Conclusão está em estudo com coautoria de professor da UFSCar
SÃO CARLOS/SP - O ambiente urbano pode agir como um filtro ecológico e impor diversos impactos negativos no comportamento de pássaros. Nesse contexto, para investigar como a poluição sonora afeta os bem-te-vis, uma pesquisa orientada pelo professor Rhainer Guillermo Nascimento Ferreira, do Departamento de Hidrobiologia (DHb) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), realizou experimentos em áreas rurais e urbanas e concluiu que a poluição sonora pode interferir na comunicação e afetar o comportamento territorial do bem-te-vi.
O estudo foi fruto do trabalho de conclusão de curso da bióloga e mestra em Biodiversidade Patricia Roseti Lenis, coautora do artigo "Effect of noise on behavioural response to simulated territorial intrusion in the Great Kiskadee (Pitangus sulphuratus) (Aves: Tyrannidae)", publicado na plataforma Springer Link, da editora Springer. "Ainda que muitas espécies sejam bem adaptadas para ambientes urbanos, outras são sensíveis aos efeitos dos distúrbios humanos", afirmam os pesquisadores no artigo.
Para o estudo, os pesquisadores utilizaram um modelo de chamariz a partir de uma gravação com o som de pássaros, a 10 metros de distância, simulando uma invasão de território. O método foi usado para estimular o comportamento territorial dos bem-te-vis e verificar o tempo que levam para responder ao estímulo, de forma comparada, em ambientes urbanos e não-urbanos, com diferentes níveis de ruído.
Durante a pesquisa, foram feitas observações em 24 dias, entre janeiro e março de 2015, nos períodos de atividades das aves (das 8 às 10 horas e das 16 às 18 horas). "Os animais observados eram territoriais defendendo ninhos em árvores. Antes do experimento, selecionamos previamente 15 ninhos em áreas urbanas e 15 em áreas não urbanas. As áreas não urbanas consistiram em fragmentos de Cerrado e Mata Atlântica no entorno da cidade de Dourados - MS, bem como áreas rurais", descrevem. Os resultados mostraram uma correlação entre o tempo de resposta e o nível de poluição sonora.
"Os exemplos mais extremos foram um ambiente de Mata Atlântica com cerca de 40 decibéis de ruídos e 20 segundos de resposta da ave, enquanto no meio urbano tivemos ruídos em torno de 90 decibéis e respostas com mais de dois minutos de latência", compara o docente.
"O que mais nos chamou a atenção foi a dificuldade de alguns indivíduos em encontrar o 'intruso'. Alguns deles voavam, trocando de poleiro e pareciam olhar para todos os lados procurando a fonte do som. Outro comportamento que nos chamou a atenção foi observado quando as aves encontravam o falso intruso, uma réplica de bem-te-vi. Nesse caso, observamos vocalizações agressivas e movimentos rápidos das asas, como se tentasse espantar o 'intruso'", conta o professor da UFSCar.
Os bem-te-vis (Pitangus sulphuratus) são aves da família Tyrannidae e ocorrem desde o Texas até a Argentina, sendo muito comuns no Brasil. "É uma ave generalista que ocupou os ambientes urbanos, principalmente pelo seu hábito alimentar oportunista. São conspícuos, com uma coloração que nos chama a atenção, assim como a sua vocalização que faz inclusive parte de nossa cultura. São territorialistas e defendem o ninho contra outros bem-te-vis, predadores e outras aves", detalha o pesquisador.
Segundo Ferreira, o maior problema da poluição sonora é que a ave pode não identificar um intruso ou um predador a tempo, o que levaria à perda dos ovos ou dos filhotes. "Não sabemos ao certo como isso pode afetar as espécies a longo prazo, mas sabemos o efeito negativo sobre o equilíbrio ecológico por causa dos impactos que geramos nas populações dessas espécies", avalia. "Estudos como esse mostram o nosso impacto sobre os animais. Mostram como nossa poluição não se restringe a um papel de bala jogado na rua, mas também se estende ao ruído que produzimos com nossos carros, nossas aglomerações e nossas máquinas. Esperamos que estudos como esse chamem a atenção da população para que, quem sabe num futuro próximo, medidas sejam tomadas para reduzir a poluição que produzimos, inclusive a sonora", alerta Ferreira.
O artigo sobre o estudo está disponível na íntegra em https://bit.ly/38Xi74U.
BRASÍLIA/DF - A Câmara dos Deputados aprovou o texto-base do Projeto de Lei Complementar nº 4372/20 que regulamenta o novo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), estabelecido pela Emenda Constitucional nº 108/20 promulgada em agosto.
A regulamentação é necessária para que os recursos do fundo estejam disponíveis em janeiro do próximo ano. O Fundeb se torna permanente a partir de 2021 para financiar a educação infantil e os ensinos fundamental e médio nas redes públicas. O fundo é composto de 20% da receita de oito impostos estaduais e municipais e de valores transferidos de impostos federais. Em 2019, o Fundeb custeou R$ 156,3 bilhões para a rede pública.
Com o novo Fundeb, o Congresso aumentou a participação da União no financiamento da educação básica. A participação federal passa dos atuais 10% para 23%. O aumento é escalonado. No ano que vem, o percentual passa para 12%. Em 2022, 15%; em 2023, 17%; em 2024, 19%; em 2025, 21%; e a partir de 2026, 23%.
Os valores alocados pelo governo federal serão distribuídos para os municípios que não alcançarem o valor anual mínimo aplicado por aluno na educação. O Fundeb permanente adota o Valor Aluno Ano Total (Vaat) como referência de cálculo para distribuição de recursos da complementação da União.
Na aprovação, a Câmara dos Deputados incluiu, por meio de emenda de destaque, a possibilidade de destinação de 10% dos recursos do Fundeb para instituições filantrópicas comunitárias, confessionais e para educação profissionalizante, inclusive promovida por entidades do Sistema S (Senai e Senac) - já financiadas pela taxação de 2,5% sobre a folha de pagamento das empresas brasileiras. Esses valores são recolhidos com os tributos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
*Por: Agência Brasil
Atribuição será realizada de 14 a 18 de dezembro, de forma presencial, obedecendo as medidas preventivas contra o novo Coronavírus
IBATÉ/SP - A Secretaria Municipal de Educação e Cultura de Ibaté realiza, de 14 a 18 de dezembro, o processo de atribuição de Classes e Aulas ao Pessoal Docente do Quadro do Magistério para o ano de 2021, de acordo com o Decreto nº 2.902, de 01 de dezembro de 2020.
Respeitando a classificação geral dos docentes da Rede Municipal de Ensino, a atribuição será realizada, presencialmente, na escola "Julio Benedicto Mendes", localizada na Rua Totó Pessente, 100, no Centro de Ibaté, obedecendo todas as medidas preventivas contra o Coronavírus.
Segundo a Secretária Adjunta de Educação e Cultura de Ibaté, Andréa Samora Soares Falvo, a atribuição normalmente é realizada em único dia. "Porém, como estamos em pandemia e para evitar aglomeração, estamos fazendo o mesmo processo em cinco dias, de 14 a 18 de dezembro, de segunda a sexta-feira. Também pedimos que o docente leve sua própria caneta, de cor azul, para preenchimento e assinatura do documento".
Ainda em relação aos cuidados relacionados à pandemia de Covid-19, o docente deverá preencher um Termo de Responsabilidade, declarando que não se enquadra no grupo de risco da doença. "Já os docentes integrantes do grupo de risco, ou que estejam com sintomas gripais, não deverão comparecer e poderão ser representados por procurador", alertou a Secretária.
Primeiro volume trata de isolamento social e de cidades resilientes
SÃO CARLOS/SP - O Programa de Pós-Graduação em Engenharia Urbana (PPGEU) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) acaba de lançar o periódico Engenharia Urbana em Debate, voltado à divulgação e ao debate das investigações desenvolvidas por pesquisadores brasileiros na área. Os textos devem abordar temas como inovação, gestão, sustentabilidade e tecnologia, dentre outros, com foco no aprimoramento dos espaços urbanos construídos.
O primeiro volume da revista conta com dois números, o primeiro com o tema Cidades e Isolamento Social e participação de autores de 14 instituições e o segundo com o tema Cidades + Resilientes e participação de 12 instituições. Os artigos selecionados contemplam os eixos temáticos do I Simpósio Brasileiro Cidades + Resilientes, realizado pelo PPGEU em 2020.
O primeiro número surge no contexto das mudanças na vida urbana provocadas pela pandemia, com artigos que registram análises sobretudo em cidades de porte médio do interior paulista, como Araraquara, Itapevi, Pindamonhangaba, Ribeirão Preto, Serrana e São João da Boa Vista. No segundo, fica em evidência a importância de preparar as cidades para que se tornem mais resilientes e a necessidade da resiliência ser foco nas discussões sobre cidades sustentáveis e inovadoras.
Engenharia Urbana em Debate tem acesso livre e gratuito. Os artigos podem ser conferidos no site da revista, em www.engurbdebate.ufscar.br.
PPGEU
O PPGEU, criado em 1994, foi um dos primeiros programas no Brasil com abordagem de pesquisa em sistemas de Engenharia aplicáveis no território urbanizado. Trabalhados como eixos estruturantes, o planejamento urbano, o saneamento, os transportes e a geotecnia são vistos de forma integrada às áreas de meio ambiente, habitação social e geoprocessamento. Suas atividades estão organizadas em duas linhas de pesquisa: "Processos e fenômenos aplicados à Engenharia Urbana" e "Gestão, planejamento e tecnologias aplicados à Engenharia Urbana". Mais informações em www.ppgeu.ufscar.br.
Iniciativa é gratuita e acontecerá de janeiro a junho de 2021
SÃO CARLOS/SP - A partir do mês de janeiro de 2021, o Departamento de Educação (DEd) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) oferece o curso de extensão "A Ciência da CF88: Ler a Constituição Federal de 1988 - Integralmente", que tem por objetivo fomentar e melhorar a compreensão dos participantes, no âmbito educacional, acerca da Constituição Federal de 1988.
As atividades, que têm como responsável Vinício Carrilho Martinez, docente do DEd, serão online, às terças e quintas-feiras, das 14 às 16 horas, entre janeiro e junho de 2021, com início previsto no dia 19/1. Ao longo dos meses, os participantes irão debater os artigos determinados a cada encontro, por juristas e especialistas; apresentar as soluções que a CF88 traz no texto e apontar problemas na própria redação; e transformar as principais críticas do senso comum em aprendizagem constitucional. A certificação é de 60 horas.
O público-alvo consiste em discentes da UFSCar e de outras instituições, além de demais pessoas interessadas na temática. O curso é gratuito e as inscrições devem ser feitas até o dia 14 de janeiro, neste formulário online (https://bit.ly/36SQNDl), onde constam mais informações. Os links para acesso aos encontros serão enviados antecipadamente aos inscritos.
Obra apresenta atividades que estimulam a cognição dos idosos
SÃO CARLOS/SP - Com o crescente envelhecimento populacional, existe a necessidade de disponibilizar recursos para que profissionais que lidam com essa população possam impactar positivamente na qualidade de vida e da saúde dos idosos, bem como atuar na prevenção e promoção de saúde. Para atender a essa demanda, está sendo lançado o livro "Cognição e Envelhecimento: teoria e prática sob a perspectiva gerontológica", de autoria de Lucas Pelegrini, docente do Departamento de Gerontologia (DGero) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) e publicado pela Editora Rima.
"Tenho trabalhado com o tema desde minha graduação, mestrado e doutorado. Tive a oportunidade, também, de desenvolver algumas atividades de extensão aprovadas pela Pró-Reitoria de Extensão da UFSCar, nas quais ganhamos significativa experiência na condução de grupos de estimulação cognitiva para a população idosa", recorda Pelegrini.
Na obra são abordados os aspectos do envelhecimento normal (senescência) e patológico (senilidade) do sistema nervoso e da cognição. "Por envelhecimento cognitivo entendemos as alterações cognitivas que ocorrem ao longo da vida que, apesar de haver um certo nível de declínio esperado, nem sempre são negativas ou expressivas o suficiente para impactar negativamente no dia a dia da pessoa idosa", descreve o pesquisador.
O material está estruturado em duas partes. A primeira aborda a teoria e algumas reflexões sobre o envelhecimento, cognição, criação de oficinas de estimulação cognitiva para idoso, dentre outras. Já a segunda parte é composta por mais de noventa atividades que estimulam a cognição dos idosos, muitas delas criadas pelo próprio autor e que tiveram êxito quando praticadas nas oficinas realizadas. "Cabe ressaltar que tais atividades podem ser utilizadas de maneira individual com a pessoa idosa ou em grupos, e, também, existe a possibilidade de adaptação de acordo com o nível de escolaridade do participante, por exemplo", destaca o autor.
A obra está disponível em formato impresso no site da Editora (https://bit.ly/
Trabalho é resultado de Iniciação Científica realizada por estudante do Campus Lagoa do Sino da UFSCar
SÃO CARLOS/SP - Recentemente, foi publicado na revista Línguas e Instrumentos Linguísticos, da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o artigo científico intitulado "Representações sobre Ciência e cientista em Pokémon e Lilo & Stitch". O artigo é resultado da Iniciação Científica (IC) de Yuri de Oliveira Monteiro Nobre, aluno do curso de Biologia da Conservação do Campus Lagoa do Sino da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), sob orientação da professora Ilka de Oliveira Mota, docente do Centro de Ciências da Natureza (CCN).
Em linhas gerais, o trabalho busca compreender as representações sobre a Ciência e o cientista presentes nos desenhos infantis Pokémon e Lilo & Stitch exibidos na TV brasileira, sob a luz da metodologia da Análise de Discurso. O estudo traz importantes reflexões sobre a imagem estereotipada da Ciência e do cientista presentes nos desenhos, bem como suas implicações no imaginário social.
Mota, que é mestre em Linguística e doutora em Linguística Aplicada, explica que analisar os desenhos animados a partir da perspectiva da Análise de Discurso tem permitido compreender os sentidos e as diferentes discursividades que tecem esse tipo de materialidade, considerada para alguns como neutra e transparente.
Segundo Nobre, a ideia de estudar os desenhos animados surgiu em uma aula de Filosofia da Ciência ministrada por Mota, quando foram discutidos o imaginário sobre Ciência e cientista em diferentes mídias. "Foi uma discussão muito produtiva e promissora, o que me rendeu uma IC. Comecei a refletir sobre o funcionamento dos desenhos animados, pensando nos estereótipos que eles veiculam. Quando somos crianças não conseguimos compreendê-los em sua totalidade e, em muitas vezes, tendemos a reproduzi-los inconscientemente," comenta o estudante.
Para Mota, a análise realizada apontou para sentidos importantes construídos historicamente sobre a Ciência e o cientista. "Em síntese, a Ciência comparece, no imaginário, como exótica, elitista e vinculada à observação e experimentação, daí a presença recorrente de laboratórios em desenhos animados em geral. Apaga-se aí uma questão fundamental: há outras formas de produção do conhecimento, há outros modos de fazer Ciência. No entanto, nos desenhos, tudo se passa como se fazer Ciência fosse promover experimentos em um laboratório", revela a docente.
Além disso, Mota explica que o cientista também é significado como um ser exótico, superdotado de inteligência, solitário e do sexo masculino. "Em ambos os desenhos, o cientista vive trancado em seu laboratório sem contato com o mundo. Esse ponto é fundamental para o debate. Desconsidera-se um fator de extrema importância na produção do conhecimento científico: a Ciência é produzida dentro de um contexto social, histórico e ideológico. Não há separação da Ciência, de um lado, e da sociedade, de outro. A Ciência é social por excelência e é produzida por homens: sujeitos social e historicamente determinados e ideologicamente constituídos", afirma ela.
A docente também defende que é importante trazer à baila esses sentidos, compreendê-los criticamente e discuti-los com a sociedade. "O modo como os desenhos têm representado tanto a Ciência como a figura do cientista pode afastar a criança da ideia de trabalhar como futuro cientista, já que é propagada uma ideia de Ciência exótica, complexa e distante da sociedade (...) a Ciência é para todos e não para uma pequena parcela da sociedade. Esse é um debate importante que deve estar na ordem do dia". O artigo na íntegra pode ser acessado neste link https://bit.ly/37jQjVO.
SÃO CARLOS/SP - O Projeto Guri – maior programa sociocultural brasileiro, mantido pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo – convida alunos e alunas para a rematrícula. O procedimento, para estudantes dos polos de ensino localizados no interior e litoral, será realizado de modo online de 1º a 18 de dezembro. É rápido, seguro e gratuito.
O link para rematrícula será enviado para as famílias pelas coordenações dos respectivos polos, por meio dos grupos de whatsApp.
As aulas serão retomadas a partir do dia 1º de fevereiro e, independentemente do retorno presencial, alunos e alunas terão acesso às aulas e atividades de modo remoto.
A princípio, o retorno presencial deverá ocorrer de maneira progressiva, atendendo à deliberação do Governo do Estado de São Paulo, e as famílias receberão todas as informações necessárias sobre os procedimentos de volta às aulas com segurança. Entre as ações, forneceremos máscaras laváveis, álcool gel e outros materiais de higienização de instrumentos musicais. Os tamanhos das turmas também serão reconfigurados para garantir a distância mínima entre pessoas recomendada pelos órgãos de saúde.
O Programa atende mais de 50 mil alunos por ano e possui centros de educação musical nas regiões de Araçatuba, Jundiaí, Itapeva, Marília, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, São Carlos, São José dos Campos, São José do Rio Preto, Sorocaba e no litoral paulista.
Para novos alunos e alunas, as matrículas serão realizadas a partir de 25 de janeiro. Aguarde!
Sobre o Projeto Guri: Mantido pela Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Governo do Estado de São Paulo, o Projeto Guri é o maior programa sociocultural brasileiro e oferece, nos períodos de contraturno escolar, cursos de iniciação musical, luteria, canto coral, tecnologia em música, instrumentos de cordas dedilhadas, cordas friccionadas, sopros, teclados e percussão, para crianças e adolescentes entre 6 e 18 anos (até 21 anos nos Grupos de Referência e na Fundação CASA). Cerca de 50 mil alunos são atendidos por ano, em quase 400 polos de ensino, distribuídos por todo o estado de São Paulo. Os mais de 330 polos localizados no interior e litoral, incluindo os polos da Fundação CASA, são administrados pela Sustenidos, enquanto o controle dos polos da capital paulista e Grande São Paulo fica por conta de outra organização social. A gestão compartilhada do Projeto Guri atende a uma resolução da Secretaria que regulamenta parcerias entre o governo e pessoas jurídicas de direito privado para ações na área cultural. Desde seu início, em 1995, o Projeto já atendeu mais de 810 mil jovens na Grande São Paulo, interior e litoral.
Sobre a Sustenidos: Eleita a Melhor ONG de Cultura de 2018, a Sustenidos é a organização gestora do Festival Ethno Brazil, Som Na Estrada, Festival Imagine Brazil, MOVE (Musicians and Organizers Volunteer Exchange) e Projeto Guri. Desde 2004, é responsável pela gestão do programa de ensino musical no litoral e no interior do estado de São Paulo, incluindo os polos da Fundação CASA. Além do Governo de São Paulo, a Sustenidos conta com o apoio de prefeituras, organizações sociais, empresas e pessoas físicas. Instituições interessadas em investir na Sustenidos, contribuindo para o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes, têm incentivo fiscal da Lei Rouanet e do Fundo Municipal da Criança e do Adolescente (FUMCAD). Pessoas físicas também podem ajudar. Saiba como contribuir: http://www.sustenidos.org.br/
Patrocinadores e apoiadores do Projeto Guri – Sustenidos: CTG Brasil; Visa; CCR AutoBAn; Instituto CCR; Bayer; WestRock; Microsoft; Supermercados Tauste; banco BV; Novelis; Arteris; EMS; Capuani do Brasil; Faber-Castell; Pinheiro Neto; Santander; VALGROUP; Raízen; BTP; Distribuidora Ikeda; Grupo Maringá; Instituto 3M; Supermercados Rondon; Frigol; Mercedes-Benz; Castelo Alimentos; Enel; GRUPO GR; Cipatex; Grupo Herval, Pirelli.
Patrocinadores Sustenidos: CTG Brasil; Visa; SulAmérica, Sky, Microsoft e Glovis.
Análises que explicam comportamento de material alternativo foram publicadas na Scientific Reports
SÃO CARLOS/SP - Materiais ferróicos são aqueles que apresentam uma ou mais das propriedades físicas - ferroeletricidade, ferromagnetismo (ou antiferromagnetismo) e ferroelasticidade - que têm especial interesse para aplicações em dispositivos eletroeletrônicos como capacitores, sensores, memórias, dentre outros. Atualmente, os materiais mais comuns nessas aplicações são baseados em chumbo, cuja toxicidade é um problema ambiental e para a saúde humana, exigindo o desenvolvimento de alternativas sustentáveis.
Nas últimas décadas, uma família de materiais - os materiais eletrocerâmicos baseados em titanato de sódio e bismuto (BNT) - tem atraído a atenção da comunidade científica como possível alternativa. No entanto, eles apresentam um comportamento dielétrico (de isolamento elétrico) em altas temperaturas muito diferente do encontrado nos materiais tradicionais, e a origem desse comportamento tem gerado controvérsias entre os pesquisadores.
Compreender os mecanismos físicos por trás desse comportamento, bem como sua relação com a temperatura, é fundamental para desenvolver soluções que tenham bom desempenho nas aplicações tecnológicas desejadas. Não é adequado, por exemplo, usar um material com propriedades excelentes, mas que perde essas propriedades justamente na temperatura de uso de um determinado dispositivo.
O Grupo de Materiais Funcionais Avançados do Departamento de Física (DF) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) vem, há pouco mais de cinco anos, atuando justamente na busca por novos materiais ecologicamente corretos para essas aplicações. As pesquisas resultaram, no último mês, na publicação de artigo na Scientific Reports, revista do grupo Nature, relatando resultados que explicam o comportamento anômalo dos materiais baseados em titanato de sódio e bismuto e, assim, abrem caminho para o design desses materiais de forma a otimizá-los aos usos pretendidos.
Além do foco nas questões ambientais, um outro diferencial do grupo de pesquisa da UFSCar é o emprego de técnicas não usuais de caracterização dos materiais. "De modo geral, as propriedades dielétricas, ferroelétricas, piroelétricas, piezoelétricas, são medidas com resposta elétrica, e nós medimos também a resposta mecânica", conta Paulo Sergio da Silva Jr, docente do DF. "Somos pioneiros no Brasil no uso da espectroscopia mecânica na análise de materiais ferróicos, e ela nos ajudou a entender o que estava acontecendo no material a partir de resultados anômalos não reportados anteriormente", registra o pesquisador.
Silva Jr compartilha inclusive uma curiosidade da trajetória da pesquisa. "Um renomado colaborador antigo nosso, quando viu esses resultados pela primeira vez, não acreditou, insistia que eram problemas nas amostras, ou no equipamento", relata o professor da UFSCar.
"Havia uma lacuna na literatura sobre a resposta elétrica desses materiais em uma determinada faixa de temperatura, e a resposta mecânica, combinada às técnicas elétricas, trouxe novas informações que complementaram o estudo", resume Silva Jr. Ou seja, a partir desses resultados, o grupo conseguiu desvendar o comportamento dielétrico do BNT em altas temperaturas. Esse comportamento está relacionado principalmente a um fenômeno chamado de polarização interfacial envolvendo efeitos de cargas espaciais relacionados a defeitos do tipo vacância de oxigênio. Esses defeitos geralmente ocorrem em materiais eletrocerâmicos, sendo que, naqueles com estrutura perovskita, surgem para manter a estabilidade elétrica desses materiais, dependendo da valência dos elementos químicos que ocupam uma determinada posição desta estrutura (sódio ou bismuto que compartilham a posição A da estrutura, no caso do BNT).
Como a mobilidade de vacâncias de oxigênio no interior do grão e entre grãos do material afeta substancialmente a resposta dielétrica e de condução termicamente estimulada do BNT, desvendar a fenomenologia associada a este mecanismo permitirá um adequado controle e aprimoramento dessas propriedades físicas em altas temperaturas. No estudo da UFSCar, além das técnicas empíricas, os pesquisadores também usaram modelagem matemática para descrever o fenômeno observado.
Assim, está aberta agora, a partir do estudo, uma nova janela de oportunidades para o design de materiais eletrocerâmicos ecologicamente amigáveis que possam ser utilizados em componentes eletrônicos capazes de operar em uma ampla faixa de temperatura sem variações de desempenho.
O artigo com os resultados do estudo foi publicado na modalidade de acesso aberto e, assim, pode ser acessado livremente em Scientific Reports, via https://rdcu.be/cakLA.
A pesquisa contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e, além de Silva Júnior, o artigo tem autoria do também docente do DF Michel Venet Zambrano; de Julio Cesar Camilo Albornoz Diaz, cuja tese de doutorado, desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Física (PPGF) da UFSCar, deu origem aos resultados reportados; e de Jean-Claude M’Peko, docente do Instituto de Física de São Carlos (IFSC) da Universidade de São Paulo (USP).
As videoaulas de reforço foram gravadas nos estúdios cedidos pela USP
SÃO CARLOS/SP - A Secretaria Municipal de Educação, em parceria com a USP (Universidade do Estado de São Paulo), campus São Carlos, lançou nesta quinta-feira (03/12), às 10h, no auditório da Fundação Educacional São Carlos (FESC), o Projeto “Educação Para Todos”. O objetivo do Projeto é ampliar o acesso dos estudantes às atividades pedagógicas não presenciais com a transmissão de videoaulas de reforço agora em dezembro pelo canal aberto da TV Educativa de São Carlos (TVE) e pelos canais fechados (TV a cabo) da USP, da Câmara Municipal e da TV Ônix.
Inicialmente foram gravadas dez aulas para cada área do conhecimento, contemplando os estudantes do ensino fundamental I (1º ano ao 5º ano) e estudantes do ensino fundamental II e EJA (6º ao 9º ano). Ainda serão transmitidas “Contação de Histórias”, visando às crianças da Educação Infantil e estudantes de 1º ao 3º ano. As videoaulas foram gravadas pelos professores da Rede Municipal em dois estúdios cedidos pela USP, a transmissão será de 2 horas diárias.
Durante o anúncio, as professoras da rede municipal de Ensino, Juliane Dias Guillen, Rosana Barcella e Luciana França Santana, falaram do desafio de gravar as aulas em estúdio, acrescentando que o material, além de apoiar no ensino dos alunos no ensino a distância, também poderá ser utilizado em salas de aula na pós-pandemia.
De acordo com a secretária de educação, Cilmara Seneme Ruy, o Projeto amplia o acesso dos estudantes às atividades pedagógicas não presenciais, pois seguramente a população que tem acesso à TV é bem maior do que a que tem acesso à internet. “Em razão da pandemia e pela preservação da vida, as aulas presenciais estão suspensas na rede municipal de ensino de São Carlos desde 23 de março. O ensino na rede municipal de ensino de São Carlos passou ser realizado com atividades pedagógicas não presenciais. As escolas municipais estão disponibilizando semanalmente às famílias e estudantes os arquivos das atividades não presenciais através do site da Educação. Para os estudantes que não possuem ou têm dificuldade de acesso à internet, as EMEBs (Escolas Municipais de Educação Básica) preparam quinzenalmente aos estudantes materiais impressos para a realização das atividades pedagógicas. Essas videoaulas só vêm acrescentar as opções de ensino a distância”, explica a secretária de Educação, Cilmara Seneme Ruy.
É importante reforçar junto aos pais ou responsáveis que o ano letivo não acabou e que as atividades pedagógicas continuam acontecendo, todas elas são planejadas pelos professores a partir dos objetivos essenciais de aprendizagem previstos na Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Neste sentido, o incentivo e acompanhamento dos pais ou responsáveis na realização das atividades não presenciais pelos estudantes são fundamentais, pois visa em primeiro lugar, evitar o retrocesso de aprendizagem por parte dos estudantes e a perda do vínculo com a escola, o que pode levar à evasão e ao abandono.
“Este é um ano diferente, mas que não está perdido. Mais do que nunca, é preciso garantir, a cada estudante, o acesso à escola, a permanência nela e a aprendizagem”, acrescentou a secretária de Educação de São Carlos.
Para o professor Vanderlei Salvador Bagnato, pesquisador e atual diretor do IFSC/USP, o Instituto de Física já realiza um programa de aulas pela internet e pela TV já há mais de duas décadas com sucesso absoluto. “Os estudantes, tendo o material disponível para ir além das aulas, ajuda muito. Hoje a realidade é diferente, as aulas pela TV e internet não constitui algo para complementar o que é repassado em sala de aula, mas para transmitir instrução e educação para os alunos que estão impedidos de frequentar a sala de aula em virtude da crise sanitária da pandemia. Se antes essas aulas ajudavam a complementar, a esclarecer dúvidas, agora elas são essenciais. As aulas pela televisão são democráticas porque a TV é um instrumento de comunicação que mais chega aos lares de São Carlos”, avalia Bagnato.
O superintende da TVE, Luiz Antônio Garmendia, destacou que o projeto faz parte de uma soma de ideias e esforços que começaram em abril quando as primeiras aulas da Fundação Educacional de São Carlos começaram a ser transmitidas. “A partir da ideia do nosso conteúdo de ensino, em setembro fomos procurados pela Secretaria Municipal de Educação e unimos esforços com outras instituições para viabilizar o projeto, só que agora, voltado para os alunos da rede pública de ensino. O resultado são 10 conteúdos inéditos, que serão exibidos e também reprisados em um segundo momento, até que os novos programas sejam gravados e exibidos”, explicou ele.
Os programas do projeto educação para todos, passam a ser exibidos a partir da próxima segunda-feira (7/12). Os alunos podem acompanhar as aulas de segunda a sexta, a partir das 15 horas, logo após o programa Repórter Brasil Tarde, na TVE, sintonizada no canal 51.1 para TV aberta, canal 12 da NET, ou no canal 8 da C-Lig. Também serão transmitidas pela TV Câmara (canal 8 da NET) e pela TV Ônix (canal 26 da NET).
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