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BRASÍLIA/DF - O presidente Lula da Silva disse na quinta-feira, 6, ter certeza de que o Congresso vai aprovar o projeto que aumenta a faixa de isenção do Imposto de Renda para isentar do IR as pessoas que ganham até R$ 5 mil.

"Vamos dar entrada, fazer as coisas funcionarem. Prometi isso durante a campanha, durante o primeiro e segundo ano. A gente vai apresentar essa proposta e tenho certeza de que a Câmara e o Senado aprovarão, porque todo mundo está preocupado com a melhoria da qualidade de vida do povo brasileiro", disse, em entrevista às rádios Metrópole e Sociedade, da Bahia, nesta quinta.

Lula reforçou que o Ministério da Fazenda e a Receita Federal elaboraram uma medida que compense a renúncia de receita com o aumento da faixa de isenção e que essa conta recairá "nas pessoas mais ricas". Segundo ele, o objetivo é fazer "justiça social".

"Uma pessoa que ganha acima de R$ 50 mil ou R$ 100 mil tem a obrigação de pagar para que as pessoas que ganham menos não paguem", declarou.

"Fazenda e Receita acham que precisa ter compensação sobre isenção do IR até R$ 5 mil e estão procurando nas pessoas mais ricas. No Brasil, quando uma empresa distribui dividendos, a pessoa pode receber R$ 8 bilhões e não paga Imposto de Renda. As pessoas recebem bônus e não pagam. Quem ganha alto salário, não paga", afirmou.

 

ESTADAO CONTEUDO

BRASÍLIA/DF - O presidente Lula (PT) defendeu a deputada federal e presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), cotada como nova ministra de seu governo, mas negou que tenha definido trocas até aqui.

"[Ela] tem condição de ser ministra em muitos cargos, mas, até agora, não tem nada definido. Não sentei para ficar pensando se vou ou não trocar ministro", disse.

"A Gleisi é um quadro refinado. Politicamente, tem pouca gente nesse país mais refinado que a Gleisi", completou, lembrando que ela já foi ministra da Casa Civil da ex-presidente Dilma Rousseff.

O petista concede entrevista a jornalistas no Palácio do Planalto. A conversa acontece em meio à mudança na Secom (Secretaria de Comunicação Social), com a chegada do publicitário Sidônio Palmeira, que já alertou aliados que pretende dar mais visibilidade ao presidente.

No encontro, o presidente afirmou também que quem quiser derrotar seu governo precisará ir para a rua.

"Digo sempre que quem quiser derrotar o meu governo tem que aprender a fazer luta de rua [...] esse é meu tipo de governar e fazer com que as coisas deem certo no Brasil", afirmou.

"É mais fácil ficar na internet mentindo, mas é muito difícil ter coragem de ir para a rua e discutir com povo as coisas que estão acontecendo no país", seguiu.

Ele disse que quer derrotar "definitivamente a mentira" no país.

"Não é possível o que está acontecendo no mundo com a democracia. Na verdade, a democracia será a grande derrotada se a gente permitir o crescimento da extrema-direita como está a acontecendo", afirmou.

Participam da entrevista os repórteres de veículos que fazem a cobertura diária do Palácio do Planalto. Dez profissionais foram sorteados para fazer perguntas ao presidente. Os veículos foram O Globo, Rede TV!, TV Meio Norte, UOL, R7, ICL, Rádio Gaúcha, Platô, Broadcast e Valor.

 

POPULARIDADE

A entrevista de Lula é concedida na sequência de queda na avaliação do presidente em pesquisas recentes, ligando alerta no Palácio do Planalto. Levantamento da Quaest mostrou que pela primeira vez no terceiro mandato a avaliação negativa do governo Lula superou a positiva.

A pesquisa mostrou que 37% avaliam negativamente o governo, um crescimento de seis pontos em relação à última sondagem, em um intervalo de um mês e meio.

A gestão é considerada positiva por 31% dos entrevistados e avaliada como regular por 28%. Outros 4% não souberam ou não quiseram responder.

O governo colocou o preço dos alimentos como a principal prioridade neste início de ano, com o próprio Lula cobrando seus ministros durante reunião ministerial. As ações, no entanto, já começaram com ruídos após fala do ministro Rui Costa (Casa Civil) dizendo que o governo faria "intervenções" no preço, sugerindo medidas mais heterodoxas. O ministro depois recuou da fala.

Além disso, o governo deve enfrentar mais pressão com a possibilidade de um reajuste no preço do diesel, que pode impactar no preço do frete e dos produtos, além de dar margem para insatisfação de caminhoneiros, categoria com setores ligados ao bolsonarismo.

Por outro lado, o próprio Lula já declarou publicamente que "2026 já começou", em referência às eleições presidenciais. No entanto, o mandatário colocou em dúvida durante reunião ministerial que será candidato à reeleição.

 

 

FOLHAPRESS

BRASÍLIA/DF - A relação entre o governo Lula (PT) e o PSD sofreu abalos às vésperas da reforma ministerial, depois que o presidente do partido, Gilberto Kassab, fez duras críticas à política econômica conduzida pelo ministro Fernando Haddad (PT).

Aliados do presidente Lula enxergaram nas declarações um sinal de que não está garantido o apoio do PSD à sua reeleição ainda que já ocupem três ministérios, além da ameaça de que o partido aproveitará o momento de fragilidade do Executivo para ampliar seu espaço na Esplanada.

As declarações de Kassab, nesta quarta-feira (29), ocorreram no mesmo dia em que o senador Omar Aziz (PSD-AM) criticou a escolha da presidente do PT, Gleisi Hoffmann (PR), para a Secretaria-Geral da Presidência.

O presidente Lula já avisou a aliados que Gleisi vai assumir um ministério na reforma que deve ser iniciada a partir da próxima semana, com o fim da eleição para o comando da Câmara e do Senado.

Interlocutores do presidente identificam nas críticas de Kassab um aceno ao mercado e à base bolsonarista do governo de São Paulo. Kassab é secretário de Governo da gestão Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Nesta quarta-feira, ele disse que Haddad é fraco na condução do Ministério da Fazenda, em comparação a ocupantes do cargo em governos passados, incluindo outros mandatos de Lula e até a ditadura militar.

"O que vemos hoje é uma dificuldade do ministro Haddad de comandar. Um ministro da economia fraco é sempre um péssimo indicativo", disse durante evento do banco de investimento UBS BB, em São Paulo.

Kassab disse ainda que "o PT não estaria na condição de favorito, mas de derrotado", se as eleições presidenciais fossem hoje.

No Palácio do Planalto, o discurso foi recebido como um alerta para o fato de o PSD não aceitar a perda de postos estratégicos. Em suas conversas, Kassab tem deixado claro que se opõe, por exemplo, à hipótese de demissão do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira (PSD), cujo posto é visado pela cúpula do Senado.

Aliados de Lula têm apostado na reacomodação de Silveira em um cargo como cota pessoal do presidente. Entre as possibilidades à mesa seria sua nomeação na Secretaria de Relações Institucionais, hoje chefiada pelo ministro Alexandre Padilha (PT) -que, por sua vez, assumiria o Ministério da Saúde.

Petistas saíram em defesa de Haddad. O ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, elogiou, nas redes sociais, a atuação do ministro da Fazenda.

"Estranho seria se o articulador político do governador Tarcísio elogiasse o exitoso trabalho de @Haddad_Fernando à frente do Ministério da Fazenda. Recordes em geração de emprego, diminuição da pobreza, reforma tributáriaSão tantas as vitórias que devem mesmo irritar a oposição", publicou.

O deputado estadual Emídio de Souza (PT-SP) disse que "Kassab é fraco de memória". E acrescentou: "Haddad é o ministro que depois de quase quarenta anos aprovou a reforma tributária, fez o país crescer 7% em dois anos, reequilibrou as contas públicas que Bolsonaro e [Paulo] Guedes haviam desorganizado", exaltou.

Coordenador do grupo Prerrogativas, o advogado Marco Aurélio de Carvalho disse que essa foi uma crítica extemporânea e injusta que tem motivação meramente eleitoreira. "Não sei se foi só para agradar a base bolsonarista do governo Tarcísio ou se Kassab projeta uma hipotética disputa [com Haddad] para 2026", disse ele.

Procurado pela reportagem, Kassab reiterou sua avaliação, mas afirmou que nunca supôs que suas declarações produziriam reação do governo Lula. O presidente do PSD disse que aquela foi uma simples análise em resposta a questionamentos de investidores sobre o cenário econômico.

"Se tem alguém que torce pelo Brasil, todos sabem que sou eu. Mas não posso deixar de dizer o que estou enxergando. Em momento algum quis agredir qualquer pessoa ou o governo."

Nesta quarta, a ausência de um expoente do PSD em cerimônia no Palácio do Planalto causou um mal-estar entre os aliados de Lula. O governador paranaense Ratinho Júnior (PSD) não compareceu a evento de anúncio de investimentos para rodovias do Paraná.

"Às vezes, é difícil para alguns governadores prisioneiros da polarização que não reconhecem, mas presidente Lula segue republicano e trabalhando sempre em parceria", disse o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

Ao final do evento, questionado por jornalistas se Ratinho seria um desses governadores, Mercadante disse que não citou nenhum especificamente.

Nesta quarta, em entrevista ao UOL, o senador Omar Aziz disse que a chegada de Gleisi à Esplanada "não será boa para o presidente" porque ela "é militante". "A Gleisi faz críticas ao Haddad... Como é que você vai botar uma ministra que faz crítica a outro ministro? Me explica."

Na Secretaria-Geral da Presidência, a presidente do PT ocuparia um um gabinete dentro do Palácio do Planalto e teria entre suas atribuições a relação com os movimentos sociais.

Lula chamou Gleisi para duas conversas na semana passada. Em uma delas, o presidente afirmou que seu nome vinha sendo defendido para o ministério. A presidente do PT teria dito, em resposta, que o presidente da República não convida, manda.

Nos últimos dias, Gleisi negou a interlocutores que já tivesse sido convidada. Mas a notícia foi repassada pelo próprio Lula a nomes estratégicos de seu entorno.

 

 

FOLHAPRESS

BRASÍLIA/DF - A primeira metade do terceiro mandato de Lula (PT) foi marcada por um desempenho ruim no Congresso Nacional, reflexo de um fenômeno político observado há cerca de dez anos e que projeta mais dificuldade para a reta final da gestão.

O desempenho das medidas provisórias em 2023 e 2024 -a principal ferramenta legislativa do Executivo- foi o pior da história. Os vetos presidenciais, outro grande instrumento do governo na área, também tiveram marca histórica negativa.

Um total de 32 vetos feitos por Lula a projetos aprovados pelo Legislativo foram derrubados total ou parcialmente por deputados e senadores, que têm a palavra final (o presidente tem o poder de vetar projetos do Congresso, que por maioria pode derrubar esses vetos). O número é similar ao de igual período da gestão de Jair Bolsonaro, do PL (31).

Das 133 medidas provisórias que Lula editou em 2023 e 2024, só 20 foram aprovadas, com modificações, cerca de um terço do observado no mesmo período sob Bolsonaro, que até então detinha o pior desempenho -58 MPs aprovadas de um total de 156.

A maior parte, 76, caducou sem ter sido votada.

As MPs têm eficácia de lei desde a edição, mas precisam ser corroboradas pelo Congresso em um prazo de até 120 dias, caso contrário deixam de valer (antes de setembro de 2001 elas podiam ser reeditadas indefinidamente, sem necessidade de análise do Congresso).

Contribuíram para esse resultado a disputa de poder entre Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (PSD-MG) sobre a tramitação das MPs, o que travou boa parte delas, e a relativa pequena presença da esquerda no Congresso -com o controle de apenas cerca de um quarto das 594 cadeiras.

Mas esses dois fatores não são os únicos.

Dilma Rousseff 2 (2015-2016), Michel Temer (2016-2018), Bolsonaro (2019-2022) e Lula 3 (2023 em diante) protagonizaram governos que tiveram na maior parte do tempo uma difícil relação com o Congresso.

O cenário diferiu da maior parte dos governos anteriores, que também enfrentaram momentos de turbulência com o Congresso, mas que na média conseguiram manter uma relação hegemônica.

Os tempos dos costumeiros "tratoraços governistas" no Congresso começaram a ruir em 2015, período que abrigou dois grandes eventos que mudariam o curso da história recente -o começo da escalada em valores e em impositividade das emendas parlamentares e a vitória de Eduardo Cunha (MDB-RJ) sobre o governista Arlindo Chinaglia (PT-SP) na eleição para a presidência da Câmara.

As emendas são hoje o principal instrumento de política dos congressistas, que consomem boa parte do dia a dia e do mandato gerenciando verbas para obras e investimentos em seus redutos eleitorais e costurando blocos locais políticos com governadores, deputados estaduais, prefeitos e vereadores.

Só em 2024, por exemplo, cada deputado teve ao menos R$ 38 milhões em emendas. Cada senador, ao menos R$ 70 milhões. Líderes de bancadas e parlamentares mais influentes direcionam bem mais que isso.

De 2015 até agora, as emendas tomaram uma direção ascendente que as levou a superar a casa dos R$ 50 bilhões. Além do aumento no volume, o Congresso aprovou a execução obrigatória para a maior parte da bolada.

Isso tirou da mão dos governos o principal instrumento que era historicamente usado para formar maiorias e cobrar fidelidade no Congresso, o conhecido "toma lá, dá cá": o governo só liberava emendas de parlamentares aliados e fiéis, e parlamentares condicionavam o apoio e o voto a essa liberação.

O empoderamento do Congresso coincidiu também com a falta de fôlego da esquerda nas urnas e, consequentemente, a majoritária presença da centro-direita e da direita na Câmara e Senado.

Lula venceu Bolsonaro por estreita margem de votos em 2022, mas os partidos de centro-direita e de direita conquistaram a maior parte das cadeiras do Congresso.

Devido a isso, Lula distribuiu nove ministérios a União Brasil, PSD e MDB no início do governo, ampliando depois o leque para PP e Republicanos, com uma pasta cada um.

Apesar de no papel esses partidos somarem larga maioria de deputados e senadores, na prática há muitos oposicionistas nessas legendas e também governistas instáveis, ora apoiando projetos do Palácio do Planalto, ora se colocando contra.

Pesou ainda contra Lula o fato de o PT comandar formalmente a articulação política, mas com um ministro, Alexandre Padilha, que não encontra respaldo entre os principais líderes do centrão.

Em dezembro de 2023, por exemplo, o Congresso derrubou total ou parcialmente, em uma tacada, 13 vetos feitos por Lula.

Em maio de 2024, o Palácio do Planalto amargou outro pacote de derrotas, em votações que tiveram ampla dissidência entre partidos aliados.

No ponto mais chamativo, os parlamentares derrubaram o veto de Lula a trecho da lei que acaba com as saídas temporárias de presos, com o apoio de 314 deputados federais e 52 senadores.

Paulo Niccoli Ramirez, cientista político da FESPSP (Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo) e da ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), cita o crescimento do antipetismo no Congresso e diz que a proximidade das eleições deve levar os partidos mais alinhados a Bolsonaro a intensificar a oposição, elevando a dependência do centrão.

"Isso acaba descaracterizando o perfil do governo Lula, que nos dois primeiros mandatos entregou programas sociais de grande impacto. Antes havia iniciativas fortes, como as voltadas à habitação, que não estão se repetindo agora."

Felippe Angeli, coordenador de advocacy do Justa (centro de pesquisas sobre Justiça, Legislativo e Executivo), ressalta que, em muitos casos, o orçamento destinado às emendas impositivas supera o de determinadas pastas ministeriais, o que fortalece ainda mais a influência dos parlamentares.

"No passado, a coordenação política do governo era baseada ocupação de ministérios e em emendas distribuídas pelo governo após votações importantes. Esses dois elementos garantem ao Executivo um certo poder de negociação. Hoje, com as emendas impositivas, esse equilíbrio mudou, e o poder ficou mais concentrado no Congresso."

A análise numérica das votações de medidas provisórias e vetos é um importante indicativo do desempenho de um governo no Congresso, mas há outros fatores menos objetivos a serem levados em conta. Entre eles, o grau de mudanças ocorridas nas medidas propostas pelo governo, eventuais acordos e mudanças de cenário político e a inclusão de temas de interesse do Planalto em outras propostas.

O governo Lula, por exemplo, tem comemorado a aprovação depois de décadas de discussão da reforma tributária, embora a articulação para isso tenha envolvido uma série de políticos do Executivo, Legislativo e estados.

 

 

FOLHAPRESS

BRASÍLIA/DF - A desaprovação do trabalho feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou a 49% em janeiro, segundo pesquisa Quaest divulgada nesta segunda-feira (27). Essa é a primeira vez desde o início do governo do petista que o índice supera a aprovação, que agora é de 47%. Não sabem ou não responderam foram 4%.

Em dezembro, a desaprovação era de 47%. A aprovação teve queda de 5 pontos percentuais desde então (era de 52% há um mês). A pesquisa ouviu 4,5 mil pessoas de quinta-feira (23) a domingo (26). A margem de erro é de 1 ponto percentual e o nível de confiabilidade do levantamento, encomendado pela Genial Investimentos, é de 95%.

Reprodução/Quaest
Reprodução/Quaest

A avaliação negativa do governo também superou a positiva pela primeira vez em dois anos. 37% dos brasileiros avaliaram negativamente o governo Lula (eram 31% em dezembro), enquanto 31% avaliaram positivamente (eram 33% há um mês). 28% acham o governo regular (eram 34% em dezembro).

Para 50% dos entrevistados, o Brasil está indo na direção errada. 39% acreditam que o país está na direção certa. Em dezembro, eram 46% e 43%, respectivamente. Não sabem ou não responderam seguem 11%.

Reprodução/Quaest
Reprodução/Quaest

A Quaest também avaliou a repercussão das notícias falsas sobre tributação do Pix. Segundo a pesquisa, a regulação do Pix foi a notícia negativa mais lembrada pela população (11%). Segundo Felipe Nunes, diretor da Quaest, "é um percentual muito alto que reforça que a crise impactou na aprovação do presidente".

Reprodução/Quaest
Reprodução/Quaest

Lula decidiu revogar o ato da Receita Federal que ampliava as normas de fiscalização sobre operações financeiras, incluindo o Pix, após polêmicas e fake news. As novas regras visavam ampliar o controle sobre transações de maior valor, obrigando as instituições financeiras a reportar operações acima de R$ 5 mil realizadas por pessoas físicas e R$ 15 mil por empresas.

De acordo com a pesquisa, 66% dos brasileiros acreditam que o governo federal errou mais do que acertou diante da polêmica do Pix. 19% afirmaram que a gestão Lula acertou mais do que errou. Outros 5% falaram que o acerto e o erro do governo foram iguais. 10% não sabiam ou não responderam.

 

SBT

BRASÍLIA/DF - O presidente Lula (PT) disse na segunda-feira (20) em reunião ministerial que a campanha eleitoral de 2026 já começou e que não quer entregar o país "de volta ao neonazismo", em referência à gestão do seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL).

"Dois mil e vinte e seis já começou. Se não por nós, porque temos que trabalhar, capinar, temos que tirar todos os carrapichos, mas pelos adversários, a eleição do ano que vem já começou. Só ver o que vocês assistem na internet para ver que já estão em campanha. A antecipação de campanha para nós é trabalhar, trabalhar, trabalhar e entregar o que o povo precisa", disse.

"Precisamos dizer em alto e bom som, queremos eleger governo para continuar processo democrático do pais, não queremos entregar esse país de volta ao neofascismo, neonazismo, autoritarismo. Queremos entregar com muita educação", afirmou ainda, sob aplausos dos presentes.

Nas primeiras semanas do ano, o governo sofreu derrota para a oposição em torno de uma norma da Receita Federal que ampliaria a fiscalização sobre transações de pessoas físicas por meio desse tipo de transferência que somassem ao menos R$ 5.000 por mês.

Lula decidiu recuar da medida, após ataques da oposição e uma onda de desinformações, que levaram à queda no volume de transações desse tipo feitas na semana passada.

Nas redes sociais, viralizaram vídeos de parlamentares de direita, notadamente o de Nikolas Ferreira (PL-MG), em que ataca o governo e a medida.

A declaração de Lula sobre a oposição já ter começado a campanha de 2026 foi dada durante abertura da reunião ministerial, na Granja do Torto. Este é o primeiro encontro do ano com o primeiro escalão.

A reunião começou pela manhã e deve durar o dia todo. Além de ministros, há também líderes do governo no Congresso.

A expectativa da reunião é para reforçar a cobrança e a pressa por entregas dos ministérios nesta segunda metade do governo. O encontro também ocorre sob a perspectiva de uma reforma no primeiro escalão do governo.

Em outro momento de sua fala, Lula citou os partidos que integram seu governo e afirmou que é preciso entender se essas legendas apoiarão a continuação da gestão no processo eleitoral de 2026.

Hoje, integram a base do governo do petista partidos que ensaiam lançar uma candidatura própria à Presidência, como União Brasil e PSD -cada um com três ministérios na Esplanada. Além disso, uma ala do MDB pleiteia a vice da chapa de Lula.

"Temos vários partidos políticos, eu quero que esses partidos continuem junto, mas estamos chegando no processo eleitoral e a gente não sabe se os partidos que vocês representam querem continuar trabalhando conosco ou não. E essa é uma tarefa também de vocês no ano de 2025", afirmou o petista.

Lula também disse que deverá ter conversas individuais com os ministros de seu governo, num momento de expectativa de reforma na Esplanada. Ele agradeceu a relação de confiança com os aliados e afirmou que, daqui para frente, "vai ter muito mais trabalho".

"Nem tudo que foi anunciado já deu frutos, é preciso que a gente saiba que 2025 é o ano da grande colheita de tudo o que a gente prometeu ao povo brasileiro. E não podemos falhar. Não podemos errar."

O presidente quer passar a mensagem nesta reunião de que o governo chegou na sua reta final, será preciso acelerar as medidas e, sobretudo, dar visibilidade de forma alinhada com a Secom (Secretaria de Comunicação da Presidência). A mais recente crise do Pix reforçou no Planalto a ideia de que é preciso um discurso mais unificado na Esplanada.

Está prevista entre as falas de abertura do encontro a do novo ministro da Secom, Sidônio Palmeira, primeira vez para todo o primeiro escalão do governo. Ele tomou posse na terça-feira passada e já enfrentou a crise do Pix.

Como a Folha de S.Paulo mostrou, um dos seus primeiros atos à frente da pasta foi encomendar uma campanha com foco em autônomos e empreendedores, após diagnosticar grande desgaste com esse público. Na avaliação de aliados do presidente, o diálogo com o segmento já era difícil e piorou ainda mais com a disseminação de fake news sobre a taxação do Pix.

Um dos principais desafios de Sidônio, segundo integrantes do governo, será justamente de alinhar o discurso da Esplanada. Há no Palácio do Planalto um entendimento de que muitos ministros ao proporem uma medida ou tomarem uma decisão nem sempre estão alinhados com o núcleo de governo, ou seja, com o que o presidente quer.

Além de Lula e Sidônio, todos os ministros vão apresentar, brevemente, um balanço de suas pastas e uma projeção para 2025.

 

FOLHAPRESS

BRASÍLIA/DF - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na quinta-feira (9) que fará uma reunião para discutir as novas regras anunciadas pela multinacional Meta, empresa de tecnologia que controla o Facebook, Instagram e WhatsApp, para o funcionamento dessas redes sociais.

"O que nós queremos, na verdade, é que cada país tenha sua soberania resguardada. Não pode um cidadão, não pode dois cidadãos, não pode três cidadãos acharem que podem ferir a soberania de uma nação", afirmou Lula no Palácio do Planalto, enquanto visitava a galeria de ex-presidentes, que fica no térreo do prédio, e foi reinaugurada há poucos meses.

Na última terça-feira (7), o dono da Meta, o bilionário norte-americano Mark Zuckerberg, anunciou as novas diretrizes de moderação de conteúdo das redes sociais e ressaltou que vai se aliar ao governo do presidente eleito dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, para pressionar países que buscam regular o ambiente digital. Entre as alterações, estão o fim do programa de checagem de fatos que verifica a veracidade de informações que circulam nas redes, o fim de restrições para assuntos como migração e gênero, e a promoção de "conteúdo cívico", entendido como informações com teor político-ideológico.

"Eu acho que é extremamente grave as pessoas quererem que a comunicação digital não tenha mesma responsabilidade de um cara que cometa um crime na imprensa escrita. É como se um cidadão pudesse ser punido porque ele faz uma coisa na vida real e pudesse não ser punido porque ele faz a mesma coisa na digital", comentou Lula sobre o impacto das mudanças.

Até o momento, a nova política de moderação da Meta vale para os EUA, mas deverá se estender para outros países.

Antes do comentário do presidente, o novo ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom), Sidônio Palmeira, já havia criticado as novas regras, que na sua avaliação causarão prejuízo à democracia.

Na mesma linha, o secretário de Políticas Digitais da Secom, João Brant, afirmou que a decisão da Meta sinaliza de forma explícita que a empresa não aceita a soberania dos países sobre o funcionamento do ambiente digital, em uma antecipação de ações que serão tomadas pelo governo de Donald Trump, que toma posse no dia 20 de janeiro.

Ainda na quarta-feira (8), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), declarou que a Corte “não vai permitir que as big techs, as redes sociais, continuem sendo instrumentalizadas, dolosa ou culposamente, ou ainda somente visando lucro, instrumentalizadas para ampliar discursos de ódio, nazismo, fascismo, misoginia, homofobia e discursos antidemocráticos”.

 

POR AGÊNCIA BRASIL

BRASÍLIA/DF - O líder do governo na Câmara dos Deputados, José Guimarães (PT-CE), disse que o PT não tem planos para 2026 para candidatar outro nome à Presidência da República além de Luiz Inácio Lula da Silva. Segundo ele, após uma eventual reeleição de Lula, o nome do ministro da Educação, Camilo Santana, “está posto”.

As declarações foram dadas em entrevista na sexta-feira, 3, à rádio Opinião CE. “2026, não tem plano B, na minha opinião. É o Lula. Depois de 2026, aí, evidentemente que o nome do Camilo está posto”, afirmou.

Guimarães também elogiou a projeção do ministro, que já foi governador do Ceará. “Uma das grandes áreas vitoriosas do nosso governo é a da Educação, liderada pelo Camilo. Portanto, ele é um quadro hoje que está se projetando nacionalmente, entre outros nomes que nós temos como referência, do Haddad, do Rui Costa, do Wellington Dias”, disse o parlamentar, citando os nomes do ministro Fazenda, Fernando Haddad, além dos respectivos ministros da Casa Civil e do Desenvolvimento Social.

Ele acrescentou: “O Lula fala assim: ‘Meus ex-governadores dão conta muito bem do recado.’ E o Camilo dá conta muito bem do recado com esse desafio que é fazer a gestão da principal pasta do governo, que é a Educação.”

Guimarães disse ainda que o ministro “será sempre lembrado nacionalmente”, mas que, agora, o que se discute é sobre “preparar o governo para a reeleição do Lula”.

Para o deputado, o governo precisa reunir mais forças políticas do centro em torno do presidente.

“Eu defendo a tese de que nós temos que ampliar a base, trazer todo mundo agora para o governo, esses partidos mais ao centro, pensando em 2026, para construirmos uma mega aliança para garantir a reeleição do Lula”, declarou Guimarães.

 

POR ESTADAO CONTEUDO

BRASÍLIA/DF - Deputados e senadores que integram o chamado ‘Centrão’, parcela majoritária do Parlamento ligada à direita e extrema direita, voltarão das férias em 2 de fevereiro “com sangue nos olhos”, segundo avalia um integrante da base aliada ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Os vetos do Executivo à Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2025 somam-se ao bloqueio das emendas parlamentares, por parte do Supremo Tribunal Federal (STF), que travou a distribuição de mais de R$ 4 bilhões aos políticos alinhados à oposição.

Entre os vetos à LDO estão os dispositivos relacionados ao fundo partidário e às emendas parlamentares. Líderes oposicionistas ouvidos em caráter reservado pela mídia brasiliense adiantam que as votações tendem a ocorrer em bloco, minimizando o desgaste político. Essa prática, já conhecida nos bastidores do Parlamento, seria usada para decisões que poderiam ser vistas como impopulares, como a autorização de um aumento no fundo partidário.

 

Cenário

A relação entre o Legislativo e o Executivo neste início de 2025 inicia-se tensa. Deputados e senadores não escondem a irritação com recentes decisões do STF que limitaram o pagamento de emendas parlamentares, tensionando ainda mais o cenário. O Congresso vê uma suposta influência do governo na decisão da Justiça.

A base de apoio ao governo Lula na Câmara, por sua vez, permanece fragmentada, tornando as negociações para aprovação de pautas estratégicas ainda mais difíceis. Na véspera de Ano Novo, Lula sancionou a LDO de 2025 com 35 vetos, incluindo o trecho que estabelecia um novo cálculo para o fundo partidário.

 

Arcabouço

O presidente justificou a medida alegando que o aumento proposto não seria compatível com o novo regime fiscal, que busca manter um equilíbrio nas contas públicas. Outro ponto polêmico foi o veto ao dispositivo que limitava o bloqueio de recursos destinados ao cumprimento de metas fiscais e emendas não impositivas.

Assim, o governo manteve a possibilidade de bloquear integralmente as verbas indicadas por deputados e senadores, caso seja necessário para atender às exigências do arcabouço fiscal.

 

CORREIO DO BRASIL

Sem visão de para onde quer ir, país anda em círculos com sinais contraditórios na economia e bloqueio mútuo do sistema político. Mas o mal-estar também é global.

 

BRASÍLIA/DF - O ano de 2024 foi um ano perdido para o Brasil. E é de se temer que 2025 seja semelhante. Isso depois da catástrofe dos anos Bolsonaro, quando a sociedade brasileira se viu mais dividida do que nunca, a imagem internacional do país ficou em ruínas, quase nenhuma família não sofreu o luto de uma morte por coronavírus, minorias como indígenas temiam por suas vidas e o meio ambiente foi deixado ao léu pelo próprio presidente para que fosse destruído

Mas, em vez de um novo amanhecer, um novo começo, o país está há dois anos sem rumo, preso na letargia. Uma razão para isso é que Lula foi eleito principalmente por não ser Bolsonaro. Mas seu programa não tinha nada a oferecer que os brasileiros já não tivessem ouvido antes: picanha e cerveja barata para todos e um país que deveria ser "feliz" novamente. Isso era muito pouco, mas foi o suficiente para vencer a eleição.

Lula, então, reconstruiu as estruturas estatais que haviam sido gravemente danificadas por Bolsonaro, colocou a igualdade social de volta no centro da política e deu novo destaque a questões como direitos humanos, proteção ambiental e indígenas, nomeando ministros carismáticos.

No palco internacional, ele enfraqueceu muito a reputação do Brasil na Europa ao se aproximar mais do Brics, hoje dominado por autocratas e ditadores. Em troca, é provável que tenha marcado pontos com eles – independentemente do que isso possa trazer ao Brasil.

Em áreas decisivas, no entanto, Lula parece ter sido abandonado pela sorte e pela habilidade política, como mostrou o ano de 2024.

Embora alguns dados econômicos sejam muito positivos – crescimento estável do PIB e queda no índice de desemprego – esses números positivos não se refletem no humor da população. De acordo com uma pesquisa da Genial/Quaest, 40% dos brasileiros acreditam que a economia se deteriorou nos últimos 12 meses.

Além disso, 68% dos entrevistados afirmaram que seu poder de compra caiu em comparação com o ano anterior. É claro que isso se deve à alta inflação dos últimos anos (considerada o principal motivo da eleição de Donald Trump nos EUA). Portanto, por enquanto, a picanha para todos prometida por Lula não se concretizará.

Igualmente ruim para Lula: há dois anos, ele vem pressionando em vão por uma redução da taxa de juros Selic, que está alta e deve aumentar ainda mais em 2025. Isso não é bom para as famílias e para as pequenas e médias empresas, mas é ótimo para os ricos, que podem seguir aumentando sua riqueza sem esforço. A desigualdade no Brasil, que sempre foi um dos principais males, fica assim mais cimentada.

Também é provável que o real se desvalorize ainda mais, com uma taxa de câmbio prevista de R$ 5,96 por dólar americano em 2025 – apesar de o real fraco ter sido um dos principais argumentos de campanha de Lula contra Bolsonaro, ao lado dos altos preços da comida.

Outra promessa que Lula não está cumprindo: o déficit primário zero em 2024. Em vez disso, o déficit do governo totalizou R$ 105,2 bilhões nos primeiros nove meses do ano, razão pela qual os investidores estão cautelosos com o Brasil.

 

Bloqueio mútuo do sistema político

Mas é claro que não são apenas os dados econômicos contraditórios e o mau humor da população que fazem de 2024 um ano perdido para o Brasil, e que não apontam necessariamente para melhoras em 2025.

Há o bloqueio mútuo das instituições do sistema político brasileiro, expresso de forma emblemática na disputa de poder sobre as emendas parlamentares, que descaradamente são um veículo da corrupção tradicional e epidêmica no Brasil. Nada muda neste país, o Brasil está condenado a continuar andando em círculos. Todo novo começo termina de novo no começo.

Essa lei brasiliensis pode ser observada tanto na violência nas favelas, que permanece inalterada há décadas, como nas flagrantes violações da lei pela polícia militar mal treinada. Sempre há uma grande indignação quando algo ruim acontece. E então nada acontece. Todo aviso, toda tentativa de pensar em uma direção diferente, de tentar algo novo, é interrompida pela atitude conservadora dos brasileiros.

As catástrofes no Brasil são anunciadas. Foi assim em Brumadinho e aconteceu agora com a queda da Ponte Juscelino Kubitschek, que liga o Maranhão e o Tocantins. Doze pessoas morreram, cinco seguem desaparecidas e existe o risco de um desastre ambiental devido à queda de um caminhão carregado de pesticidas no rio.

Os dois municípios conectados pela ponte – Estreito (MA) e Aguiarnópolis (TO) – receberam R$ 35,6 milhões das emendas parlamentares. O valor foi gasto em shows e luzes de LED, entre outras coisas, em vez de reformar a ponte. O Brasil, ao que parece, está preso em um labirinto que construiu para si mesmo.

Isso fica mais evidente na atitude da maioria dos brasileiros sobre o meio ambiente. A quantidade de lixo que hoje pode ser encontrado nas praias, nas paisagens e nos rios quando se viaja pelo país, mesmo em lugares remotos, é de fazer chorar. E que, mesmo no governo Lula, a destruição das florestas brasileiras seguir firme e 60% do país ter ficado em alguns momentos coberto de fumaça de incêndios, é o sinal mais claro de que não mudou muita coisa desde a saída de Bolsonaro.

 

Falta uma visão positiva também no mundo

Este governo e este país não têm uma visão e uma ideia de para onde realmente querem ir. Por um lado, isso certamente tem a ver com a idade de Lula, sua falta de frescor e da energia necessária. Por outro lado, no entanto, é claro que se trata de um fenômeno global.

Não existe uma visão positiva. Tudo gira em torno do medo e de batalhas defensivas: contra a catástrofe ambiental que as mudanças climáticas e a extinção de espécies provocarão, contra a ameaça aguda da Rússia contra a Europa (que o Brasil fica feliz em ignorar e minimizar), contra o conflito sem fim no meio oriente, contra a guerra iminente no Pacífico, contra as brigas que Trump desencadeará, contra as mudanças radicais que a IA já está provocando, contra a violência cotidiana.

Em suma, é uma época bastante triste e temerosa, na qual os demagogos estão florescendo. Uma das consequências é que muitas pessoas se retiram para a esfera privada e tentam de alcançar a riqueza instantânea por jogos de azar. Um sintoma: o sucesso das bets.

Se nada de extraordinário acontecer, 2025 será, infelizmente, tão ruim para o Brasil quanto 2024.

 

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Philipp Lichterbeck queria abrir um novo capítulo em sua vida quando se mudou de Berlim para o Rio, em 2012. Desde então, colabora com reportagens sobre o Brasil e demais países da América Latina para jornais da Alemanha, Suíça e Áustria. Ele viaja frequentemente entre Alemanha, Brasil e outros países do continente americano. Siga-o no Twitter em @Lichterbeck_Rio.

 

Autor: Philipp Lichterbeck

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