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BRASÍLIA/DF - A Controladoria-Geral da União (CGU) deu prazo de 10 dias para que o Comando do Exército libere acesso ao inteiro teor dos documentos que tratam do processo disciplinar que envolveu o ex-ministro da Saúde e general Eduardo Pazuello. Em 2021, já fora do cargo de ministro, mas ainda general da ativa, Pazuello participou de um ato político ao lado do então presidente Jair Bolsonaro, no Rio de Janeiro, onde subiu no palanque do mandatário. 

Na época, o país vivia ainda um dos piores momentos da pandemia de covid-19. O código de conduta militar, impede a participação de militares da ativa em atos de caráter político-partidário sem autorização do Comando. 

O caso acabou ensejando a abertura de um processo administrativo contra Pazuello, que acabou sendo absolvido de infração disciplinar. Os autos desse processo, mesmo encerrado, acabaram sendo classificados com sigilo de 100 anos. Desde então, o Exército vinha se negando, em pedidos de acesso, como base na Lei de Acesso à Informação (LAI), a liberar esse conteúdo. 

De acordo com parecer da CGU, como a transparência é regra e o processo em questão já foi encerrado, os autos deveriam ser tornados públicos. Como a Controladoria é órgão revisor sobre classificações de transparência de documentos públicos, a decisão agora deverá ser cumprida pelo Exército, ressalvado o tarjamento de informações pessoais e dados biográficos de Pazuello, que são protegidos de exposição.  

 

 

Por Pedro Rafael Vilela – Repórter da Agência Brasil

SÃO CARLOS/SP - A Câmara Municipal de São Carlos, por meio de seu presidente, vereador Marquinho Amaral, parabeniza o escritor e jornalista, Sebastião Cirilo da Silva Braga, pelo lançamento de seu mais novo livro, “Calendário das memórias são-carlenses”. Cirilo Braga é assessor de imprensa da Câmara desde 1984, e como jornalista tem atuado na imprensa da cidade desde 1980.

Escrito em conjunto com a historiadora da Fundação Pró Memória de São Carlos, Leila Massarão, o livro traz, utilizando fotos e um formato de calendário, um conjunto de fatos históricos da cidade de São Carlos. Conforme definiu Cirilo, “o livro não tem a pretensão de esgotar o tema, mas abre janelas e portas para a busca de novas informações e abordagens sobre a história, a memória, a cultura e o modo de vida são-carlense”.

“É uma satisfação enorme, como presidente da Câmara Municipal, ter a grata oportunidade de parabenizar o nosso exemplar, competente, superinteligente funcionário, Sebastião Cirilo da Silva Braga. Ele está na Câmara desde a época do meu pai (Xavier Amaral Filho, ex-presidente do Legislativo) e eu sempre acompanhei a sua trajetória, o seu trabalho e a sua luta", relembrou Marquinho Amaral. O parlamentar ainda declarou que "hoje, ele tem a oportunidade de lançar mais um livro que conta em detalhes parte da história da nossa cidade. O Cirilo é uma reserva moral e intelectual da Câmara. Eu sinto orgulho de trabalhar com ele, o meu grande irmão CB”.

BRASÍLIA/DF - O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse ontem (16), em entrevista coletiva, que a Polícia Federal (PF) deve encaminhar até hoje (17) ao Supremo Tribunal Federal (STF) um requerimento para saber se a corporação irá atuar na investigação de militares suspeitos de envolvimento nos atos golpistas do dia 8 de janeiro.

A PF quer saber se a conduta de integrantes das Forças Armadas será investigada exclusivamente pela Justiça Militar ou pelo STF. Caso as investigações fiquem sob a responsabilidade do Supremo, isso implicaria em atuação dos policiais federais.

“Vamos submeter isso até amanhã, creio eu. Vamos fazer um requerimento para que haja uma elucidação definitiva sobre a situação dos militares, se haverá uma investigação exclusiva na Justiça Militar ou se uma parte ou todos os crimes, eventualmente, cometidos por militares serão no Supremo”, disse o ministro. O relator dos casos envolvendo os ataques de 8 de janeiro é o ministro Alexandre de Moraes.

Dino informou que, até o momento, foram abertos 85 inquéritos pela Polícia Federal sobre os atos antidemocráticos e 36 prisões preventivas autorizadas, sendo que 24 foram cumpridas. O STF deferiu 58 mandados de busca e apreensão, com 54 já executados pelos policiais federais.

“Novas prisões estão sendo requeridas a cada semana e não há prazo para o encerramento dessas diligências, porque as investigações estão em andamento. Esses números para prestação de contas são fundamentais no sentido de que o assunto do dia 8 de janeiro processualmente ainda vai se estender por meses e quiçá anos. Uma coisa é a pauta política do dia 8 de janeiro, outra é a pauta judicial", acrescentou o ministro.

 

 

Por Luciano Nascimento - Repórter da Agência Brasil

EUA - "Pelo menos uma das testemunhas" que depôs em audiências sobre a pressão exercida por Donald Trump e seus apoiadores no estado da Geórgia após as eleições presidenciais de 2020 nos Estados Unidos é suspeita de ter mentido, segundo um documento judicial divulgado na quinta-feira (16).

A justiça deste estado do sul do país publicou breves extratos do relatório elaborado por um "grande júri especial", um painel de cidadãos com amplos poderes de investigação, após sete meses de consultas.

O tão esperado documento, no entanto, foi destituído de todas as informações confidenciais e menções a pessoas e, em particular, das recomendações de acusações feitas pelo painel.

"A maioria do grande júri especial acredita que pelo menos uma das testemunhas ouvidas pode ter cometido perjúrio durante seu depoimento" e recomenda o indiciamento, diz, sem dar mais detalhes.

Segundo a imprensa americana, mais de 70 pessoas foram ouvidas pelo grande júri especial, incluindo Rudy Giuliani, ex-advogado pessoal de Donald Trump, mas não o próprio ex-presidente.

Fani Willis, promotora do condado de Fulton, que abrange a cidade de Atlanta, tem em mãos a versão completa deste relatório desde dezembro e usará suas descobertas para decidir se indicia ou não o bilionário republicano ou alguns de seus parentes.

Willis abriu uma investigação após um telefonema em 2 de janeiro de 2021, no qual o ex-presidente republicano (2017-2021) pediu a uma autoridade local que "encontrasse" cédulas de votação com seu nome.

"Não há nada de errado em você dizer que decidiu por uma nova recontagem" dos votos, disse na época o então presidente Trump, segundo uma gravação da conversa feita sem o seu conhecimento e divulgada por vários meios de comunicação. "Tudo o que quero é encontrar 11.780 cédulas", acrescentou Trump no áudio.

Esse número correspondia aproximadamente à liderança que seu rival democrata e atual presidente, Joe Biden, tinha no estado da Geórgia, confirmado por contagens e auditorias.

Willis, então, ampliou o escopo de suas investigações para incluir toda uma série de pressões exercidas por aliados de Trump no estado, incluindo ameaças a um agente eleitoral ou uma possível tentativa de invasão de sistemas informáticos.

Trump, que continua alegando - sem provas - ter sido vítima de "fraude eleitoral", nega qualquer irregularidade.

Trump reagiu à notícia desta quinta-feira: "O presidente participou de dois telefonemas perfeitos sobre a integridade das eleições na Geórgia, o que ele tem o direito de fazer", disse em comunicado, no qual o ex-presidente refere-se a si mesmo na terceira pessoa e cita uma segunda chamada que não está sob suspeita.

"De fato, como presidente, era dever constitucional do presidente Trump garantir a segurança, a proteção e a integridade da eleição', acrescentou.

No trecho publicado nesta quinta-feira, o grande júri sublinha ter "concluído por unanimidade que não ocorreu nenhuma fraude em massa durante as eleições presidenciais de 2020 na Geórgia".

Trump também é alvo de investigações na justiça federal sobre possíveis violações da lei eleitoral, bem como sobre seu papel no ataque ao Capitólio e no manuseio de documentos confidenciais da Casa Branca.

O ex-presidente também foi processado na esfera civil nos tribunais de Nova York pelas práticas financeiras da Organização Trump.

 

 

AFP

SÃO CARLOS/SP - O vereador Azuaite Martins de França (Cidadania) foi homenageado pelo presidente da Câmara Municipal de São Carlos, Marquinho Amaral (Podemos), pelos 40 anos de vida pública completados no dia 1º de fevereiro de 2023.

Há 40 anos Azuaite tomava posse pela primeira vez como vereador. Atualmente, está em seu oitavo mandato, já que ficou dois mandatos fora do Parlamento Municipal. Durante a sessão desta terça-feira (14), Marquinho recordou que assistiu a primeira posse de Azuaite com 12 anos, quando o seu irmão, Samuel Amaral, também era empossado vereador.

“De lá para cá sempre acompanhei sua garra, sua imensa e incansável dedicação à cidade que você escolheu para viver e que ama tanto, que é São Carlos”, disse.

O presidente do Legislativo destacou a carreira no magistério que Azuaite construiu e enfatizou sua luta pela defesa de uma escola pública de qualidade. “Foi professor em muitas escolas e, como diretor da Escola Estadual Aracy Pereira Lopes, junto com outras pessoas, revolucionou aquela escola que era extremamente problemática”, frisou Marquinho.

“Acompanhei Vossa Excelência aqui no Parlamento, muitas vezes em lados opostos, mas sempre nos respeitamos, tive a satisfação e orgulho de ter depositado o meu voto em Vossa Excelência para presidir com brilhantismo essa Casa de Leis, um presidente que valorizou o nosso Legislativo, brigando com o prefeito da época, o amigo João Otávio Dagnone de Melo, para valorizar seus pares e este Parlamento”, detalhou o presidente. “É disso que precisamos, pessoas altivas, que deem valor ao voto popular”, completou.

Emocionado pela homenagem, Azuaite ponderou que algumas coisas não devem ser perdidas porque não podem ser recuperadas. “Eu não posso recuperar o tempo, ou você aproveita de forma intensa ou perde e não volta mais”, frisou.

Azuaite disse que procura aprender com aqueles que raciocinam melhor. “Ulisses Guimarães dizia que a política não se faz com o fígado, se faz com raciocínio e com o coração”, observou. “Em 40 anos de Câmara errei bastante, mas acho que também acertei e aprendi sempre a não me afastar dos meus propósitos e da minha linha de pensamento e de respeitar aqueles que divergiram ou divergem de mim”, ponderou.

Para finalizar, Azuaite agradeceu ao vereador Marquinho Amaral, “acho que está no caminho certo e tem experiência para isso” e reafirmou que exercer a presidência da Câmara é defender a instituição. “Me orgulho de tudo aquilo que fiz, exceto dos erros, mas aprendi com eles, e se tivesse que voltar 40 anos, eu voltaria a essa Câmara para viver tudo o que vivi”.

VENEZUELA - A tortura de opositores ao governo de Nicolás Maduro continua em vigor como método de repressão na Venezuela, afirmou, nesta quarta-feira (15), em Washington, o Instituto Casla, que denunciou um país no qual "todos são suspeitos", incluindo autoridades.

Cinquenta e quatro pessoas foram submetidas a tortura física e/ou psicológica em 2022, segundo o instituto, que documentou 19 casos com uma ou mais vítimas ao longo do ano no relatório "A Repressão Sistemática na Sombra", apresentado na sede da Organização dos Estados Americanos (OEA).

O Instituto Casla, um centro de estudos sobre a América Latina com sede em Praga, na República Tcheca, baseia-se em depoimentos de vítimas. "Os crimes não cessaram na Venezuela, continuam de forma silenciosa diante da opinião pública internacional, que, aparentemente, acredita que Maduro mudou e agora é mais amável. Não, ele é ainda mais criminoso", acusou a diretora do Casla, Tamara Sujú.

O governo Maduro, que retomou as negociações com a oposição, conseguiu, inclusive, driblar as sanções impostas por Estados Unidos e União Europeia. "As sanções foram muito importantes, mas Maduro as burlou e continua se financiando por meio da Rússia e do Irã", afirmou Tamara. Segundo a organização Transparência Venezuela, entre 70% e 90% do ouro venezuelano sai do país ilegalmente.

Em seu sexto relatório, o Casla afirma que obteve confidencialmente o "Manual de Operações Especiais da Direção Geral de Contrainteligência Militar (DGCIM)", conhecido como "A Constituição" pelos funcionários deste órgão de inteligência. Constam do texto "níveis de aprovação das principais medidas" da DGCIM, ou seja, ele "descreve como o governo distribui a responsabilidade pela perseguição, acusação e prisão de suas vítimas" segundo "a importância" das pessoas.

O primeiro nível corresponde ao presidente Nicolás Maduro, que se encarregaria "dos casos em que as relações internacionais possam ser comprometidas" e de "qualquer medida" aplicável a generais e almirantes, estrangeiros com imunidade diplomática, funcionários do alto escalão do governo em nível nacional e da direção do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), partidos opositores, governadores, prefeitos e deputados, bem como seus familiares, detalha o relatório.

 

- Cadeia de comando -

"Maduro ordenou ou aprovou" ações contra essas pessoas "conhecendo pessoalmente os horrores a que cada uma foi submetida, premiando com promoções, cargos administrativos, permissividade no enriquecimento ilícito e impunidade os seus mais fiéis executores de ordens e diretrizes", acrescenta o texto. Os quatro níveis restantes dependem da estrutura interna da DGCIM.

O Instituto Casla, que afirma ter obtido o manual de funcionários de inteligência, considera o mesmo essencial, uma vez que estabelece "a cadeia de comando ou dos crimes contra a humanidade cometidos por esse órgão da inteligência", o que é fundamental perante o Tribunal Penal Internacional (TPI), uma vez que o governo nega esse planejamento e essa sistematização.

O instituto afirma que "o fator ideológico persiste" na redação do manual. "Todos são suspeitos! A influência do manual cubano [...] a formação de oficiais e funcionários com os conhecimentos e técnicas da inteligência cubana para o controle social permitiu que a sociedade civil venezuelana, em seu conjunto, fosse alvo de espionagem", destaca.

 

 

AFP

BRASÍLIA/DF - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem (15) que o novo Bolsa Família será anunciado na semana que vem. Com ele, o governo deve retomar as contrapartidas das famílias beneficiárias, como a manutenção da frequência escolar das crianças e a atualização da caderneta de vacinação.

Durante o governo de Jair Bolsonaro, o programa foi substituído pelo Auxílio Brasil, que não exigia as contrapartidas. O novo Bolsa Família também deve ter o foco na atualização do Cadastro Único e integração com o Sistema Único de Assistência Social (SUAS), com a busca ativa para incluir quem está fora do programa e a revisão de benefícios com indícios de irregularidades.

“Semana que vem vamos anunciar o novo Bolsa Família de R$ 600 e mais R$ 150 por criança até 6 anos de idade, para que a gente possa, na infância, em que a criança mais precisa estar nutrida, garantir que a mãe possa comprar alimentos para essas crianças”, disse Lula em Maruim, Sergipe, onde visitou obras de duplicação da BR-101.

Os novos valores foram garantidos com a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Transição, que estabeleceu que o novo governo terá R$ 145 bilhões para além do teto de gastos, dos quais R$ 70 bilhões serão para custear o benefício social.

O ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, já havia antecipado que o governo trabalha na edição de uma medida provisória (MP) que vai estabelecer as diretrizes do novo Bolsa Família. Uma MP tem força de lei, ou seja, efeito imediato, mas precisa ser aprovada pelo Congresso em até 120 dias para manter a validade. Os parlamentares também podem apresentar propostas de mudança no texto.

 

 

Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil

SÃO CARLOS/SP - Representantes da Prefeitura Municipal de São Carlos, por meio das secretarias municipais de Saúde e Governo, do Sindicato dos Servidores Públicos e Autárquicos Municipais (SINDSPAM) e da Comissão de Saúde e Promoção Social da Câmara Municipal estiveram reunidos na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Cidade Aracy na manhã desta terça-feira (14/02) para debater ideias quanto a operacionalização da reforma daquela unidade, no sentido de não acarretar prejuízos no atendimento à população.
Recentemente, a Prefeitura concluiu a licitação referente ao Processo Administrativo nº 2172/22 – SMS, que prevê a pintura, adequação hidráulica, impermeabilização das lajes, revestimento, cobertura e instalação elétrica da UPA Cidade Aracy. A obra foi orçada em R$ 258.388,36 e tem 90 dias como prazo para execução, mas, em função do objeto de contratação, algumas salas precisarão ficar inutilizadas por determinado tempo para que os reparos aconteçam, o que eventualmente pode prejudicar a execução habitual de alguns dos serviços oferecidos na unidade.
Segundo a secretária municipal de Saúde, Jôra Porfírio, existe uma preocupação dupla em relação ao andamento da obra, seja pelas condições de trabalho dos servidores ou pelo atendimento à população. “Estamos com a licitação concluída e, com essa reunião, buscamos viabilizar a operacionalização da obra observando o ponto de vista dos servidores, do SINDSPAM e com o apoio da Câmara Municipal. Como será uma obra abrangente, existe essa preocupação quanto ao fluxo de atendimento e com a própria estrutura disponível da UPA Aracy no intuito de não acarretar prejuízos no atendimento à população. Agora, faremos uma reunião também com a empresa vencedora para entender seu planejamento e juntos realizarmos uma obra eficiente e sem danos relevantes nos serviços ofertados”, ressalta a secretária.
 

O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou que deve retornar ao País em março para fazer oposição a Luiz Inácio Lula da Silva. Ele disse se enxergar como a única liderança de direita do País e manifestou a intenção de apoiar a campanha de cerca de 5 mil candidatos alinhados a ele nas eleições municipais de 2024. O político está nos Estados Unidos desde a última semana de dezembro.

Apesar de planejar o retorno ao País, Bolsonaro admitiu ter medo de ser preso. Segundo ele, “uma ordem de prisão pode vir do nada” no Brasil, relembrando o caso do ex-presidente Michel Temer, que foi preso preventivamente em março de 2019 por suspeitas de corrupção. As declarações foram feitas ao jornal americano Wall Street Journal, em entrevista publicada nesta terça-feira, 14.

Ao Wall Street Journal, o ex-presidente reconheceu a derrota nas urnas e afirmou que perder “faz parte do processo eleitoral”. Ele recuou das acusações de fraude na votação, mas insistiu em desqualificar as autoridades eleitorais. “Eu não estou dizendo que houve fraude, mas o processo foi enviesado”, afirmou.

Questionado sobre os atos extremistas de 8 de janeiro, quando apoiadores de seu governo invadiram e depredaram as sedes dos três Poderes em Brasília, o ex-presidente negou ter responsabilidade pelo ocorrido. “Eu não estava nem lá, e querem atribuir a mim”, afirmou.

O político opinou, ainda, que a depredação aos prédios públicos não foi uma tentativa de golpe: “Golpe? Que golpe? Onde estava o mandante? Onde estavam as tropas, onde estavam as bombas?”

 

Pandemia

Bolsonaro afirmou que teria outra postura diante da pandemia de covid-19 se pudesse voltar no tempo. “Eu não diria nada, deixaria o problema para o Ministério da Saúde”, declarou. O político mencionou a crise sanitária ao ser questionado se teria feito algo diferente em seu governo. Quando a situação epidemiológica começou a se agravar no Brasil, em março de 2020, o então presidente fez pronunciamento em cadeia nacional e chamou a doença de “gripezinha”.

O ex-presidente também relembrou a ocasião em que associou a aplicação de vacinas a “virar jacaré”. “Foi só uma figura de linguagem, e eu fui martelado por isso”, disse. Durante seu mandato, o presidente fez diversas declarações desacreditando a eficácia das vacinas e foi alvo de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar possíveis omissões na Saúde. O colegiado chegou a investigar denúncias de propina na compra de vacinas por representantes de seu governo.

 

 

ESTADÃO

ALEMANHA - O líder da CDU, Friedrich Merz, vê confirmada sua guinada à direita dentro do partido com vitória conservadora na eleição da capital. Difícil vai ser achar um parceiro para governar.

O mapa da votação realizada no domingo passado (12/02) na cidade-Estado de Berlim parece com uma folha verde queimada nas bordas: uma grande mancha verde na região central, que é dominada pelo Partido Verde, cercada de preto, a cor que normalmente é usada para representar os conservadores da União Democrata Cristã (CDU).

O mapa pode até não ser perfeito como representação visual, pois quem ficou em segundo lugar na contagem geral de votos foi o Partido Social-Democrata (SPD), mas ilustra a divisão cultural que permeia toda a Alemanha: uma geração jovem, urbana, de centro-esquerda, preocupada com as mudanças climáticas, e do outro lado uma geração mais velha, suburbana, cuja principal preocupação é a criminalidade.

A CDU, que foi de longe o partido mais votado, com mais de 28% dos votos, se impôs, ao que tudo indica, por ter focado no tema segurança e ordem. Uma pesquisa do instituto Infratest Dimap mostrou que essa foi a questão mais importante para os eleitores berlinenses de um modo geral: 23% a escolheram como sua principal preocupação, à frente de moradia (17%) e clima (15%). E a CDU, para a maioria dos eleitores, é o partido mais adequado para tentar resolver o problema.

 

Violência no réveillon

As cenas de violência vistas no réveillon em bairros de Berlim certamente ajudaram a CDU. Pesquisas de novembro e dezembro mostravam SPD, CDU e Partido Verde numa disputa acirrada. Na primeira semana de janeiro (quando eleitores começaram a enviar seus votos pelo correio), a imprensa estava cheia de manchetes sobre homens jovens lançando fogos de artifício contra trabalhadores dos serviços de emergência.

Isso alimentou um debate, de conotação racista, que o candidato da CDU, Kai Wegner, soube aproveitar. Muitas regiões onde ocorreram distúrbios têm grandes comunidades de imigrantes, e Wegner abriu um debate na mídia ao exigir que o governo da cidade-Estado divulgasse os nomes dos cidadãos alemães suspeitos de envolvimento nos distúrbios, para que o público pudesse determinar se eram de origem árabe ou turca.

A sugestão de Wegner foi duramente criticada pelos adversários dele, a prefeita Franziska Giffey, do SPD, e a candidata dos verdes, Bettina Jarasch, mas parece ter tocado em preconceitos profundos na população: 83% dos eleitores que mudaram o voto para a CDU, na pesquisa da Infratest Dinap, concordam com a afirmação "acho bom que se nomeie claramente os problemas com imigrantes."

O cientista político Frank Decker, da Universidade de Bonn, considera que essa questão, em especial, pode afetar a coalizão liderada pelo chanceler federal, Olaf Scholz. "A CDU conseguiu impor que certas questões fossem transformadas em tabus", observa. "E o que chama a atenção no caso de Berlim é que essa questão ajudou a CDU mais do que a AfD. Esse voto de protesto contra a política migratória normalmente vai para a AfD."

De fato, o partido de ultradireita Alternativa para a Alemanha (AfD) ficou com 9% dos votos na eleição, mas isso é um aumento de apenas 1 ponto percentual na comparação com 2021, enquanto a CDU conseguiu adicionar 10 pontos percentuais ao seu resultado daquele ano. "Os partidos de centro-esquerda, em especial os verdes, vão ter de se perguntar como lidar com a questão", diz Decker. "E essa é uma questão permanente. Esta é uma sociedade de migração, além disso estamos lidando com a questão dos refugiados já faz um tempo."

 

Migração e mudanças climáticas

Essa perspectiva deverá dar novo ímpeto ao líder nacional da CDU, Friedrich Merz, que participou da campanha eleitoral em Berlim e abriu seu próprio debate de teor racista em janeiro, com seu comentário sobre "pequenos paxás".

Num debate na televisão, Merz fez uma relação causal direta entre os distúrbios no réveillon em Berlim e crianças árabes de 8 anos em escolas primárias alemãs que, segundo ele, não têm respeito por professoras. "É aí que tudo começa", afirmou Merz. "São predominantemente pessoas jovens do mundo árabe que não estão preparadas para seguir as regras aqui na Alemanha."

A outra questão da eleição regional de Berlim que deverá se tornar decisiva para a política nacional é a política climática – em especial para os automóveis. Jovens ativistas alemães começaram a confrontar motoristas pelo país bloqueando ruas, e os planos do Partido Verde para transformar em áreas de pedestres partes da capital afastaram eleitores conservadores.

"Tráfego desempenha um papel grande em emissões, e há uma necessidade objetiva de que algo seja feito, mas é um tema altamente controverso, sobretudo em grandes cidades", diz Decker. "É muito difícil reduzir o tráfego, e há um grande potencial de conflito, e a coalizão em nível federal terá que abordar isso também."

 

Próxima coalizão

A vitória de Wegner em Berlim é também uma vitória para Merz, um antagonista da ex-chanceler federal Angela Merkel na CDU: esse foi o primeiro parlamento regional no qual a CDU conseguiu tirar a maioria do SPD na era pós-Merkel. O problema é que nenhum governo alemão funciona sem coalizão, e mesmo uma CDU mais à direita terá que fazer concessões centristas.

Pelo resultado das urnas, a atual coalizão de esquerda que governa Berlim, formada por SPD, Partido Verde e A Esquerda, ainda tem maioria parlamentar – o que significa que a CDU, para liderar um governo, terá de fazer generosas concessões ao SPD ou aos verdes para atraí-los para uma coalizão.

"Isso obviamente não é uma derrota para Merz, mas também não o ajuda muito", comenta Decker. "Acho provável que a atual coalizão se mantenha no poder, assim a CDU não terá muito de sua vitória eleitoral."

Scholz, aparentemente, saiu da eleição sem maiores danos. Apesar de os social-democratas terem obtido um dos piores resultados da história na capital, pesquisas mostram que os eleitores culpam o SPD local por um mau governo na cidade-Estado.

 

Governar sem os liberais

Uma outra consequência importante da eleição em Berlim está relacionada ao Partido Liberal-Democrático (FDP). Esse parceiro natural de coalizão para a CDU tem acumulado maus resultados em eleições regionais, o que se confirmou mais uma vez no domingo passado, em Berlim, quando o FDP ficou abaixo da barreira de 5% dos votos para entrar no parlamento local.

Com o FDP relegado a uma posição de partido nanico, a CDU acaba sendo forçada – tanto agora em Berlim como talvez na próxima eleição nacional – a achar pontos em comum com o SPD ou com o Partido Verde.

 

 

 

Autor: Ben Knight / DW

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