KIEV - A Ucrânia até agora frustrou uma tentativa de avanço russo para o norte de sua região de Donetsk, mas a cidade de Sloviansk e outras áreas civis estão sendo fortemente bombardeadas, disseram autoridades ucranianas nesta quarta-feira.
A Rússia aumentou seu foco em Donetsk, onde a parte sul já é controlada por ela e seus representantes, depois de concluir a captura da região vizinha de Luhansk no domingo com a tomada de Lysychansk, que agora está em ruínas.
Moscou diz que expulsar totalmente os militares ucranianos de ambas as regiões é fundamental para o que chama de "operação militar especial" para garantir sua própria segurança, uma ofensiva de quatro meses que o Ocidente classifica de guerra de agressão não provocada.
Donetsk e Luhansk formam Donbas, a parte industrializada do leste da Ucrânia que vive a maior batalha na Europa em gerações e que a Rússia quer tomar o controle em nome dos separatistas apoiados por Moscou em duas autoproclamadas repúblicas populares.
Autoridades ucranianas disseram que fortes combates estavam ocorrendo enquanto as forças russas tentavam avançar de Luhansk para a região de Donetsk e para a cidade de Sloviansk.
"Estamos segurando o inimigo na fronteira da região de Luhansk e da região de Donetsk", afirmou o governador de Luhansk, Serhiy Gaidai, à televisão ucraniana.
Ele disse que o Exército regular russo e as forças de reserva foram enviados para lá em um aparente esforço para cruzar o rio Siverskiy Donets e que dois pequenos assentamentos dentro das fronteiras de Luhansk foram palco de combates ferozes.
"A região de Luhansk ainda está lutando. Quase todo o território foi capturado, mas em dois assentamentos os combates estão em andamento", declarou ele em uma entrevista em vídeo.
Gaidai e outras autoridades ucranianas disseram que as forças russas estão atacando alvos na região de Donetsk com artilharia.
Vadym Lyakh, prefeito de Sloviansk, contou em um vídeo na quarta-feira que a cidade foi bombardeada nas últimas duas semanas.
"A situação é tensa", disse ele, falando um dia depois que autoridades locais disseram que forças russas atacaram um mercado e uma área residencial em Sloviansk e mataram pelo menos duas pessoas.
A Rússia diz que não tem civis como alvo.
Lyakh afirmou que 17 moradores foram mortos e 67 ficaram feridos desde que o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou que suas tropas entrassem na Ucrânia em 24 de fevereiro.
Por Pavel Polityuk e Max Hunder / REUTERS
UCRÂNIA - Um ex-funcionário do poderoso Serviço Federal de Segurança (FSB) da Rússia, a unidade de inteligência que sucedeu a KGB, assumiu nesta terça-feira (5) o governo da região ucraniana de Kherson, ocupada pelas forças de Moscou.
Sergei Eliseyev, 51 anos, que até agora era o primeiro vice-governador da região russa de Kaliningrado (noroeste), "assumiu o posto de chefe de Governo da região de Kherson", informou Vladimir Saldo, que comanda a administração da ocupação russa.
O ex-deputado ucraniano Alexei Kovalev, que passou para o lado russo, foi nomeado vice de Eliseyev, responsável pelas questões ligadas à agricultura.
"A Rússia está aqui para sempre", disse.
Desde a conquista de Kherson, Moscou iniciou uma política de "russificação". O país introduziu o uso do rublo na região, emitiu passaportes russos e abriu um banco. Além disso, a economia está em grande parte sob controle da administração da ocupação e os críticos sofrem com a repressão.
No início da ofensiva contra a Ucrânia, o presidente russo Vladimir Putin disse que o país não ocuparia a Ucrânia.
Agora, o Kremlin afirma que os moradores das regiões devem decidir seu destino, o que dá a entender que Moscou seria favorável à organização de um referendo sobre a anexação à Rússia, como aconteceu com a Crimeia.
Nas últimas semanas, no entanto, funcionários pró-Kremlin nas zonas ocupadas foram alvos de atentados.
Kovalev escapou no fim de junho de uma tentativa de assassinato.
UCRÂNIA - O exército russo prossegue nesta segunda-feira (4) com os bombardeios no leste da Ucrânia e avança com o plano de conquistar toda a região do Donbass após a queda cidade estratégica de Lysychansk, no momento em que começa uma conferência internacional na Suíça para traçar um roteiro para a reconstrução da Ucrânia.
O Estado-Maior das Forças Armadas ucranianas anunciou no domingo à noite a retirada de Lysychansk, cenário de combates violentos nas últimas semanas, e reconheceu a "superioridade" das tropas russas nesta região de Lugansk, leste da Ucrânia.
Após a tomada de Lysychansk, peça central do plano de conquista desta bacia industrial do Donbass, majoritariamente russófona e controlada parcialmente pelos separatistas pró-Rússia desde 2014, o exército russo parece concentrar agora os esforços em Sloviansk e Kramatorsk, duas importantes cidades situadas mais ao oeste, que foram atingidas sem trégua desde domingo.
Em um discurso no domingo à noite, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, tentou manter as aparências e citou outras frentes de batalha na região de Kharkiv (nordeste) ou Kherson (sul), onde afirmou que o país conseguiu "progressos".
"Chegará o dia em que falaremos o mesmo sobre o Donbass", declarou Zelenski.
Em Sloviansk, cidade que tinha quase 100.000 habitantes antes da guerra, seis pessoas morreram, incluindo uma menina de nove anos, em bombardeios russos. "O nome dela era Eva. Ela completaria 10 anos em agosto", disse Zelensky em seu discurso.
As autoridades ucranianas pediram à população que abandone esta região. A linha de frente fica a poucos quilômetros de Sloviansk.
Em Siversk, quase 20 km ao oeste de Lysychansk, as tropas ucranianas desejam estabelecer uma linha de defesa entre esta cidade e Bakhmut para proteger Sloviansk e Kramatorsk, que têm um elevado valor simbólico.
Os moradores contaram à AFP que os bombardeios em Siversk ficaram mais intensos nos últimos dias.
"O inimigo intensificou os bombardeios contra nossas posições na direção de Bakhmut", confirmou o Estado-Maior do exército ucraniano em um boletim.
Na Ucrânia, ninguém ousa prever o tempo de duração da guerra.
"No início, os analistas diziam que a guerra terminaria rapidamente. Depois afirmaram que terminaria no Dia da Constituição (28 de junho), depois no Dia da Independência (24 de agosto) e agora não falam nada", declarou à AFP Lyudmila Yashchuk, uma moradora de Kiev de 55 anos.
- Reconstrução -
Na cidade de Bucha, alvo de ataques extremamente violentos no início da guerra, alguns moradores começaram a plantar flores ao pé dos prédios ou a reconstruir seus jardins. Mas a maioria dos habitantes não se atreve a pensar na reconstrução da localidade, quando o resultado dos combates permanece tão incerto.
Na cidade, o estigma dos combates permanece visível em todos os cantos: janelas quebradas, marcas de tiros, paredes com buracos.
"Nós deitamos sem saber se vamos acordar amanhã", conta Vera Semeniuk, de 65 anos. "Todos voltaram e estão começando a reparar as casas, muitos estão colocando janelas novas. Seria terrível se voltasse a acontecer e tivéssemos que deixar tudo de novo".
Enquanto o resultado da guerra permanece incerto, a Conferência de Lugano, que já estava programada para acontecer antes de a Rússia invadir a Ucrânia no fim de fevereiro, tentará nesta segunda-feira e na terça-feira traçar as linhas da futura reconstrução da Ucrânia.
O primeiro-ministro ucraniano, Denys Schmigal, e o presidente do Parlamento, Ruslan Stefanchuk, chegaram a Lugano no domingo.
Eles devem ter uma reunião com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, para estabelecer as bases do "Plano Marshall" para a Ucrânia, apesar da impossibilidade de vislumbrar o fim da guerra e dos cálculos para a reconstrução do país que oscilam de dezenas e centenas de bilhões de dólares.
Robert Mardini, diretor geral do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, disse que embora a verdadeira reconstrução tenha que esperar até o fim dos combates, é vital dar "uma perspectiva positiva aos civis".
A ministra das Relações Exteriores do Reino Unido, Liz Truss, apresentará um grande plano para ajudar a Ucrânia a longo prazo, com a participação na reconstrução do país assim que a guerra com a Rússia terminar.
Por sua vez, o Comitê Olímpico Internacional triplicará sua ajuda financeira direta aos atletas ucranianos visando os Jogos de Paris de 2024 e depois os Jogos de Inverno de 2026, anunciou o presidente do COI, Thomas Bach.
Em visita a Kiev no domingo, Bach, que discursou ao lado do presidente ucraniano, também indicou que "não chegou a hora" de modificar a posição do COI, que recomendou a exclusão de atletas russos e bielorrussos de todos os eventos esportivos internacionais.
UCRÂNIA - Forças da Ucrânia travaram um combate no sábado, 02, com tropas russas e separatistas em Lysychansk, um dos últimos redutos ucranianos na bacia do Donbass, leste do país.
"Os combates são intensos em torno de Lysychansk. Felizmente, a cidade não está cercada e está sob o controle do Exército ucraniano", disse o porta-voz da Guarda Nacional ucraniana, Ruslan Muzychuk.
Um representante da "milícia popular de Luhansk" havia assegurado pouco antes que essa força separatista e as tropas russas "ocuparam as últimas posições estratégicas, o que nos permite afirmar que a cidade de Lysychansk está completamente cercada", o que a Ucrânia negou.
Além disso, a Ucrânia denunciou o "terror russo deliberado" e renovou os pedidos por sistemas antimísseis ocidentais após ataques mortais na região de Odessa.
Segundo autoridades militares e civis ucranianas, pelo menos 21 pessoas, incluindo um menino de 12 anos, foram mortas nesta sexta-feira por três mísseis russos que destruíram "um grande edifício" e "um complexo turístico" em Serhiivka, uma cidade na costa do Mar Negro, a cerca de 80 km de Odessa, no sul da Ucrânia.
"Isso é terror russo deliberado e não erros ou um ataque acidental com mísseis", denunciou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, na noite de sexta-feira, enquanto as autoridades locais asseguraram que "não havia qualquer alvo militar" no local dos ataques.
Em resposta às acusações ucranianas, o Kremlin garantiu que "as forças armadas da Rússia não operam contra alvos civis" na Ucrânia, uma reação descrita como "desumana e cínica" por Berlim.
De acordo com Kiev, os ataques em Serhiivka feriram 38 pessoas, incluindo cinco crianças, duas delas em estado grave.
"Peço aos nossos parceiros que forneçam à Ucrânia sistemas de defesa antimísseis o mais rápido possível. Ajudem-nos a salvar vidas", implorou o ministro das Relações Exteriores, Dmytro Kouleba, chamando a Rússia de "Estado terrorista".
- 'Perdas pesadas' -
De acordo com o exército ucraniano, os projéteis usados contra Serhiivka foram mísseis de cruzeiro soviéticos datados da Guerra Fria e projetados para atacar porta-aviões, do mesmo tipo daqueles que atingiram um shopping center em Kremenchuk (centro da Ucrânia) em plena luz do dia na segunda-feira matando pelo menos 19 pessoas.
Zelensky reconheceu que a situação continua "extremamente difícil" em Lysytchansk, onde a maior parte dos combates está concentrada e onde os russos "tentam cercar" o Exército ucraniano "pelo sul, leste e oeste", segundo o governador local, Serguiï Gaïdaï.
Zelensky reconheceu que a situação continua "extremamente difícil" em Lysytchansk, onde a maior parte dos combates está concentrada e onde os russos "tentam cercar" o Exército ucraniano "pelo sul, leste e oeste", segundo o governador local, Serguiï Gaïdaï.
De acordo com o governador da região de Donetsk, Pavlo Kyrylenko, quatro civis foram mortos e 12 feridos em Sloviansk desde a manhã de sexta-feira.
- Bombardeios diários -
Sloviansk, que fica na província de Donetsk, é bombardeada dia e noite há uma semana. Quatro civis morreram e 12 ficaram feridos nas últimas 24 horas, segundo o governador regional, Pavlo Kyrylenko.
"O Exército russo continuou hoje disparando mísseis contra nossas cidades", afirmou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em seu pronunciamento diário, citando ataques em seis cidades até a noite. "Um combate feroz continua ao longo de toda a linha de frente no Donbass", assinalou, acrescentando que "a atividade do inimigo se intensifica na região de Kharkov".
- Roteiro para a reconstrução -
Zelensky mostrou-se hoje na expectativa da conferência que irá discutir na próxima segunda-feira, na Suíça, a reconstrução da Ucrânia. Líderes de uma dúzia de países e organizações internacionais estarão em Lugano com o objetivo de entregar um roteiro para a recuperação da Ucrânia.
Reconstruir o país "requer investimentos colossais, bilhões, novas tecnologias, melhores práticas, novas instituições e, certamente, reformas", antecipou Zelensky. Segundo ele, 10 regiões da Ucrânia foram afetadas pela guerra, com povoados e vilarejos que precisam ser "reconstruídos do zero".
Perante o bloqueio marítimo que lhe é imposto pela Rússia e que a impede de exportar trigo, a Ucrânia pediu ontem à Turquia que interceptasse um cargueiro russo que saiu do porto de Berdiansk, na zona ocupada, e suspeito de transportar milhares de toneladas de grãos roubados por Moscou.
Ilustrando a questão da guerra de grãos imposta por Moscou e que preocupa muitos países africanos que dependem do trigo ucraniano para sua segurança alimentar, o Exército ucraniano afirmou ontem, com um vídeo de apoio, que o Exército russo havia bombardeado duas vezes com bombas de fósforo a Ilha das Serpentes, uma ilhota no Mar Negro perto das costas ucraniana e romena e essencial para controlar o tráfego marítimo, de onde Moscou havia garantido no dia anterior ter se retirado em "sinal de boa vontade". Kiev, por sua vez, afirma que os russos foram expulsos por repetidos ataques ucranianos.
UCRÂNIA - O exército ucraniano celebrou nesta quinta-feira (30) a "libertação de um território estratégico" depois que a Rússia anunciou a retirada de suas tropas da Ilha das Serpentes, no Mar Negro, ocupada desde os primeiros dias da invasão na Ucrânia.
"Agradeço aos defensores da região de Odessa que fizeram todo o possível para libertar um território estrategicamente importante", disse o comandante das Forças Armadas ucranianas, Valeriy Zaluzhny.
"Em sinal de boa vontade, as Forças Armadas russas cumpriram os objetivos fixados na Ilha das Serpentes e retiraram sua guarnição do local", afirmou o porta-voz do ministério da Defesa da Rússia, Igor Konashenkov, antes de acrescentar que a medida pretende facilitar as exportações de grãos da Ucrânia.
O ministério afirmou que a retirada é uma demonstração ao mundo de que a "Rússia não está impedindo os esforços da ONU de organizar um corredor humanitário para enviar por navio produtos agrícolas a partir da Ucrânia"
A Rússia acrescentou que agora "a bola está do lado da Ucrânia" e acusou o país de não retirar as minas de sua costa do Mar Negro.
"Não há mais tropas russas na Ilha das Serpentes. Nossas Forças Armadas fizeram um grande trabalho", afirmou o conselheiro presidencial ucraniano Andryi Yermak no Twitter.
O comando militar do sul da Ucrânia anunciou no Facebook que durante a noite a Rússia "retirou às pressas os remanescentes de sua guarnição" da ilha depois de "ataques de nossas unidades com mísseis e artilharia".
Também disse que a ilha está "coberta de fogo" e postou uma foto do que parece ser a área com nuvens de fumaça.
A Ucrânia acusa a Rússia de roubar os cereais do país, o que contribui para a escassez mundial de alimentos provocada pelo bloqueio das exportações de produtos agrícolas em portos ucranianos.
Desde o início da ofensiva russa, a pequena Ilha das Serpentes virou um símbolo da resistência ucraniana depois que um grupo de guardas ucranianos que a defendiam rejeitou, em uma mensagem de rádio, a ordem de rendição apresentada por um navio russo.
A retirada militar da Rússia da Ilha das Serpentes, no Mar Negro, mostra que o presidente russo, Vladimir Putin, acha impossível 'quebrar' a Ucrânia, disse o primeiro-ministro britânico Boris Johnson, em Madri, nesta quinta-feira.
"No final, será impossível para Putin subjugar um país que não aceita seu governo", disse Johnson em entrevista coletiva após uma cúpula da Otan, enfatizando a unidade da aliança contra a Rússia.
"Vimos o que a Ucrânia pode fazer para afastar os russos", disse ele. "Vimos o que eles fizeram em Kiev e em Kharkov, agora na Ilha das Serpentes. Acho que a coisa certa para nós é continuar no caminho que a Otan traçou, não importa o quão difícil seja", acrescentou.
UCRÂNIA - Linhas de trens e ônibus ligarão a partir de 1º julho a Crimeia, anexada pela Rússia, com as novas regiões ocupadas do sul da Ucrânia, anunciaram as autoridades pró-Moscou.
Esta é a primeira vez que isto acontece desde a anexação da Crimeia em 2014 por parte de Moscou e a suspensão dos transportes entre as regiões.
O ministério autoproclamado do Interior da região de Kherson, ocupada desde março por tropas russas, informou em um comunicado que os ônibus ligarão duas vezes por dia Simferopol, a capital da Crimeia, com a cidade de Kherson.
Também será criada uma conexão entre Simferopol e as cidades ocupadas de Melitopol e Berdiansk, na região ucraniana de Zaporizhzhia, parcialmente controlada pelo exército russo.
O ministério também anunciou uma linha ferroviária entre a cidade de Dzhankoi, na Crimeia, e Kherson e Melitopol. "A Rosgvardia (guarda nacional russa) garantirá a segurança dos transportes", afirma o comunicado.
Desde a tomada dos territórios no sul da Ucrânia, Moscou exerce uma política de implementação russa: sua moeda, o rublo, passou a ser utilizada, passaportes russos são distribuídos e críticas são reprimidas.
O prefeito ucraniano eleito de Kherson, Igor Kolijayev, deposto pelas forças russas em abril, foi preso na última terça-feira (28). As novas autoridades locais pró-Moscou pedem a organização de referendos sobre o vínculo da região com a Rússia.
EUA - O governo dos Estados Unidos e seus aliados bloquearam mais de 330 bilhões de dólares em ativos russos desde o início do conflito na Ucrânia, informou o Departamento do Tesouro.
Os países aliados congelaram 30 bilhões dólares em ativos pertencentes a oligarcas russos próximos do governo e US$ 300 bilhões do Banco Central da Rússia, afirma um comunicado divulgado pela força-tarefa criada para rastrear o capital russo.
Também apreenderam pelo menos cinco iates de luxo e congelaram propriedades de bilionários russos com vínculos com o presidente Vladimir Putin.
"Juntos, vamos garantir que nossas sanções continuem representando um custo para a Rússia por sua agressão contínua e não provocada contra a Ucrânia", afirmou a força-tarefa no comunicado divulgado pelo Departamento do Tesouro.
A força-tarefa foi criada em 17 de março, três semanas após a invasão da Ucrânia, para aumentar a pressão econômica contra Moscou.
Entre os membros do grupo estão funcionários de alto escalão dos Estados Unidos, Austrália, França, Canadá, Alemanha, Japão, Itália, Reino Unido e da Comissão Europeia.
Outra meta da força-tarefa é isolar Moscou no sistema financeiro global.
No domingo, Reino Unido, Canadá, Japão e Estados Unidos anunciaram que pretendem vetar a compra de ouro por parte da Rússia, para impedir que o país e seus oligarcas utilizem este metal para evitar as sanções.
TURQUIA - A Turquia abandonou na terça-feira (28) sua oposição ao ingresso na Otan da Suécia e da Finlândia, abrindo o caminho para que estes dois países vizinhos da Rússia engrossem a Aliança inimiga de Moscou, após décadas de neutralidade militar.
"Alegra-me anunciar que já temos um acordo que abre o caminho para que Finlândia e Suécia e unam à Otan", disse Jens Stoltenberg, secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em Madri, onde será inaugurada oficialmente na quarta-feira a cúpula do bloco militar.
"Turquia, Finlândia e Suécia assinaram um memorando que aborda as preocupações da Turquia, incluindo as que se referem à exportação de armas e à luta contra o terrorismo", acrescentou.
A Turquia anunciou, por sua vez, que "obteve o que queria" para abrir a porta aos dois países nórdicos.
"A Turquia fez avanços importantes na luta contra as organizações terroristas", afirmou em um comunicado o gabinete do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.
Os dois países solicitaram seu ingresso depois que o presidente russo, Vladimir Putin, iniciou a invasão da Ucrânia em 24 de fevereiro e após ter permanecido durante toda a Guerra Fria à margem da Aliança liderada pelos Estados Unidos.
O acordo tripartite assinado em Madri "confirma que a Turquia apoiará esta semana na cúpula de Madri o convite para que Finlândia e Suécia sejam membros da Otan", anunciou, por sua vez, o presidente finlandês, Sauli Niinisto, em um comunicado.
Sem contrapartida dos EUA
Os Estados Unidos comemoraram a notícia, esclarecendo que não houve concessões de sua parte para que Ancara abrisse as portas, informou um alto funcionário sob anonimato.
O presidente americano, Joe Biden "cumprimentou a Turquia, a Finlândia e a Suécia" e avaliou que seu ingresso "reforçará a segurança coletiva da Otan e beneficiará o conjunto da Aliança Transatlântica", informou a Casa Branca em um comunicado.
"Ao iniciar esta cúpula histórica em Madri, nossa Aliança é mais forte, mais unida e mais decidida do que nunca", acrescentou.
O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, previu que a adesão deixará a Aliança "mais forte, mais segura".
Em 18 de maio passado, os chanceleres de Suécia e Finlândia entregaram formalmente a Stoltenberg os pedidos de adesão à Otan, mas rapidamente a Turquia anunciou sua oposição, freando um processo que precisa do aval de todos os 30 aliados.
O governo turco acusava a Suécia e a Finlândia de abrigarem militantes do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), uma organização considerada "terrorista" por Ancara.
Também denunciava a presença na Suécia de partidários do pregador Fethullah Gülen, do qual suspeita ter sido o mentor da tentativa de golpe contra Erdogan em julho de 2016.
Por fim, exigia a suspensão do bloqueio de exportação de armas imposto pelos dois países nórdicos após sua intervenção militar no norte da Síria em outubro de 2019, um endurecimento da legislação antiterrorista sueca e a extradição de vários indivíduos que considera "terroristas".
"Nenhum aliado sofreu ataques terroristas mais brutais do que a Turquia, incluindo os do grupo terrorista PKK", explicou Stoltenberg.
"O governo da Turquia e os de Finlândia e Suécia acordaram melhorar sua cooperação na questão da luta contra o terrorismo", acrescentou, destacando que isso incluía "tomar medidas contra as atividades do PKK e chegar a um acordo com a Turquia no tema da extradição".
A adesão é "vital, já que enfrentamos a maior crise de segurança em décadas", comemorou Stoltenberg.
UCRÂNIA - Pelo menos dez pessoas morreram e mais de 40 ficaram feridas pelo impacto de um míssil russo em um centro comercial do centro da Ucrânia nesta segunda-feira (27), anunciou o governador regional, alertando que o saldo pode se agravar.
"Dez mortos e mais de 40 feridos. Esta é a situação atual em Kremenchuk por causa do ataque com um míssil", disse Dmytro Lunin, que chefia o governo regional de Poltava.
"Os ocupantes dispararam um míssil contra um shopping onde havia mais de mil civis. O shopping está em chamas e as equipes de resgate combatem o fogo. O número de vítimas é impossível de imaginar", escreveu mais cedo, no Facebook, o presidente ucraniano, Volodmir Zelenski.
O mandatário ucraniano acompanhou sua mensagem com um vídeo que mostra o centro comercial pegando fogo, com grandes colunas de fumaça e caminhões dos bombeiros.
Segundo a Força Aérea da Ucrânia, o shopping foi atacado com mísseis Kh-22 disparados a partir de bombardeiros de longo alcance Tu-22 da região russa de Kursk.
"O tiro de míssil em Kremenchuk atingiu um local muito movimentado sem qualquer relação com as hostilidades", denunciou no Facebook Vitali Maletsky, prefeito desta cidade que tinha 220 mil habitantes antes da guerra.
"Há mortos e feridos. Mais detalhes chegarão", acrescentou.
O governador regional, Dmytro Lunin, denunciou um "crime de guerra" e um "crime contra a humanidade", bem como um "ate de terror não dissimulado e cínico contra a população civil".
por AFP
UCRÂNIA - A Rússia disse neste domingo (26) que atacou três centros de treinamento militar no norte e oeste da Ucrânia, incluindo um perto da fronteira polonesa, dias antes de uma cúpula da Otan, da qual a Polônia é membro.
Esses bombardeios foram realizados com "armas de alta precisão das forças aeroespaciais russas e mísseis Kalibr [de cruzeiro]", disse o Ministério da Defesa russo em comunicado.
Entre os alvos está um centro de treinamento militar das forças ucranianas no distrito de Starytchi, na região de Lviv, a cerca de trinta quilômetros da fronteira polonesa.
Da AFP, com R7
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