fbpx

Acesse sua conta de usuário

Nome de usuário *
Senha *
Lembrar de mim
 

GROENLÂNDIA - Após uma realocação de núcleos de gelo para um subúrbio de Copenhague (Dinamarca), em 2017, pesquisadores da Universidade de Copenhague encontraram caixas fechadas com núcleos de gelo datadas de 1966 – os primeiros núcleos de gelo perfurados na Terra.

As análises do gelo há muito esquecido foram concluídas e são apresentadas em um novo estudo com resultados inovadores. O trabalho foi publicado na revista “PNAS”.

Dentro dos núcleos, que vêm das profundezas do manto de gelo em Camp Century, Groenlândia, os pesquisadores da Universidade de Copenhague e seus colegas belgas e americanos se tornaram os primeiros a encontrar esses macrofósseis com milhões de anos.

 

Galhos e folhas inteiros

Os fósseis são grandes o suficiente para serem vistos sem um microscópio.

“Nós nos beliscamos sobre o tesouro que havíamos encontrado! Porque dentro dos núcleos, que em sua maioria se assemelham a cascalho compactado, pudemos identificar galhos e folhas inteiros, perfeitamente preservados após milhões de anos. Nunca havíamos encontrado nada assim, nem outros pesquisadores”, explicou a professora Dorthe Dahl-Jensen, do Instituto Niels Bohr da Universidade de Copenhague.

“Análises completas de DNA são normalmente necessárias para identificar quais plantas e animais estão no gelo”, ela prosseguiu. “Mas aqui, podemos ver as coisas imediatamente. O gelo foi perfurado em um local incrível onde havia obviamente plantas e galhos antes que o gelo cobrisse a Groenlândia.”

 

Detalhes do passado

Galhos e folhas revelam uma história rara e única sobre a vegetação da paisagem da Groenlândia como era há milhões de anos, quando o clima da Terra era mais quente e a maior ilha do mundo não era coberta por gelo.

“Entre as folhas, galhos e restos de plantas que encontramos estão hepáticas (Marchantiophyta) e um tipo de musgo lanoso. Nossas análises mostram que eles vêm da floresta boreal – as florestas de coníferas, bétulas e salgueiros comuns no Canadá e no Alasca. Essas plantas e árvores resistentes são tolerantes ao frio”, explicou Dorthe Dahl-Jensen.

Os núcleos de gelo também forneceram aos pesquisadores conhecimentos sobre as mudanças climáticas na Groenlândia que datam de vários milhões de anos. Esse conhecimento é útil para nos ajudar a perscrutar a bola de cristal e ver o clima do futuro.

“Depois de medirmos os isótopos de água no gelo, podemos confirmar descobertas anteriores de que o manto de gelo está intacto e cobriu a Groenlândia por cerca de 1 milhão de anos. Antes disso, havia períodos entre os mantos de gelo em que a Groenlândia ficava sem gelo. Esses resultados ilustram o quão incrível é o gelo e como ele pode suportar tanto – incluindo períodos de temperaturas mais altas como a que estamos agora”, explicou a professora de paleoclimatologia.

 

Forte influência

De acordo com ela, porém, o gelo será fortemente influenciado pelo aumento da temperatura que vários modelos climáticos preveem que ocorrerá nos próximos 100 anos.

“Se ocorrer o pior cenário, os mantos de gelo da Groenlândia e da Antártida começarão a derreter, o que pode fazer com que o nível do mar suba até 70 metros. No entanto, isso levará muito tempo, milhares de anos. Felizmente, ainda podemos fazer algo sobre isso e evitar essas grandes elevações do nível do mar – é uma questão de ação”, diz ela.

O próximo passo para trabalhar com os núcleos de gelo esquecidos do Camp Century é realizar análises de DNA do gelo e dos resíduos sedimentares. “Veremos se podemos encontrar vestígios de besouros, borboletas e outros insetos também”, concluiu a professora Dahl-Jensen.

 

*Por: PLANETA

BRASIL - Com uma meta de restaurar 12 milhões de hectares de áreas desmatadas até 2030, o Brasil tem um desafio enorme para resolver em apenas nove anos. É o que indica um estudo inédito que buscou levantar projetos de restauração já em desenvolvimento em todo o País. Ele mapeou a existência de somente cerca de 66 mil hectares sendo restaurados ativamente com árvores nativas – o que representa 0,55% do compromisso.

O dado faz parte do novo Observatório da Restauração e Reflorestamento, uma iniciativa que será lançada nesta terça-feira, 9, pela Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura – rede que reúne representantes do agronegócio, dos principais bancos do País, da academia e do ambientalismo.

O grupo pondera que o levantamento (com dados de campo georreferenciados e tecnologia de monitoramento via satélite), ainda subestimado, é só um primeiro esforço de mapear esses projetos e que o número real é bem maior – certamente existem muitos outros que ficaram abaixo do radar e a ideia é que ele continue sendo alimentado com o tempo. Mas já começa a suprir uma lacuna que até então não existia e dá uma noção da necessidade de mais ações e também da oportunidade econômica.

Uma pesquisa divulgada no ano passado pelo WRI-Brasil, um dos parceiros do observatório, indicou a restauração florestal como um caminho para uma retomada verde da economia do País por ser um instrumento para geração de emprego e renda. O trabalho calculou um retorno de US$ 2,39 para cada dólar investido para a restauração com árvores nativas em um período de 20 anos.

O observatório tem como objetivo mostrar o que já está sendo feito, a fim de estimular novos projetos e parcerias, mas também apontar onde estão os principais gargalos e vazios no País. De acordo com Laura Lamonica, coordenadora de Relações Institucionais da coalizão, além de visibilidade para as iniciativas, a plataforma traz também transparência e confiabilidade nos dados de restauração em escala nacional.

Com o mapeamento vai ser mais fácil definir onde são os melhores lugares para fazer novas restaurações – de modo a, por exemplo, unir florestas que estão isoladas, fazer corredores ecológicos, contar com mão de obra que já foi formada, saber onde tem viveiro de mudas, banco de sementes, etc, e gerar incentivos para essas áreas –, explica Marcelo Matsumoto, especialista em sistema de informação geográfica do WRI-Brasil.

No futuro, a plataforma permitirá identificar os benefícios que os projetos estão gerando, como captura de carbono, melhora da qualidade do solo e água e geração de emprego e renda.

A maioria dos projetos de restauração mapeados até o momento pelo observatório está na Mata Atlântica (93%), sendo 38,7% desses no Estado de São Paulo. Na escala de municípios, porém, o que mais está restaurando é o Rio de Janeiro (3,3 mil hectares).

Essa desigualdade ocorre, por um lado, porque a Mata Atlântica é o bioma que foi mais desmatado no País – restam somente cerca de 12% de remanescentes da floresta original – e é onde mais ocorreram acordos com Ministério Público de ajustamento de conduta para cumprimento do Código Florestal.

Além disso, a nova plataforma começou a ser alimentada com informações de outras bases regionais, como a feita pelo Pacto pela Restauração da Mata Atlântica, hoje o mais organizado grupo do tipo. Mas os pesquisadores que organizaram o trabalho estimam que a maior parte dos projetos, nesse momento, deve estar na Amazônia, informação que eles pretendem obter rapidamente a partir do momento em que a plataforma estiver no ar.

Uma das motivações de criar o observatório, de acordo com Matsumoto, foi justamente a noção de que existem muitas iniciativas de restauração no País, mas elas são pequenas e isoladas, o que acaba sendo um entrave para que ganhem escala. Com o primeiro levantamento, a ideia é que agora essa base seja alimentada com outros projetos, de modo a ajudar a alavancar o processo para que o Brasil possa cumprir seus compromissos.

A meta de 12 milhões de hectares foi proposta pelo próprio governo federal, em 2015, como parte da contribuição oferecida pelo País junto ao Acordo de Paris – o esforço de praticamente todos os países do mundo para reduzir o aquecimento global. Além da manutenção de florestas, o replantio daquelas que foram devastadas é considerado uma das maneiras mais baratas e fáceis de retirar carbono da atmosfera – justamente o principal gás de efeito estufa.

 

Regeneração natural e florestas exóticas

O observatório traz ainda dois outros dados importantes para entender o contexto da restauração no Brasil. Foram mapeadas as áreas que passam por um processo de regeneração natural – uma pastagem abandonada, por exemplo, que voltou a ser floresta, e também projetos de reflorestamento para fins comerciais (grandes extensões de monocultura, em geral ocorrem com árvores exóticas para a produção de madeira, papel e celulose).

A regeneração natural responde pela maior fatia, de acordo com o mapeamento. São 10 milhões de hectares hoje no Brasil nessa situação – 96% na Amazônia. O dado foi obtido a partir da análise temporal de imagens de satélites do projeto MapBiomas, que revelam a mudança em áreas anteriormente degradadas. Já de plantio de exóticas são 9 milhões de hectares.

O primeiro dado chama atenção porque pode tanto ser um caminho interessante para ajudar o Brasil a cumprir suas metas, quanto um perigo de que essa recuperação se perca com o tempo. Somente com o dado do satélite não dá para saber neste momento se é um processo natural espontâneo, sem intervenção humana, ou um local que foi cercado propositadamente para deixar a floresta voltar. “Mas, diferentemente da restauração ativa, não temos segurança de que será mantida no longo prazo”, explica Matsumoto.

Por isso, a ideia é direcionar a atenção para essas áreas. Primeiramente para entender o que levou àquela regeneração (se trata-se de algo proposital, como uma mudança de comportamento, ou não). E depois para motivar os proprietários de terra a mantê-las assim, com incentivos econômicos, como o pagamento por serviços ambientais. “Queremos com essa iniciativa que as pessoas entendam a restauração como uma agenda positiva, que além de benefícios ambientais e climáticos, traz também geração de emprego e renda”, diz Laura.

Um outro trabalho do WRI-Brasil também divulgado no ano passado – Uma Nova Economia para uma Nova Era – estimou que a restauração de 12 milhões de hectares de vegetação nativa poderia gerar uma economia anual de R$ 4,7 milhões em produtos químicos no tratamento de água.

 

 

*Por: Giovana Girardi / ESTADÃO

EUA - Especialistas dos Estados Unidos e Canadá estudaram o comportamento da aranha Anelosimus e concluíram que a espécie se torna mais agressiva com mudanças climáticas, o que pode indicar que o aquecimento global tenha um efeito perverso sobre os aracnídeos.

Cientistas da Universidade de Santa Bárbara investigaram o comportamento da espécie Anelosimus na área da costa atlântica. Nesta espécie, muito comuns nas cidades e arredores, existem colônias agressivas e pacíficas que vivem em riachos e rios.

A ideia era investigar as colônias antes e depois de grandes tempestades e furacões. O estudo concluiu que as aranhas se tornam mais agressivas após sobreviverem a fenômenos como esses, em comparação com colônias que mantiveram uma rotina comum.

O estudo sugere que com o aquecimento global as tempestades e furacões se tornarão cada vez mais comuns e por isso a tendência é que as aranhas e outros animais se tornem cada vez mais agressivos para sobreviverem.

 

 

 

 *Por: Metro World News

ANTÁRTIDA - Um iceberg, com área 12 vezes maior que a área metropolitana de Lisboa, separou-se de uma plataforma na Antártida.

Há vários anos que a NASA, a agência espacial norte-americana, vinha acompanhando a situação.

Continua depois da publicidade

O iceberg que se formou na última sexta-feira (26) tem área de 1.270 quilômetros quadrados.

A separação ocorre quase uma década depois de os cientistas terem detectado, pela primeira vez, fraturas na plataforma de gelo, que tem 150 metros de espessura.

 

 

*Por RTP

PIRACICABA/SP - A Polícia Militar Ambiental autuou infratores em mais de R$ 10 mil na região de Piracicaba na reta final da Operação Piracema, que termina neste domingo (28). Somente na ação realizada anteontem nas cidades de Piracicaba, São Pedro, Pirassununga, Leme e Caconde, os policiais usaram sete viaturas náuticas e terrestres. Dezessete policiais atuaram na atividade, cujo propósito foi de coibir crimes ambientais no período da Piracema nos principais corpos hídricos inseridos na área da 7a Companhia da Polícia Ambiental. Quatro flagrantes de pesca foram registrados, multas no total de R$ 7.220,00 e 15 petrechos apreendidos entre redes, varas, linhas de mão e bardoelos.

No mesmo dia, na avenida Beira Rio, em Piracicaba, um pescador foi multado em R$ 1.018,50, após ser flagrado realizado pesca amadorística, desembarcada, a qual utilizava um caniço simples de fibra, com linha, anzol e chumbada, no momento da abordagem foi encontrado com o individuo dois exemplares de Piapara e dois de Tilápia.

Em São Pedro, no Tanquã, um homem foi multado em R$ 2.053,20 após ser flagrado realizando pesca amadorística, desembarcada, utilizando vara de molinete com linha anzol e chumbada, no momento da abordagem havia capturado 1,330kg de peixes da espécie nativa “Piau Três Pintas” sendo que é vedada a sua captura neste período.

Continua depois da publicidade

PIRACEMA

A Operação Piracema começou no dia 1º de novembro de 2020, nesse período ocorre o defeso da reprodução natural dos peixes na bacia hidrográfica do rio Paraná, que inclui Piracicaba e passará a valer a instrução normativa Ibama n°25 de 2009, que proíbe a pesca para todas as categorias e modalidades em: lagoas marginais; a menos de 500 metros de confluências e desembocaduras de rios, lagoas, canais e tubulações de esgoto; até 1.500 metros a montante e a jusante das barragens de reservatórios de empreendimentos hidrelétrico e de mecanismo de transposição de peixes; até 1.500 metros à montante e à jusante de cachoeiras e corredeiras e demais locais previstos no artigo 3º da Instrução Normativa.

 

 

*Por: Cristiani Azanha / JORNAL DE PIRACICABA

ALEMANHA - Após nevasca causada por frente fria do nordeste, onda de calor do Saara trouxe temperaturas de primavera ao país. Serviço meteorológico mediu variação inédita de quase 42 ºC em apenas uma semana.

Primeiro neve e um frio congelante, e poucos dias depois um clima ameno similar ao da primavera. A Alemanha registrou neste mês de fevereiro sua maior oscilação de temperatura entre semanas desde o início dos registros.

Pesquisadores do clima do Serviço Meteorológico Alemão (DWD) disseram na terça-feira (23/02) que a Alemanha nunca havia vivenciado uma oscilação como a registrada na estação meteorológico na cidade de Göttingen, na região central do país.

Em 14 de fevereiro, foi registrada uma temperatura de 23,8 ºC negativos. Sete dias depois, em 21 de fevereiro, a estação registrou a temperatura máxima de 18,1 ºC – um aumento de 41,9 ºC em apenas uma semana.

Continua depois da publicidade

Para encontrar algum registro comparável, os pesquisadores tiveram que vasculhar bastante nos arquivos. O recorde anterior havia sido registrado em maio de 1880, nos primeiros dias da catalogação do clima. Segundo um porta-voz do DWD, naquele mês foi medido um aumento de temperatura de 41 ºC em sete dias.

No norte da Alemanha, foram quebrados ainda na segunda-feira dois recordes regionais de calor para o inverno. Na cidade de Quickborn, a temperatura máxima foi de 18,9 ºC , ultrapassando o recorde anterior de 17,8 ºC medido dois anos antes.

Na área de Hamburgo, a estação meteorológica de Neuwiedenthal registrou 21,1 ºC. O recorde anterior de 18,1 ºC registrado no ano passado foi superado com uma grande margem.

"Pela primeira vez desde o início da medição, a temperatura em Hamburgo superou a marca de 20 ºC na estação do inverno", disse o porta-voz do DWD. Segundo ele, a oscilação de temperatura dos últimos dias na Alemanha foi causada primeiro por uma massa de ar frio que veio da Rússia e resultou em dias extremamente gelados, e agora o ar quente que vem do deserto do Saara e da área do Mediterrâneo trouxe temperaturas primaveris.

A temperatura média de fevereiro ainda está bem abaixo da média histórica registrada para o mês. O clima ameno deve prevalecer nos próximos dias, mas especialistas preveem quedas nas temperaturas nas próximas semanas e não descartam um mês de março com clima temperado e algumas noites gélidas.

O DWD administra uma lista com as temperaturas mais altas já registradas em cada mês do ano na Alemanha. Os recordes para o mês de fevereiro são encabeçados por três registros em 1900 e outros três em 1960. No topo da lista estão os 24,5 ºC registrados em Arnsberg, na Renânia do Norte-Vestfália, em 1900.

 

 

*Por: DW

EUA - Sabemos que exoplanetas são comuns na nossa galáxia, mas questões de vida alienígena e civilizações extraterrestres são tema de especulação desde sempre. Dado que ainda não encontramos evidências de nenhum dos dois, os astrônomos estão atualmente interessados ​​em como podemos encontrá-los. Uma nova pesquisa sugere um método peculiar: procurar poluição.

O trabalho foi aceito para publicação no Astrophysical Journal, e nele a equipe responsável por esta pesquisa discute como o dióxido de nitrogénio (NO2) pode ser utilizado para encontrar civilizações alienígenas. Na Terra, o gás é um subproduto da combustão, e poderia ser visível nas observações da atmosfera de planetas distantes com os telescópios de última geração.

Continua depois da publicidade

Os astrônomos procuram alguns marcadores de vida na atmosfera desses exoplanetas. Estas são bioassinaturas. Mas agora também exploram as “tecnossignaturas” – moléculas que estariam presentes no ar daqueles mundos distantes na presença de civilizações industrializadas.

Descobrir dióxido de nitrogénio fora da Terra não seria assim tão linear. O gás também é produzido naturalmente, então os astrônomos terão que estimar se o sinal que observam é suficiente para ser produzido por uma sociedade tecnológica.

“Na Terra, cerca de 76% das emissões de NO2 são devidas à atividade industrial”, explicou Giada Arney, da NASA Goddard, coautor do artigo. “Se observarmos mais NO2 do que os nossos modelos sugerem ser plausível de fontes não industriais, então o restante do NO2 pode ser atribuído à atividade industrial”.

Nuvens e outros aerossóis também podem criar falsos positivos. Para a próxima etapa deste projeto, a equipa deseja criar modelos melhores para a atmosfera dos planetas, para que possa ter uma abordagem mais realista de como seria um sinal de dióxido de nitrogénio.

 

 

*Por: ISTOÉ DINHEIRO

FRANÇA - O banco francês BNP Paribas, o maior do país europeu, prometeu nesta segunda-feira (15/02) parar de financiar empresas que produzem ou compram carne bovina ou soja cultivadas em terras desmatadas ou convertidas depois de 2008 na Amazônia.

A instituição afirmou ainda que também "incentivará seus clientes a não produzirem ou comprarem carne bovina ou soja em terras desflorestadas ou convertidas [...] posteriormente a 1º de janeiro de 2020" no Cerrado, de acordo com os padrões globais.

Segundo o BNP Paribas, a ausência de um mapeamento exaustivo das terras no Cerrado impede, por enquanto, que o banco vá além desse incentivo.

Além disso, a instituição afirmou que, até 2025, solicitará aos seus clientes a rastreabilidade total dos setores de carne bovina e soja, financiando assim apenas aqueles que adotarem uma estratégia de desmatamento zero.

"Instituições financeiras expostas ao setor agrícola no Brasil devem contribuir para essa luta contra o desmatamento. Esse é o caso do BNP Paribas", disse o banco em comunicado.

Reações de ambientalistas

Organizações ambientalistas afirmaram que a declaração envia um forte sinal para as empresas que comercializam commodities na região, mas pressionaram por ações mais rápidas e firmes.

"O banco diz que só está pronto para incentivar, e não forçar, as empresas que atuam no Cerrado. [...] As únicas medidas de exclusão imediatas aplicam-se às empresas que continuam a derrubar ou converter terras na Amazônia", criticou a organização não governamental Reclaim Finance.

"Poucas empresas estão, portanto, preocupadas, visto que já existe uma moratória que estipula o fim do desflorestamento relacionado com a soja a partir de 2008 e é amplamente respeitada", completou. A ONG também considerou a meta estipulada para o ano de 2025 "tarde demais".

"O BNP Paribas está dando aos comerciantes mais cinco anos para derrubar florestas impunemente", afirmou, por sua vez, a associação francesa Canopée - Forêts vivantes.

Desmatamento na Amazônia e no Cerrado

A soja e a carne bovina são dois dos maiores motores do desmatamento no mundo. O crescimento populacional e uma expansão rápida da classe média em países como a China estimularam uma explosão na demanda por soja e um aumento do consumo de carne e laticínios.

Cientistas alertam que a Floresta Amazônica, que se entende por nove países, está se dirigindo para um espiral mortal à medida que o desmatamento acelera. Segundo a ONG Amazon Conservation Association, uma área do tamanho de Israel foi derrubada na Amazônia só em 2020.

Já em relação ao Cerrado, que cobre 20% do território brasileiro, metade do bioma já foi desmatado, o que o torna um dos ecossistemas mais ameaçados do planeta, denunciaram quatro organizações ambientalistas em uma declaração conjunta.

Bancos e o desmatamento

Na semana passada, uma investigação da organização não governamental Global Witness apontou que vários bancos franceses, em particular o BNP Paribas, respondem pelo financiamento de empresas agrícolas responsáveis pelo desmatamento no Brasil.

O banco disse à Global Witness que todos os seus clientes na Amazônia "foram certificados ou envolvidos num processo de certificação" para garantir que as suas práticas eram responsáveis.

No mês passado, o BNP Paribas e outros credores europeus, como o banco holandês ING e o suíço Credit Suisse, se comprometeram a parar de financiar o comércio de petróleo bruto do Equador após pressão de ativistas com o objetivo de proteger a Amazônia.

 

 

ek (Reuters, Lusa, AFP, ots)

*Por: DW

MUNDO - Atividades como perfurações de óleo, explosões e trânsito de navios estão trazendo sérios riscos ao equilíbrio da vida nos oceanos. É o que revelou um estudo divulgado nesta pela revista Science.

Uma cacofonia de ruído industrial está impedindo os animais marinhos de acasalar, de comer e até de fugir dos predadores, avisam os cientistas.

Os resultados do estudo, que se pautou por mais de 500 artigos, mostram que as atividades humanas estão alterando drasticamente a paisagem sonora subaquática.

Baleias, golfinhos e outros mamíferos aquáticos que dependem das vibrações sonoras para se orientarem, estão entre os mais afetados.

Não raro, indivíduos dessas espécies estão ensurdecendo e, consequentemente, se desorientando, vindo a encalhar em praias.

“Com efeito, até o estalar dos glaciares que derretem nos oceanos polares e o barulho da chuva a cair na superfície da água podem ser ouvidos no profundo oceano”, diz Carlos Duarte, o autor principal do estudo, cientista marinho na Universidade de Ciência e Tecnologia King Abdullah, na Arábia Saudita.

Isso dá uma ideia do quão impactante pode ser o ruído industrial provocado por motores e perfurações no fundo do mar.

“Estes ruídos e o seu impacto precisam de uma maior atenção dos cientistas e legisladores”, alerta o cientista.

Contudo, de acordo com Duarte, grande parte do ruído causado pelo ser humano deveria ser fácil de reduzir.

Por exemplo, medidas como a construção de hélices e cascos de navios mais silenciosos e o uso de técnicas de perfuração que não causem bolhas e vibrações na água podem reduzir a poluição sonora para metade.

Além disso, investir em mais energia renovável diminuiria a necessidade de perfurações de petróleo e gás.

Para endossar o quão importante é encarar o problema da poluição sonora nos oceanos, o estudo mostra que houve um ressurgimento da atividade marinha em abril de 2020, quando o ruído dos navios, normalmente mais alto perto da costa, diminuiu à medida que os países entraram em confinamento devido à pandemia de covid-19.

Por ser este um problema a nível transfronteiriço, os resultados da pesquisa mostram que para realmente reduzir a antrofonia (ruído humano) nos mares e almejar um futuro bem gerido, será necessária uma cooperação global entre todos os governos. Conseguiremos?

 

 

*Por: HARDCORE

MUNDO - Com todo seu tamanho e exuberância, as baleias são seres que despertam a nossa atenção e curiosidade. Agora, ver uma baleia encalhada na praia é ainda mais chocante.

Se por um lado já é suficientemente impressionante ver um ser tão maravilhoso sem vida fora da água, as baleias podem fazer coisas curiosas, como explodir.

Agora, uma rara observação é sobre a oportunidade perdida de sequestro de carbono.

Baleias são importantes reservas de carbono

Baleias podem esfriar a Terra?

As baleias, principalmente as de barbatanas e cachalotes, estão entre as maiores criaturas da Terra. Seus imensos corpos guardam importantes reservas de carbono e sua presença no oceano é capaz de moldar os ecossistemas ao seu redor.

Algo que passamos a entender – e apreciar devidamente – é que esses mamíferos marinhos também estão ajudando a determinar a temperatura do planeta.

“Em terra, os humanos influenciam diretamente o carbono armazenado nos ecossistemas terrestres por meio da extração de madeira e da queima de florestas e pastagens”, de acordo com um artigo científico de 2010. “No oceano aberto, o ciclo do carbono é considerado livre de influências humanas diretas.”

O carbono armazenado em seus corpos é transferido para o fundo do mar

Por outro lado, essa suposição não leva em consideração o impacto surpreendente da caça às baleias.

Os humanos caçaram baleias durante séculos para usar da carne ao óleo desses animais. O registro mais antigo de caça comercial à baleia foi em 1000 dC. Desde então, dezenas de milhões de baleias foram mortas e os especialistas acreditam que as populações podem ter tido uma redução de 66% e 90%.

As baleias e o carbono

Quando as baleias morrem, elas afundam no fundo do oceano – e todo o carbono armazenado em seus enormes corpos é transferido das águas superficiais para o fundo do mar, onde permanece por séculos ou mais.

Neste mesmo estudo de 2010, os cientistas descobriram que antes da caça industrial, as populações de baleias (exceto as cachalotes) teriam afundado entre 190 mil a 1,9 milhões de toneladas de carbono por ano no fundo do oceano – o que é o equivalente a tirar entre 40 mil e 410 mil carros fora de circulação a cada ano.

Mas quando a carcaça não vai parar no fundo do mar e sim é retirada da água e processada, esse carbono é liberado na atmosfera.

Andrew Pershing, um cientista marinho da Universidade do Maine e autor desse estudo, estima que, ao longo do século 20, a caça às baleias adicionou cerca de 70 milhões de toneladas de dióxido de carbono à atmosfera.

“É muito, mas 15 milhões de carros fazem isso em um único ano. Os EUA têm atualmente 236 milhões de carros”, afirma.

A importância das baleias

Mas as baleias não são valiosas apenas na morte. As marés de excrementos que esses mamíferos produzem também são surpreendentemente relevantes para o clima.

Elas se alimentam nas profundezas do oceano e depois voltam à superfície para respirar e fazer cocô. Suas fezes ricas em ferro criam as condições de crescimento perfeitas para o fitoplâncton.

O fitoplâncton tem enorme influência na atmosfera do planeta

Essas criaturas podem ser microscópicas, mas, em conjunto, o fitoplâncton tem enorme influência na atmosfera do planeta, capturando cerca de 40% de todo o CO2 produzido – quatro vezes a quantidade capturada pela floresta amazônica.

“Precisamos pensar na caça às baleias como uma tragédia que removeu uma enorme bomba de carbono orgânico do oceano que teria um efeito multiplicador muito maior na produtividade do fitoplâncton e na capacidade do oceano de absorver carbono”, disse Vicki James, gerente de políticas na Whale and Dolphin Conservation (WDC).

As baleias desaparecidas no oceano também tiveram alguns impactos inesperados.

Com o declínio das populações de baleias, as orcas passaram a se alimentar de mamíferos marinhos menores, como lontras marinhas. As lontras posteriormente diminuíram, levando à disseminação dos ouriços-do-mar, que devastam as florestas de algas ao redor do Atlântico Norte – com um efeito cascata no sequestro de carbono marinho.

O que isso significa é que recuperar as populações de baleias pode ser uma ferramenta importante no combate à mudança climática, ajudando a reduzir o enorme volume de CO2 emitido por combustíveis fósseis a cada ano.

Reduzir o CO2

Existem várias outras propostas de como conseguir essa redução, incluindo o plantio de árvores e o estímulo à floração do fitoplâncton por meio da adição de ferro ao oceano.

Mas o plantio de árvores requer um recurso escasso: terras terrestres, que como vemos muito popularmente aqui no Brasil, tem mais valor para o governo quando são devastadas e convertidas em pasto.

A beleza de restaurar as populações de baleias é que há muito espaço no oceano.

As plumas resultantes de cocô de baleia também aumentariam consideravelmente o potencial de fertilização do oceano com ferro. Seriam necessárias 200 florações bem-sucedidas por ano para corresponder ao potencial de uma população de baleias totalmente restaurada, de acordo com o estudo de Pershing.

E, ao contrário de técnicas de geoengenharia arriscadas, os benefícios não seriam apenas para o clima, mas para todo o ecossistema.

“As carcaças de baleias fornecem um habitat único para espécies de águas profundas. A pesquisa mostrou que um único esqueleto pode fornecer alimento e habitat para até 200 espécies durante os estágios finais de decomposição”, diz James do WDC.

Proteção das baleias em dólares

Em 2019, o Fundo Monetário Internacional (FMI) publicou um relatório analisando os benefícios de colocar as baleias de volta no oceano. E eles fizeram isso de uma forma que os políticos entenderiam: colocando um valor em dólares nisso.

Este estudo descobriu que, quando você soma o valor do carbono sequestrado por uma baleia durante sua vida, ao lado de outros benefícios como melhores pescarias e ecoturismo, a baleia grande vale em média mais de 2 milhões de dólares.

Os economistas responsáveis ​​pelo estudo agora estão trabalhando em um projeto para transformar essa etiqueta de preço da teoria em realidade, por meio da compensação de carbono.

A ideia é persuadir os emissores de carbono a pagar uma certa quantia para proteger as populações de baleias, em vez de investir na redução de suas próprias emissões, ajudando-as a obter uma pegada de carbono neutra.

“O que você está fazendo é valorizar o serviço prestado pelas baleias, porque elas estão sequestrando dióxido de carbono”, diz Thomas Cosimano, um dos economistas que é coautor do artigo do FMI.

“Isso não significa que as baleias não estejam fazendo outras coisas. Este é apenas um ponto de referência que podemos usar para estabelecer um limite mínimo de qual seria o valor de uma baleia.”

É um esquema complicado, mas não está além das possibilidades: a equipe tem trabalhado em uma abordagem semelhante baseada no mercado de carbono para proteger elefantes de caçadores ilegais nas florestas tropicais centrais da África, que deve ser implementada pelo final do ano.

Uma instituição de caridade chilena chamada Fundación MERI já está descobrindo as bases para um mercado de carbono baseado em baleias, instalando bóias acústicas de alerta precoce que irão monitorar a localização das baleias e gerar rotas alternativas para os navios.

Acredita-se que seja o primeiro projeto do mundo para proteger as baleias em troca do armazenamento de carbono que elas fornecem.

O estudo do FMI conclui que a proteção das baleias deve agora se tornar uma prioridade no esforço global para enfrentar a mudança climática.

“Uma vez que o papel das baleias é insubstituível na mitigação e construção de resiliência às mudanças climáticas, sua sobrevivência deve ser integrada aos objetivos dos 190 países que em 2015 assinaram o Acordo de Paris para o combate ao risco climático”, escrevem os autores.

Ainda neste ano, a conferência climática da ONU acontecerá na Escócia, um país cujas costas costumam hospedar espécies como baleias-minke (ou baleia-anã) e jubarte. Com um mercado de carbono para baleias agora uma possibilidade real, talvez seja hora de colocar essas criaturas na agenda.

 

 

*Por: Gabriela Rassy / Hypeness

Nosso Facebook

Calendário de Notícias

« Maio 2024 »
Seg. Ter Qua Qui Sex Sáb. Dom
    1 2 3 4 5
6 7 8 9 10 11 12
13 14 15 16 17 18 19
20 21 22 23 24 25 26
27 28 29 30 31    
Aviso de Privacidade

Este site utiliza cookies para proporcionar aos usuários uma melhor experiência de navegação.
Ao aceitar e continuar com a navegação, consideraremos que você concorda com esta utilização nos termos de nossa Política de Privacidade.