SÃO CARLOS/SP - O presidente da Câmara Municipal de São Carlos, Roselei Françoso, atendendo solicitação do vereador Paraná Filho, convocou a secretária municipal de Educação, Wanda Hoffmann, para uma reunião na Sala das Sessões do Legislativo nesta quarta-feira (9) às 15h com o objetivo de serem tratados assuntos relacionados às péssimas condições das unidades escolares, do não retorno às aulas em algumas unidades e ainda sobre o recesso dos professores da rede municipal de ensino.
“A Prefeitura Municipal de São Carlos há tempos está sendo alertada por esta Casa de Leis acerca das péssimas condições das unidades escolares de nosso município, dentre elas, rachaduras, infiltrações, goteiras, móveis e equipamentos em má condições de uso, além de infestação de roedores”, argumentou o vereador Paraná Filho.
O parlamentar ainda afirmou que devido às irregularidades, os CEMEIs (Centros Municipais de Educação Infantil) Bruno Panhoca, Maria Alice Vaz de Macedo, Professor Homero Frei, Professora Maria Consuelo Brandão Tolentino, Renato Jensen, Ruth Bloem Souto não poderão funcionar por tempo indeterminado.
A Secretaria de Educação, relatou Paraná, não informa quando será efetivamente iniciada a manutenção nas unidades escolares nem quando será o retorno das aulas presenciais nessas escolas. “Este fato poderá influenciar diretamente na rotina dos pais de alunos, diretores, professores, merendeiras e principalmente prejudicar e muito as crianças da rede municipal de ensino neste início de ano letivo”, disse.
O vereador ainda solicitou que fossem convidados para a reunião representantes do Ministério Público Estadual, do SINDSPAM (Sindicato dos Servidores Públicos e Autárquicos de São Carlos), da Defensoria Pública, da OAB São Carlos/SP, da Vigilância Sanitária, da Defesa Civil e do Conselho Municipal de Educação.
Para participar da reunião de forma online, acesse o link do Zoom: https://us06web.zoom.us/j/
SÃO PAULO/SP - O Brasil atingiu o maior patamar, desde 2012, de crianças de 6 e 7 anos que não sabem ler e escrever. No ano passado, chegou a 40,8% a fatia da população dessa faixa etária que não havia sido alfabetizada, o equivalente a 2,4 milhões.
Os dados são de um estudo divulgado nesta terça-feira (8) pelo Todos pela Educação, com base na Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE. Na pesquisa, os responsáveis pelos domicílios responderam se suas crianças sabiam ler e escrever.
Por lei, as crianças deveriam ter assegurado o direito de aprender a ler e a escrever até o fim do 2º ano do ensino fundamental, ou seja, aos 7 anos. O país, no entanto, atingiu o recorde dos últimos dez anos de crianças sem acesso a esse direito. Em 2012, 28,2% da população dessa idade não estava alfabetizada, cerca de 1,7 milhão.
O aumento de crianças de 6 a 7 anos nessa situação ocorreu durante a pandemia de Covid-19. Em 2019, 1,4 milhão não tinha sido alfabetizada (25,1% da população dessa faixa etária).
O impacto é ainda maior entre as crianças mais pobres, pretas e pardas. Além de terem tido menos oportunidade de continuar estudando a distância, foram esses alunos que ficaram mais tempo com as escolas fechadas no país.
"Os dados reforçam o que outras pesquisas já apontaram, a pandemia teve impactos brutais no aprendizado das crianças e reforçou as imensas desigualdades que já existiam no país. É urgente colocar em prática políticas que tenham como prioridade o ensino das crianças mais pobres, pretas e pardas", diz Gabriel Corrêa, gerente de políticas educacionais do Todos pela Educação.
Entre as crianças que moram nos 25% de domicílios mais pobres do país, 51% não sabem ler e escrever. Já entre as que moram nos 25% mais ricos, 16,6% ainda não tinham aprendido.
As crianças pretas e pardas, que já tinham o direito menos assegurado em anos anteriores, foram ainda mais impactadas. A diferença entre o percentual de crianças brancas e pretas que não sabiam ler e escrever subiu de 8,5 pontos percentuais para 12,3 entre 2019 e 2021.
Em 2019, 20,3% das crianças brancas não sabiam ler e escrever. O percentual subiu para 35,1%, em 2021. No mesmo período, entre as crianças pretas, a proporção cresceu de 28,8% para 47,4%. Entre as pardas, subiu de 28,2% para 44,5%.
"As crianças negras e as mais pobres tiveram menos oportunidade de continuar estudando durante a pandemia, principalmente por terem tido menos acesso ao ensino remoto. Por isso, precisamos de ações que sejam pensadas para quem foi mais prejudicado. Infelizmente, não é o que estamos vendo", diz Corrêa.
Desde o início da pandemia, o Ministério da Educação, que tem uma secretaria exclusiva para a alfabetização, não desenvolveu nenhum programa ou destinou recursos extras às escolas para evitar prejuízos nessa fase de aprendizado. Questionada, a pasta não respondeu sobre suas ações.
Segundo Corrêa, com a ausência do governo federal, é importante que os estados apoiem técnica e financeiramente os municípios para garantir a qualidade da educação nos primeiros anos escolares. "As escolas municipais são responsáveis pela maioria das matrículas nos anos iniciais do fundamental, mas não podemos achar que o desafio é só ter as crianças dentro da sala de aula, precisamos garantir educação de qualidade. E os estados precisam ajudar."
Na cidade mais rica do país, nem mesmo a matrícula de todas as crianças dessa idade foi garantida no início deste ano letivo. Em São Paulo, até 14 mil alunos que estão ingressando no 1º ano do ensino fundamental não tiveram vaga assegurada pelo governo estadual nem pela prefeitura.
"É o reflexo da falta de planejamento e cooperação entre o governo e a prefeitura. Essa situação dá um indicativo do tamanho do desafio que estados e municípios mais pobres podem ter pela frente se não tiverem organização e apoio. Garantir escola é só o primeiro passo, nós precisamos de escola de qualidade", diz Corrêa.
ISABELA PALHARES / FOLHA
SÃO CARLOS/SP - A Prefeitura de São Carlos confirmou para a próxima segunda-feira, 7 de fevereiro, o início do ano letivo de 2022 em sua rede municipal de ensino. As atividades pedagógicas das unidades escolares preveem o retorno de 100% das crianças, jovens e adultos em modo presencial. No total, serão mais de 18,9 mil atendimentos, segundo dados da Secretaria Municipal de Educação (SME) obtidos em janeiro deste ano.
Dentre as 61 escolas da rede municipal 6 CEMEIs terão data de início diferente: os CEMEIs “Maria Alice Vaz de Macedo”, “Maria Consuelo Brandão Tolentino”,
“Homero Frei” e “Renato Jensen” somente retornarão depois de estarem adequadas, principalmente com os reparos, em cozinha e em telhados, pois nestes dias com as chuvas houve a necessidade de manutenção. Já os CEMEIs “Ruth Bloem Souto” e “Bruno Panhoca” aguardam a decisão judicial para proporcionarem o retorno às aulas presenciais.
A Educação Infantil para crianças de 0 a 5 anos retornará com vivências e ações lúdicas envolvendo as famílias das crianças matriculadas. Isso é necessário porque nas duas etapas – a creche (0 a 3 anos) e a pré-escola (4 a 5 anos) – os cuidados devem ser mais rigorosos em se tratando de uma política pública pós-pandemia da Covid-19. Nos 50 Centros Municipais de Educação Infantil (CEMEIs), serão 12.321 atendimentos.
Para o Ensino Fundamental I e II (de 6 a 14 anos matriculados do 1º ao 9º Ano) serão 10 Escolas Municipal de Educação Básica com 6.426 atendimentos. A Educação de Jovens e Adultos (EJA) será ofertada na EMEJA “Austero Manjerona”, no Centro, e ainda nos polos de atendimento em diversos bairros para pessoas acima de 15 anos que ainda não completaram o Ensino Fundamental, da alfabetização ao 9º Ano.
De acordo com a Secretária de Educação de São Carlos, Professora Wanda Hoffmann, o ano letivo de 2021 ofereceu grandes desafios devido ainda à pandemia. Por outro lado, os desafios precisam ser superados para, neste momento, acolher os estudantes e seus familiares. “É necessário ter um olhar atento aos nossos estudantes, agir de forma diferente, identificar quais são as adaptações e manter o foco pedagógico que está proposto na rede”, afirmou. “Nós vamos ter que superar muitas coisas, fazer um processo de avaliação mais apurado e elaborar diagnósticos para sabermos qual o nível de aprendizagem dos estudantes, para o planejamento de estratégias com vistas à superação das dificuldades”.
Para a Educação Infantil, o objetivo é um acompanhamento mais próximo às crianças com relação ao seu desenvolvimento. Para o Ensino Fundamental, três eixos serão fundamentais para o aprendizado dos estudantes: a questão da alfabetização, a questão da produção textual e a questão do raciocínio lógico.
Em parceria com a SME, a Secretaria Municipal de Saúde, por meio da Vigilância Sanitária, acompanhará a aplicação dos protocolos sanitários, como o uso de máscara e uso de álcool gel para toda a comunidade escolar, sempre ressaltando a importância dos hábitos de higiene.
A SME compreende e precisa respeitar a excepcionalidade que a sociedade viveu e ainda vive com a pandemia da COVID-19. A volta às aulas, agora em modo presencial, depois de ultrapassar tantos desafios com o modo remoto e o modo híbrido, sempre proporcionará estudos cada vez mais constantes e aprofundados, compreendendo as diversas nuances do ambiente pedagógico, de acordo com as especificidades de cada faixa etária.
A SME também entendeu o clamor das famílias para o retorno à chamada “normalidade” com o atendimento 100% presencial das crianças e adolescentes, uma vez que sempre houve a vontade da comunidade escolar em ter a escola como lugar seguro para a convivência de servidores públicos, professores e trabalhadores da educação.
Porém, até que a imunização fosse satisfatória para pessoas acima de 5 anos, não foi possível traçar um plano mais concreto. Com o Plano São Paulo em curso e com a chegada da vacina, a volta das aulas 100% presencial tornou-se uma realidade em São Carlos.
“Toda a equipe técnica da SME está engajada nessa missão tão complexa e está envolvida, pois nosso compromisso é reconstruir, reorganizar e restaurar o que nós estávamos conduzindo antes da pandemia”, disse a secretária Wanda Hoffmann. “Não será um trabalho fácil, não vai ser muito simples, mas temos que ter em mente que todos estamos nos esforçando, todos os professores, todos os trabalhadores da educação, todos estão fazendo esse grande esforço pela nossa Educação, pelos nossos estudantes, sempre proporcionando soluções criativas para buscar a superação das situações que vão surgindo”.
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