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BRASÍLIA/DF - Quinze alimentos in natura ou pouco industrializados vão compor a cesta básica nacional e pagar imposto zero, com a reforma tributária. O projeto de lei complementar que regulamenta o tema, enviado ao Congresso, trouxe ainda 14 produtos com alíquota reduzida em 60%.

Na justificativa do projeto, o governo informou que se baseou nos alimentos in natura ou “minimamente processados” para definir a cesta básica nacional. O texto destacou que o governo seguiu as recomendações de alimentação saudável e nutricionalmente adequada do Guia Alimentar para a População Brasileira, do Ministério da Saúde.

Embora tenha citado motivos de saúde, alguns alimentos com gordura saturada, como óleo de soja e manteiga, ou com substâncias que criam dependência, como o café, foram incluídos na cesta básica nacional. Nesse caso, a justificativa é a de que esses itens são essenciais na alimentação do brasileiro e já fazem parte da cesta básica tradicional.

 

Confira a lista dos alimentos da cesta básica nacional:

  • arroz;
  • feijão;
  • leites e fórmulas infantis definidas por previsão legal específica;
  • manteiga;
  • margarina;
  • raízes e tubérculos;
  • cocos;
  • café;
  • óleo de soja;
  • farinha de mandioca;
  • farinha de milho, grumos e sêmolas de milho, grãos de milho esmagados ou em flocos;
  • farinha de trigo;
  • açúcar;
  • massas;
  • pães comuns (apenas com farinha de cereais, fermento biológico, água e sal).

 

O governo propôs uma lista estendida de alimentos com alíquotas zero. Eles não estão na cesta básica nacional, mas também não pagarão a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) nem o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS). São eles:

  • ovos;
  • frutas;
  • produtos hortículas.

 

Outros 14 tipos de alimentos tiveram alíquota reduzida em 60% no projeto de lei:

  • carnes bovina, suína, ovina, caprina e de aves e produtos de origem animal (exceto foie gras), miudezas comestíveis de ovinos e caprinos;
  • peixes e carnes de peixes (exceto salmonídeos, atuns; bacalhaus, hadoque, saithe e ovas e outros subprodutos);
  • crustáceos (exceto lagostas e lagostim) e moluscos;
  • leite fermentado (iogurte), bebidas e compostos lácteos;
  • queijos tipo muçarela, minas, prato, queijo de coalho, ricota, requeijão, queijo provolone, queijo parmesão, queijo fresco não maturado e queijo do reino;
  • mel natural;
  • mate;
  • farinha, grumos e sêmolas de cerais, grãos esmagados ou em flocos de cereais (exceto milho);
  • tapioca;
  • óleos vegetais e óleo de canola;
  • massas alimentícias;
  • sal de mesa iodado;
  • sucos naturais de fruta ou de produtos hortícolas sem adição de açúcar ou de outros edulcorantes e sem conservantes;
  • polpas de frutas sem adição de açúcar ou de outros edulcorantes e sem conservantes

 

O projeto também propôs alguns produtos de limpeza que pagarão alíquota reduzida em 60%. Segundo o governo, esses itens são bastante consumidos pela população de baixa renda:

  • sabões de toucador;
  • pastas de dentes;
  • escovas de dentes;
  • papel higiênico;
  • água sanitária;
  • sabões em barra.

 

Em todos os casos, o governo optou por listas reduzidas, com prioridade para alimentos sadios ou o consumo pela população mais pobre. No início de abril, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) encaminhou um pedido ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, para ampliar o conceito de cesta básica e incluir alguns itens de luxo.

Os supermercados defendiam a isenção de impostos para itens como fígados gordos (foie gras), camarão, lagostas, ostras, queijos com mofo e cogumelos. Já itens como caviar, cerveja, vinho, champanhe e chocolate teriam redução de 60% na alíquota.

 

Ultraprocessados

Apesar da justificativa de preservar a saúde, em outro ponto do projeto de lei, o governo excluiu alimentos ultraprocessados do Imposto Seletivo, que incidirá sobre alimentos considerados prejudiciais à saúde. Apenas bebidas com adição de açúcar e conservantes sofrerão a incidência do imposto.

Em março, um manifesto assinado por médicos como Drauzio Varella e Daniel Becker, além de personalidades como as chefs Bela Gil e Rita Lobo, pedia a inclusão dos produtos ultraprocessados no Imposto Seletivo. Intitulado “Manifesto por uma reforma tributária saudável”, o texto teve apoio de organizações como a Associação Brasileira de Nutrição (Asbran), a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) e o Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).

 

 

Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil

IBATÉ/SP - O Fundo Social de Solidariedade de Ibaté recebeu nesta semana, através do Fundo Social do Governo do Estado de São Paulo (FUSSP), 250 kits de alimentos, os quais serão destinados às famílias em situação de vulnerabilidade social atendidas pela Secretaria Municipal de Assistência Social.

Os kits são compostos por arroz, feijão, macarrão, extrato de tomate, óleo, sardinha, biscoito, açúcar, sal, farinha de mandioca, carne seca e leite em pó.

As famílias que buscam atendimento na Assistência Social realizam um cadastro. “Todas as famílias que buscam atendimento na Assistência Social preenchem um cadastro e passam por uma avaliação técnica que determina o tipo de auxilio necessário. A Assistência Social também faz o acompanhamento dessas famílias”, explicou Amanda Affonso, coordenadora da Assistência Social. 

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“É um trabalho social importante do Governo do Estado. Agradecemos pela distribuição desses 250 kits, por esse apoio à Ibaté. Com essa ajuda, o município conseguirá atender mais pessoas que se encontram em situação de vulnerabilidade”, destacou o prefeito, José Luiz Parella. 

A Coordenadora relata que a Prefeitura continua realizando a aquisição de cestas básicas e a doação do estado ajuda a suplementar a demanda. “Nossa demanda por famílias que necessitam de cestas básicas é sempre crescente”, concluiu. 

A Secretaria de Promoção e Bem-Estar Social está aberta ao recebimento de doações e possui um sistema de cadastro para a população e as doações podem ser realizadas diretamente na sede. Mais informações no telefone (16) 3343.3043.

Hipopó, marca da Cory Alimentos, e Falaguasta Pizza firmam parceria e apresentam dois novos sabores de pizza doce tendo o personagem e o chocolate da marca como protagonista. Lançamento acontece neste sábado, dia 16

 


 
RIBEIRÃO PRETO/SP - Para unir duas paixões nacionais, pizza e chocolate, a marca Hipopó - da Cory Alimentos – acaba de fechar uma parceria com a Falaguasta Pizza, em Ribeirão Preto, e vira protagonista de duas versões do clássico prato italiano. A partir deste sábado, dia 16 de março, a rede oferecerá em seu cardápio duas opções de pizzas doces com chocolates Hipopó.
 
O lançamento especial, com a presença do personagem Hipopó, ocorre no mesmo dia na Casa Falaguasta, localizada na Rua Visconde de Abaeté, 701, no Jardim Sumaré, em Ribeirão Preto. 
 
Serão dois sabores de pizzas doces disponíveis – mesclada e meio a meio (choco preto e choco branco) – para a escolha do cliente, que ainda poderá garantir um voucher de desconto para ser usado na loja de fábrica da Cory, localizada no bairro Lagoinha. A dinâmica consiste na leitura de um QR Code, que estará afixado nas mesas da Casa Falaguasta, e concederá 20% de desconto na loja de fábrica da Cory.
 
"Hipopó é uma marca que está no coração das pessoas que vivem no interior de São Paulo. Firmar parceria com a Falaguasta, além de ser uma satisfação, reforça o propósito de oferecer experiências marcantes. Assim como aconteceu com o Rafael, que nos procurou, estamos abertos a projetos com empresas ousadas e que tenham valores parecidos com os nossos", afirma o diretor de marketing, vendas e inovação da Cory, Daniel Andreolli.
 
Após o lançamento, as pizzas com chocolates Hipopó estarão no cardápio de todas as unidades da rede Falaguasta Pizza (Casa Falaguasta e Falaguasta Express) em Ribeirão Preto e Sertãozinho, totalizando seis lojas, por tempo limitado.
 
“Procurei a Cory por acreditar que o Hipopó é uma marca forte e as crianças gostam, fez parte da minha infância. O personagem atrai e a Falaguasta é a pizzaria da família. Por isso, agregar a marca Falaguasta com a Hipopó nesse momento, é de grande valia para nós e acredito que também para a Cory, por sermos uma das maiores pizzarias de Ribeirão e ter como missão proporcionar momentos felizes entre famílias, colaboradores e amigos”, sintetiza o CEO da Falaguasta Pizza, Rafael Falaguasta.

IBATÉ/SP - O Fundo Social de Solidariedade de Ibaté recebeu na última semana 500 kits de alimentos para entregar às famílias em situação de vulnerabilidade social do município. As doações foram enviadas pelo Fundo Social de São Paulo (FUSSP), segundo informou a coordenadora da Assistência Social, Amanda Affonso.
 
Os alimentos já estão sendo repassados para a Secretaria de Promoção e Bem-Estar Social, para que os distribua para as famílias cadastradas. “As famílias que buscam atendimento na Assistência Social realizam um cadastro e passam por uma avaliação técnica que determina o tipo de auxílio necessário. A Assistência Social também faz o acompanhamento dessas famílias”, contou Amanda. A Coordenadora relata que a Prefeitura de Ibaté continua realizando a aquisição de cestas básicas e a doação do estado ajuda a suplementar a demanda. 
 
As cestas básicas são compostas por arroz, feijão, macarrão, extrato de tomate, óleo, sardinha, biscoito, açúcar, sal, farinha de mandioca, carne seca e leite em pó.
 
Sabendo da necessidade que muitas famílias estão passando, o Programa Alimento Solidário é destinado aos 644 municípios do Estado, assim auxiliando todos os moradores dessas localidades que estão em situação de vulnerabilidade social.
 
“Muitas pessoas perderam empregos, suas rendas e vivem uma situação difícil. Por isso esses kits chegaram em um momento muito bom e temos a certeza que contribuirá como complemento para ajudar as famílias mais carentes de nosso município”, finaliza a coordenadora da Assistência Social.
 
A Secretaria de Promoção e Bem-Estar Social está aberta ao recebimento de doações e possui um sistema de cadastro para a população e as doações podem ser realizadas diretamente na sede. Mais informações no telefone (16) 3343.3043 ou 3343-5733.

Gulfood é realizada em Dubai entre 19 e 23 de fevereiro e é um dos maiores eventos do mundo no setor; a expectativa é de reunir mais de 5 mil expositores

 
A Cory Alimentos participa entre os dias 19 a 23 de fevereiro, nos Emirados Árabes, da edição 2024 da Gulfood, umas das maiores feira de alimentos e bebidas do mundo.
 
O evento, que acontece em Dubai, é responsável por influenciar cada vez mais as tendências do setor e espera reunir mais de 5 mil expositores de 127 países. Já em relação ao público, a feira recebeu em sua última edição, 134 mil visitantes de diferentes nacionalidades.
 
Presente há mais de 15 anos na Gulfood, a Cory participará da edição de 2024 totalmente renovada, com destaque para a marca Hipopó.
 
"Essa é uma grande oportunidade de receber nossos atuais parceiros da África e Oriente Médio, além de prospectar novos mercados", destaca Nelson Nascimento do Castro, presidente da empresa.
 
Por sua localização geográfica, a Gulfood é considerada estratégica para os mercados asiáticos, europeus e africanos.
 
Sobre a Cory
Fundada em 1969, a Cory é uma empresa genuinamente brasileira, que começou com uma padaria. Ao longo do tempo, se estruturou, investindo em novas criações e inovando o mercado com produtos como balas, drops, biscoitos e chocolates. Atualmente são duas fábricas no país, localizadas nos municípios de Ribeirão Preto/SP e Arceburgo/MG e mais de 500 colaboradores. Em seu portfólio estão produtos e marcas consagrados como Icekiss; Chita; Azedinha; Lilith; Cory Pão Dimel; Cory Palitos; Hipopó; Show Gol; Quero Quero; e Dimel.

SÃO PAULO/SP - O El Niño, fenômeno natural responsável pelo aumento das temperaturas do oceano Pacífico, surgiu mais forte do que o esperado e tem causado fortes chuvas na região Sul e um clima quente e seco no restante país.

Segundo especialistas ouvidos pelo R7, a permanência do cenário põe a agricultura em estado de alerta e ameaça o bolso dos brasileiros nos próximos meses. O real arrefecimento dos efeitos climáticos é estimado apenas para fevereiro.

Alê Delara, diretor da Pine Agronegócios, explica que o efeito surpreendente do fenômeno resultou no aquecimento do oceano em um nível 1,5ºC superior à previsão inicial, de 0,5ºC. "Veio um 'Super El Niño', com um aumento de até 2ºC nas temperaturas [do Pacífico]", diz ele.

Para André Braz, coordenador dos índices de preços do Ibre/FGV (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas), o El Niño mais rigoroso tem potencial para comprometer parte da safra de 2024, a depender do volume de chuvas nos últimos dias deste ano, e impactar diretamente o preço dos alimentos.

"Se essa frente fria não for muito significativa, a situação pode se complicar, porque, se não chover agora, o enchimento dos grãos é comprometido, e, consequentemente, podemos ter um preço mais alto das commodities em 2024", afirma Braz. "Se as chuvas realmente ocorrerem, a pressão dos preços tende a ser menor", complementa Delara, na mesma linha de raciocínio.

O BC (Banco Central) também demonstra preocupação com o possível impacto do fenômeno climático nos preços. "O Comitê, após acumular mais evidência, elevou um pouco o impacto inflacionário do fenômeno climático do El Niño sobre a inflação de alimentos", destaca um trecho da última ata do Copom (Comitê de Política Monetária).

O cenário também foi listado no RTI (Relatório Trimestral de Inflação) divulgado na quinta-feira (21) como uma das preocupações para o futuro dos preços no Brasil. "Eventos climáticos e, especificamente, a chegada do El Niño têm ampliado as preocupações com a oferta global de grãos, como trigo, milho, arroz, soja, café e açúcar", diz o texto.

Na tentativa de driblarem os efeitos climáticos, produtores do Centro-Oeste têm assumido parte da plantação do arroz, historicamente realizada no Sul, região muito afetada pelas chuvas. “O arroz subiu muito no mundo inteiro, e os produtores com alguma condição migraram para o arroz e não estão finalizando o plantio da soja. A depender da área plantada, isso pode compensar, em parte, a redução de produtividade do Rio Grande do Sul”, relata Delara.

O movimento tende a agravar a situação da inflação de alimentos, que voltou a subir nos últimos dois meses, após uma sequência de quatro deflações apuradas entre junho e setembro. Em novembro, a alta de 0,63% do grupo de alimentação e bebidas guiou o avanço de 0,28% do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), a inflação oficial do Brasil.

"O El Niño já reflete parte dessas variações, mas não muito, porque nessa época do ano é comum existir uma redução da oferta de alguns alimentos devido ao calor. A questão é que o fenômeno intensifica as temperaturas, o que acaba prejudicando os preços além do previsto. Não dá para culpar 100% o El Niño", explica Braz, ao ressaltar que parte da inflação do período é sazonal.

Efeito cascata

Como consequência dos impactos do El Niño nas lavouras de soja e milho, a tendência se reflete na possível contaminação dos preços da carne, do frango, dos ovos e de outros alimentos, já que as rações utilizadas na alimentação do gado e das aves são produzidas a partir das duas commodities.

"A oferta dessas commodities vai influenciar diretamente nos produtos que os consumidores compram nos supermercados, como as carnes, o óleo de soja, os derivados de milho e as massas, que devem aumentar de preço no primeiro semestre de 2024", prevê Delara.

André Braz reforça que o milho e a soja são a base do trato animal na pecuária, e as eventuais altas chegam, inevitavelmente, até o bolso das famílias. "É provável que os preços de todos os derivados avancem, porque as aves dependem do milho para a produção de ovos, e isso afeta outros alimentos."

O pesquisador da FGV/Ibre destaca ainda que as proteínas são os produtos mais afetados pelo efeito dominó. "Neste ano, a situação foi favorável, porque o milho e a soja caíram muito de preço. Graças a essa queda de quase 30%, as carnes não foram as vilãs da inflação", recorda.

O diretor da Pine Agronegócios estima ainda que o efeito cascata envolva algumas hortaliças, que já tiveram movimento de alta, e outros grãos. "O feijão pode ser impactado, porque o atraso do plantio da soja vai retirar uma parte da janela de plantio do milho de primeira safra", observa ele.

 

 

Alexandre Garcia, do R7

CUBA - A produção agrícola em Artemisa, uma província que costumava ser um dos celeiros de Havana, tem diminuído drasticamente nos últimos anos, uma situação comum em toda a ilha que obriga o governo a importar 100% dos alimentos da cesta básica.

Especialistas têm alertado sobre o risco de insegurança alimentar na ilha socialista, cujo governo distribui grande parte dos alimentos a preços subsidiados por meio de mecanismos de racionamento para os 11 milhões de cubanos.

Um agricultor sexagenário de Artemisa, província vizinha de Havana, que prefere não dar o seu nome, diz que aquelas terras são "divinas", mas "falta adubo, fertilizante, sementes" para trabalhar.

Esse agricultor faz parte de uma cooperativa que costumava receber todos os insumos do governo, mas agora "não temos nada, não nos dão", lamenta enquanto colhe cebolinhas em sua plantação.

"Temos tratores em mau estado, não temos recursos, não há combustível, não estamos recebendo óleo nem pneus. Temos que arar a terra com uma junta de bois", lamenta.

Antes, cada município em Artemisa tinha um centro de coleta para armazenar as colheitas e vendê-las, mas "esses centros quase não existem mais, não há como comercializar nem transportar as colheitas", diz ele.

 

- Queda de 35% -

Em um campo próximo, Jesús, outro camponês que trabalha nessas terras vermelhas e férteis há 40 anos, afirma que o rendimento da malanga, um tubérculo muito apreciado pelos cubanos, caiu pela metade.

Essa plantação "costumava render de quatro a seis sacos por sulco, mas agora é metade disso. A colheita está sujeita à sorte", diz ele, enquanto afunda os pés descalços na terra.

De acordo com dados oficiais, a produção agropecuária diminuiu 35% entre 2019 e 2023. A produção de açúcar, que já foi uma indústria emblemática de Cuba, caiu de 816.000 toneladas na temporada 2020-2021 para 470.000 na temporada 2021-2022, e a maior parte do arroz e feijão, alimentos básicos dos cubanos, está sendo importada.

"Temos uma lei de soberania alimentar e não temos alimentos, estamos prestes a aprovar uma lei de incentivo à pecuária e não temos gado, e temos uma lei de pesca (...) e não há peixe", discursou o presidente Miguel Díaz-Canel perante o parlamento em dezembro.

Em setembro, o ministro da Economia, Alejandro Gil, afirmou que o governo importa "praticamente 100% da cesta básica", em comparação com 80% antes da pandemia de coronavírus.

Às fragilidades estruturais da economia cubana se somam a fraca recuperação do turismo, a segunda maior fonte de divisas antes da pandemia, e o endurecimento das sanções dos Estados Unidos desde 2021.

 

- "Há um risco real" -

Etienne Labande, representante do Programa Mundial de Alimentos (PMA), admitiu que diante desse cenário, a ameaça de insegurança alimentar é real.

"Há uma escassez de alimentos produzidos localmente, e importar para Cuba é conhecido por ser muito complexo devido ao embargo dos Estados Unidos em vigor desde 1962, então há, de fato, um risco", disse à AFP.

Os problemas se agravaram desde a implementação em 2021 de uma reforma monetária que impulsionou a inflação, atingindo 45,8% entre janeiro e maio - 39% em 2022 -, de acordo com dados oficiais. Para analistas, ela já ultrapassou os três dígitos.

Isso "resultou em aumentos nos preços de bens e serviços básicos e afetou a vulnerabilidade dos lares à insegurança alimentar", afirma o relatório do PMA de 2022.

Desde que assumiu o poder em 2008, o então presidente Raúl Castro iniciou uma reforma agrícola para estimular a produção de alimentos, que incluiu a entrega de terras ociosas para usufruto, o fechamento de fazendas estatais improdutivas e a autorização de vendas diretas para o setor de turismo.

Para Pavel Vidal, economista cubano e acadêmico da Pontifícia Universidade Javeriana de Cali, Colômbia, "se não apostarem em uma lógica de mercado, essas reformas não darão frutos".

 

 

AFP

HAVANA - Em Cuba, um país assolado por uma crise econômica e pela escassez de bens, até as mais básicas das atividades, como pescar ou plantar, podem rapidamente se tornar um problema.

É por isso que dois jovens empresários cubanos decidiram recorrer à aquaponia para combinar ambos os setores na tentativa de obter maior retorno sobre o investimento e, ao mesmo tempo, reforçar o combalido estoque de alimentos da ilha, disseram eles à Reuters.

A aquaponia é um sistema de aquicultura no qual as águas usadas na criação de peixes são posteriormente utilizadas em plantas cultivadas hidroponicamente -- como o alface --, que purificam a água. O processo junta a aquicultura com a agricultura, de forma eficiente e ambientalmente correta, o que seria perfeito para Cuba, de acordo com Joel López, co-proprietário da JoJo Acuaponics.

“Do peixe à produção de alimentos vegetais, tudo é natural”, disse ele durante visita às instalações, localizadas próximas a Havana e que abrigam tanques com peixes e estufas.

No fim do mês, o resultado inclui a proteína do peixe e os vegetais. Fertilizantes e pesticidas não são utilizados.

Cuba está enfrentando sua pior crise econômica em décadas, com escassez de alimentos, remédios e combustível. A situação fez o governo comunista buscar ajuda de empresários que tivessem ideias criativas.

“Há uma lógica nisso, para que os jovens se tornem empresários e queiram crescer e ser economicamente prósperos”, afirmou José Antonio Martínez, ex-advogado que é co-proprietário da empresa.

Mas os empresários enfrentam um ambiente desafiador na ilha. O embargo imposto pelos Estados Unidos dificulta as transações financeiras, e a economia de Estado, burocrática, só permitiu recentemente que empresas privadas fossem criadas.

“Os sistemas aquapônicos... usam tecnologia cara. No contexto cubano, é muito difícil para nós acessar financiamento”, afirmou Martínez, que recebeu linhas de crédito insuficientes da prefeitura local.

Apesar dos desafios, muitos cubanos veem de forma crescente a operação de negócios privados como uma maneira de superar as dificuldades de uma economia de Estado, em que o salário médio é de menos de 20 dólares por mês.

 

 

Reportagem de Alien Fernandez e Mario Fuentes / REUTERS

BRASÍLIA/DF - Os comportamentos dos preços de alimentos e bebidas, em agosto, contribuíram para que a inflação das famílias mais pobres fosse menor que a das rendas média e alta. A conclusão faz parte de um levantamento divulgado na quinta-feira (14) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O peso da inflação para as famílias de renda domiciliar muito baixa (menor que R$ 2.015) foi 0,13%, abaixo do 0,23% medido pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país e calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Já para as famílias de renda média alta (entre R$ 10.075 e R$ 20.151) a inflação em agosto foi 0,32%.

Gasto com comida

De acordo com a pesquisadora Maria Andreia Lameiras, o principal alívio inflacionário em agosto veio das deflações de alimentos e bebidas, ou seja, produtos que ficaram mais baratos. As principais quedas de preço foram dos tubérculos (-7,3%), carnes (-1,9%), aves e ovos (-2,6%) e leites e derivados (-1,4%). Como grande parte do orçamento das famílias mais pobres é consumida com a alimentação, a deflação desses itens faz grande diferença no bolso dessas pessoas.

“Em sentido oposto, o reajuste de 4,6% das tarifas de energia elétrica - e seus efeitos altos sobre o grupo habitação - impactou proporcionalmente mais a inflação dos segmentos de menor poder aquisitivo, tendo em vista que essas classes despendem uma parcela maior dos seus orçamentos para a aquisição desse serviço”, detalha Lameiras na pesquisa.

Últimos 12 meses

No acumulado dos últimos 12 meses, se repete o comportamento de a inflação ser maior para famílias de maior renda domiciliar. Enquanto o IPCA é 4,61%, o aumento de preços sentido pelos mais pobres é 3,70%. As famílias de renda baixa (4,04%) e média baixa (4,49%) também ficam abaixo do IPCA. 

Na classificação do Ipea, renda baixa abrange de R$ 2,015 e R$ 3.022; e renda média-baixa, entre R$ 3.022 e R$ 5.037. 

Os brasileiros de famílias de renda domiciliar alta (acima de R$ 20.151) tiveram a maior inflação em doze meses (5,89%). 

“Verifica-se que a maior pressão inflacionária nos últimos doze meses reside no grupo saúde e cuidados pessoais, impactado pelos reajustes de 5,9% dos produtos farmacêuticos, de 10,2% dos artigos de higiene e de 13,7% dos planos de saúde”, pontua a pesquisadora do Ipea.

14/09/2023, Alimentos e bebidas aliviam inflação para os mais pobres em agosto. Foto: Dimac/Ipea

Foto: Dimac/Ipea

 

Bares e restaurantes

Ainda sobre o IPCA, a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) identificou que, de janeiro a agosto, a inflação da alimentação fora do lar (3,85%) supera o índice geral (3,23%). Para a associação, esse comportamento nos preços indica que 2023 está sendo um ano de recuperação para o setor, que sofreu com restrições causadas pela pandemia de covid-19. A retração recente no preço de alguns alimentos, matéria-prima para bares e restaurantes, é observada com mais chance de recomposição para os negócios. “A queda nos insumos é uma boa notícia. Se for consistente, pode abrir espaço para uma recuperação mais robusta”, avalia o presidente-executivo da Abrasel, Paulo Solmucci.

 

 

Por Bruno de Freitas Moura - Repórter da Agência Brasil

ROMA – O índice de preços mundiais da agência de alimentos das Nações Unidas subiu em abril pela primeira vez em um ano, mas ainda está cerca de 20% abaixo do recorde atingido em março de 2022, após a invasão da Ucrânia pela Rússia.

O índice de preços da Organização para Agricultura e Alimentação (FAO), que acompanha as commodities alimentares mais negociadas globalmente, teve média de 127,2 pontos no mês passado, contra 126,5 em março, informou a agência na sexta-feira. A leitura de março havia sido originalmente dada como 126,9.

A FAO, sediada em Roma, disse que o aumento de abril refletiu preços mais altos de açúcar, carne e arroz, que compensaram quedas nos índices de preços de cereais, laticínios e óleos vegetais.

“À medida que as economias se recuperam de desacelerações significativas, a demanda aumentará, exercendo pressão de alta sobre os preços dos alimentos”, disse o economista-chefe da FAO, Maximo Torero.

O índice de preços do açúcar subiu 17,6% em relação a março, atingindo seu nível mais alto desde outubro de 2011. A FAO disse que o aumento está relacionado a preocupações com a oferta mais restrita após revisões para baixo nas previsões de produção para Índia e China, juntamente com produções abaixo do esperado anteriormente na Tailândia e na União Europeia.

O índice da carne subiu 1,3% em relação ao mês anterior, enquanto os preços dos laticínios caíram 1,7%, os dos óleos vegetais recuaram 1,3% e os dos cereais retraíam 1,7%, com um declínio nos preços mundiais de todos os principais grãos superando a alta do arroz.

“O aumento dos preços do arroz é extremamente preocupante e é essencial que a iniciativa do Mar Negro seja renovada para evitar outros picos de trigo e milho”, disse Torero, referindo-se a um acordo para permitir a exportação de grãos ucranianos via Mar Negro.

Em um relatório separado sobre oferta e demanda de cereais, a FAO previu a produção mundial de trigo em 2023 de 785 milhões de toneladas, ligeiramente abaixo dos níveis de 2022, mas ainda assim a segunda maior produção já registrada.

“(As) perspectivas 2023/24 para a produção de arroz ao longo e ao sul do equador são mistas, em grande parte devido ao impacto regionalmente variado do evento La Niña”, disse a FAO.

A FAO elevou sua previsão para a produção mundial de cereais em 2022 para 2,785 bilhões de toneladas, ante 2,777 bilhões anteriores, apenas 1,0% abaixo do ano anterior.

A utilização mundial de cereais no período 2022/23 foi estimada em 2,780 bilhões de toneladas, disse a FAO, uma queda de 0,7% em relação a 2021/22. Espera-se que os estoques mundiais de cereais até o final da temporada 2022/2023 diminuam 0,2% em relação aos níveis iniciais, para 855 milhões de toneladas.

 

 

REUTERS

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