EQUADOR/SP - O candidato à Presidência do Equador Fernando Villavicencio, 59, foi assassinado com três tiros na cabeça após evento de campanha em Quito, segundo relatos de amigos e assessores do político. A morte foi confirmada pelo presidente equatoriano, Guillermo Lasso, pelas redes sociais.
"Indignado e consternado pelo assassinato do candidato presidencial Fernando Villavicencio. Minha solidariedade e minhas condolências a sua esposa e suas filhas. Pela sua memória e por sua luta, asseguro que esse crime não ficará impune", afirmou Lasso em seu perfil na rede social X (antigo Twitter).
"O crime organizado chegou muito longe, mas sobre eles vai cair todo o peso da lei", disse. Ainda não há informações policiais sobre o ocorrido.
O ataque aconteceu por volta das 18h20, segundo a imprensa local, na tarde desta quarta-feira (noite no Brasil). Ainda não se sabe quantos são os feridos no atentado, mas pessoas próximas da campanha afirmaram a veículos de imprensa locais que são ao redor de oito, algumas das quais internadas em uma clínica próxima ao local do evento. A polícia cercou as ruas no entorno.
Villavicencio era um ex-congressista e candidato de centro-direita pelo Movimento Construye. Em pesquisa divulgada na manhã desta quarta no perfil do candidato em redes sociais, ele aparecia com 13,5%, em segundo lugar, atrás da esquerdista Luísa González, com 26%.
O candidato denunciou recentemente, já durante a campanha eleitoral, ao menos três ameaças feitas por um grupo criminoso chamado Los Choneros.
O Equador vive atualmente instabilidade política e grave crise relacionada ao narcotráfico e à violência, que cresceu no último ano. A taxa de homicídios saltou de 14 para 25 por 100 mil habitantes de 2021 a 2022, e cidades como Guayaquil, a sudoeste do país, têm sido palco de onda de violência com mortos em ataques armados.
Em julho, 31 detentos morreram e 14 pessoas ficaram feridas em confronto em penitenciária de Guayaquil, a maior do país, e os motins têm sido constantes desde 2021. Em abril, confronto entre gangues rivais em um presídio matou 12 pessoas.
No início daquele mês, Lasso havia decretado estado de emergência parcial e autorizado o porte de armas para civis diante da crise de segurança. A medida de exceção já havia sido declarada três vezes no ano passado.
Antes visto como pacífico, o Equador está localizado entre o Peru e a Colômbia, grandes produtores de cocaína do mundo. Os portos equatorianos no oceano Pacífico atrai organizações criminosas pelo potencial de escoamento da produção.
O tema tem povoado a campanha para as eleições presidenciais do país, com candidatos apostando em forte retórica contra a criminalidade. Um exemplo é o ex-empresário da área de segurança, Jan Topic, 40. "Eu não vou perder tempo. Criminosos: vocês têm até 20 de agosto para fugir deste país. Vou perseguir e prender vocês", afirmou em vídeo da campanha.
A data se refere ao primeiro turno do pleito, convocado após Lasso dissolver o Parlamento e convocar novas eleições para interromper um processo de impeachment, em medida prevista na Constituição mas nunca utilizada. Chamada de "morte cruzada", a ferramenta foi acionada pelo presidente sob o argumento de que havia grave crise política e comoção interna motivo previsto na Carta, embora pouco objetivo.
SÃO CARLOS/SP - O recapeamento não para em São Carlos. Nesta semana o bairro beneficiado com o serviço é o Jardim São Paulo. No total serão recapeados mais de 13 mil metros quadrados de vias, um investimento de R$ 865.981,44.
Os recursos são referentes ao crédito conquistado junto ao Desenvolve SP, no valor de R$ 14,9 milhões.
Com esses recursos também já foram recuperadas as vias do Parque Fehr, a rua Padre Teixeira, no trecho entre as ruas Totó Leite e São Paulo, a rua Campos Salles e a Vila Isabel, somando um investimento de R$ 3,5 milhões.
Finalizando o serviço no Jardim São Paulo, as equipes iniciam a recuperação da avenida Getúlio Vargas no trecho da Rotatória da antiga Cardinalli (confluência com avenida Heitor José Reali) até a rotatória de acesso para a rodovia Washington Luís, totalizando mais de 18 mil metros quadrados.
Parque Industrial, Vila Sônia, Jardim Gonzaga, Vila Conceição, Presidente Collor e Antenor Garcia também constam do cronograma referente aos recursos da Desenvolve SP.
Já com recursos próprios e de emendas parlamentares, a Prefeitura vai recuperar as vias dos bairros Jockey Clube, Jardim Paulistano, Jardim Tangará e o condomínio de chácaras Val Paraíso, um investimento de R$ 2,07 milhões.
O deputado Celso Russomano destinou R$ 455 mil, Marcos Pereira R$ 510 mil e R$ 238,8 mil veio de emenda de relatoria, além de R$ 870 mil de investimento próprio.
O distrito de Santa Eudóxia também será beneficiado. A licitação no valor de R$ 659.074,84 já foi finalizada e será realizada a 3ª fase do recape.
O secretário de Obras Públicas, João Muller, lembra que a Prefeitura também está com outro processo licitatório para pavimentação de vias. "O investimento será de R$ 19,6 milhões para obras de pavimentação, drenagem e também recapeamento asfáltico por meio do Programa Nossa Rua, uma parceria entre o Governo Estadual e os municípios paulistas para a aplicação igualitária em obras de pavimentação, drenagem e recapeamento", finaliza Muller.
SÃO CARLOS/SP - Na sessão desta última terça-feira (08), foi aprovado o Projeto de Lei que dispõe sobre a concessão do pró-labore aos Policiais Militares vinculados ao Convênio que delega competência ao Estado de São Paulo para o exercício de atribuições previstas no Código de Trânsito Brasileiro.
A gratificação terá início em 1º de outubro de 2023, com pagamento a partir de novembro de 2023.
A indicação para a implantação do pró-labore aos Policiais Militares de São Carlos foi feita pelo Vereador Moisés Lazarine em 10 de maio do corrente ano e o processo é o de número 2407/2023.
"Com a aprovação do projeto, além do avanço para a cidade, traz ainda um importante incentivo aos Policiais Militares que dedicam a sua vida para garantir a nossa segurança", enfatizou Lazarine que também agradeceu aos seus colegas Vereadores pelo apoio e aprovação do Projeto.
BELÉM/PA - Os presidentes dos países amazônicos divulgaram na terça-feira (8) a Declaração de Belém, documento que consolida a agenda comum entre os oito países signatários do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) para a região.
A declaração, assinada durante o primeiro dia da Cúpula Amazônica, apresenta os pontos consensuais de Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, tendo por base “aportes da sociedade civil” destacados durante o Seminário sobre Desenvolvimento Sustentável da Amazônia, que ocorreu no mês de maio em Brasília, e de órgãos do governo federal.
A Declaração de Belém contém 113 objetivos e princípios transversais, compromissados pelos países signatários. A OTCA exercerá papel central na execução da nova agenda de cooperação amazônica.
A íntegra da Declaração foi divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores brasileiro.
Coube ao governo brasileiro, na condição de anfitrião da Cúpula, apresentar um texto-base, posteriormente analisado e ajustado pelos demais países.
Entre os compromissos apresentados, está a adoção de princípios transversais para a implementação da Declaração, “os quais incluem proteção e promoção dos direitos humanos; participação ativa e promoção dos direitos dos povos indígenas e das comunidades locais e tradicionais; igualdade de gênero; combate a toda forma de discriminação; com base em abordagem intercultural e intergeracional”.
O documento expressou também a necessidade urgente de conscientização e cooperação regional para evitar o chamado “ponto de não retorno” na Amazônia – termo usado por especialistas para se referir ao ponto em que a floresta perde sua capacidade de se autorregenerar, em função do desmatamento, da degradação e do aquecimento global.
Os oito presidentes assumiram o compromisso de lançar a Aliança Amazônica de Combate ao Desmatamento, a partir das metas nacionais, como a de desmatamento zero até 2030.
A Declaração de Belém prevê, ainda, a criação de “mecanismos financeiros de fomento do desenvolvimento sustentável, com destaque à Coalizão Verde, que congrega bancos de desenvolvimento da região".
O governo brasileiro se comprometeu a instalar o Centro de Cooperação Policial Internacional em Manaus para a integração entre as polícias dos oito países. Está previsto também o estabelecimento de um Sistema Integrado de Controle de Tráfego Aéreo para combate ao tráfego aéreo ilícito, o narcotráfico e outros crimes na região.
No âmbito da OTCA, está prevista a criação de algumas instâncias. Entre elas, o Mecanismo Amazônico de Povos Indígenas; o Painel Técnico-Científico Intergovernamental da Amazônia, que contará com as participações governamentais, de pesquisadores, da sociedade civil, bem como dos povos indígenas e de comunidades locais e tradicionais.
Ainda entre as instituições criadas está um observatório da situação de defensores de direitos humanos, do meio ambiente e de povos indígenas, para identificar financiamento e melhores práticas de proteção dos defensores; o Observatório de Mulheres Rurais para a Amazônia, para fortalecer a mulher empreendedora rural; o Foro de Cidades Amazônicas; a Rede de Inovação e Difusão Tecnológica da Amazônia, com foco no desenvolvimento regional sustentável; e a Rede de Autoridades de Águas, para aperfeiçoar a gestão dos recursos hídricos entre os países.
Em nota, o Itamaraty informa que os ministros das Relações Exteriores dos países-membros se reunirão em breve para manifestar as conclusões sobre os relatórios com sugestões produzidas durante o Diálogos Amazônicos, evento prévio à Cúpula de Belém.
Por Pedro Peduzzi – Agência Brasil
EUA - O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump acusou nesta terça-feira (08) seu rival democrata, Joe Biden, de criar obstáculos à sua campanha presidencial, ao pressionar pelo seu indiciamento.
"Como pode meu adversário político corrupto, o desonesto Joe Biden, me levar a julgamento durante uma campanha eleitoral em que estou ganhando por muito e me obrigar a gastar tempo e dinheiro longe da campanha para lutar contra acusações inventadas?", questionou o magnata durante um comício em New Hampshire.
Trump, 77 anos, é alvo de três acusações criminais: por ter tentado alterar os resultados das eleições presidenciais de 2020, por pagamentos secretos a uma atriz pornô para comprar o silêncio da mesma, e pelo manuseio negligente de documentos confidenciais quando deixou a Casa Branca.
Trump está à frente de Biden em duas das 14 pesquisas compiladas pelo RealClearPolitics desde junho. Biden venceu em oito e houve empate em quatro.
O ex-presidente americano, favorito nas primárias republicanas para as eleições presidenciais de 2024, reclama que as acusações o impedirão de estar na arena política.
"Lamento, não poderei ir a Iowa hoje, não poderei ir a New Hampshire hoje, porque estou sentado em um tribunal com bobagens", disse Trump. "Bobagens, bobagens!", gritaram apoiadores do republicano.
O ex-presidente sugere que as acusações aumentam suas chances de vitória nas urnas. "Cada vez que me acusam, gosto de olhar as pesquisas, porque mais uma acusação e acho que estas eleições terão terminado. Mais uma", prometeu.
Durante seu discurso, Trump também criticou Ron DeSantis, segundo mais bem posicionado nas pesquisas para as primárias republicanas, que teve seu apoio na primeira vez que disputou o governo da Flórida.
"Ele deveria ter esperado até 2028" para se candidatar, criticou Trump, acrescentando que falta carisma a DeSantis: "Se você vai ser um político, precisa de um pouco de personalidade."
O ex-presidente criticou a política de Biden em todas as frentes e afirmou que, se voltar à Casa Branca, acabará com a guerra na Ucrânia, "talvez em 24 horas", taxará os produtos estrangeiros que entrarem no país, deportará os imigrantes que estiverem em condição irregular e irá arremeter contra os tratamentos para os transexuais, entre outras medidas.
SÃO CARLOS/SP - A Câmara Municipal de São Carlos promove nesta sexta-feira (11), às 19h, no Edifício Euclides da Cunha, a sessão solene de entrega do “Prêmio Doutor Aurélio Cattani” à Advogada do Ano, Sonia Cristina Pedrino Porto, e à Advogada Homenageada do Ano, Carla de Cássia Mora Zenatti, eleitas pela 30ª Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).
A solenidade faz referência ao 11 de agosto de 1827, quando se comemora a data de fundação dos cursos jurídicos no Brasil, e reconhece os relevantes serviços prestados pelas homenageadas à comunidade são-carlense.
Sonia é advogada militante nas áreas Cíveis e Trabalhista e proprietária da empresa de advocacia que leva o seu nome. Formada bacharel em Direito, em Administração de Empresas e em Letras, Sonia também é pós-graduada em Direito Processual Civil pela Escola Paulista da Magistratura e em Direito de Família pela Universidade de Coimbra. É mediadora, conciliadora e proprietária da Câmara de Mediação de São Carlos e atualmente presidente da Comissão de Cultura e Eventos da OAB/SP-Subsecção de São Carlos.
Carla é advogada há trinta anos, formada pela Fadisc (Faculdades Integradas de São Carlos). Foi convocada para trabalhar como juíza conciliadora na Comarca do Fórum Cível de São Carlos na 1ª e 5ª Vara Cível e no Juizado Especial Cível durante 18 anos. Trabalha na área de família e cível e para a Defensoria Pública do Estado de São Paulo. Atualmente é presidente da Mulher Advogada da 30ª Subsecção da OAB/SP.
O evento é aberto ao público e transmitido ao vivo pela TV Câmara (canal 49.3 da TV Aberta Digital, canal 20 da NET e canal 31 da Desktop/C.Lig), pela Rádio São Carlos AM 1450 e on-line via Facebook, YouTube e site oficiais da Câmara Municipal de São Carlos.
BELO HORIZONTE/MG - Em entrevista ao jornal Estado de São Paulo publicada neste final de semana, o atual governador de Minas Gerais, Romeu Zema, defendeu a criação de uma frente dos governos do Sul e Sudeste para ter “protagonismo político” diante da atuação dos políticos das demais regiões. Zema comentava sobre a criação do Consórcio Sul, Sudeste (Cossud) que, na visão dele, estaria atrás dos consórcios de governadores do Norte e do Nordeste, supostamente mais politicamente organizados, segundo Zema.
A fala do governador mineiro gerou ampla repercussão no meio político. Em nota, o presidente do Consórcio Nordeste, João Azevedo, afirmou que “ao defender o protagonismo do Sul e Sudeste, indica um movimento de tensionamento com o Norte e o Nordeste, sabidamente regiões que vem sendo penalizadas ao longo das últimas décadas dos projetos nacionais de desenvolvimento”.
Segundo o governador da Paraíba João Azevêdo, os consórcios Nordeste não tem qualquer intenção separatista. “Enquanto Norte e Nordeste apostam no fortalecimento do projeto de um Brasil democrático, inclusivo e, portanto, de união e reconstrução, a referida entrevista parece aprofundar a lógica de um país subalterno, dividido e desigual”.
Em entrevista à GloboNews, o governador do Pará, Helder Barbalho, atual presidente do Consórcio da Amazônia Legal, que reúne os estados do Norte mais Maranhão e Mato Grosso, disse que é um equívoco estimular a competição entre os brasileiros das diferentes regiões. “Nós devemos pregar a união federativa”, defendeu.
O presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), foi às redes sociais comentar a entrevista de Zema. “Não cultivamos em Minas a cultura da exclusão. JK, o mais ilustre dos mineiros, ao interiorizar e integrar o Brasil, promoveu a lógica da união nacional”, disse. Segundo Pacheco, “Somos um só país”.
O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, disse que a opinião de Zema é “pessoal” e que participa do Consórcio do Sudeste para que ele “seja um instrumento de colaboração para o desenvolvimento do Brasil e um canal de diálogo com as demais regiões”.
O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, foi às redes sociais e se manifestou dizendo que “seremos todos mais fortes quanto mais formos um só Brasil”. Segundo Leite, ele nunca achou que o Norte e Nordeste haviam se unido contra os demais estados do país. “Muito pelo contrário, a União desses estados em torno da pauta que é de interesse comum deles serviu de inspiração para que a gente possa, finalmente, fazer o mesmo. Não tem nada a ver com frente de estados contra estados”. Leite acrescentou que, caso Zema tenha dito o contrário, “não me representa’.
A fala de Zema também repercutiu no governo federal. O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse que “é absurdo que a extrema-direita esteja fomentando divisões regionais. Precisamos do Brasil unido e forte. Está na Constituição, no art. 19, que é proibido criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si. Ainda segundo Dino, “traidor da Constituição é traidor da Pátria”.
O governador mineiro Romeu Zema comentou as repercussões à entrevista dele dizendo que houve uma “distorção dos fatos”. “A união do Sul e Sudeste jamais será para diminuir outras regiões. Não é ser contra ninguém, e sim a favor de somar esforços”, explicou.
Por Lucas Pordeus León - Repórter da Agência Brasil
NOVA DÉLHI - Hindus e muçulmanos se enfrentaram no Estado indiano de Haryana uma semana após o início da violência durante uma procissão hindu em um bairro muçulmano, com uma tumba e vários veículos incendiados e lojas saqueadas, disse a polícia na segunda-feira.
Pelo menos sete pessoas morreram nos confrontos, incluindo o clérigo de uma mesquita incendiada na semana passada no distrito de Gurugram.
A violência tem se espalhando e continuava nesta segunda-feira, quando várias pessoas atearam fogo a uma tumba muçulmana, disseram policiais. Ninguém ficou ferido, acrescentaram.
"Houve três incidentes de vandalismo em lojas no distrito. Seis pessoas foram presas", disse Mayank Mishra, superintendente adjunto da polícia no distrito de Panipat, a 200 km de onde a turbulência começou na semana passada.
A tensão entre os integrantes da comunidade hindu, majoritária na Índia, e a minoria muçulmana tem emergido periodicamente em violência mortal por gerações.
A atual turbulência ocorre num momento em que alguns membros da comunidade muçulmana dizem que são tratados injustamente pelo governo do Partido Bharatiya Janata, liderado pelo primeiro-ministro, Narendra Modi. O governo rejeita as acusações.
Apesar dos últimos problemas, um magistrado de Gurugram suspendeu as ordens restritivas em vigor desde a semana passada, dizendo que "a normalidade voltou".
Mas para muitos muçulmanos os confrontos trouxeram medo.
Alguns deixaram as cidades para retornar às suas aldeias ou foram morar com amigos e parentes em outras áreas, segundo a mídia. Alguns muçulmanos em Gurugram dizem que homens vêm às suas comunidades e os ameaçam com violência, a menos que saiam.
Por Sakshi Dayal / REUTERS
ESPANHA - O partido de extrema direita espanhol Vox anunciou no domingo (6) que apoiaria, sem estabelecer condições, uma nomeação do líder dos conservadores para o cargo de presidente de Governo. A mudança de estratégia ocorre no momento em que o bloco de direita está em ponto morto no país europeu.
Até este domingo, o partido de ultradireita Vox exigia entrar no governo como condição para apoiar o líder do direitista Partido Popular (PP), Alberto Núñez Feijóo, que foi o mais votado nas eleições gerais antecipadas em 23 de julho.
Na sexta-feira, o Vox entrou pela quarta vez em um governo regional, após alcançar um acordo com o PP em Aragão, no nordeste do país. A extrema direita já governa em coalizão com os conservadores em Castela e Leão, Valência e Extremadura.
Nas últimas eleições, o Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) de Pedro Sánchez ficou em segundo lugar com 121 cadeiras no Parlamento, atrás das 137 do PP. Sánchez, no entanto, segue em melhor posição para formar o governo do que o seu o rival devido ao jogo de alianças.
Independência da Catalunha entra no debate
O socialista pode aspirar a uma maioria parlamentar graças a vários partidos regionais, principalmente bascos e catalães, embora isto signifique conquistar o apoio do 'Junts per Catalunya', a legenda de Carles Puigdemont, o líder independentista que declarou a fracassada secessão da Catalunha em 2017 antes de partir para o exílio na Bélgica.
O líder do Vox, Santiago Abascal, denunciou no domingo em um comunicado que um governo de Sánchez "constituiria uma grave ameaça à ordem constitucional" e levaria "à possibilidade, inclusive, de Sánchez conceder um referendo de autodeterminação" em troca de apoio.
Abascal anunciou que "os 33 deputados do Vox apoiariam uma maioria constitucional" no Parlamento para "formar um governo que evite tais ameaças", em um claro aceno ao PP. Feijóo necessitaria, no entanto, de alguns votos adicionais para toma posse e conseguir governar sem uma coalizão.
Além das quatro regiões, PP e Vox chegaram a acordos para governar uma dezena de grandes cidades espanholas, entre elas Valladolid e Toledo, no centro do país, e Burgos, no norte. Os pactos provocaram muitas críticas, em particular da esquerda, já que o PP se alinhou com várias posições polêmicas do Vox.
Mas a estratégia de aproximação entre a extrema direita e os conservadores tem poucas chances de levar seus representantes ao poder no âmbito nacional. Vários pequenos partidos já descartaram a possibilidade de dar seu apoio a uma coalizão do PP com a extrema direita e parece pouco provável que um número suficiente mude de opinião. Além disso, um apoio do PSOE ao PP, salvo uma grande mudança, está descartado.
(Com informações da AFP)
BRASÍLIA/DF - O presidente Lula (PT) sinalizou a integrantes da cúpula de seu partido a disposição de que a reforma ministerial tenha como alvo pastas hoje de ministros sem padrinhos políticos e representantes de PSB e PT.
Além do espaço ocupado pelo PT na Esplanada, a avaliação é que o tamanho do PSB partido do vice Geraldo Alckmin também não corresponde à bancada da sigla no Congresso. Com 15 deputados federais, o PSB conta atualmente com três ministérios.
Na nova configuração em discussão, o partido perderia um ministério. Esse novo desenho exigiria, no entanto, uma conversa entre Lula e Alckmin. O vice dá claros sinais de resistir à mudança.
Até por isso, segundo aliados, a reunião com o comando petista foi inconclusa para decepção dos articuladores do governo e irritação dos parlamentares do centrão.
A conversa de Lula com petistas se desenrolou na noite de quarta-feira (2) no Palácio da Alvorada, onde Lula recebeu os parlamentares.
Estiveram com Lula os líderes do governo no Senado e na Câmara, Jaques Wagner (PT-BA) e José Guimarães (PT-CE), respectivamente, o ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann.
Segundo a Folha de S.Paulo apurou, Lula fez projeções de como pode ficar a Esplanada na dança das cadeiras que deve ocorrer nas próximas semanas, para acomodar aliados do PP e do Republicanos e, com isso, conseguir uma base ampliada no Congresso Nacional.
Nem mesmo Ana Moser (Esportes) estaria imune à reforma. Também não está descartada a recriação do ministério das Micro e Pequenas Empresas com o intuito de ampliar o número de cadeiras no governo.
O PT hoje tem 11 dos 37 ministérios: Educação, Mulheres, Gestão e Inovação, Fazenda, Trabalho, Secretaria-Geral, Secretaria de Relações Institucionais, Comunicação Social, Desenvolvimento Agrário, Casa Civil e Desenvolvimento Social.
O petista não pretende mexer, neste primeiro momento, nos ministérios palacianos Casa Civil, Secretaria-Geral, Relações Institucionais e Comunicação Social nem abrir mão daqueles considerados "corações do governo", como Fazenda, Educação e Saúde.
A pasta da Saúde foi uma das mais cobiçadas pelos partidos do centrão, mas Lula rapidamente afastou a possibilidade de troca.
"Tem ministros que não são trocáveis. Tem pessoas e tem funções que são uma coisa da escolha pessoal do presidente da República. Eu já disse publicamente: a [ministra] Nísia [Trindade] não é ministra do Brasil, ela é minha ministra", afirmou recentemente.
O Desenvolvimento Social, pasta responsável pelo Bolsa Família, também é um dos que estão na mira dos partidos. Wellington Dias está sob pressão, sobretudo porque sua gestão vem enfrentando críticas inclusive de dentro do governo, a começar pelo próprio presidente.
O senador Jaques Wagner disse nesta semana a jornalistas que "tende a zero" a chance de o ministério parar nas mãos do centrão.
Integrantes do centrão têm se queixado de que, se não tiverem o comando do Desenvolvimento Social, querem uma pasta da mesma robustez ou orçamento. A equação, portanto, ainda não fecha.
Do lado do PSB, o partido do vice-presidente conta com Flávio Dino na Justiça e Márcio França em Portos e Aeroportos, além do próprio Alckmin em Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Dos três titulares, só França é apontado como representante da bancada do PSB, já que Dino e Alckmin são novatos no partido.
O ministério do vice-presidente costuma ser cortejado também por integrantes do centrão. O presidente do Republicanos, Marcos Pereira, comandou a pasta durante a gestão de Michel Temer (MDB).
Mas há um obstáculo para a troca do comando da pasta: Alckmin, apesar de muito disciplinado e alinhado com as diretrizes do presidente, tem feito um trabalho bem avaliado por palacianos e gosta do ministério.
Interlocutores do vice-presidente rechaçam a possibilidade de mudança e ressaltam, por exemplo, o trabalho que ele fez no programa de carros populares.
Elogiada pelo presidente, a proposta surgiu em pesquisa de consumo interno encomendada pelo governo como um fator que aumentou sua popularidade com a classe média.
Mas se Lula optar por tirar Alckmin da pasta, a Vice-Presidência poderia ser fortalecida com programas. Ele ainda poderia migrar para a Defesa no lugar de José Múcio Monteiro. O vice-presidente é bem avaliado entre fardados.
Por outro lado, aliados de Múcio apontam que o momento ainda é delicado para uma eventual saída do ministério. No início do ano, os militares protagonizaram uma crise no governo e Lula demitiu o então comandante do Exército após menos de um mês de governo.
Múcio entrou para o governo com a missão de apaziguar e despolitizar as Forças, após quatro anos de governo Jair Bolsonaro (PL). Apesar de amigo de Lula e próximo de congressistas, ele integra uma ala de independentes e "sem padrinhos" no primeiro escalão.
Também fazem parte desta ala os ministros Silvio Almeida (Direitos Humanos) e Ana Moser.
Silvio, apesar de não ter com orçamento e tamanho que chame aos olhos do centrão, pode entrar numa triangulação: acomodar alguém que já seja ministro, mas que perdeu o cargo para os partidos do centrão.
A pasta do Esporte, por sua vez, está na mira do Republicanos. O partido já tem até mesmo nome para indicar: o deputado Silvio Costa Filho (PE). O PP também já tem seu ministeriável, André Fufuca, ainda que não esteja definida para qual cadeira na Esplanada ele deve ir.
Em 11 de julho, há quase um mês, havia expectativa de demissão de Ana Moser. Mas a atleta teve reunião com Lula, e o tema nem sequer entrou na pauta. Uma ala do governo interpreta como um mau sinal para a ministra que esperava ouvir de Lula a garantia de que permanecerá no cargo.
A ex-jogadora de vôlei ganhou sobrevida e embarcou para Austrália e Nova Zelândia, onde foi representar o Brasil e acompanhar a Copa do Mundo feminina.
Caso Lula opte por tirar a ministra, enfrentará dificuldades no seu discurso com a esquerda, uma vez que reduzirá a participação feminina no primeiro escalão. Com isso, ele perderá o recorde de ministras chegando a 10 dos 37, mesmo número de Dilma Rousseff (PT).
A demissão da presidente da Caixa, Rita Serrano, também já é dada como certa. Hoje a principal cotada para a pasta é a ex-deputada e advogada próxima a Arthur Lira (PP-AL), Margarete Coelho.
A indefinição de Lula ameaça abalar sua relação com o Congresso Nacional. A expectativa era que Lula implementasse essas mudanças na volta do recesso parlamentar, o que não se concretizou.
Para aliados do presidente, a prestigiada posse no Turismo de Celso Sabino (União Brasil) nesta quinta-feira (3) serviu para distensionar o ambiente.
por CATIA SEABRA E MARIANNA HOLANDA / FOLHA de S.PAULO
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