EUA - Na quinta-feira (24), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afurmou que houve uma reunião entre os norte-americanos e a China. Após perder a 'guerrar' ao impor tarifas aos chineses, que retaliaram, Trump decidiu amenizar o tom de ameaças e passou a falar de um acordo comercial "justo" com a China.
No entanto, de acordo com a 'Reuters', dois ministérios chineses negaram que Pequim esteja em negociações com Washington sobre tarifas. "São informações falsas", afirmou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Guo Jiakun, sobre americanos citarem possíveis negociações comerciais. "China e Estados Unidos não se consultaram nem negociaram sobre a questão tarifária, menos ainda alcançaram um acordo".
Nesta quarta, o jornal The Wall Street Journal antecipou que Trump estava considerando cortar unilateralmente as tarifas sobre a China. O jornal publicou que o presidente avalia reduzir para de 50% a 60% as tarifas sobre produtos chineses, no momento em pelo menos 145%.
As tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo dispararam após o aumento das tarifas às importações procedentes da China este ano, com 145% adicionais sobre muitos produtos devido a práticas que Washington considera injustas, entre outros problemas. A China reagiu com novas tarifas alfandegárias de 125% sobre os produtos americanos.
No começo de abril Donald Trump impôs tarifas alfandegárias a todos os parceiros comerciais dos Estados Unidos, particularmente da Europa e da Ásia, provocando uma tempestade nos mercados mundiais. Uma semana depois, reduziu-as para o mínimo universal de 10%, exceto para a China.
POR RAFAEL DAMAS
EUA - O governo Donald Trump vai enviar auditores ao Brasil para fazer uma inspeção detalhada sobre as condições sanitárias e de infraestrutura de dezenas de frigoríficos brasileiros que, atualmente, possuem autorização para exportar carne bovina e suína para os americanos.
A visita presencial dos representantes do governo dos EUA está marcada para ocorrer entre os dias 5 e 16 de maio, com uma passagem por Brasília e fiscalizações em frigoríficos, unidades de certificação e laboratórios do Ministério da Agricultura, Agropecuária e Abastecimento de diversos estados. Uma reunião virtual está prevista para o dia 22 de maio para apresentação de conclusões.
A auditoria foi pedida no início do ano pelo FSIS (Food Safety and Inspection Service), ou Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar, na tradução literal. O FSIS é um órgão do Departamento de Agricultura dos EUA responsável por garantir que carnes, aves e produtos de ovos sejam seguros, rotulados e embalados corretamente antes de serem consumidos ou exportados.
Com a auditoria, a gestão Trump diz que pretende verificar se o sistema sanitário brasileiro continua equivalente ao americano, uma exigência técnica para que os produtos continuem sendo aceitos nos EUA.
O Brasil possui atualmente 54 estabelecimentos habilitados a exportar carnes aos Estados Unidos, lista que inclui empresas como JBS, Marfrig, Minerva, Frisa e Aurora, entre outras.
As unidades de certificação com potencial envolvimento nas ações de exportação para os EUA somam 53 escritórios descentralizados do Ministério da Agricultura, que atuam no âmbito do Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal. Essas unidades são responsáveis por supervisionar e coordenar os serviços de inspeção federal nos frigoríficos e emitir os certificados sanitários internacionais.
O pente-fino americano também deve envolver os Laboratórios Federais de Defesa Agropecuária (LFDA), centros científicos do governo federal instalados em vários estados, com o objetivo de fazer análises para checar presença nas carnes de eventuais resíduos químicos (como antibióticos, pesticidas e hormônios) ou contaminantes microbiológicos, como a salmonella.
No mercado internacional da carne, o Brasil ocupa um espaço bem maior de concorrente dos Estados Unidos do que de fornecedor. Em 2024, os produtores brasileiros exportaram US$ 945 milhões em carne bovina para os EUA, segundo dados do Mdic (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio). O volume representou uma alta de 104% em relação ao total exportado em 2023.
Dentro de tudo aquilo que os americanos compram do Brasil, porém, a carne bovina representa uma fatia de apenas 2,3%.
Hoje o Brasil lidera a exportação mundial de carne bovina, respondendo por cerca de 25,5% do total mundial. O país é seguido pela Austrália e Índia, com os Estados Unidos em quarto lugar. Já na carne suína, os americanos lideram o ranking, seguidos pela União Europeia e o Brasil.
O pedido de auditoria não faz menção a alguma irregularidade prévia ou pendência de auditorias anteriores. De maneira geral, esse tipo de trabalho costuma ser feito com intervalo de dois a três anos.
O Brasil já passou por diversas auditorias do FSIS. Em 2017, os EUA chegaram a suspender a entrada de carne fresca bovina brasileira após uma auditoria constatar não conformidades sanitárias. A reabertura ocorreu após mudanças e uma auditoria de revalidação.
A Folha questionou o Ministério da Agricultura a respeito da auditoria marcada para maio. A pasta não se manifestou sobre o assunto até a publicação da reportagem. A Abrafrigo (Associação Brasileira de Frigoríficos), que representa empresas do setor de abate e processamento de carnes bovinas, também não se manifestou. A ABCS (Associação Brasileira dos Criadores de Suínos) não respondeu ao pedido de posicionamento.
A guerra de tarifas protagonizada pelos EUA e pela China impulsionou o setor agrícola do Brasil e prejudicou os agricultores americanos, à medida que Pequim busca na maior economia da América Latina uma gama de produtos, da soja a carne bovina.
A China já suspendeu a compra de carne bovina de mais da metade dos fornecedores americanos, em meio à guerra tarifária. O Ministério da Agricultura brasileiro observa possíveis espaços para ampliar a venda aos chineses. O presidente Lula (PT) viaja à China em maio para se encontrar com o líder Xi Jinping.
Segundo informações oficiais, 654 empresas americanas são registradas para vender carne bovina para a China. Um total de 392 estabelecimentos tiveram suas transações suspensas, por ordem da Administração-Geral de Aduanas da China, o que equivale a 60% dos parceiros comerciais do setor.
FOLHAPRESS
EUA - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou hoje (2) um "tarifaço" global sobre impostos de importação. A data foi nomeada pelo republicano como o "Dia de Libertação". Ele confirmou uma taxa de 10% para os produtos brasileiros.
Trump prometeu implementar tarifas recíprocas a países que cobram taxa de importação de produtos americanos. No evento, ele anunciou tarifa de 20% sobre a União Europeia, 34% sobre a China e 46% sobre o Vietnã.
O presidente confirmou ainda uma taxa de 25% sobre todos os veículos importados.
Em transmissão da Casa Branca, ele disse que a aplicação das tarifas aos outros países "é uma medida gentil" que tornará os "Estados Unidos grande novamente".
Segundo ele, as tarifas recíprocas serão de ao menos metade da alíquota cobrada pelos outros países, com uma taxa mínima de 10%.
No anúncio, ele fez críticas aos governos passados, em especial a administração de Joe Biden, por terem deixado outros países aplicarem elevadas taxas aos produtos norte-americanos, impactando a indústria nacional. Segundo ele, esses países "estão roubando" e "levando vantagem" dos EUA.
Veja algumas das tarifas anunciadas por Trump
País | Taxa |
China | 34% |
União Europeia | 20% |
Vietnã | 46% |
Taiwan | 32% |
Japão | 24% |
Coreia do Sul | 25% |
Tailândia | 36% |
Suíça | 31% |
Indonésia | 32% |
Reino Unido | 10% |
África do Sul | 30% |
Brasil | 10% |
Bangladesh | 37% |
Singapura | 10% |
Israel | 17% |
Filipinas | 17% |
Chile | 10% |
Austrália | 10% |
Paquistão | 29% |
Turquia | 10% |
Sri Lanka | 44% |
Colômbia |
10% |
AGÊNCIA BRASIL
EUA - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse na segunda-feira (17) que o Irã será responsabilizado e enfrentará consequências por quaisquer ataques dos rebeldes houthis no Iêmen, alinhados a Teerã.
"Cada tiro disparado pelos houthis será considerado, a partir deste momento, um tiro disparado pelas armas e lideranças do Irã, e o Irã vai ser responsabilizado e vai sofrer as consequências, e essas consequências serão graves!", escreveu o republicano em sua rede social, a Truth Social.
A declaração ocorre após os EUA bombardearem as cidades de Sanaa, capital do Iêmen, Saada, no norte, e Rada'a, no centro do país do Oriente Médio. Segundo Anees Alsbahi, porta-voz do Ministério da Saúde administrado pelos Houthis, os ataques mataram 53 pessoas, incluindo cinco crianças e duas mulheres, e feriram outras 98.
No dia seguinte, o assessor de Segurança Nacional americano, Michael Waltz, afirmou, em entrevista ao canal americano ABC News, que os bombardeios -primeira grande ação militar americana desde a volta de Trump à Casa Branca, em janeiro- mataram vários líderes rebeldes na região.
Também no domingo (16), o secretário de Estado americano, Marco Rubio, disse à CBS News que a ofensiva pode durar dias ou mesmo semanas -"até que os houthis não tenham mais capacidade de atacar o transporte marítimo global e a Marinha dos EUA", afirmou.
Hossein Salami, principal comandante da Guarda Revolucionária do Irã, disse que os houthis tomavam suas próprias decisões. "Avisamos nossos inimigos que o Irã responderá de forma decisiva e destrutiva se eles cumprirem suas ameaças", disse ele à mídia estatal neste domingo.
Em resposta às ofensivas do fim de semana, o grupo reivindicou no domingo uma operação militar com 18 mísseis e um drone contra um porta-aviões americano e navios de guerra que o acompanhavam no norte do mar Vermelho. Na manhã desta segunda, falaram em um segundo ataque contra o porta-aviões com drones e mísseis balísticos e de cruzeiro.
Os EUA não confirmaram as declarações, mas o Centcom (Comando Central Americano para o Oriente Médio) disse na madrugada desta segunda que suas forças "continuam com as operações" contra os houthis, sem dar mais detalhes.
A imprensa houthi, por sua vez, informou que os EUA fizeram novos ataques entre a noite de domingo e a madrugada de segunda contra uma fábrica de algodão na região de Al Hudaydah, a oeste do Iêmen, e contra a cabine do navio Galaxy Leader, capturado há mais de um ano pelos rebeldes.
Desde novembro de 2023, dois meses após os atentados do Hamas no sul de Israel desencadearem a guerra na Faixa de Gaza, os houthis atacam embarcações no mar Vermelho, uma zona vital para o comércio mundial, em solidariedade aos palestinos. Desde então, foram registrados 174 ataques contra navios militares americanos, e outros 145 contra embarcações comerciais, de acordo com o Pentágono.
O grupo interrompeu os ataques após o cessar-fogo em Gaza, no dia 19 de janeiro. No entanto, a decisão de Israel de bloquear a entrada de ajuda humanitária no território palestino, no começo deste mês, fez o movimento ameaçar retomar as ofensivas.
As ofensivas ocorrem no momento em que um possível acordo nuclear entre EUA e Irã está em um impasse. Na semana passada, o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, rejeitou a ideia de negociar com Washington, como Trump havia sugerido em uma carta enviada ao aiatolá dias antes. No documento, o republicano alertou que a outra maneira de lidar com a questão seria pela via militar.
Na entrevista à ABC News no domingo, o assessor de Segurança Nacional afirmou que "todas as opções estão sobre a mesa". Segundo ele, se não interromper "os mísseis, os armamentos e o enriquecimento" de urânio, o Irã vai enfrentar "uma série de outras consequências".
No final do mês passado, a Agência Internacional de Energia Atômica afirmou que o estoque do Irã de urânio enriquecido com até 60% de pureza -próximo ao nível de cerca de 90% usado em armas- aumentou.
Também no domingo, o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, afirmou na rede social X que "o governo dos EUA não tem autoridade, nem direito, de ditar a política externa iraniana". "Essa era terminou em 1979," escreveu, em referência ao ano da revolução islâmica.
A ONU pediu que o Exército americano e os houthis cessassem "qualquer atividade militar". A China, por sua vez, pediu diálogo, afirmando que a situação no mar Vermelho tem "causas complexas". Já o Ministério das Relações Exteriores da Alemanha disse que qualquer resposta aos ataques do grupo deve ser "conforme o direito internacional".
Diferentemente de outros aliados do Irã, como o próprio Hamas em Gaza, o Hezbollah no Líbano, os houthis permaneceram resilientes. O grupo foi responsável por afundar dois navios, sequestrar outro e matar pelo menos quatro marinheiros em ataques que causaram grandes impactos no transporte marítimo global, forçando empresas a redirecionar rotas, o que encareceu o processo.
Milhares de pessoas saíram às ruas do Iêmen nesta segunda em protestos convocados pelos houthis para protestar contra os bombardeios americanos, segundo imagens da imprensa local. Em Sanaa, os manifestantes exibiram cartazes e fuzis de assalto aos gritos de "morte aos Estados Unidos, morte a Israel", segundo imagens transmitidas pela rede de televisão Al Masirah, apoiada pelo Irã. Também foram registrados protestos em cidades como Saada, Dhamar e Hodeiday Amran.
Internamente, o Iêmen também sofre com conflitos do qual o grupo participa. Desde 2014, a nação vive uma guerra civil entre os houthis e o governo apoiado pela Arábia Saudita, um dos principais aliados dos EUA no Oriente Médio. O conflito matou milhares de pessoas e afundou o país de 38 milhões de habitantes em uma das piores crises humanitárias da história, segundo a ONU.
POR FOLHAPRESS
BETIM/MG - O presidente Lula (PT) disse na terça-feira (11) que deseja ser respeitado em discussões internacionais e que não adianta o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, gritar.
"Não adianta o Trump ficar gritando de lá, porque aprendi a não ter medo de cara feia. Fale manso comigo, fale com respeito comigo porque aprendi a respeitar e quero ser respeitado", disse o presidente em evento da montadora Stellantis, em Betim (MG).
Desde que tomou posse como presidente em janeiro deste ano, Trump vem anunciando a implantação de tarifas a produtos importados de outros países, incluindo o Brasil.
Na tarde desta terça, Lula tem uma agenda em Ouro Branco, no interior do estado, onde irá participar de cerimônia de expansão da produção de aço em Minas Gerais, organizada pela siderúrgica Gerdau.
O aço brasileiro foi alvo das tarifas impostas por Trump em fevereiro.
Em entrevista a rádios em fevereiro, o mandatário já havia criticado o presidente americano ao dizer que ele foi eleito para governar os Estados Unidos, não "para mandar no mundo".
Em evento também em Minas na última semana, em visita a um acampamento do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra), Lula havia criticado o empresário Elon Musk, aliado de Trump, sem citá-lo diretamente.
"Tem até um dono de uma empresa americana, que é dono de uma dessas empresas muito forte aí, que divulga essas notícias na internet, que ele não quer nem respeitar governo, não quer respeitar Justiça. Ele acha que ele pode tudo. Ele pode tudo no país dele. Aqui no Brasil ele vai ter que respeitar o povo brasileiro", afirmou o presidente em Campo do Meio, no sul de Minas.
POR FOLHAPRESS
MÉXICO - Na tarde de quinta-feira (6), a presidente do México Claudia Sheinbaum revelou que após uma reunião com presidente Donald Trump, os Estados Unidos suspenderam as tarifas que iriam aplicar ao país vizinho até abril.
Trump recorreu a rede 'Truth Social' para comentar a conversa que teve com Sheinbaum sobre negócios e fronteiras entre Estados Unidos e México: "Concordei que o México não será obrigado a pagar tarifas sobre nada que se enquadre no 'Acordo USMCA' até 2 de abril. Fiz isso por respeito ao presidente Sheinbaum. Nosso relacionamento tem sido muito bom e estamos trabalhando duro, juntos, na fronteira, tanto em termos de impedir que estrangeiros ilegais entrem nos Estados Unidos quanto, da mesma forma, impedir o Fentanil chegue ao país vizinho", relatou.
A presidente do México comentou no 'X' (antigo Twitter) a conversa com o norte-americano: "Tivemos uma excelente e respeitosa conversa, na qual concordamos que nosso trabalho e colaboração produziram resultados sem precedentes, dentro do respeito às nossas soberanias. Continuaremos a trabalhar juntos, principalmente em questões de migração e segurança, incluindo a redução da travessia ilegal de fentanil para os Estados Unidos, bem como de armas para o México", disse.
Sheinbaum ainda enfatizou a suspensão das tarifas: "O México não será obrigado a pagar tarifas sobre todos os produtos dentro do USMCA. Este acordo é válido até 2 de abril, quando os Estados Unidos anunciarão tarifas recíprocas para todos os países", finalizou.
POR RAFAEL DAMAS
EUA - Os advogados de Trump haviam invocado a presunção de imunidade penal concedida ao presidente dos Estados Unidos pelo Supremo Tribunal, em 1º de julho, para solicitar a anulação da sentença proferida contra ele em 30 de maio.
Trump foi considerado culpado por "falsificação de registros comerciais para ocultar uma conspiração com o intuito de interferir nas eleições de 2016", mas a sentença foi adiada várias vezes.
Após sua vitória nas eleições de 5 de novembro, seus advogados apresentaram um novo recurso, alegando que seu status de presidente eleito deveria ser incompatível com a decisão judicial.
No início deste mês, o juiz Merchan pediu que ambas as partes apresentassem seus argumentos sobre o recurso, mas ainda não se pronunciou sobre a questão.
O caso envolve pagamentos de 130 mil dólares (aproximadamente 124 mil euros) feitos a Stormy Daniels antes das eleições presidenciais de 2016, para que ela mantivesse silêncio sobre um suposto caso extraconjugal ocorrido uma década antes. Trump sempre negou essa relação.
Entre os quatro processos penais contra Donald Trump, este foi o único em que ocorreu um julgamento para o ex-presidente, um evento inédito na história do país.
NOTÍCIAS AO MINUTO BRASIL
EUA - O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou impor novas tarifas sobre importações do México, Canadá e China assim que assumir o cargo. A medida seria parte de seus esforços para conter a imigração ilegal e o tráfico de drogas.
Se aplicadas, as tarifas podem elevar significativamente os preços de produtos para os consumidores americanos, desde combustíveis até automóveis. Atualmente, os Estados Unidos são o maior importador de bens do mundo, com o México, China e Canadá como seus principais fornecedores.
Trump utilizou a rede social Truth Social para fazer as declarações, criticando o aumento da imigração ilegal, apesar de dados recentes apontarem que as travessias na fronteira sul registraram o menor número em quatro anos.
"No dia 20 de janeiro, como uma das minhas primeiras ordens executivas, assinarei todos os documentos necessários para impor ao México e ao Canadá uma tarifa de 25% sobre TODOS os produtos que entram nos Estados Unidos, devido às suas fronteiras abertas e ridículas", escreveu.
O republicano afirmou que essas tarifas continuarão em vigor "até que as drogas, especialmente o fentanil, e todos os imigrantes ilegais parem de invadir nosso país". Ele também acusou o México e o Canadá de permitirem a entrada de "crime e drogas em níveis nunca antes vistos", embora os índices de criminalidade violenta tenham caído desde os picos registrados durante a pandemia.
Trump ainda direcionou críticas à China, alegando ter realizado "muitas conversas" com o governo chinês sobre o envio de drogas como o fentanil para os Estados Unidos, mas "sem sucesso". Ele anunciou que planeja implementar uma tarifa adicional de 10% sobre produtos chineses, além das tarifas já existentes.
Não está claro se Trump levará as ameaças adiante ou se as utiliza como estratégia de negociação antes de assumir o cargo. Especialistas afirmam que tarifas punitivas poderiam afetar significativamente as economias do Canadá e do México, além de colocar em xeque o acordo comercial de 2020, mediado por Trump e que deve ser revisado em 2026.
Scott Bessent, indicado por Trump para o cargo de secretário do Tesouro, defendeu as tarifas como "uma ferramenta importante para atingir os objetivos de política externa". Ele argumentou que tarifas podem ajudar a pressionar aliados a aumentarem seus gastos com defesa, abrir mercados estrangeiros para exportações americanas e combater a imigração ilegal e o tráfico de drogas.
Embora Trump insista que drogas e imigrantes ilegais estejam entrando em níveis alarmantes, dados oficiais mostram uma redução significativa nas travessias ilegais. Em outubro, foram registradas 56.530 detenções na fronteira sul, menos de um terço das ocorrências no mesmo mês do ano passado.
Além disso, apreensões de fentanil na fronteira aumentaram drasticamente durante o governo Biden. Em 2024, cerca de 12.247 quilos da droga foram interceptados, em comparação com 1.154 quilos apreendidos em 2019, durante o mandato de Trump.
Se implementadas, as tarifas prometidas por Trump poderiam representar um grande desafio econômico para os parceiros comerciais dos Estados Unidos e criar tensões no cenário internacional, colocando em xeque os esforços anteriores de cooperação econômica e diplomática.
NOTÍCIAS AO MINUTO BRASIL
BRASÍLIA/DF - Michel Temer (MDB) era presidente quando Donald Trump se elegeu pela primeira vez nos Estados Unidos, em 2016. Manteve uma relação institucional com o americano e, agora, avalia que um segundo mandato do republicano terá efeitos limitados sobre o Brasil -o que inclui uma eventual pressão para reverter a inelegibilidade de Jair Bolsonaro (PL).
"Eleito Trump nos EUA, isso vai influenciar o Judiciário daqui? Eu não acredito", afirma Temer, que em 2021 atuou como ponte para reduzir tensões entre o então presidente e o STF (Supremo Tribunal Federal).
"Veja o que o Alexandre [de Moraes] fez no caso do Elon Musk. A posição dele foi firme", diz.
Temer também classifica de "brincadeira" informações que circularam de que ele poderia ser vice de Bolsonaro caso ele revertesse sua inelegibilidade. "Achei esquisitíssimo".
PERGUNTA - O Sr. era presidente durante os primeiros anos de Trump. Como um novo mandato do republicano afeta a relação com o Brasil?
MICHEL TEMER - A relação que haverá não será Lula com Trump. É o presidente da República Federativa do Brasil com o presidente dos EUA, uma relação institucional.
A pergunta que ouço é: isso vai prejudicar a relação com o Brasil? Não prejudica coisa nenhuma. Basta que o governo brasileiro tenha previdência, e o presidente Lula já mandou cumprimentar o Trump. Não se deve alimentar nem um lado nem outro, como aquilo que o Lula disse antes da eleição, que preferia a Kamala [Harris, candidata democrata], acho que não vale a pena.
P - Não vê impactos nem das políticas propostas por Trump para a economia?
MT - Isso é o tempo que vai dizer. Não é a eleição dele que vai definir, agora. Pode haver impactos caso haja uma redução de importações, e ainda assim no plano institucional, de Estado para Estado.
P - A vitória de Trump pode mudar a situação da inelegibilidade de Bolsonaro, como gostariam aliados dele, a partir de uma pressão americana sobre o STF?
MT - Eu não acho que isso vá acontecer. Pode eventualmente ser usado como argumento, mas não no campo jurisdicional. Se ele se tornar elegível, será por uma eventual disposição do Judiciário.
Efetivamente, para você cuidar dessa questão da inelegibilidade, tem que contar com o Poder Judiciário. Eleito Trump nos EUA, isso vai influenciar o Judiciário daqui? Eu não acredito. Você veja o que o Alexandre [de Moraes, ministro do STF] fez no caso do Elon Musk [empresário dono do X]. Por mais pressões variadas que existissem, a posição dele foi firme.
P - O sr. já fez o papel de ponte entre Bolsonaro e o STF. Faria isso de novo para ajudá-lo, neste caso?
MT - Naquele 7 de Setembro [de 2021], Bolsonaro pediu meu auxílio, falei com Alexandre, combinamos uma fórmula que resultou naquele comunicado à nação [em que Bolsonaro negou "intenção de agredir" outros Poderes, dois dias depois de chamar Moraes de "canalha"]. Era, na verdade, para pacificar o país, porque aquilo poderia dar num grande conflito civil. Agora, eu não vou entrar, a não ser que me peçam para opinar, e isso não ocorreu.
Eu acho que o Judiciário fez muito bem de apenar [impor pena] aquelas pessoas que tentaram, não sei se golpe de Estado ou não, mas que violaram os Poderes de Estado, porque invadiram fisicamente as sedes. O Supremo não tinha outra solução.
O que pode ocorrer é, por medida judicial, num dado momento, o Judiciário dar uma solução redutora da pena, por exemplo. Mas eu aplaudo a decisão do Supremo e, no particular, do Alexandre.
P - Nos últimos dias, circularam rumores de uma chapa Bolsonaro-Temer caso ele recupere o direito de se candidatar. Essas conversas existem?
MT - Aquilo é uma brincadeira, só pode ser. Achei esquisitíssimo.
P - Bolsonaro diz que não descartaria essa hipótese.
MT - Se ele disse isso, então ele foi delicado. Se ele falasse que descarta, poderiam achar que sou eu que estou querendo...
POR FOLHAPRESS
EUA - O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se manifestou na manhã desta quarta-feira (06) sobre a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais dos Estados Unidos. Em uma rede social, o petista parabenizou o republicano pelo retorno à presidência e ressaltou a importância do diálogo.
“Meus parabéns ao presidente Donald Trump pela vitória eleitoral e retorno à presidência dos Estados Unidos. A democracia é a voz do povo e ela deve ser sempre respeitada. O mundo precisa de diálogo e trabalho conjunto para termos mais paz, desenvolvimento e prosperidade. Desejo sorte e sucesso ao novo governo”, disse Lula em uma publicação no X, antigo Twitter.
O gesto diplomático de reconhecer a vitória dos líderes de outras nações é protocolar. No entanto, havia a preocupação de que Lula repetisse o gesto de seu antecessor, Jair Bolsonaro (PL), que não reconheceu de forma imediata a vitória de Joe Biden sobre Trump, em 2020. Em 2024, Bolsonaro voltou a manifestar apoio a Trump, enquanto Lula se posicionou de forma favorável à democrata Kamala Harris.
E como fica a relação entre os países?
Apesar das visões políticas distintas, a vitória de Trump não deve mudar a relação que o Brasil historicamente tem com os EUA, conforme avalia o professor de relações internacionais da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Lucas Lima.
“Não há nenhuma razão nesse momento para imaginar qualquer tipo de atrito com o presidente Donald Trump, se for eleito. Há uma relação pragmática, há uma relação histórica de cooperação e de colaboração, então não haveria motivos para mudar essa relação”, afirmou.
O bom relacionamento entre os países dependerá do comportamento do presidente eleito. Em relação a Donald Trump, o professor não prevê grandes problemas nas relações bilaterais.
“A possível eleição de Trump não coloca necessariamente o Brasil em rota de colisão, ainda que Donald Trump decida se retirar mais uma vez do acordo de Paris. Isso porque hoje essas negociações internacionais não dependem exclusivamente dos Estados Unidos. Há um compromisso de uma série de outros países, de uma série de outras iniciativas também benéficas ao Brasil e, como se sabe, o Brasil já persistiu numa relação em que havia uma desistência por parte dos Estados Unidos em relação ao acordo de Paris”, concluiu o professor.
ITATIAIA.com.br
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