SÃO CARLOS/SP - Um projeto em curso no Laboratório de Epidemiologia e Microbiologia Moleculares (LEMiMo), vinculado ao IFSC-USP, está buscando voluntários para participarem numa pesquisa destinada a encontrar bactérias resistentes a antibióticos na comunidade.
Para que se possa entender melhor esta pesquisa, os cães que vivem em residências contribuem diretamente para a microbiota da casa - que é o conjunto dos microrganismos que se encontram geralmente associados a tecidos ou órgãos de animais ou plantas e que estabelecem colônias permanentes dentro ou sobre o corpo sem produzir doenças, compondo a microbiota normal do corpo. Da mesma forma, os tutores desses animais também contribuem para essa microbiota, através de condições encontradas em ambientes externos e fontes internas, como, por exemplo, ventilação, materiais de construção e umidade, entre outras.
As fezes dos cães são as principais fontes de bactérias no ar externo do ambiente urbano, contribuindo indiretamente para a microbiota das casas, mesmo quando as famílias não têm cães. Por isso, este projeto de pesquisa denominado “Estratégias de intervenção da microbiota que limitam a seleção e a transmissão de resistência a antibióticos no domínio da saúde única (MISTAR)” pretende avaliar a poeira de casas e a microbiota dos residentes (tutor e cão) antes e durante um período de purificação de ar.
Para participar desta pesquisa, é necessário que os voluntários sejam maiores de 18 anos, residam em casa/apartamento térreo, ou primeiro andar, e que não tenham feito uso de antibióticos nos últimos três meses. No momento, os pesquisadores responsáveis por este projeto buscam voluntários que façam parte de dois grupos: um grupo que não possui animais de estimação, e um grupo que possui cães de estimação que estejam em tratamento, ou que tenham feito tratamento com antibióticos nos últimos três meses. A sequência dos trabalhos inclui, entre outros procedimentos, a coleta de poeira residencial e amostras de fezes de humanos e cães para análise.
O fundamento desta pesquisa é tentar detectar bactérias que sejam resistentes a antibióticos, preservando ambientes saudáveis para a saúde.
Os interessados em participar nesta pesquisa poderão entrar em contato com a equipe de pesquisadores através do email Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo., ou pelo telefone (16) 33736690
BRASÍLIA/DF - Uma pesquisa realizada pelo Instituto Cidades Sustentáveis em parceria com o Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec) mostrou que 31% dos brasileiros precisaram fazer alguma atividade extra para complementar sua renda este ano. Em 2022, esse percentual era de 45%.
A Pesquisa Nacional sobre Desigualdades revelou ainda que 57% das pessoas têm a sensação de que houve aumento do número de pessoas em situação de fome e pobreza na cidade onde moram; em 2022, o índice era de 75%.
Ao todo, foram entrevistadas 2.000 pessoas com 16 anos de idade ou mais, em 127 municípios.
Segundo os dados, 71% concordam totalmente ou em parte que as mudanças climáticas e eventos extremos, como chuvas, calor ou frio intensos, seca prolongada, atingem igualmente todas as pessoas de qualquer cor ou classe social. Dos entrevistados, 68% acreditam que pessoas negras e brancas são tratadas diferentemente nos ambientes. Os espaços mais citados em que há situação de preconceito são os shoppings e estabelecimentos comerciais, escolas e universidades.
Quando questionadas sobre terem sofrido assédio, 40% das mulheres responderam positivamente e que ocorreu em ruas e espaços públicos, transporte público, ambiente de trabalho, bares e casas noturnas, transporte particular e ambiente familiar. Quase metade da população declara que já sofreu ou viu alguém sofrer preconceito em função de sua orientação sexual ou identidade de gênero, proporção que caiu 11 pontos percentuais em relação a 2022.
Os dados da pesquisa foram apresentados no lançamento do Pacto Nacional pelo Combate às Desigualdades nesta quarta-feira, em Brasília. O pacto é uma iniciativa de organizações sociais, associações de municípios, centrais sindicais, entidades de classe, instâncias governamentais do Executivo e Legislativo federal, estadual e municipal, e do Poder Judiciário.
“O objetivo do movimento é transformar o combate às desigualdades em prioridade nacional e promover um conjunto de ações que contribuam para a construção de uma sociedade mais justa e inclusiva. As primeiras iniciativas incluem o lançamento do Observatório Brasileiro das Desigualdades, um diagnóstico construído com base em 42 indicadores de 12 áreas temáticas, e da Frente Parlamentar de Combate às Desigualdades”, informou o Instituto Cidades Sustentáveis.
Por Flávia Albuquerque - Repórter da Agência Brasil
Palestras e oficinas reforçam ações afirmativas
SÃO CARLOS/SP - Numa iniciativa conjunta de todas as Comissões de Inclusão e Pertencimento do Campus USP de São Carlos e com o incondicional apoio dado pelas diretorias das Unidades aí sediadas, realizou-se no dia 21 do corrente mês nas instalações do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC/USP, a iniciativa “Letramento Racial”, com a participação de Lucas Módolo, consultor em Relações Raciais com foco no tema das bancas de hereoidentificação e na modelagem de programas de diversidade e de ações afirmativas pelo Estado e pelo mundo corporativo. Com uma rica experiência em ações afirmativas, Módolo percorre essa ação tanto do ponto de vista para o entendimento da motivação das escolhas feitas através dos critérios que a USP e a legislação brasileira adotam para as cotas, como no processo antifraude que se deve instituir para garantir que haja justiça em todo o processo.
Através de uma palestra seguida de uma oficina, ambas repetidas nos dois períodos do dia, esta ação foi pensada tendo em consideração o momento importante pelo qual a Universidade passa, ao decidir discutir e adotar, também, as ações afirmativas no que concerne aos concursos para admissão de servidores técnicos administrativos e docentes. A reserva de 20% das vagas será aplicada para os concursos com abertura de três vagas ou mais. Para as seleções com uma ou duas vagas, os candidatos pretos, pardos ou indígenas receberão pontuação diferenciada a partir da regulamentação estadual.
Bancas de heteroidentificação
O que a USP prevê, tanto nos processos de ingresso na graduação, como agora no ingresso de servidores não docentes e docentes, é a realização de um procedimento dividido em duas etapas. A primeira, diz respeito a uma autodeclaração, onde o candidato se autodeclara preto ou pardo, seguindo-se a realização de uma banca de heteroidentificação que, na prática, valida a etapa anterior e garante o acesso às vagas reservadas ou à pontuação diferenciada a que faça jus. A Pró-Reitoria de Inclusão e Pertencimento da USP tem já em curso uma iniciativa, em formato virtual, de formação das pessoas que pretendam fazer parte dessas bancas, só que as Comissões de Inclusão e Pertencimento do Campus da USP de São Carlos entenderam que essa iniciativa de formação deveria ser presencial, pela necessidade de se poder abranger o maior número de pessoas interessadas em se candidatar a compor as citadas bancas de heteroidentificação. Foi baseada nesses pressupostos que se promoveu a iniciativa “Letramento Racial”, cujos resultados foram extremamente positivos, conforme explica o Prof. Fernando Paiva, Presidente da Comissão de Inclusão e Pertencimento do IFSC/USP.
“Lucas Módolo é um profissional da área de Direito, formado pela Faculdade de Direito da USP, que desde há algum tempo tenta entender a modelagem de programa de ações afirmativas e a consequente existência de fraudes na experiência brasileira de implementação da política de cotas raciais. Foram, como citado acima, uma palestra seguida de uma oficina, repetidas nos dois períodos do dia, onde os participantes tiveram a oportunidade de aprender sobre temas relacionados ao racismo no Brasil, que dão origem à desigualdade racial encontrada em diferentes espaços da sociedade, inclusive na universidade. Além disso, aprenderam sobre questões técnicas que nortearam as escolhas da USP no que se refere aos critérios adotados. As oficinas foram constituídas por simulações de bancas de heteroidentificação, incluindo questões protocolares, como, por exemplo, a recepção e abordagem feitas ao candidato, e questões mais técnicas acerca do processo de heteroidentificação propriamente dito”, pontua Paiva.
Desequilibrio racial
A USP tem vindo a sofrer um forte desequilibrio racial, cuja origem reside na própria sociedade. Fernando Paiva sublinha que a lei de cotas veio com base nessa análise sociológica e histórica, que evoluiu para uma desigualdade muito acentuada, inclusive em termos de condições, sendo que o reflexo disso se evidenciou antes da instituição dessa política. “Anteriormente - e ainda hoje isso se verifica, embora com menos intensidade - no ingresso na graduação, a Universidade tinha essencialmente um conjunto de alunos brancos. Essa disparidade é de certa forma estranha, particularmente quando consideramos que a população brasileira possui considerável percentual de pessoas pretas ou pardas. Quando isso não se enxerga na Universidade, você começa a perceber que tem algo errado. Não diferente é a situação quando consideramos servidores e docentes da USP”, observa o Prof. Fernando Paiva.
A partir deste ano, a USP toma uma decisão importante ao indicar que os concursos passam a ser regidos pela nova regra, ou seja, dando a oportunidade das pessoas se autodeclarem pretos, pardos ou indígenas, com o intuito detendo acesso às vagas ou bonificações previstas na resolução aprovada pelo Conselho Universitário. As bancas de heteroidentificação, que deverão ser o mais heterogéneas possível em termos de representação racial, de gênero e nível de formação, assumem um papel crucial neste processo que visa reparar uma questão histórica que culmina em uma inadequada representação racial na Universidade, em todos os seus campi.
O Prof. Fernando Paiva faz questão de agradecer ao ICMC/USP pela disponibilização de suas infraestruturas que serviram de base para a realização da iniciativa “Letramento Racial”.
EUA - O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump tem uma liderança folgada sobre seus rivais republicanos no Estado de Iowa, onde a disputa presidencial do partido começa em janeiro, de acordo com uma pesquisa de opinião divulgada nesta segunda-feira.
A pesquisa Des Moines Register/NBC News/Mediacom de prováveis participantes do caucus republicano (assembleias de eleitores que discutem as candidaturas) de Iowa mostra que Trump tem o apoio de 42%, enquanto o governador da Flórida, Ron DeSantis, atingiu 19% e o senador Tim Scott ficou em terceiro lugar com 9%.
Outros candidatos republicanos que desejam enfrentar o presidente Joe Biden nas eleições de novembro de 2024 pontuaram em apenas um dígito.
Mesmo assim, J. Ann Selzer, a veterana pesquisadora de Iowa cuja empresa conduziu a pesquisa, disse que a disputa não está decidida e pode estar "mais acirrada do que parece à primeira vista".
A maioria -- ou 52% -- disse que tinha uma primeira escolha para presidente, mas ainda poderia ser persuadida a apoiar um candidato diferente, enquanto 40% disseram que já estavam decididos.
Entre os apoiadores de Trump, no entanto, 66% disseram que seu voto estava definido, enquanto 34% disseram que poderiam ser persuadidos a mudar de ideia.
As quatro acusações judiciais contra Trump mostraram poucos sinais de dissuadir seus apoiadores. A pesquisa mostrou que 65% dos prováveis participantes do caucus republicano não achavam que Trump havia cometido crimes graves, em comparação com os 26% que acreditavam que sim.
A pesquisa foi realizada de 13 a 17 de agosto, coincidindo com a notícia de 14 de agosto de que um grande júri da Geórgia havia emitido um indiciamento acusando o ex-presidente de realizar esforços para reverter sua derrota nas eleições de 2020 para Biden no Estado.
A sondagem ocorreu antes do primeiro debate das primárias republicanas na quarta-feira, que Trump disse que não vai comparecer, citando sua grande vantagem nas pesquisas.
Uma pesquisa nacional da CBS mostrou no domingo que Trump era o candidato preferido de 62% dos eleitores republicanos, com DeSantis atrás, com 16%.
Por David Ljunggren / REUTERS
RÚSSIA - As percepções mundo afora sobre Vladimir Putin caíram para mínimos históricos, de acordo com uma pesquisa recentemente divulgada pela Pew Research Center, na qual pessoas de 24 países foram entrevistadas.
Não é uma novidade que a popularidade de Putin fora da Rússia sofreu uma grande baixa desde que ele tomou a decisão de invadir a Ucrânia.
Agora, após um ano e meio de conflito, 82% dos adultos entrevistados disse ver o presidente russo de forma desfavorável.
A pesquisa concluiu ainda que uma média de 87% das pessoas não tinham “muita ou nenhuma confiança” na capacidade de Putin de lidar com assuntos mundiais.
“Consistente com as visões sobre o país em geral, a confiança no presidente russo, Vladimir Putin, é extremamente baixa”, informou o Pew Research Center.
A confiança global em Putin contrasta fortemente com as classificações dadas ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pelos entrevistados.
Segundo os números levantados pela pesquisa, as pessoas acreditam que o presidente ucraniano pode ser confiável em suas decisões sobre assuntos globais.
Enquanto apenas 11% das pessoas entrevistadas confiam na capacidade de Putin de lidar com assuntos mundiais, 51% disseram ter confiança em Zelensky. Entretanto, as opiniões sobre o líder da Ucrânia variam: menos da metade das pessoas confiam nele em 10 países.
O relatório do Pew Research Center observou que “a confiança em Zelensky alinha-se amplamente com as opiniões sobre o presidente dos EUA, Joe Biden, o presidente francês, Emmanuel Macron, e o chanceler alemão, Olaf Scholz”.
“Uma média de 54% confia em Biden no cenário mundial, 50% confia em Macron e 49% diz o mesmo sobre Scholz”, detalha a pesquisa do Pew.
Os entrevistados na Polônia, em particular, foram extremamente críticos à invasão russa da Ucrânia e 98% deles disseram não ter confiança em Putin.
Por outro lado, a Índia seguiu um caminho muito mais intermediário com a Rússia, e isso refletiu-se nos números registrados pelo Pew Research Center. Um total de 59% dos entrevistados indianos disseram ter confiança em Putin, um aumentou de 17 pontos com relação à pesquisa Pew de 2019.
Os poloneses também tiveram a opinião mais desfavorável sobre a Rússia, com 98% dos adultos respondendo que tinham uma visão negativa do país. Já 57% dos indianos entrevistados relataram uma “opinião favorável”.
O relatório descobriu que a confiança em Putin variava de acordo com a ideologia em alguns países: “Aqueles à direita do espectro político costumam dizer que confiam em Putin, ao contrário daqueles à esquerda.”
A Itália forneceu um bom exemplo de apoio ideológico a Putin, com 16% da direita política do país dizendo que confiava no presidente da Rússia, enquanto apenas 4% da esquerda relataram o mesmo.
“Os europeus que apoiam partidos populistas de direita em seu país têm maior probabilidade de expressar confiança em Putin, em comparação com aqueles que dizem não apoiar os partidos populistas de direita em seu país”, observou o Pew Research Center.
por Zeleb.es / thedailydigest.com
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