EUA - O agravamento dos sinais vitais do planeta indica que estamos entrando em uma fase "crítica e imprevisível" da crise climática, que demanda ações rápidas e decisivas. Essa é a conclusão de cientistas de um consórcio internacional, liderado pela Universidade de Oregon, nos Estados Unidos, em um relatório anual sobre o estado do clima, publicado na revista BioScience.
"Estamos à beira de um desastre climático irreversível", alertaram os pesquisadores no documento, que destaca que grande parte da estrutura da vida na Terra está sob ameaça.
Mesmo com décadas de avisos e previsões sobre as consequências das mudanças climáticas, as emissões de combustíveis fósseis alcançaram "níveis históricos", indicaram os cientistas. Eles ressaltam que os três dias mais quentes já registrados ocorreram em julho deste ano, e as políticas climáticas atuais estão conduzindo o planeta a um aumento de temperatura de aproximadamente 2,7°C até 2100.
"Tragicamente, estamos falhando em evitar impactos graves", disseram os especialistas. "Levamos o planeta a um estado climático nunca antes presenciado por nossa espécie ou por nossos ancestrais", reforçaram.
O estudo, liderado por William Ripple, da Oregon State University, aponta áreas prioritárias para mudança: energia, poluição, preservação da natureza, alimentação e economia. Os dados mostram que, em 2022, houve temperaturas recordes nos oceanos e o verão mais quente do Hemisfério Norte em 2.000 anos.
"As emissões de dióxido de carbono e outros gases de efeito estufa, causadas pelo homem, são os principais motores da mudança climática. Em 2022, a queima de combustíveis fósseis e processos industriais foram responsáveis por 90% dessas emissões", explicaram os pesquisadores.
Segundo Ripple, a própria estrutura da vida na Terra está em risco: "Estamos no meio de uma transformação climática abrupta que ameaça a vida no planeta de uma forma que nunca foi vista pelos humanos".
Dos 35 sinais vitais monitorados anualmente pela equipe, 25 já estão em níveis recordes. O relatório também destaca desastres climáticos como os incêndios florestais no Chile, que mataram pelo menos 131 pessoas e destruíram mais de 14.000 casas este ano, e as chuvas intensas na África, que causaram inundações devastadoras, afetando mais de 700.000 pessoas e resultando em centenas de mortes.
Outras regiões, como partes da Ásia, enfrentaram "ondas de calor devastadoras". Em Myanmar, cerca de 1.500 pessoas morreram devido à insolação, enquanto na Índia, as temperaturas chegaram a 50°C, e doenças relacionadas ao calor causaram 60 mortes.
Além disso, o relatório alerta para o crescimento da população humana, que aumenta em 200.000 pessoas por dia, e o crescimento do número de animais ruminantes — como bovinos, ovinos e caprinos — que contribuem significativamente para as emissões de gases de efeito estufa. Estima-se que cerca de 170.000 desses animais sejam criados diariamente, exigindo grandes quantidades de energia e gerando impactos negativos para o meio ambiente.
ÁFRICA - O número de mortos devido às inundações causadas por chuvas torrenciais no Chade, que começaram no final de julho, subiu para 487, quase metade do total de mais de mil vítimas fatais registradas em toda a África Central e Oriental. De acordo com informações divulgadas nesta terça-feira pelas autoridades do Chade à agência EFE, somente na última semana, 146 mortes foram registradas no país.
Na Nigéria, o número de mortos também aumentou de 259 para 269, com mais de 640 mil pessoas forçadas a abandonar suas casas, conforme informou a Agência das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR).
"Até o momento, registramos 487 mortes relacionadas às cheias e quase 1,7 milhões de pessoas afetadas. É um número alarmante e estamos solicitando apoio dos parceiros internacionais", afirmou Mahamat Assileck Halata, vice-presidente do Comitê Nacional de Prevenção e Gestão de Cheias do Chade, confirmando os dados divulgados anteriormente pelas Nações Unidas.
As chuvas devastaram 200 mil residências e mais de 355 mil hectares de terras agrícolas no Chade, além de causarem a perda de 66 mil cabeças de gado. O fenômeno afetou 117 dos 120 departamentos do país, com as províncias de Logone Est, Mayo-Kebbi Ouest (sul), Ouaddaï e Wadi Fira (leste) registrando o maior número de mortes, enquanto a província de Lac (oeste) conta com o maior número de pessoas afetadas.
"Todos os campos estão inundados, e nossas colheitas estão apodrecendo na água. Isso prenuncia um futuro sombrio: se não conseguirmos colher o que plantamos, a fome será inevitável nos próximos meses", lamentou Jonas Masra, morador da cidade de Sarh, na província de Moyen-Chari (sul), também em declarações à EFE.
Além do Chade, diversos países da África Ocidental e Central, como Nigéria, República Democrática do Congo (RDC), República Centro-Africana (RCA), Togo, Costa do Marfim, Libéria, Níger e Mali, também foram atingidos por chuvas intensas nos últimos meses. A situação agrava ainda mais as condições de uma população já vulnerável, marcada pela pobreza crônica, subdesenvolvimento, conflitos e instabilidade política.
Segundo dados divulgados pela Bloomberg, as enchentes nesta faixa da África deixaram pelo menos 2,9 milhões de pessoas desabrigadas e devastaram plantações em uma região que já enfrenta escassez de alimentos e insegurança.
As chuvas torrenciais na região semiárida do Sahel, que faz fronteira com o deserto do Saara, devem continuar, de acordo com a Rede de Sistemas de Alerta Precoce contra a Fome. O dilúvio deste ano, coincidente com uma época crucial para as colheitas, é atribuído ao aquecimento global, segundo especialistas.
Algumas partes do Saara receberam mais de 500% da precipitação normal de setembro, conforme relatado pelo blog Severe Weather Europe. O Grupo Internacional de Salvamento descreveu as enchentes como as piores dos últimos 30 anos, enquanto o Centro de Riscos Climáticos da Universidade da Califórnia, em Santa Barbara, apontou que grandes áreas de Mali e Mauritânia registraram níveis recordes de chuva nos primeiros dez dias de setembro, de acordo com a Bloomberg.
SÃO CARLOS/SP - A Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável e o Parque Ecológico de São Carlos, órgão vinculado à Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento, alertam à população sobre os graves incêndios que atingiram grandes áreas de vegetação em São Carlos e na região, resultando num grande número de animais silvestres feridos e que tentam fugir dos seus habitats, desorientados, sem abrigo, água ou alimento.
A Secretaria e o Parque pedem a colaboração da população para ao avistar animais silvestres em áreas urbanas ou próximas de suas residências, ofereçam água sem se aproximar, tocar ou tentar levar o animal para casa. Animais silvestres, mesmo em situação de vulnerabilidade, podem se assustar e agir de forma imprevisível.
Caso encontre algum animal ferido ou vagando pela cidade, basta entrar imediatamente em contato com as autoridades competentes como Policia Militar Ambiental pelo telefone (16) 3368-4724, Corpo de Bombeiros (16) 3361-4041 ou para a Guarda Municipal (16) 3364-2112 para que seja realizado o resgate e tratamento adequado deste animal.
Outras informações podem ser obtidas na Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável pelo telefone (16) 3362-1068 ou no Parque Ecológico (16) 3361-4456.
BRASÍLIA/DF - Um incêndio iniciado na última quinta-feira (5) destruiu 10 mil hectares do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, em Goiás. De acordo com a administração da unidade de preservação, a área atingida é ainda uma estimativa e fica entre o Paralelo 14 e a Cachoeira Simão Correia.
Em nota divulgada ontem (7), a chefia do parque informou que ainda não sabia o que ou quem provocou o incêndio, o que sinaliza que a unidade de preservação entende que pode ter sido criminoso. Na mensagem, também destaca que, desde o começo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e o PrevFogo, do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), escalaram efetivos para ajudar a debelar o incêndio, junto com o Corpo de Bombeiros Militar de Goiás. A expectativa era de que hoje fossem enviadas à localidade duas aeronaves, o que a reportagem não conseguiu confirmar, já que não teve sucesso nas tentativas de contato.
Um grupo organizado pelo Polo de EcoCiências do Cerrado realizou hoje (8), pelo segundo dia consecutivo, um mutirão para avaliar as condições da Reserva Privada do Patrimônio Natural (RPPN) Campo Úmido Voshysias, em Alto Paraíso de Goiás, próxima ao Parque Nacional. Assim como a RPPN Murundu, visitada neste sábado (7) no mesmo município, o local foi afetado por um incêndio e precisou ser examinado mais de perto, demandando também a retirada de espécies de plantas exóticas invasoras.
A rede de combate às chamas conta, ainda, com a Rede Contrafogo, que articula brigadas de voluntários, e o Instituto Biorregional do Cerrado (IBC). Em um vídeo postado nas redes sociais, Ivan Anjo, da Rede Contrafogo, compartilha informações sobre outro ponto atingido por chamas, o lixão de Alto Paraíso de Goiás.
"Todo ano é a mesma coisa. O lixão pega fogo sempre na mesma semana! Em 2021 foi no dia 7 de setembro, 2022 foi dia 4 de setembro, em 2023 não teve (oh glória) e esse ano, 6 de setembro iniciado perto das 22h, enquanto ainda cuidavam do fogo no Pouso Alto [também em Alto Paraíso]. Seria só coincidência? A prefeitura não se organiza pra fiscalizar, vigiar e muito menos pra combater. Parecem gostar que o lixão diminua seu volume todo ano pra ter menos o que administrar. Dezenas de famílias tiveram que abandonar suas casas ontem devido a essa incompetência. Ou seria maldade mesmo? O que você acha?", diz o texto que acompanha o vídeo. Nos comentários da postagem, moradores da cidade concordam com o brigadista e fazem críticas à gestão municipal.
O Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros é um dos locais de preservação do Cerrado, conhecido como "berço das águas" e que, apesar disso, pode perder cerca de 34% do fluxo dos rios até 2050. De acordo com monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), somente este ano, até ontem (7), foram detectados 48.966 focos de queimada no bioma, que só perde para a Amazônia (79.175).
A Agência Brasil tentou contato com o ICMBio, o Ibama e a prefeitura de Alto Paraíso de Goiás, mas não teve retorno até o fechamento desta matéria.
BRASÍLIA/DF - O número de municípios que decretaram situação de emergência por incêndios florestais em agosto aumentou em 354% em comparação com o mesmo mês de 2023, de acordo com um levantamento divulgado pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM). Esse dado reflete uma intensificação significativa das ocorrências de incêndios florestais no Brasil, o que pode ser atribuído a fatores como condições climáticas extremas, aumento das práticas de desmatamento e outros fatores ambientais que têm agravado a vulnerabilidade das áreas florestais a incêndios.
Somente neste mês, 118 gestores municipais registraram a condição no Sistema Integrado de Informações sobre Desastres, do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional.
Este ano, até o dia 26 de agosto, 167 municípios declararam situação de emergência. No mesmo período de 2023 apenas 57 enfrentavam o problema.
De acordo com o levantamento, 4,4 milhões de pessoas já foram afetadas pelos incêndios florestais este ano, sendo que a maioria, 4 milhões, foram alcançados pelos efeitos como poluição do ar e perda da biodiversidade.
O maior número de decretos foi registrado em São Paulo, por 51 municípios, seguido por Mato Grosso do Sul, com 35 registros; Acre, com 22; Espírito Santo e Rondônia, dois municípios, e Amazonas, Bahia, Minas Gerais, Mato Grosso, Rio de Janeiro e Santa Catarina, apenas um município cada.
Até o momento, o sistema aponta que já foram reconhecidos pelo governo federal a situação de emergência por incêndio florestal em 12 municípios em Mato Grosso do Sul. Os demais processos ainda estão em andamento para que os gestores possam ter acesso aos recursos públicos federais para medidas emergenciais.
A instituição estima um prejuízo de R$ 10 milhões em assistência médica emergencial para a saúde pública, que ainda pode crescer com impactos causados pela exposição da população à fumaça.
Por Fabíola Sinimbú - Repórter da Agência Brasil
EUA - A tempestade Debby chegou na Geórgia após deixar um rastro de destruição na Flórida, nos Estados Unidos. Autoridades alertam para inundações históricas e declararam situação de emergência.
O QUE ACONTECEU
Ventos de 72 km/h foram registrados no sudoeste de Savannah, na Geórgia, por volta das 5h (4h no horário de Brasília). Cidades na região sudeste podem enfrentar até 63 centímetros de chuva, informou o Centro Nacional de Furacões.
Prefeito de Savannah diz estar aterrorizado. Van Johnson alertou que algumas regiões estarão submersas daqui alguns dias. "Eu tenho enfrentado tempestades por aqui por 30 anos e nunca experimentei nada assim. Nós estivemos no olho de uma tempestade e nunca experimentamos isto".
Nos próximos dias, Debby cruza a Geórgia e se aproxima da costa do Atlântico, atingindo os estados Carolina do Sul e Carolina do Norte. O Centro Nacional de Furacões prevê que a tempestade deve ganhar força e atingir um ponto de terra perto de Charleston, na Carolina do Sul.
Autoridades alertam para inundações catastróficas na costa do Atlântico, com estimativas de 50 a 75 centímetros de chuva até a manhã de sexta (9). Os governadores da Geórgia e da Carolina do Sul declararam estado de emergência em antecipação aos danos causados pelo Debby.
FURACÃO DEIXOU CINCO MORTOS NA FLÓRIDA
Pelo menos cinco pessoas morreram durante a passagem do furacão no norte da Flórida. Na manhã nesta segunda-feira (5), Debby atingiu a pequena cidade de Steinhatchee, a cerca de 115 km de Tallahassee, como um furacão de categoria 1. Depois, o furacão se aproximou da região de Big Bend com ventos de até 130 km/h, mas perdeu força.
Duas crianças morreram após queda de árvores no Condado de Levy, informaram as autoridades. Um deles, um menino de 13 anos, estava dentro de uma casa móvel, segundo a polícia local.
Um caminhoneiro de 64 anos morreu após perder o controle de um caminhão na rodovia 75. Ele caiu no canal de Tampa Byapass.
Uma mulher de 38 anos e seu filho de 12 anos estavam em um SUV que derrapou em Dixie, ao norte de Tampa, durante a tempestade.
POR FOLHAPRESS
BRASÍLIA/DF - Um levantamento feito pela fundação holandesa IDH, com apoio do instituto de pesquisa WRI Brasil, mostra que há, pelo menos, meio milhão de hectares de caatinga com potencial de restauração. Segundo o estudo, divulgado nesta terça-feira (23), em São Paulo, as áreas ficam no Cariri Ocidental, na Paraíba; no Sertão do Pajeú, em Pernambuco; e no Sertão do Apodi, no Rio Grande do Norte.
A pesquisa destaca que a vegetação nativa restaurada poderá oferecer oportunidades econômicas sustentáveis, proporcionando renda e empregos para as populações locais. Entre outros benefícios, a restauração da mata local traria regulação hídrica, estabilização do solo e controle da erosão.
“A conservação e a restauração da paisagem na caatinga são cruciais para a resiliência climática, a segurança hídrica e a sobrevivência de suas comunidades”, diz a coordenadora de projetos do WRI Brasil e uma das autoras do trabalho, Luciana Alves.
Os arranjos de restauração mais indicados para os territórios analisados são o Sistema AgroFlorestal (SAF) forrageiro, tendo a palma forrageira (Opuntia fícus-indica) como espécie principal; o SAF Melífero, focado em espécies para apicultura e meliponicultura; o SAF Frutífero, combinando árvores com espécies frutíferas, forrageiras e agrícolas; a Integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) de caprinocultura com produção de forragem e árvores; a Regeneração Natural Assistida (RNA); a Restauração Ativa, com plantio de mudas e sementes; e a Restauração Hidroambiental, baseada em intervenções para reverter a degradação e restaurar solo e vegetação, indica a pesquisa.
“Pela forte intersecção com a agenda climática, a restauração da caatinga poderá se beneficiar significativamente de recursos internacionais e privados destinados ao fortalecimento dessa agenda”, destaca Luciana.
Dos seis biomas que ocupam o território nacional, a caatinga é o único exclusivamente brasileiro. Ocupando aproximadamente 850 mil quilômetros quadrados, é a região do semiárido mais densamente povoada do mundo porque aproximadamente 27 milhões de pessoas vivem nela.
Em junho deste ano, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) anunciou a seleção de 12 projetos prioritários para a criação de unidades de conservação federais no bioma caatinga, a serem implantadas até 2026, que resultarão no aumento de mais de um milhão de hectares das áreas protegidas.
Por Bruno Bocchini - Repórter da Agência Brasil
MALDIVAS - Um vídeo registra o momento em que um mergulhador encontrou uma baleia azul. As imagens foram capturadas na sexta-feira, nas Maldivas.
Rizkhan Mohamed, da empresa Shadow Palm Tours, é o autor das imagens, conforme compartilhado pela Storyful. A empresa descreveu o encontro como o ponto alto de suas aventuras em uma postagem no Instagram, onde divulgou o vídeo.
Segundo eles, nadar ao lado da baleia azul os encheu de admiração e alegria. "Nossos corações estão cheios de gratidão pelo oceano e pelos momentos inesquecíveis que ele nos proporciona", afirmaram.
Nas redes sociais, as imagens têm recebido muitos elogios. "Uma experiência incrível. Ele estava fazendo mergulho livre?", questionou um internauta. Comentários como "inesquecível", "wowww, isso é lindo" e "uau, quem me dera ser eu" são comuns na publicação do vídeo.
Veja o vídeo Aqui!
EUA - Um bebê gorila nasceu em 28 de junho no Zoológico Woodland Park, em Washington, nos EUA, mas está sendo rejeitado pela mãe desde o nascimento.
Apesar da situação, o gorila, ainda sem nome, está saudável e sendo cuidado pelos tratadores. O zoológico agora está considerando encontrar uma mãe adotiva para ele.
Segundo um comunicado citado pelo Miami Herald, Akenji, uma gorila de primeira viagem, parecia ter instinto materno durante a gravidez, mas algo mudou imediatamente após o parto. Akenji não demonstrou interesse pelo filhote, como é comum entre as gorilas.
Por isso, "uma hora após o parto, a equipe de cuidados teve que intervir para garantir a segurança e o bem-estar do bebê". Infelizmente, com o passar dos dias, a atitude de Akenji não melhorou.
"Apesar de incentivarmos comportamentos maternais, Akenji ainda não mostrou nenhum sinal promissor de interesse em criar vínculos com seu bebê", revelou Rachel Vass, responsável pelo caso.
Nos primeiros dias após o nascimento, a equipe ficou "24 horas por dia" com o gorila bebê. Eles o alimentaram com leite de fórmula em mamadeira e garantiram que ele permanecesse aquecido e próximo à mãe para que ela pudesse vê-lo, ouvi-lo e cheirá-lo. No entanto, não houve mudanças.
O zoológico está considerando encontrar uma mãe "substituta" para a cria, como já feito em outros casos, preocupados que, se o animal crescer sendo cuidado "à mão" por humanos, poderá ter dificuldades para se reintegrar entre os membros de sua espécie no futuro.
"Temos uma equipe profissional e altamente dedicada de especialistas em gorilas no Woodland Park Zoo, com mais de oito décadas de experiência coletiva cuidando e criando gorilas, preparando futuras mães para a maternidade e unindo mães e filhotes ou introduzindo outras gorilas para assumir o papel de mãe", disse Martin Ramirez, diretor do zoológico, enfatizando que, por enquanto, "a situação exige paciência e método enquanto avançamos com este novo membro da família dos gorilas".
BRASÍLIA/DF - O governo federal irá liberar R$ 100 milhões para ações do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) de combate aos incêndios no Pantanal, bioma que está em situação de emergência.
De acordo com a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, os recursos serão para salvar "a maior planície alagável do mundo”.
Diante do aumento dos focos de incêndio no Pantanal, o governo acionou na segunda-feira (24) a sala de situação para definir medidas urgentes para controle do fogo na região. Além da liberação de recursos, foi definido o envio de brigadistas e de agentes da Força Nacional para as ações de combate e a visita de uma comitiva ministerial.
Na sexta-feira (28), as ministras do Meio Ambiente, Marina Silva, Simone Tebet e o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, devem ir a Corumbá (MS), cidade com maior concentração dos incêndios. Os ministros participaram da reunião de segunda-feira.
Conforme nota divulgada pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, a visita servirá para conhecer a realidade local, entregar equipamentos, aeronaves e conduzir equipes de brigadistas que atuarão no território. Os ministros ainda devem se reunir com autoridades e representantes da sociedade.
O combate aos incêndios no Pantanal terá o reforço de mais 50 brigadistas do Ibama e 60 agentes da Força Nacional.
Atualmente, a operação no território conta com a atuação de 175 brigadistas do Ibama, 40 do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e 53 combatentes da Marinha. Eles agem em conjunto com polícias e bombeiros locais.
Marina Silva destaca que está "é uma das piores situações já vistas no Pantanal". "Toda a bacia do [rio] Paraguai está em escassez hídrica severa. Nós não tivemos a cota de cheia. Não tivemos o interstício entre o El Niño e La Niña e isso faz com que uma grande quantidade de matéria orgânica — em ponto de combustão — esteja causando incêndios que estão fora da curva”, explicou em entrevista à imprensa, nesta segunda-feira (24). O fenômeno climático natural El Niño é caracterizado pelas chuvas acima da média, enquanto o fenômeno La Niña apresenta seca acima da média.
O Ministério da Defesa disponibilizará seis helicópteros, duas aeronaves e também embarcações necessárias ao transporte dos militares e brigadistas pelos rios. Uma das aeronaves militares de grande porte é o KC-390 Millennium, da Força Aérea Brasileira (FAB), com capacidade de carregar até 10 mil litros de água em cada voo para combater os incêndios.
O governo federal estuda ainda a implantação de base avançada, na estrada Transpantaneira, para que os brigadistas e combatentes do incêndio fiquem mais próximos aos focos de fogo e, desta forma, acelere a logística do trabalho.
Neste momento, as Forças Armadas já mantêm outras duas bases avançadas no bioma.
Entre 1º de janeiro e 23 de junho de 2024, a área queimada no bioma alcançou 627 mil hectares, ultrapassando em 142,9% os 258 mil hectares queimados em 2020, de acordo com a nota técnica do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa-UFRJ), sobre a evolução das áreas afetadas pelo fogo e das condições climáticas no Pantanal.
A Lasa-UFRJ explica que as altas temperaturas e a seca extrema e persistente dos últimos 12 meses levaram ao elevado acúmulo de material combustível em toda a região do Pantanal. A instituição confirmou ainda que os incêndios de 2024 foram originados a partir de ação humana.
A ministra do Meio Ambiente estima que, neste momento, existam 27 grandes incêndios, sendo que 85% estão em propriedades particulares no Mato Grosso do Sul. “Os municípios que mais desmatam são também os mais atingidos pelos incêndios”, disse Marina Silva.
Marina Silva afirmou também que o Ministério da Justiça e Segurança Pública tem trabalhado para identificar os responsáveis. "Além de disponibilizarem efetivo de pessoas para o enfrentamento e aeronaves, eles [Ministério da Justiça] estão fazendo um trabalho de inteligência para que todos aqueles criminosos que estão provocando incêndios criminosos possam ser devidamente investigados e punidos".
No início do mês, os governos de Mato Grosso do Sul e de Mato Grosso proibiram definitivamente o manejo de fogo até o final do ano, inclusive para atividades de renovação de pastagem. Com os decretos, mesmo a queima controlada para pasto ou cultivos no Pantanal será tratada como crime. A medida emergencial leva em consideração a estiagem, a baixa umidade e o aumento dos focos de incêndio no Pantanal.
Por isso, os bombeiros orientam a população que denuncie qualquer indício de incêndio, pelos números 193 ou 190.
Nesta segunda-feira, o Mato Grosso do Sul decretou situação de emergência em cidades atingidas pelos incêndios no Pantanal. O decreto válido por 180 dias facilita o acesso a recursos extraordinários para enfrentar a situação.
O governo sul-mato-grossense afirma que criou 13 bases permanentes no Pantanal e tem operado para combater as chamas no bioma com três helicópteros e uma aeronave agrícola.
No Mato Grosso, o balanço do Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) aponta que no estado, nesta segunda-feira (24) até as 17h, foram registrados 74 focos de calor. Deste total, 36 focos no bioma da Amazônia; 28, no Pantanal; e 17 no Cerrado. Porém, o Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso extinguiu o incêndio florestal na Chapada dos Guimarães.
Os bombeiros realizaram 34 operações militares, com uso de avião, helicóptero, dois caminhões-pipa, sete caminhonetes, um barco, quatro pás-carregadeiras, duas motoniveladoras, um trator e um quadriciclo, além do monitoramento remoto com satélites.
O Pantanal, localizado no centro da Bacia do Alto Paraguai (BAP) na América do Sul, abrange uma área de 179.300 km², distribuídos entre Brasil (78%), Bolívia (18%) e Paraguai (4%). No Brasil, o Pantanal está situado nos estados de Mato Grosso (35%) e Mato Grosso do Sul (65%) e é caracterizado por estações seca e chuvosa bem definidas, com as chuvas concentradas no verão (novembro a março). A biodiversidade do bioma conta com mais de 2 mil espécies de plantas e, na fauna, são 582 espécies de aves, 132 de mamíferos, 113 de répteis e 41 de anfíbios registrados.
Na área pantaneira, vivem aproximadamente 1,1 milhão de pessoas no Brasil; 16,8 mil pessoas, na Bolívia; e 8.400, no Paraguai, segundo instituto sem fins lucrativos SOS Pantanal.
Por Daniella Almeida - Repórter da Agência Brasil
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