Chamada para pacientes voluntárias - mulheres com idades entre 40 e 80 anos
SÃO CARLOS/SP - O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) está convocando pacientes mulheres, com idades entre os 40 e 80 anos, portadoras de artrite reumatóide e cuja incidência da doença atinja as articulações dos dedos das mãos, para um tratamento no âmbito de uma pesquisa inserida em um trabalho de mestrado que será desenvolvido na Unidade de Terapia Fotodinâmica (UTF) na Santa Casa da Misericórdia de São Carlos (SCMSC).
Segundo a Sociedade Brasileira de Reumatologia, a artrite reumatóide (AR) é uma doença inflamatória crônica e auto-imune que pode afetar várias articulações do corpo humano, sendo que a causa é desconhecida, acometendo principalmente mulheres. A doença inicia-se entre os 30 e 40 anos e sua incidência aumenta com a idade.
Os sintomas mais comuns são similares aos da artrite: dor, edema, calor e vermelhidão em qualquer articulação do corpo, sobretudo mãos e punhos. O comprometimento da coluna lombar e dorsal é raro, mas a coluna cervical é frequentemente envolvida.
Calcula-se que, no mundo, existam cerca de 79 milhões de pessoas com a doença, enquanto que no Brasil o número ronda os 2 milhões de pacientes.
A fisioterapeuta Kely Zampieri (43) é a profissional de saúde que ficará responsável pelos tratamentos, utilizando um novo equipamento desenvolvido pelo Grupo de Óptica do IFSC/USP que conjuga a emissão de luz laser e ultrassom. Formada na UNIARA, com especialização em Geriatria pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Kely Zampieri realiza atualmente seu mestrado em Biotecnologia (UFSCar), desenvolvendo esta pesquisa no Grupo de Óptica do IFSC/USP. Já com experiência na aplicação de terapias conjugadas em pesquisas com pacientes detentores da Doença de Parkinson, igualmente realizadas no IFSC/USP, a fisioterapeuta está esperançosa em obter resultados positivos com este novo tratamento.
“Este tratamento está dedicado apenas aos dedos das mãos das pacientes e vem no sentido de aliviar as dores e diminuir as inflamações causadas pela artrite reumatóide, na perspectiva de devolver uma melhor qualidade de vida na execução das atividades da vida diária. Note-se que este tratamento não substitui, em nenhum caso, a medicação que está sendo - ou foi - prescrita pelos médicos, pelo que as pacientes deverão continuar a mesma”, sublinha a fisioterapeuta. As pacientes voluntárias serão submetidas a 08 sessões deste novo tratamento, realizadas duas vezes por semana, para, no fim, serem feitas as necessárias avaliações.
Para o coordenador da UTF, Dr. Antonio de Aquino Jr. “Espera-se que este tratamento tenha um resultado muito positivo e que este trabalho de mestrado faça toda a diferença em prol do restabelecimento de níveis de qualidade de vida destas pacientes”.
As pacientes interessadas em responder a esta chamada, deverão fazer sua inscrição pelo telefone da UTF - (16) 3509-1351.
Rui Sintra - Jornalista - IFSC/USP
SÃO CARLOS/SP - Mulheres que estão cursando ou finalizaram o ensino médio recentemente podem se inscrever no curso gratuito de programação oferecido pelo Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação (ICMC), da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos. O projeto é chamado de Meninas Programadoras. A intenção é estimular o ingresso de mulheres em carreiras relacionadas à computação.
Ao todo são disponibilizadas 120 vagas, divididas em três turmas. As interessadas podem escolher em qual delas desejam se inscrever acessando o site.
Paciente são-carlense recupera totalmente os movimentos em seis semanas
SÃO CARLOS/SP - Com a inauguração da nova Unidade de Terapia Fotodinâmica (UFT), sediada na Santa Casa da Misericórdia de São Carlos (SCMSC) mediante uma parceria entre essa instituição e o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), uma série de novas pesquisas realizadas no Grupo de Óptica do IFSC/USP proporcionam oferecer à sociedade tratamentos para diversos tipos de doenças, a maioria delas como consequência, ou efeito colateral, de quem teve Sars-CoV-2 (Covid-19), ou de quem ficou isolado em sua residência, ou hospitalizado por longo tempo.
Desta forma, a UTF iniciou no dia 13 deste mês a convocação de pacientes voluntários para tratamentos de dores e inflamação provocadas por artrite, prevenção e tratamento para a má circulação sanguínea nos membros inferiores, tratamento de úlceras venosas e tratamento da capsulite adesiva (ombro congelado), tudo através de novos protocolos com a utilização de equipamentos desenvolvidos pelo IFSC/USP. Hoje vamos falar da capsulite adesiva e de um artigo científico publicado recentemente no “Journal of Novel Physiotherapies” sobre um caso concreto relativo a este novo tratamento que agora está disponível na UTF.
As causas da capsulite adesiva não estão bem determinadas, mas dentre as possibilidades encontram-se alguns fatores, como traumatismo (com ou sem fratura associada), cirurgias, ou causas sistémicas, como a diabetes ou doenças da tiróide. Rigidez muscular e dor são os principais sintomas, que limitam os movimentos ativos e passivos do ombro. A prevalência é estimada entre 2% a 5% da população geral, sendo as mulheres de 40 a 60 anos a população mais acometida pela doença. Dentre os diversos tipos de tratamento atualmente aplicados contam-se a termoterapia, crioterapia eletroterapia, cinesioterapia e massagem direta, com um período de recuperação que varia entre 2 e 3 anos.
O ambulatório reabriu em novo espaço dentro do hospital e vai oferecer 4 novos atendimentos à população
SÃO CARLOS/SP – O Instituto de Física da USP reabriu, na quarta-feira (8), a Unidade de Fotodinâmica na Santa Casa de São Carlos. O ambulatório foi reaberto em uma nova área do hospital. A cerimônia de reinauguração foi realizada no Auditório Alois Partel na Santa Casa. O Provedor da Santa Casa, Antônio Valério Morillas Júnior; o Prof. Dr. Vanderlei Bagnato, Diretor do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP); e o Secretário Municipal de Saúde de São Carlos, Marcos Palermo, fizeram a abertura da cerimônia.
Também estiveram no evento, a Diretora de Práticas Assistenciais da Santa Casa, Vanessa de Freitas; a Gerente Financeira e de Captação de Recursos da Santa Casa, Ariellen Guimarães; a Coordenadora do Santa Casa Clínicas, Daniella Bachiega; a Coordenadora da UTI Covid, Carolina Toniolo Zenatti; o gerente médico da Santa Casa, Roberto Muniz Junior; a Chefe de Gabinete da Secretaria Municipal de Saúde, Vanessa Soriato Barbuto; o Chefe de Gabinete da Câmara Municipal de São Carlos, Rogério Gianlorenzo; o Gerente da Central de Regulação Ambulatorial da Prefeitura de Araraquara, Rafael Alves Batista; o vereador de Araraquara, Edson Hel; os representantes da MMOptics, Luciano Bagnato e Luis Antônio Oliveira; os representantes da MultiFISIO BRASIL, Fernanda Carbinatto e Daniel Marques Franco; os assessores do IFSC/USP; Ricardo Rheder e Rui Sintra; o responsável financeiro IFSC/USP, Emanuel Carrilho; o Diretor do Instituto de Química de São Carlos, Maurício Schiabel; e o pesquisador do IFSC/USP, Vitor Panhoca.
Com a reinauguração, o grupo de pesquisadores vai oferecer atendimentos à população em 4 novos projetos de pesquisa como explica o pesquisador do IFSC/USP, Antonio Eduardo de Aquino Junior. “A partir da próxima semana, nós estamos iniciando com essas quatro linhas de pesquisas novas, com equipamentos produzidos e desenvolvidos pelo Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), entre eles uma bota de compressão pneumática, que deve auxiliar muito no retorno venoso aos pacientes, também em uma segunda linha, que é o tratamento de capsulite adesiva, ou ombro congelado, que acomete muitas pessoas, teremos também tratamentos de úlceras venosas e câncer de pele”, afirma.
Além desses quatro novos serviços, a Unidade de Fotodinâmica vai continuar os atendimentos em artrose e artrite, fibromialgia e mal de Parkinson, em parceria com a Clínica MultFISIO BRASIL.
Para o fisioterapeuta da MultiFISIO BRASIL, Daniel Marques Franco, esses atendimentos também terão importância especial na recuperação de pacientes pós-covid. “Os pacientes ficam bastante debilitados pelo contágio com esse vírus e a gente está fazendo esses atendimentos também do pós-covid, sempre batendo na tecla de melhora de qualidade de vida do paciente”.
O atendimento para pacientes pós-covid também foi destacado pelo Secretário de Saúde de São Carlos, Marcos Palermo. “Nós enfrentamos problemas difíceis no pós-covid, muitas pessoas sequeladas e pretendemos investir nesse segmento. Já temos uma parceria com o professor Bagnato na questão do CITESC (Centro de Inovação, Ciência e Tecnologia em Saúde de São Carlos) e, com a Santa Casa, nessa parceria muito forte, um hospital de referência regional, um hospital de alta complexidade, que salvou muitas vidas na pandemia, nós fomos felizes no nosso planejamento. Tivemos perdas, mas comparado com cidades do mesmo tamanho, tivemos um número bem inferior. Então, temos que parabenizar a direção da Santa Casa, todo corpo clínico, e as universidades, a USP, e o professor Bagnato por poder oferecer isso aos nossos cidadãos”, comenta.
O professor Dr Vanderlei Bagnato disse que com a reinauguração, o atendimento foi ampliado com o que há de mais moderno em termos de pesquisas científicas. “Nós estamos trazendo para a Santa Casa mais tecnologias do que já tínhamos e também estamos dando continuidade a um serviço que atende a paciente com doenças específicas, como é o caso de Parkinson, Artrite, problemas vasculares, dores lombares e pequenas lesões de câncer de pele, por meio da parceria IFSC-USP e MultFISIO BRASIL. Trouxemos novas tecnologias, inclusive, para reabilitar as pessoas com dores musculares pós-COVID- 19 e problemas de várias naturezas. Esperamos que, com essas novas tecnologias já mais aperfeiçoadas, consigamos dar um apoio a essas pessoas que têm essas doenças e que precisam ser reabilitadas de forma quase que constante, para continuarem a sua vida e seu cotidiano. Aqui juntamos tudo: a ciência, o conhecimento, a tecnologia para o bem-estar da sociedade”, ressalta.
O Provedor da Santa Casa, Antônio Valério Morillas Júnior, destacou a importância da parceria do hospital com o Instituto de Física da USP. “Essa parceria com a USP é um trabalho que vai trazer muito benefício, não só para a população da nossa cidade e da nossa região, mas sim para todo país. Tecnologia avançada, desenvolvida pela Universidade de São Paulo e que, graças ao trabalho conjunto com a Santa Casa, vai beneficiar os pacientes de forma gratuita”, afirma.
Quem quiser ser um voluntário de uma dessas linhas de pesquisa, pode ligar para o telefone (16) 3509-1351, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.
SERVIÇO:
REINAUGURAÇÃO DA UNIDADE DE FOTODINÂMICA DA USP NA SANTA CASA
SEGUNDA A SEXTA-FEIRA - 8H ÀS 17H.
TELEFONE: (16) 3509-1351
Prof. Vanderlei Bagnato torna-se o cientista brasileiro mais premiado no Brasil
SÃO CARLOS/SP - O docente, pesquisador e atual Diretor do IFSC/USP acaba de conquistar o “Prêmio CBMM de Ciência e Tecnologia”, na categoria “Ciência”, tornando-se, assim, o cientista brasileiro mais premiado.
Com o valor de R$500,000.00, este prêmio, instituído em 2019 pela Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) nas categorias “Ciência” e “Tecnologia”, está já consolidado como a maior premiação científica do Brasil, destacando cientistas que dedicam suas vidas à ciência e tecnologia, beneficiando a sociedade e ajudando a evoluir o mundo, sendo especialmente dedicado a pesquisadores que colocaram nosso país em destaque no cenário científico mundial.
Na chamada de destaque deste prêmio na categoria “Ciência” pode-se ler o seguinte: “Vanderlei Salvador Bagnato: o físico que usou a luz para controlar os átomos e salvar vidas. Se um feixe de luz pudesse transformar o futuro da humanidade? Essa pergunta tem movido os trabalhos de Vanderlei Bagnato, que há mais de três décadas realiza pesquisas nas áreas de Óptica e Fotônica e contribui significativamente para as aplicações da fotodinâmica e da fototerapia nas áreas da Saúde”.
A partir de seus estudos, o físico demonstrou a eficácia da ação fotodinâmica para o controle de infecções, descontaminação de órgãos para transplante e tratamento de doenças como pneumonia, Parkinson e vários tipos de câncer. Essas técnicas foram adotadas por importantes associações brasileiras ligadas à saúde e têm se difundido por mais de 9 países da América Latina.
Antes de suas contribuições para a medicina, Bagnato já havia conquistado notoriedade internacional por suas pesquisas em Física Atômica, sendo um dos pioneiros nos estudos dos átomos frios e da turbulência quântica e o criador do primeiro relógio atômico do Brasil”.
Na categoria “Tecnologia”, o vencedor foi o Dr. Júlio César Fernandes, doutor em Engenharia Elétrica pela Unicamp e CEO da “Idea! Electronic Systems”.
Confira o anúncio do prêmio em - https://premiocbmm.com.br/
*Por: Rui Sintra - IFSC/USP
Projeto insere-se no desenvolvimento tecnológico no âmbito da Unidade EMBRAPII-IFSC/USP
SÃO CARLOS/SP - Na sequência dos diversos desenvolvimentos tecnológicos criados desde há cerca de um ano pela Unidade EMPRAPII “Biofotônica e Instrumentação” do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e tendo como foco a prevenção e o combate à COVID-19, pesquisadores do Grupo de Óptica deste Instituto finalizaram o projeto de desenvolvimento e aprimoramento de um descontaminador de ar portátil para autos.
Este novo equipamento, com base na tecnologia UVC, reforça o lote de outros já lançados anteriormente - muitos deles já disponíveis no mercado -, como são os casos dos rodos para pisos hospitalares e para pequenas superfícies e objetos, tubo endotraqueal, descontaminador de alimentos in natura, descontaminador de água e descontaminador rotativo de compras, entre outros.
O transporte de pessoas em carros, vans e ônibus muito contribui para a propagação do SARS-COV2, sendo que o ideal é deixar o veículo sempre com os vidros abertos permitindo uma grande troca de ar. Contudo, em algumas situações, isso não é possível, não só porque pode haver muita poluição no exterior, como também devido a algumas tipologias dos veículos, desejando-se, assim, manter o conforto térmico e o ar descontaminado no interior dos mesmos.
Este novo sistema, colocado no interior de automóveis, ônibus e/ou vans, com os vidros fechados, permite que seja eliminada uma grande quantidade de microrganismos presentes no aerossol, que existe nesses ambientes internos, sanitizando automaticamente o ar e, por consequência, destruindo todo o tipo de microrganismos, como bactérias e vírus.
Para o pesquisador e docente do IFSC/USP, Prof. Sebastião Pratavieira, este novo equipamento funciona em qualquer modelo de auto, atendendo a que é alimentado por uma corrente de 12 Volts, tendo em sua gênese um aperfeiçoamento em relação a anteriores sistemas com base na radiação de LED UVC (diodo emissor de luz na região do ultravioleta C), o que o torna inovador. “Uma das características deste equipamento, já testado com sucesso em nosso Instituto, é que poderá funcionar simultaneamente com o ar-condicionado do carro ligado e que, em vez das tradicionais lâmpadas de mercúrio, ele está equipado com LED’s UVC que apresentam uma maior durabilidade. Por outro lado, este descontaminador portátil apresenta um sistema eletrônico simples e de fácil manutenção ou substituição de componentes”, salienta.
O sistema também não exige nenhuma adaptação no veículo e funciona em qualquer marca e modelo, bastando existir uma tomada de 12V - o antigo acendedor de cigarro. A concepção e construção do protótipo foi de responsabilidade do engenheiro eletrônico Daniel José Chianfrone, do Laboratório de Apoio Tecnológico (LAT) do IFSC/USP, sendo que os testes de eficácia e caracterização foram realizados pela bióloga Thaila Quatrine Correa e pelo físico Dr. José Dirceu Vollet-Filho, respectivamente.
“Um fluxo de ar muito grande e em poucos minutos todo o ar do veículo passou pelo sistemas de LED’s UVC, sendo que, além disso, o sistema também permite o acoplamento de um filtro de carvão ativado e odorizador aromatizante” salienta, por sua vez, o pesquisador Vollet-Filho.
Para que este equipamento pudesse ser rapidamente colocado ao serviço da sociedade, foi estabelecida uma parceria com a empresa Triunfo Soluções em Engenharia Indústria e Comércio, algo que acelerou todo o processo.
O lançamento oficial deste equipamento está marcado para o dia 6 de julho às 10h00, através do canal do CePOF no Youtube.
Assista:
Rui Sintra - IFSC/USP
O foco é utilizar a energia solar térmica para processos industriais
SÃO CARLOS/SP - Uma das tecnologias mais conhecidas para aproveitar a energia do sol é a denominada fotovoltaica, que são painéis que convertem a energia do sol em energia elétrica e que facilmente identificamos em campos abertos ou nos telhados de residências. Contudo, existe ainda uma outra forma de utilizar a energia solar, principalmente para aplicação nas indústrias, conhecida como energia heliotérmica, algo que mereceu a especial atenção de dois jovens pesquisadores de São Carlos.
Guilherme Scagnolatto (31), pós-graduado do Curso de Engenharia Mecânica, da Escola de Engenharia de São Carlos (EESC/USP) e Jaqueline Vidotti (31), Engenheira Química pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e especialista em gestão de projetos pela USP, decidiram avançar nas pesquisas relacionadas à energia heliotérmica. O ponto de partida foi a criação de uma startup de eficiência energética, denominada Mondi Energy, que se encontra atualmente incubada no Parque de Inovação e Tecnologia de Ribeirão Preto - Supera. A startup surgiu em 2019 como uma spin-off acadêmica do trabalho de mestrado do Guilherme.
Com o apoio do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), em parceria com a EMBRAPII, os dois pesquisadores e empreendedores estão desenvolvendo um concentrador de luz solar para ser utilizado na indústria. “Este nosso projeto prevê captar a energia solar para esquentar água e gerar vapor de forma que possa suprir parte da demanda de calor na produção de vapor para processos industriais, para geração de eletricidade ou até para sistemas de refrigeração, diminuindo o uso de combustíveis e reduzindo as emissões de carbono”, relata Guilherme.
O projeto consiste na fabricação de um coletor parabólico, que capta a radiação solar e a concentra sobre um tubo, por onde escoa água. A intenção dos empreendedores é poder fazer um combinado que permita não só reduzir o consumo de combustíveis nas indústrias, que por si só beneficiará o meio-ambiente, como também reduzir as despesas com o consumo de energia e rentabilizar a produção, por exemplo, nas indústrias alimentícias, químicas, farmacêuticas e usinas de cana. “Este nosso trabalho está tendo total apoio do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) não só em termos de suas infraestruturas laboratoriais e da Oficina Mecânica, como, também, da equipe do Laboratório de Apoio Tecnológico (LAT), com a participação e aconselhamento do Prof. Vanderlei Bagnato”, conclui Guilherme.
Essa é, portanto, mais uma tecnologia que estará à disposição para acelerar a transição energética, valendo-se de fontes renováveis para o fornecimento de energia sustentável. Uma energia limpa!!!
(Rui Sintra - Jornalista - IFSC/USP)
SÃO CARLOS/SP - Ainda no meio da situação pandêmica causada pelo novo vírus SARS-Covid19, onde os desafios para poder acolher e tratar todos os contaminados são imensos, os cientistas já se deparam com outros desafios: o tratamento dos pacientes pós-Covid.
Ao longo deste ano de pânico e preocupação com a contaminação, todo o mundo já constatou que não se trata de uma “gripe“, onde em algumas semanas pós-infecção as pessoas ficam zeradas e retomando suas vidas normalmente. No caso da COVID, tem ocorrido sequelas deixadas que podem se prolongar por muito tempo, caso as mesmas não deixem suas marcas com caráter permanente.
Os chamados “sobreviventes da COVID” estão sujeitos a diversos problemas de naturezas várias. Além disto, aqueles que precisam de internação também estão sujeitos aos efeitos de uma pós-hospitalização. Começando por aqueles que são hospitalizados, a imobilização prolongada durante a internação causa escaras (profundas feridas causadas pela pressão do corpo no leito), uma enorme perda muscular com comprometimento motor, diminuição da capacidade respiratória, dores diversas e problemas de memória, dentre outros sintomas. Durante a hospitalização é necessário a realização de uma boa fisioterapia no leito, da melhor forma possível. O nível desta fisioterapia dependerá da situação do paciente – se está totalmente sedado em uma UTI, ou se está num processo de hospitalização leve. Quando for uma hospitalização leve, o próprio paciente pode ajudar nos exercícios básicos, auxiliando a ação de um fisioterapeuta, mas, no outro caso, é necessário o uso de apoio externo com o auxílio de novas tecnologias disponíveis.
O uso da laser-terapia pode ajudar muito neste processo, pois após décadas de intensas e sucessivas experiências na chamada “reabilitação fotônica”, o método pode ajudar a dar um grande ganho ao paciente. Tratar o paciente enquanto hospitalizado já ajuda muito, evitando complicações no período de imobilização e mesmo nas consequências da doença.
Para os pacientes que já venceram a hospitalização, ou que, por outro lado, nunca estiveram no hospital, em muitos casos há necessidade de se proceder a uma reabilitação intensa para evitar as sequelas. Apesar de ainda não se saber tudo o que pode ocorrer, as reclamações de quem teve Covid e não foi hospitalizado são constantes.
A laser-terapia já é bem estabelecida, aprovada pelos diversos órgãos regulatórios: ANVISA no Brasil, FDA nos EUA e em praticamente todos os órgãos oficiais no mundo, e tem sido uma excepcional adição nos tratamentos onde se busca redução de dor devido a processos inflamatórios. Além disto, os efeitos da laser-terapia no tratamento dos edemas, aumento da regeneração tecidual, estimulo às funções neurológicas e regeneração, remineralizarão óssea, aumento da tolerância dolorosa com liberações de endorfinas e auxilio à circulação, são efeitos altamente desejados para a reabilitação dos pacientes pós-Covid e que tenham sintomas diversos deixados pela doença.
Em alguns países, já houve mesmo relatos do uso da laser-terapia para auxiliar a desinflamação pulmonar. Muitos dos aparelhos de laser-terapia foram desenvolvidos em São Carlos, sendo que aqui na cidade estão sediadas as melhores empresas deste ramo e é de certa forma natural que existam, aqui, iniciativas para produzir dispositivos e protocolos que auxiliem estas reabilitações dos pacientes.
O Prof. Vanderlei Salvador Bagnato, pesquisador do IFSC/USP e desenvolvedor de tecnologias reabilitadoras a laser, está agora promovendo a formação de grupos de trabalho e parcerias com empresas para acelerar tecnologias e protocolos que permitam tratar, de forma adequada, os pacientes acima mencionados.
Segundo Bagnato, “a tecnologia a laser permite acelerar processos regenerativos e auxiliar os pacientes pós-Covid, sendo nossa obrigação disponibilizar tudo isso, realizar ensaios clínicos com seriedade e disponibilizar estes equipamentos e protocolos para a sociedade. Temos que evitar os “achismos” e partir para os fatos, com base cientifica comprovada. Reuniões de grupos de trabalho e realização de ensaios terão seu inicio muito em breve, para que rapidamente todas as tecnologias desenvolvidas possam chegar a estes pacientes, com rapidez. Temos diversas tecnologias desenvolvidas com lasers, inclusive a combinação de laser com pressão negativa e com ação ultrassônica, que deverão ser essenciais no tratamento dos efeitos deixados pela Covid”, conclui Bagnato.
O Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (Cepof), alocado no Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) está já organizando o primeiro Workshop sobre Terapias Modernas para o Pós-Covid, estando para breve a divulgação desse evento.
*Por: Rui Sintra - jornalista do IFSC/USP
Gato doméstico é o principal agente epidemiológico
SÃO CARLOS/SP - Enquanto estamos todos focados com a pandemia causada pelo Coronavírus, outras doenças caminham entre nós, de forma silenciosa, como é o caso da esporotricose, uma micose causada por um fungo presente em solos, vegetais, madeira e em matéria em decomposição. Por causa disso, ficou conhecida como a “doença do jardineiro”, já que uma forma comum de contágio se dá por manuseio da terra e de acidentes com espinhos. Contudo, o principal agente epidemiológico envolvido na transmissão da esporotricose é o gato doméstico, caracterizando-se essa doença como uma zoonose, daí que seja necessário um cuidado muito especial com esse simpático animal de estimação.
Através da marcação territorial - seja arranhando troncos de árvores ou brigando com gatos infectados, ou mesmo ao cobrir suas fezes com terra - o gato se contamina e, posteriormente, pode inocular esse fungo no homem ou em outro gato através da arranhadura, mordedura ou quando houver contato com as secreções das feridas que apresenta. Os sinais da doença surgem após semanas a partir do contágio e são caracterizados, inicialmente, por feridas na pele que nunca cicatrizam. Se não houver tratamento rápido e adequado, podem progredir para o sistema linfático e, em seguida, proliferar por órgãos, como pulmões, ossos e articulações, podendo, em casos mais graves, levar à morte em ambas as espécies.
Em virtude do número de casos dessa doença aumentar diariamente no mundo, principalmente em países tropicais e subtropicais, e onde no Brasil a infecção é relatada como endêmica, sendo líder mundial (em 2017 o Brasil registrou 5 mil casos em humanos, enquanto que nos Estados Unidos - segundo país mais afetado - o registro foi de 62 casos), pesquisadores do Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) e do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CEPOF), igualmente alocado neste Instituto, através de testes in vitro, estão utilizando a Terapia Fotodinâmica (TFD) como terapia alternativa no combate à esporotricose, tendo já colhido resultados bastante satisfatórios ao longo da pesquisa. O objetivo é obter uma resposta eficaz na eliminação da esporotricose e diminuir o tempo de tratamento da doença, usando a TFD como terapia única, ou associada à medicação convencional. Dentre as vantagens da técnica, temos o seu baixo custo, facilidade de aplicação e pequena infraestrutura necessária para aplicação, poucos efeitos colaterais, ação local e sem relatos do desenvolvimento de resistência.
O combate convencional a esta doença consiste no uso de antifúngicos tradicionais, porém, o tratamento é longo (chega a durar anos), o que acarreta o surgimento de efeitos colaterais nos pacientes, como anorexia, danos hepáticos e risco de intoxicação. Por outro lado, muitos tutores abandonam seus gatos, principalmente se algum membro da família contraiu a doença, o que contribui ainda mais para a perpetuação e multiplicação da esporotricose no ambiente. Também é comum o uso indiscriminado da medicação pelos pacientes, fator que facilita o surgimento de isolados fúngicos resistentes aos fármacos disponíveis.
Assim, a eficiência limitada do tratamento convencional aponta a necessidade de se buscarem alternativas terapêuticas comprovadamente eficazes, como é o caso da TFD, técnica que utiliza a interação da luz, de uma substância chamada fotossensibilizador, e do oxigênio presente nas células. Muitos já utilizam essa modalidade terapêutica para tratamento de câncer e de infecções e, no caso da esporotricose, a TFD surge como uma terapia alternativa promissora.
Esta pesquisa do IFSC/USP está sendo coordenada pela Dra. Hilde Buzzá, juntamente com a aluna de mestrado Amanda Rocha e com supervisão do Prof. Vanderlei Bagnato, tendo como base que o uso da TFD já é algo consolidado na Medicina Humana e na Veterinária, sendo que sua aplicação no tratamento de micoses cutâneas em humanos e gatos se mostra como uma grande possibilidade terapêutica, principalmente em locais com grande incidência de animais de rua e com poucos recursos financeiros. As pesquisas em Biofotônica do CEPOF do IFSC/USP com fungos, como Cândida e Onicomicose, e seu grande sucesso em pesquisas animais, indica que a TFD para o tratamento da esporotricose será também um grande sucesso.
A Drª Hilde Buzzá relata, de forma sumária, como tem sido os trabalhos no laboratório: “De fato, fizemos a caracterização do crescimento do fungo nas suas duas formas - a encontrada no ambiente e a que está presente na lesão. Após isso, foram testados diferentes fotossensibilizadores e doses de luz para encontrar os melhores parâmetros para a eliminação desses microrganismos. Dessa forma, ao zerar as colônias ou reduzindo a quantidade de fungos, combinamos esse procedimento com o tratamento convencional - o antifúngico itraconazol - para reduzir o tempo de tratamento, usando a TFD tanto como terapia principal, como associada”. Os próximos passos da equipe de pesquisadores será testar os melhores parâmetros da TFD em modelos animais, com camundongos infectados.
Participam também deste trabalho a Drª Natalia Inada, Técnica de Nível Superior do IFSC/USP, e o mestrando Marco A. Tiburcio.
*Por: Rui Sintra - IFSC/USP
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