Pesquisa é pioneira na avaliação dos testes sensório-motores em uma grande amostra e vai ofertar tratamento gratuito
SÃO CARLOS/SP - Um estudo de mestrado, realizado no Laboratório de Pesquisa sobre Movimento e Dor (LabMovDor) do Departamento de Fisioterapia (DFisio) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), está convidando participantes para pesquisa cujo objetivo é verificar a confiabilidade de testes que avaliam a disfunção sensório-motora em indivíduos com dor lombar crônica e assintomáticos. Os voluntários passarão por testes e receberão orientações de exercícios para tratamento da dor lombar.
A pesquisa é realizada pela mestranda Ana Carolina de Jacomo Claudio, sob orientação da Thais Chaves, docente do DFisio, e tem apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). De acordo com a pesquisadora, as pessoas com dor lombar crônica (há mais de três meses) podem apresentar alterações de como percebem ou sentem sua coluna. A pesquisadora explica que o cérebro atua recebendo informações sensoriais do ambiente o tempo todo, por exemplo, informações visuais. Essas informações são processadas e integradas pelo cérebro para gerar os movimentos que realizamos no dia a dia. Ou seja, os movimentos, que também são controlados pelos centros de controle motor (cérebro), são influenciados pela maneira como o cérebro processa e interpreta essa informação do ambiente. A disfunção sensório-motora pode ocorrer quando há um processamento ou interpretação distorcida das informações sensoriais que chegam ao cérebro e isso pode acarretar alterações importantes na maneira como nos movimentamos. Na dor lombar crônica, é possível que essa alteração no processamento/integração das informações sensoriais esteja contribuindo para dificultar a recuperação do paciente. Daí, a importância do estudo, pois podemos entender melhor porque a dor lombar não melhora em alguns pacientes", expõe Ana Carolina Claudio.
A mestranda da UFSCar relata que a literatura atual não contém estudos que afirmem a validade dos testes sensório-motores, "pois os estudos que foram realizados apresentam uma baixa qualidade metodológica e um tamanho amostral pequeno. Esse estudo que estamos desenvolvendo é o primeiro a ser realizado com uma grande amostra, para a dor lombar crônica em comparação com pessoas sem dor", reforça Ana Carolina. Ela defende a importância da pesquisa já que esses testes possibilitarão a avaliação sensório-motora para, em seguida, traçar possíveis condutas de tratamento. "De modo geral, é importante desenvolver essa pesquisa sobre confiabilidade e medida de erro dos testes pra ver se realmente eles são confiáveis, pois se apresentarem bom desempenho, são opções que poderão ser utilizadas na prática clínica, que não geram custos elevados, como outros tipos de exame como ressonância magnética", pontua.
As pessoas voluntárias passarão por diferentes testes sensório-motores e a expectativa é que o estudo possa contribuir na área de estudo de dor lombar, com instrumentos válidos para avaliação de possíveis disfunções sensório-motoras. Podem integrar o estudo participantes com idades entre 18 a 60 anos, que tenham, ou não dor na lombar, há pelo menos três meses. Os testes serão realizados em duas visitas ao Laboratório do DFisio, que fica na área Norte do Campus São Carlos da UFSCar.
Interessados devem entrar em contato pelo telefone (14) 99649-8726 ou pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo., até o final do mês de outubro. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 73402523.7.0000.5504).
SÃO CARLOS/SP - Com a apresentação da pesquisa intitulada “Bioprediction PPI, Predict Interactions Between Biological Sequences”, o doutorando da USP São Carlos, Bruno Rafael Florentino, conquistou recentemente a Medalha de Ouro “Thomas Clarkson”, elevando-o como o melhor do mundo na categoria “Ciência da Computação”, do “Global Undergraduate Award – 2024” – Irlanda.
O “Global Undergraduate Awards” é o principal programa de premiação de graduação do mundo que reconhece os melhores trabalhos de graduação, compartilhando esses trabalhos com um público global e conectando alunos de diferentes culturas e disciplinas, sendo uma organização sem fins lucrativos e sob o patrocínio do Presidente da Irlanda, Michael D. Higgins, desde 2012.
O “Global Undergraduate Awards” foi fundado em 2008, em Dublin, Irlanda, sendo que a iniciativa foi originalmente chamada de "Irish Undergraduate Awards" e estava aberta apenas a estudantes das sete universidades da Irlanda. Em 2012, a instituição se expandiu para aceitar inscrições de todas as instituições de ensino superior da Ilha da Irlanda, bem como das vinte melhores universidades da Grã-Bretanha, EUA e Canadá. Atualmente, a “Gobal Undergraduate Awards” aceita inscrições de estudantes de qualquer instituição de ensino superior do mundo.
Todos os anos a instituição coordena um programa de premiação para estudantes de graduação do penúltimo e último ano, bem como para estudantes que se formaram no ano do programa. Os participantes podem enviar seus trabalhos para uma das 25 categorias disponíveis, que representam uma ampla gama de disciplinas acadêmicas. Este trabalho é então avaliado anonimamente por um painel de acadêmicos internacionais e líderes da indústria. Os 10% melhores trabalhos são então pré-selecionados como “Altamente Recomendados” e a melhor inscrição em cada categoria é considerada a ”Vencedora Global”.
Bruno Rafael Florentino (22) é natural de Guaxupé - Sul de Minas Gerais – e iniciou sua graduação no IFSC/USP, no Curso de Bacharelado em Física, tendo mudado, ao final do primeiro ano, para o Curso de Ciências Físicas e Biomoleculares, onde se apaixonou definitivamente por Biologia Molecular Computacional. Por sugestão do docente do IFSC/USP, Prof. Alessandro Nascimento, Bruno Rafael transitou para o Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC/USP), sob a orientação do Prof. André Ponce de Leon, tendo iniciado aí seu caminho na área de Bioinformática, incentivado pelo doutorando Robson Bonidia, que já trabalhava nessa área com uma pesquisa dele. “Através dessa pesquisa, ele me indicou fazer um estudo separado, uma espécie de complemento de sua própria pesquisa. Foi aí que iniciei esse trabalho com o foco de predizer se duas proteínas interagem ou se uma RNA e uma proteína podem interagir, ou não. A pesquisa de Robson era mais sobre classificar proteínas entre os diferentes tipos”, explica Bruno.
Com efeito, André Ponce de Leon e Robson Bonidia são exímios na parte de consolidar o estado da arte, até porque hoje em dia muito se fala sobre a democratização da Inteligência Artificial (IA), já que existem centenas de artigos falando de predição de interações, só que muitos apenas dialogam com outros especialistas em aprendizado de máquina. “São muitas descrições acerca do que você pode fazer para predizer, mas está surgindo essa nova discussão sobre democratização, de como os biólogos podem estar à frente do processo de construção de modelos, atendendo a que eles têm os problemas, enquanto a parte da computação tem as soluções, por isso devemos trazê-las.”, enfatiza Bruno. A pesquisa desenvolvida por Bruno Florentino é de predição de interação, mas de uma forma automatizada, sendo que no seu modelo ele está tentando criar algo que consiga performar e predizer bem novas interações, independentemente do conjunto de dados usados para treinar. A aplicação criada é chamada “fim-a-fim”, que irá fazer todo o processo de construção de um modelo de aprendizado de máquina completamente automatizado.
“A minha ferramenta tem o nome de “Bioprediction PPI”, e ela trabalha com interações entre sequências biológicas, sendo o foco proteína-proteína. Nessa pesquisa, lancei a primeira versão dessa ferramenta para predição de interações de forma completamente automatizada. Então, eu valido a minha ferramenta com vários modelos criados por especialistas, e o que ela mostra é que é possível criar um modelo geral que consiga ser competitivo com modelos criados por especialistas de forma automatizada, ou seja, é possível criar um modelo que possa competir com um especialista sem a necessidade de programação. Resumidamente, a ideia é criar uma ferramenta que permita ao biólogo treinar os seus próprios modelos preditivos. Com esse artigo escrito durante sua graduação, Bruno Florentino decidiu concorrer ao “Global Undergraduate Awards”, na área de Ciência da Computação, uma premiação que nunca ninguém ainda tinha conquistado na América do Sul, até ao momento em que ele se tornou o vencedor global nessa categoria com a premiação que classificou seu trabalho como o melhor do mundo.
Com a cerimônia de entrega do prêmio programada para entre os dias 10 e 13 de novembro, na cidade Dublin – Irlanda, Bruno Florentino, que atualmente frequenta o seu primeiro ano de doutorado no Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC/USP), segue firme na mesma linha de pesquisa, tentando agora conseguir parcerias de biólogos para conseguir testar a ferramenta “in vivo”. “Pretendo ter esse diferencial de várias ferramentas do Estado da Arte, porque nunca encontrei nenhuma ferramenta que tenha sido proposta e validada ‘in vivo’: mesmo sendo validadas pelas metodologias da ciência da computação, elas nunca foram aplicadas realmente em problemas reais. Então, estou procurando isso”.
SÃO CARLOS/SP - Diante da necessidade de ampliar o quadro de médicos que fazem atendimento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) na cidade e região, a Prefeitura de São Carlos, através da Procuradoria Geral do Município (PGM), ingressou com um pedido junto ao juízo da 2ª Vara Federal de São Carlos, para atuar como como terceira interessada nos autos do Processo: 5001120-19.2024.4.03.6115, juntamente com a Associação de Escolas Reunidas LTDA (UNICEP).
A Prefeitura de São Carlos pretende, em conjunto com a UNICEP, anular a decisão do Governo Federal, que através do MEC, negou o pedido da instituição de ensino para a instalação de um novo curso de Medicina na cidade.
Pelo seu papel estratégico como polo regional de saúde e educação, a intenção da Prefeitura é demonstrar para o Poder Judiciário que a decisão do MEC é ilegal e não considerou os dados do sistema de saúde da região constantes do banco de dados do SEADE, que é uma entidade do Governo do Estado de São Paulo.
Segundo o MEC, a cidade de São Carlos superava o percentual de 3,73 médicos para cada mil habitantes. Contudo, segundo os dados oficiais do SEADE, a razão de médicos por habitante em São Carlos é de aproximadamente 3,11 por mil habitantes, um número inferior à média do estado de São Paulo, que é de 3,27. A situação é ainda mais grave nos municípios vizinhos: Descalvado (2,17), Dourado (0,74), Ibaté (1,68), Porto Ferreira (2,34) e Ribeirão Bonito (0,74).
O município de São Carlos apresenta um total de 798 profissionais médicos, sendo que desse total apenas 508 profissionais atuam no SUS. Assim, se considerados apenas os médicos que trabalham no SUS, a relação médico x usuário da cidade é ainda menor: 1,97 profissionais médicos para cada mil habitantes em atuação no SUS.
Na análise da Procuradoria Geral do Município, o indeferimento pelo MEC da autorização para a instalação do curso foi proferido de acordo com duas notas técnicas, que estabeleceram um percentual médico por habitante, sem observar o requisito relevância e a necessidade social da oferta de curso de Medicina. O cálculo apresentado pelo MEC de 4,74 médicos por mil habitantes em São Carlos, obtidos através do Cadastro Nacional de Estabelecimento de Saúde (CNES), da competência de dezembro de 2023, está equivocado.
“Portanto o município de São Carlos, não pode concordar com os dados que embasaram o indeferimento do curso de medicina por se tratar de um descompasso da realidade local e regional. São Carlos, segundo o próprio MEC, tem infraestrutura adequada para receber mais um curso de Medicina, apresentando importantes requisitos para a formação profissional, como dois modelos de atenção primária, sendo Unidades Básicas de Saúde e Unidades de Saúde da Família, divididas em quatro territórios de saúde, ferramenta fundamental para o planejamento das ações de saúde via aspectos ambientais, sociais, demográficos, econômicos e os principais problemas de saúde da população de determinada área”, enfatiza Aretha Contin, Procuradora Geral do Município.
Ainda, segundo os dados apresentados pela Fundação SEADE, dos 508 médicos que atuam no Sistema Único de Saúde, apenas 178 atuam com Atenção Especializada. Segundo a Prefeitura, a abertura de um novo curso de medicina em São Carlos é de interesse público não apenas da cidade, mas também dos municípios da região por ele atendida que compreende Descalvado, Dourado, Ibaté, Porto Ferreira e Ribeirão Bonito.
Outro ponto importante é que o novo curso de medicina da UNICEP tem o currículo voltado para a formação de especialistas, o que será muito importante para atender à população que usa a rede pública, já que existe deficiência de profissionais especialistas interessados em trabalhar no SUS.
“O indeferimento levado a efeito pelo Governo Federal atingirá toda a sociedade são-carlense, da qual o governo local é representante, de forma que o município não pode concordar com essa situação. Na qualidade de terceiro interessado, defendendo os interesses dos são-carlenses, em especial daqueles que se utilizam do SUS, o município, na qualidade de assistente da parte autora, irá demonstrar que as premissas utilizadas pelo Governo Federal, especialmente as fáticas, estão totalmente equivocadas e não correspondem à realidade local”, salientou Aretha Contin.
A manifestação do município também foi baseada em levantamento de dados feito pela Secretaria Municipal de Saúde, que apontou que a falta de formação de médicos especialistas prejudicará o acompanhamento da população idosa, que será maioria num futuro breve, tendo em vista que não bastará o atendimento na atenção primária sem que haja o devido tratamento pelo médico especialista. De acordo com os dados registrados no Prontuário Eletrônico do Cidadão – PEC, São Carlos teve um aumento significativo de 160.000 cadastros em 2022 para 203.461 até agosto de 2024, ou seja, a procura pelo SUS aumentou quase 22%.
Por fim, uma das questões apresentadas pelo município ao Poder Judiciário, foi a de que o governo local, baseado em estudos que apontam que a criação de um novo curso de medicina em São Carlos em uma instituição privada, contribuiria significativamente para a formação de novos profissionais, com um impacto positivo de longo prazo na oferta de médicos para a rede pública de saúde, já estava desenvolvendo um projeto para criação de bolsas de estudos para estudantes de baixa renda. Segundo o levantamento, os cursos de medicina privados tendem a atrair um número maior de residentes locais em comparação aos cursos públicos, o que aumenta a probabilidade de que esses profissionais permaneçam na cidade após a formatura. Cidades próximas a São Carlos, como Franca, Jaú e Bauru já implementaram com sucesso cursos privados de medicina e têm colhido benefícios importantes para a saúde pública local.
“São Carlos apoia a criação do novo curso de medicina cuja grade curricular incluirá a formação de médicos especialistas e com a ampliação do acesso as consultas na Atenção Primária, houve um aumento acentuado da demanda de exames complementares e de consultas médicas na Atenção Especializada, que infelizmente, hoje não são preenchidas a contento pela insuficiência de médicos atuando dentro do SUS. A criação de um novo curso de medicina, voltado para área de especialidades melhor atenderia a demanda da saúde, sem prejuízo da execução de política pública voltada para a educação e a transformação social”, destaca o secretário municipal de Governo, Lucas Leão.
Ainda de acordo com o secretário de Governo, a proposta da instalação de um novo curso de medicina na cidade se mostrou tão interessante, que a Prefeitura destinou R$ 3 milhões no orçamento de 2025 para custear, pelo menos, 25 bolsas de estudos integrais que serão concedidas para estudantes de baixa renda e vai incentivar que os estudantes permaneçam na cidade após a formação e no serviço público de saúde, a partir do vínculo formado na rede durante a formação”.
O lançamento do novo curso de medicina foi feito em julho de 2023, através de uma parceria entre a Santa Casa de São Carlos e a UNICEP. O projeto de formação médica chegaria a UNICEP que já abriga vários cursos da área de saúde e a Santa Casa conta com o Instituto de Ensino e Pesquisa (IEP) e programas de residências médicas. Um benefício importante para o atendimento regional de saúde, de um curso que visa formar alunos que se adequem às necessidades assistenciais da atenção básica de saúde do município e da região.
Obra contempla quarenta anos de estudos conduzidos por pesquisador da UFSCar
SÃO CARLOS/SP - O professor Vadim Viviani, do Departamento de Física, Química e Matemática (DFQM-So) do Campus Sorocaba da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), está lançando o livro "Vaga-lumes e outros insetos bioluminescentes da Mata Atlântica: Biodiversidade, Importância Biotecnológica e Ambiental", pela editora Dialética.
O livro é o resultado de quatro décadas de estudos conduzidos por Viviani com esses insetos, apresentando pela primeira vez no Brasil e no mundo, a riqueza de vaga-lumes da Mata Atlântica, seus aspectos biológicos e ecológicos, bem como aspectos bioquímicos de sua bioluminescência e as aplicações bioanalíticas desenvolvidas pelo autor e seu grupo com as luciferases (as enzimas que transformam energia química em energia luminosa).
"Vaga-lumes são símbolos bioluminescentes da nossa biodiversidade noturna. Seus sinais luminosos são utilizados para fins de comunicação e reprodução, embelezando as nossas noites de campo. As substâncias luminescentes e informações genéticas isolados desses enigmáticos organismos trouxeram importantes informações para a ciência, e beneficiaram a humanidade através de inúmeras aplicações analíticas nos campos biomédico, ambiental e industrial", afirma Viviani.
O Brasil é o país com a maior diversidade de vaga-lumes do mundo. Apesar de sua riqueza e de sua importância científica e biotecnológica, pouca atenção tem sido dada a esse fascinante grupo de insetos no Brasil. O livro apresenta, pela primeira vez, a riqueza de espécies de vaga-lumes e outros insetos bioluminescentes que ocorrem na Mata Atlântica do estado de São Paulo.
"Apresento primeiramente o que é a bioluminescência, em que organismos ela ocorre, como é gerada por reações bioquímicas e para que finalidades é utilizada. Em seguida, abordo a diversidade e os aspectos gerais da biologia, e a ecologia das principais espécies encontradas nesse bioma. Finalmente, destaco a importância científica e ambiental dos vaga-lumes, e a aplicação biotecnológica dos seus reagentes químicos, luciferina e luciferase", descreve o pesquisador.
"Com esse livro, espero mostrar por que os vaga-lumes são importantes símbolos da nossa biodiversidade, cuja preservação e investigação podem trazer inúmeros benefícios para o desenvolvimento sustentável da sociedade", conclui Viviani.
O livro "Vaga-lumes e outros insetos bioluminescentes da Mata Atlântica: Biodiversidade, Importância Biotecnológica e Ambiental" pode ser encontrado no site da editora Dialética, em loja.editoradialetica.com.
SÃO CARLOS/SP - Um trabalho de pesquisa do Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia (GNano) do IFSC/USP conquistou no decurso deste mês um dos oito prêmios atribuídos pela revista “Veja” e inseridos no “Veja Saúde & Oncoclínicas de Inovação Médica”, distinções que foram concedidas a avanços em genômica, diagnóstico, prevenção, tratamento, saúde digital e coletiva.
Este prêmio visa distinguir, anualmente, iniciativas que, pela sua relevância, abrangência ou disruptividade, podem mudar, hoje ou amanhã, a eficiência, a assertividade e a sustentabilidade dos cuidados direcionados aos pacientes.
O trabalho do GNano, intitulado “Terapias e tratamentos inovadores: nanotecnologia para administrar medicamentos via nasal” é assinado pelos pesquisadores Natália Noronha Ferreira Naddeo e Prof. Dr. Valtencir Zucolotto. Nesse trabalho é destacada a informação de que o glioblastoma, um tipo de câncer cerebral, oferece uma série de desafios a médicos e pacientes, sendo que um deles é que a quimioterapia-padrão, via oral, que exige altas doses para superar a barreira hematoencefálica, cobrando o preço de muitos efeitos colaterais.
Para mitigar o problema, os cientistas do GNano criaram um sistema baseado em nanotecnologia que promete servir como um atalho mais seguro para o tratamento, um acesso pelo nariz. Para isso, foram criadas nanopartículas com o quimioterápico, recobertas por membranas de células retiradas do tumor. O truque faz com que essas estruturas, ao penetrarem os nervos olfativos, sejam atraídas pela região acometida pela doença no cérebro.
Testes in vivo, em modelos animais, demonstraram que o fármaco mantém sua configuração intacta e é capaz de acessar, combater e reduzir o tumor. A plataforma inédita abre portas para futuras pesquisas na aplicação da nanotecnologia na oncologia. (Sistemas nanoestruturados bioinspirados e biomiméticos para administração via nasal: uma nova perspectiva para a terapia de glioblastoma)
Outros prêmios:
*“Telemedicina e Plataformas Digitais: um programa de assistência remota a crianças com câncer” - Instituição: Instituto do Câncer Infantil (ICI) (RGS);
*”Inteligência Artificial na Transformação em Saúde: a plataforma que detecta e perfila o câncer de mama” - Instituição: A.C. Camargo Cancer Center ;
*”Medicina Social: o projeto que capacita professores para identificar o autismo” - Instituição: Instituto Jô Clemente (IJC);
*”Engajamento e Empoderamento do Paciente: um aplicativo contra a incontinência após a cirurgia da próstata” - Instituições: Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e Universidade Federal de Goiás (UFG);
*”Medicina de Precisão e Genômica: a descoberta do mecanismo de escape do coronavírus” - Instituições: Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Harvard Medical School e Ragon Institute of MGH e MIT;
*”Prevenção e Promoção à Saúde: o mapa para prevenir sequelas da Covid-19” - Instituição: Instituto do Coração do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (InCor/HCFMUSP);
*”Tecnologias Diagnósticas: à caça da hanseníase com um exame de sangue” - Instituição: Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP/USP)
Pesquisa realizada na UFSCar, com parceria internacional, acompanhou mais de 4,7 mil pessoas durante 12 anos
SÃO CARLOS/SP - Uma pesquisa de pós-doutorado, realizada recentemente no Departamento de Gerontologia (DGero) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), apontou que a combinação de dor moderada a intensa nas articulações e sintomas depressivos é um fator de risco para o declínio da memória e da cognição global em pessoas com mais de 50 anos de idade. O estudo foi conduzido por Patrícia Silva Tofani, docente da Universidade Federal de Sergipe (UFS), sob orientação de Tiago da Silva Alexandre, docente do DGero, em parceria com o Departamento de Epidemiologia e Saúde Pública da University College London (UCL).
O estudo utilizou dados do English Longitudinal Study of Ageing (Estudo ELSA), que faz parte do International Collaboration of Longitudinal Studies of Ageing (InterCoLAgeing), um consórcio internacional de estudos longitudinais sobre envelhecimento, coordenado pelo professor Tiago Alexandre. A equipe, composta por pesquisadores brasileiros e da University College London, acompanhou 4.718 participantes com mais de 50 anos de idade durante 12 anos.
Embora estudos anteriores já tenham explorado os efeitos isolados da dor ou da depressão sobre a cognição, esse foi o primeiro estudo a verificar que a coexistência da dor moderada ou intensa nas articulações e sintomas depressivos é um fator de risco para o declínio da memória e da cognição global (conjunto de processos mentais que reúne, entre outras funções, a memória e a função executiva).
Pesquisa
No início do estudo, os 4.718 participantes com mais de 50 anos de idade tiveram a presença ou ausência de dor nas articulações avaliada pelo autorrelato. Entre aqueles que relataram dor, a intensidade da mesma foi classificada como leve, moderada ou intensa através de uma escala que variava de zero a dez. As pessoas que apresentavam a pontuação da intensidade da dor de um a três foram consideradas como tendo dor leve, enquanto os que apresentavam pontuação de intensidade maior ou igual a quatro foram considerados como tendo dor moderada ou intensa. Já a presença de sintomas depressivos foi avaliada através de uma escala padronizada e amplamente utilizada mundialmente que variava de zero a oito, sendo que aqueles que apresentavam pontuação maior ou igual a quatro apresentavam sintomas depressivos. Por fim, o desempenho da cognição global foi avaliado pela combinação do desempenho nos testes de memória imediata e tardia e de função executiva. A avaliação da memória foi realizada pela repetição dos participantes de uma lista de palavras imediatamente após a leitura das mesmas pelo entrevistador, bem como depois de dois minutos da primeira repetição. A pontuação variava de zero a vinte e quanto maior a pontuação, melhor era o desempenho da memória. A função executiva, conhecida pela função do cérebro responsável pelo planejamento de tarefas, foi avaliada através da nomeação do maior número possível de nomes de animais em um minuto.
Com base no estado de dor e de sintomas depressivos, os pesquisadores dividiram os participantes em seis grupos: sem dor e sem sintomas depressivos; somente com dor leve; somente com dor moderada ou intensa; somente com sintomas depressivos; com dor leve e com sintomas depressivos; e com dor moderada ou intensa e com sintomas depressivos. Durante 12 anos, de quatro em quatro anos, esses seis grupos repetiram os testes da memória e da função executiva, sendo possível também obter os resultados de cada participante quanto ao desempenho da cognição global.
Levantamentos
Os resultados da pesquisa demonstraram que as pessoas com a combinação de dor moderada ou intensa e sintomas depressivos tinham um declínio da memória e da cognição global mais rápido ao longo dos doze anos de acompanhamento do que aqueles que não apresentavam dor e nem sintomas depressivos. "Surpreendentemente, só ter dor ou só apresentar sintomas depressivos não acelerou o declínio da memória e da cognição global", relatam os pesquisadores.
Segundo os autores, esses achados podem ser explicados pelo fato de que tanto a dor quanto os sintomas depressivos compartilham as mesmas áreas do cérebro que são responsáveis pelo processamento da cognição, ou seja, pela nossa capacidade de pensar, lembrar e processar informações. Dessa forma, quando a dor moderada ou intensa e os sintomas depressivos estão presentes simultaneamente, as áreas cerebrais ficam sobrecarregadas com essas duas demandas e isso gera uma espécie de "congestionamento" mental, que pode dificultar o armazenamento de memórias e reduzindo a eficiência no processamento de informações cognitivas. "O cérebro, nessa situação, passa a direcionar seus recursos para lidar com a dor e com os sintomas depressivos, deixando menos capacidade para realizar as funções cognitivas", explicam.
Além disso, a combinação de dor e sintomas depressivos pode provocar alterações mais profundas e duradouras no cérebro. Por exemplo, a sobrecarga cerebral gerada por essas condições afeta áreas importantes responsáveis pela cognição, como a substância cinzenta, o córtex insular e o hipocampo, além de desregular o eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, piorando ainda mais a função cognitiva. "Dessa forma, tais mudanças estruturais potencializam o declínio cognitivo, o que significa que, ao longo do tempo, pessoas com dor crônica e sintomas depressivos podem ter suas capacidades cognitivas deterioradas mais rapidamente", complementa Tiago Alexandre.
Portanto, a dor e os sintomas depressivos não são apenas situações isoladas e, quando combinadas, geram um ciclo vicioso que acelera o envelhecimento cerebral, impactando diretamente o funcionamento cognitivo. Sendo assim, "tratar tanto a dor quanto os sintomas depressivos de maneira conjunta, especialmente em adultos mais velhos, pode ajudar a proteger o cérebro e retardar o declínio cognitivo, melhorando a qualidade de vida dessas pessoas", aponta Patricia Tofani.
Por fim, os pesquisadores destacam que o principal resultado do estudo indica que "como a dor e os sintomas depressivos são condições modificáveis, seu monitoramento e tratamento são essenciais para preservar a saúde cognitiva em pessoas com idade maior ou igual a 50 anos", concluem.
O estudo completo foi publicado na Aging & Mental Health e pode ser acessado através do link https://bit.ly/3TGsDnC.
SÃO CARLOS/SP - A Secretaria Municipal de Educação (SME), por meio do Departamento de Formação Continuada Docente e Profissional (DFCDP/CeFPE) e Coordenação Pedagógica, está realizando até essa terça-feira (01/10), 3ª Parada Pedagógica do ano letivo de 2024, um momento de formação continuada para todos os profissionais que atuam na Educação Infantil da Rede Municipal de Ensino.
A Parada Pedagógica faz parte do calendário escolar e tem como objetivo a valorização, reconhecimento e formação continuada dos docentes e demais profissionais da Educação, como serventes de merendeiras, agentes educacionais, auxiliares administrativos, professores de educação física e os professores da Educação Infantil que estarão fazendo a formação do Programa de Leitura e Escrita na Educação Infantil (LEEI) que acontece desde o início do ano em horário de trabalho.
O evento foi dividido em grupos, de acordo com sua área de atuação. Os professores da Educação Infantil, educadores de creche e coordenadores, receberão a formação do LEEI nesta terça (01/09), das 7h às 11h, nos Centro Municipais de Educação Infantil (CEMEI’s) polos.
Os agentes educacionais e auxiliares administrativos dos CEMEI’s e EMEB’s receberam a Formação: Treinamento Saúde Mental no Contexto Contemporâneo nesta segunda (30/09), no Paço Municipal.
Já os professores da Educação Infantil e recreação receberam a formação Oficina com teoria e prática sobre o Frevo no CEMEI Dom Ruy Serra. A formação Oficina com teoria e prática sobre o Maracatu acontece nesta terça (01/10), das 8h às 11h, no CEMEI Dom Ruy Serra, localizado na rua Marechal Deodoro, nº 3795, na Vila Faria.
As serventes de merendeira, merendeiro e auxiliares de cozinha, intérpretes de libras e instrutor surdo, receberam a formação Lei Lucas: A Palavra de Ordem é Prevenção com o palestrante Rafael Jesus no salão de eventos do SINDSPAM.
Para a secretária municipal de Educação, Paula Knoff, a Parada Pedagógica é uma conquista da Educação Municipal de São Carlos. “Realizada desde 2017 ela se constitui em um momento de ricos espaços de aprendizagem, trocas e compartilhamento de saberes. Nesta edição, os profissionais da educação foram divididos em diferentes grupos, para diferentes formações em diversos locais da cidade, desenvolvendo atividades sobre temas como Saúde Mental, Lei Lucas, Leitura e Escrita na Educação Infantil e oficinas de frevo e maracatu”, disse.
Vale lembrar que o Programa Leitura e Escrita na Educação Infantil (LEEI), para os professores de Educação Infantil das fases 3, 4, 5 e 6 tem por objetivo ofertar formação continuada a profissionais da educação infantil com foco na oralidade, leitura e escrita, de maneira a apoiar teórica e metodologicamente docentes para que desenvolvam práticas educativas capazes de ampliar as experiências das crianças, respeitando as especificidades da primeira infância.
Temáticas tratam sobre essa nova era, vida e morte de espécies, consequências para o meio ambiente, dentre outras reflexões
SÃO CARLOS/SP - Você sabe o que significa Antropoceno? Já refletiu sobre as possíveis consequências das ações humanas no planeta? Essas e outras questões serão debatidas durante as mesas "De que falamos quando falamos de Antropoceno" e "Biodiversidade, morte e vida das espécies", que integram a programação do evento "Diálogos Avançados 2024", promovido pela parceria entre o Instituto de Estudos Avançados e Estratégicos (IEAE) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e o Polo São Carlos do Instituto de Estudos Avançados (IEA) da Universidade de São Paulo (USP). Essas atividades acontecem no dia 16 de outubro, a partir das 14 horas, no Auditório do IEAE, na área Norte do Campus São Carlos da UFSCar. O evento é gratuito e as inscrições estão abertas a todo o público pelo site dialogos-avancados.org.
A mesa "De que falamos quando falamos de Antropoceno" será conduzida pelos professores José Eli da Veiga, professor sênior do IEA-USP, e Vera Alves Cepêda, docente do Departamento de Ciências Sociais da UFSCar, e abordará interpretações e debates em torno do conceito de Antropoceno, que tem se tornado central nas discussões sobre a influência humana no planeta. Em linhas gerais, o termo é usado por alguns cientistas para descrever o período mais recente na história do Planeta, designando uma nova época geológica caracterizada pelo impacto do homem na Terra. No entanto, há definições mais aprofundadas e nem todas as áreas do conhecimento concordam com a adoção do termo.
José Eli da Veiga explica que a pressão dos humanos sobre o conjunto dos ecossistemas da Terra aumentou com tremenda rapidez nos últimos 80 anos e o resultado mais óbvio é o aquecimento global, embora esteja bem longe de ser único. Esse acontecimento foi chamado pelos historiadores ambientais de "A Grande Aceleração". "Pesquisadores do nexo entre geosfera e biosfera pensam que ela deva ser entendida como o início de uma nova época da 'Escala do Tempo Geológico': depois da dezena de milênios de Holoceno, estaria sendo inaugurado o Antropoceno. A proposta foi muito bem acolhida pelos colegas das Humanidades, mas não pela comunidade dos geólogos", pontua o professor sênior do IEA-USP. Vera Cepêda indica que o Antropoceno é um termo "recente e decorre da crescente conscientização que foi se formando no último meio século quanto aos impactos da ação humana sobre a natureza e o risco de implosão das condições de sustentabilidade do planeta e da permanência da humanidade nele". A docente da UFSCar expressa que o Antropoceno é um termo ainda pouco conhecido, mas cresce rapidamente como tema imprescindível na agenda social.
A segunda mesa, "Biodiversidade, morte e vida das espécies", terá início às 16h15 e será apresentada por Hugo Sarmento, docente e pesquisador do Departamento de Hidrobiologia da UFSCar, e por Stelio Marras, professor e pesquisador em Antropologia do Instituto de Estudos Brasileiros (IEB) da USP. Para Sarmento, o principal impacto da ação humana na biodiversidade está no uso do solo e a consequente destruição de habitats, mas ele elenca também as mudanças climáticas, a poluição, a extração de recursos naturais de forma não sustentável e a introdução de espécies exóticas invasoras. "As consequências para nós, humanos, são o comprometimento de determinados serviços ecossistêmicos, como a polinização, controle de pragas, purificação da água e regulação climática. A perda desses serviços pode comprometer a agricultura, abastecimento de água e saúde humana, mas também a segurança alimentar e, em última análise, afetar a estabilidade econômica e social", destaca.
Stelio Marras alerta para a importância de discernir os diferentes humanos. "Não são todos os humanos cujas atividades impactam negativamente a biodiversidade. É preciso, por exemplo, reconhecermos os serviços ecossistêmicos de povos da floresta na preservação de paisagens e biomas", destaca, complementando a necessidade das ciências naturais e humanas se figurarem no composto socioambiental que reoriente as ações e análises.
Diálogos Avançados
Esta primeira edição do evento ocorrerá entre os dias 15 e 17 de outubro, na UFSCar e na USP. Ao longo do três dias, os participantes explorarão temas como mudanças climáticas, perda de biodiversidade, crise dos recursos naturais e as desigualdades socioeconômicas exacerbadas pelo impacto humano. A atividade se configura como um espaço de troca de conhecimentos e experiências, promovendo a integração entre pesquisadores, estudantes e a sociedade em geral. O evento pretende ampliar a compreensão sobre como as ciências podem responder às crises contemporâneas, oferecendo uma plataforma para a construção coletiva de estratégias que possam guiar a humanidade em tempos de mudanças profundas.
A programação completa e o acesso às inscrições gratuitas estão no site https://dialogos-avancados.org
IV Seminário de Informação, Inovação e Sociedade é híbrido e gratuito
SÃO CARLOS/SP - Com o tema "Informação para a sociobiodiversidade: engajando pessoas, comunidades, culturas, economia e sustentabilidade", acontece de 22 a 25 de outubro o IV Seminário de Informação, Inovação e Sociedade (SIIS) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).
O objetivo é divulgar e propor ações de pesquisa, articuladas diretamente com ações que reforcem e evidenciem a Informação como um elemento essencial para o fortalecimento do engajamento entre pessoas, comunidades, culturas, economia e sustentabilidade. Temas como a comunicação científica, gestão social estratégica, mudanças climáticas, saberes tradicionais e conhecimento científico estão na programação, que pode ser acessada no site do evento, em www.telescopium.ufscar.br/
O Seminário, gratuito e híbrido, contará com atividades presenciais, no Campus São Carlos da UFSCar, e também remotas, através do canal do PPGCI no YouTube (https://bit.ly/youtubePPGCI).
As inscrições na modalidade ouvinte podem ser feitas através do site, na opção "cadastro". Mais informações estão disponíveis em www.telescopium.ufscar.br/
O SIIS é um evento bianual, organizado e promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação (PPGCI) e conta com o apoio do Programa de Pós-Graduação em Ciência, Tecnologia e Sociedade (PPGCTS), ambos da UFSCar.
Estudo convida voluntários, com e sem diagnóstico da doença, e seus cuidadores, para avaliação gratuita
SÃO CARLOS/SP - O Laboratório de Biologia do Envelhecimento (LABEN) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) está convidando pessoas - com mais de 60 anos, com ou sem queixas ou diagnóstico de Alzheimer - a participarem como voluntárias em estudo que integra esforços voltados ao diagnóstico precoce da doença e, assim, possibilidade de intervenções para retardar sua evolução. Especificamente, o estudo atual tem o objetivo de validar um biomarcador sanguíneo para detecção de Alzheimer e, para isso, precisa de pessoas voluntárias, com ou sem Alzheimer, que participarão de avaliação de Saúde gratuita, com coleta de sangue e exames cognitivos e funcionais. A equipe também analisa a sobrecarga sobre quem cuida de pessoas com Alzheimer e, assim, também convida cuidadores de pessoas que têm a doença à participação como voluntários na pesquisa.
As pesquisas são coordenadas por Marcia Cominetti, professora no Departamento de Gerontologia da UFSCar, e conta com a participação de outros docentes, estudantes e pesquisadores de pós-doutorado. O estudo atual é continuidade dos trabalhos para validação de um sensor eletroquímico para diagnóstico do Alzheimer, desenvolvido em parceria com Ronaldo Censi Faria, docente no Departamento de Química da UFSCar.
Cominetti conta que os procedimentos atuais para detecção de Alzheimer incluem exames de imagem (ressonância magnética) e outros que avaliam o líquido cefalorraquidiano (liquor). A proposta da pesquisa atual é validar um biomarcador sanguíneo que precisa apenas de uma coleta de sangue do paciente, sendo menos invasivo e de menor custo.Um dos biomarcadores de sangue que podem indicar a presença de Alzheimer é a proteína ADAM10, analisada na pesquisa da UFSCar. Marcia Cominetti expõe que "esses biomarcadores podem estar alterados em pessoas que ainda não têm sintomas da doença, já que ela inicia no cérebro até 20 anos antes dos sintomas clínicos", reforçando a importância do diagnóstico precoce e o quanto isso é fundamental para intervenções que possam retardar a progressão da doença.
Além disso, um segmento da pesquisa quer avaliar como é a sobrecarga do cuidador da pessoa que tem demência. Por esse motivo, a equipe também está recrutando cuidadores. Todos os participantes passarão por avaliação de saúde composta por coleta de sangue para análise bioquímica e avaliações cognitivas e funcionais. Para maior conforto das pessoas participantes, as coletas de sangue serão realizadas em domicílio por equipe especializada. As demais avaliações serão realizadas por profissionais capacitados, no LABEN, que fica no Departamento de Gerontologia, na área Norte do Campus São Carlos da UFSCar.
Para desenvolver o estudo de validação de biomarcadores, a equipe está recrutando homens e mulheres, a partir dos 60 anos, que sejam saudáveis (sem queixa relacionada à memória) ou que tenham as queixas ou um diagnóstico de demência da doença de Alzheimer. Além disso, como registrado, são convidados à participação cuidadores de pessoas com demência. As pessoas interessadas devem entrar em contato pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou pelo telefone/WhatsApp (16) 99183-2461.
Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 64200522.5.0000.5504).
Alzheimer
O Alzheimer é o tipo de demência mais comum, correspondendo a cerca de 70% dos casos de demência e afeta, principalmente, pessoas idosas, causando perda progressiva da memória, além de dificuldades na realização de atividades diárias. Alguns sintomas podem sinalizar um declínio da cognição e indicam a necessidade de avaliação especializada. Dentre eles, estão: repetir várias vezes o mesmo assunto ou história; esquecer com frequência de eventos recentes, compromissos ou atividades diárias; ter dificuldades em encontrar palavras para expressar pensamentos ou seguir uma conversa; mudanças de humor repentinas ou intensas; perda do interesse em atividades que antes eram prazerosas; se perder durante caminhadas em lugares já conhecidos; e dificuldade de planejar e organizar tarefas que antes eram simples.
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