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SÃO PAULO/SP - Uma proposta inédita para mapear áreas verdes urbanas no Brasil foi apresentada na segunda-feira (8) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Guarulhos (SP) e Palmas foram escolhidos como áreas-teste por serem regionalmente diferentes, tanto em termos de formação das cidades como de clima e vegetação.

Segundo a responsável técnica da pesquisa, Manuela Mendonça de Alvarenga, a partir deste projeto piloto, a equipe da Diretoria de Geociências do IBGE pretende avaliar proposta metodológica que seja realizada futuramente em todo o território nacional.

“Para nós é importante lançar este estudo em caráter experimental, para que possamos colocar a proposta de metodologia em discussão, testar sua aplicabilidade a diferentes contextos e, a partir de um retorno de outros pesquisadores, de gestores e de demais partes interessadas, propor algo que possa ser aplicável a todo o Brasil”, disse Manuela.  

De acordo com o IBGE, a metodologia realizada nesta investigação utilizou a definição de áreas verdes urbanas do Código Florestal Brasileiro, que considera áreas públicas ou privadas de vegetação (natural ou recuperada), que têm uma destinação no planejamento urbano diferente de loteamentos e moradias.

O instituto explica que a classificação de áreas verdes seguiu a proposta do Ministério do Meio Ambiente e de Mudança do Clima, que contempla diferentes tipos, como parques, praças, canteiros.

“Para a área de mapeamento,  foi considerada uma delimitação que segue o padrão internacional da ONU-Habitat pautado em densidade demográfica e tamanho da população em áreas contínuas. Além disso, foi proposta a utilização de dados de cartografia colaborativa, que indicam a presença de áreas verdes diversas. Estes foram utilizados como insumos para identificação preliminar, cruzados com outros de imagens de satélite, que indicaram a presença de vegetação”, diz o IBGE.

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Conforme o instituto, em Guarulhos, foram identificados 7.096,37 hectares de áreas verdes urbanas, o que representa 45% das áreas urbanizadas do município, levando em conta a área de 800 metro em torno do centro urbano. Considerando as áreas verdes intraurbanas, o tamanho é reduzido para 6.036,73 hectares, e a proporção passa a ser de 38% das áreas urbanizadas da cidade.

 “Com esse resultado, podemos interpretar qual é o grau do impacto que o entorno do centro urbano possui para a composição do mosaico de áreas verdes da cidade e consequentemente os serviços fornecidos à população”, explicou Manuela.

O IBGE informou que, em Palmas, o total de áreas verdes urbanas foi de 5.137 hectares, considerando a área de mapeamento com o entorno de 800 metros do centro urbano, o que representa 49,11% do total de áreas urbanizadas da cidade.

“Considerando apenas a área intraurbana, as Áreas Verdes Urbanas passam a somar 977,99 hectares, representando aproximadamente 10% da mancha urbanizada do município. A diminuição de cerca de 80% de áreas verdes entre os recortes intraurbano e periurbano se deve ao fato de que Palmas possui grandes extensões de matas ciliares de rios tributários ao Rio Tocantins que cruzam a cidade e não são consideradas áreas urbanizadas, devido à sua grande extensão sem moradias ou área construída”, afirma o instituto. 

 "O mapeamento foi proposto considerando a disponibilidade de insumos e a simplicidade de processamento, e, com isso, podemos chegar a um dado de qualidade para todo Brasil. Assim, a partir de uma primeira versão e de sua validação, o próprio mapeamento pode servir como entrada para treinar algoritmos de inteligência artificial, que poderão permitir uma atualização do mapeamento mais automatizada", completa Manuela.

 

 

AGÊNCIA BRASIL

SÃO PAULO/SP - A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) suspendeu, desde 28 de agosto, as autorizações para queimas controladas em todo o estado. A suspensão vale por 30 dias e busca diminuir os riscos de incêndios florestais, que têm alto histórico de incidência nos meses de agosto de setembro.

A decisão inclui queimas de palha da cana-de-açúcar, agrícolas e para fins de controle de pragas. Novos pedidos não serão aceitos no período descrito, e o prazo poderá ser estendido caso a seca continue.

A queima da palha da cana já estava limitada desde julho. Até então, era autorizada apenas quando a umidade relativa do ar estava acima de 40% e fora do período das 11h às 15h, pois o risco de propagação do fogo é maior. Todas as liberações agora estão suspensas.

O diretor de Controle e Licenciamento da Cetesb, Adriano Queiroz, explica o objetivo da medida preventiva: “Mais uma vez adotamos a suspensão como medida preventiva para atravessar o período crítico de estiagem. Nosso objetivo é reduzir os riscos de incêndios florestais e preservar a qualidade do ar, em linha com o histórico recente e a experiência de anos anteriores”.

Os esforços da Cetesb para conter as queimas fazem parte do Programa SP sem Fogo. A operação desenvolve diversas atividades de forma permanente durante o ano, para combater e prevenir incêndios florestais em grandes áreas verdes próximas a regiões rurais e urbanas.

Baixos índices em agosto

Em 2024, o Brasil passou por uma grande crise climática nos meses de agosto e setembro. Os índices de tempo seco, alta ocorrência de incêndios e baixa qualidade do ar registraram piora sem precedentes.

Comparado com o ano anterior, o mês de agosto de 2025 representou grande queda nos índices de queimadas. Segundo dados do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), o estado de São Paulo registrou queda de 75%, se comparado com 2024, no total de focos.

De acordo com o INPE, entre 1º e 15 de agosto foram contabilizadas 148 ocorrências em 2025. Em 2024, foram 548. O investimento em monitoramento, melhores condições climáticas e o treinamento de equipes locais de resposta foram apontados como motivos do recuo.

 

 

AGÊNCIA BRASIL

BELÉM/PA - O desafio global de fazer frente às mudanças climáticas reforçou os laços entre o Brasil e França, em um esforço científico pela Amazônia. Pesquisadores dos dois países estão reunidos em Belém, no Pará, para dar início a mais uma temporada de projetos que pensam o futuro do planeta a partir da ciência, cultura e política.

O Seminário Conexões Amazônicas – Pesquisas Colaborativas entre Brasil e França, inaugurou na terça-feira (26) as atividades científicas da Temporada Brasil-França 2025. O encontro vai até amanhã dia 29, no Museu Emílio Goeldi, em Belém, como parte da agenda bilateral realizada a cada ano em duas temporadas – uma em cada país.

Segundo a representante da Embaixada da França no Brasil, Sophie Jacquel, a Temporada França-Brasil 2025 traz este ano um foco especial na cooperação científica que tem laços históricos e muito fortes através dos séculos, com um olhar ambiental reforçado pela realização da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30).

“Estamos em um momento em que a Amazônia se aproxima de um ponto de não retorno pela mudança climática e isso é uma preocupação muito forte de ambos os governos e também dos pesquisadores brasileiros e franceses. Por isso, precisamos estruturar ainda mais esse compartilhamento de conhecimento e a interdisciplinaridade dos eixos de pesquisa”, destaca.

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Relação bilateral

Criada em 2023, a temporada é fruto de um novo impulso da relação bilateral, que celebra agora 200 anos. Do mesmo esforço, nasceu ainda o Centro Franco-Brasileiro de Biodiversidade Amazônica (CFBBA), inaugurado em novembro de 2024, na Guiana Francesa, que também aproxima o trabalho de cientistas dos dois países.

“As universidades, tanto aqui da Amazônia brasileira, quanto da Guiana Francesa, são enraizadas em um território que tem desafios enormes sociais e ambientais, mas também tem a capacidade de pensar quais são as soluções e nos futuros compartilhados”, afirma Nadège Mézié, assessora internacional do Centro Franco-Brasileiro da Biodiversidade Amazônica.

Ao longo de três dias, as comunidades científicas dos dois países apresentarão os avanços recentes das pesquisas sobre sociobiodiversidade, meio ambiente e enfrentamento da crise climática para que possam trabalhar na apresentação de soluções e novas perspectivas a serem levadas aos tomadores de decisões na COP30. “Vamos ter antropólogos, arqueólogos, cientistas da saúde, da biodiversidade e meteorologistas que podem ser capazes de juntos encontrarem soluções concretas”.

Construção de conhecimento

Nesta terça-feira, o dia é dedicado a jovens pesquisadores que compartilham seus estudos com cientistas experientes, em um esforço conjunto na construção de conhecimento. “São eles que vão fazer a ciência de amanhã, que têm ideias disruptivas, que têm novas soluções, especialmente os jovens cientistas da Amazônia, que trabalham pela Amazônia", afirma Sophie.

Para ela, o documento construído ao final do seminário vai percorrer os próximos eventos científicos para coletar inovações que podem se transformar em soluções ambientais em um processo de construção coletiva até a conferência climática.

“É o papel da ciência servir de base às decisões de governos e dos tomadores de decisões e construtores de políticas públicas”, afirma.

Programação

A programação foi estruturada em três eixos: clima e transição ecológica, diversidade das sociedades e democracia e globalização equitativa e terá a participação de pesquisadores como Stéphan Rostein, Laure Emperaire, Pascale de Robert, da ex-ministra da Justiça na Holanda, Christiane Taubira, Bepunu Kayapó, Lúcia Hussak van Velthem e Loudes Furtado.

O seminário é promovido pela Embaixada da França no Brasil, Museu Emilio Goeldi, com CFBBA e a Associação Comercial do Pará.

A programação completa pode ser conferida no site oficial da Temporada Brasil-França 2025.

 

 

AGÊNCIA BRASIL

NOVA GUINÉ - Um tubarão considerado raro, que não era avistado desde 1970, voltou a ser registrado em Papua-Nova Guiné.

O primeiro exemplar da espécie, batizada “Gogolia filewoodi”, foi capturado por um pescador em julho de 1970, na baía de Astrolabe, próximo à foz do rio Gogol. Tratava-se de uma fêmea grávida com 74 centímetros.

Três anos depois, a espécie foi oficialmente registrada como um novo gênero, recebendo o nome em homenagem ao local da descoberta e ao cientista que a classificou, L. W. Fillewood.

No entanto, desde então, a espécie não havia sido vista novamente, mesmo após diversas pesquisas científicas na região.

Agora, um estudo publicado em 21 de agosto no Journal of Fish Biology revelou que, desde 2020, pescadores da província de Madang capturaram seis exemplares — cinco fêmeas e um macho.

Os animais foram documentados por um funcionário da World Wildlife Fund (WWF), que fotografou parte dos tubarões e confirmou a identidade da espécie. Assim como em 1970, todos foram capturados próximos à foz do rio Gogol.

Os cientistas acreditam que o habitat do tubarão pode se restringir a uma pequena área da baía de Astrolabe e destacam que já estão sendo iniciadas medidas de monitoramento para preservar “essa espécie única e rara”.

 

 

por Notícias ao Minuto Brasil

BRASÍLIA/DF - Uma nota em que manifesta preocupação com a decisão da Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) de suspender a Moratória da Soja foi divulgada pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), na terça-feira (19).  No início desta semana, o Cade anunciou a suspensão da ferramenta de proteção do bioma sob a alegação de investigação de prática anticompetitiva.

Para a pasta do Meio Ambiente, a Moratória da Soja é um importante acordo voluntário entre associações de empresas e sociedade civil, com o apoio do governo, para produção de soja na Amazônia. De acordo com o MMA, esse é um instrumento pioneiro e reconhecido internacionalmente, com vigência de quase 20 anos.

“A perenidade do acordo indica seu sucesso e a ausência de elementos que possam, por si só, caracterizar um cartel de compra que motive uma medida preventiva”, reforça.

Ao manifestar preocupação com a decisão, a pasta ambiental destacou o princípio de defesa do meio ambiente previsto na Constituição Federal, “inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto ambiental dos produtos e serviços”, diz.

A nota destaca ainda os critérios estabelecidos pelo acordo voluntário para uma produção sustentável de soja no bioma Amazônia, como a utilização apenas de áreas consolidadas de desmatamento para plantação da cultura, exceto as embargadas por ilegalidade, além da proibição de trabalho em condições análogas à escravidão.

O acordo assinado em 2006, considera o ano de 2008 como marco para proibição de novos desmatamentos para produzir soja, liberando a produção agrícola em áreas desmatadas anteriormente.

“A experiência da Moratória da Soja demonstrou que é possível expandir a produção agrícola de forma competitiva, com ganhos de produtividade, respeito à legislação e proteção dos direitos humanos”, informa a nota

Segundo o governo, entre 2006 e 2023, houve expansão da produção de soja na Amazônia de 427%, enquanto no restante do Brasil ela cresceu 115%. A maior parte, 97,6% do desmatamento ocorrido nesse período no bioma não foi associado à soja.

“O MMA reafirma seu compromisso em trabalhar junto a produtores, empresas e instituições públicas para que a agricultura brasileira siga como exemplo de desenvolvimento sustentável, conciliando competitividade econômica, preservação ambiental e respeito à dignidade do trabalho humano”, conclui.

 

 

AGÊNCIA BRASIL

COSTA RICA - Um tubarão-lixa de quase dois metros e com uma coloração alaranjada incomum foi avistado na Costa Rica durante uma expedição de pesca organizada pela empresa turística Parismina Domus Dei.

O registro, feito em agosto do ano passado, ganhou novo destaque agora com a publicação de um estudo da Universidade Federal do Rio Grande, citado pelo Miami Herald, que explica a tonalidade peculiar do animal.

Segundo os pesquisadores, o tubarão apresenta xantismo, uma condição genética rara que provoca excesso de pigmentação amarela ou dourada em pele, escamas ou pelos, o que justifica a aparência alaranjada. Até então, o xantismo havia sido observado apenas em alguns peixes das Caraíbas, répteis e aves mas nunca em tubarões ou outros peixes cartilagíneos.

“A descoberta de um tubarão-lixa laranja levanta questões importantes sobre a genética e a adaptabilidade da espécie. Trata-se de um caso isolado ou de um sinal de tendência genética na população local?”, questiona o estudo.

Cientistas apontam que animais com xantismo costumam ter a sobrevivência dificultada, já que a coloração os torna mais visíveis a predadores e presas. No entanto, no caso deste tubarão que já alcançou quase dois metros  a condição não parece ter comprometido sua vida até agora.

Mais surpreendente ainda é que o animal também apresenta albinismo, outra condição genética caracterizada pela ausência de melanina, que costuma resultar em pele ou escamas esbranquiçadas, olhos claros e maior sensibilidade ao sol. Nas imagens registradas, é possível observar os olhos brancos do tubarão.

A combinação de xantismo e albinismo torna o caso único e impressionante. Em condições normais, tubarões-lixa adultos têm coloração marrom, que os ajuda a se camuflar nos recifes. Já a cor laranja chamativa, em tese, dificultaria tanto a caça quanto a proteção do animal mas este exemplar parece ter superado tais obstáculos, intrigando os cientistas sobre possíveis vantagens adaptativas dessa raridade genética.

 

por Notícias ao Minuto

BRASÍLIA/DF - Uma área maior que a Bolívia é o tamanho do território brasileiro que teve a vegetação nativa convertida em função da atividade humana entre os anos de 1985 e 2024. Foram 111,7 milhões de hectares, ou o equivalente a 13% de todo o país, segundo a Coleção 10 de mapas anuais de cobertura e uso da terra do MapBioma, divulgada na quarta-feira (13).

O estudo revela ainda que esses 40 anos reúnem os períodos mais intensos de perda das áreas naturais, desde a colonização do Brasil.  Segundo o pesquisador Tasso Azevedo, coordenador-geral do MapBiomas, 60% de toda a área foi gradualmente ocupada pela agropecuária, a mineração, as cidades, infraestrutura e outras atividades antes do período estudado. “Os 40% restantes dessa conversão ocorreram em apenas quatro décadas, de 1985 a 2024”, afirma.

Nesse período, o Brasil perdeu, em média, 2,9 milhões de hectares de áreas naturais por ano. A formação florestal foi a mais suprimida, com redução de 62,8 milhões de hectares, o equivalente ao território da Ucrânia. 

As áreas úmidas, que envolvem floresta alagável, campo alagado, área pantanosa, apicum, mangue e corpos de água e reservatórios, também diminuíram ao longo desses 40 anos, com redução de 22% em todo o país.

A maior parte do cenário modificado recebeu o uso de pastagem, com 62,7 milhões de hectares, e agricultura, com outros 44 milhões. Os estados que tiveram o território mais ocupados pela agricultura foram o Paraná, com 34%; São Paulo, com 33%; e o Rio Grande do Sul, que tem 30% da área ocupada pela atividade.

De acordo com os pesquisadores, a pecuária, no acumulado de todo o período, tem maior atuação na supressão de áreas naturais por causa do crescimento da agropecuária em áreas já abertas anteriormente pela pastagem. “De forma geral, a expansão da pecuária parou no início dos anos 2000 e começou a se estabilizar. Atualmente, ela tem pequena tendência de queda da conversão”, diz Tasso Azevedo.

Biomas

Nas quatro décadas pesquisadas, a Amazônia foi o bioma que perdeu a maior extensão de cobertura verde. Foram 52,1 milhões de hectares. O Cerrado teve 40,5 milhões de hectares de vegetação nativa suprimidos

 A área natural da Caatinga convertida foi de 9,2 milhões de hectares e a da Mata Atlântica, de 4,4 milhões.

O Pantanal, por sua vez, teve 1,7 milhão de hectares e o Pampa perdeu 3,8 milhões, sendo o bioma que teve maior perda de vegetação nativa proporcional ao tamanho do território: 30%.

Histórico

Na primeira década, até 1994, foi registrado aumento de 36,5 milhões de hectares de áreas antrópicas, convertidas principalmente em pastagens, mesmo sendo o período em que 30% dos municípios registraram o maior crescimento de área urbanizada.

A transformação mais significativa ocorreu na década seguinte, quando a conversão de cobertura verde para agropecuária totalizou 44,8 milhões de hectares no país. Dessa área, a expansão da agricultura representou 35,6 milhões de hectares. Também foi nesse período que o chamado Arco do Desmatamento na Amazônia se consolidou.

Nos últimos 40 anos, o período entre 2005 e 2014 foi o que menos sofreu mudança de uso do solo, quando 17,6 milhões de hectares de vegetação nativa foram suprimidos no país. A maior parte afetada - 15,4 milhões – foi de floresta, que inclui formação florestal, savânica, floresta alagável, mangue e restinga arbórea.

Nos últimos dez anos, a degradação da cobertura verde voltou a crescer, segundo o estudo. Enquanto a mineração aumentou, principalmente na Amazônia, a expansão agrícola desacelerou em todos os biomas, não impedindo o surgimento de mais uma área de desmatamento na região: a Amacro (Amazonas, Acre e Rondônia).

 Uso do solo

O estudo do Mapbiomas é o mais completo já realizado no Brasil sobre o uso do solo, com 30 classes mapeadas e dados de 40 anos. Nesta edição, o levantamento recebeu mais uma classe com o mapeamento de usinas fotovoltaicas, que se expandiram pelo país entre 2015 e 2024, com 62% da área mapeada concentrada na Caatinga. “É a primeira vez que a gente acrescenta uma classe de infraestrutura como mapeável dentro dos biomas, que é a classe das fazenda solares e que virou um uso da terra no Brasil”, destaca Tasso Azevedo.

 

 

AGÊNCIA BRASIL

SÃO PAULO/SP - Uma combinação de três fenômenos tem ameaçado cada vez mais os ecossistemas das regiões sul e equatorial do Oceano Atlântico: ondas de calor marinhas, acidificação alta e concentração de clorofila baixa.

Antes de 2016, era incomum que esses casos ocorressem ao mesmo tempo. De lá para cá, passaram a acontecer todos os anos.

Os três fenômenos são resultado da emergência climática. O oceano é um dos reguladores do clima: absorve cerca de 90% do calor da atmosfera e 30% do dióxido de carbono (CO₂).

Quando o calor atmosférico é excessivo, ocorre o superaquecimento do oceano. Já o acúmulo de CO₂ aumenta a acidificação das águas.

Esses eventos poderiam ser aliviados caso a oferta de alimento para as espécies marinhas fosse adequada. Alguns ecossistemas conseguem sobreviver às águas mais quentes e ácidas se tiverem disponibilidade de alimentos.

No entanto, com as águas muito quentes, há menos gases que servem de nutrientes para as algas microscópicas, que são a base da cadeia alimentar no oceano.

Assim, aumentam os riscos de mortalidade de espécies marinhas, e de prejuízos à sustentabilidade das atividades pesqueiras e de maricultura.

A maior ocorrência desses três fenômenos impossibilita a recuperação dos ecossistemas, por ser necessário um tempo mínimo para esse processo.

Estudo

O estudo foi publicado na revista Nature Communications e tem a participação de pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

Foram analisados dados de 1999 a 2018, período em que foi possível cruzar as três variáveis com segurança. Os dados são coletados com o auxílio de satélites de pesquisa.

O monitoramento preciso da temperatura dos oceanos é possível desde 1982; sobre a clorofila, desde 1998; e sobre a acidez tiveram última atualização em 2018.

Seis regiões do Atlântico Sul foram avaliadas, em função da biodiversidade e produtividade biológica altas.

Entre os pontos estudados estão o Atlântico Equatorial Ocidental (próximo à costa do Nordeste brasileiro), o Atlântico Subtropical Ocidental, a Confluência Brasil-Malvinas, o Golfo da Guiné, a Frente de Angola e o Vazamento das Agulhas (que conecta oceanos Atlântico e Índico).

Segundo o estudo, essas regiões são responsáveis pela pesca de oito milhões de toneladas de organismos marinhos por ano, que sustentam comunidades costeiras da América do Sul e da África.

A segurança alimentar de países da América do Sul e da África é diretamente impactada, por dependerem desses recursos marinhos.

A pesquisadora Regina Rodrigues, da UFSC e do Instituto Nacional de Pesquisas Oceânicas (Inpo), diz que pesquisas sobre esses fenômenos podem ajudar na construção de políticas e na tomada de decisões mais assertivas sobre os oceanos.

Brasília (DF), 01/08/2025 - Pesquisadora Regina Rodrigues, da UFSC e do INPO, estuda ecossistemas oceânicos.
Foto: Regina Rodrigues/Arquivo pessoal

Pesquisadora Regina Rodrigues, da UFSC e do INPO, estuda ecossistemas oceânicos. Foto: Regina Rodrigues/Arquivo pessoal

“Os ecossistemas marinhos estão sob pressão de diferentes tipos de poluição: dejetos químicos, da agricultura, pesticidas, esgoto sem tratamento. Fora a pesca ilegal, que ocorre em ritmo maior do que as espécies podem se reproduzir. Deveríamos fazer mais áreas de conservação e regulamentos para tirar essas pressões sobre o ecossistema. Aquecimento e acidez do mar não conseguimos combater agora, porque requerem medidas mais amplas de redução dos gases do efeito estufa”, avalia a pesquisadora.

 

AGÊNCIA BRASIL

CHINA - O vídeo de um caminhão pendurado na beira de um viaduto que desabou na província de Guizhou, na China, está circulando nas redes sociais. Nas imagens, é possível ver que o motorista estava na cabine do veículo quando a ponte caiu.

Viaduto cedeu após fortes chuvas causadas pela intensificação da monção de verão no Leste Asiático. O acidente aconteceu na estrada entre Congjiang e Rongjiang, onde o motorista foi resgatado e a carreta, retirada.

Pilares de concreto da ponte não resistiram à pressão da água. Segundo a Reuters, o solo encharcado e o volume recorde de água causaram o desabamento parcial.

Enchentes deixaram milhares de pessoas em situação de risco. Nos últimos dias, a chuva deixou as áreas urbanas completamente alagadas.

Moradores das áreas ribeirinhas foram orientados a buscar refúgio em regiões mais altas. Equipes de resgate atuam para reduzir os danos.

Especialistas associam essas tempestades ao aquecimento global. Eventos extremos como esses estão se tornando mais comuns no país.

Meteorologistas chineses preveem mais chuvas intensas nos próximos dias. A Organização Meteorológica Mundial alertou que a Ásia está esquentando quase duas vezes mais rápido que a média global, o que eleva o risco de desastres naturais.

 

 

FOLHAPRESS

BRASÍLIA/DF - O Fundo Amazônia aprovou R$ 1,189 bilhão em projetos no primeiro semestre de 2025 e registrou o melhor desempenho de destinação dos recursos desde a criação do mecanismo em 2009. O resultado foi alcançado depois de dobrar a captação, com adesão de novos doadores  e a internalização de R$ 1 bilhão nos últimos dois anos.

Gerida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e coordenada pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), a ferramenta foi criada para financiar a conservação, monitoramento e desenvolvimento sustentável do bioma.

Em 16 anos de existência foram aprovados projetos que somam R$ 5,6 bilhões e o desembolso para execução alcançou R$ 2,7 bilhões, após os processos de estruturação e contratação.

Com o passar dos anos, os valores foram ampliados alcançando 133 iniciativas, em especial após 2023, quando foram aprovados 23,3% dos projetos que somaram R$ 584 milhões e R$ 947 milhões, em 2024.

A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou que - em um contexto geopolítico onde os recursos estão sendo direcionados para guerras - o investimento em iniciativas que protegem a vida, a partir de práticas que preservam o meio ambiente, é um bom exemplo da verdadeira guerra que deveria ser travada contra a mudança do clima, a pobreza e a desigualdade. 

Ganho ambiental

“Quando o dinheiro vai para as comunidades e não é reembolsado, a gente diz que é um dinheiro a fundo perdido, mas esse é um recurso a fundo ganho. É o ganho social, ambiental, econômico, científico, tecnológico, cultural e o ganho da parceria, da solidariedade”, reforçou.

Além do escalonamento do número de projetos e recursos, o balanço apresentado na segunda-feira (16) também destacou a capilaridade das iniciativas aprovadas pelo Fundo Amazônia, em diferentes regiões do bioma, alcançando comunidades quilombolas, organizações indígenas, extrativistas e agricultores familiares.

Alguns exemplos citados foram o projeto Amazônia na Escola para levar a produção sustentável da agricultura familiar à rede pública de educação. Outro exemplo é o projeto Dabucury – Gestão Territorial e Ambiental na Amazônia Indígena, que alcançou 28 instituições de nove estados da Amazônia Legal. Também os nove editais do projeto Restaura Amazônia, que chamam a atenção por serem iniciativas voltadas às terras indígenas, assentamentos rurais e unidades de conservação, ao longo de uma extensão que abrange do leste do Maranhão ao Acre, passando pelo sul do Pará, Mato Grosso e Rondônia.

Valores das iniciativas

Confira os valores de algumas das iniciativas contempladas:

  • Restaura Amazônia - R$ 450 milhões - projetos de restauração ecológica e produtiva.
  • Amazônia na Escola - R$ 332 milhões – fortalecimento da agricultura familiar e oferta de alimento saudável nas escolas.
  • Sanear Amazônia - R$ 150 milhões - implantação de tecnologias sociais para acesso à água de qualidade destinada ao consumo humano e produção de alimentos.
  • Naturezas Quilombolas - R$ 33 milhões – apoio para a gestão territorial e ambiental em comunidades quilombolas.
  • Fortfisc – R$ 825 milhões - melhoria da capacidade do Ibama para fiscalização e controle do desmatamento ilegal.
  • Ações de comando e controle - R$ 318 milhões – estruturação das Polícia Federal, Rodoviária Federal, das Forças Policiais dos nove estados da Amazônia Legal e na Companhia de Operações Ambientais da Força Nacional de Segurança Pública (Amas).
  • Corpos de Bombeiros - R$ 371 milhões – melhoria das corporações na Amazônia Legal. 

 

 

AGÊNCIA BRASIL

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