“É viver pensando que você pode ajudar as pessoas”
SÃO CARLOS/SP - O programa “Vem Saber”, da Universidade de São Paulo e desenvolvido no Campus USP de São Carlos (Área-2) é uma iniciativa onde ocorrem atividades de ciência e tecnologia que têm o intuito de transformar as pessoas, principalmente os jovens, por meio da educação, um projeto que, segundo o seu criador e atual coordenador, o docente e pesquisador do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Prof. Antonio Carlos Hernandes, tem os seus primórdios no ano 2000.
Tudo começou no laboratório de pesquisa em física dos materiais do IFSC/USP com uma ação focada nos alunos das escolas da cidade de São Carlos, cujo objetivo foi incentivá-los a visitar o campus da USP de São Carlos e sentirem o verdadeiro ambiente que se vive na Universidade de São Paulo. E, de fato, ao longo destes anos foram criados vários programas, até se chegar no que é hoje o programa “Vem Saber”, onde se busca focar o trabalho nos alunos do Ensino Médio das 1ª, 2ª e 3ª séries, sempre tendo em vistas duas motivações principais: a primeira, para que esses jovens não parem de estudar, porque é isso que vai fazer uma transformação social neles, em suas famílias e em todos quantos orbitam em seu redor. A segunda motivação é propiciar ferramentas para que eles possam conquistar o ensino superior público, ou seja, serem estudantes da USP, UFSCAR, UNESP, UNICAMP, ou de qualquer universidade federal. O Prof. Antonio Carlos Hernandes explica qual foi o motivo desses dois focos principais. “O motivo tem a ver com um processo relativo à questão social dos alunos das escolas públicas. Então, o trabalho é focado nos alunos do ensino médio das escolas públicas, mas sempre pensando que esses jovens, que na grande maioria das vezes desconhecem o que é uma universidade e o que ela faz, passem a ter a chance de se voluntariarem a um processo de transformação - transformação social -, que é o que aconteceu comigo mesmo e aconteceu com muitos dos que estão hoje na universidade e que também foram os primeiros de suas famílias a fazer um curso no ensino superior. E não estamos falando de um curso específico; estamos falando de todos os cursos, de qualquer curso que o aluno tenha interesse em fazer. Então, o resultado desses nossos objetivos foi ver alunos que, sem quaisquer projetos de vida, passaram a ter interesse em estudar numa universidade, em passar por um processo seletivo do vestibular, a entrar numa universidade, se formando e se transformando em um exemplo para toda a família”, sublinha o pesquisador.
Um processo amplificador
Essa “corrente” acaba por se amplificar, influenciando outros jovens dentro da mesma família. “Aconteceu recentemente, que um jovem que está fazendo agora a universidade, disse assim: ‘Ah! Você foi a pessoa que ajudou meu irmão a entrar na universidade! Ele já se formou, sabe? Aí, eu vim aqui para este projeto e foi pelo meu irmão que estudei’. Então, esse é o grande mote deste programa e isso é o que eu chamo de transformação social. Inclusive, temos um aluno aqui, de São Carlos, que está trabalhando comigo agora, sendo que o irmão dele, mais velho, fez um dos projetos”, pontua o Prof. Hernandes, recordando um projeto mais antigo, consubstanciado em uma visita ao campus e que ainda está em curso, que acontece na designada “Sala do Conhecimento” - igualmente localizada na Área-2 do Campus USP de São Carlos -, chamado “Universitário por um Dia”. O início desse projeto começou exclusivamente com alunos de São Carlos, só que esse cenário mudou com o passar do tempo, já que hoje o citado projeto recebe alunos de todo o Estado de São Paulo. E o “Universitário ´por um Dia” não se caracteriza por ser uma simples visita, ou seja, não é um processo qualquer. Os alunos vão na Área-2 do campus USP de São Carlos para sentirem e verem o que é a vida de um universitário durante um dia inteiro. Eles ficam sete horas no campus e a equipe do “Universitário por um Dia”, explica o que é uma universidade, o que é que se faz no Campus da USP de São Carlos, bem como todas as particularidades que existem na UFSCar, na UNICAMP, na UNESP... “Além disso, explicamos quem pode ajudá-los, como podem ganhar uma bolsa de estudo, onde podem morar, etc.. E, esses alunos vão almoçar no restaurante da USP junto com os universitários, vão dialogar com eles e vão sentir que podem, sim, ser os próximos alunos da universidade. É um projeto onde damos sustentação para que tudo isso aconteça, para que os alunos se sintam motivados em se transformar”, sublinha o pesquisador.
O futuro do “Vem Saber”
Atualmente, abrangendo todo o Estado de São Paulo, o programa “Vem Saber” tem todas as condições para se expandir para todo o país, bem como outros projetos que se encontram em execução. “Temos um outro projeto que acontece nos 645 municípios do Estado de São Paulo, que é a designada ‘Competição USP de Conhecimentos e Oportunidades’ e que, na verdade, está dentro dessa lógica de transformação social que eu falei. Você faz uma competição em cada escola e os ganhadores são só daquelas escolas. Então, você tem 3.900 escolas, você tem até 9 ganhadores por escola, equivalendo a dizer que quase 36 mil jovens se sagram vencedores porque eles competem apenas com os amigos, com os seus colegas. E, qual é a ideia? Que esses alunos treinem... Que eles treinem para abrir portas para o futuro. Então, por que nós não fazemos isso no Brasil todo? Vamos pensar muito sobre essa hipótese”, pontua o Prof. Hernandes.
Quanto ao programa “Vem Saber”, o Prof. Antonio Carlos Hernandes admite que ele pode também ficar focado nos professores em um futuro muito próximo, sendo que a ideia é trabalhar no processo de formação dos professores, de ajudá-los a desenvolver as atividades dentro da sala de aula. Da mesma forma que é feita com os alunos, com o intuito de incentivá-los a ingressar no ensino superior, a intenção é prover instrumentos para esses professores possam desenvolver aulas de Física ou de Química de uma maneira muito mais tranquila para que os alunos se sintam entusiasmados, e para que possa haver, também, uma transformação na forma de ensinar.
Nestes 23 anos de trabalho ininterrupto em prol da Educação e dos mais jovens, o Prof. Antonio Carlos Hernandes não tem dúvidas em afirmar que: “É viver pensando que você pode ajudar as pessoas”.
ARARAQUARA/SP - A Escola Técnica Estadual (Etec) Profª Anna de Oliveira Ferraz, de Araraquara, promove uma ação de cadastro de doadores de medula óssea nesta quinta-feira (30), entre 9h30 e 14h.
Todos os estudantes do curso técnico de Enfermagem estão à frente da campanha, em parceria com a prefeitura, o Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula Óssea (Redome), o Hemocentro da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP) – responsável pelo transporte e tipagem HLA das amostras colhidas – e a Universidade Paulista (Unip), que cederá o espaço para a ação.
Idade menor para os doadores
É a terceira vez que a Etec de Araraquara se engaja nessa mobilização. É a primeira vez, no entanto, que a unidade participa com a nova norma do Ministério da Saúde em vigor, que limita em até 35 anos a idade para quem pretende fazer o cadastro. A portaria nº 685, de 16 de julho de 2021, estabelece que os doadores tenham entre 18 e 35 anos. O limite anterior era de 54 anos. A medida, embora restrinja o número de doadores, garante a eficácia do transplante, já que o receptor de uma medula mais jovem tem maior possibilidade de obter uma boa resposta do organismo.
Se esse movimento é importante para os pacientes, também é benéfico para os alunos. “Trata-se de uma atividade extraclasse integradora em que os alunos adquirem conhecimento, desenvolvem habilidades e valores importantes, como cooperação e filantropia”, explica Célio Tiago Marcato, diretor da unidade.
Quem precisa de doação e quem pode doar
O transplante de medula óssea, um dos pouquíssimos tipos de doação que se pode fazer em vida, beneficia pacientes com leucemia e cerca de outras 80 doenças. Quando o paciente não encontra um doador compatível na própria família, tem como opção recorrer ao banco do Redome.
Além de ter entre 18 e 35 anos, os candidatos ao cadastro não podem ter ou ter tido câncer ou outras doenças – confira aqui.
É preciso estar em boas condições de saúde, levar um documento oficial com foto e preencher um cadastro básico. Depois disso, uma quantidade mínima de sangue é coletada: apenas 10 mililitros. Caso haja um paciente compatível, o doador é consultado antes de se decidir sobre a doação.
SÃO CARLOS/SP - A Secretaria Municipal de Educação (SME) informa que estão abertas as inscrições para alfabetização e ensino fundamental da EJA (Educação de Pessoas Jovens e Adultos) e do MOVA (Movimento Popular de Alfabetização). Podem participar da EJA pessoas jovens e adultas com idade igual ou superior a 15 anos para o ensino fundamental do 6º ao 9º ano. O principal objetivo é a luta pela superação do analfabetismo.
Para a inscrição tanto na EJA quanto no MOVA os interessados devem apresentar os documentos pessoais RG, CPF, comprovante de residência e carteira de vacinação. Os interessados também podem se inscrever através de um formulário online acessando o link https://docs.google.com/forms/d/e/1FAIpQLSd0tRN3_8OEfb-1GYqxl_O0Z2_uJpQSHo8mCZQdcFb5sS4TSw/viewform?pli=1
As inscrições na EJA para o ensino fundamental I (1º ao 5º ano) é anual e recebe matrículas durante todo o ano. Já o ensino fundamental II (6º ao 9º ano) é semestral e as matrículas ocorrem no final de cada semestre letivo. Já para o MOVA a inscrição é contínua, portanto pode ser feita durante todo o ano.
A EJA oferece educação gratuita para estudantes jovens adultos do 1º ao 9º ano com a certificação aos educandos, dividida da seguinte forma: Ensino Fundamental (1º ao 5º ano) é oferecida pela Escola Municipal de Jovens e Adultos (EMEJA) “Austero Manjerora” e nas Escolas Municipais de Educação Básica (EMEB’s) “Afonso Fiocca Vitali” (Caic), no bairro Cidade Aracy, “Arthur Natalino Deriggi”, no bairro Antenor Garcia, “Carmine Botta”, no Boa Vista, “Dalila Galli”, no bairro Jockey Clube, “Ulysses Ferreira Picolo”, no Residencial Eduardo Abdelnur, no CEMEI “Professor Vicente de Paula Rocha Keppe”, no Santa Felícia e na Igreja Nossa Senhora Aparecida, localizada na rua Dr. João Sabino, nº 1.514, no Boa Vista.
No Ensino Fundamental (6º ao 9º ano) a EJA é oferecida nas EMEB’s “Arthur Natalino Deriggi”, no bairro Antenor Garcia, “Carmine Botta”, no Boa Vista e “Dalila Galli”, no Jockey Clube, no período da noite.
O MOVA acontece em São Carlos desde 2002, e as aulas ocorrem nas regiões periféricas do município e em áreas rurais como o Assentamento Santa Helena, Capão das Antas, nos distritos de Santa Eudóxia (com núcleos pela manhã e noite) e Água Vermelha (com núcleo noturno).
As aulas no MOVA acontecem de segunda a quinta-feira com duração de 2h, nos períodos da manhã, tarde e noite porque os processos são sempre articulados com os estudantes e educandos adequando aos horários que esses trabalhadores possam estar presentes. O material escolar e as aulas escolares do MOVA são oferecidos gratuitamente.
O MOVA é realizado em parceria com a SME e o Instituto Acorde e alfabetiza o público mais idoso que não conseguiu frequentar a escola na época de infância e acabam voltando para poder concluir sua escolarização e poder ser encaminhado para a EJA, ou seja, a educação formal do município.
“São Carlos investe na alfabetização e na inserção das pessoas jovens e adultas que estão fora do universo escolar para retornar as aulas, via EJA, com certificação aprovada pelo MEC, contribuindo para a diminuição do analfabetismo, além de promover a transformação na vida das pessoas. As ações tanto da EJA quanto do MOVA tem como meta a contribuição para a superação do analfabetismo, promovendo a melhoria da capacitação profissional, da renda familiar e autonomia para poder realizar as suas próprias escolhas”, ressaltou Roselei Françoso, secretário municipal de Educação.
Outras informações podem ser obtidas na EMEJA através do telefone e whatsapp (16) 3364-2434 ou (16) 99235-2190. Para saber mais sobre o MOVA basta ligar no telefone (16) 3416-0832.
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