AMAZÔNIA - Um estudo publicado na quarta-feira (14), na revista científica Nature, indicou que a devastação em regiões de floresta afetada pelo desmatamento está causando um fenômeno inverso: ao invés de absorver carbono, a floresta está emitindo mais gases tóxicos.
O levantamento foi liderado por uma pesquisadora do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), a cientista Luciana Vanni Gatti, e apontou que a floresta amazônica emite 0,29 bilhão de toneladas de carbono por ano além do que consegue absorver.
A região mais crítica fica na região sudeste da Amazônia, ponto de fronteira com outros biomas e berço do chamado “arco do desmatamento”.
Para chegar aos números apontados no levantamento, a equipe de pesquisa coletou 590 amostras do ar em diferentes altitudes, variavando entre 4.420 metros e 300 metros acima do nível do mar. Para realizar o trabalho, foram usados aviões em quatro pontos da Amazônia entre 2010 e 2018.
A pesquisa publicada na Nature também se diferenciou na forma de coleta do material de análise, isso porque outros projetos científicos medem o carbono disponível no tronco das árvores, enquanto a equipe de Luciana Gatti mediu o CO2 que está no ar. Acredita-se que essa forma de análise consiga monitorar o nível gases tóxicos na atmosfera com mais exatidão.
A íntegra do estudo pode ser acompanhada clicando aqui.
*Por: ISTOÉ DINHEIRO
IRAQUE - Os verões no Iraque são sempre quentes, mas desta vez o termômetro marcou 52 ºC na sombra. Fez tanto calor que esta semana Ali Karrar colocou seu bebê na geladeira por alguns minutos.
Isso foi quando Ali Karrar, que mora na cidade de Al Hilla, ao sul de Bagdá, ainda tinha energia elétrica, já que o país ficou às escuras. E sem eletricidade, geladeira, ar condicionado ou ventilador são inúteis.
Em Diwaniya, mais ao sul, Rahi Abdelhussein passa o dia carregando sacos de cubos de gelo para hidratar seus filhos.
Em todo o país, os comerciantes instalaram canos e torneiras para que as pessoas possam se molhar na calçada antes de fazer compras. Em alguns minutos, estão secas novamente.
O pior, como sempre, foi vivido em Basra, única cidade litorânea do país, onde a sensação térmica é multiplicada pela umidade. Isso levou o governo a decretar quatro feriados esta semana para evitar que os moradores saiam de casa e os carros façam a temperatura subir.
"Colocamos as crianças para dormir no chão para que tenham um pouco de frescor e nós, os adultos, não dormimos a noite toda", diz à AFP Meshaal Hashem, estivador e pai de três filhos em Basra.
A situação catastrófica deste ano é o resultado de dezenas de ações que desencadearam reações. Como resultado, na madrugada de quinta-feira não havia watts nas linhas de transmissão do país.
Quem é responsável? Questionam os 40 milhões de iraquianos que em quase 20 anos viram metade dos petrodólares do país desaparecer nos bolsos de políticos e empresários corruptos.
"O ministério da Eletricidade diz que 'é culpa do ministério do Petróleo', o Petróleo diz que 'é culpa da pasta de Economia', a Economia diz que 'é culpa do Irã', o Irã diz 'é culpa do governo iraquiano', o governo diz que 'é culpa do povo', o povo diz que 'é culpa dos políticos' e os políticos dizem que temos que lidar com isso", resume, ironicamente, o pesquisador Sajad Jiyad no Twitter.
O ministério da Eletricidade nunca renovou seus circuitos, no que perde 40% de sua energia, enquanto o ministério do Petróleo tem dificuldades em lançar projetos de transformação de gás natural e abastecimento de usinas.
O Irã, a quem o Iraque deve 6 bilhões de dólares em inadimplência por gás e eletricidade, decidiu na terça-feira fechar a torneira. Bagdá responde que não pode pagar suas dívidas devido às sanções dos Estados Unidos contra o Irã e aos seus próprios problemas financeiros, visto que a covid-19 há algum tempo despenca os preços do petróleo, sua única fonte de divisas.
E, acima de tudo, argumenta o governo, poucas famílias pagam as contas e há muitas conexões ilegais.
- Quem se beneficia? -
No sul do país, quatro províncias estavam sem energia desde terça-feira, devido principalmente, segundo o ministério da Eletricidade, a ataques a linhas de alta tensão.
As autoridades descrevem os responsáveis como "terroristas", mas não se sabe quem está por trás da sabotagem. "Alguém está tentando desestabilizar as ruas e criar o caos", disse o porta-voz do ministério da Eletricidade, Ahmed Musa.
Já houve manifestações nas províncias de Misan, Wasit (onde cinco manifestantes e sete policiais ficaram feridos em altercações) e outras áreas no sul.
Nenhum ministro da Eletricidade sobreviveu à temporada de verão em 18 anos. Durante esta temporada e nos meses seguintes costuma haver protestos em todo o país e o titular dessa pasta é o primeiro a cair.
Desta vez, o ministro Majid Hantoch, apoiado pelo líder xiita Moqtada Sadr, tomou a iniciativa: renunciou na segunda-feira.
Foi mais do que suficiente para atiçar a retórica antigovernamental do movimento sadrista, que começa como o grande favorito para as eleições legislativas marcadas para outubro.
*Por: AFP
PARIS - Projetos em desenvolvimento vão remover apenas uma fração da quantidade de dióxido de carbono (CO2) do ar que precisa ser extraída até 2025 para que a meta do acordo global climático de Paris seja cumprida e sejam evitados aquecimentos catastróficos, mostra estudo.
Mais de 190 países assinaram o Acordo de Paris, elaborado para limitar o aquecimento global a 1,5 grau Celsius, mas mesmo com promessas de grandes reduções de emissões, muitos cientistas acreditam que tecnologias de remoção serão necessárias para chegar ao objetivo.
"Sem ações para entregar uma gigatonelada (Gt) de emissões globais negativas até 2025, manter o aquecimento global dentro da meta do Acordo de Paris, de 1,5°C, não será possível", diz o relatório da Coalizão para Emissões Negativas (CNE, na sigla em inglês) e da consultoria McKinsey.
O documento indica que os países vão precisar remover 1 bilhão de toneladas de CO2 da atmosfera até 2025 para cumprir a meta, e mais 1 bilhão de toneladas anualmente após isso.
Os atuais projetos em desenvolvimento podem remover apenas cerca de 150 milhões de toneladas de CO2 até 2025, o que é muito abaixo do necessário, diz o relatório.
Entre os projetos de emissão negativa estão iniciativas de bioenergia com tecnologia para capturar e armazenar emissões de carbono e tecnologias para capturar diretamente e armazenar emissões do ar e de soluções naturais climáticas, como o reflorestamento.
Atualmente a tecnologia para remoção é cara, e embora muitos países tenham iniciativas em andamento para precificar emissões de CO2, os preços ainda são muito baixos para incentivar novos projetos.
O relatório diz que escalonar a tecnologia levaria a custos mais baixos, com uma média provável de custo entre US$ 41 e US$ 138 por tonelada de CO2 removida até 2050.
*Por Susanna Twidale - Repórter da Reuters
RIO VERDE/MT - A FS Bioenergia, maior produtora de etanol à base de milho do Brasil, investirá cerca de R$ 250 milhões para implementar um sistema de bioenergia com captura e estocagem de carbono - BECCS, na sigla em inglês - em sua fábrica de Lucas do Rio Verde (MT). Com isso, a unidade será a primeira do País a ter pegada de carbono negativa - ou seja, vai estocar mais carbono do que emite. Na estimativa da companhia, o BECCS eliminará 400 mil toneladas de carbono por ano - o projeto deve ficar pronto em três a quatro anos.
A FS vai capturar, comprimir e transportar o carbono produzido na unidade até um local de armazenamento subterrâneo. A empresa contratou estudos geológicos e sísmicos para definir qual será a localização exata da injeção de carbono.
"Fizemos a primeira etapa de viabilidade, que determinou que a condição geológica da região das nossas plantas é boa. Agora, estamos fazendo estudos sísmicos para garantir que o local é viável", afirmou ao Estadão/Broadcast o presidente da companhia, Rafael Abud. "Este ano devemos ter uma viabilidade mais detalhada para avançar na construção do projeto."
O estudo sísmico é feito para identificar o ponto e a profundidade ideais para a injeção do carbono. Ele é injetado em rochas porosas localizadas logo abaixo de rochas impermeáveis, que evitam que o carbono chegue à atmosfera - esse seria o principal risco do armazenamento. O carbono injetado ocupa os poros da rocha e se expande lateralmente - a expansão vertical é impossibilitada por causa da rocha impermeável selante.
Na área onde o gás é injetado, haverá a chamada "cabeça" do poço injetor, de aproximadamente 2 metros de altura, com válvulas para controlar o fluxo da injeção. A compressão e a desidratação do CO2 serão feitas em um galpão erguido junto à usina.
Será a primeira vez que o sistema será usado para esse propósito no Brasil - a Petrobrás tem um projeto semelhante, mas o foco é retirar petróleo e o volume de carbono que permanece no solo é baixo. "No nosso caso, o carbono fica estocado para sempre e nós monitoramos os poços para garantir que não haja vazamentos", diz Abud. Para evitar que o carbono vaze, sensores vão medir o teor de CO2 na atmosfera, no solo e em poços.
A companhia espera conseguir estocar todo o carbono da fermentação de etanol produzido pela planta nos próximos 30 anos ou mais. O vice-presidente executivo de Sustentabilidade e Novos Negócios da FS, Daniel Lopes, diz que o carbono que será capturado na unidade tem alto grau de pureza. Com isso, é preciso apenas comprimir e desidratar o gás - caso fosse necessário separá-lo de outros gases antes da estocagem, o custo do projeto aumentaria.
Novas receitas com créditos de carbono
A empresa espera conseguir receitas com esse projeto por meio da venda de créditos de carbono, tanto no Brasil, pelo RenovaBio, quanto no exterior, em programas como o Low Carbon Fuel Standard (LCFS), da Califórnia.
O plano da FS é emitir 32 milhões de Créditos de Descarbonização (CBIOs) - os títulos emitidos pelo RenovaBio - entre 2020 e 2030. O CBIO é emitido por produtores e importadores de biocombustíveis e o RenovaBio exige que distribuidoras adquiram um determinado volume desses títulos para compensar suas emissões de carbono. Cada CBIO equivale a 1 tonelada de CO2 que deixou de ser emitida.
Com o projeto de captura e armazenagem de carbono, a companhia ganhará prêmio na nota de eficiência ambiental, o que permitirá que a empresa emita um volume maior de CBIOs por litro produzido. O volume arrecadado com isso vai depender do preço desses créditos - a expectativa é de que, ao longo dos anos, eles se valorizem.
"Nosso combustível já tem a menor pegada de carbono e agora buscamos reduzir mais ainda", diz Abud. "Por dois motivos: primeiramente, porque acreditamos ser uma contribuição para reduzir as mudanças climáticas. O segundo motivo é que está se formando um mercado de carbono cada vez mais atrativo. Há 60 mercados de carbono no mundo, e algumas empresas adquirem crédito voluntariamente, como a Microsoft."
A maior parte dos créditos negociados deve ser de CBIOs, mas as exportações de etanol também devem ter papel importante, principalmente porque a tonelada do carbono é negociada a um preço expressivamente mais alto no exterior - a empresa emite os créditos de carbono no país que recebe o biocombustível. Aqui, o preço médio do CBIO entre janeiro e maio deste ano foi de R$ 27,12, enquanto na Califórnia o preço médio do crédito em maio foi de US$ 190 - equivalente a mais de R$ 950.
A estimativa de investimento de R$ 250 milhões pode mudar a depender do câmbio e dos detalhes da formação rochosa. "Pode variar cerca de 15%, mas não deve ficar longe disso, o que está bem em linha com os patamares internacionais", explica Lopes.
Ele diz ainda que pode ser possível instalar um projeto parecido na usina da FS em Sorriso, também em Mato Grosso. "Os estudos iniciais da ANP iam até a entrada de Sorriso. Não tivemos acesso ao que acontece depois da entrada e nossa fábrica fica um pouco depois da divisa. Então focamos inicialmente em Lucas, porque o gasto em estudos sísmicos é grande."
Abud afirma que esse tipo de projeto também pode ser estendido para regiões produtoras de etanol de cana-de-açúcar. "A formação geológica do Brasil permite, e seria muito positivo se o mercado premiasse a retenção de carbono e isso pudesse se tornar um projeto de amplitude nacional."
As bacias sedimentares (estruturas geológicas com várias camadas de rochas sedimentares) que ocupam boa parte do território brasileiro têm a profundidade e as condições adequadas para essa atividade. Elas contêm tanto as rochas porosas, para injetar o carbono, quanto as impermeáveis, que fazem o gás permanecer no local onde foi injetado.
*Por: Augusto Decker / ESTADÃO
AUSTRÁLIA - Os coalas poderão ser listados como ameaçados de extinção em Queensland, New South Wales (NSW) e no Território da Capital da Austrália, depois que os incêndios florestais entre 2019 e 2020 destruíram habitats e populações que já lutavam por sobrevivência.
Um painel federal de especialistas em espécies ameaçadas recomendou que o status do marsupial seja atualizado de vulnerável para ameaçado de extinção em cada uma das três regiões, de acordo com The Guardian.
Josey Sharrad, do Fund for Animal Welfare (Fundo Internacional para o Bem-Estar Animal), falou sobre a mudança de status: “Isso confirma nossos temores de que os coalas estão em vias de extinção e precisam de maiores proteções se quiserem sobreviver no futuro”.
“Os coalas viviam no fio da navalha antes dos incêndios, com números em declínio acentuado devido ao desmatamento, seca, doenças, batidas de carros e ataques de cães. Os incêndios florestais foram a gota d’água, atingindo o coração das populações de coalas que já lutavam e seu habitat crítico”, completou.
A população desses animais em NSW diminuiu entre 33% e 61% desde 2001 e pelo menos 6.400 foram mortos nos incêndios florestais. Coalas podem ser extintos no estado até 2050, a menos que uma ação urgente seja tomada.
Após o pedido do comitê de espécies ameaçadas para trocar o status do marsupial nas três regiões australianas, o painel deve dar o seu parecer final ao ministro do meio ambiente até 30 de outubro.
Josey disse que um plano nacional de recuperação do coala está atrasado. “Pedimos aos governos que tomem medidas imediatas para enfrentar as principais ameaças que levam a espécie à extinção”, disse.
No início deste ano, o governo federal anunciou um plano de $ 18 milhões para ajudar a proteger o animal nativo, mas críticos da medida disseram que isso não foi o suficiente.
A Humane Society International, que se juntou com o Fund for Animal Welfare e o WWF para pedir a mudança de status do animal, disse que uma implementação rápida pode ser a última esperança para a diminuição da população.
O Fund for Animal Welfare também faz o trabalho de resgate, reabilitação e soltura dos coalas na natureza, “plantando árvores de eucalipto para fornecer habitat e pesquisando os efeitos dos incêndios florestais nas populações de coalas”.
*Por: Go Outside
SÃO PAULO/SP - A derrubada de árvores no Instituto Butantan, localizado na Zona Oeste da capital paulista, causou revolta em moradores da região. Durante duas semanas, com início no final do mês de maio, uma área de cerca de 13 000 metros quadrados, contendo vegetação de grande porte, foi desmatada.
Segundo o Instituto, naquela região do terreno, conhecida como Fazendinha, será construído um laboratório que vai auxiliar na fabricação de imunobiológicos em função da "elevada demanda de produção de vacinas e soros". Como compensação ambiental, 2 215 mudas de espécies nativas da região serão plantadas em 40 000 metros quadrados, dentro do Butantan. O barulho das serras elétricas, no entanto, chamou atenção dos moradores de condomínios residenciais da Rua Barroso Neto, vizinhos da área verde da instituição.
"A gente começou a ouvir as árvores tombando", diz a professora Tarita de Souza, 42. "Por que eles tiveram que devastar uma área em São Paulo? Isso que me deixa revoltada. Com tanto lugar para construir, acho que como sociedade, a gente devia questionar", afirma. "Começaram a abrir clareiras. Demorou quase uma semana para a gente obter resposta [do Butantan], pensamos que iam acabar com todas as árvores". Aquela não é a única área verde do complexo, que conta com 750 000 metros quadrados de vegetação, o equivalente a metade do Parque Ibirapuera. De acordo com a instituição, a mata que crescia na área não era nativa e, por isso, aquele pedaço foi escolhido para abrigar o novo laboratório.
O professor Marcus Mazzari, 62, também vizinho do local, pede explicações. "Eles falam que vão fazer uma compensação, mas onde, quando? E se eles têm espaço para compensação, por que não construir lá então? É o habitat de animais, é algo muito preocupante. Quantos anos vai demorar para crescer? Ninguém está contestando a necessidade de se lutar pela produção de vacinas, mas o meio ambiente também é importante", comenta.
De acordo com a instituição, o plantio das mudas deve começar em cerca de dois meses, em uma área próxima da que foi desmatada. A derrubada das árvores foi autorizada pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), que informa que a autorização foi baseada em leis federais e estaduais: "também foi consultada a Secretaria do Verde e do Meio Ambiente do município [São Paulo], que se manifestou por não ter oposição à supressão de vegetação para implantação do Biotério Central", disse em nota para a Vejinha.
Biotérios são viveiros onde se conservam animais em condições adequadas para o uso em pesquisas científicas.
O Butantan é tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico (Condephaat). Procurado pela reportagem, o órgão de preservação afirmou que "autorizou o projeto de ampliação das atividades. A instituição do governo de São Paulo iniciou o trabalho de manejo arbóreo dentro de suas instalações para construção do novo laboratório P 402. Todas essas intervenções em curso na área tombada seguem o Plano Diretor, aprovado pelo Condephaat".
"Infelizmente, é mais um pedaço de área verde que a cidade perde", finaliza o professor Marcus Mazzari.
Confira abaixo a íntegra da nota do Butantan sobre o caso:
O Instituto Butantan informa que iniciou trabalho de manejo arbóreo dentro de suas instalações para a construção de um novo laboratório que auxiliará na produção de imunobiológicos na instituição. Todo o trabalho realizado conta com a devida autorização da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (n° 022210/2021 – Processo Administrativo n° 062913/2020-78 e Licença de Instalação n° 45002809) e uma compensação ambiental será realizada com a restauração ecológica de uma extensão de aproximadamente 40 mil metros quadrados nas proximidades da região impactada, contemplando uma área três vezes maior que o local das intervenções.
Para a restauração, será realizado o plantio de enriquecimento, conjugado com a regeneração natural de espécies nativas e com o incremento da diversidade de espécies promovidas pelo plantio de 2.215 mudas de espécies nativas.
O Instituto Butantan também elaborou informes que começaram a ser enviados aos vizinhos para fins de esclarecimentos de dúvidas. No documento consta, dentre outras informações, o número da licença que nos permite realizar o manejo.
Em função da elevada demanda de produção de vacinas e soros, e com isso a necessidade de expansão da Instituição, necessários para o atendimento da demanda nacional e desenvolvimento de novas pesquisas, o Instituto Butantan pretende construir os prédios para abrigar as instalações do novo laboratório P 402 e suas utilidades P 1401, devido ao seu papel estratégico e de grande relevância para produção dos imunobiológicos produzidos no Instituto Butantan.
Ressaltamos, por fim, que o Butantan possui 750 mil metros quadrados de área verde.
*Por: Guilherme Queiroz / VEJASP
POLO NORTE - Muitos se tem falado no aquecimento global. O mundo já percebeu que é preciso fazer urgentemente alguma coisa, mas a questão que se coloca é se ainda vamos a tempo. De acordo com cientista responsável da maior expedição científica realizada ao Polo Norte, o ponto crítico de um aquecimento global irreversível pode já ter sido ultrapassado.
Markus Rex, um dos principais especialistas no estudo do Ártico, afirmou que “só a evolução dos próximos anos permitirá determinar se ainda podemos salvar o gelo marinho do ártico presente durante todo o ano, graças a uma proteção coerente do clima, ou se já ultrapassamos este importante ponto de inflexão do sistema climático”.
O desaparecimento da camada de gelo no Ártico é uma das primeiras minas num campo minado, um dos pontos de observação que acionamos quando levamos o aquecimento longe demais. “Podemos realmente perguntar se ainda não pisamos nesta mina e já provocamos o início da explosão do campo minado”.
Se este ponto de inflexão já foi atingido, poderá desencadear efeitos nefastos “em cascata”, advertiu, chamando a atenção para o risco de “desaparecimento da calote glaciar da Groelândia ou do degelo de zonas cada vez maiores do Ártico”. O recuo da camada de gelo do ártico é considerado pelos cientistas o “epicentro do aquecimento global”, segundo Markus Rex.
Durante 389 dias, a missão estudou alternadamente a atmosfera, o oceano, a camada de gelo e o ecossistema do ártico, para recolher dados e avaliar o impacto das alterações climáticas na região e no mundo inteiro.
*Por: ISTOÉ DINHEIRO
SÃO CARLOS/SP - Após ser procurado por moradores da região da "rotatória do Cristo", o vereador Sérgio Rocha visitou aquela região e às margens do córrego Monjolinho, deparou com uma situação de despejo de esgoto, sem nenhum tratamento. Segundo constatou o vereador, naquele ponto o esgoto in natura é lançado diretamente no córrego.
"É um verdadeiro descaso com o meio ambiente esta situação”, afirmou o parlamentar, que verificou que há mais de 60 dias a tubulação de esgoto se rompeu, sem que nenhuma providência fosse tomada e o vazamento provoca o despejo do esgoto diretamente no córrego.
O problema foi apresentado ao vereador também por moradores da região do bairro Jardim Bandeirantes e adjacências, que reclamam do mau cheiro proveniente do córrego Monjolinho.
Sérgio Rocha protocolou na quarta-feira (9), na Câmara Municipal, uma moção de apelo à Prefeitura, para que o Serviço Autônomo de Água e Esgoto realize o reparo na tubulação em caráter de urgência. “O dano ambiental se agrava a cada dia e essa providência precisa ser tomada de imediato”, afirma.
AUSTRÁLIA - Um enorme dinossauro, cujos fósseis foram descobertos na Austrália em 2006, foi identificado como uma nova espécie, chamado Australotitan cooperensis, sendo um dos maiores animais conhecidos a ter vivido na terra.
Ele pertence ao grupo titanosaur, que viveu há quase 100 milhões de anos. Foram encontradas espécies desse grupo de dinossauros de pescoço longo e herbívoros em todos os continentes.
Estima-se que tenham tido 5 a 6,5 metros de altura e 25 a 30 metros de comprimento.
"Se as comparações do tamanho dos membros são alguma coisa, esse novo titanossauro está entre os cinco maiores do mundo", disse Robyn Mackenzie, do Museu de História Natural de Eromanga no estado de Queensland (nordeste).
Os ossos fossilizados foram descobertos em 2006 na quinta de uma família, a cerca de mil quilômetros a oeste de Brisbane, na Bacia de Eromanga, e o esqueleto recebeu o nome de "Cooper" em homenagem a um rio daquele estado.
A descoberta foi inicialmente mantida em segredo, pois os pesquisadores trabalharam pacientemente na escavação. O esqueleto foi exposto pela primeira vez ao público em 2007.
Scott Hocknull, paleontólogo do Museu de Queensland, explicou que confirmar que Cooper era uma nova espécie foi o resultado de um "processo muito longo e enfadonho".
O trabalho, que envolveu comparações em 3D dos ossos de "Cooper" com os dos seus primos mais próximos, foi publicada na revista científica PeerJ.
Muitos outros ossos de dinossauro foram encontrados na mesma área, disse Hocknull, acrescentando que era necessária mais escavação. "Descobertas como essas são apenas a ponta do iceberg", disse.
O maior dinossauro conhecido até a data é o Patagotitan mayorum, o "Titã Patagônico", descoberto na Argentina em 2017.
Os paleontólogos estimaram que poderia pesar cerca de 70 toneladas, o equivalente a cerca de dez elefantes africanos, e medir cerca de 37 metros de comprimento e oito metros de altura.
*Por RTP
Até 2030 uso de água, que já é grande no país, deverá aumentar em 24%, porém apenas 1% da oferta deste recurso é oriunda de reaproveitamento. Na cidade de Hidrolândia, a 36 quilômetros de Goiânia, projeto pioneiro de fertirrigação em indústria de lacticínios mostra que é possível aumentar esse percentual de reuso
SÃO PAULO/SP - O uso da água potável no país deverá crescer 24% até 2030, superando a marca de 2,5 milhões de litros por segundo, segundo dados do Manual de Usos Consuntivos da Água no Brasil. Embora sejamos uma das nações mais ricas na disponibilidade de água doce no mundo, abusamos dessa abundância natural e perpetuamos uma cultura do desperdício.
Sendo assim, neste 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, nós brasileiros temos pouco o que comemorar e muitos desafios pela frente, e um dos principais é o reaproveitamento da água, uma prática ainda pouco relevante no País. Para se ter uma ideia, segundo o estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI) “O Impacto Econômico dos Investimentos de Reúso de Efluentes Tratados para o Setor Industrial”, de 2018, menos de 1% da oferta de água no país provém de reúso de efluentes tratados. Enquanto isso, em Israel, país que convive com a escassez desde sua origem, 70% da oferta vem da reutilização de efluentes.
Estima-se que o reúso de água não potável seja de 2m³/s, uma vazão ínfima perto do total da água retirada no País, 2.083 m³/s segundo dados do estudo Conjuntura dos Recursos Hídricos no Brasil, de 2018. A meta proposta pelo governo federal é que o reúso não potável direto no Brasil alcance 13 m³/s até 2030.
E é frente a esse desafio ambiental enorme que iniciativas como da indústria de laticínio Marajoara, localizada na cidade goiana de Hidrolândia, a 36 quilômetros de Goiânia, merecem ser aplaudidas e copiadas. A empresa inaugurou recentemente um inovador projeto de fertirrigação desenvolvido em que direciona a água residual de seus processos fabris, que é tratada de sua própria Estação de Tratamento de Resíduos (ETE), para um pasto de aproximadamente 14 hectares, vizinho à sede da indústria.
“O nosso sistema de tratamento da água por flotação assegura uma eficiência superior a 90%, bem mais do que os 60% exigidos pela legislação ambiental. Até então, essa água já devidamente tratada era lançada no Córrego Grimpas. Porém, com esse projeto de fertirrigação conseguiremos dar uma destinação mais sustentável para essa água”, diz o presidente do Grupo Marajoara, André Luiz André Luiz Rodrigues Junqueira.
Três bombas instaladas em tanques de água tratada que percorrerão quase um quilômetro em tubulações até chegar ao destino, onde será criado gado de corte. Em média, serão jorradas no local 75 mil m³ de água por hora. A cada 12 horas, serão um milhão de litros de água de reuso reaproveitados. O sistema será composto por cerca 600 aspersores, sendo que cada um irá lançar água a uma distância máxima de um raio de 11 metros. Isso faz com que cada gota de água seja muito bem aproveitada, evitando o desperdício.
O pasto será dividido em piquetes para se fazer o manejo rotativo e a expectativa é que a produtividade aumente em cinco vezes. “Através deste sistema, independentemente do período do ano, se de seca ou não, você terá pasto verde e abundante para gado”, explica o zootecnista da Marajoara, Diego Dantas Colnago.
Ele cita outra vantagem: por meio do sistema instalado, é possível fazer a suplementação para o pasto diluindo-o nos próprios tanques da ETE, facilitando o processo. “Com água e nutrientes necessários, o pasto ficará mais saudável, refletindo no ganho de peso do gado”, explica. O zootecnista lembra ainda que além da pastagem, o sistema de fertirrigação por meio de reuso de água pode ser perfeitamente usado em outros cultivos, como milho, sorgo e soja.
Aquíferos
Da concepção do projeto até o início das obras para sua instalação, no fim de janeiro, foram necessários seis meses de estudos técnicos no solo da área e outros quase cinco meses para aprovação junto da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). De acordo com a bióloga Daniela Souza Silva, diretora da Ecovel, empresa que assessora ambientalmente a Marajoara, o projeto também, a médio prazo, servirá como um importante mecanismo de recarga dos aquíferos locais ou lençóis freáticos. “Com esse sistema de fertirrigação, parte da água é absorvida pela planta, no caso o capim do pasto, parte é evaporada e uma parte significativa vai para o lençol freático”, explica a consultora.
O projeto de fertirrigação é uma continuidade de um outro projeto de sustentabilidade da empresa, que é desenvolvido há pouco mais de dois anos a partir da ETE da Indústria: é o uso da biomassa, que é extraída dos efluentes após o processo de tratamento, virando fertilizante. Esse adubo é fornecido gratuitamente a pequenos produtores rurais em Hidrolândia. Rica em nutrientes importantes para o gado leiteiro, a mistura é aplicada no pasto dessas pequenas propriedades, assegurando uma produtividade e qualidade para alimentação dos animais, e o que é melhor, sem agredir o meio ambiente.
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