Estudo busca voluntários para testes e acompanhamento gratuitos
SÃO CARLOS/SP - Uma pesquisa de pós-doutorado, desenvolvida na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), tem como objetivo validar um instrumento de qualidade de vida, avaliar a capacidade funcional e a participação de atividades diárias de pessoas que têm doença intersticial pulmonar (fibrose pulmonar). O estudo convida voluntários com a doença para participarem de testes e acompanhamento gratuitos.
A pesquisa é conduzida pela pós-doutoranda Vanessa Pereira de Lima, sob coordenação de Valéria Amorim Pires di Lorenzo, professora do Departamento de Fisioterapia da UFSCar. O projeto tem a participação de outro pesquisadores da pós-graduação em Fisioterapia da Instituição, da Unidade Saúde Escola (USE) da UFSCar, além da parceria com a Universidade Federal dos Vales Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), de Diamantina (MG).
Vanessa Lima explica que fibrose pulmonar é uma doença caracterizada pelo enrijecimento do tecido pulmonar, que leva a sintomas como falta de ar, tosse seca, diminuição da capacidade de executar atividades do dia a dia, dentre outros. "Pode não ter causa definida, mas pode ser associada à síndrome pós Covid-19, doenças reumatológicas, além de também estar relacionada a pessoas que trabalham em fábricas de cerâmicas, carvoarias, mineração, devido à inalação de fumaças tóxicas", complementa.
Os objetivos da pesquisa consistem em validar um instrumento de qualidade de vida na população portadora da doença; avaliar a capacidade funcional das pessoas - força muscular, capacidade de exercício e função pulmonar -; e avaliar a participação do indivíduo em suas atividades diárias. "Além disso, os participantes responderão um questionário e passarão pelas mesmas avaliações após seis meses, para acompanharmos a evolução da doença", detalha Lima.
De acordo com a pesquisadora, a relevância do estudo está na validação do questionário como instrumento de avaliação e no acompanhamento da evolução do paciente.
"Nossa expectativa é que o questionário seja válido nesta população e que o seguimento destes indivíduos possa nos auxiliar no manejo destes pacientes na reabilitação pulmonar, conhecendo sua evolução ao longo do tempo e as suas limitações", destaca a pós-doutoranda.
Para desenvolver a pesquisa, estão sendo convidados voluntários, homens ou mulheres, a partir de 18 anos, com diagnóstico de fibrose pulmonar. Os participantes serão avaliados presencialmente na UFSCar e, ao final, receberão um relatório das avaliações e o resultado da espirometria (exame que analisa o fluxo de ar na inspiração e na expiração). As pessoas interessadas em participar da pesquisa devem entrar em contato pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou pelo Whatsapp (16) 99993-5859. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 82419524.2.1001.5108).
Iniciativa integra ações de divulgação científica de rede de pesquisa para combate às plantas daninhas, composta por cinco universidades federais
SÃO CARLOS/SP - Com o objetivo de incentivar a curiosidade e o pensamento crítico nas crianças, o projeto de extensão "Pequenos Cientistas", do Colégio de Aplicação (CAU) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), promove atividades práticas e lúdicas com foco na educação científica.
Uma das ações realizadas com turmas do Ensino Fundamental foi a compostagem, um processo natural de decomposição de resíduos orgânicos - como restos de comida e folhas -, que se transformam em um material rico em nutrientes, utilizado como fertilizante. A prática foi desenvolvida nos espaços da Universidade e permitiu às crianças explorarem o ciclo de decomposição e os benefícios ambientais do reaproveitamento desses resíduos.
"Nosso objetivo é mostrar aos pequenos e às pequenas que a Ciência está presente em tudo ao seu redor. Atividades como a compostagem são formas de despertar a consciência ambiental e estimular o interesse por práticas sustentáveis desde cedo", explica Elisângela Ferreira Sentanin, docente do Ensino Básico, Técnico, Tecnológico (EBTT) do CAU.
A iniciativa vai além do aprendizado em sala de aula, pois também busca envolver as famílias e demonstrar como a Ciência pode transformar a realidade das pessoas. A prática educativa reforça o compromisso da Universidade em promover o diálogo entre o meio acadêmico e a comunidade.
A compostagem integra as ações de divulgação científica de um projeto conectado a uma rede nacional de pesquisa sobre plantas daninhas, coordenada por Márcio Weber Paixão, docente no Departamento de Química (DQ) da UFSCar. Essa rede reúne cinco universidades federais - além da UFSCar, as universidades federais de Santa Catarina (UFSC), Federal Fluminense (UFF), do Rio de Janeiro (UFRJ) e de Goiás (UFG) - para o desenvolvimento de novos produtos e processos de controle fitossanitário, com foco em biodefensivos.
Os biodefensivos são alternativas sustentáveis aos herbicidas comerciais, que, muitas vezes, apresentam alto impacto ambiental e na saúde humana. "A ideia é desenvolver compostos inovadores que utilizam resíduos renováveis, como biomassa de madeira e cana-de-açúcar, para combater plantas daninhas de maneira eficiente e ecológica. O objetivo é criar produtos seletivos, que protejam as culturas agrícolas sem prejudicar o meio ambiente", destaca Paixão.
Ao contribuir para práticas agrícolas mais sustentáveis, o projeto está alinhado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU, especialmente ao ODS 2, que busca a erradicação da fome e o avanço de uma agricultura sustentável.
Mais informações sobre o projeto em rede estão disponíveis no Portal da UFSCar, em bit.ly/ufscar-daninhas.
Confira a reportagem em vídeo sobre o "Pequenos Cientistas" no canal do YouTube da UFSCar (youtube.com/watch?v=
SÃO CARLOS/SP - A Prefeitura de São Carlos, por meio da Secretaria Municipal de Educação (SME), vai realizar o Projeto Férias 2025 entre os dias 29 de janeiro e 6 de fevereiro, com atividades em diversos Centros Municipais de Educação Infantil (CEMEIs) e Escolas Municipais de Ensino Básico (EMEBs). As inscrições começam nesta terça-feira (17/12) e têm como público-alvo as crianças da Educação Infantil e do Ensino Fundamental (0 a 12 anos), bem como os alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Realizado anualmente, o Projeto Férias oferece recreação com dinâmicas que pensem a ludicidade em seus aspectos principais, como o desenvolvimento de oficinas culturais, brincadeiras, rodas de conversa, exploração dos princípios da base nacional curricular e os direitos de aprendizagem da criança, entre outras atividades.
Todos os alunos matriculados na Rede Municipal de Ensino em 2024 podem participar, sendo que as inscrições são gratuitas e devem ser feitas online – basta optar por uma das unidades escolares disponíveis e aguardar a confirmação via e-mail –. O número de vagas pode variar de acordo com a capacidade da unidade escolar e, para o preenchimento das vagas, será respeitada a ordem de inscrição.
A secretária municipal de Educação, Paula Knoff, explica os benefícios do Projeto Férias tanto para as crianças quanto para os próprios responsáveis. “São diversas atividades de recreação programadas pelos gestores educacionais para atender os alunos e que pensam na valorização da educação e em oferecer acesso a ambientes diferenciados ao familiar, com desenvolvimento da ludicidade e socialização das crianças que vão aproveitar as férias no ensino público gratuitamente. Vamos oferecer atividades educativas, saudáveis para melhorar a qualidade de vida e o desenvolvimento da criança”, salienta a secretária.
A SME orienta que os pais ou responsáveis dos alunos de 0 a 3 anos poderão optar pelas atividades em período integral (7h40 às 16h20) ou parcial (7h40 às 12h – manhã ou 13h às 17h20 – tarde). Já para os alunos de 4 a 6 anos, as opções são exclusivas para período parcial (7h40 às 12h – manhã ou 13h às 17h20 – tarde), enquanto os estudantes do Ensino Fundamental serão atendidos das 13h às 17h20 e, para jovens e adultos, o atendimento ocorrerá das 18h45 às 22h (de segunda a quinta-feira) e das 18h45 às 21h45 (sexta-feira).
O Projeto Férias terá também o apoio da Secretaria Municipal de Agricultura e Abastecimento, que vai oferecer alimentação aos alunos, conforme já ocorre regularmente em todo o ano letivo.
Para a Educação Infantil, o Projeto Férias será realizado nos CEMEIs Aracy Pereira Lopes, Bento Prado de Almeida Ferraz Junior, Bruno Panhoca, Carmelita Rocha Ramalho, Carminda Nogueira de Castro Ferreira, Cônego Manuel Tobias, Dionísio da Silva, José de Brito Castro, Maria Consuelo Brandão Tolentino, Maria Lúcia Marrara, Maria Luiza Perez, Olívia Carvalho, Paulo Freire, Regina Melchiades, Ruth Bloen Souto, Vicente Rocha Keppe e Walter Blanco.
Para os alunos do Ensino Fundamental, as atividades acontecem nas EMEBs Angelina Dagnone de Melo, Carmine Botta, Dalila Galli, Afonso Fiocca Vitali e Prof. Ulysses Ferreira Picolo e no CEMEAR. Já para jovens e adultos, o atendimento ocorrerá no CEMEI Vicente Rocha Keppe.
As inscrições online devem ser feitas no período de 17 de dezembro a 10 de janeiro pelos links abaixo:
INSCRIÇÕES PARA CEMEI: https://forms.gle/sNfNEPWLcBfk2ZT9A
INSCRIÇÕES PARA EMEB: https://forms.gle/HYYGFpmb4pvC6yx99
INSCRIÇÕES PARA EJA: https://forms.gle/v4QqfQ9KxAb5dwRj7
Estudo inédito utiliza moléculas orgânicas derivadas de açúcares como ingredientes ativos para defensivos agrícolas mais sustentáveis
SÃO CARLOS/SP - Está sendo desenvolvido pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em conjunto com outras instituições, um trabalho voltado para a busca por novos insumos de combate ao cancro cítrico. A doença, que atinge as lavouras de citros - como limão e laranja - é combatida há décadas pela pulverização de cobre, metal tóxico e deletério para o meio ambiente.
A pesquisa foi iniciada por volta de 2009, sob coordenação da professora Maria Teresa Marques Novo Mansur, do Departamento de Genética e Evolução (DGE) da UFSCar, pela busca, por meio de análise proteômica [de proteínas] combinada à análise genética, de proteínas-alvo na bactéria que estivessem envolvidas com sua capacidade de causar a doença. Um dos alvos encontrados na superfície celular foi a proteína denominada XanB. O grupo demonstrou mais recentemente que moléculas orgânicas derivadas de carboidratos, inibidoras da proteína-alvo XanB, eram eficientes no controle da doença e poderiam ser ingredientes ativos para novos defensivos agrícolas.
O trabalho de Novo-Mansur - que é líder do grupo de pesquisa do Laboratório de Bioquímica e Biologia Molecular Aplicada (LBBMA) da UFSCar (www.lbbma.ufscar.br/pt-br) - é desenvolvido com financiamento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e colaboração do grupo do professor Carlos Henrique Tomich de Paula da Silva, da Universidade de São Paulo (USP), que realizou o planejamento das moléculas inibidoras por abordagem computacional, e do grupo do pesquisador Franklin Behlau, do Fundo de Defesa da Citricultura (Fundecitrus) de Araraquara, que colaborou nos testes in vivo.
O que é o cancro cítrico
O cancro cítrico é uma doença causada pela bactéria Xanthomonas citri subsp. citri, que afeta diversas espécies de citros; é caracterizada pelo aparecimento de lesões corticosas, que são erupções de aspecto áspero e elevado nas folhas, frutos e ramos das plantas. Essas lesões podem ser circundadas por halos amarelos, resultantes do decréscimo de clorofilas nas áreas infectadas, e os tecidos afetados podem expelir bactérias que se espalham facilmente pelo vento e pela chuva. As plantas contaminadas podem sofrer queda prematura de folhas e frutos, o que reduz a qualidade dos frutos e a produtividade, afetando o potencial econômico da citricultura.
De acordo com a pesquisadora da UFSCar, o prejuízo causado pelo cancro cítrico para a agricultura é amenizado por medidas de manejo e, principalmente, por meio da pulverização de soluções de cobre nos pomares infectados. "No entanto, esse controle gera custo superior a R$ 200 milhões por safra, além de causar impacto ambiental devido à toxicidade do metal. Além disso, já foram identificadas linhagens bacterianas resistentes ao cobre, o que diminui a eficiência desse controle", explica o André Vessoni Alexandrino, doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia (PPGBiotec) da UFSCar que foi orientado da professora Novo-Mansur na UFSCar nesse projeto.
Outras medidas de controle, segundo a pesquisadora, incluem a erradicação de plantas contaminadas e o uso de quebra-ventos para reduzir a disseminação da doença. Dada a ineficácia dessas medidas para a cura definitiva e os impactos ambientais, pesquisadores e agricultores buscam novas alternativas, como o desenvolvimento de cultivares mais resistentes, agentes que possam agir como controle biológico e compostos que possam controlar a doença de forma mais sustentável.
Avanços das pesquisas
"O principal diferencial da nossa pesquisa é que utilizamos uma abordagem inédita para a busca de uma alternativa de controle do cancro cítrico, a qual nos possibilitou chegar a moléculas que interferem de modo bastante específico na interação do patógeno com a planta e são de baixa ou nenhuma toxicidade ao ser humano, em contraposição ao cobre utilizado atualmente nas lavouras", destaca a professora da UFSCar. "Temos a expectativa de que essas moléculas, que são derivadas de carboidratos, possam se constituir em uma alternativa ecologicamente atrativa, sendo biodegradáveis e não interferindo com a microbiota do solo, causando assim menor impacto ambiental, e sejam também economicamente viáveis para utilização comercial no campo. A abordagem multidisciplinar utilizada, com metodologias complementares advindas de colaboradores de diferentes áreas do conhecimento, voltada para um objetivo comum, nos possibilitou não estacionar na ciência básica, que por si só já tem seu valor, mas ir além, gerar inovação tecnológica por meio de produtos de interesse para o agronegócio", avalia.
Os novos compostos estão sendo testados em maior escala no campo por parte de uma empresa start-up, que licenciou a patente do trabalho, depositada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). O trabalho contou, na USP, com a contribuição de Mariana Pegrucci Barcelos, doutoranda orientada pelo professor Tomich, que realizou também com ele mestrado pelo projeto. Na UFSCar, além de André Alexandrino, houve também a participação de Beatriz Brambila, que recentemente defendeu o mestrado pelo Programa de Pós-Graduação em Genética Evolutiva e Biologia Molecular (PPGGEv-UFSCar), sob orientação da professora Novo-Mansur. Inibidores planejados pelo grupo do professor Tomich contra outra proteína-alvo da bactéria, também descoberta no grupo da UFSCar, estão sendo testados pela doutoranda Ana Carolina Franco Severo Martelli, sob orientação da professora Novo-Mansur pelo PPGGEv-UFSCar, e também estão apresentando resultados promissores, de acordo com a docente da Universidade.
Mais informações
O estudo da professora Maria Teresa M. Novo Mansur contou com o apoio da Fapesp, no período de 2009 a 2016, por meio de Projeto Jovem Pesquisador (processo 07/50910-2), e atualmente conta com o apoio de Projeto de Auxílio à Pesquisa, também da Fapesp (processo 2020/05529-3), ambos sob sua coordenação. O professor Carlos H. Tomich da Silva também conta com o apoio de Projeto de Auxílio à Pesquisa da Fapesp (processo 2023/01921-4), do qual é coordenador. O artigo que descreve a nova alternativa foi publicado na Revista Microbiology Spectrum, em https://journals.asm.org/doi/
Primeiro encontro, com cerca de 40 pesquisadores, teve sede na UFSCar
SÃO CARLOS/SP - Nos dias 5 e 6 de dezembro, foi realizado na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) o I Encontro Anual INCT-PROBIAM Pharmaceuticals Amazonia 2024. O Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia (INCT) tem sede na Universidade Federal do Pará (UFPA) e conta com diversas instituições públicas nacionais parceiras, entre elas, a UFSCar.
"São vários pesquisadores que estão se unindo aqui na UFSCAR, no primeiro encontro do INCT- Probiam Amazonia 2024, cujo objetivo é a prospecção de biocompostos da Amazônia e avaliação de doenças infecciosas, com o intuito de obter o desenvolvimento de produtos farmacêuticos", declarou a professora da UFPA, Marta Chagas Monteiro, Coordenadora do INCT-PROBIAM.
De acordo com ela, os pesquisadores abordaram, durante o evento, temas resultantes das pesquisas desenvolvidas no próprio INCT-PROBIAM. "Nós tivemos a aprovação do Projeto INCT em dezembro de 2023 e, neste ano, realizamos todos os testes in vitro com 71 produtos naturais provenientes da Amazônia, que foram distribuídos para os vários grupos de pesquisa no Brasil - cada grupo com a sua expertise em determinadas áreas de doenças infecciosas e parasitárias", destaca.
Entre esses grupos está o Laboratório de Inflamação e Doenças Infecciosas (Lidi) da UFSCar, liderado pela professora Fernanda de Freitas Anibal, do Departamento de Morfologia e Patologia (DMP).
"O INCT-PROBIAM - que é o INCT que busca prospectar produtos da Amazônia - faz muita correlação com o que nós viemos trabalhando durante esses últimos 15 anos na UFSCar. Então, sempre foi uma vontade do nosso grupo de pesquisa trabalhar com produtos naturais. Nós trabalhamos com algumas plantas da África, da Ásia e foi uma oportunidade", conta a docente Fernanda Anibal. "A professora Marta, que é a nossa coordenadora desse INCT, nos convidou há cerca de um ano e meio e o nosso grupo de pesquisa, hoje, tem a temática numa doença que é de impacto social no Brasil - a esquistossomose -, e nós não temos muitos pesquisadores trabalhando nisso". Segunda ela, o evento foi estratégico para a UFSCar pois "é também uma forma das pessoas conhecerem a nossa Universidade e visar possibilidades de novos parceiros e de novos colaboradores para que esse instituto cresça e permaneça dentro da ciência brasileira".
A professora da UFSCar presidiu a comissão organizadora do evento, que reuniu cerca de 40 pesquisadores estratégicos de vários estados brasileiros e do exterior - incluindo pesquisadores do Pará, Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Pernambuco e Paraná e da Harvard Medical School.
Mais pesquisas
A professora Marta Monteiro destacou que "os pesquisadores têm feito avaliação antileishmania, antitripanosoma, antitricomonas com os produtos naturais da Amazônia. Então, são vários parasitos e doenças que estão sendo investigados para uma nova terapia. E esses resultados serão, agora, neste evento, apresentados à comunidade cientifica. Para isso, o evento conta com consultores nacionais e também internacionais que irão avaliar esse resultado, e nós poderemos discutir qual o futuro do INCT. Então a ideia do encontro é planejar como será o ano de 2025, quais serão nossas próximas etapas, o que nós poderíamos adaptar, modificar no projeto INCT-PROBIAM".
Segundo ela, o objetivo para 2025 é de que o grupo já obtenha os produtos. "Nós vamos apresentar alguns produtos que já vêm sendo desenvolvidos pela equipe da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), como nanoemulsões e hidrogéis, porque o nosso intuito é desenvolver produtos farmacêuticos para serem comercializados e para serem apresentados ao SUS, com uma perspectiva mais nacional e também mundial", avalia a coordenadora do INCT-PROBIAM.
Solenidade de abertura
Durante a solenidade de abertura, o professor Pedro Sergio Fadini, pró-reitor de pesquisa da UFSCar - que, na ocasião, representou a professora Ana Beatriz de Oliveira, Reitoria da Universidade - destacou a importância de um evento que trabalha "pensando em sustentabilidade, em melhoria na qualidade de vida humana, em preservação da vida aquática, da fauna e da flora. É muito importante e muito bom ver um número tão grande de pessoas se dedicando intensamente a isso".
A solenidade, que ocorreu às 8h30 no auditório do Centro de Ciências Exatas e de Tecnologia (CCET) da UFSCar, ainda teve a presença da professora Isabela Aparecida de Oliveira Lussi, Diretora do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS) da UFSCar, e do professor da UFPA, Pedro Romão, vice-coordenador do INCT-PROBIAM.
Confira os palestrantes e instituições que participaram do I Encontro Anual INCT-Probiam Pharmaceuticals Amazonia 2024 em https://bit.ly/3ZkzRiY.
O que são INCTs?
O Programa Institutos Nacionais de Ciência, Tecnologia e Inovação (INCTs) se caracteriza por grandes projetos de pesquisa de longo prazo em redes nacionais e ou internacionais de cooperação científica, envolvendo pesquisadores e bolsistas das mais diversas áreas, para o desenvolvimento de projetos de alto impacto científico e de formação de recursos humanos.
Cada um dos INCT atualmente em execução atuam em um tema de diferentes áreas do conhecimento, seja de Ciências Humanas, Biológicas, Exatas e Agrárias, envolvendo cerca de milhares de pesquisadores e bolsistas em temáticas complexas, estruturados em subprojetos, muitos dos quais descentralizados nos diferentes laboratórios e centros que integram a rede de pesquisa.
Saiba mais sobre o INCT-PROBIAM no Instagram (@inctprobiam).
Artigo destaca como hábitos e oportunidades influenciam a saúde
SÃO CARLOS/SP - Como hábitos e oportunidades influenciam a saúde ao longo da vida? Um estilo de vida saudável pode trazer benefícios importantes na velhice, mas será que depende apenas de escolhas individuais ou, também, de oportunidades?
Este foi o tema do artigo mensal da coluna EnvelheCiência, de autoria de Grace Angélica de Oliveira Gomes, docente no Departamento de Gerontologia (DGero) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). A iniciativa, idealizada por Marcia Regina Cominetti, também docente no DGero, é uma parceria com o Instituto da Cultura Científica (ICC) da Instituição.
O intuito é divulgar informações - baseadas em evidências científicas - sobre o processo de envelhecimento, tornando assim o conhecimento e as descobertas importantes da área disponíveis para um público mais amplo.
Na publicação deste mês - "Estilo de vida saudável para pessoas idosas: oportunidade ou escolha?" -, Gomes reflete sobre como escolhas e contextos sociais afetam a saúde das pessoas idosas e destaca caminhos para um envelhecimento mais equilibrado e saudável.
O artigo está disponível para leitura no site do ICC, em https://bit.ly/envelheciencia-
Mais informações sobre o projeto EnvelheCiência estão disponíveis em https://www.icc.ufscar.br/pt-
Obra, escrita por pesquisadores da UFSCar, está disponível no formato e-book
SÃO CARLOS/SP - Os veículos elétricos surgiram como uma alternativa promissora para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e enfrentar os desafios climáticos em razão de terem motores alimentados por baterias ou células a combustível. A crescente procura por esses veículos nos últimos anos tem impulsionado a demanda por baterias de íons lítio, presentes no mercado desde os anos 90 e reconhecidas por apresentarem elevados valores de densidade energética e volumétrica, bem como longos ciclos de vida.
Esse assunto é o tema do e-book "Eletromobilidade: Estado Atual dos Veículos Elétricos e das Baterias de Íons Lítio", dos autores Nathan S. Moreira, graduado em Química pela UFSCar e atualmente mestrando em Química pela mesma Universidade; e Nerilso Bocchi e Romeu C. Rocha-Filho, ambos docentes do Departamento de Química (DQ) da UFSCar.
O e-book foi concebido a partir da monografia de Moreira, desenvolvida sob orientação de Bocchi. "Com o interesse despertado pelo tema durante a elaboração do trabalho, decidimos ampliar e transformar a monografia neste e-book, contando com a contribuição do professor Romeu", explicou Moreira.
A obra oferece uma revisão bibliográfica concisa, clara e acessível sobre baterias de íons de lítio, abordando os principais materiais de eletrodo positivo, materiais de eletrodo negativo e eletrólitos. Além disso, os aspectos gerais das baterias utilizadas em veículos elétricos, os sistemas de carregamento e gerenciamento, bem como os dados recentes sobre a evolução dos veículos elétricos no Brasil e no mundo, também são explorados.
"A publicação explora o papel central dos veículos elétricos e das baterias de íons lítio na transição energética global, abordando as tecnologias e sistemas envolvidos. Além disso, discute custos, vantagens, desvantagens, limitações e as perspectivas para a implementação e expansão desses veículos no futuro", afirmou o autor.
Entre os principais resultados apresentados na obra estão os principais materiais utilizados nos eletrodos positivos, negativos e eletrólitos das baterias de íons lítio; dados atualizados sobre veículos elétricos no Brasil e no mundo, incluindo vendas anuais, número de modelos disponíveis, evolução da demanda por baterias de íons lítio e participação dos principais países na mineração de elementos-chave; comparações entre os custos de rodagem e os custos a longo prazo de veículos elétricos e veículos a combustão; informações sobre os sistemas de carregamento e gerenciamento de baterias; e visão geral das baterias mais utilizadas, como as de chumbo-ácido e de íons lítio, destacando suas aplicações e características.
O e-book, dirigido aos interessados em veículos elétricos e todos aqueles que querem conhecer um pouco mais sobre esses veículos, pode ser lido no smartphone, tablet ou computador, usando o aplicativo Kindle. Mais informações podem ser consultadas neste link (https://linktr.ee/
HUDPEDCARE é liderado por docente da Instituição e envolve universidades da África, América Latina e Europa
SÃO CARLOS/SP - Identificar e implementar ações transformadoras de Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) em universidades africanas e latino-americanas para facilitar a integração, a criação de conhecimento e a cooperação acadêmico-científica sobre Humanização dos Cuidados com a Dor Pediátrica (HPPC). Este é o objetivo principal do "HUDPEDCARE - O ensino superior como motor da humanização dos cuidados em dor pediátrica", projeto internacional financiado pela União Europeia (UE), por meio do programa Erasmus+. A iniciativa é liderada pela professora Esther Ferreira, do Departamento de Medicina (DMed) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), que está em pós-doutorado na Espanha.
O projeto envolve 15 universidades de oito países - Brasil, Peru, Moçambique, Cabo Verde, Espanha, Portugal, Polônia e Turquia. Dentre os objetivos específicos, Ferreira cita o desenvolvimento de soluções tecnológicas para conectividade, trabalho colaborativo e aprendizagem conjunta, geração de conhecimento aplicado sobre HPPC entre universidades da Europa, África e América Latina utilizando novos recursos tecnológicos, estabelecimento de sete Centros de Aprendizagem Tecnológica em HPPC (PedTECH) e aplicação de competências adquiridas em HPPC para desenvolver novos conteúdos e divulgá-los em níveis acadêmicos e não acadêmicos.
"Além disso, reconhecendo os cuidados pediátricos como uma prioridade na África e na América Latina e com o objetivo de melhorar a colaboração entre as universidades, são necessários contatos para projetos conjuntos de inovação no ensino e redes temáticas de educadores no campo da HPPC", complementa a docente da UFSCar.
De acordo com Esther Ferreira, os resultados esperados do projeto abrangem o fortalecimento da colaboração entre parceiros, o desenvolvimento de uma plataforma especializada para transferência de conhecimento em HPPC, capacitação sobre o tema de interesse significativo para a África e América Latina, além da criação dos centros de formação tecnológica. "Todos estes resultados são baseados nas soluções tecnológicas implementadas neste projeto", explica Esther.
Em relação ao tema do projeto - Humanização dos Cuidados com a Dor Pediátrica - a professora da UFSCar aponta que as universidades participantes reconhecem a necessidade de modernizar os processos de formação acadêmica e profissional, necessitando de um uso extensivo de TICs e de uma estrutura curricular flexível que incorpore disciplinas contemporâneas como a HPPC. "Precisamos tanto fomentar a temática, para que os profissionais já formados possam entender e aprimorar seus conhecimentos, porque muitos nunca tiveram contato com dor pediátrica em sua graduação, assim como inserir espaços durante a própria graduação para as diversas áreas da saúde. Não importa qual área o aluno irá seguir após formado, a observação e o cuidado com a dor está presente em toda a assistência em pediatria, seja na emergência, no posto de saúde, na maternidade e nos demais locais, o que impacta diretamente na qualidade de vida das crianças e das suas famílias", expõe Ferreira.
A participação na chamada do Programa Erasmus+ veio a convite do grupo que está realizando o pós-doutorado da professora Esther Ferreira, uma vez que ela estava trabalhando com dor pediátrica, temática relevante e que necessita de um olhar especial. "Escrevemos um projeto amplo e que pudesse se adequar às necessidades de diversas culturas e países. A partir desse primeiro núcleo, as outras universidades foram convidadas também, o que transformou o projeto em algo robusto, tanto que fomos um dos poucos grupos que conseguiram esse fomento na União Europeia", explica. O HUPEDCARE recebeu um total de 800 mil euros, que serão divididos entre as 15 universidades, conforme suas participações e tarefas.
"Acredito ser algo inovador, não apenas pela temática da dor pediátrica, mas também por unir a tecnologia à medicina, vinculando tantos países diferentes em prol de um único objetivo, o de educar em dor infantil, o que impacta diretamente na melhoria da qualidade de vida das crianças mundialmente", conclui a professora da UFSCar
O projeto terá duração de três anos e as informações completas estão no site, já traduzido para o Português pela UFSCar, acessível em https://project.hupedcare.com/
BRASÍLIA/DF - Em todo o país, cerca de 1,4 milhão de estudantes estão matriculados em escolas públicas que não contam com fornecimento de água tratada, própria para o consumo. A maior parte desses alunos é negra. Os dados são do estudo Água e Saneamento nas Escolas Brasileiras: Indicadores de Desigualdade Racial a partir do Censo Escolar, divulgado nesta semana.
Produzido pelo Instituto de Água e Saneamento e pelo Centro de Estudos e Dados sobre Desigualdades Raciais (Cedra), o estudo usa dados do Censo Escolar da Educação Básica de 2023, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), e classifica as escolas em predominantemente negras ou predominantemente brancas. Isso significa que tais estabelecimentos têm mais de 60% de alunos declarados negros ou brancos, respectivamente. As demais escolas são consideradas mistas.
A pesquisa mostra que a chance de um aluno estar em uma escola de predominância negra que não fornece água potável é cerca de sete vezes maior, se comparada à da escola de predominância branca. Do total de 1,2 milhão de estudantes sem acesso básico à água, 768,6 mil estão em escolas predominantemente negras; 528,4 mil, em escolas mistas; e 75,2 mil, em escolas predominantemente brancas.
O conselheiro do Cedra e professor da Universidade Federal de Santa Catarina Marcelo Tragtenberg explica que os dados se referem à ausência de água tratada e que as escolas podem dispor de outras fontes, como moringas ou filtros artesanais. “Isso tem impacto direto na saúde e impacto no aprendizado, através da saúde.”
Em todo o país, cerca de 5,5, milhões de estudantes estão em escolas sem qualquer abastecimento de água pela rede pública. Desses, 2,4 milhões frequentam escolas predominantemente negras e 260 mil, escolas de maioria branca. Os 2,8 milhões restantes estão em escolas mistas.
Além do acesso à água potável e ao fornecimento geral de água, a pesquisa analisa se as escolas contam com banheiro, coleta de lixo e esgoto. Para todos os itens, são consideradas todas as etapas da educação básica: educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e educação para jovens e adultos (EJA).
Em todo o país, mais da metade, 52,3% dos alunos matriculados em escolas predominantemente negras lida com a falta de ao menos um dos serviços ou infraestrutura de saneamento, enquanto, nas escolas predominantemente brancas, essa porcentagem cai para 16,3%.
Segundo o estudo, os serviços de saneamento são condições essenciais à dignidade humana, “e sua ausência nas unidades educacionais certamente afeta a aprendizagem dos estudantes. Portanto, a falta desses serviços é mais um obstáculo na trajetória educacional dos estudantes negros e constitui-se em uma camada adicional a ser somada às tantas outras que formam o amplo e complexo panorama da desigualdade racial na educação”, diz o texto.
Ao todo, 14,1 milhões de estudantes que frequentam escolas não conectadas à rede pública de esgoto – dos quais cerca de 6 milhões estão em escolas predominantemente negras; 1,2 milhão onde brancos são maioria, e os demais em escolas mistas.
Dentre os que não contam com saneamento, 440 mil estudantes estão matriculados em escolas que não têm sequer banheiro, estando 135,3 mil em escolas predominantemente negras e 38,3 mil em escolas predominantemente brancas. Os demais 266 mil estão em escolas mistas.
Quanto à destinação do lixo, 2,15 milhões de alunos estão matriculados em 30,5 mil escolas em que o lixo não é coletado por serviços públicos – 955,8 mil estão em escolas predominantemente negras, 59 mil em escolas predominantemente brancas e os demais (1,1 milhão), em escolas mistas.
“Em geral, não se tem um olhar racializado sobre os indicadores sociais, mas, quando se racializa, o que acontece é que as escolas onde predominam estudantes negros são escolas com pior infraestrutura de água e saneamento. Onde predominam estudantes brancos, as escolas têm melhor infraestrutura”, acrescenta Tragtenberg.
O professor diz que, se analisados os dados de cada grupo de escolas, percebe-se que os estudantes negros que estão em escolas majoritariamente brancas, ainda assim estão nas escolas desse grupo com as piores infraestruturas. “Se olhar dentro de cada subgrupo, você vai ver que os estudantes brancos que estão em escolas negras estão nas melhores escolas negras do ponto de vista de água e saneamento, e os estudantes negros que estão nas escolas brancas estão nas escolas com pior infraestrutura de saneamento. Então existe essa duplicidade de desigualdade racial.”
O estudo chama a atenção também para o baixo acesso de estudantes indígenas aos serviços de saneamento básico. “Embora este estudo tenha foco na comparação do acesso a saneamento entre escolas predominantemente negras e brancas, não é possível passar despercebida a existência de baixíssimos índices de atendimento dos serviços públicos nas escolas predominantemente indígenas”, diz o texto.
Do total de 360 mil indígenas matriculados na rede pública, 60% estão em escolas sem abastecimento de água; 81,8% estão em escolas sem esgoto; 54,7% não contam com coleta de lixo; 15,7% não têm acesso a água potável na escola e 14,3% não têm banheiro.
Segundo Tragtenberg, o estudo mostra que as políticas públicas precisam considerar as desigualdades raciais e entre as regiões do país. “Não adianta só pensar em universalização”, diz o professor. “Ao não considerar a equidade racial, sempre se vai privilegiar as escolas mais privilegiadas e os estudantes de raça branca, que são o grupo mais privilegiado. Se olhar só para a universalização, as medidas vão sempre chegar primeiro nas pessoas e nas escolas mais privilegiadas. É importante ter um recorte de equidade”, afirma.
A falta de saneamento básico não afeta apenas as escolas. O estudo destaca que, conforme dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS), em 2022, 33 milhões de pessoas no Brasil não tinham acesso aos serviços públicos de abastecimento de água e 90 milhões não estavam ligados à rede pública de coleta de esgoto. Além disso, em 2022, havia ao menos 1,2 milhões de pessoas que não tinham banheiros em seus domicílios, estando sujeitas à defecação a céu aberto.
Além disso, a pesquisa considera que nem todos os estudantes têm a cor ou raça declarada no censo, o que impacta também as análises feitas. Esse dado começou a ser coletado em 2004. Em 2007, 60% não declararam cor ou raça. No ano passado, essa porcentagem caiu para 25,5%, o que ainda significa que não se tem essa informação de um a cada quatro estudantes.
MARIANA TOKARNIA – REPÓRTER DA AGÊNCIA BRASIL
SÃO CARLOS/SP - A LATAM acaba de inaugurar no Brasil a Escola LATAM, cuja primeira turma será composta por 70 funcionários bolsistas da própria companhia. As aulas serão presenciais em São Carlos (SP) e terão início em janeiro de 2025. Com a presença de autoridades e executivos, o programa foi anunciado em cerimônia no LATAM MRO de São Carlos (SP), o maior centro de manutenção aeronáutica da América do Sul. No LATAM MRO, aliás, a companhia acaba de investir R$40 milhões na construção de um novo hangar, com capacidade para gerar até 300 postos de trabalho.
“A Escola LATAM nasce no principal Centro de Manutenção do Grupo LATAM, que é o MRO em São Carlos. Esse é um verdadeiro polo de inovação aeronáutica e motivo de orgulho para todos os brasileiros. Vamos investir em capacitação profissional para funcionários e pessoas externas que desejam construir uma carreira técnica na aviação, reforçando assim cada vez mais o nosso compromisso social e econômico com o País”, comenta Jerome Cadier, CEO da LATAM Brasil.
Estiveram presentes na cerimônia no LATAM MRO de São Carlos (SP) o ministro do Trabalho e Emprego, Luiz Marinho, o CEO da LATAM Airlines Brasil, Jerome Cadier, e a alta liderança da companhia.
Em agosto, vale lembrar, a companhia assinou, com as presenças do CEO da LATAM Brasil e do Presidente Lula, um protocolo de intenções com o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) do Brasil para qualificar mão de obra e empregá-la nas instalações do LATAM MRO de São Carlos (SP), um verdadeiro polo aeroespacial brasileiro.
A LATAM é a única companhia aérea brasileira a ter um Centro de Instrução certificado pela ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) para a formação de mecânicos de manutenção aeronáutica.
Nesse contexto, a Escola LATAM nasce como um programa profissionalizante para o desenvolvimento de carreiras no mercado de aviação no Brasil a partir de 2025. Inicialmente, oferecerá a formação em manutenção aeronáutica por meio do Curso Básico de Manutenção de Aeronaves e do Curso Complementar de Especialidades em Célula, Grupo Motopropulsor ou Aviônicos. Cada curso terá nove meses de duração e as aulas serão ministradas presencialmente no LATAM MRO de São Carlos (SP).
Os professores das disciplinas técnicas serão instrutores especialistas da própria LATAM. Já para temas como Língua Portuguesa, Matemática e Ciências Naturais, serão professores externos.
Para a primeira turma do programa, a LATAM decidiu fornecer bolsa de estudos para 70 funcionários que desejam atuar como mecânico de aeronaves. Desse total, 60 estão sendo concedidas para funcionários que já atuam nas funções de Auxiliar Técnico I e Auxiliar Técnico II, enquanto 10 para colaboradores que ocupam outros cargos.
As bolsas de estudo cobrem 75% do custo total do curso. A inscrição no processo seletivo interno para a Escola LATAM foi voluntária e as aulas serão ministradas fora do horário de trabalho dos funcionários selecionados para o programa.
Futuramente, a Escola LATAM deverá ser expandida, com abertura de vagas no programa para o público externo. Além disso, está nos planos da LATAM ampliar a lista de cursos para outras áreas de atuação na aviação, como as atividades de tripulação técnica e tripulação de cabine, por exemplo.
O LATAM MRO, instalado em São Carlos (SP), é reconhecido como o maior centro de manutenção aeronáutica da LATAM e uma referência mundial na área. Com uma equipe de 2 mil funcionários, é responsável por mais de 60% de todas as manutenções programadas das aeronaves do grupo LATAM. Hoje, é o maior centro de manutenção aeronáutica da América do Sul.
Com 95 mil m² de parque industrial, a unidade possui 7 hangares permanentes e 22 oficinas em São Carlos e todas equipadas com tecnologia de ponta e profissionais altamente qualificados. O MRO tem capacidade para executar as mais complexas manutenções em aeronaves, de acordo com as instruções técnicas dos fabricantes e homologado por autoridades aeronáuticas. A qualidade e competência técnica do LATAM MRO são atestadas por certificações internacionais como EASA (Agência Europeia para a Segurança da Aviação), FAA (Administração Federal de Aviação, nos EUA) e DGAC (Direção Geral da Aeronáutica Civil, no Chile).
Desde 2019, o LATAM MRO de São Carlos utiliza drones para inspeção de aeronaves, sendo pioneiro na América Latina nessa prática. Esse método inovador tornou o processo de inspeção 12 vezes mais eficiente do que a inspeção tradicional, além de utilizar inteligência artificial para identificar possíveis danos. Além disso, o uso de drones eliminou a necessidade de impressões de papel, mantendo os registros em nuvem atualizados em tempo real.
Em novembro de 2024, a LATAM anunciou o investimento de R$ 40 milhões em um novo hangar no LATAM MRO de São Carlos (SP) especializado em manutenção aeronáutica de aviões Boeing 787 Dreamliner e Airbus A320, que deve começar a operar em setembro de 2025 e gerar cerca de 300 novos postos de trabalho.
Este site utiliza cookies para proporcionar aos usuários uma melhor experiência de navegação.
Ao aceitar e continuar com a navegação, consideraremos que você concorda com esta utilização nos termos de nossa Política de Privacidade.