BRASÍLIA/DF - Termômetro do Banco Central usado para medir como está a atividade econômica no país, o IBC-Br aponta uma recuperação da economia. Após um segundo trimestre de grandes impactos, com queda de 10,94% devido às necessárias medidas de distanciamento social para tentar evitar a proliferação do novo coronavírus, o trimestre entre julho e setembro apresentou reação. Segundo o BC, houve crescimento de 9,47% no período.
A alta entre julho e setembro foi verificado na comparação com o segundo trimestre do ano. O valor foi calculado após ajuste sazonal, uma “compensação” para comparar períodos diferentes de um ano. Conhecido como a prévia do Produto Interno Bruto (PIB), o IBC-Br avalia mensalmente evolução da economia com informações sobre o nível de atividade dos setores de indústria, comércio, serviços e agropecuária, além do volume de impostos. Em setembro, o índice de atividade subiu 1,29%, quinto mês seguido de alta. Os números do IBC-Br confirmam a reação vista em outros indicadores oficiais, com alta no comércio, indústria e serviços. A recomposição de renda trazida pelo auxílio emergencial, junto com a reabertura das atividades, tem ajudado na reação dos números.
Caso a reação do terceiro trimestre se confirme, o Brasil conseguirá sair da recessão técnica, período que se caracteriza pelo recuo da economia em dois trimestres consecutivos. Nos três primeiros meses do ano, o PIB recuou 1,5%, segundo o IBGE e, nos três seguintes, -9,7%. Para efeito de comparação, no primeiro trimestre, o IBC-Br registrou queda de 1,95% e no 2º, -10,94%. O resultado do terceiro tri será divulgado em 3 de dezembro. A expectativa do mercado financeiro, segundo o Boletim Focus, é de queda de 4,80% no PIB deste ano.
Divulgado mensalmente, o IBC-Br é considerado um termômetro do Produto Interno Bruto (PIB), que é divulgado trimestralmente pelo IBGE. A divulgação oficial do sobre o desenvolvimento da economia no segundo trimestre será divulgada no início de setembro. Por ter formas diferentes de calcular a evolução da economia, nem sempre o IBC-Br e o PIB vêm com resultados semelhantes. O PIB é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país e serve para medir a evolução da economia. O IBC-Br usa estimativa das áreas e também dos impostos.
*Por: Larissa Quintino / VEJA
MUNDO - A economia da zona do euro saltou um pouco menos do que inicialmente informado no terceiro trimestre em relação aos três meses anteriores, informou hoje (13) uma segunda estimativa da agência de estatísticas da União Europeia.
A Eurostat anunciou, em Bruxelas, que a produção econômica dos 19 países que usam o euro saltou 12,6% entre julho e setembro na comparação com o segundo trimestre, contra expansão de 12,7% divulgada em 30 de outubro.
Isso significa que, na base anual, o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro caiu 4,4% no terceiro trimestre, em vez da queda de 4,3% anunciada antes.
O salto da atividade foi resultado da reabertura de economias após lockdowns nos dois primeiros trimestres para desacelerar a disseminação da pandemia de covid-19.
*Por Jan Strupczewski - da Agência Reuters
Apesar de retomada no segundo semestre, setor deve gerar 22,9 mil empregos celetistas até o fim novembro; 15% deles têm chance de ser mantidos
SÃO PAULO/SP - Apesar das projeções mais otimistas sobre as vendas do varejo daqui até o final do ano e das medidas de afrouxamento do isolamento social, o setor deve gerar o menor número de vagas formais para o bimestre outubro/novembro desde 2016, no Estado de São Paulo. Segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), 22,9 mil postos de trabalho formais serão abertos no período – comumente marcado por contratações para atender a demanda de final de ano – sendo que 8 mil deles serão na capital.
Dentre as vagas, a expectativa é que ao menos 15% se tornem efetivas para 2021.
É um volume 35% menor de postos formais de trabalho abertos se comparado com o bimestre outubro/novembro de 2019, por exemplo – quando 35,3 mil empregos foram criados.
Novembro é, historicamente, o mês com maior saldo líquido de vagas formais (número de contratações em relação aos desligamentos) do varejo paulista, porque é a época em que as lojas reforçam suas equipes mirando o aumento da demanda das compras de final de ano.
Isso se reflete, por exemplo, no fato de que a maior demanda de trabalho será por vendedores (32%), atendentes (16%), repositores (13%) e operadores de caixa (12%).
Em 2020, o número de vagas celetistas criadas no varejo nesta época do ano será o terceiro pior da década, segundo a Federação: em 2015, o saldo foi de 15,8 mil empregos no mesmo período e, no ano seguinte, o número subiu para 20,7 mil.
Geração de vagas celetistas no varejo paulista – bimestre outubro/novembro de 2020
Fonte: CAGED com projeção da FecomercioSP
De acordo com a FecomercioSP, os dados ajudam a refletir a situação atual dos varejistas em São Paulo: no primeiro semestre, o setor viu seu faturamento bruto cair 3,3% – a maior queda para o período desde 2015. Considerando os meses de janeiro a agosto de 2020, 104 mil postos celetistas já foram fechados pelo varejo no Estado.
Nota metodológica
Dados de projeção de vagas de emprego a serem geradas pelo varejo paulista para fim do ano de 2020, com base no dado de emprego formal (celetista) a ser divulgado pelo Caged. Importante ressaltar que não devem ser confundidas com os empregos temporários oferecidos por empresas de intermediação de contratação, como agências de trabalho temporário.
Sobre a FecomercioSP
Reúne líderes empresariais, especialistas e consultores para fomentar o desenvolvimento do empreendedorismo. Em conjunto com o governo, mobiliza-se pela desburocratização e pela modernização, desenvolve soluções, elabora pesquisas e disponibiliza conteúdo prático sobre as questões que impactam a vida do empreendedor. Representa 1,8 milhão de empresários, que respondem por quase 10% do PIB brasileiro e geram em torno de 10 milhões de empregos.
MUNDO - A WarnerMedia promoveu uma grande leva de demissões nesta semana. A largada começou com um e-mail do CEO Jason Kilar aos funcionários na manhã de terça (11/11), reconhecendo que o processo era “doloroso”, mas também uma etapa “crítica” na evolução da empresa, que virou uma divisão de entretenimento da AT&T após ser comprada pela companhia de telecomunicações.
A Warner sofreu várias reduções de pessoal desde a aquisição de 2018, mas a tendência ganhou maior ênfase neste semestre atual, conforme a AT&T busca reorganizar seus negócios.
Historicamente, as três unidades principais da companhia – HBO, Warner Bros e Turner – operavam principalmente como grupos autônomos. Agora, a palavra de ordem é sinergia, com equipes sendo mescladas pela primeira vez em décadas e muitas posições eliminadas no processo.
O objetivo é reduzir uma dívida nada desprezível de US$ 151 bilhões, que disparou com a falta de receitas de cinema durante a pandemia de coronavírus e o investimento pesado no lançamento da plataforma HBO Max.
Com cinemas fechados e empresas anunciando menos na TV, as demissões levaram em conta a nova realidade da companhia, que passa realmente por priorizar o streaming.
A AT&T imagina reduzir entre 20% e 30% dos custos operacionais da WarnerMedia com a nova rodada de demissões, que inclui figurões e promove uma devassa no marketing da empresa. Entre os demitidos, estão Scott Rowe, vice-presidente de marketing da Warner Bros Television, que passou 27 anos na companhia, JP Richards, co-presidente de marketing do estúdio cinematográfico Warner Bros, e Jim Gallagher, vice-presidente de marketing do departamento de animações e filmes infantis.
O departamento de recursos humanos da WarnerMedia não revelou números, mas a imprensa americana acredita que centenas de funcionários foram dispensados.
Fontes do site Deadline revelaram que o CEO da companhia se dirigiu aos remanescentes numa videoconferência, na tarde de quarta (11/11), visando levantar a moral com um discurso de que, após os cortes, a WarnerMedia se posicionou para vencer no mercado. “Se tivermos convicção e coragem, seremos maiores do que a empresa jamais foi”, disse ele.
Jason Kilar voltou a enfatizar a importância da HBO Max para o futuro da empresa, reiterando que “dizer que essa área é importante para nós é um eufemismo”, e confirmou os planos de expansão internacional para o streaming – sem fornecer detalhes.
Embora o ritmo de demissões tenha estacionado nos EUA, após esta semana agitada, elas mal começaram no exterior, onde a empresa também passará por grande reformulação para lançar sua plataforma.
*Por: Pipoca Moderna
A Unilever anunciou o Brasil para sua estreia mundial em produtos para cuidados com animais de estimação. Batizada no país como “Cafuné”, a marca inclui produtos para higiene de cães e gatos e para a casa de seus donos e foi desenvolvida junto com veterinários. Alguns produtos são produzidos na fábrica da Unilever, outros juntos com parceiros.
Segundo a Unilever, a escolha do Brasil justifica-se pelo fato de o país ter a segunda maior população de cães e gatos no mundo, um mercado que movimentou cerca de R$ 35,4 bilhões em 2019, segundo o Instituto Pet Brasil.
No caso da Unilever, o movimento reforça a busca da gigante anglo-holandesa por setores com alto potencial de crescimento para compensar queda em produtos de consumo mais tradicionais, de maior concorrência e de margens menores.
Dona de marcas de alimentos como a maionese Hellmann’s e a linha de sorvetes Kibon, a Unilever suspendeu em abril a meta global de crescimento de 3% a 5% das vendas neste ano, devido aos efeitos da pandemia e indicou foco em produtos como sabão em pó, desinfetantes e outros produtos de limpeza.
*Por: ISTOÉ DINHEIRO
MUNDO - O TikTok apresentou na terça-feira uma demanda de última hora para deter os decretos assinados pelo presidente Donald Trump para proibir o aplicativo do grupo chinês ByteDance nos Estados Unidos a partir de quinta-feira.
"Constantemente estamos enfrentando novas solicitações e não vemos nenhuma possibilidade de que nossas soluções propostas sejam aceitas, então solicitamos uma prorrogação de 30 dias como permite o decreto de 14 de agosto", explicou a empresa.
Trump assinou dois decretos contra a rede social. Um deles, de 14 de agosto, obriga a ByteDance a vender as atividades americanas do TikTok em 90 dias por questões de "segurança nacional".
O presidente acusa há meses, sem apresentar provas, a popular plataforma de compartilhamento de vídeos de fornecer dados de usuários americanos ao governo de Pequim.
Depois de negociar com várias empresas, ByteDance e TikTok apresentaram a proposta de criar uma nova empresa na qual o grupo de TI Oracle seria o parceiro tecnológico e o gigante do varejo Walmart o sócio comercial.
Os diretores do aplicativo ainda aguardam a resposta da administração americana.
A empresa reclama que a agência encarregada de velar para que os investimentos estrangeiros não representem risco à segurança nacional não concedeu uma prorrogação.
Uma investigação desta agência, CFIUS, provocou a assinatura do decreto de 14 de agosto.
*Por: AFP
MUNDO - O mundo dos jogos eletrônicos aguardava há vários meses. A Microsoft coloca à venda nesta terça-feira (10) o novo console Xbox Series, dois dias antes do lançamento do PlayStation 5 pela Sony, em um momento de forte demanda provocada pela pandemia.
Os dois consoles, cada um disponível em duas versões com preços diferentes, disputarão a preferência do público durante a temporada de Natal, tradicionalmente lucrativa para a indústria do jogo.
A Microsoft oferece o Xbox Series X, um modelo "premium" ao preço de 499 dólares, e o Xbox Series S, com menor qualidade de imagem, sem leitor de discos, menor e mais barato: 299 dólares.
A empresa americana vendeu metade do número de exemplares de seu console anterior, o Xbox One, que sua rival japonesa com o PlayStation 4. Os dois foram lançados no mercado no fim de 2013.
O lançamento, que estabelece um novo capítulo na história dos jogos eletrônicos, será muito diferente devido ao coronavírus e às novas restrições impostas em vários países.
"A pandemia teve um impacto considerável no comportamento do consumidor com a adoção em larga escala do comércio eletrônico", explica Morris Garrard, analista da Futuresource, que acredita que a maioria das compras deve acontecer por meio de pedidos com entregas a domicílio.
A Sony também advertiu que não venderá consoles nas lojas ao lançar o PS5 (na quinta-feira em vários países da Ásia-Pacífico e América do Norte, em 19 de novembro na Europa) para velar "pela segurança de jogadores e vendedores".
"Por favor, não planeje aguardar diante das lojas para evitar aglomerações", pediu a empresa japonesa na semana passada.
A grande transição online em um momento de crescente demanda por estilos de vida mais caseiros "vai expor ainda mais a distribuição a interferências", disse Garrard à AFP.
"Inevitavelmente, algumas pessoas usarão bots (programas automatizados) para escanear todos os sites e assim que novos estoques forem colocados à venda, estes serão vendidos em questão de minutos".
De acordo com o analista, "muitos que desejam comprar o console podem ter a oportunidade de fazer isto apenas dentro de três a seis meses".
Para marcar o lançamento, a Microsoft organizou uma série de iniciativas online em vários países, começando com uma contagem regressiva até meia-noite de segunda-feira na Nova Zelândia.
Também programou uma apresentação global dos jogos para o novo console, que deve ser transmitida por streaming a partir de terça-feira às 19H00 GMT (16H00 de Brasília).
*Por: AFP
SÃO PAULO/SP - De carona na explosão do comércio eletrônico deflagrada pela pandemia da Covid-19, a varejista Magazine Luiza viu seu lucro ter forte alta no terceiro trimestre, apoiada também na reabertura de lojas físicas e na diluição de custos.
A companhia anunciou nesta segunda-feira que seu lucro líquido ajustado de julho a setembro atingiu 215,9 milhões de reais, um salto de 69,6% sobre um ano antes.
O salto de 148% ano a ano das vendas digitais da companhia, a 8,2 bilhões de reais, fez o canal responder por dois terços das vendas, um avanço de 18 pontos percentuais.
A companhia avalia ter tido ainda um ganho de 5,4 pontos percentuais ano a ano em sua área de atuação, refletindo entre outros fatores a integração de vendas online e lojas físicas, o que ganhou tração com a reabertura de pontos físicos, diante da flexibilização da quarentena adotada para conter a pandemia.
Segundo o presidente-executivo da companhia, Frederico Trajano, o Magazine Luiza se beneficiou também da integração de startups adquiridas nos últimos meses, o que ajudou a ampliar a base de vendedores terceiros no marketplace da varejista, ditando também ganhos de margem dado que as despesas cresceram em menor velocidade do que as receitas.
No trimestre, a receita líquida do grupo somou 8,3 bilhões de reais, alta de 70,8% ano a ano. Enquanto isso, a despesa operacional subiu 52,7%, a 1,68 bilhão de reais, passando a representar 20,3% da receita, ante 22,7% um ano antes.
“Com a integração das startups que compramos, temos possibilidade de diluir custos ainda mais”, disse Trajano.
Nos últimos meses, o Magazine Luiza comprou seis startups que prestam serviços desde logística a educação para negócios, num esforço para expandir e melhorar a base de vendedores no marketplace, que era de 40 mil no fim de setembro.
O resultado operacional medido pelo lucro antes de impostos, juros, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado avançou 41%, a 561,2 milhões de reais.
Um ponto que destoou do conjunto positivo do balanço foi a queda da margem Ebitda, de 8,2% para 6,8%, refletindo maiores gastos com melhoria do nível do serviço.
Segundo Trajano, com o crescimento do comércio eletrônico muito acima do previsto, alguns níveis de qualidade do serviço diminuíram, e a empresa percebeu que isso poderia se agravar com a volta das atividades das lojas físicas.
“Por isso, ampliamos rotas de viagens de veículos e contratamos mais gente”, disse o executivo, referindo-se a um aumento de 3 mil funcionários no período.
No trimestre, o Magazine Luiza retomou o funcionamento integral de todas suas cerca de 1,1 mil lojas e abriu mais 81 unidades, entre lojas convencionais, quiosques e lojas virtuais.
Segundo Trajano, as datas de vendas no final do ano, incluindo Black Friday e Natal, devem ajudar a manter o ritmo de vendas do terceiro trimestre, com apoio ainda de fatores como o auxílio emergencial do governo.
“Para 2021, gostaríamos que o auxílio fosse mantido, mas acho que de todo modo teremos crescimento das nossas lojas físicas, porque a base de comparação com este ano será boa.”
*Por; Aluisio Alves / REUTERS
MUNDO - A Itália aprovou novo pacote de ajuda financeira para amortecer o impacto de restrições impostas esta semana para lutar contra o ressurgimento da pandemia Covid-19.
As medidas acertadas pelo gabinete no final de sexta-feira envolvem € 2,9 bilhões, de acordo com uma fonte com conhecimento do assunto.
As novas restrições contra o coronavírus entraram vigor na sexta-feira (06), dividindo o país em três zonas de acordo com gravidade do novo surto.
As limitações são menos severas do que o confinamento que Roma impôs quando o coronavírus se espalhou pela primeira vez em março, mas muitas lojas foram fechadas nas áreas mais movimentadas como a região da Lombardia, onde as pessoas só podem sair de suas casas para trabalhar, para tratamento médico ou emergências. (Com Reuters)
SÃO CARLOS/SP - A relação entre consumo e emoção nunca esteve tão evidenciada quanto na pandemia da Covid-19. Desde o primeiro momento, a população mundial teve seu comportamento de consumo alterado – seja porque se enxergou a necessidade de fazer estoques de comida, medicamentos e álcool em gel, seja porque os sentimentos diante da incerteza do futuro fizeram com que as compras por indulgência passassem a ser mais constantes. Mas, às vésperas da Black Friday, considerada uma das principais datas do comércio mundial, a pergunta mais pertinente é como o brasileiro vai se comportar no dia 27 de novembro. Como especialista nas relações de consumo, decidi investigar quais são os sinais e drivers desse possível comportamento do cliente e dar algumas dicas para os gestores de marcas, produtos e serviços; a ideia é antecipar como eles podem endereçar os desejos desse consumidor.
Um dos pontos de partida dessa reflexão é a análise setorial Black Friday, conduzida pelo Google. Esse levantamento alerta que os gestores de marcas não devem olhar para o passado na hora de desenvolver as estratégias de vendas para 2020. Embora o faturamento de 2019 com a ação sazonal tenha sido de R$ 3,2 bilhões, este ano se apresenta como uma incógnita; ou seja, em um cenário de incertezas, a expectativa é que o consumo das famílias recue 7,1%. Para se ter uma ideia, em abril, a retração nas vendas do comércio varejista foi de 23,4%; setores como vestuário e calçados foram os mais impactados com retração de 39%; em contrapartida, os hiper e supermercados, além de produtos alimentícios, cresceram 11%.
Se formos considerar o outro lado da moeda – ou seja, os aspectos positivos –, tivemos um aumento nas vendas on-line, já que o isolamento favoreceu as compras por impulso. Em maio, o e-commerce representou 12,6% do comércio varejista. O número de novos e-shoppers cresceu mais de 40%, representando 18% dos consumidores on-line. Essa tendência deve permanecer, sobretudo porque as compras funcionaram como uma válvula de escape; uma forma de inclusão social em um contexto tão adverso.
O que eu quero dizer com isso? Em uma perspectiva mais psicológica, a compra passou a ser fortemente associada ao entretenimento, à indulgência e à necessidade – não necessariamente física. O emocional ditou inúmeras compras, ou seja, comprar virou uma forma de combater o vazio emocional; o medo. Aqui, nota-se que uma possível culpa em comprar demais foi substituída por “eu mereço”. Passados meses de isolamento social, começamos a enxergar casos de indulgência moderada. Na prática, essa compra passou a ser revista e ponderada sob novas formas de encarar a situação de adversidade.
É aqui que se enquadra a Black Friday 2020, que será mais sobre bons negócios do que sobre um consumismo sem reflexão. A pesquisa do Google mostra, por exemplo, que 52% dos brasileiros estão gastando mais tempo na pesquisa por produtos ou lojas; 52% compraram on-line em uma loja que nunca tinham comprado antes; 47% aumentaram as buscas nas categorias do varejo e 50% sentem que as prioridades mudaram – querem viver com menos! Então, quando pensamos em entretenimento, queremos dizer que será mais planejado; em indulgência, que esse consumidor está mais aberto a experimentar produtos, serviços e formas de comprar; e, em necessidade, que ele está mais consciente de suas prioridades.
Com esse cenário, gestores de marcas, produtos e serviços devem ser norteados por motivações de consumo – destacando melhores achados, as escolhas mais inteligentes e as formas de visualizar o consumo consciente. Não estou falando de discursos vazios, somente para conquistar o consumidor. Estou falando que esse deve ser um valor a ser abraçado de verdade.
Embora haja, sempre, o objetivo do consumidor de se deparar com descontos arrasadores, a tendência é que os brasileiros separem as oportunidades dos oportunistas. O consumidor está muito atento – há alguns anos – e, neste momento, bastante sensível a esse ponto. O levantamento mostra, ainda, que há uma tendência, no varejo on-line, por compra de celulares, linha branca, linha marrom, games e acessórios, informática, pequenos eletrodomésticos, esporte e lazer para a casa. Haverá uma maior diversidade na forma de comprar, ou seja, consumidores comprando tanto on-line quanto no varejo físico. Nesse último caso, a minha dica é que o varejista crie formas para que essa compra seja rápida e que passe toda a segurança sanitária necessária.
Um ponto muito importante é o cuidado para não frustrar o consumidor. Os problemas com a entrega de produtos (erros e demoras) são inadmissíveis, sobretudo em um momento no qual o cliente está sensível pelo contexto de pandemia. O mais importante agora é fidelizar esse consumidor com um atendimento de excelência; mais do que nunca, estreitar relacionamento significa aumentar o índice de recompra e de satisfação. É importante entender que as pessoas estão muito tempo em casa, sentindo a necessidade de criar um ambiente seguro – um contraponto à situação –, portanto, cabem às marcas trazer esse prazer, esse gosto novo, esse momento que encanta e nos dá esperança.
Nesse mercado que emerge em consequência da pandemia, há duas questões que serão essenciais para os próximos anos: entender verdadeiramente o novo consumidor e injetar o que chamamos de "fator cool" das marcas, indo além para surpreender esse cliente. Com isso, temos que criar canais de contato como as Black Stores – nas quais o consumidor retira a compra feita no ambiente on-line. Como norte desse jeito de pensar, é importante entender que o cliente quer rapidez, cortesia e assertividade.
Como última mensagem, gostaria de alertar – consumidores e varejos – para a importância de refletirmos sobre o momento que estamos vivendo. Cabe a cada um de nós, consumidores e cidadãos, nortear nossa conduta pela ética e pelo senso de coletividade. Entramos juntos nessa situação e somente coletivamente é que vamos vencer os desafios. Espero que possamos sair melhores; com um sentido mais apurado de humanidade. Comprar e vender é também sobre ser ético e solidário.
Sobre Stella Kochen Susskind | Pioneira na América Latina na metodologia de pesquisa mystery shopping(cliente secreto), Stella é considerada uma das mais importantes experts da temática no mundo. Autora do livro Cliente Secreto, a metodologia que revolucionou o atendimento ao consumidor (Primavera Editorial), a especialista é palestrante internacional, tendo ministrado palestras em Barcelona, Estocolmo, Amsterdã, Londres, Atenas, San Diego, Chicago, Las Vegas, Malta, Belgrado, Algarve, Split e Buenos Aires. Empreendedora desde a década de 1980, fundou em 2019 a SKS CX Customer Experience Consultancy; a consultoria é focada em experiência e satisfação do consumidor, parceria da Checker Software – uma startup israelense de tecnologia da informação que integra metodologias de pesquisa em tempo real. A empresa – premiada em 2020 com o MSPA Elite Member, que a coloca entre as 12 melhores do mundo no segmento – representa uma revolução nas pesquisas de satisfação e experiência do consumidor brasileiro. https://skscx.com.br
Sobre a SKS CX Customer | Fundada em 2019 pela empreendedora serial Stella Kochen Susskind – pioneira na América Latina em pesquisas com a metodologia mystery shopping (cliente secreto), implementada em 1988 no Brasil –, a SKS CX Customer é parceira da startup israelense de tecnologia da informação, Checker Software (integra metodologias de pesquisa em tempo real). A empresa tem revolucionado o mercado das pesquisas de satisfação e experiência do consumidor e dos usuários (User Experience), tanto em lojas físicas quanto em e-commerce e demais canais de venda dos consumidores omnichanel. A empresa brasileira conta com escritórios de São Paulo, Assunção (Paraguai) e Hadera (Israel); possui uma carteira de 30 clientes nos segmentos de finanças, varejo, indústria e serviços. Entre os clientes da SKS CX e da Checker Global: GfK, CiteUp, World Shopper, BVA, L’Oreal, Duty Free Shop, Giorgio Armani, Hugo Boss, Asics, Jack Vartanian, BR Properties e T&A Associados. A SKS CX foi premiada, em 2020, com o MSPA Elite Member, que coloca a empresa entre as 12 melhores do mundo no segmento.
A tecnologia concentra, em uma única plataforma, os resultados de diferentes metodologias de pesquisa, mostrando uma jornada de compra completa de forma on-line (via aplicativos, SMS, código de barras, telefone ou visitas presenciais). A união de resultados permite saber, em tempo real, todos os aspectos que envolvem o atendimento ao consumidor. A pesquisa de cliente oculto passa a concentrar as seguintes avaliações: NPS Net Promoter Score (mede a satisfação do cliente a partir de uma escala de 0 a 10 de indicação da empresa, do serviço ou produto pelo consumidor; o escore é estabelecido diante do cálculo do percentual de promotores e detratores da marca); UX User Experience (satisfação de uso); CX Customer o Experience (satisfação de clientes); VOE Voice of Employees (voz dos funcionários e colaboradores); VOC Voice of Customer (voz do consumidor, integrando resultados de todos os canais); e Brand Tracking (análise para identificar a visibilidade e o prestígio da marca). Acesse o vídeo e conheça as modalidades de pesquisas adotadas pela empresa. https://skscx.com.br
*Por: Stella Kochen Susskind
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