela Câmara dos Representantes dos EUA de um projeto de lei de ajuda de US$ 60 bilhões para a Ucrânia, destinado à compra de armamentos e sistemas de defesa avançados. Zakharova afirmou que a Rússia responderá de forma “incondicional e resoluta” aos esforços dos EUA de intensificar o conflito, que teve início com a invasão russa em 2022. As relações entre os dois países atingiram seu pior momento desde a crise dos mísseis cubanos em 1962.

A ajuda americana à Ucrânia foi vista como crucial pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que agradeceu a votação, afirmando que ela impedirá a expansão da guerra e salvará vidas. O pacote também permitirá aos EUA confiscarem bilhões de dólares em ativos russos congelados, o que Zakharova classificou como “roubo”, beneficiando apenas os empreiteiros de defesa dos EUA.

Ela acusou os EUA de usar os cidadãos ucranianos como “bucha de canhão” e de quererem que o país aguente até as eleições de novembro. Até o momento, a Rússia controla cerca de um quinto do território ucraniano, principalmente nas regiões leste e sul, e as tropas russas têm ganhado terreno lentamente desde a contra-ofensiva de Kiev em 2023.

 

 

JETSS

EUA - A União Europeia vê sinais de que a China está fornecendo à Rússia componentes que podem ser usados na fabricação de armas, e teme que os chineses possam até aumentar as remessas se o apoio do Ocidente contra a invasão russa à Ucrânia perder força, afirmou uma autoridade da UE.

Valdis Dombrovskis, vice-presidente-executivo da Comissão Europeia, o Executivo da UE, afirmou que se encontrou com parlamentares norte-americanos durante sua visita a Washington para salientar a importância de aprovar a já atrasada ajuda adicional dos EUA para a Ucrânia.    Autoridades dos EUA disseram à imprensa na semana passada que a China está enviando materiais bélicos à Rússia, incluindo drones e mísseis, além de imagens de satélite e maquinários. Dombrovskis disse que a União Europeia está trabalhando com os Estados Unidos para atuar contra a evasão de sanções por parte da Rússia.   

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“Vemos que a China está sentada no muro, analisando como usar a situação a seu favor. Mas, infelizmente, recentemente, também vimos sinais de que a China está efetivamente fornecendo componentes, todos os tipos de equipamento à Rússia”, afirmou.   

Ele disse que tais equipamentos envolvem itens de duplo uso, não armas, mas que tal atitude mostra como é importante o Ocidente manter o seu apoio decidido à Ucrânia. Ele afirmou também que o Ocidente “não está mostrando a disposição necessária para interromper a agressão russa, colocando sanções contra a Rússia, dando todo tipo de apoio à Ucrânia... É muito perigoso e teremos consequências muito negativas”.   

 

 

Reportagem de Andrea Shalal / REUTERS

ALEMANHA - Rússia, Alemanha e Reino Unido pediram nesta quinta-feira que os países do Oriente Médio adotem a cautela, e Israel afirmou que está “se preparando para todas as necessidades de segurança” em uma região sob tensão após o Irã ameaçar atacar Israel.

A companhia aérea alemã Lufthansa, uma das duas empresas ocidentais que voam para Teerã, estendeu a suspensão de seus voos para a capital iraniana, e a Rússia também alertou seus cidadãos que não viajem para o Oriente Médio.

O Irã prometeu vingança pelo ataque aéreo do dia 1º de abril, contra o complexo de sua embaixada em Damasco. A ação matou um importante general iraniano e outros seis militares do país, elevando as tensões em uma região já afetada pela guerra na Faixa de Gaza.

Israel não reivindicou a responsabilidade pelo ataque, mas o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, afirmou na quarta-feira que Israel “deve ser punido e será”, dizendo que o ocorrido equivale a um ataque contra o solo iraniano.

Os enviados de Teerã na Organização das Nações Unidas (ONU) disseram nesta quinta-feira que “o imperativo para Irã de punir esse regime desonesto” poderia ser evitado se o Conselho de Segurança condenasse o ataque e levasse seus executores para a Justiça.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, afirmou que o país manterá sua guerra na Faixa de Gaza, mas está atento a suas preparações para atuar em outros locais.

“Qualquer pessoa que nos fira, nós a feriremos. Estamos preparados para atender a todas as necessidades de segurança do Estado de Israel, tanto defensiva quanto ofensivamente”, disse o premiê, após visitar uma base da Força Aérea.

O Irã sinalizou a Washington que vai responder ao ataque de Israel, mas de modo a evitar uma escalada no conflito e sem precipitação, afirmaram fontes do país.

O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, disse ao secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, que Israel responderia diretamente a qualquer ataque do Irã, segundo o gabinete de Gallant.

Os conflitos já se espalharam pelo Oriente Médio desde o início da guerra na Faixa de Gaza, com grupos apoiados pelo Irã declarando apoio aos palestinos e realizando ataques a partir do Líbano, Iêmen e Iraque. O governo iraniano tem evitado o confronto direto com Israel e os EUA, mesmo declarando apoio aos seus aliados.

A ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, pediu ao seu colega iraniano, Hossein Amirabdollahian, “cautela máxima” para evitar uma escalada.

O Ministério das Relações Exteriores da Rússia aconselhou os cidadãos do país que evitassem viajar para o Oriente Médio, em especial para Israel, Líbano e territórios palestinos.

“Neste momento, é muito importante que todos mantenham a cautela, para não levar a uma completa desestabilização da situação na região, o que não combina com estabilidade e previsibilidade”, afirmou.

O chanceler britânico, David Cameron, afirmou nesta quinta-feira que deixou claro a Amirabdollahian que o Irã não deveria jogar o Oriente Médio em um conflito mais amplo.

“Estou muito preocupado com o potencial de um erro de cálculo que possa levar a mais violência", avaliou ele na plataforma X.

 

 

 

Reportagem de Ilona Wissenbach em Frankfurt, Shariq Khan em Nova York, Emily Chow em Cingapura / REUTERS

RÚSSIA - O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, expressou sua preocupação com o presidente russo, Vladimir Putin, sugerindo que este último está buscando perpetuar seu poder de forma indefinida, após as primeiras projeções indicarem que Putin venceu as eleições presidenciais na Rússia com 87,97% dos votos.

"O ditador russo está novamente simulando uma eleição. Todos sabem que essa figura, como ocorreu muitas vezes na história, tornou-se obcecada pelo poder e está fazendo de tudo para governar indefinidamente. Ele não hesitará em cometer qualquer mal para prolongar seu poder pessoal. Ninguém no mundo está a salvo disso", declarou Zelensky em seu discurso nacional.

Zelensky também agradeceu a todos os países, líderes e organizações internacionais que têm denunciado as ações da Rússia no território ocupado da Ucrânia, chamando-as de crimes.

"Há de haver uma justiça adequada para os atos dos russos nesta guerra e em apoio ao poder vitalício de Putin. Ele teme apenas uma coisa - a justiça. Não há legitimidade nessas eleições simuladas e não pode haver. Essa figura deve enfrentar o tribunal em Haia - é isso que devemos garantir; todas as pessoas no mundo que valorizam a vida e a integridade", acrescentou.

Com um quarto das urnas apuradas, Putin acumulou 87,97% dos votos, segundo a Comissão Eleitoral Central (CEC) da Rússia. Este resultado sugere que Putin permanecerá no poder até 2030, com a possibilidade de um mandato adicional até 2036, devido a uma alteração constitucional de 2020.

Apesar da guerra na Ucrânia e das sanções do Ocidente, Putin obteve sua maior vitória eleitoral desde que chegou ao poder em 2000. O segundo candidato mais votado foi o comunista Nikolai Kharitonov, com 4% dos votos, seguido pelo representante do partido Novo Povo, Vladislav Davankov, com 3,86%. O último candidato é o ultranacionalista Leonid Slutski, com 3% dos votos.

Milhares de russos críticos do Kremlin votaram em massa na Rússia e no exterior em protesto contra as políticas de Putin e a guerra na Ucrânia.

 

 

POR NOTÍCIAS AO MINUTO BRASIL

RÚSSIA - Na véspera do início da eleição presidencial russa, forças de Kiev voltaram a invadir o sul do país de Vladimir Putin, enquanto Moscou lançou uma grande onda de ataques com drones e artilharia, derrubando o sinal de TV e internet no norte da Ucrânia.

A troca de fogo tem escalado durante esta semana devido à proximidade do pleito, que durará três dias até o domingo (17) e irá dar a Putin seu quinto mandato como presidente -restando na prática saber qual será a abstenção, dado que o Kremlin trabalha para garantir ao menos 70% de comparecimento.

Assim, o governo de Volodimir Zelenski optou por ações mais espetaculares, visando lembrar o público russo de que há uma guerra em sua vizinhança.

Os ataques de quinta (14) ocorreram nas regiões de Kursk e Belgorodo, próximos da fronteira ucraniana, e envolveram supostamente unidades da chamada Legião da Rússia, um grupo de opositores ao governo de Putin bancados por Kiev e, segundo relatos, pela CIA (Agência Central de Inteligência, dos EUA).

Vídeos emergiram em redes sociais de tiroteios em ruas nevadas de cidadelas próximas da fronteira. O Ministério da Defesa da Rússia disse que as duas incursões foram debeladas, assim como havia ocorrido na quarta (13). Não há como confirmar isso de forma independente.

Também em Belgorodo, duas pessoas morreram devido a uma salva de oito mísseis balísticos disparados desde o território ucraniano, cerca de 40 km distante.

Ao longo da semana, os ucranianos também miraram a infraestrutura energética russa, atingindo com drones de longo alcance três refinarias. Segundo o governo, elas já voltaram a operar, embora haja relatos de que a produção em Riazan não está normaliza.

Em Zaporíjia, área no sul ucraniano quase toda ocupada pelos russos, a usina nuclear que leva o nome da região foi atingida por uma forte explosão na quinta. Segundo a administração russa da central, forças ucranianas colocaram uma bomba perto de tanques de combustível que abastecem o local.

Ninguém ficou ferido, e Kiev não comentou o incidente. A usina de Zaporíjia é a maior da Europa, e a Agência Internacional de Energia Atômica mantém uma equipe permanente lá para averiguar as condições.

Na semana passada, Putin havia discutido com o diretor do órgão, o argentino Rafael Grossi, como elevar a segurança no local. À Folha de S.Paulo, Grossi havia dito em janeiro que a situação é precária.

Na mão inversa, os russos fizeram um bombardeio coordenado com 36 drones suicidas de origem iraniana Shahed-136 em seis regiões ucranianas. Kiev disse ter derrubado 22 deles, mas os destroços também atingiram casas. Não há relatos de feridos.

Em Sumi, uma central de comunicações foi destruída, e parte da região norte da Ucrânia está sem sinal de internet ou TV. Em Kharkiv, perto de lá, prédios foram alvejados por mísseis balísticos do sistema antiaéreo S-300, adaptados para atacar alvos em terra.

O Exército ucraniano disse que 150 vilarejos foram alvo de bombardeios com artilharia ao longo da noite e na manhã.

 

NÃO TEMAM PUTIN, DIZ KREMLIN

O Kremlin reagiu nesta quinta às afirmações do presidente da Lituânia, Gitanas Nauseda, de que seu país não temia Putin. O político comentava o ataque a marteladas contra Leonid Volkov, um assessor do ativista Alexei Navalni que está exilado em Vilnius -o líder opositor morreu na cadeia no mês passado.

Segundo o porta-voz Dmitri Peskov, não há motivo para os lituanos temerem o presidente russo, mas que ele deve ser "ouvido e respeitado". Ele também negou que o comentário de Putin em uma entrevista de que a Rússia estava pronta para uma guerra nuclear tenha sido uma ameaça ao Ocidente.

Aliados de Navalin convocaram um protesto para o domingo, dia final da eleição, instando apoiadores do opositor a irem votar todos ao meio-dia, gerando filas em seções eleitorais que teoricamente serão imunes à repressão policial.

 

 

POR FOLHAPRESS

RÚSSIA - A Guerra da Ucrânia, a ascensão da China e as turbulências no Oriente Médio redesenharam o mapa do comércio de armamentos no mundo. A Rússia perdeu metade do mercado que detinha, vendo a França ultrapassá-la como segundo maior exportador global de armas, e os Estados Unidos ampliaram sua já folgada liderança.

Este é o quadro apresentado pelo estudo anual sobre transações bélicas do Sipri (Instituto para Estudos da Paz de Estocolmo, na sigla inglesa), divulgado pela organização sueca na segunda (11). Ele abrange o quinquênio de 2019 a 2023.

Pela primeira vez na série histórica do Sipri, que começa em 1950, a Rússia deixou de ser o segundo maior vendedor de armas do mundo. Sua fatia de mercado despencou 53% ante o período anterior, de 2014 a 2018, com a maior queda anual em 2023 (52% a menos).

"Naturalmente, a combinação de sanções ocidentais e necessidades de tempos de guerra da Rússia levaram ao declínio. Exportações de armas durante um grande conflito não são naturais por princípio, exceto que sejam para ajudar aliados", disse à Folha o diretor do Centro de Análise de Tecnologias e Estratégias de Moscou, Ruslan Pukhov.

Para ele, "a preservação de um nível ainda alto de vendas no segundo ano da guerra pode ser considerado um grande sucesso, se não um milagre". Moscou caiu de 21% para 11% mercado mundial, tendo na Índia (34% das vendas), China (21%) e Egito (7,5%) seus principais clientes.

Segundo Pukhov, "a Rússia está dando prioridade a seus clientes-chave e continua a implentar novos contratos, como o dos sistemas antiaéreos S-400 para a Índia". Recentemente, o presidente Vladimir Putin disse que a produção bélica russa cresceu 2,7 vezes em 2023, atingindo até 7 vezes em alguns setores críticos sob demanda da guerra.

Seja como for, o vácuo externo foi ocupado pela França, que tem ganho muito dinheiro com contratos de alto valor agregado, no caso de seu avião de combate Rafale, que por anos foi um patinho feio no mercado internacional e agora vê aceitação em mercados dinâmicos como o do Oriente Médio.

A renovada retórica belicista de Emmanuel Macron, que anda flertando com uma guerra direta com a Rússia, acompanha esse movimento. O aumento da fatia de Paris foi de 47% entre quinquênios, e hoje 11% do mercado mundial está em sua mão, pouco acima do naco russo.

"A França está usando a oportunidade da alta demanda global, e tem sido particularmente bem-scuedida em vender aviões de combate fora da Europa", afirmou a pesquisadora do Sipri Katarina Djokic. Com efeito, o mercado europeu está saturado por pedidos de 800 novas aeronaves, boa parte caças americanos F-35.

Como seria previsível, os EUA mantiveram e ampliaram a larga vantagem que tinham. Suas vendas subiram 17%, e agora Washington vê 42% dos negócios de armas do mundo em suas mãos -eram 34% no período de 2014 a 2018.

Isso anda lado a lado com o gasto militar recorde dos americanos, que segundo o Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (Londres) chegou a 41% do dispêndio bélico global, ante 10% de chineses e 5%, dos russos, os distantes próximos da fila.

Os principais clientes dos EUA são a sempre belicista Arábia Saudita (15% de suas vendas), o neomilitarista Japão (9,5%), temeroso de Pequim, e outra monarquia do golfo Pérsico, o Qatar (8,2%).

Com quedas ante 2014-18, completam o ranking China e Alemanha, com pouco mais da metade do espaço dos dois concorrentes pelo segundo lugar.

A Guerra da Ucrânia, evento mais agudo da geopolítica recente, levou a um já anunciado surto de compras europeias de armas, como no caso da Polônia. No período, o continente elevou em 94% suas compras militares. Novamente, quem se deu bem foram os americanos: viram seu domínio no mercado do continente subir de 35% para 55% das vendas.

Kiev é o caso mais estrondoso: suas compras subiram 6.633%, passando de nada para 7,6% do mercado mundial, embora não fique claro o quanto disso é ajuda ocidental.

A Índia, país que se tornou o mais populoso do mundo e se equilibra como aliado dos EUA e da Rússia, sendo rival da China, sua parceira de Brics, se firmou como o maior comprador de armas no período. Subiu sua parcela do bolo de 9,1% para 9,8%, desbancando os sauditas (que caíram de 11% para 8,4% de 2014-18 para 2019-23).

Os indianos mantêm seus pés em várias canoas, e seguem tendo Moscou como seu principal fornecedor. À parte de atrasos relatados em entregas devido à guerra, essa fatia pela primeira vez na história está abaixo dos 50%. Já 29% do que os franceses vendem foram para Nova Déli no período, cortesia de uma exportação de 36 Rafale.

O impacto da pandemia da Covid-19, que eclodiu dois anos antes da guerra na Ucrânia, ajudou a moderar os resultados globais de comércio de armas, que foram 3,3% menores em relação ao quinquênio anterior.

Por fim, o Brasil segue um ator secundário, apesar dos sucessos recentes de novos contratos para a venda do avião de transporte militar KC-390 pela Embraer. No ranking do Sipri, o país está 24º entre os exportadores e 27º, entre os importadores.

 

 

POR FOLHAPRESS

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