EUA - Um estudo internacional publicado em junho na revista científica Lancet avaliou que uma versão genérica do lenacapavir, novo medicamento considerado revolucionário na prevenção do HIV, poderia ter um custo mil vezes menor que o valor atual.
Comercializado pela biofarmacêutica Gilead, o tratamento hoje custa US$ 25,3 mil por pessoa ao ano (cerca de R$ 136 mil), podendo chegar a US$ 44,8 mil (R$ 241 mil) em algumas situações. Se fosse produzido por outros laboratórios, porém, o tratamento poderia custar de US$ 25 a US$ 47 por ano (de R$ 135 a R$ 253), segundo o levantamento.
Segundo os autores do estudo, se 5 a 10 milhões de pessoas usarem o lenacapavir por ano, o custo de produção poderia chegar aos US$ 25 por pessoa ao ano.
Os pesquisadores afirmam, contudo, que a produção de versões genéricas depende de uma combinação complexa de fatores técnicos, regulatórios e financeiros. É preciso, por exemplo, que os países estejam autorizados a produzir. A Gilead firmou acordos de licenciamento com seis fabricantes, mas limitados a 120 países de baixa renda e excluindo países de renda média, que concentram a maior parte das novas infecções.
Além disso, os fabricantes precisam dominar a síntese do princípio ativo, cuja fórmula foi publicada pela própria farmacêutica, e atender a rigorosos padrões internacionais de qualidade. A cadeia produtiva exige acesso a matérias-primas específicas, fornecidas principalmente por empresas da Índia e da China, e capacidade para fabricar tanto os comprimidos usados no início do tratamento quanto as soluções injetáveis semestrais, afirma o estudo.
COMO FUNCIONA O LENACAPAVIR
Aprovado em junho pela FDA (agência reguladora dos EUA), o lenacapavir surge como nova opção de PrEP (profilaxia pré-exposição) contra o HIV, com 99,9% de eficácia na prevenção da infecção, de acordo com dois estudos clínicos de fase 3 também publicados na revista The Lancet. É um medicamento injetável que requer apenas duas doses por ano.
O remédio é administrado por via subcutânea ou intramuscular e se acumula no tecido, sendo liberado lentamente ao longo de meses. No Brasil, a PrEP disponível atualmente é apenas oral, com comprimidos diários distribuídos gratuitamente pelo SUS.
A medicação representa um avanço significativo, por ser o primeiro da nova classe de antirretrovirais chamada inibidores de capsídeo, que atuam bloqueando a cápsula do vírus e impedindo sua multiplicação. "É uma inovação tanto em segurança quanto em eficácia", disse à Folha o infectologista Paulo Abrão, professor da Unifesp e presidente da Sociedade Paulista de Infectologia, em março, quando analisou os dados da Gilead publicados na Lancet.
O estudo que mostrou as diferenças no custo também aponta que o lenacapavir seria mais fácil de seguir do que os tratamentos orais, que exigem uso diário e estão sujeitos a esquecimentos.
Há também benefícios ambientais. Enquanto a PrEP oral exige 365 toneladas de insumos por ano para atender 2 milhões de pessoas, o lenacapavir precisaria de apenas 4 toneladas do princípio ativo e 8 toneladas de excipientes, segundo os autores do estudo. Isso significaria menos embalagens, menos transporte e menor emissão de carbono.
FOLHAPRESS
SÃO CARLOS/SP - Na sexta-feira (18), o provedor da Santa Casa de São Carlos, Antonio Valério Morillas Junior, o mesário Omar Casale e o gerente médico, Dr. Bento Gomes de Moraes Neto, realizaram uma visita técnica à sede da Razek Equipamentos Ltda, em São Carlos. A comitiva foi recebida pelo diretor da empresa, Artur Sassoli.
Durante a visita, os representantes da Santa Casa puderam conhecer de perto a estrutura da fábrica, seus equipamentos de alta tecnologia e os projetos em desenvolvimento voltados à cirurgias para coluna e ortopedia em geral. A Razek, referência nacional na fabricação de dispositivos médicos, demonstrou interesse em estreitar o relacionamento com o hospital, especialmente nas áreas de inovação, educação e produção.
“O que vimos aqui nos impressionou muito. A Razek é uma empresa que pensa na qualidade de vida das pessoas, e tem grande potencial para contribuir com o avanço das técnicas minimamente invasivas na nossa instituição. Queremos transformar essa aproximação em uma parceria sólida, que beneficie tanto a assistência aos nossos pacientes quanto a formação dos nossos profissionais”, afirmou o provedor Antonio Valério.
A ideia é iniciar um projeto conjunto voltado à capacitação de equipes médicas, com foco em procedimentos de alta complexidade na área da ortopedia, aproveitando o conhecimento técnico da indústria e a experiência prática da equipe da Santa Casa. A proposta também contempla a possibilidade de criação de um laboratório de tecnologia voltado à pesquisa e ao aperfeiçoamento cirúrgico.
Para o diretor da Razek, Artur Sassoli, a visita abre caminhos promissores. “Receber os representantes da Santa Casa foi uma grande honra. Nossa missão é aproximar cada vez mais a indústria da realidade hospitalar, contribuindo com soluções tecnológicas que facilitem o dia a dia dos profissionais de saúde. Essa troca é essencial para a inovação com propósito.”
SÃO CARLOS/SP - O Instituto de Física de São Carlos USP sediará um dos centros Temáticos apoiados pela FINEP, através da chamada pública MCTI / FINEP / FNDCT / Centros Temáticos 2023), instituído no corrente ano, com financiamento inicial de cerca de 12 milhões de reais e vigência até 2028. Sob coordenação do prof. Valtencir Zucolotto, o “Centro Nacional de Inovação em Nanotecnologia Aplicada ao Diagnóstico e Terapia do Câncer e Doenças Raras” surge através do trabalho e dos resultados obtidos no Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia (GNano-IFSC/USP), fundado em 2012. Participam do centro também os professores Osvaldo Novais de Oliveira Jr e Cleber Mendonça, dos grupos de Polímeros “Prof. Bernhard Gross” e do grupo de Fotônica/IFSC, respectivamente.
O novo Centro Temático FINEP tem como objetivo o desenvolvimento de novos sistemas de diagnóstico e de Terapias Avançadas utilizando Nanomedicina para aplicação em Câncer (especialmente em Glioblastoma e de pulmão) e doenças raras, incluindo a Atrofia Muscular Espinhal, AME. Na temática do câncer, em particular, os trabalhos baseiam-se na aplicação de novas nanopartículas desenvolvidas nos últimos anos pelo grupo GNano/USP, capazes de entregar fármacos antitumorais específicos e com alta especificidade, graças ao uso de sistemas biomiméticos - https://doi.org/10.1021/acsami.4c16837 .
O centro será mantido pelo IFSC/USP, com corpo docente e discente altamente integrado em atividades de pesquisa e extensão, incluindo colaborações externas, como pesquisadores do Hospital de Amor (Barretos), da FMUSP e ICESP (através da iniciativa C2PO/ICESP/USP), em São Paulo, bem como diversas instituições internacionais.
O uso da nanomedicina em doenças raras representa um novo paradigma terapêutico, especialmente para pacientes que até então tinham poucas ou nenhuma opção de tratamento. O Centro Nacional de Inovação em Nanotecnologia aplicada ao diagnóstico e terapia do câncer e doenças raras irá contribuir significativamente ao propor soluções de alta tecnologia, com segurança, personalização e potencial de escalar essas terapias futuramente para a prática clínica.
Dentre os objetivos do centro estão três áreas que se deve ter em consideração. A primeira, relacionada com nanomedicina teranóstica, cujo foco é desenvolver nanopartículas que unam diagnóstico e terapia, detectando tumores e, simultaneamente, eliminando células doentes. A segunda vertente são as nanovacinas e a imunoterapia, criando formulações de nanovacinas personalizadas, que “ensinam” o sistema imune a reconhecer e atacar células tumorais, particularmente em câncer e doenças raras. Por último, a nanotoxicologia, com a análise dos riscos e dos impactos das nanopartículas no organismo e meio ambiente, garantindo segurança nas aplicações clínicas.
Inúmeros projetos financiados pela FAPESP, dentre outras agências, justificam a importância da criação deste Centro em termos de inovação clínica e biotecnológica, motivo pelo qual em 2024 o GNano recebeu um dos prêmios “Veja Saúde & Oncoclínicas de Inovação Médica”, pela tecnologia de nanomedicina desenvolvida para administração de medicamentos via nasal no tratamento do glioblastoma
Em resumo, o Centro Nacional de Inovação em Nanotecnologia aplicada ao diagnóstico e terapia do câncer e doenças raras representa uma força transformadora na luta contra o câncer e doenças raras, usando nanotecnologia avançada para criar soluções teranósticas, seguras e personalizadas, com impacto direto na medicina de precisão e inovação clínica no Brasil.
IBATÉ/SP - A cidade de Ibaté foi contemplada com importantes investimentos na área da saúde por meio do Novo PAC Seleções, programa do Governo Federal que prevê a ampliação do acesso aos serviços públicos em todo o país.
O anúncio oficial foi feito nesta quinta-feira (17), durante agenda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Juazeiro, na Bahia.
Ao todo, o Governo Federal destinará R$ 6 bilhões para novos empreendimentos e equipamentos voltados à saúde em todo o Brasil.
No eixo saúde, Ibaté está entre as cidades aprovadas e receberá recursos para a construção de uma nova Unidade Básica de Saúde (UBS), com os equipamentos necessários e para a aquisição de uma ambulância totalmente equipada como expansão do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU).
A nova UBS será instalada no bairro CDHU, em uma área da praça localizada na Avenida Santa Rufina.
O projeto contempla também uma sala de teleconsulta, permitindo que a população tenha acesso a atendimentos especializados à distância, ampliando o alcance e a qualidade dos serviços de saúde no município.
As obras da unidade de saúde estão previstas para iniciar ainda este ano.
A conquista é fruto do planejamento da Prefeitura de Ibaté, que apresentou a proposta com toda a documentação técnica exigida, incluindo a área pública já disponível para a construção.
O prefeito Ronaldo Venturi destacou a importância do investimento: “Essa conquista representa mais qualidade de vida para a nossa população. Com a nova UBS e uma ambulância padrão SAMU, a Prefeitura de Ibaté vai poder oferecer um atendimento mais ágil, moderno e eficiente”.
SÃO CARLOS/SP - Na quinta-feira (17), a Santa Casa de São Carlos recebeu a visita do Secretário Municipal da Pessoa com Deficiência e Paradesportos, Rafael Almeida, que esteve acompanhado de sua chefe de gabinete, Larissa Lavadeci. Eles foram recepcionados pelo provedor da instituição, Antonio Valério Morillas Junior, e pela diretora de Práticas Assistenciais, Dra. Carolina Toniolo Zenatti.
Durante a visita, a comitiva percorreu a enfermaria do bloco E2, que foi recentemente reinaugurada após uma ampla reforma. A revitalização desse espaço foi possível graças a recursos destinados pelo deputado federal Cezinha de Madureira. O espaço reformado foi modernizado e adaptado para garantir mais conforto, segurança e acessibilidade, beneficiando especialmente pacientes com deficiência.
Além da visita técnica, o encontro teve como foco o fortalecimento da relação entre a Secretaria e a provedoria da Santa Casa. Entre os temas discutidos estiveram futuras parcerias para o fornecimento de camas hospitalares, cadeiras de rodas, apoio da assistência social e iniciativas de inclusão de pessoas com deficiência, inclusive pessoas com deficiência visual, no quadro de colaboradores da instituição. “O trabalho que a Santa Casa realiza é essencial para a nossa cidade. Essa aproximação com a Secretaria visa garantir que a inclusão e a acessibilidade estejam cada vez mais presentes no atendimento hospitalar e também na gestão de pessoas,” afirmou o secretário Rafael Almeida.
O provedor Antonio Valério Morillas Junior destacou a importância da integração com o poder público e parlamentares. “Estamos sempre em busca de melhorar a qualidade do atendimento e promover um ambiente mais acessível e acolhedor. A parceria com a Secretaria é essencial para avançarmos nesse compromisso com a inclusão.”
SÃO CARLOS/SP - A Maternidade Dona Francisca Cintra Silva, da Santa Casa de São Carlos, realizou com sucesso mais um procedimento de alta complexidade: uma cesariana seguida de histerectomia em uma paciente de 42 anos, diagnosticada com acretismo placentário, condição rara e de alto risco, principalmente devido à possibilidade de hemorragias graves. Este foi o terceiro caso do tipo atendido pela instituição.
O acretismo placentário ocorre quando a placenta invade camadas mais profundas da parede uterina, dificultando sua remoção após o parto e podendo causar sangramentos intensos, além de complicações como lesões na bexiga, ureteres e intestino. Para garantir a segurança da paciente, a Santa Casa elaborou um plano integrado de atendimento, envolvendo as equipes de Anestesiologia, Ginecologia e Obstetrícia, Cirurgia Vascular, Urologia e Pediatria.
“Esse tipo de procedimento exige uma atuação multiprofissional e um preparo minucioso. Primeiramente, a equipe de cirurgia vascular realiza a embolização das artérias ilíacas internas para reduzir o fluxo sanguíneo. Em seguida, a urologia faz a cistoscopia e a passagem de cateteres duplo J, o que facilita a identificação e preservação dos ureteres. Só então é feita a cesariana: o bebê é retirado, mas a placenta permanece no útero. O útero é removido com a placenta ainda inserida, o que reduz o risco de hemorragia ao tentar separá-la”, explica a Gerente Médica da Maternidade, Dra. Bruna Parreira.
Segundo a médica, o procedimento transcorreu com total segurança e a paciente apresentou excelente recuperação. “Foi uma cirurgia extremamente bem-sucedida. O sangramento foi mínimo, equivalente ao de uma cesariana comum, e a paciente permaneceu estável durante todo o tempo. Ela recebeu transfusão no pré-operatório como medida preventiva, mas não foi necessário ativar o protocolo de hemorragia. No pós-operatório, segue muito bem e, até o momento, não precisou de novas bolsas”, completou.
Para o provedor da Santa Casa, Antonio Valerio Morillas Junior, o sucesso do procedimento reflete a qualificação das equipes e a estrutura da instituição. “A realização de casos tão complexos demonstra a excelência da assistência prestada pela nossa maternidade e a capacidade da Santa Casa de atuar com segurança mesmo em situações de alto risco. Parabenizo todas as equipes envolvidas e reforço o compromisso da nossa gestão em seguir investindo na qualidade do atendimento materno-infantil em São Carlos.”
A paciente segue internada, com quadro clínico estável e em plena recuperação. Referência em gestação de alto risco, a Maternidade Dona Francisca Cintra Silva se destaca por oferecer um atendimento humanizado, seguro e alinhado às melhores práticas médicas.
População pode sugerir prioridades e ações para os próximos quatro anos por meio de formulário digital
ARARAQUARA/SP - A Prefeitura de Araraquara abriu, nesta terça-feira (16), consulta pública digital para a elaboração do Plano Plurianual (PPA) 2026–2029, instrumento essencial que orienta os investimentos, programas e ações do município pelos próximos quatro anos. A contribuição popular será recebida até o dia 1º de agosto por meio de formulário disponível no site da Prefeitura.
O PPA é elaborado no primeiro ano de cada gestão e tem validade até o final do primeiro ano do mandato seguinte. No documento são definidos prioridades, metas e objetivos da administração municipal, indicando como e onde os recursos públicos serão aplicados para promover o desenvolvimento da cidade e melhorar a qualidade de vida da população. O projeto final do PPA deve ser encaminhado à Câmara Municipal até o dia 15 de agosto para análise e votação.
A consulta pública permite que moradores e moradoras de Araraquara opinem sobre os principais problemas de seus bairros, façam sugestões de programas e investimentos, e indiquem áreas que precisam de mais atenção do poder público. Todas as propostas serão avaliadas pelas equipes técnicas da Prefeitura e poderão integrar tanto o PPA 2026–2029 quanto a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) 2026.
A LDO, por sua vez, é responsável por traduzir o planejamento do PPA em metas para o ano seguinte, servindo de base para a Lei Orçamentária Anual (LOA), que detalha as receitas e despesas públicas para o exercício financeiro.
O secretário municipal de Fazenda e Planejamento, Roberto Pereira, reforça a importância da participação popular. “Ninguém conhece melhor a cidade do que quem vive nela. Por isso, queremos ouvir todos os segmentos da sociedade para construir uma Araraquara mais justa e eficiente, a fim de garantir que o planejamento público reflita as reais necessidades da população”, destaca.
A participação deve ser feita por meio do link https://araraquara.sp.gov.br/consulta-publica-digital-ppa-2026-2029loa-2026, onde está disponível o formulário digital para o envio de propostas com sugestões, apontamentos ou prioridades a serem considerados no planejamento da cidade.
O PPA também será tema de audiência pública na Câmara Municipal no dia 25 de julho, às 17h, com o objetivo de receber demandas da população de forma presencial.
SÃO PAULO/SP - A produção de uma vacina contra o vírus zika avançou mais uma etapa: pesquisadores do Instituto de Medicina Tropical (IMT), da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo concluíram os testes em camundongos, em laboratório, e as respostas foram consideradas satisfatórias, com um imunizante seguro e eficiente.
Os testes foram realizados em camundongos geneticamente modificados – mais suscetíveis ao vírus zika –, e mostraram que a vacina induziu à produção de anticorpos que neutralizaram o vírus. O imunizante também não permitiu que a infecção prosperasse, levando a sintomas e lesões.
Os pesquisadores investigaram ainda os efeitos da infecção pelo vírus zika em diversos órgãos de camundongos, como rins, fígado, ovários, cérebro e testículos, com sucesso principalmente nos dois últimos.
O imunizante usa plataforma do tipo “partículas semelhantes ao vírus” (VLPs, da sigla em inglês de virus-like particles), uma opção em outros imunizantes, como aqueles para Hepatite B e para HPV. Com este tipo de produção a formulação dispensa substâncias que potencializem resposta imune, os adjuvantes.
A equipe também adotou uma estratégia de produção com biotecnologia, usando sistemas procarióticos, no caso bactérias, que permitem produção alta, embora demandem atenção com antitoxinas bacterianas.
A estratégia já havia sido usada pelo grupo na produção de uma vacina contra a covid-19.
Gustavo Cabral de Miranda, o médico que lidera o grupo de pesquisadores, esteve em Oxford entre 2014 e 2017 e participou da plataforma de desenvolvimento realizada pelo Instituto Jenner. Deste grupo saiu a base da tecnologia adaptada com a empresa AstraZeneca, um dos primeiros imunizantes ocidentais utilizados na pandemia de 2020.
"Lá estudamos o ChAdOx1 (um adenovírus de Chimpanzés alterado em laboratório) para aplicações em malária, zika, chikungunya, entre outras. E isso gerou tanto conhecimento da capacidade da tecnologia que, quando surgiu a pandemia, surgiu um financiamento muito grande e a tecnologia avançou de maneira muito rápida em direção às aplicações práticas", contou Miranda à Agência Brasil.
Ele explica que a tecnologia costuma ser dividida, basicamente, em dois componentes: a partícula carreadora (VLP), aquela que "chama a atenção" do sistema imune e é reconhecida por ele como um vírus, e o antígeno viral, responsável por estimular o sistema imune a produzir anticorpos específicos, que por sua vez impedirão a entrada do patógeno nas células.
A estrutura usada foi o antígeno EDIII, uma parte da proteína do envelope do vírus zika cuja função é se conectar a um receptor nas células humanas.
O grupo busca financiamento para as próximas fases de pesquisa, envolvendo populações humanas. Como isto envolve milhões de reais, é um processo demorado.
Enquanto isso, testam outras soluções, como vacinas de RNA mensageiro, além de diferentes estratégias heterólogas e homólogas de imunização. As pesquisas, até o momento, tiveram financiamento da agência estadual de pesquisas, a Fapesp.
"Toda e qualquer produção vacina é um processo não tão simples. Para montar uma planta, como a gente diz na ciência, montar uma fábrica de produção de vacina, sempre vai haver essa necessidade de buscar mudanças. Hoje o mais comum são fábricas de vacinas tradicionais. Então, naturalmente, o que tem mais chance de avançar são pesquisas com vacinas tradicionais", explica Miranda.
O pesquisador explica ainda que a tecnologia vem avançando. Segundo Miranda, fábricas capazes de trabalhar com outras plataformas de imunizantes abrem um leque enorme, em termos de tecnologia e de capacidade de resposta rápida, como ocorreu com a pandemia de Covid-19.
"Eu citei a vacina de adenovírus, enfim, esse é o nosso objetivo principal. O que desenvolvo é parte do processo tecnológico para que a gente possa ter condições de produzir as nossas vacinas aqui no Brasil. Se não for agora ou daqui a dez anos, mas que a gente precisa ter essa continuidade, seja curto, médio ou longo prazo."
AGÊNCIA BRASIL
Inscrições devem ser feitas até a próxima sexta-feira, 18 de julho
SÃO CARLOS/SP - As inscrições para o Exame Nacional de Residência (Enare) seguem até a próxima sexta-feira, dia 18 de julho. São 7.060 vagas (das quais, 153 para reserva militar). A prova está prevista para acontecer no dia 19 de outubro. O Enare é uma iniciativa da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), instituição vinculada ao Ministério da Educação (MEC).
No Hospital Universitário (HU) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), vinculado à Rede Ebserh, são ofertadas 43 vagas, tanto para Residência Médica quanto Multiprofissional, em 22 programas. Na Residência Médica, há vagas nas especialidades de Pediatria (quatro), Psiquiatria (quatro), Clínica Médica (quatro) e Medicina de Família e Comunidade (duas).
Já na Residência Multiprofissional, os programas contemplam diversas áreas da Saúde. No programa de Atenção à Saúde do Adulto e Idoso, há vagas para profissionais de Serviço Social, Enfermagem, Psicologia, Nutrição, Fisioterapia, Farmácia e Terapia Ocupacional (uma vaga para cada profissão). No programa de Saúde Mental, são três vagas para cada uma das seguintes áreas: Psicologia, Terapia Ocupacional, Enfermagem e Serviço Social. Já o programa de Saúde da Família oferece vagas para Terapia Ocupacional (uma), Fisioterapia (uma), Serviço Social (uma), Enfermagem (duas), Nutrição (uma), Psicologia (duas) e Odontologia (duas).
No total, o exame oferece 11.388 vagas de Residências Médica, Uniprofissional e Multiprofissional, com 237 instituições participantes, o que representa aproximadamente 28% a mais de vagas oferecidas comparado com a última edição.
A edição do Enare deste ano traz novidades: além de instituições públicas, participam instituições privadas com ou sem fins lucrativos que ofertam Programa de Residência Médica e/ou Programa de Residência Multiprofissional e em Área Profissional da Saúde, reconhecidos pelo MEC e que possuam vagas autorizadas com financiamento de bolsas. A lista de instituições participantes, a tabela de vagas e o edital do Enare podem ser acessados em https://bit.ly/40RKzz7.
O Enare 2025 será constituído por única etapa obrigatória, de caráter eliminatório e classificatório - exame escrito (prova objetiva), que corresponderá a 100% da nota final.
Outra mudança deste ano é a integração com o Exame Nacional de Avaliação da Formação Médica (Enamed). O Enamed será realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), em parceria com a Ebserh, e seu resultado poderá ser utilizado no âmbito do Enare para as especialidades médicas de acesso direto. Trata-se de exame obrigatório para todos os estudantes de Medicina concluintes do curso, que poderão optar por utilizar o resultado no Enare para os programas de Residência Médica de acesso direto.
Profissionais médicos já formados também poderão se inscrever no Enamed, caso tenham interesse em utilizar os resultados no Enare para as especialidades médicas de acesso direto. Para isso, é necessário se inscrever no Exame Nacional de Residência e pagar uma taxa de inscrição, exceto para casos de isenções previstos no edital do candidato.
Os candidatos que vão concorrer às vagas de Residências Multiprofissional e em Área Profissional da Saúde, ou às vagas de Residências Médicas de pré-requisito, área de atuação e ano adicional, vão seguir realizando as provas do Enare, como nas edições anteriores.
Candidatos às vagas de Residência Médica de acesso direto realizarão a prova do Enamed. O edital está disponível em https://bit.ly/4kPvZj2.
Rede Ebserh
O HU-UFSCar faz parte da Rede Ebserh desde outubro de 2014. Vinculada ao MEC, a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo em que apoiam a formação de profissionais da Saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
IBATÉ/SP - O setor de Atendimento Pré-Hospitalar (APH), popularmente conhecido como “ambulância 192”, que passou a funcionar diretamente no Hospital e Maternidade Municipal de Ibaté, já apresenta resultados concretos em seus primeiros 60 dias de operação sob nova gestão. Desde que deixou o almoxarifado e passou a ser supervisionado diretamente por equipe hospitalar, o serviço ganhou mais agilidade e organização, com foco total no atendimento da população.
Nos primeiros 30 dias de funcionamento (de 07/05 a 07/06/2025), foram realizados 686 atendimentos, mostrando já de cara a grande demanda da cidade.
A maioria dos chamados foi classificada como casos de baixa urgência, com 289 fichas verdes, mas também houve 106 fichas amarelas (urgentes) e 38 vermelhas (emergência) ou seja, atendimentos mais sérios e que exigiram resposta rápida da equipe.
Também foram registradas 236 fichas azuis, que indicam casos sem urgência, e 17 trotes ou cancelamentos.
No relatório dos 60 dias completos (de 06/06 a 06/07/2025), foram 568 atendimentos registrados, mantendo o padrão de classificação, com destaque para 300 fichas azuis, 185 fichas verdes, 82 amarelas e 15 emergenciais.
O número de trotes e cancelamentos permaneceu o mesmo.
Os gráficos apresentados nos relatórios mostram a comparação entre os dois períodos e permitem visualizar a constância nas demandas, além de destacar a eficiência do serviço mesmo com alto número de atendimentos. Isso reforça a importância da implantação do APH dentro do hospital como estratégia fundamental de resposta rápida em situações de urgência e emergência na cidade.
Além de salvar vidas, o serviço também contribui para a organização do sistema de saúde, oferecendo dados que ajudam na tomada de decisões por parte da gestão pública. Esses relatórios são parte da prestação de contas que mostram para a população que o setor de ambulância está ativo, funcionando com responsabilidade e com foco total no cuidado com o cidadão.
Segundo a equipe gestora do hospital, a análise desses dados vai ajudar a aprimorar ainda mais o serviço nos próximos meses, com melhorias, reforço na segurança do paciente e maior integração com a rede municipal de saúde.
Este site utiliza cookies para proporcionar aos usuários uma melhor experiência de navegação.
Ao aceitar e continuar com a navegação, consideraremos que você concorda com esta utilização nos termos de nossa Política de Privacidade.