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Evento será transmitido pelo YouTube hoje

 

SÃO CARLOS/SP - Nesta quarta-feira, dia 23 de março, o Hospital Universitário da Universidade Federal de São Carlos (HU-UFSCar/Ebserh/MEC) promove o webinário "Introdução à saúde baseada em evidências". A atividade será transmitida pelo YouTube, a partir das 14h30, conduzida por Gerhard Luz da Paz Lauterbach, médico na especialidade de Clínica Médica do HU, com mediação de Tatiane Garcia do Carmo, farmacêutica do Hospital. O evento é voltado a profissionais, estudantes e docentes dos cursos da área da Saúde.
De acordo com Gerhard Lauterbach, a prática de saúde baseada em evidências significa buscar a melhor evidência científica para o problema do paciente, interpretá-la com crítica e, juntamente com os valores e preferências individuais do paciente, tomar a decisão de conduta compartilhada. "Diariamente, somos bombardeados com novas informações científicas. Precisamos nos treinar para poder filtrar essa avalanche de conhecimentos a fim de sempre melhorar a qualidade da atenção dada aos pacientes sob nossos cuidados", complementa.
Iniciativa conta com a participação de artistas e pensadores da África, Brasil e Portugal

 

SÃO CARLOS/SP - O projeto Alma - Antropofagia, literatura, modernismo e audiovisual - apresenta entre os meses de março e novembro uma série de seis conferências online. A iniciativa reúne escritores, cineastas, artistas e acadêmicos do Brasil, Portugal e Angola, que discutem temas relacionados ao processo colonial, à emergência de uma voz indígena no audiovisual contemporâneo e ao impacto da experiência modernista em diferentes territórios. A conferência, com o tema "Antropofagias para além da brasilidade", será proferida pelo escritor, poeta e jornalista angolano Aníbal João da Silva Melo, no dia 25 de março, às 15 horas (horário de Brasília). 
O Alma resulta de parceria entre o Laboratório de Estudos do Discurso (Labor) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar); o Centro de Investigação em Arte e Comunicação (CIAC) da Universidade do Algarve, em Portugal; a Universidade Estadual de Minas Gerais (UEMG); e o Polo Audiovisual da Zona da Mata. Confira a programação na íntegra neste documento (https://bit.ly/3t8Hjz5).
As conferências serão realizadas de forma remota no canal do CIAC no YouTube (www.youtube.com/user/CIACtube). Haverá inscrição prévia para os participantes que quiserem receber certificados; para isso, o formulário online será disponibilizado em breve. Dúvidas podem ser esclarecidas pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..
A programação foi pensada de modo a refletir sobre os sentidos contemporâneos da antropofagia. "O Manifesto Antropófago, publicado pelo escritor brasileiro Oswald de Andrade em 1928, constitui um dos mais potentes signos do modernismo literário brasileiro e uma práxis cultural presente nas artes e no pensamento crítico durante o século passado e com potenciais contribuições ao contemporâneo. É essa atualidade do pensamento antropofágico pensado para além do campo literário, como uma filosofia decolonial avant la lettre, que propomos desenvolver através de um ciclo de conferências que deve resultar na produção de uma coletânea de textos de pensadores e artistas de Brasil e Portugal", explicam os coordenadores do evento, os pesquisadores Miriam Tavares e Jorge Carrega (CIAC); César Piva (Polo Audiovisual da Zona da Mata); Vanice Sargentini, Daniel Laks e Pedro Henrique Varoni de Carvalho, docentes do Departamento de Letras (DL) da UFSCar; Rodolfo Magalhães, mestrando no Programa de Pós-Graduação em Linguística (PPGL) da UFSCar; e Cláudio Santos Rodrigues, da UEMG.
Segundo os pesquisadores, a transposição para o campo cultural do ritual tupinambá de devorar o inimigo, inspiradora do Manifesto, tornou-se potência criativa de manifestações culturais, num contexto de resistência à ditadura civil-militar imposta ao Brasil até meados dos anos 1980 e de intensificação dos fluxos midiáticos globalizados. A antropofagia ressurge no movimento tropicalista, deixa marcas no teatro, na literatura e no cinema. Ao mesmo tempo em que sugere uma síntese cultural própria a partir das trocas e da alteridade, desloca-se dos nacionalismos identitários presentes em certas marcas do modernismo brasileiro. O movimento se faz mais por um desejo antinarcísico pelo outro, conforme indicam as palavras de Oswald de Andrade: "só me interessa o que não é meu. Lei do homem. Lei do antropófago."
Interessados devem se inscrever entre 21 de março e 2 de maio

 

SÃO CARLOS/SP - O Programa de Pós-Graduação em Gestão da Clínica (PPGGC) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) divulgou edital de seleção para nova turma do curso de mestrado profissional. São ofertadas 24 vagas e as inscrições estarão abertas de 21 de março a 2 de maio.
O PPGGC tem como área de concentração a Gestão da Clínica e a linha de pesquisa é "Gestão do cuidado, trabalho e educação na saúde". Os objetivos do Programa são: contribuir para a solução de problemas de saúde da sociedade; promover o desenvolvimento de capacidades dos profissionais para atuação com as melhores práticas nas rotinas de trabalho; apoiar o exercício da educação em saúde; e ampliar parcerias entre universidade, serviços de saúde e comunidade para gerar conhecimentos importantes para o Sistema Único de Saúde (SUS).
O processo seletivo para o mestrado profissional é composto por avaliação do projeto de pesquisa; arguição do projeto de pesquisa; e análise de currículo. Das 24 vagas ofertadas, 18 são para ampla concorrência e outras seis são voltadas às ações afirmativas, sendo quatro para pessoas pretas e pardas, uma para indígenas e uma vaga para pessoas com deficiência. Os candidatos aprovados e matriculados iniciam as aulas em agosto.
As inscrições devem ser feitas com envio da documentação e preenchimento do formulário de inscrição (https://bit.ly/3KJIbjk), conforme descrito no edital (https://bit.ly/3CDgztw). Os detalhes da seleção estão no edital e outras informações sobre o PPGGC podem ser acessadas em www.gestaodaclinica.ufscar.br.
Equipe presta serviços à comunidade universitária e também ao público externo

 

ARARAS/SP - O Campus Araras da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) inaugurou o Laboratório de Microscopia e Caracterização de Materiais (LabMiCaM), um centro de equipamentos multiusuários que visa à caracterização e quantificação de materiais, com o objetivo de oferecer serviços à comunidade acadêmica e também ao público externo, por meio de análises de material biológico e de materiais. 
Além disso, o LabMiCaM tem a capacidade de formar recursos humanos e de gerar conhecimentos avançados nas áreas de Ciências dos Materiais e Biologia, a partir do entendimento de diversas técnicas relacionadas aos equipamentos disponíveis. 
Atualmente, o espaço conta com um estereomicroscópio com captura de imagens; um microscópio de luz com sistema de fluorescência; um microscópio de varredura com módulo ambiental e sistema de detecção EDS acoplados; e um espectrofotômetro de infravermelho com transformada de Fourier FTIR Tensor II - Bruker.
De acordo com os professores Buno Janegitz e Roberta Nocelli, ambos do Departamento de Ciências da Natureza, Matemática e Educação (DCNME-Ar) do Campus Araras da UFSCar e integrantes da equipe do LabMiCaM, essa nova estrutura "vai ajudar no entendimento de materiais com diversas finalidades e auxiliar a comunidade de Araras e região com serviços prestados com equipamentos de grande porte".
Também segundo os docentes, podem ser realizadas pesquisas relacionadas a qualquer caracterização de materiais sintéticos ou naturais que necessitem de um microscópio eletrônico de varredura, microscópio de fluorescência e espectroscopia de infravermelho com transformada de Fourier. "O laboratório está aberto a toda a comunidade, de dentro e fora da UFSCar, que necessite fazer caracterizações. Os preços são acessíveis e estão em nosso site [www.multiequipamentoscca.ufscar.br]", destacam os pesquisadores.
O LabMiCaM está localizado no Edifício CT Infra III do Centro de Ciências Agrárias (CCA) do Campus Araras da UFSCar. Mais informações podem ser encontradas no site www.multiequipamentoscca.ufscar.br e pelo Instagram @labmicam.

 

Estímulo à autonomia, empoderamento de famílias e acesso ao ensino regular são essenciais para melhora da qualidade de vida e fomento à inclusão

 

SÃO CARLOS/SP - No dia 21 de março, é celebrado o Dia Mundial da síndrome de Down, também chamada de Trissomia 21 (T21). A data faz alusão à presença de três cópias do cromossomo 21 nas pessoas com a síndrome.
Na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), pesquisas buscam respostas a demandas que surgem na prática e apontam três ações para melhora na qualidade de vida de pessoas com Trissomia 21, bem como no fomento à inclusão: estímulo à autonomia e à independência, empoderamento familiar e acesso ao ensino regular.
Márcia Duarte Galvani, docente no Departamento de Psicologia (DPsi) e líder do Grupo de Estudos e Pesquisas sobre a Escolarização da Pessoa com Deficiência (GEPEPD) da Universidade, trabalha com o tema há mais de 20 anos e conta que dois projetos de extensão desenvolvidos sob sua coordenação em parceria com o Instituto Conviva Down de Araraquara (SP) - "ABC da inclusão para crianças e adolescentes com síndrome de Down" e "O direito à participação social de jovens e adultos com síndrome de Down", voltados a pessoas com Trissomia 21, seus familiares e educadores - permitem a escuta sensível de suas necessidades cotidianas.
"Trabalhamos a identidade delas que, juntamente com seus familiares, trazem angústias; nós desenvolvemos os temas colocados em rodas de conversa e, em paralelo, realizamos estudos para entender mais sobre este universo. Pesquisa e extensão estão intimamente relacionadas", registra a docente.
Segundo a pesquisadora, a autonomia e a independência devem ser fortalecidas desde a infância, por meio de estímulo às habilidades físicas (movimentos do corpo), motoras (coordenação, segurar e manusear objetos) e sociais (empatia, autocontrole, falar e trabalhar em público, resolução de problemas).
Para isso, um primeiro passo é enxergar cada pessoa como única. "Nossos estudos (https://bit.ly/3COQ7x2) apontam que há habilidades sociais que precisam ser mais ou menos aperfeiçoadas, não podendo generalizá-las. O ideal é detectar as dificuldades individuais e trabalhá-las, sempre com novos incentivos."
Um exemplo de preocupação, ainda na idade infantil, foi relatado por mães: há filhos que não seguram corretamente o lápis ou a tesoura. "Passamos a trabalhar essas habilidades motoras para que eles utilizem os objetos sozinhos; somente a partir deste passo é possível avançar com a alfabetização", relata Galvani.
Assim, os projetos de extensão também promovem atividades lúdicas, exercícios de motricidade, estímulo à identidade e a atividades sociais - estas últimas, para os adultos, envolvendo conhecer pessoas, buscar interações e práticas de lazer.
No que tange à socialização, como poucas pessoas com Trissomia 21 chegam ao Ensino Superior - seja por falta de ensino adequado ou de oportunidades -, há uma tendência ao isolamento. "Sem círculo social, não há encorajamento à independência, e o excesso de proteção familiar pode intensificar ainda mais este cenário", analisa a docente da UFSCar.
Ela exemplifica: "As escolhas precisam partir destas pessoas; ir para bares e restaurantes que as agradam, escolher o que comer, ter uma carteira para colocar o dinheiro, pagar a conta, ou seja, dar oportunidades. São ações que promovemos no grupo e que geram resultados positivos; elas devem ser criadas também por familiares e professores de forma contínua".
Interessados devem se inscrever até o dia 30 de abril

 

SÃO CARLOS/SP - O Departamento de Ciências da Natureza, Matemática e Educação (DCNME-Ar), do Campus Araras da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), está oferecendo uma bolsa de pós-doutorado vinculada ao Projeto Temático - Fapesp (processo 2017/21097-3) intitulado "Interações abelha-agricultura: perspectivas para a utilização sustentável". O projeto, que conta com o professor Bruno Campos Janegitz, do DCNME-Ar, como um dos pesquisadores principais, pretende desenvolver e avaliar a detecção de agrotóxicos e peróxido de hidrogênio em mel, utilizando sensores eletroquímicos à base de filmes finos nanoestruturados produzidos a partir de cera de abelhas.
O pós-doutorando deverá atuar no desenvolvimento de sensores utilizando materiais nanoestruturados como grafeno, negro de fumo e nanotubos de carbono para a determinação de agrotóxicos e peróxido de hidrogênio em amostras de mel. Os requisitos para os candidatos são: conhecimento de técnicas de análise morfológico-estrutural; conhecimento de técnicas voltamétricas para fins analíticos; disponibilidade imediata para residir em Araras (SP); e ter concluído o doutorado há menos de cinco anos.
Pesquisa é feita pela parceria entre UFSCar e UFSC e também vai analisar a participação desse público nas atividades em casa

 

SÃO CARLOS/SP - Uma parceria entre as universidades federais de São Carlos (UFSCar) e de Santa Catarina (UFSC) está realizando uma pesquisa que pretende analisar o impacto, as reações e as preocupações que a pandemia da Covid-19 teve na vida e nos sentimentos dos cuidadores e das crianças e adolescentes com alterações neuromotoras. O estudo vai verificar também como essas crianças e jovens têm participado das atividades em casa nesse período de distanciamento social.
De acordo com os pesquisadores, todo o contexto da pandemia pode trazer níveis aumentados de estresse e sobrecarga para pais e/ou responsáveis pelo cuidado desse público, além da falta dos serviços de saúde e da comunidade que foram interrompidos durante a pandemia. "Além disso, a pandemia pode ter afetado a participação de crianças e adolescentes em atividades da casa, com aumento do estresse por não poderem sair e com a falta de socialização com amigos e familiares", complementam os pesquisadores.
Diante disso, a pesquisa é importante para entender de que forma a pandemia afetou o dia a dia dessas famílias, se trouxe aumento de sobrecarga por parte dos cuidadores e um aumento de sentimentos negativos para eles e para essas crianças e adolescentes.
A equipe de pesquisa aponta que a "expectativa do estudo é encontrar alta porcentagem de preocupações dos cuidadores e das crianças e adolescentes referentes à pandemia, a cuidados com a saúde em geral e com a reabilitação, ainda que essas preocupações tenham sido maiores no início da pandemia do que agora".
Para realizar o estudo, estão sendo convidados pais e/ou responsáveis pelo cuidado de crianças e adolescentes (até 17 anos) que tenham alterações neuromotoras. Os participantes apenas responderão questionários eletrônicos. Interessados devem entrar em contato, até março, com a pesquisadora Rafaela Silveira Passamani pelo telefone (55) 9659-6998. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisas com Seres Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina (CAAE: 51536621.5.1001.0121).

SÃO CARLOS/SP - Entre os dias 21 e 25 de março, o Departamento de Gerontologia (DGero) e o projeto de extensão "Compromisso Social" da UFSCar realizam a Semana do Gerontólogo, cuja data é celebrada em 24 de março. A atividade vai promover conversas online com profissionais e especialistas da área que abordarão temas sobre graduação, estágios, especializações e atuações em Gerontologia. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até 20 de março.

No dia 21/3, as convidadas da Semana são Karina Gramani Say, docente do DGero, e a gerontóloga Loren Bettoni; no dia 23/3, o bate-papo é com Natália Oiring, professora do DGero, e a gerontóloga Paula Brum. No dia 24/3, participam Natália Casonato e Lucas Pelegrini, gerontólogos formados pela UFSCar. No dia 25/3, os temas serão apresentados pelas gerontólogas Julia Palombo e Ludmyla Souza, também graduadas na UFSCar.

SÃO CARLOS/SP - As perdas e desperdícios agroalimentares gerados em volumes maciços a partir de operações e consumo agroindustriais poderiam ser transformados em diversos produtos de alto valor agregado, como bioplásticos e materiais avançados, para movimentar a chamada bioeconomia circular. É o que aponta um estudo realizado por pesquisadores da Embrapa, Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), e de instituições da Finlândia, Áustria e Canadá.

Parte da biomassa dos resíduos agroalimentares (FLW, sigla em inglês para food loss and waste) é atualmente reaproveitada, mas geralmente para aplicações de baixo valor agregado, como alimentação para o gado. Isso pode ser considerado uma subutilização, já que a versatilidade dos FLW permite a sua reutilização para produção de materiais avançados, com potencial de aplicação em dispositivos biomédicos, sensores, atuadores e dispositivos de conversão e armazenamento de energia.

O estudo ressalta a importância dos resíduos agroalimentares para o mercado de embalagens, principalmente, de alimentos, para o qual é bastante promissor, devido ao crescimento contínuo do setor, acompanhando a demanda cada vez maior por alimentos de conveniência e o aumento da população urbana.

De linear para circular

De acordo com os pesquisadores, a bioeconomia é baseada na transformação de recursos renováveis em produtos finais, incluindo materiais. No entanto, a economia circular propõe a transformação da atual cadeia de abastecimento linear (“pegue, faça, use, descarte”) em um modelo circular (“pegue, faça, use, recicle”), focado na otimização da eficiência de recursos e processos por meio da reutilização e dos diferentes tipos de reciclagem de produtos.

Eles acreditam que isso possibilitaria um ciclo cada vez mais perto de ser fechado, conduzindo a um sistema idealmente livre de resíduos e, assim, contrabalançar as deficiências socioeconômicas e ambientais existentes no modelo linear atual.

Para o engenheiro de materiais da Embrapa Instrumentação (São Carlos – SP), Daniel Souza Corrêa, um dos autores do estudo, os FLW representam desperdício de recursos, incluindo água, trabalho e energia usados para produzir alimentos.

Os três eixos, que compreendem o nexus água-energia-alimento, exigem uso mais eficiente, equitativo e adequado frente ao possível esgotamento de recursos do ecossistema de produção. Até pouco tempo água-energia e alimentos eram gerenciados de forma independente, mas em emergente abordagem, passaram a ser tratados de forma conectada.

O conceito nexus - palavra de origem latina – vem demandando integração entre os três elementos, uso racional e governança de diferentes setores, considerando que o uso em excesso de uma das variáveis causa perda de outra e, consequentemente, nas cadeias de produção.

“Além disso, os resíduos agroalimentares contribuem para agravar o cenário das mudanças climáticas, com o aumento dos gases de efeito estufa (GEE). O gás metano, por exemplo, principal contribuinte para a formação do ozônio, é liberado durante a decomposição de matéria orgânica (como restos de alimentos encontrados em lixões e aterros”, diz o pesquisador.

Geração de bioplástico

O estudo “O nexus alimentos-materiais: bioplásticos de próxima geração e materiais avançados de resíduos agroalimentares”, foi publicado em 2021, na edição 43 na contracapa da Advanced Materials. A revista é uma das de maior impacto na área. No artigo, os cientistas avaliaram os avanços recentes na valorização dos FLW.

Além disso, exploraram aspectos de sustentabilidade associados às demandas de fabricação de materiais e dispositivos avançados e funcionais, bem como os desafios e estratégias para obter bioplásticos a partir desses resíduos agroalimentares.

Entre as aplicações apontadas está a transformação de perdas e resíduos agroalimentares em materiais “verdes”, uma opção emergente que utiliza biomassa residual e fluxos secundários da cadeia de abastecimento alimentar.

O professor do Departamento de Engenharia de Materiais da UFSCar, Caio Otoni, primeiro autor do estudo, explica que a maioria dos bioplásticos atuais é de primeira geração, ou seja, produzidos a partir de plantas ricas em carboidratos ou proteínas que, pelo menos em alguns casos, poderiam ser usados como alimento ou ração animal. Entre elas, destacam-se milho, cana-de-açúcar, soja, trigo e batata, o que leva a divergências em torno de aplicações alimentares e não alimentares.

Por outro lado, o pesquisador diz que os bioplásticos de segunda geração são derivados de matérias-primas que não se destinam ao uso alimentar, incluindo celulose de madeira e FLW. Uma terceira geração de bioplásticos, ainda em desenvolvimento, envolve a produção direta de plásticos, ou seus blocos de construção, a partir de organismos vivos.

“Portanto, a utilização de resíduos agroalimentares (FLW) para obter materiais é compatível com os bioplásticos de segunda e terceira gerações, representando uma alternativa sustentável para as estratégias atuais de produção massiva de plásticos, sobremaneira os ditos de uso único”, avalia Otoni.

De acordo com a Associação Brasileira das Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, o Brasil produz quase 37 milhões de toneladas de lixo orgânico anualmente, mas apenas 1% do que é descartado é reaproveitado. O lixo orgânico não tratado gera gás metano, nocivo à atmosfera, quando entra em decomposição nos aterros sanitários.

Desafio Global

A perda e o desperdício de alimentos são considerados um problema generalizado em todo o globo, um desafio à segurança alimentar, à economia e à sustentabilidade ambiental.

Reduzir o desperdício alimentar global per capita é uma das metas dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU), que tem como meta diminuir em 50% os FLW até 2030 (a meta foi definida em 2015).

De acordo com o estudo global Food Waste Index, divulgado em março do ano passado, a estimativa é de que 931 milhões de toneladas de alimentos, ou 17% do total de alimentos disponíveis para os consumidores em 2019, foram despejados por residências, varejos, restaurantes e outros serviços de alimentação.

Iniciativas promissoras

Na Embrapa Instrumentação, pesquisas para aproveitamento de subprodutos agroalimentares já vêm sendo realizadas há mais de duas décadas, frequentemente em parceria com grupos da UFSCar, de outras unidades da Embrapa, entre elas, a Embrapa Agroindústria Tropical, e de outras instituições do Brasil e do exterior, como o Departamento de Agricultura dos EUA, o USDA.

Segundo a engenheira de alimentos da Embrapa, Henriette M. C. Azeredo, coautora do estudo, além do reaproveitamento de subprodutos ou resíduos, existem casos em que se utilizam as partes comestíveis dos alimentos para a produção de materiais, neste caso, materiais comestíveis. Um exemplo são os filmes comestíveis à base de frutas, hortaliças e legumes.

Estas películas finas têm potencial para servir como embalagem primária e embalar de pizzas a sushi e, a depender da formulação, podem apresentar características físicas semelhante aos plásticos convencionais, como resistência mecânica e capacidade de barreira, além de igual capacidade de proteção dos alimentos. Esta linha de pesquisa, iniciada na Embrapa pelo pesquisador Luiz Henrique Capparelli Mattoso, pode ajudar a reduzir o desperdício de alimentos.

O uso de embalagens comestíveis é fundamental para a proteção dos alimentos, para evitar agentes de deterioração, danos mecânicos, desidratação, entre outros. Assim, o principal objetivo deve ser a minimização de FLW com o uso de materiais de longa duração, considerando a circularidade e a persistência dos recursos naturais dentro do ciclo econômico.

Barreiras ao uso

No entanto, os custos econômicos e diferenças de desempenho permanecem como barreiras importantes para o uso dos resíduos agroalimentares. Azeredo diz que, embora mais vantajoso do ponto de vista ambiental, a maioria dos bioplásticos tem desempenho inferior nas suas propriedades, comparados aos plásticos convencionais.

“Além de apresentarem desafios na processabilidade, requerendo adaptações de engenharia ou novos métodos, esses materiais geralmente têm propriedades mecânicas e de barreira inferiores aos dos plásticos convencionais. Estes são desafios a serem enfrentados com pesquisa e criatividade. Por outro lado, os materiais derivados de alimentos podem ter propriedades funcionais (como antimicrobianas e antioxidantes, por exemplo) que não são apresentadas pelos plásticos convencionais”, afirma a engenheira de alimentos.

Azeredo explica que a composição química complexa e heterogênea da biomassa derivada dos resíduos agroalimentares é um desafio, mas também pode oferecer grandes oportunidades, por exemplo, se táticas de fracionamento apropriadas forem aplicadas.

Bruno Dufau Mattos, pesquisador da Universidade de Aalto, na Finlândia, e coautor do trabalho, complementa que as estratégias de última geração usadas para reciclar FLW em materiais multifuncionais e avançados dependem da desconstrução e remontagem, síntese e engenharia de blocos de construção monoméricos, poliméricos e coloidais derivados de resíduos agroalimentares.

Azeredo enfatiza, no entanto, que os bioplásticos representam apenas uma pequena fração, cerca de 1% da produção total de plásticos. A principal aplicação são as embalagens, mais de 53%, o que representou 1,14 milhão de toneladas em 2019.

Para a pesquisadora, os bioplásticos poderiam substituir contrapartes tradicionais não renováveis ou criar soluções para os desafios tecnológicos atuais, melhorando assim os aspectos de sustentabilidade e circularidade da fabricação de materiais. 

Comunidade externa pode se inscrever em cursos de Libras e Português para Estrangeiros

 

SÃO CARLOS/SP - O Instituto de Línguas (IL) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) recebe, de 14 a 17 de março, inscrições para cursos de Inglês, Espanhol, Língua Brasileira de Sinais (Libras) e Português para Estrangeiros, na modalidade online.
Os cursos de Inglês e Espanhol são destinados apenas à comunidade interna da UFSCar (alunos, professores e técnico-administrativos). Os cursos de Libras e Português para Estrangeiros podem ser solicitados também pela comunidade externa da Universidade.

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