fbpx

Acesse sua conta de usuário

Nome de usuário *
Senha *
Lembrar de mim
 

BRASÍLIA/DF - O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) informou que entre os dias 14 e 18 de março foram emitidos 96.425 novos títulos de eleitor, em todo o Brasil e no exterior, para jovens entre 15 e 18 anos de idade. Para votar na eleição de outubro, é preciso emitir o documento até o dia 4 de maio. O procedimento pode ser feito inteiramente online.

As novas emissões ocorreram durante uma semana de mobilização dos jovens promovida pela Justiça Eleitoral nas redes sociais, e que contou com a adesão de diversas personalidades, incluindo artistas nacionais como Anitta, Zeca Pagodinho, Whindersson Nunes, Juliette e também internacionais, como o ator norte-americano Mark Ruffalo.

Segundo informações da Justiça Eleitoral, foram realizadas 6,8 mil publicações no Twitter sobre o assunto durante a mobilização, que contou com a participação ainda de diversas instituições, incluindo clubes de futebol como Flamengo e Corinthians.

A mobilização ocorreu em um momento em que a Justiça Eleitoral registra o menor nível de participação de adolescentes no processo eleitoral dos últimos 30 anos. De acordo com as estatísticas oficias, até janeiro deste ano o TSE havia registrado pouco mais de 730 mil títulos emitidos para jovens de 15 a 17 anos de idade, cujo voto é facultativo.

O menor nível de participação de adolescentes já registrado ocorreu nas eleições municipais de 2020, quando a emissão do título de eleitor caiu drasticamente para essa faixa etária e apenas 992 mil jovens tinham o documento no dia da votação. Quatro anos antes, em 2016, o número era de 2,3 milhões.

Na última eleição presidencial, em 2018, 1,4 milhão de jovens entre 15 e 17 anos tinham o título, menor nível para as eleições gerais desde 1992, quando mais de 3,2 milhões de jovens estiveram aptos a votar.

SÃO PAULO/SP - Aliado de primeira hora de Jair Bolsonaro em 2018 e hoje desafeto do presidente, o empresário Paulo Marinho, de 70 anos, mudou seu domicílio eleitoral do Rio de Janeiro para São Paulo, se desfiliou do PSDB e entrou de cabeça na pré-campanha presidencial do deputado mineiro André Janones (Avante) após ensaiar uma aliança com Sérgio Moro (Podemos).

Há quatro anos, a casa de Marinho no Rio foi o quartel general da modesta campanha presidencial de Bolsonaro e serviu de estúdio para as gravações do então candidato. Tornou-se suplente do senador Flávio Bolsonaro (PL). “Quando cheguei, o núcleo duro da campanha de Bolsonaro cabia numa Kombi – eram basicamente o Gustavo Bebianno e o deputado Julian Lemos e eu”, disse. “Mas me afastei da família logo na primeira hora. Não tenho arrependimento disso, pelo contrário.”

O empresário recebeu a reportagem em uma sala da sua empresa de consultoria no bairro Jardim Paulista, em São Paulo, localizada no mesmo prédio onde está o escritório do advogado Anderson Pomini, que é um ponto de encontro informal dos ex-governadores Márcio França e Geraldo Alckmin, ambos do PSB.

'Química'

O empresário conheceu Janones em janeiro no evento de filiação de integrantes do MBL ao Podemos, por meio do filho – o humorista André Marinho, conhecido pelas imitações de Bolsonaro. Deu química. “Eu conhecia o Janones nas redes sociais. Fiquei absolutamente encantado com o plano dele para essa eleição.”

Naquele momento, Marinho era oficialmente aliado de João Doria (PSDB) – seu amigo “há décadas” –, mas estava se aproximando de Sérgio Moro (Podemos), com quem havia jantado várias vezes e mantinha contato frequente pelo WhatsApp. Foi Doria quem articulou a ida do empresário, então filiado ao PSL para o PSDB, em 2019. Naquele ano, Marinho assumiu o comando do diretório fluminense do PSDB e chegou a ensaiar candidatura a prefeito do Rio. A desfiliação foi na semana passada. “Ele (Doria) ficou triste, mas entendeu as razões. Disse que vamos chegar no mesmo destino por caminhos diferentes.”

SÃO PAULO/SP - Com objetivo de ampliar suas participações na Câmara dos Deputados – e assim garantir acesso a fatias maiores dos fundos Partidário e eleitoral, além de tempo de TV, calculados a partir do tamanho da bancada eleita de cada legenda –, líderes dos partidos em São Paulo já começam a definir nomes com potencial de superar a meta de 1 milhão de votos. O objetivo é fazer com que esses candidatos atuem como “puxadores de votos” para eleger mais de uma cadeira na Casa.

Além de Guilherme Boulos (PSOL), que abriu mão de disputar o governo paulista, o ex-governador José Serra (PSDB), a ex-ministra Marina Silva (Rede), o deputado Eduardo Bolsonaro (PL) e a advogada Rosângela Moro (Podemos) são as apostas de seus respectivos partidos para desempenhar este papel. O PT admite que ainda não tem um nome com grande densidade política. Principal aposta da legenda, o vereador Eduardo Suplicy deve disputar uma vaga de deputado estadual.

Ex-governador, ex-prefeito, ex-ministro da Saúde e ex-chanceler, o senador tucano José Serra, que está se tratando de Parkinson, doença que está em estágio inicial, vai receber do PSDB tratamento de campanha majoritária na corrida pela Câmara. “Vamos fazer uma campanha em todo o Estado. Ele terá tratamento de campanha majoritária. A nossa expectativa é de que ele receba mais de 1 milhão de votos e supere Boulos, Marina e Eduardo Bolsonaro”, declarou o presidente do diretório paulista do PSDB, Marco Vinholi.

A vaga de candidato ao Senado na chapa do partido está reservada para o apresentador de TV José Luiz Datena, do União Brasil. O PSDB vai dar destaque a Serra nas inserções de TV e ele terá uma fatia generosa do fundo eleitoral.

O PSOL vai usar a mesma estratégia com Boulos, que vai ser o protagonista do horário eleitoral gratuito na TV reservado à legenda no Estado. “Pela projeção política que ele ganhou, a estratégia será dar destaque e protagonismo para ele na campanha”, afirmou Juliano Medeiros, presidente nacional do PSOL.

RIO DE JANEIRO/RJ - Na noite desta quarta-feira (23), Anitta implorou que seus fãs tirem o título de eleitor para ajudar a mudar os rumos do Brasil. A cantora aproveitou o momento para pedir a saída de Jair Bolsonaro da Presidência da República. “Não dá para salvar o país sozinha, não”, ironizou ela.

“Tem 16 ou 17 anos ou fará 16 anos até dois de outubro? Mudou de cidade e quer votar para o novo presidente do Brasil? Então, fique sabendo que é muito fácil tirar ou transferir o título hoje em dia. É tudo online e não precisa de biometria”, iniciou a voz de Girl From Rio por meio do Twitter.

Em outro post, a cantora brincou com uma frase que costuma ser usada por seus fãs em momentos turbulentos. “Vamos lá galera… Vocês ficam falando ‘Anitta faz alguma coisa’, mas não dá para salvar o país sozinha, não.  Faz esse título de eleitor aí logo. A gente muda o presente, eu viro top 1 , a Bruna Marquezine estrela de Hollywood e a nação segue adiante”, continuou ela, que corrigiu em seguida: “Eu quiser dizer muda o presidente”.

“Então agora é isso, hein? Me pediu foto quando me encontrou em algum lugar? Se for maior de 16, eu só tiro a foto se tiver foto do título de eleitor”, finalizou a artista em outra publicação. 

BRASÍLIA/DF - O vice-presidente Hamilton Mourão vai se filiar ao Republicanos na próxima quarta-feira (16), durante evento realizado na sede nacional do partido, em Brasília. Eleito ao lado do presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2018, Mourão segue pela primeira vez um caminho político independente e deve disputar o cargo de senador pelo Rio Grande do Sul nas eleições de outubro deste ano.

O general da reserva deixa o PRTB (Partido Renovador Trabalhista Brasileiro) para entrar na nova legenda. No final de fevereiro, o presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira (SP), e o dirigente estadual, deputado federal Carlos Gomes, comemoraram a filiação de Mourão. "Representa uma honra para o Republicanos e reforça o projeto de ampliação da força política do partido nas eleições de outubro", manifestaram-se, por meio de nota.

O deputado Aroldo Martins (Republicanos/PR) chegou a destacar o perfil do novo integrante do grupo. "Será um excelente quadro para o Republicanos, um homem público de perfil conservador, preparado, inteligente e moderado”, declarou.

A filiação será restrita para convidados e para a imprensa, em razão de medidas de prevenção contra a Covid.

 

Distanciamento de Bolsonaro

Há algum tempo, o presidente Jair Bolsonaro e Mourão já sinalizam que estaria descartada uma chapa para disputar a reeleição.

Ao longo do mandato como vice-presidente, Mourão deu várias declarações que desagradaram ou contrariaram entendimentos do Palácio do Planalto. Em uma das mais recentes, no início do conflito entre Rússia e Ucrânia, Mourão criticou Vladimir Putin e disse que o Brasil não estava neutro na disputa, mas acabou desautorizado pelo presidente.

“Quem fala sobre esse assunto é o presidente, e ponto-final”, disse Bolsonaro, desautorizando as declarações de Mourão sobre o conflito.

Horas depois, em sua live, o presidente Bolsonaro se referiu ao vice como "essa pessoa" e afirmou que ele não tinha competência para dar declarações sobre a guerra na Ucrânia, acrescentando que Mourão estava "dando peruada naquilo que não lhe compete".

SÃO PAULO/SP - O ex-governador Márcio França (PSB) afirmou, no último sábado, 12, que o ex-governador Geraldo Alckmin lhe enviou, na semana passada, uma lista de nomes de aliados que vão se filiar ao PSB, em uma sinalização de que vai mesmo ingressar no partido.

“Ele é um homem muito experiente, mas por exemplo, nessa semana ele me enviou várias filiações, de pessoas dele para cá. Então, não teria sentido filiar aqui para ele ir para outro partido, porque a pessoa iria ficar numa posição delicada. Não dá pra falar, para não ter a mesma confusão daquele outro dia. O combinado é que ele vai anunciar”, disse França.

A declaração foi feita após um evento no sindicato dos padeiros de São Paulo, que contou com nomes como a deputada Tábata Amaral (PSB) e o ex-prefeito de Campinas, Jonas Donizette (PSB). Alckmin foi convidado, mas não apareceu.

França ainda afirmou que o ato de filiação de Alckmin será em Brasília e será no mesmo dia em que o senador Dário Berger (MDB) se filiará ao PSB para disputar o governo de Santa Catarina.

Na semana passada, Alckmin se reuniu com o presidente do PSB, Carlos Siqueira. Após o encontro, Siqueira disse que o ex-governador estava acertado com o partido. No entanto, Alckmin publicou logo em seguida em seu Twitter que continuava conversando com outras legendas.

Na sexta, 11, o ex-governador conversou com o presidente do PV, José Luiz Penna, que disse ao Estadão estar mais esperançoso de que Alckmin se filiaria ao seu partido. Penna também mencionou que Alckmin poderia trazer aliados ao PV. França, no entanto, diz que está certa a filiação de Alckmin ao PSB.

“Eu acho que o Penna é um querido irmão, e claro que seria uma grande opção, mas eu confio naquilo que eu disse lá para trás. Quando eu disse que ele ia desfiliar do PSDB todo mundo falou que ele não ia, depois eu disse que ele ia se filiar aqui e disseram que não ia, disse que ele ia ser vice do Lula e disse que não. Tá acontecendo como eu tenho falado. O Alckmin se filiará ao PSB”, disse.

Durante o evento, França defendeu que fosse mantida a aliança com Lula, apesar do fim das conversas com o PT sobre uma possível federação. O ex-governador chegou pela manhã à sede do sindicato, de onde caminhou, ao lado de apoiadores - parte deles com bandeiras e tambores entoando cânticos a favor do candidato - até um auditório da entidade na mesma rua, no Centro de São Paulo.

BRASÍLIA/DF - O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), desistiu de se lançar como candidato à Presidência da República pelo PSD. O partido o havia convidado a disputar o cargo em outubro. A decisão, já esperada, foi comunicada oficialmente por Pacheco após uma reunião com o presidente nacional do partido, Gilberto Kassab, e a bancada da legenda na Casa.

Conforme o Broadcast Político antecipou, Pacheco desistiu de se lançar na disputa eleitoral para mirar na campanha pela reeleição na presidência do Senado, em fevereiro de 2023. Dessa forma, ele levantou a bandeira da reforma tributária e do pacote relacionado aos preços dos combustíveis, sob o discurso de usar o cargo para resolver problemas urgentes do País.

"Nesse cenário, tenho que dedicar toda a minha energia a conduzir o Senado neste ano fundamental para a tão ansiada recuperação do nosso país. O cargo que me foi confiado por meus pares está acima de qualquer tipo de interesse pessoal ou de ambição eleitoral", disse Pacheco em discurso no plenário.

"Meus compromissos como presidente do Senado e com o país são urgentes, inadiáveis e não permitem qualquer espaço para vaidades. Por isso, afirmo que é impossível conciliar essa difícil missão com uma campanha presidencial", afirmou.

No discurso, Pacheco defendeu a moderação e o respeito ao resultado das urnas em outubro. "Qualquer tentativa de retrocesso democrático deverá ser rechaçada com veemência pelo Congresso Nacional", disse Pacheco.

O PSD ainda não definiu um candidato próprio a presidente, mas escolheu o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, atualmente no PSDB, como o "plano B" para a disputa.

A negociação para a filiação de Leite provocou uma insatisfação geral no PSDB. A maior parte da cúpula do partido, inclusive os que são aliados do governador, veem com temor o cenário da troca de legenda.

Derrotado pelo governador de São Paulo, João Doria, nas prévias presidenciais do PSDB, o gaúcho foi sondado nas últimas semanas pelo presidente do PSD, Gilberto Kassab, para concorrer ao Palácio do Planalto pela legenda.

O medo do comando do PSDB é que o gaúcho fique refém dos interesses de Kassab e de outros líderes do PSD, onde muitos não querem uma candidatura presidencial e outros já definiram apoio ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Como mostrou o Estadão, uma ala significativa do PSD pressiona para o comando sigla liberar os diretórios a se posicionarem como quiserem na disputa nacional.

No entanto, mesmo os contrários à saída de Leite, admitem que ele pode optar por entrar no PSD. O tucano está nos Estados Unidos em busca de investimentos para o Rio Grande do Sul. A agenda deve ser um dos últimos compromissos de Leite à frente do Executivo estadual. A expectativa é que ele passe o comando para o seu vice Ranolfo Vieira (PSDB).

“Quando retornar ao Estado, vamos retomar as conversas (sobre eleições presidenciais). Mas continuamos falando por telefone. A decisão envolve coalizão, deputados e lideranças que podem seguir o mesmo caminho. Na próxima semana este tema deve estar encaminhado”, afirmou Eduardo Leite em entrevista coletiva durante viagem à Nova Iorque.

Antes de anunciar uma decisão, Leite vai conversar com os integrantes do PSDB que apoiaram seu nome nas prévias do partido, como o deputado Aécio Neves (MG), o senador Tasso Jereissati (CE) e o ex-senador José Aníbal (SP).

"Tem toda essa conversa que ele provavelmente sai do governo do Rio Grande do Sul e pode ser que ele não continue no PSDB. Pode sair do governo e do PSDB", disse Aníbal, que defende uma união entre Leite e a senadora Simone Tebet (MDB-MS) para a disputa presidencial. O senador paulista afirmou que preferia que o gaúcho disputasse pelo PSDB, mas admitiu ser improvável que Doria desista da pré-candidatura.

Em fevereiro, o presidente do partido, Bruno Araújo, emitiu diversos recados de desacordo com as movimentações do governador do Rio Grande do Sul. Ao lembrar que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG), trocou o DEM pelo PSD, Araújo chegou a dizer que Kassab não consegue produzir líderes entre seus próprios quadros e precisa "pular a grama do vizinho".

"O eleitor gaúcho sempre exigiu muita firmeza de posições de seus líderes e Eduardo é firme. Não vai dar margens para o seu eleitor ficar em dúvida dessas posições com as informações desencontradas que circulam. Nem sempre a grama do vizinho é mais verde", disse o dirigente no Twitter.

Se decidir concorrer pela legenda, Leite vai encontrar pouca receptividade nos palanques estaduais. Estados importantes, como Minas Gerais e Bahia, já se encaminham para uma aliança com o PT. Já outros, como Paraná, estão mais próximos do presidente Jair Bolsonaro (PL).

O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), líder do partido na Câmara e pré-candidato ao Senado, afirmou ao Estadão que é "zero" a chance de a sigla não apoiar o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), para o governo de Minas. Perguntado sobre o fato do PSD já ter o senador Alexandre Silveira (MG) como pré-candidato à reeleição, Reginaldo minimizou e disse que a base de Kalil ficará dividida apenas nessa disputa. "Um governador e dois candidatos ao Senado", afirmou.

Na Bahia, o senador Jaques Wagner (PT) desistiu de concorrer à eleição e tentou emplacar o senador Otto Alencar (PSD) como candidato a governador, mas o próprio pessedista resistiu e manifestou preferência por disputar a reeleição ao Senado dentro do mesmo grupo do PT. Diante disso, Wagner, que pode assumir um papel de destaque em eventual novo governo Lula, manteve a retirada da candidatura e tem trabalhado na escolha de um novo nome do PT para a disputa.

A prefeita de Lauro de Freitas, Moema Gramacho, o secretário de Educação da Bahia, Jerônimo Rodrigues, e o secretário de Relações Institucionais do Estado, Luiz Caetano, estão no páreo. A ideia é que o partido defina isso até a próxima sexta-feira, 11.

PT e PSD também fazem parte do mesmo grupo em outros Estados como Amazonas, Sergipe, Ceará e Pernambuco. Mesmo com as alianças dos dois partidos, líderes petistas reconhecem a dificuldade de receberem o apoio da legenda de Kassab logo no primeiro turno.

Jaques Wagner afirmou que o PSD é um partido dividido e que a estratégia de ter candidatura própria sempre mencionada por Kassab é uma maneira de evitar cobrança por apoio na primeira fase da disputa, ao mesmo tempo que não fecha uma possibilidade de aliança no segundo turno.

O petista comparou o movimento de Kassab ao do presidente do PL, Valdemar Costa Neto. Segundo ele, assim como o apoio de Costa Neto a Bolsonaro visa aumentar a bancada no Congresso, a tese de candidatura própria de Kassab objetiva o mesmo, pois evitaria que a sigla perdesse os quadros distantes do PT. "Preocupação de qualquer presidente de partido é bancada", afirmou Wagner.

 

 

Daniel Weterman e Lauriberto Pompeu / ESTADÃO

BRASÍLIA/DF - O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), admitiu ontem a possibilidade de ser candidato à Presidência e antecipou um movimento que pode aprofundar o racha nas fileiras tucanas. Com convite para deixar o PSDB e se filiar ao PSD do ex-ministro Gilberto Kassab, Leite afirmou a empresários que tem “disposição” de apresentar um projeto alternativo e chegou a recorrer a uma imagem popular ao dizer que um “cavalo encilhado não passa duas vezes”. A ideia do governador é anunciar a mudança de partido em março.

A saída do PSDB vem sendo avaliada por Leite desde o fim de novembro, quando ele perdeu as prévias para o governador de São Paulo, João Doria, escolhido como pré-candidato da sigla à sucessão do presidente Jair Bolsonaro (PL). De uns tempos para cá, no entanto, as negociações nesse sentido avançaram, tanto que seus apoiadores já começaram a manter conversas sobre a confecção de um programa de governo com economistas como Persio Arida e Arminio Fraga.

Em reunião na Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Caxias do Sul (CIC), na manhã de ontem, o governador gaúcho falou em “passar o bastão” no Estado e indicou que deve renunciar ao mandato em março. Na prática, ele descartou a disputa pela reeleição, embora há uma semana tenha admitido essa hipótese.

O tom do discurso foi de despedida. “De fato, estou sendo provocado novamente sobre o cenário nacional. Olha, passar um cavalo encilhado já não é fácil; passar dois, não dá para a gente desprezar”, disse Leite, numa referência aos convites que têm recebido para concorrer à Presidência.

Foi nesse momento que ele vestiu o figurino da chamada terceira via, mostrando-se disposto a romper a polarização entre Bolsonaro e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), hoje líder nas pesquisas de intenção de voto. “Me causa especial preocupação que, no cenário nacional, se insista numa fórmula de enfrentamento em todas as candidaturas que estão postas. Existem dois campos políticos bem marcados que polarizam fortemente esta disputa eleitoral”, afirmou o governador para a plateia de empresários. “Se for, de fato, algo consistente, e que a gente tenha apoio para isso, eu tenho coragem, vontade e disposição de poder apresentar algum caminho alternativo.”

Braço direito de Leite, o secretário de Apoio à Gestão Administrativa e Política do governo gaúcho, Agostinho Meirelles, vai se filiar ao PSD na próxima quarta-feira. Alguns apoiadores do governador, porém, desconfiam das intenções de Kassab, sob a alegação de que ele pode apoiar Lula.

Aos empresários, Leite fez um balanço de sua gestão e defendeu o equilíbrio fiscal. “Como é, possivelmente, uma das minhas últimas falas aqui como governador, não sei se até o final do ano ou se até logo mais, em março, (...), eu quero fazer uma prestação de contas”, disse o tucano, dirigindo-se ao vice-governador Ranolfo Vieira Júnior (PSDB). “Fiquem sempre atentos às medidas populistas, demagógicas que governos tentem fazer no Rio Grande do Sul”, destacou.

O movimento de Leite contraria a cúpula do PSDB, que está negociando uma candidatura única com o MDB e o União Brasil. A senadora Simone Tebet (MS), pré-candidata do MDB, é vista por parte do grupo como possível nome para vice. Kassab, por sua vez, também avalia que a senadora pode compor a chapa com Leite. O ex-ministro conversou com o governador sobre o assunto na última segunda-feira.

BRASÍLIA/DF - O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) regulamentou na segunda-feira (14) a propaganda partidária, extinta desde 2017. Com isso, as propagandas dos partidos políticos voltam às televisões e rádios neste primeiro semestre. O retorno ocorre após decisão do Congresso Nacional, que aprovou lei sobre o tema em dezembro do ano passado.

A propaganda partidária é usada pelas legendas para divulgar ações, mostrar posições políticas e ideológicas em relação a diferentes temas e buscar novas filiações. O instrumento é diferente da propaganda eleitoral, divulgada nos horários gratuitos em anos de eleições para apresentar candidatos e suas propostas. Essa última terá início no segundo semestre, no âmbito das eleições gerais de outubro.

A resolução do TSE publicada hoje, que regulamenta a propaganda partidária, prevê o uso de recursos que garantam acessibilidade, subtitulação por meio de legenda aberta, janela com intérprete de libras e audiodescrição, sob responsabilidade dos partidos políticos. Está vedada a participação de pessoas não filiadas ao partido responsável pelo programa.

SÃO PAULO/SP - A pré-candidatura à Presidência do governador de São Paulo, João Doria, foi alvo na terça-feira, 8, da mais contundente ação de oposição interna desde que ele venceu as prévias do PSDB, em novembro do ano passado. Parte da ala tucana contrária à candidatura própria ao Palácio do Planalto se reuniu na noite desta terça-feira, 8, em Brasília, na casa do ex-ministro Pimenta da Veiga. Este grupo defende a desistência de Doria da pré-candidatura, com a avaliação de que o paulista ainda não conseguiu se mostrar um candidato competitivo e dificilmente vai se impor como nome da terceira via capaz de romper a polarização entre Jair Bolsonaro (PL) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

No PSDB, a disputa por dinheiro do fundo eleitoral e a resistência à candidatura presidencial podem levar a uma debandada de parlamentares da bancada federal da legenda. Pelos cálculos de líderes tucanos, entre 6 e 10 dos 32 deputados devem deixar a sigla. Quadros históricos do partido têm sido procurados por Lula para conversas que constrangem o projeto eleitoral do paulista.

Em reação ao encontro dos correligionários na capital federal, Doria mobilizou uma ofensiva de aliados nas redes sociais. O entorno do governador, porém, se frustrou com a carta escrita pelo presidente nacional do partido, Bruno Araújo, sobre o assunto. Para tucanos alinhados com o pré-candidato, Araújo – que é coordenador da pré-campanha de Doria – não se posicionou de maneira enfática diante da ameaça pública de dissidência.

“Estando na mesma agremiação política, o coerente é que estejam todos em um mesmo projeto coletivo. Ninguém manda em voto de ninguém e todos que fazem parte de um partido político o são por livre e espontânea vontade. O momento é de fase preparatória de eleição. Há um conjunto de filiados que trabalha na estruturação da candidatura. Que passa não só por estruturação interna, mas também por diálogos em direção à possibilidade a federação partidária”, disse o dirigente tucano na carta.

 

‘Ânimo’

Para a reunião na residência de Pimenta da Veiga foram convidados o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, o senador Tasso Jereissati (CE), o ex-senador José Aníbal (SP) e o deputado Aécio Neves (MG). “A nossa ideia é dar um ânimo a tal terceira via, a nossa candidatura não deu ainda e nem sei se vai dar”, disse Aníbal ao Estadão, que, ao lado do colega Tasso Jereissati, é defensor do apoio à pré-candidatura da senadora Simone Tebet (MS), do MDB, ao Palácio do Planalto.

Em conversas reservadas, Aécio tem afirmado que “há muita preocupação com a estagnação do Doria”. Procurado pela reportagem, ele disse que a reunião foi “apenas para avaliar cenário”.

Uma das alternativas estudadas pelo grupo é viabilizar a candidatura de Eduardo Leite, que perdeu as prévias para Doria, por outro partido. O gaúcho foi convidado pelo PSD, de Gilberto Kassab, mas não decidiu se vai trocar de legenda. Ao Estadão, Leite negou que o jantar serviria para decidir uma desfiliação. “Não tem nada de ‘discussão de desembarque’. É apenas uma conversa entre pessoas que estiveram junto do nosso projeto das prévias. Avaliando o contexto político. Conversa para reflexão”, disse o governador.

 

‘Educados’

Nas redes sociais, aliados de Doria foram menos amenos. “Os cães ladram e a caravana passa”, escreveu o presidente do PSDB paulista, Marco Vinholi. “Os rebeldes do PSDB, partido que tem a democracia no nome, precisam urgentemente entender que não há hipótese de segundo turno nas prévias”, afirmou o deputado estadual Cauê Macris. “Movimentos minoritários não podem transgredir a vontade da maioria”, completou Samuel Moreira.

Doria não tem dado sinais de abalo com o baixo desempenho nas pesquisas. O governador paulista é reconhecido, mesmo pelos adversários, pela obstinação. No plano interno, ele tem procurado superar desconfianças em relação à movimentação de nomes históricos da legenda, sob assédio de Lula. “Os líderes do PSDB não são malcriados. São pessoas educadas. É o perfil deles. Não vejo impedimento de que eles dialoguem com o ex-presidente Lula. Dialogar não significa apoiar”, disse o governador paulista ao Estadão.

Após se reunir com líderes históricos do PSDB, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, Tasso Jereissati, o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio, o ex-governador de Goiás Marconi Perillo e o ex-senador Aloysio Nunes Ferreira, o petista tenta agora, por meio de interlocutores, marcar um encontro com o senador José Serra (SP). Doria foi eleito prefeito em 2016 e governador dois anos depois com forte discurso antipetista.

Aliados de Doria lembram que FHC publicou um tuíte declarando apoio ao governador paulista na disputa presidencial depois de se encontrar com Lula, e que teria declinado do convite para um novo encontro com o petista. Os demais tucanos também apoiaram o paulista nas prévias.

“Não se pode viver de rancor e amargura. É natural estabelecer pontes para eventualidades que possam surgir. Não se trata de uma estratégia para desestabilizar o Doria. Lula me conhece e sabe que não sou cooptável”, afirmou Virgílio.

O ex-prefeito de Manaus, que também disputou as prévias presidenciais do PSDB, foi o único tucano presente no jantar organizado em dezembro passado pelo grupo de advogados Prerrogativas, que reuniu Lula e Alckmin pela primeira vez desde que foi aventada a possibilidade de formação de uma chapa presidencial com os dois antigos adversários.

 

 

Lauriberto Pompeu/Brasília e Pedro Venceslau /  ESTADÃO

Nosso Facebook

Calendário de Notícias

« Dezembro 2025 »
Seg. Ter Qua Qui Sex Sáb. Dom
1 2 3 4 5 6 7
8 9 10 11 12 13 14
15 16 17 18 19 20 21
22 23 24 25 26 27 28
29 30 31        
Aviso de Privacidade

Este site utiliza cookies para proporcionar aos usuários uma melhor experiência de navegação.
Ao aceitar e continuar com a navegação, consideraremos que você concorda com esta utilização nos termos de nossa Política de Privacidade.