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SÃO CARLOS/SP - Encontram-se abertas as inscrições para uma oportunidade de estágio de seis (06) meses para alunos de graduação (último ano de curso) e de pós-graduação, oriundos de qualquer universidade e já possuidores de experiência e/ou conhecimentos na área de Óptica, no sentido de integrar um projeto do CEPOF-IFSC/USP-EMBRAPII visando o desenvolvimento de um OCT - Aparelho Óptico de Tomografia de Coerência.

Este estágio (com bolsa) compreenderá um período de 02 meses em um dos mais renomados centros de óptica do mundo, localizado nos EUA, onde o estagiário irá projetar o citado equipamento, e os restantes meses no IFSC/USP para completar o projeto. O objetivo é construir, com base em um OCT, um sistema inédito e totalmente inovador de bioidentificação, ou seja, da identificação digital profunda na parte interna da derme dos dedos, impedindo, dessa forma, a falsificação e/ou adulteração das impressões digitais.

Este é um projeto da Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Empresarial - EMBRAII - Unidade do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), em estreita colaboração com o Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CEPOF-IFSC/USP).

Os interessados a esta vaga poderão obter mais informações e manifestar o seu interesse enviando o respectivo CV para o email Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

 

SÃO CARLOS/SP - Um acidente de trânsito na manhã desta quarta-feira, 5, deixou uma motociclista de 56 anos ferida na região da USP, em São Carlos.

A motociclista realizava o contorno na rotatória existente no local, quando o motorista de um carro que transitava pela Avenida Trabalhador São-carlense (sentido rodoviária/shopping) não teria respeitado a sinalização de parada obrigatória e atingiu a motociclista.

Com a colisão a mulher foi ao solo sofrendo trauma na perna e socorrida pelo SAMU e levada à Santa Casa de Misericórdia de São Carlos.

SÃO PAULO/SP - A  Universidade de São Paulo (USP) removeu as notas e a frequência de 275 alunos de graduação que não apresentaram os comprovantes de ter tomado as duas doses de vacina contra a covid-19. Ao retomar as aulas presenciais, no primeiro semestre deste ano, a universidade só autorizou a frequência de alunos e professores com esquema vacinal completo.

No entanto, alguns dos alunos que tiveram a frequência e as notas canceladas estão apresentando os comprovantes de vacinação. Segundo a instituição, apesar de já estarem vacinados há algum tempo, os estudantes não tinham comprovado a situação. Desse modo, o número de estudantes afetados pela medida deve diminuir.

Ainda de acordo com a universidade, foram afetados apenas 0,45% dos 60 mil estudantes de graduação.

Para o segundo semestre, será exigida a comprovação de três doses da vacina contra a covid-19.

 

 

Por Daniel Mello – Repórter da Agência Brasil 

SÃO CARLOS/SP - O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) está realizando uma chamada para seis (06) pacientes voluntários portadores da Doença de Parkinson, para a realização de uma nova pesquisa para tratamento das dores e tremores provocados por essa enfermidade.

A chamada é para pacientes de ambos os sexos, de qualquer faixa etária, cujo diagnóstico da doença tenha sido feito há menos de três anos e que estejam sendo acompanhados clinicamente.

Esta pesquisa será realizada pelos pesquisadores do IFSC/USP, Drs. Kelly Zampieri e Antonio de Aquino Junior ao longo de vinte sessões, que ocorrerão na Unidade de Terapia Fotodinâmica, localizada na Santa Casa da Misericórdia de São Carlos.

Os interessados em participar nesta pesquisa poderão obter mais informações e fazer seu cadastramento através do Telef. (16) 3509-1351.

 

SÃO CARLOS/SP - Pesquisadores do Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia do IFSC/USP (GNano), coordenado pelo pesquisador Prof. Valtencir Zucolotto, desenvolveram um chip descartável com dois biossensores que utilizam a proteína não-estrutural NS1 como biomarcador, e que através de um único teste pode detectar e distinguir essa proteína presente nos vírus Zika e Dengue. O artigo foi publicado na revista “Biosensors and Bioelectronics” (IF=12.545).

Por um lado, esta pesquisa é particularmente importante tendo em vista que os vírus Zika e Dengue apresentam sintomas muito parecidos, sendo que os diagnósticos comuns geram por vezes dúvidas entre uma e outra doença. Por outro lado, o novo chip apresenta também a particularidade de distinguir essas proteínas da proteína spike do SARS-CoV-2, vírus causador da COVID-19 e que, no estágio inicial, também apresenta sintomas semelhantes aos da Zika e Dengue. Isso é especialmente relevante para áreas onde há a co-incidência dessas doenças.

Havendo a possibilidade de integrar mais dois biossensores neste chip, tornando-o uma plataforma portátil e versátil para a detecção várias doenças virais, este estudo poderá causar impactos positivos e bastante importantes, principalmente nos serviços de saúde, tendo em vista que só no que diz respeito à Dengue, a Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que anualmente 390 milhões de pessoas sejam infectadas por esse vírus em todo o mundo.

Assinam o artigo científico  os seguintes pesquisadores:

Isabella Sampaio, Felipe Domingues Quatroni , Juliana Naomi Yamauti Costa e Prof. Valtencir Zucolotto.

 

SÃO CARLOS/SP - O “Programa Vem Saber”, coordenado pelo docente e pesquisador do IFSC/USP, Prof. Antonio Carlos Hernandes, leva a efeito nos próximos dias 24 e 25 de setembro (sábado e domingo), no Campus USP de São Carlos, a Escola de Física Aplicada “Marie Curie, uma ação inserida no programa de difusão científica da USP dedicada a motivar os jovens estudantes do ensino médio a ingressarem no ensino superior e a aprofundarem seus conhecimentos no vastíssimo e apaixonante campo da física.

Nesta primeira edição do programa participarão 45 estudantes de vários estabelecimentos de ensino de São Carlos e região, contando-se com o apoio do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), e do Centro de Desenvolvimento de Materiais Funcionais (CDMF), um CEPID onde o Prof. Hernandes ocupa o cargo de coordenador de difusão. Em relação à programação desta Escola, ela contemplará áreas de física e outras com interface definidas em medicina, materiais e biotecnologia.

"Esta Escola é mais um evento de difusão científica que estamos proporcionando aos estudantes das escolas públicas de São Carlos e região, sendo que ela é focada em temas modernos de física e, ao mesmo tempo, prestando uma homenagem às mulheres. A denominação desta escola é exatamente um tributo merecido à cientista Marie Curie, que foi duas vezes vencedora do Prêmio Nobel", salienta Hernandes. 

As aulas serão ministradas por professores do IFSC/USP e uma professora convidada oriunda do Departamento de Engenharia de Materiais (DEMa) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

SÃO CARLOS/SP - O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) recebe neste dia 20 do corrente mês, no Auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas”, a partir das 19h00, mais uma edição do programa “Ciência às 19 Horas”, desta vez subordinada ao tema “Dinossauros do Brasil – 170 milhões de anos de evolução”, com a participação do Prof. Luís Eduardo Anelli* (IG/USP).

Em sua apresentação, que certamente despertará o interesse de alunos e professores dos ensinos fundamental e médio de nossa cidade e região, o palestrante começará por informar que os mais antigos esqueletos de dinossauros são conhecidos de rochas brasileiras com 233 milhões de anos de idade, sendo que naquele tempo, um supercontinente agrupava todas as terras emersas hoje conhecidas e apenas dois oceanos banhavam suas praias. Mamíferos e flores ainda não existiam e nem qualquer vertebrado havia aprendido a voar.

Em sua palestra, o Prof. Luís Anelli pontuará que 170 milhões de anos mais tarde, após impactos de asteroides gigantes e vulcanismos que perduraram por milhões de anos, seis continentes rodeados por cinco oceanos estavam repletos com milhares de espécies de dinossauros. Eles disputavam os ares com répteis gigantes, devoravam pequenos mamíferos, se especializavam na captura de insetos que se multiplicavam em parceria com as plantas com flores.

Com tamanhos que variavam desde o de uma pequena rolinha, ao de causar espanto à baleia-azul, eles desafiaram as leis da física e da biologia.

Chamada de era dos dinossauros, a “Era Mesozoica” foi o mais intenso momento para a geologia e biologia em toda a história da Terra.

No Brasil, as rochas de boa parte desse intervalo, bem como o trabalho de diversos paleontólogos, já nos deram cerca de 50 espécies de dinossauros, protagonistas de histórias que estamos começando aprender a explorar.

Este evento é gratuito e aberto a todos os interessados, com transmissão ao vivo pelo Canal Youtube do “Ciência às 19 Horas”.

Biodefensivo encapsulado com ação inseticida e fungicida é liberado de forma prolongada

 

SÃO CARLOS/SP - Um artigo publicado há cerca de dois meses na prestigiada revista científica “Nanomaterials”, da autoria de pesquisadores de nove universidades do Brasil e do exterior, com o apoio da EMBRAPA, da FAPEAM e do        Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), reporta as últimas pesquisas desenvolvidas no sentido de controlar pragas que assolam árvores frutíferas típicas da Amazônia, neste caso concreto o cupuaçuzeiro, que tem um peso substancial na economia local.

O Prof. Edgar Aparecido Sanches (42), docente da Universidade Federal do Amazonas (UFAM) é um dos autores desse artigo científico, conjuntamente com outros renomados cientistas, entre os quais se contam os pesquisadores do IFSC/USP, Profs. Vanderlei Salvador Bagnato e Francisco Eduardo Gontijo Guimarães, e a Drª Natália Inada. O objetivo da pesquisa foi desenvolver uma tecnologia com base no óleo essencial extraído da planta Lippia origanoides, conhecida no Amazonas como “Erva-de-Marajó”, uma espécie da família do orégano, seguindo-se o desenvolvimento de sistemas de partículas (sistemas poliméricos biodegradáveis) para encapsular esse óleo, transformando o conjunto em um biodefensivo contra duas pragas que atacam o cupuaçuzeiro - a “Vassoura de Bruxa” (Moniliophtora perniciosa) e um tipo de besouro chamado “Broca-do-Cupuaçu”  (Conotrachelus humeropictus).

O início das pesquisas

Tudo começou em 2018 quando Edgar Sanches teve um projeto aprovado pela FAPEAM dedicado ao desenvolvimento de biodefensivos  para plantações frutíferas no Amazonas, tendo ao longo do tempo testado em várias pragas de frutas da região. Contudo, o foco acabou por ser o cupuaçuzeiro e as pragas que atacam essa árvore, partindo do princípio de que muitos óleos essenciais de plantas da própria região poderiam ser utilizados como biodefensivos. “O óleo que apresentou maior eficiência - e que acima está identificado - foi utilizado e, na sequência, desenvolvemos sistemas de partículas para encapsular esse óleo. Nossa pesquisa compreende duas vertentes: primeiro, é encontrar o princípio ativo, no caso nós encontramos  esse óleo essencial que é mencionado no artigo, e a segunda parte foi desenvolver sistemas de partículas que sejam  biodegradáveis e que  encapsulem esses óleos essenciais e os protejam do meio externo. Então, nós conseguimos desenvolver essas duas etapas. Tínhamos um sistema encapsulado com eficiência contra essas pragas do cupuaçuzeiro e foi a partir daí que o IFSC/USP teve um papel importante nesta pesquisa”, relata Edgar Sanches.

Com seu ingresso no IFSC/USP, em 2022, para iniciar seu pós-doutorado, o Prof. Edgar Sanches trouxe com ele a sua pesquisa e a intenção de entender como a radiação poderia interagir com todo o sistema, que era a base de seus estudos. “Precisava entender a forma como a luz solar age sobre esses sistemas, se ela acelera o processo de  liberação, se ela degrada o sistema mais rapidamente do que a gente esperaria. Então, trouxe esse sistema aqui para o IFSC/USP, em parceria com o Prof. Bagnato e com todo seu grupo. Estamos tentando entender de que forma a luz interage nesse sistema, e esse é um ponto que ainda está em andamento. Um segundo ponto, que foi concretizado e que entrou neste trabalho, nesta publicação, foi a visualização do óleo essencial dentro da partícula. Então, aqui no IFSC/USP, através da Microscopia de Fluorescência Confocal, conseguimos visualizar o óleo essencial dentro dessas partículas e a maneira como ele está distribuído internamente. É muito importante entender como ocorre essa distribuição do óleo no interior da partícula, porque isso influencia no processo de liberação controlada”, explica o pesquisador.

Em termos gerais, esta pesquisa - ainda in vitro - prevê a utilização deste processo através de pulverização nas árvores frutíferas, não com o intuito de exterminar uma espécie,  como a dos besouros -, mas sim como agente de controle em um determinado ambiente. Estes estudos abrem portas para que sejam pesquisados outros óleos essenciais extraídos da flora brasileira que, também com a ação da luz, sejam liberados mais eficientemente do interior das partículas e possam controlar outras pragas sem que com isso hajam impactos negativos na flora, fauna e meio ambiente.

Os estudos e as pesquisas irão continuar por mais algum tempo, sendo que os pesquisadores nacionais esperam iniciar seus trabalhos no campo, obviamente com a manutenção dos apoios que se fazem necessários. “O apoio da FAPEAM está sendo fundamental, bem como o da EMBRAPA, do IFSC/USP e também dos alunos e bolsistas que estão envolvidos. Sem essas colaborações não teríamos avançado como avançamos. Assim, para quem faz o que gosta, para quem trabalha com o que gosta, é simplesmente um resultado interessante e eu fiquei muito feliz com o convite para esta pesquisa”, finaliza o pesquisador.

Pesquisadores da USP de São Carlos colocam essa possibilidade

 

SÃO CARLOS/SP - A resistência das bactérias aos antibióticos está entre os problemas mais sérios enfrentados pela civilização moderna, acreditando-se que, possivelmente, uma nova pandemia poderá surgir causada por bactérias resistentes aos antibióticos. Os cientistas acreditam na possibilidade do mundo poder enfrentar uma nova pandemia devido à proliferação dessas bactérias resistentes aos antibióticos.

Diariamente, há notícias de doenças que anteriormente respondiam bem aos antibióticos e que agora não obtêm essa resposta, registrando-se, atualmente, um elevado número de óbitos provocados por infecções que não conseguem ser eliminadas. Esta situação desastrosa chegou a este ponto devido ao uso abusivo de antibióticos, fato que contribuiu para que as bactérias adquirissem mutações que se mostram resistentes aos mesmos.

A doença que se tem mostrado mais letal é a pneumonia resistente, que vitimou muita gente que contraiu a COVID-19 nos hospitais e que continua a causar preocupações, colocando aos cientistas de todo o mundo a questão de como quebrar essa resistência.

Através de trabalhos realizados no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), através do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CEPOF) e de uma rede de pesquisadores internacionais, os cientistas conseguiram obter uma primeira resposta para quebrar a resistência bacteriana aos antibióticos, utilizando a ação fotodinâmica.

Produzindo um stress oxidativo nas bactérias, pela introdução de agentes fotossensíveis, grupos de cientistas chefiados pelo docente e pesquisador do IFSC/USP, que também exerce sua atividade na Texas A&M University (EUA), Prof. Vanderlei Salvador Bagnato, demonstraram que após este tratamento as bactérias voltaram a ser eliminadas pelo mesmo tipo de antibióticos que haviam anteriormente demonstrado resistência. O trabalho, envolvendo a Dra. Kate Blanco e a aluna Jennifer Machado, ambas do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), juntamente com colaboradores estrangeiros, acaba de ser publicado na prestigiosa revista “PNAS- Procedings of the National Academy of Science” (EUA). Outro trabalho sobre este tema está em fase de publicação em outra revista de grande prestígio internacional, sendo que estas abordagens científicas estão tendo uma grande repercussão internacional, devendo prover novas esperanças para o combate das bactérias resistentes.

Atualmente, a equipe do IFSC/USP está progredindo neste campo com o uso da técnica para o tratamento das faringotonsillities (infecções de garganta) e mesmo no tratamento da pneumonia.

 

 

Crise energética faz nascer o “Hidrogênio Verde”

 

SÃO CARLOS/SP - Em aproximadamente quarenta a sessenta anos, as reservas naturais conhecidas de combustíveis fósseis poderão ficar inviáveis para extração, uma questão que não é nova, já que ela vem sendo discutida há várias décadas. A procura crescente - mas lenta - por combustíveis alternativos e limpos tornou-se, recentemente, uma pauta quase emergencial.

Em causa está não só a preocupação pela escassez desse combustível, extraído principalmente através dos lençóis petrolíferos, como também a agressão constante ao meio ambiente com sua queima, conforme salienta o docente e pesquisador do Grupo de Nanomateriais e Cerâmicas Avançadas do IFSC/USP, Prof. Renato Vitalino Gonçalves. “De fato, a perspectiva é que as reduções das reservas de petróleo no mundo irão acontecer a cada década, o que abre a porta para a introdução de combustíveis renováveis, uma ação que irá combater e certamente atenuar os desequilíbrios ambientais que estamos sofrendo, por exemplo, com as temperaturas a atingirem valores nunca antes vistos devido à emissão de dióxido de carbono (CO2), principal ator na emissão de gases que provocam o chamado “efeito estufa”. A queima de combustíveis fósseis aumenta a densidade do CO2 e, por isso, os raios solares penetram nele, mas não conseguem sair - ou saem apenas em parte -, o que causa esse efeito global que coloca em risco o planeta”, relata o docente.

Alternativa: “Hidrogênio Verde”

As alternativas para substituir os combustíveis fósseis já começaram há algum tempo, sendo que a introdução dos veículos movidos a energia elétrica terá sido a primeira delas, utilizando baterias para esse efeito, contudo, de alguma forma ineficaz. O pesquisador aponta que a utilização de baterias nos veículos automóveis tem um problema que é difícil de equacionar: o fato das baterias terem recarga bastante baixa, promovendo somente uma autonomia calculada entre 400 e 500 quilômetros para veículos de passeio, reduz a possibilidade de serem utilizadas em veículos de longo percurso, como caminhões, já para não falar dos trens e aviões. Aí, surgiu a hipótese de se desenvolver e utilizar o designado “hidrogênio verde”. “Os carros elétricos vieram para ficar, o que consubstancia o movimento global para substituir os combustíveis fósseis. Depois de se terem observado as limitações resultantes da utilização de baterias nos veículos automóveis, a ideia de se utilizarem células de combustível de hidrogênio ganhou força, um projeto que está sendo cada vez mais implementado, com exemplos claros nos Estados Unidos, Japão e Coreia do Sul. Ao invés da bateria, os carros que hoje são movidos a hidrogênio, em lugar dos habituais tanques de combustível apresentam uma célula, existindo complementarmente um tanque de hidrogênio cujo manuseio é altamente seguro. O funcionamento das células a combustível baseia-se na divisão dos prótons do hidrogênio por uma membrana, gerando uma corrente elétrica que alimenta o motor elétrico do veículo. Como o hidrogênio tem baixa densidade no estado gasoso, é possível armazenar grandes quantidades num recipiente muito pequeno”, enfatiza o pesquisador.

Contudo, existe um “porém”, atendendo a que cerca de 95% do hidrogênio gerado vem de fontes fósseis, o que redireciona o problema para o estado inicial, ou seja, se os combustíveis fósseis reduzirem dramaticamente, o hidrogênio também reduzirá... E é aí que entra o projeto da criação do “hidrogênio verde”, que pode vir de diversas fontes renováveis e limpas, como a água e etanol. “A implementação de células de combustível com base em “hidrogênio verde” em veículos automóveis é de fato algo muito promissor. Um exemplo de sucesso vem do Ceará, onde está sendo introduzida a primeira planta-piloto de larga escala para a produção de “hidrogênio verde” a partir da eletrólise da água, onde a energia elétrica aplicada aos eletrolisadores será produzida a partir de painéis fotovoltaicos e turbinas aeólicas. Temos então aí o exemplo da utilização da luz solar e do vento para a geração desse gás “limpo”, através de energias renováveis”, pontua o Prof. Renato Gonçalves, sublinhando que após sua utilização na célula de combustível o “hidrogênio verde” se recombina com o oxigênio na atmosfera, voltando a ser água e completando o ciclo.

Hidrogênio verde - Fotossíntese artificial em laboratório

O “hidrogênio verde” é uma das alternativas aos combustíveis fósseis, contudo existe também outra opção muito viável - onde o Brasil pode ser pioneiro -, que é a utilização do etanol, já que o país é o segundo maior produtor do produto do mundo e o primeiro com utilização da cana de açúcar. Segundo nosso entrevistado, nosso país tem a possibilidade real de implementar uma tecnologia baseada em células de combustível a etanol, que não envolve a queima do combustível, mas sim convertê-lo em “hidrogênio verde”, já que o pouco de CO2 que é liberado na atmosfera é consumido pelas plantas. A partir do momento em que houver incentivos na indústria e nos governos, o custo vai ser muito baixo.

“Esta metodologia foi descoberta há precisamente quarenta anos, cujo primeiro trabalho foi publicado no Japão e é o foco do trabalho que desenvolvo em meu laboratório aqui no IFSC/USP. Semicondutores, como óxido de ferro, óxido de titânio e outros, são materiais abundantes, principalmente no Brasil, onde existem grandes reservas. Esses semicondutores absorvem a luz solar e por isso geram elétrons em suas estruturas. Esses elétrons, em contato com a molécula da água, dependendo das condições ideais, podem quebrá-la, dividindo-a em hidrogênio e oxigênio.  Resumidamente, tenho apenas água, o semicondutor, que é estudado por nós e modificado em sua estrutura eletrônica para aumentar a atividade, e a luz solar, que no laboratório é artificial”, explica Renato Gonçalves. Sucintamente e como mero exemplo, se colocarmos numa garrafa PET esse semicondutor, em pó, mergulhado em água e sob a luz do sol natural, consegue-se gerar “hidrogênio verde”. “Este trabalho que faço no laboratório designa-se de fotossíntese artificial, onde procuramos entender e estudar os materiais baratos que se encontram na Natureza, utilizando-os para quebrar a molécula da água, sem que haja energia externa”, conclui o pesquisador.

O professor Renato destaca a importância das agências de fomento, como FAPESP, CNPq e o RCGI/USP-Shell, no suporte e apoio ao desenvolvimento dos projetos sob sua coordenação. Confira no link https://www.rcgi.poli.usp.br/pt-br/projeto-engenharia-de-banda-de-semicondutores-em-dupla-configuracao-e-sua-utilizacao-para-producao-de-hidrogenio-verde-e-conversao-de-co2-em-produtos-quimicos-de-elevado-valor/

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