Estudo insere-se nos ODS da “Agenda 2030” da ONU
SÃO CARLOS/SP - Tendo como cenário apenas o Brasil - ou seja, não contando com o resto do mundo -, estima-se que cerca de 40% da produção de frutas e verduras sejam irremediavelmente perdidos no campo, enquanto que no processo de comercialização do produto restante, a partir do momento da compra de qualquer desses produtos, o consumidor se confronta com uma rápida deterioração dos alimentos. Estas são duas infelizes realidades que estão diretamente ligadas aos propósitos da “Agenda 2030” da ONU, em seus Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) - campo 12 - Consumo e produção responsáveis: assegurar padrões de produção e consumo sustentáveis. Ou seja, uma produção e consumo de alimentos que se processem de forma responsável, reduzindo o desperdício e as perdas.
E, foi isso que levou pesquisadores do Instituto de Química de São Carlos (IQSC/USP) e do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) a se juntarem em uma pesquisa que tem como objetivo contrariar essa realidade, através do desenvolvimento de um filme polimérico que proteja e prolongue a vida de frutas e hortaliças, tendo sido escolhido como modelo o morango, atendendo a que essa fruta é altamente perecível.
A pesquisa inicial tem sido desenvolvida pelo docente e pesquisador do IQSC/USP, Prof. Stanislau Bogusz Junior e pela doutoranda Mirella Romanelli Vicente Bertolo, um trabalho que já dura há cerca de quatro anos. O pesquisador confirma que, se houver boas condições de produção, de colheita e armazenamento, o morango resfriado pode durar em média três ou quatro dias, no máximo, sendo que após esse período ele começa a criar fungos e isso leva a perdas em todos os níveis. Foi a partir desse exemplo que os pesquisadores se lançaram no trabalho de desenvolver algo que protegesse e prolongasse a vida útil dos alimentos. “Inserido na área de química dos alimentos, o que nós estamos fazendo é tentar entender qual a vida útil dessa fruta na prateleira, com o foco de interferir nesse processo para que ela possa durar muito mais tempo, diminuindo assim as perdas”, sublinha o pesquisador.
Extrato de casca de romã
Produzir novos materiais para essa finalidade é o foco principal, sendo que neste caso concreto os filmes poliméricos se apresentam como uma solução muito viável, já que são completamente diferentes daqueles que são fabricados com plástico e que são obtidos através dos derivados do petróleo e que geram uma série de contaminações a nível ambiental. “Utilizamos compostos naturais à base de quitosana e gelatina, um polissacarídeo e uma proteína -, e com esses materiais preparamos os citados filmes. Esses materiais formam uma película invisível sobre cada fruta, como se você a embalasse individualmente, sendo que essa espécie de “barreira” vai impedir que micro-organismos entrem em contato com a fruta, ou com a hortaliça, impedindo, também, que se desenvolvam aqueles que já existem nesses produtos. Para que esse processo tivesse sucesso, adicionamos extratos naturais que têm propriedades preservativas, conservantes e que promovem um prolongamento da vida útil do alimento, neste caso, do morango. Para termos condições de produção e de consumo responsáveis, utilizamos extratos de resíduos agroindustriais, sendo que neste caso concreto do morango utilizamos um extrato de casca de romã. A romã tem cerca de 40%-50% de seu peso constituído pela casca, sendo que quando essa fruta é consumida o destino dela é o lixo, para reciclagem”, esclarece o pesquisador.
Ao obter esse extrato natural da casca de romã, os pesquisadores incorporaram-no nos filmes - que neste caso são feitos à base de gelatina e quitosana. Como estes filmes se baseiam em produtos naturais e comestíveis, o consumidor ingere o morango junto com o filme.
Artigos científicos e a participação do IFSC/USP na pesquisa
No andamento deste projeto, os pesquisadores decidiram convidar o docente e pesquisador do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), Prof. Vanderlei Bagnato, e o pós-doutorando Lucas Dias, para integrarem as pesquisas através de estudos e testes na aplicação de luz laser sobre o filme, algo que aumentou as propriedades conservantes do material.
Ao todo, já foram publicados dois trabalhos científicos sobre este estudo, estando em fase de publicação um terceiro artigo. “Na verdade, os dois artigos já publicados e o terceiro em fase de publicação se complementam em todo este projeto. O primeiro artigo, onde o pós-doutorando do IFSC/USP, Lucas Dias, é o primeiro autor, é um estudo comparativo que utiliza a curcumina e o extrato de casca de romã, com aplicação de luz laser. Esse estudo levou em consideração que esses compostos e essa aplicação são eficazes e são elementos agregadores contra o crescimento bacteriano, podendo ser aplicados com muita eficácia nas áreas médica e alimentar”, sublinha Mirella Bertolo. O segundo artigo, que tem a pesquisadora como primeira autora, é um estudo de desenvolvimento e caracterização de filmes apenas para a área de alimentos, enquanto que o terceiro artigo, ainda em fase de conclusão, demonstra os efeitos da combinação dos filmes de quitosana, gelatina e extrato de casca de romã com a aplicação de luz nos morangos revestidos. “Na literatura científica existem inúmeros estudos que relatam os benefícios dos compostos fenólicos, principalmente no que se refere à casca de romã, mas são poucos os trabalhos que combinam a potencialidade desses extratos com a aplicação de luz para a segurança alimentar, o que é muito estimulante para este nosso estudo”, comemora Mirella.
Para o Prof. Vanderlei Salvador Bagnato, Coordenador do Centro de Pesquisa em Óptica e Fotônica (CEPOF), alocado no IFSC/USP, a meta de se combaterem as perdas e os desperdícios alimentares é algo que constitui uma prioridade. “De fato, além das perdas que se verificam na produção, no campo, e que acontecem pelas mais variadas razões - colheita deficiente, transporte inadequado, etc., as frutas deterioram-se rapidamente, principalmente graças à ação de fungos e micro-organismos. Além disso, a maioria das frutas não consegue atingir um tempo de espera razoável nas prateleiras, já que, quando embaladas, ou seja, em micro-ambientes fechados, elas estão sujeitas ao aparecimento de micro-organismos, que as destroem”, elucida o pesquisador.
O CEPOF começou já há algum tempo uma linha de pesquisa que tem o objetivo de desenvolver um “spray” que é jogado sobre as frutas, sendo que a própria luz ambiente realiza uma foto-reação evitando a formação de colônias bacterianas. “O Instituto de Química de São Carlos (IQSC/USP) usou, nesta pesquisa, uma molécula diferente daquela que usamos em nossos trabalhos, já que ela só age com a ação da luz - ação fotodinâmica, destruindo os micro-organismos. O IQSC/USP utilizou compostos extraídos da casca da romã e aí nós participamos com a realização de diversos testes e ensaios nos nossos laboratórios, validando o processo. O que verificamos foi que a película protetora à base de quitosana, gelatina e extrato de casca de romã, além de ser eficaz no combate aos fungos e micro-organismos no morango, também é eficaz com a ação da luz, algo que é bastante positivo no contexto da pesquisa”, enfatiza Bagnato, acrescentando que “(...) colaborar com os colegas do IQSC/USP é algo extremamente importante e muito saudável. A interação destes dois Institutos, que têm, neste caso específico, um mesmo interesse e objetivo - o combate ao desperdício e à perda de alimentos -, é deveras muito importante, o que confirma o fato deles estarem entre as Unidades mais produtivas da Universidade de São Paulo.
Casca de romã e morangos - um sistema modelo
A romã foi escolhida e investigada como um sistema modelo, sendo que os estudos também poderiam ser realizados com extratos obtidos de outras frutas. “O que fizemos com a romã poderá ser executado com casca de laranja e, nesse caso, é óbvio que as propriedades seriam diferentes, e é claro também que em vez de termos utilizado o morango poderíamos ter utilizado outra fruta ou uma hortaliça. Contudo, o morango é, como foi já sublinhado, muito sensível, e por isso ele foi selecionado para esta nossa pesquisa”, pontua Stanislau Bogusz.
Outra curiosidade relativa a esta pesquisa foi o fato de os pesquisadores terem realizado testes sensoriais utilizando metodologias analíticas, tendo, dentro desse contexto, convidado dezoito pessoas treinadas para serem provadores dos morangos com o recobrimento do filme e sem recobrimento. “O resultado foi muito bom, atendendo a que nenhuma dessas dezoito pessoas conseguiu encontrar diferenças do ponto de vista sensorial, ou seja, no paladar. Isso é ótimo porque indica que com este procedimento o consumidor não irá rejeitar o produto que está coberto com o filme, pois ele terá cheiro e paladar iguais, sem que seja detectado visualmente. O que se espera é que este biofilme possa ser adotado em outras frutas, hortaliças, etc.”, finaliza o pesquisador.
Com uma patente já depositada (Número do registro: BR10202102640, título: "Composições poliméricas com propriedades antioxidantes e antimicrobianas para revestimento de frutas, método de preparação do revestimento e seu uso") e com cerca de 90% do trabalho de pesquisa concluído, existe a grande probabilidade deste biofilme poder entrar brevemente no mercado e ser comercializado a um preço muito baixo, bastando, para isso, haver interesse dos investidores.
Esta pesquisa teve o apoio da FAPESP, através dos seguintes processos: (2019/18748-8) Composição química de morangos recobertos com biofilmes a base de extratos de casca de romã, quitosana e gelatina / (2022/04977-8) Associação de resíduos agroindustriais na formulação de revestimentos ativos de quitosana e gelatina: valorização de extratos de romã e casca de amêndoa como fontes de compostos fenólicos.
SÃO CARLOS/SP - Cientistas da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) desenvolveram uma nova rota para obtenção de ácido glicônico que pode facilitar a produção nacional desta matéria-prima importante em diferentes indústrias, desde a alimentícia (como regulador de acidez) e a farmacêutica (como fonte para suplementação de cálcio e ferro) até a construção civil (como aditivo de concreto) e de produtos de limpeza, dentre outras. A tecnologia desenvolvida e testada por grupo vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia Química (PPGEQ) da UFSCar resulta na conversão de amido solúvel - de milho, batata, mandioca e outros - em ácido glicônico e sais derivados, em etapa única e com elevados rendimentos.
As duas técnicas mais utilizadas para a produção do ácido glicônico e sais derivados são a utilização de enzimas comerciais isoladas e purificadas e, principalmente, cultivos aeróbios utilizando o fungo Aspergillus niger.
O que o grupo da UFSCar desenvolveu foi um sistema em que as células do A. niger, em condição de não crescimento (células inteiras inativas), atuam como biocatalisadores, associadas, em um biorreator pneumático, a enzimas comerciais amilolíticas (α-amilase e amiloglucosidase). Assim, é dispensada a necessidade de suplementação do meio com nutrientes - para manutenção da viabilidade do fungo - e, também, de condições rigorosas de assepsia exigidas nos cultivos já empregados industrialmente. Também deixam de ser necessárias as etapas de isolamento e purificação das enzimas naturalmente presentes na parede celular do A. niger (enzimas glicose oxidase e catalase), o que contribui na redução de custos do processo com insumos.
"Até onde temos informações, o ácido glicônico usado na indústria brasileira é majoritariamente importado, e há interesse na produção nacional", esclarece Emanoela F. Queiroz Pucci, doutoranda no PPGEQ, cuja pesquisa resultou na nova tecnologia. "Para essa aplicação em escala industrial, precisamos agora de parcerias com o setor industrial, por exemplo com indústrias de processamento de amiláceos, ou indústrias que já utilizem o fungo A. niger, para promover o escalonamento da tecnologia desenvolvida em laboratório", complementa.
A tecnologia está registrada junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial, e empresas interessadas no licenciamento para desenvolvimento dessa parceria podem entrar em contato com a Agência de Inovação da UFSCar, pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou pelo telefone (16) 3351-9040. Além de Pucci, são inventores listados na solicitação de patente Alberto Colli Badino Junior e Paulo Waldir Tardioli, ambos docentes no Departamento de Engenharia Química da UFSCar.
A pesquisa teve apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).
SÃO CARLOS/SP - O envelhecimento populacional é um fenômeno de dimensão mundial, relativo ao aumento da população acima de 60 anos de idade, comparada aos outros segmentos etários, ocasionando alterações na estrutura da pirâmide etária. No processo de envelhecimento, o avanço da idade pode acarretar o declínio das funções cognitivas, em particular, funções como raciocínio, velocidade do processamento de informações, controle inibitório, atenção, memória operacional e episódica. É nesse contexto que uma pesquisa de doutorado, realizada pela parceria entre a Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (FMRP-USP), está buscando voluntários para avaliar os efeitos da administração aguda de Modafinil na cognição e na aprendizagem de idosos saudáveis.
De acordo com Ana Julia de Lima Bomfim, doutoranda responsável pela pesquisa, o Modafinil é um nootrópico, medicamento estimulante que promove o estado de vigília. No Brasil, o Modafinil foi aprovado para comercialização pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) no ano de 2014. Atualmente, devido à sua eficácia clínica, o uso do Modafinil também vem sendo investigado em uma série de condições médicas e psiquiátricas, em especial, no tratamento da fadiga e sonolência associadas à depressão, ao Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e à esquizofrenia.
Bomfim relata que já há estudos com resultados que indicam que o Modafinil pode agir especificamente para melhorar os mecanismos de aprendizagem, visto que o desempenho cognitivo dos participantes melhorou significativamente. "As investigações que visam explorar o uso de nootrópicos para potencializar os desempenhos cognitivos de indivíduos saudáveis têm se expandido, entretanto, poucos estudos têm como objetivo analisar essa relação em idosos", explica a doutoranda. A pesquisa é realizada no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Saúde Mental e Cognição da FMRP-USP, sob orientação de Marcos Hortes Chagas. A coorientação do estudo é de Letícia Pimenta Costa-Guarisco, docente do Departamento de Gerontologia (DGero) da UFSCar, onde serão realizados os encontros com os voluntários.
Como o declínio cognitivo pode ocorrer ao longo do envelhecimento, a prevenção desse quadro é importante para garantir um envelhecer com qualidade de vida e autonomia para a população. Bomfim explica que diversas abordagens farmacológicas e não-farmacológicas estão sendo investigadas, com o intuito de retardar ou minimizar os prejuízos cognitivos relacionados à idade. "Considerando que a administração de substâncias nootrópicas pode influenciar nas habilidades cognitivas e potencialização da aprendizagem, o presente estudo buscará entender o papel do Modafinil no desempenho cognitivo e aprendizagem em idosos", acrescenta a pesquisadora no que se refere à importância da atual pesquisa.
Voluntários
Para desenvolver a pesquisa, estão sendo convidados voluntários, homens ou mulheres, a partir de 60 anos de idade, que não tenham diagnóstico de Alzheimer e que tenham disponibilidade para participar de três encontros presenciais no DGero da UFSCar. Os voluntários passarão por três diferentes testes - avaliação da aprendizagem, das funções cognitivas e da velocidade e eficiência do indivíduo.
Pessoas interessadas em participar podem entrar em contato com a pesquisadora pelo telefone/WhatsApp (16) 99721-2482 ou pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 29341420.3.0000.5504).
SÃO CARLOS/SP - O Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) está selecionando pacientes com problemas vasculares (Doença Vascular Crônica), para participarem de um projeto de pesquisa que envolve uma nova tecnologia que poderá proporcionar uma melhora nos sintomas dessa enfermidade, como, por exemplo, cansaço nas pernas, sensação de formigamento, podendo, inclusive, prevenir o aparecimento de úlceras venosas por um período após o tratamento.
Para participar desse projeto os voluntários - homens ou mulheres - precisam ter idade entre 50 e 85 anos, com diagnóstico de Doença Venosa Crônica.
Não poderão participar desse projeto pessoas com histórico de doenças cardiovasculares, diabéticos, fumantes, com histórico oncológico, que apresentem Doença Arterial Periférica ou com úlcera venosa aberta.
Para participar deste projeto, os interessados deverão entrar em contato com a Unidade de Terapia Fotodinâmica. Telefone: (16) 35091351.
SÃO CARLOS/SP - Gerenciar o dia a dia de forma eficaz, dividindo o tempo entre a a profissão, família e atividades pessoais. Ao acrescentarmos a maternidade como o principal vetor dentro do triângulo acima citado, este é, cada vez mais, o atual perfil da mulher moderna, contrastando com o que ocorria no passado, onde, tradicionalmente, a maioria das mulheres estava unicamente vinculada ao papel de donas de casas e de mães em tempo integral. Esse papel ativo da mulher moderna, conquistado até agora com muitas lutas, deverá ser sempre um motivo de respeito e de reconhecimento a esse novo perfil feminino que necessita ser devidamente ampliado, defendido e enaltecido, inclusive na ciência.
Nesse âmbito, a Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação da Universidade de São Paulo (PRPI-USP) lançou em junho do corrente ano o “Prêmio USP Mães Pesquisadoras - 2022”, com o objetivo de reconhecer a excelência da produção acadêmica de mães pesquisadoras da USP, adotivas ou biológicas de criança(s) de até 12 anos de idade ou de filho(a) com deficiência sem limite de idade. Dividido nas categorias, Docentes, Pós-Doutorandas, Pós-Graduandas e Graduandas, o prêmio é uma forma de a Universidade de São Paulo reconhecer o essencial trabalho nos cuidados com a infância, requerendo, para isso, muitas horas de dedicação e esforço, e que impactam as oportunidades acadêmicas e a progressão na carreira, na maioria das vezes realizado pelas mães pesquisadoras. Refira-se que este prêmio também considerou inscrições de pesquisadores homens ou LGBTQIA+ que comprovaram ser cuidadores exclusivos dos filhos (pai solo).
Pesquisadora do IFSC/USP conquista prêmio na categoria “Pós-Doutorandas”
A pós-doutoranda, Natália Noronha Ferreira Naddeo (35), pesquisadora no Grupo de Nanomedicina e Nanotoxicologia do Instituto de Física de São Carlos (GNano-IFSC/USP), coordenado pelo Prof. Valtencir Zucolotto, concorreu ao “Prêmio USP Mães Pesquisadoras - 2022”, tendo vencido na categoria “Pós-Doutorandas”. Natália, casada, residente em Araraquara e neste momento grávida de sua segunda filha, pontua que seu cotidiano é bastante ativo, começando com as habituais rotinas do lar, seguindo-se o trabalho minucioso e intenso no laboratório do GNano, e terminando a jornada com os afazeres de mãe, onde o amor, a tranquilidade e a harmonia estão sempre em primeiro lugar, equilibrando tudo o resto. “Penso que, com a maternidade, me tornei mais resiliente, mais paciente e calma no meu trabalho, no laboratório. Fiquei mais persistente nas minhas pesquisas pela busca de algo que virá contribuir para a saúde pública, para o bem estar da sociedade. Ser mãe mudou totalmente a minha perspectiva, já que antes eu era muito ansiosa, ficava muito frustrada com os resultados negativos de minhas pesquisas. Após a maternidade, tudo isso mudou: agora, cada resultado negativo traz a vontade de buscar novas soluções, de começar tudo do zero com muita tranquilidade em busca daquilo que pretendo”, sublinha a pesquisadora.
A carreira científica
Graduada em farmácia, com mestrado e doutorado concluídos na UNESP de Araraquara, desde cedo Natália Naddeo se dedicou às pesquisas e desenvolvimento de fármacos e medicamentos integrados na área de Nanotecnologia, tendo escolhido o GNano para realizar o seu pós-doutorado, na vertente de “drug delivery”. Seu foco está concentrado no desenvolvimento de uma nova terapia para tratamento do câncer no cérebro (Glioblastoma) - um tumor maligno de crescimento rápido. Esta nova terapia está sendo testada através de uma abordagem nasal, tendo em vistas que o tratamento atualmente utilizado para esse tipo de câncer é realizado por via oral, por meio de um fármaco que possui uma boa capacidade para transpor barreiras na massa encefálica, podendo assim chegar ao tumor. Contudo, existe um problema com essa terapia. “De fato, a forma ativa desse fármaco tem uma vida ativa muito curta, ou seja, ele é metabolizado rapidamente, o que significa dizer que os pacientes com esse tipo de câncer têm que ingerir altas doses desse fármaco para que uma ínfima parcela dele possa chegar ao tumor”, sublinha Natália. Segundo a pesquisadora, a via nasal possui conexões diretas com o cérebro, sendo que essa mesma via está sendo explorada para o tratamento de várias doenças que acometem o sistema nervoso central. “Embora essa via apresente vários desafios, que estão sendo estudados, o certo é que ela se apresenta muito promissora. Estamos desenvolvendo pesquisas “in vitro”, mas brevemente iniciaremos as pesquisas “in vivo””, comemora a pesquisadora.
Natália Naddeo recebeu o prêmio no dia 03 de novembro, em sessão realizada na USP, em São Paulo. Na candidatura a este prêmio, a pesquisadora apresentou um vídeo onde explica, de forma simples, os fundamentos de sua pesquisa, podendo ser acessado neste link - https://youtu.be/SU0vAdPDUdo
Este ano, o “Prêmio USP Mães Pesquisadoras - 2022” foi dedicado às áreas de Ciências Biológicas e da Saúde, sendo que em 2023 o mesmo prêmio irá abranger as áreas de Ciências Humanas, Sociais Aplicadas, Linguística, Letras e Artes.
SÃO PAULO/SP - O Instituto Paraná divulgou neste sábado (29) uma nova pesquisa sobre a disputa presidencial.
No levantamento, Lula aparece com 50,4% dos votos válidos, contra 49,6% do presidente Jair Bolsonaro. A margem de erro é de 2 pontos percentuais.
Na consulta anterior, divulgada em 25 de outubro, o petista tinha 50,2% contra 49,8% do presidente da República.
Registrado no TSE com o número BR-09573/2022, o levantamento ouviu 2.400 eleitores, em 166 municípios brasileiros, entre os dias 26 e 28 de outubro.
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