SÃO CARLOS/SP - O vereador Azuaite Martins de França participou do seminário “A Violência no âmbito Escolar: Construindo Caminhos para a Convivência Positiva”, realizado no último dia 11 no Salão Nobre da Câmara Municipal de São Paulo. O evento foi promovido pelo vereador paulistano Eliseu Gabriel (PSB) em parceria com o Centro do Professorado Paulista (CPP), e contou com presenças de Cesar Callegari, sociólogo e consultor educacional e presidente do Instituto Brasileiro de Sociologia Aplicada, da professora Telma Vinha, pedagoga e doutora em Educação pela Unicamp, e Rogerio Gonçalves da Silva, diretor da divisão de gestão democrática e programas intersecretarias da Secretaria Municipal de Educação da Câmara Municipal de São Paulo.
Como segundo vice-presidente do CPP e presidente da Comissão de Educação da Câmara de São Carlos, Azuaite destacou a importância do evento principalmente para os profissionais da Educação que estão no dia a dia das escolas. “A violência está intrínseca em nossa sociedade. Não são apenas professores, educadores, diretores que lidam com ela todos os dias, mas todos. Foi importante este debate para buscarmos conhecimento, saber o motivo pelo qual temos sofrido tantos ataques à escolas. A conclusão é que essas pessoas querem destruir a função da escola, pois a escola é sim transformadora, é a chave de toda transformação possível de uma sociedade”, declarou, alertando que “não adianta ser contra a violência, nós precisamos ser militantes do combate à violência”.
No entendimento do vereador e professor Eliseu Gabriel, a escola deve ser um ambiente privilegiado de aprendizagem e de desenvolvimento integral dos estudantes. “O objetivo do seminário foi o de pensar na promoção de escolas mais seguras e inclusivas, onde a violência seja reduzida e a convivência positiva seja incentivada”.
Cesar Callegari observou que “o que acontece em muitas escolas é o silenciamento de alunos e professores. Então, quando você mobiliza múltiplas formas de expressão e a escola se coloca para ouvir, a gente consegue entrar em um acordo democrático e participativo para que a escola seja mais segura”.
A palestrante Telma Vinha apresentou dados sobre o tema, informando que desde 2001 até junho de 2023, foram contabilizados 33 ataques às escolas em todo o Brasil, sendo que 54,54% desses ataques foram realizados entre fevereiro do ano passado e junho deste ano. Desses números são 130 vítimas, sendo 97 pessoas feridas e 33 pessoas que perderam a vida (sendo 27 alunos, 4 professores e 2 especialistas).
Nos dados apresentados, o número de mortes com armas de fogo é quase total, sendo responsável por 99%, sendo que das 34 escolas são 15 estaduais, 13 municipais e 6 particulares. A faixa etária dos autores com maior índice de ocorrência é dos 13 aos 15 anos (17 autores), tendo concepções e valores opressores como gatilho motivacional, ocasionado por ideais homofóbicos, misóginos e racistas, indícios de transtornos mentais variados (não diagnosticados ou tratados), sofrimento acentuado, busca de notoriedade, isolamento social, falta de propósito e culto à violência a armas.
“Mapeando todos esses ataques, descobrimos que as vítimas e as escolas não são escolhidas ao acaso. São adolescentes usuários de subcultura extremista existente em fóruns on-line de incentivo à violência, que eles encontram na deep web e em redes sociais como Twitter, Instagram, TikTok (que são abertos) ou comunidades (grupos) como o WhatsApp, Telegram, Discord e Reddit, isso sem falar em jogos violentos em que os usuários conversam entre eles por meio de chat”, disse Telma.
Na audiência do Seminário estiveram profissionais da Educação, estudantes, grêmios e integrantes das Comissões de Mediação de Conflitos da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo.
SÃO CARLOS/SP - O presidente da Câmara Municipal, vereador Marquinho Amaral, agendou para a próxima quinta feira (21) às 19h, na sala das sessões do Legislativo, uma sessão solene para a entrega do título de Cidadão Honorário de São Carlos ao secretário nacional de Justiça, Augusto de Arruda Botelho, em reconhecimento à notável contribuição prestada ao município e ao país.
A concessão do título foi oficializada pelo Decreto Legislativo No. 1022, de autoria do vereador Tiago Parelli, com aprovação unânime do plenário.
Nascido em São Paulo e descendente do Conde do Pinhal, Augusto de Arruda Botelho graduou-se pela Faculdade de Direito da Universidade Paulista (UNIP) em 2002. É mestre em Direito Penal Econômico pela Faculdade de Direito da Fundação Getulio Vargas (FGV). É também especialista em Direito Penal Econômico pela Universidade de Coimbra e especialista em Direito Penal pela Universidade de Salamanca.
Um dos fundadores e ex-presidente do IDDD (Instituto de Defesa do Direito de Defesa), Botelho iniciou carreira no escritório de Márcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça no primeiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foi conselheiro na Human Rights Watch – organização que defende e realiza pesquisas sobre Direitos Humanos – e do Projeto Inocência – organização brasileira com o objetivo de enfrentar as condenações de inocentes no país. Botelho integra o Projeto Rede Liberdade, criado em 2019, para defender pessoas e organizações sociais alvos de violações de direitos fundamentais.
A Sessão Solene será transmitida ao vivo pelo canal 20 da Net, pelo Canal 31 da Desktop/C.LIG, online via Facebook e canal do Youtube, por meio da página oficial da Câmara Municipal de São Carlos.
BRASÍLIA/DF - O Supremo Tribunal Federal (STF) condenou na quinta-feira (14) Matheus Lima de Carvalho Lázaro, terceiro réu pelos atos golpistas de 8 de janeiro, a 17 anos de prisão.
Também ficou definido que o condenado deverá pagar solidariamente com outros investigados o valor de R$ 30 milhões de ressarcimento pela participação na depredação das sedes dos Três Poderes.
Matheus é morador de Apucarana (PR) e foi preso na Esplanada dos Ministérios no dia dos ataques portando um canivete após deixar o Congresso Nacional. Segundo as investigações, em mensagens enviadas a parentes durante os atos, ele defendeu a intervenção militar para tomada do poder pelo Exército.
Com base no voto do relator, Alexandre de Moraes, a maioria dos ministros confirmou que o réu cometeu os crimes de associação criminosa armada, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, tentativa de golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.
Durante o julgamento, a advogada Larissa Lopes de Araújo, representante do réu, chorou ao fazer a sua sustentação e acusou o Supremo de não respeitar a Constituição.
A advogada disse que Matheus não participou da depredação e afirmou que as imagens de câmeras de segurança mostram o acusado em pontos distantes da Esplanada em menos de cinco minutos de filmagem.
“Em que momento Matheus entrou nos três prédios e quebrou tudo? Fala para mim! Em cinco minutos? Só se ele fosse um super-homem”, declarou.
Mais cedo, o STF condenou mais dois réus pelos cinco crimes. Aécio Pereira, preso no plenário no Senado, foi condenado a 17 anos de prisão em regime fechado. Thiago Mathar, preso dentro do Palácio do Planalto, recebeu pena de 14 anos.
Por André Richter - Repórter da Agência Brasil
SANTO DOMINGO - A República Dominicana fechará toda sua fronteira com o vizinho Haiti a partir das 6h (no horário local) desta sexta-feira, disse a jornalistas o presidente do país, Luis Abinader, meio a um conflito sobre a construção de um canal de água de um rio compartilhado.
O governo de Santo Domingo disse que o fechamento irá durar “enquanto for necessário”, com o apoio das forças militares e policiais do país, embora as negociações com o governo haitiano continuem.
A República Dominicana tem uma relação tensa com seu vizinho e reforçou a segurança nas fronteiras, deportando dezenas de milhares de haitianos que fogem do agravamento da guerra de gangues em seu país.
“Há semanas que estamos preparados, não só para esta situação, mas também para uma possível força de paz no Haiti”, disse Abinader, afirmando que mesmo que o governo haitiano não pudesse controlar a construção do canal, Santo Domingo poderia.
Abinader deverá levantar a questão na Organização das Nações Unidas, em uma visita a Nova York na próxima semana.
A República Dominicana ameaçou pela primeira vez fechar a fronteira na semana passada, argumentando que as obras de construção no Rio Massacre são uma violação do Tratado de Paz, Amizade e Arbitragem, de 1929.
“Infelizmente, não nos deixaram outra alternativa senão tomar medidas drásticas”, disse Abinader em coletiva de imprensa.
Abinader disse que a República Dominicana está planejando a construção de duas barragens que “sem o tratado poderiam afetar significativamente” o Haiti.
Reportagem de Paul Mathiasen, Harold Isaac e Aida Peleaz-Fernandez / REUTERS
SÃO CARLOS/SP - Os vereadores Bruno Zancheta e Malabim estiveram no conjunto de chácaras Quinta da Felicidade para verificar a manutenção das alamedas e ruas realizada pela Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento.
Os parlamentares destacaram que “desde as fortes chuvas que afetaram nosso município, os moradores do Quinta da Felicidade solicitaram que fosse realizada uma manutenção geral em todo loteamento. Após um pedido conjunto à Secretaria de Agricultura e Abastecimento, tivemos nossa solicitação acatada e agora os moradores podem transitar com mais segurança pelo local”.
“Gostaria de agradecer ao Secretário Municipal de Agricultura e Abastecimento, Paraná Filho (Dhony Oliveira Souza), por nos atender e realizar as melhorias necessárias nas vias do Quinta da Felicidade. Destacamos o trabalho dos moradores que fizeram uma intensa mobilização para que isso acontecesse”, finalizaram os vereadores.
MOSCOU - O líder norte-coreano, Kim Jong Un, convidou o presidente russo, Vladimir Putin, para visitar Pyongyang, alimentando preocupações dos Estados Unidos de que um eixo Moscou-Pyongyang poderia revigorar as Forças Armadas da Rússia na Ucrânia e fornecer a Kim tecnologia sensível de mísseis.
Putin aceitou o convite, feito durante uma cúpula dos dois líderes, informou a agência de notícias estatal norte-coreana KCNA. Não houve confirmação imediata por parte do Kremlin. Desde a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, Putin raramente viaja para o exterior.
Chamando um ao outro de "camarada", os dois líderes brindaram sua amizade na quarta-feira com vinho russo depois que Putin, de 70 anos, mostrou a Kim, de 39, a instalação de lançamento espacial mais moderna da Rússia e eles mantiveram conversas ao lado de seus ministros da Defesa.
"No final da recepção, Kim Jong Un convidou Putin a visitar a RPDC em um momento conveniente", disse a KCNA, referindo-se à República Popular Democrática da Coreia, o nome formal da Coreia do Norte.
"Putin aceitou o convite com prazer e reafirmou sua vontade de invariavelmente levar adiante a história e a tradição da amizade entre a Rússia e a RPDC", acrescentou a KCNA.
Para os Estados Unidos e seus aliados, a amizade crescente entre Kim e Putin é uma preocupação. Washington acusou a Coreia do Norte de fornecer armas para a Rússia, mas não está claro se alguma entrega foi feita.
Tanto a Rússia quanto a Coreia do Norte negaram essas alegações, mas prometeram aprofundar a cooperação em defesa. Durante uma visita à Coreia do Norte em julho, foram mostrados ao ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, mísseis balísticos proibidos.
Kim visitaria nesta quinta-feira as fábricas de aviação militar e civil na cidade russa de Komsomolsk-on-Amur e inspecionaria a frota russa do Pacífico em Vladivostok, afirmou Putin.
O Conselho de Segurança Nacional (NSC) da Coreia do Sul disse na quinta-feira que a Coreia do Norte e a Rússia "pagarão um preço" se violarem as resoluções do Conselho de Segurança da ONU.
Em meio a batalhas de artilharia na Ucrânia, a Rússia aumentou sua produção de projéteis, mas uma linha de suprimentos norte-coreana poderia ser útil.
Acredita-se que a Coreia do Norte tenha um grande estoque de projéteis de artilharia e foguetes compatíveis com as armas da era soviética, além de um histórico de produção dessas munições.
Perguntado se a Rússia poderia simplesmente remover as sanções contra a Coreia do Norte, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que a Rússia continua sendo um membro responsável do Conselho de Segurança da ONU.
Mas Peskov acrescentou que Moscou desenvolveria suas relações com a Coreia do Norte de acordo com seus próprios interesses.
O Departamento de Estado dos EUA disse que o governo Biden "não hesitará" em impor sanções adicionais à Rússia e à Coreia do Norte se elas fecharem novos acordos de armas.
Por Hyonhee Shin e Guy Faulconbridge / REUTERS
SÃO PAULO/SP - O Tribunal de Justiça de São Paulo concedeu uma liminar nesta quarta-feira (13) que suspende a lei que obriga bares e restaurantes do estado a fornecer água filtrada gratuita aos clientes. A regra havia sido sancionada também nesta quarta pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) (leia mais abaixo).
A Confederação Nacional do Turismo (CNTur) moveu uma ação direta de inconstitucionalidade, e a desembargadora Luciane Bresciani acatou o pedido de suspensão. Sendo assim, nenhum restaurante ou bar do estado precisa fornecer água de graça aos consumidores.
Segundo a desembargadora, "é relevante o argumento relacionado à violação à livre iniciativa, o que já foi reconhecido pelo C. Órgão Especial em demanda similar, ajuizada pela mesma parte, contra a Lei nº 17.453/2020 do Município de São Paulo, que dispunha sobre a oferta gratuita de 'Água da Casa'".
Ela também argumentou que ser possível aguardar o julgamento do mérito da ação já que "não há dano irreparável à coletividade, que seria beneficiada com a lei" e também por ser plausível o argumento da confederação de que, apesar de o custo para o cumprimento da lei não ser "exorbitante", haveria "diminuição da receita na venda de bebidas (não apenas da água propriamente)".
A TV Globo solicitou ao governo paulista um posicionamento sobre a liminar, mas não obteve resposta até a última atualização desta reportagem.
Sanção da lei
Horas antes, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) havia sancionado o projeto de lei que obriga bares, restaurantes, lanchonetes, padarias e estabelecimentos similares a oferecer água potável de graça e à vontade a seus clientes.
A lei entraria em vigor nesta quarta (13), data em foi publicada no Diário Oficial. A gestão estadual ainda iria definir detalhes sobre a aplicação, sanções e prazos aos estabelecimentos.
O texto da lei suspensa pela Justiça estabelece que os estabelecimentos devem deixar visível, seja no cardápio ou em cartazes, que a água potável está disponível.
O projeto de lei, de autoria do deputado Átila Jacomussi (Solidariedade), foi aprovado pelos deputados na Assembleia Legislativa no final de agosto.
A capital paulista também tem uma legislação parecida, em que a CNTur também entrou na Justiça pedindo a revogação. A discussão está atualmente no Supremo Tribunal Federal (STF), no aguardo de análises de recursos.
O que diz a Abrasel
Confira a íntegra da nota da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel):
"A Abrasel informa que compreende e valoriza a intenção por trás da recente lei que determina a oferta gratuita de água filtrada em estabelecimentos. No entanto, gostaríamos de expressar algumas preocupações significativas sobre as consequências práticas e amplas desta medida.
Impacto Econômico: O setor de bares e restaurantes já enfrenta desafios econômicos consideráveis. A oferta obrigatória de água, embora pareça simples, pode introduzir custos adicionais. A receita da água vendida muitas vezes ajuda a equilibrar os custos de outros produtos e serviços.
Efeito nos Funcionários: A venda de água não beneficia apenas os proprietários. Ela tem um papel direto nas gorjetas e na remuneração dos funcionários. Uma redução nas vendas pode afetar a renda de muitos trabalhadores que já operam com margens estreitas.
Flexibilidade Limitada: Muitos estabelecimentos, por escolha própria, já oferecem água aos seus clientes. Impor essa prática pode tirar a autonomia dos proprietários em definir suas políticas de preços e ofertas.
Burocracia Aumentada: A necessidade de fiscalizar e aplicar penalidades pode introduzir mais burocracia, aumentando os custos operacionais e a complexidade para os estabelecimentos.
Concluímos reforçando que, enquanto a intenção da lei é nobre, é essencial considerar todas as suas ramificações. Pedimos uma reflexão mais profunda sobre os impactos diretos e indiretos dessa medida. #PenseAlémDaÁgua"
Por Andressa Motter, GloboNews e TV Globo
SÃO PAULO/SP - O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), sancionou a lei que torna o Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, feriado estadual.
Antes, o recesso nessa data era uma decisão de cada município. O projeto foi proposto pelo deputado Teonilio Barba (PT), e aprovado pela Alesp no dia 8 de agosto deste ano.
A aprovação da lei foi publicada no Diário Oficial desta quarta-feira (13).
“Fica instituído, no âmbito do estado, o dia 20 de novembro de cada ano, Dia estadual da Consciência Negra como feriado estadual”.
O dia 20 de novembro como data da Consciência Negra no Brasil foi criado em 2011, e lembra a morte de Zumbi dos Palmares, símbolo da resistência negra à escravidão e líder do Quilombo dos Palmares – comunidade formada por escravizados fugitivos das fazendas no Brasil colonial.
"Essa lei é o reconhecimento de São Paulo como território negro, como terra também de pretos e a necessidade de se aprofundar e alargar a discussão a respeito do racismo e a necessidade de combate", aponta Fabiana Schleumer, professora de História da África na UNIFESP.
Por g1 SP
BRASÍLIA/DF - Apelidada de "minirreforma eleitoral", a proposta que deve ser votada nesta semana pela Câmara abre brechas que afrouxam a aplicação da Lei da Ficha Limpa e da Lei de Improbidade Administrativa.
Em uma das alterações previstas, o texto permite, por exemplo, que um candidato concorra mesmo se já tiver revelado um segredo de Estado, frustrado uma licitação pública em benefício próprio, vazado informações privilegiadas ou nomeado familiares para cargos de confiança.
Os dois projetos que compõe a minirreforma foram protocolados na Câmara na terça-feira (12), quando deve ser votada a urgência para o tema --a votação de mérito, se tudo correr como previsto, deve ocorrer nesta quarta (13).
A proposta também enxuga o tempo de inelegibilidade de um candidato, ao considerar que o prazo de oito anos em que um político não pode concorrer deve ser contado a partir do momento da condenação, e não apenas após o cumprimento da pena.
As propostas protocoladas têm alterações com relação ao anteprojeto, divulgado na última segunda-feira (11).
Por exemplo, foi suprimido do texto um trecho que previa que uma chapa não poderia ser derrubada, por exemplo, caso a cassação fosse causar "redução do número de candidatas eleitas".
O dispositivo foi criticado por poder inviabilizar a penalização, inclusive, de candidaturas que tenham fraudado a própria cota de gênero. O trecho, no entanto, foi incorporado a outro texto, o da PEC da Anistia, que também deve ir a voto nesta quarta-feira.
A minirreforma, essa PEC e também a PEC da Anistia compõe o pacote eleitoral que o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), pretende aprovar nesta semana e que inclui pontos que flexibilizam a lei de cotas para negros e mulheres e promovem a maior anistia a partidos da história.
Todos precisam ser aprovados pela Câmara e pelo Senado e promulgados ou sancionados até o próximo dia 5 para que passem a valer para as eleições municipais de 2024 --e as duas Casas já vem dialogando para que esse prazo seja atingido.
A empreitada do Congresso para flexibilizar regras eleitorais encontra apoio até em setores da esquerda, sobretudo o PT.
Sobre a PEC da Anistia já foi firmado consenso entre os líderes da Casa para não só avançar com o maior perdão a dívidas da história, mas também reduzir a cota eleitoral para negros. Na eleição passada ela foi de cerca de 50% e, com a nova regra, cairia para 20%.
A PEC foi defendida pela presidente do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PR), durante a tramitação nas comissões e é assinada pelo líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE).
A deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS), crítica da PEC, chegou a se candidatar à presidência da comissão específica que debate o texto, mas teve apenas um voto.
O grupo acabou dirigido por PSD, PL, Republicanos, Podemos e PSB, partidos que já foram multados em R$ 50 milhões pelas punições que a proposta, se aprovada, perdoará.
Já a PEC das Mulheres pretende estabelecer uma cota mínima de cadeiras no Legislativo de 15%, patamar inferior ao que a bancada feminina conseguiu eleger para a Câmara dos Deputados em 2022, 17,7%, medida que pode ser acompanhada da redução de 30% para 15% da cota de candidatas que os partidos são obrigados por lei a lançar.
Esses percentuais subiriam ao longo das eleições, mas o texto ainda não está fechado.
O PSOL indicou que deve apresentar um destaque para impedir que a proposta incorporada da minirreforma de fato inviabilize a punição às fraudes eleitorais.
A visão do partido é que a PEC pode ser benéfica, "em partes".
"Nenhum outro país no mundo, quando institui política de reserva de cadeiras nas câmaras, institui somente 15% das cadeiras. Ao mesmo tempo, num país em que metade das câmaras não tem nenhuma mulher vereadora, seria um primeiro passo, ainda que muito tímido", afirmou a deputada Sâmia Bonfim (PSOL-SP), que participa do grupo de trabalho que discute o texto.
"O fundamental é não retroceder naquilo que considero a maior conquista que já tivemos: o financiamento de no mínimo 30% para candidaturas de mulheres."
A proposta da reforma eleitoral, se aprovada da forma como está, define que é necessária comprovação de culpa para aplicação da Lei de Improbidade Administrativa.
"O mero exercício da função ou desempenho de competências públicas, sem comprovação de ato doloso com fim ilícito, afasta a responsabilidade por ato de improbidade administrativa", diz a proposta.
Neste mesmo dispositivo, a proposta exclui do rol dos atos que podem levar à inelegibilidade aqueles que "contra os princípios da administração pública a ação ou omissão dolosa que viole os deveres de honestidade, de imparcialidade e de legalidade", atingindo diretamente a última reforma da Lei da Ficha Limpa, de 2021.
Dentro dessa categoria, se encontram, dentre outros casos, as práticas de revelar segredo de Estado, frustrar licitação ou concurso público em benefício próprio, deixar de prestar contas, desrespeitar a Lei de Acesso à Informação, vazar informação privilegiada e até nomear familiares, mesmo que indiretos, para cargos de confiança.
"Condenações com base em atos de improbidade que atentem contra os princípios da administração pública não causariam em inelegibilidade," diz Guilherme Franco, da Transparência Internacional.
Parlamentares ouvidos pela reportagem sob reserva também veem que nesse ponto podem ser enquadrados, por exemplo, violações contra os mínimos constitucionais de destinação de verbas públicas para saúde e educação, e que também passariam a não causar inelegibilidade.
Dentre os casos que levariam a inelegibilidade estão os de lesão ao erário e enriquecimento ilícito. Mas a redação atual do texto diz que isso só pode acontecer em caso de ato "ilícito tipificado exclusiva e cumulativamente".
"Então, se uma pessoa for condenada só por danos ao erário ou enriquecimento ilícito, isso não seria suficiente para gerar o efeito da inelegibilidade, porque acrescentam a cumulatividade de ambos", diz Franco.
Ainda, ele critica a previsão de que a inelegibilidade passe a valer a partir de uma decisão colegiada, e não apenas após o trânsito em julgado.
"Se um candidato recorrer dessa decisão e conseguir um efeito suspensivo, ele fica livre para concorrer e, se depois perder o recurso, o tempo em que esteve concorrendo conta no prazo total da inelegibilidade", completa.
por JOÃO GABRIEL E RANIER BRAGON / FOLHA de S.PAULO
EUA - O presidente republicano da Câmara dos Representantes, Kevin McCarthy, deu luz verde na terça-feira (12.09) a uma investigação para a destituição do Presidente dos EUA, Joe Biden.
"Estou a orientar a nossa comissão da Câmara a abrir um inquérito formal de destituição do Presidente Joe Biden", disse McCarthy, alegando que o Presidente democrata mentiu ao povo norte-americano sobre os negócios do seu filho Hunter no estrangeiro.
"Os republicanos da Câmara descobriram alegações sérias e credíveis sobre a conduta do Presidente Biden", disse McCarthy. "No seu conjunto, estas alegações dão uma imagem de uma cultura de corrupção".
Os negócios do filho de Biden, Hunter, enquanto o pai era vice-Presidente de Barack Obama, têm sido um alvo constante dos republicanos. No entanto, até à data, não surgiram provas credíveis de que o filho mais velho de Biden tenha estado envolvido em qualquer ilegalidade.
Casa Branca diz que não há provas
A Casa Branca condenou imediatamente a medida, chamando-lhe "política extrema no seu pior".
"Os republicanos da Câmara dos Representantes investigam o Presidente há nove meses e não encontraram provas de irregularidades", declarou Ian Sams, porta-voz da Casa Branca para a supervisão e as investigações, na rede social X.
House Republicans have been investigating the President for 9 months, and they've turned up no evidence of wrongdoing
— Ian Sams (@IanSams46) September 12, 2023
His own GOP members have said so
He vowed to hold a vote to open impeachment, now he flip flopped because he doesn't have support
Extreme politics at its worst
McCarthy, que foi forçado a comprometer-se com a extrema-direita do partido para subir ao cargo de presidente da Câmara, disse que as "alegações de abuso de poder, obstrução e corrupção" contra Biden "justificam uma investigação mais aprofundada pela Câmara dos Representantes".
Os legisladores democratas denunciaram a medida como um exercício puramente partidário destinado a vingar a dupla tentativa de "impeachment" do ex-Presidente republicano Donald Trump pela Câmara.
McCarthy cede à pressão
Há meses que McCarthy está a ser pressionado pela ala direita do partido, fiel a Trump, para abrir um inquérito de destituição contra Biden, de 80 anos.
Muitos membros do partido republicano ficaram furiosos quando a Câmara, então controlada pelos democratas, impugnou duas vezes o Presidente Donald Trump, em 2019 e 2021, embora o chefe de Estado tenha sido absolvido ambas as vezes no Senado.
Alguns legisladores no flanco direito republicano ameaçaram remover McCarthy do cargo de líder da Câmara, caso este não avançasse com uma tentativa de destituição contra Biden.
por:content_author: mjp, AFP, Reuters
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