Nos serviços, setor mais atingido foi o de alimentação, que viu seu quadro de funcionários enxugar em 100,8 mil postos de trabalho entre março de 2020 e o mesmo mês deste ano
SÃO PAULO/SP - As lojas de roupas e acessórios são as que mais perderam postos de trabalho com carteira assinada em meio à pandemia de covid-19 no comércio do Estado de São Paulo: foram 27,8 mil empregos a menos entre março de 2020 e o mesmo mês deste ano. Juntando com as lojas de calçados e de artigos de viagem (-8,1 mil postos) e conformando, assim, o setor de vestuário, as perdas são de 36 mil vagas celetistas no mesmo período, segundo um levantamento feito pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
Os números se explicam, para a Federação, pela postura dos consumidores em meio à pandemia – impactados que estão pela queda na renda e pelo aumento do custo de vida –, mas também pelas medidas de restrição de circulação dentro das fases do Plano São Paulo, do governo estadual.
Não é a primeira vez que as dificuldades do setor de vestuário são observadas: a Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista (PCCV), da FecomercioSP, por exemplo, mostrou que o setor de vestuário, tecidos e calçados perdeu um quinto do seu tamanho (-20,3%) em 2020, com uma perda estimada em R$ 12,8 bilhões. O resultado foi quase 40 pontos porcentuais a menos do que o do setor que mais faturou no ano – as lojas de materiais de construção, que faturaram 18,7% no mesmo período.
Depois do vestuário, a perda de empregabilidade mais alta do comércio paulista ocorreu nas padarias, que ficaram com 7 mil empregos formais a menos entre março de 2020 e o mesmo mês deste ano. Em seguida estão as concessionárias de veículos (-6,6 mil vagas celetistas) e os postos de combustíveis (-6,2 mil).
No total, o comércio paulista fechou o período com 9.894 vagas a menos. Entre os resultados positivos estiveram o dos varejos de produtos farmacêuticos (que tiveram saldo positivo de 6.591 postos formais), das lojas de ferragens, madeira e de materiais de construção (+8.507) e dos hipermercados e supermercados (+14.170).
Restaurantes puxam queda nos serviços
O levantamento da FecomercioSP ainda mostra que a atividade que mais enxugou seu quadro de funcionários desde que o início da crise de covid-19 foi a de restaurantes: enquanto admitiu 139 mil pessoas no período, desligou outras 223,6 mil, conformando um saldo de cerca de 84,6 mil postos de trabalhos formais a menos entre março de 2020 e o mesmo mês deste ano.
Considerando os resultados negativos de empresas que oferecem serviços de comida preparada (que ficaram com 16,2 mil postos de trabalho a menos), como catering, por exemplo, o número chega à marca dos 100,8 mil empregos celetistas perdidos de março do ano passado até o mesmo mês de 2021 no segmento de alimentação.
No entendimento da Federação, os dados também se explicam pelo fato desse tipo de consumo ser mais adiável para as famílias que, no contexto adverso, privilegiam gastar com estes itens básicos, como alimentos e bebidas, dentro do lar. No entanto, os números também refletem os efeitos negativos das medidas de restrição de circulação impostas em diferentes momentos da pandemia no Estado, fazendo com que muitos desses estabelecimentos ficassem meses com portas fechadas.
Depois das atividades ligadas à alimentação, o pior desempenho absoluto foi do transporte rodoviário de passageiros que, com a queda expressiva da demanda, desligou quase o dobro de pessoas em relação ao que contratou durante a pandemia: foram 34,4 mil admissões e 61,7 desligamentos, fechando com um saldo negativo de 27,3 mil empregos. Somando as perdas de outra área ligada ao segmento, como a de serviços auxiliares de transportes terrestres (-7,8 mil vagas celetistas a menos), o número sobe para 35,1 mil postos perdidos nos 12 meses analisados.
Prejuízos significativos de empregabilidade também foram registrados por atividades de limpeza (-13,8 mil), por hotéis (-13,5 mil) e por instituições de ensino infantil e fundamental (-13,4 mil) e superior (-10,2 mil).
No total, porém, o saldo do setor de serviços do Estado de São Paulo fechou o período com apenas 14.949 postos de trabalhos a menos, muito por causa dos bons desempenhos dos setores de atendimento hospitalar, que teve um saldo positivo em 32,8 mil vagas, e de locação de mão de obra temporária, que abriu 59,7 mil mais posições de trabalho do que fechou.
Federação defende medidas de apoio às empresas
A reedição das medidas – que permitem que as empresas suspendam os contratos de funcionários, em caráter total ou parcial, apoiando essas pessoas por meio da ampliação do auxílio emergencial – foi um pedido que a FecomercioSP reiterou desde o começo da pandemia. A Entidade compreende que é só assim que as empresas vão ter fôlego para atravessar o período crítico atual, em que os números de contaminados e mortos seguem em alta e a vacinação progride lentamente, e ter condições de dar início à retomada econômica.
Foi por isso que a Federação pediu e apoiou a edição das MPs 1.045 e 1.046, publicadas no final de abril e que permitem, dentre outras medidas, antecipação de férias, adiamento do recolhimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), reduções proporcionais de jornada de trabalho e de salários, além da suspensão temporária do contrato de trabalho, conforme sancionadas pelo governo federal recentemente.
A Entidade ainda segue solicitando que os tributos dos três níveis de governo, vencidos de abril até junho deste ano, sejam consolidados com carência estabelecida de seis meses e possibilidade de parcelamento em até 60 vezes.
Para as pequenas empresas, a solicitação é que seja criado um auxílio emergencial correspondente a quatro parcelas, cada uma equivalente a 10% do faturamento mensal médio verificado em 2020. Sem contar o Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) que, no entendimento da FecomercioSP, deve ser reeditado, com aumentos de carência e prazo dos atuais devedores.
Sobre a FecomercioSP
Reúne líderes empresariais, especialistas e consultores para fomentar o desenvolvimento do empreendedorismo. Em conjunto com o governo, mobiliza-se pela desburocratização e pela modernização, desenvolve soluções, elabora pesquisas e disponibiliza conteúdo prático sobre as questões que impactam a vida do empreendedor. Representa 1,8 milhão de empresários, que respondem por quase 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e geram em torno de 10 milhões de empregos.
SÃO CARLOS/SP - O assunto de hoje é muito importante e está relacionado ao Pix.
A nova modalidade de transferência e pagamento bancário caiu no gosto do consumidor, pois facilitou a vida de todos nós. O problema é que tal facilidade chamou a atenção de criminosos.
Abaixo explicitarei os golpes que vêm sendo praticados na nova modalidade de pagamentos instantâneos (Pix).
A Fragilidade do sistema está no que mais nos atrai, que é a permissão de transferências rápidas e gratuitas a qualquer dia e horário, porém, a mesma também permite aos estelionatários sacarem ou movimentarem o dinheiro rapidamente, reduzindo o tempo da vítima para perceber a cilada e pedir o cancelamento da operação.
Na listagem de golpes mais comuns estão o “sequestro de conta de WhatsApp”, a utilização de perfil falso em redes sociais, a simulação de atendimento telefônico e o golpe do "bug do Pix".
Vamos entender agora passo a passo como são aplicados os golpes:
-A chamada “clonagem do WhatsAPP”
Um dos aplicativos mais usados no mundo, infelizmente no Brasil é utilizado para a aplicação de golpes. Na ação criminosa apelidada por clonagem, o golpista envia uma mensagem se passando por funcionário de estabelecimento bancário ou comercial em que o consumidor tem cadastro.
No caso, o golpista solicita um código de segurança, que já foi enviado por SMS pelo aplicativo, afirmando se tratar de uma atualização, manutenção ou confirmação de cadastro.
Com o código em mãos, o criminoso consegue acessar a conta de WhatsApp em outro aparelho celular, deixando o aplicativo de “funcionar” no aparelho da vítima. Com livre acesso a conta, os criminosos enviam mensagens para todos os contatos da pessoa, fazendo-se passar por ela, pedindo dinheiro emprestado por transferência via Pix. No caso, o golpista sempre afirma estar precisando do valor com urgência, alegando “ser caso de vida ou morte”.
- O chamado perfil falso de WhatsApp
Por mais absurdo que pareça, nesta modalidade de fraude, o criminoso não “clona” o WhatsApp. O golpista procura aleatoriamente uma vítima nas redes sociais, analisa o perfil, escolhe uma foto e passa a buscar contatos da pessoa para que lhe informem números de celulares para que possa entrar em contato.
Com um novo número de celular, manda mensagem para amigos e familiares da vítima, informando que perdeu o celular ou teve que trocar de número devido a algum motivo. A partir daí, solicita uma transferência via Pix, dizendo estar em alguma situação de emergência, aceitando até mesmo qualquer valor.
Uma orientação rotineira que realizo aos consumidores é para que tenham cuidado com a exposição de dados em redes sociais. Um exemplo são os sorteios e promoções que exigem o número de telefone do usuário.
Outra orientação importante é sempre ter cautela ao receber mensagens de algum contato com um número novo. Além disso, suspeite quando algum contato pedir dinheiro urgente. Não faça o Pix ou qualquer tipo de transferência até falar com a pessoa pessoalmente ou por chamada telefônica.
- Cuidado com as centrais de atendimento falsas
Neste caso, o criminoso entra em contato com a vítima se passando por um funcionário de banco, financeira ou empresa com a qual o consumidor tem vínculo. Desconfie imediatamente!!!
O estelionatário sempre muito gentil e atencioso, passa a explicar o funcionamento do Pix e oferece ajuda para que o “cliente” cadastre a chave Pix. Se o consumidor informar que já possui a chave, o golpista informa que o usuário precisa fazer um teste com o sistema de pagamentos instantâneos para regularizar o cadastro e assim poder utilizá-lo corretamente.
Com dúvida, a vítima acaba convencida a realizar uma transferência seja de qualquer valor. O consumidor tem que estar ciente que nenhuma instituição financeira ou estabelecimento comercial solicita dados pessoais como senhas e números de contas aos clientes, tampouco funcionários ligam para os clientes para que realizem testes de funcionalidade do Pix.
Ao receber ligação, desconfie e desligue. Entre imediatamente em contato com o banco ou estabelecimento comercial solicitando informações.
- Pesquisa falsa Covid-19
Como se não bastasse o caos que mundo vive diante da pandemia, os criminosos estão se aproveitando da situação informando para a vítima que estão realizando pesquisa relacionada a Covid. Passando-se por servidor do Ministério da Saúde que está coletando dados, tenta conseguir uma transferência direta ou então “clonar” o WhatsApp da vítima.
-A invenção do “Bug do Pix”
Nesta modalidade de ação criminosa, é informado que existe falha ao executar algum sistema eletrônico. Mensagens e vídeos disseminados pelas redes sociais por criminosos afirmam que, graças a um "bug" no Pix, é possível ganhar o dobro do valor que foi transferido para chaves aleatórias. O consumidor pensando que irá levar vantagem financeira ao fazer este processo, está na verdade enviando dinheiro para os golpistas.
Agora que aprendemos um pouco sobre as modalidades de golpes aplicados “usando o Pix”, é importante que o consumidor deve ter o mesmo cuidado que possui com qualquer outra transação financeira. Verifique sempre os dados de quem irá receber os valores, tais como nome da pessoa física ou jurídica, CPF ou CNPJ e somente concretize a ação após ter certeza e segurança do que está fazendo.
Para finalizar, o cadastramento das chaves Pix deve ser feito única e exclusivamente nos canais oficiais das instituições financeiras como, por exemplo, o aplicativo bancário, internet banking, agências ou através de contato feito pelo cliente com a central de atendimento.
Jamais clique em links enviados por e-mails, pelo WhatsApp, redes sociais e/ou por mensagens de SMS que remetam o consumidor a um falso cadastro da chave do “Pix".
Por hoje é só, use máscara e álcool gel, siga as recomendações médicas e sanitárias.
*Dr. Joner Nery é advogado inscrito na OAB/SP sob o n° 263.064, pós-graduado em Direito e Processo do Trabalho e Especialista em Direito do Consumidor, ex-diretor do Procon São Carlos/SP e ex-representante dos Procons da Região Central do Estado de São Paulo, membro da Comissão Permanente de Defesa do Consumidor da OAB/SP
EUA - A AT&T, gigante das telecomunicações que comprou a Warner, confirmou na segunda (15/5) os planos de fusão da WarnerMedia com a Discovery, que é dona de vários canais de TV. O negócio tem o objetivo de unir os conteúdos das duas companhias numa nova empresa com foco em streaming, que teria as produções roteirizadas (filme e séries) da WarnerMedia e as atrações sem roteiro (variedades, ciência e culinária) da Discovery.
O valor estimado da nova empresa é de US$ 150 bilhões, juntando um portfólio de canais que inclui Discovery, HGTV, Food Network, TLC e Animal Planet ao grupo Warner, dono de estúdios de cinema e TV e canais como HBO, CNN, TNT e Cartoon Network, além da editora DC Comics e metade da rede The CW. Isto tornaria a nova empresa mais valiosa que a Netflix e a NBCUniversal, ficando atrás apenas do grupo Walt Disney em termos de empresas de mídia americanas.
Segundo os termos do acordo, os acionistas da AT&T controlarão 71% da nova empresa, enquanto os acionistas da Discovery deterão 29%.
Os conselhos de ambas as empresas já aprovaram o pacto e a transação deve ser concluída em meados de 2022, sujeita à aprovação dos reguladores públicos e acionistas do Discovery. Mas dois principais apoiadores do Discovery, o executivo de mídia John Malone e a empresa de mídia Advance, já adiantaram que votarão a favor da transação.
As duas empresas definiram em conjunto que David Zaslav será o CEO da nova companhia, que ainda não foi batizada. Ele lidera a Discovery desde 2007 e seu foco no crescimento dos negócios manteve a empresa competitiva, embora tenha uma escala muito menor do que vários de seus rivais.
Vale lembrar que a WarnerMedia investiu recentemente na HBO Max, streaming que substitui a HBO GO e reúne suas maiores propriedades. O plano de expansão da plataforma inclusive previa seu lançamento em junho no Brasil (e em toda a América Latina).
Mas a Discovery também tem uma plataforma própria, chamada de Discovery+, que da mesma forma traçava planos de chegar ao Brasil nos próximos meses.
Ainda não há detalhes sobre o que acontecerá com os dois serviços de streaming após a fusão. E o fato de Jason Killar, CEO da WarnerMedia, não ter sido escolhido para comandar a nova empresa é significativo. Killar nem sequer está sendo mencionado nos comunicados e entrevistas que acompanham o anúncio.
O negócio marca uma reviravolta abrupta para a AT&T, que está claramente descartando seus ativos da Warner depois de pouco menos de três anos de sua compra da Time Warner. Nos últimos meses, a empresa sofreu cortes em seu quadro de funcionários e passou a vender partes do grupo, como o provedor de TV paga DirecTV, comercializado com o fundo TPG, a plataforma Crunchyroll, negociada pela Sony por US$ 1,2 bilhão, e o fim de sua participação no serviço de streaming Hulu, adquirida pela Disney.
A verdade é que a AT&T não tinha afinidade com o negócio de produção de conteúdo e implodiu a empresa que comprou. A plataforma DC Universe, que lançou com sucesso as melhores séries baseadas em quadrinhos da empresa, foi canibalizada pela HBO Max. Os principais executivos da WarnerMedia que ajudaram a construir a HBO e a Tuner Sports foram demitidos. A empresa ficou sem um chefe de vendas de anúncios por um ano. E as escolhas da AT&T para novos diretores de conteúdo levaram veteranos como Bob Greenblatt e Kevin Reilly – que se sentiram desprestigiados – a se juntarem ao êxodo geral de executivos de ponta.
Originalmente uma empresa de telefonia, a AT&T se atrapalhou para conduzir a WarnerMedia, endividou-se e passou a sofrer pressão de seus acionistas para voltar a se concentrar em seu lucrativo negócio primário. Segundo o CEO da companhia, John Stankey, o foco principal é mesmo retomar a atividade de empresa de tecnologia de comunicação, especialmente com a chegada do 5G e novidades impulsionadas por um wifi mais potente.
Ao anunciar a fusão, a AT&T basicamente admitiu que precisava sair do negócio de conteúdo. “Ficou claro para mim nos últimos meses … que estávamos atingindo a velocidade de fuga”, afirmou Stankey nesta segunda. “Ficou claro para mim que precisaríamos de uma estrutura de capital diferente”, disse ele, e “produtos melhores virão da empresa de mídia e da empresa de telecomunicações como resultado dessa mudança”.
Por enquanto, porém, a notícia da fusão apenas desvaloriza (mais) a WarnerMedia. De fato, o CEO escolhido para comandar a nova empresa resultante do negócio foi claro ao anunciar seus planos. Zaslav pretende combinar os ativos da Discovery e da Warner, não mantê-los separados. Se por um lado é fácil ver como isso faz sentido em acordos esportivos da WarnerMedia com a NHL, MLB e NCAA e o portfólio de direitos esportivos europeus do Discovery, bem como as operações de notícias internacionais do Discovery dentro da estrutura da CNN, as duas empresas têm, como apontado, plataformas de streaming diferentes.
Zaslav já reconheceu que terá que determinar se a Discovery Plus e a HBO Max vão continuar a existir da forma atual.
Mas fontes próximas ao negócio informaram à revista Variety que, a princípio, a empresa manterá os planos de lançamento da HBO Max no Brasil no mês que vem. “Tanto a HBO Max quanto a Discovery Plus chegaram longe nos últimos meses; voltar atrás seria bastante complicado”, disse um profissional da AT&T ouvido pela publicação americana.
Uma apresentação do projeto de fusão está agendada para esta terça-feira (18/5), onde os encarregados pelas mudanças abordarão o que está por vir – especialmente em relação ao streaming, que foi alardeado como prioridade da nova empresa.
Turismo, serviços e comércio não essencial perderam o equivalente ao PIB da Sérvia; para FecomercioSP, eles não vão reverter prejuízos em 2021
SÃO PAULO/SP - Cerca de R$ 225,7 bilhões foi o volume de perdas totais contabilizado em 2020 pelo turismo, pelos serviços, pelo segmento de veículos e pelo varejo não essencial no Brasil – as áreas mais impactadas pela pandemia entre os setores e segmentos. Para se ter uma ideia da perda, esse montante é maior do que tudo o que países como a Sérvia (R$ 222 bilhões) e a Tunísia (R$ 214 bilhões) produzem em um intervalo de um ano. Os dados fazem parte de um levantamento produzido pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP).
O estudo mostra ainda que muitos deles não devem se recuperar neste ano: a expectativa é que o varejo essencial experimente uma retração de 1%, e que o turismo, mesmo com a retomada das suas atividades, ainda acabe 2021 no vermelho: -5% de receitas (Tabela 1) depois de uma variação expressiva para baixo em 2020, que beirou os 40%.
De fato, o turismo brasileiro perdeu R$ 52,1 bilhões em faturamento em 2020 em comparação ao ano anterior, considerando a correção da inflação acumulada no período. O resultado foi um dos piores da história do setor, representando uma queda de 38,1% em comparação com o que o setor faturou em 2019.
Mas quem mais perdeu no ano passado foram os serviços que, pelos dados, faturaram praticamente R$ 100 bilhões a menos em relação a 2019 – uma retração de 11,7%. Eles foram os mais afetados por diferentes medidas de restrição de circulação adotadas como forma de conter a disseminação do covid-19 e que, para esses agentes, significaram passar longos períodos com as portas fechadas.
Outrora um setor pujante da economia brasileira, as vendas de veículos também caíram, deixando um prejuízo de R$ 41,2 bilhões (queda de 11,5% na comparação com 2019). Esse dado, por sua vez, pode ser explicado pelo fato de, na pandemia, as famílias estarem evitando aumentar os gastos. Tudo isso em meio a um contexto de crescimento do desemprego e do custo de vida e da queda na renda.
Entra na conta ainda o varejo não essencial, como lojas de roupas, por exemplo, que fechou 2020 com um rombo de R$ 32 bilhões em comparação ao ano anterior, representando a perda de um décimo do seu tamanho (-10,3%).
Varejo cresce por causa de demandas essenciais
Apesar das retrações expressivas, o varejo como um todo registrou um aumento de 4,8% (R$ 83 bilhões a mais em vendas) – puxado pelas atividades consideradas essenciais, como supermercados, farmácias, lojas de materiais de construção e postos de combustíveis, que tiveram ganhos de R$ 115,7 bilhões em 2020 – um salto de 8,2% na comparação com 2019. Já o varejo não essencial, como se esperava, faturou 10,3% a menos.
No entendimento da FecomercioSP, o desempenho se explica pela injeção do auxílio emergencial no orçamento das famílias, de R$ 190 bilhões, cuja boa parte foi direcionada para este tipo de consumo.
Dado o cenário atual, a Entidade entende que que esses setores não se recuperem tão rápido: na verdade, a tendência que as concessionárias de veículos, o varejo não essencial e os serviços não revertam essas perdas neste ano, mesmo com um possível crescimento daqui em diante. O problema é que, como muitas dessas empresas são pequenas, há uma forte possibilidade de que elas não sobrevivam a mais um ano com a mesma turbulência econômica.
Retomada lenta em 2021
O estudo da FecomercioSP mostra, por outro lado, que a melhora do cenário vai ajudar na retomada tímida de setores importantes da economia brasileira, como os serviços, com projeção de crescerem 2%, e das lojas de veículos, com alta de 5% no faturamento. Não significa, no entanto, que vão recuperar as perdas do ano passado, quando caíram 11,7% e 11,5%, respectivamente.
Mesma situação do varejo essencial que, depois de cair 10,3% em 2020, vai faturar 2% a mais em 2021: um sinal pequeno de retomada que, na verdade, não será suficiente para recompor o que foi perdido no ano passado.
Como atravessar a crise?
Em todo o País, o contingente de pessoas trabalhando diminuiu em 1 milhão ao longo de 2020 – de 8,7 milhões de pessoas para 7,7 milhões –, resultado do fechamento de cerca de 200 mil empresas durante o ano passado, segundo estudo da FecomercioSP.
Resultado direto das perdas contabilizadas no levantamento, ela exige que algumas medidas sejam tomadas pelo Poder Público. A Federação tem atuado junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em torno de linhas de crédito com taxas, carências e parcelamentos condizentes com a situação delicada que micros e pequenas empresas vivem no contexto atual. Um modelo que pode ser seguido, inclusive, é o do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe).
Em 2020, o dinheiro disponibilizado pelo governo federal por meio de programas como esse – além das taxas, carências, tipos de parcelamento e prazos oferecidos às micros e às pequenas empresas – foi fundamental para evitar uma crise ainda maior entre as empresas de menor porte. Não à toa, a FecomercioSP tem pleiteado, em paralelo, que o programa se torne permanente, e não apenas uma medida pontual no contexto da pandemia.
Outro pedido é que o governo crie um auxílio emergencial correspondente a quatro parcelas, cada uma equivalente a 10% do faturamento mensal médio verificado no ano passado. Além disso, a Entidade ainda segue solicitando que os tributos das três instâncias estatais, vencidos em abril até junho deste ano, sejam consolidados com carência estabelecida de seis meses e possibilidade de parcelamento em até 60 vezes.
São posturas como essas que vão dar fôlego para as empresas atravessarem o período crítico atual e terem condições de protagonizar a retomada que o País precisa.
Sobre a FecomercioSP
Reúne líderes empresariais, especialistas e consultores para fomentar o desenvolvimento do empreendedorismo. Em conjunto com o governo, mobiliza-se pela desburocratização e pela modernização, desenvolve soluções, elabora pesquisas e disponibiliza conteúdo prático sobre as questões que impactam a vida do empreendedor. Representa 1,8 milhão de empresários, que respondem por quase 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e geram em torno de 10 milhões de empregos.
PEQUIM - Os futuros do vergalhão de aço na China recuaram nesta segunda-feira, na terceira sessão consecutiva de queda após os preços terem saltado para máximas histórias na semana passada, levando reguladores a aumentar fiscalizações.
Dados nesta segunda-feira também mostraram uma produção mensal de aço bruto recorde na China em abril, apesar dos esforços do governo para incentivar cortes de produção.
Os preços do aço em alta forçaram algumas empresas de construção a desacelerar compras de metais, enquanto algumas exportadoras, impactadas pelos preços de commodities em elevação, tiveram que passar os maiores custos para os consumidores.
Reguladores em Xangai e no pólo siderúrgico de Tangshan alertaram na sexta-feira usinas locais contra a manipulação de preços, conluio ou outras irregularidades que possam atrapalhar a ordem do mercado, o que espera-se que ajude a manter os preços sob controle.
O vergalhão de aço mais negociado na Bolsa de Futuros de Xangai, para entrega em outubro, caiu 2,9%, para 5.596 iuanes (869,32 dólares) a tonelada no fechamento. Isso se compara a um fechamento recorde de 6.171 iuanes na última quarta-feira.
As bobinas laminadas a quente, usadas no setor de manufatura, também caíram 5,1%, para 5.949 iuanes por tonelada, após fechamento recorde de 6.683 iuanes na quarta-feira.
A Fitch Ratings disse em uma nota que espera "o rali no preço do aço da China desacelere nas próximas semanas, à medida que o verão se aproxima, já que a temporada tende a apresentar menor demanda downstream devido às atividades de construção mais moderadas".
Mas a agência acrescentou que os altos preços do minério de ferro e novas restrições ambientais podem manter os preços do aço elevados.
Os futuros de minério de ferro de referência na bolsa de Dalian com entrega em setembro, por sua vez, subiram 0,9%, para 1.198 iuanes por tonelada.
*Por Min Zhang e Shivani Singh / REUTERS
BRASÍLIA/DF - Trabalhadores informais e inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) nascidos em dezembro podem sacar, a partir de hoje (17) a primeira parcela do auxílio emergencial 2021. O dinheiro havia sido depositado nas contas poupança digitais da Caixa Econômica Federal em 29 de abril.
Os recursos também poderão ser transferidos para uma conta corrente, sem custos para o usuário. Até agora, o dinheiro podia ser movimentado apenas por meio do aplicativo Caixa Tem, que permite o pagamento de contas domésticas (água, luz, telefone e gás), de boletos, compras em lojas virtuais ou compras com o código QR (versão avançada do código de barras) em maquininhas de estabelecimentos parceiros.
Com a retirada, a Caixa conclui o pagamento da primeira parcela da nova rodada do auxílio emergencial. A segunda rodada começou a ser depositada ontem (16) para os trabalhadores e inscritos no CadÚnico nascidos em janeiro.
Em caso de dúvidas, a central telefônica 111 da Caixa funciona de segunda a domingo, das 7h às 22h. Além disso, o beneficiário pode consultar o site auxilio.caixa.gov.br.
O auxílio emergencial foi criado em abril do ano passado pelo governo federal para atender pessoas vulneráveis afetadas pela pandemia de covid-19. Ele foi pago em cinco parcelas de R$ 600 ou R$ 1,2 mil para mães chefes de família monoparental e, depois, estendido até 31 de dezembro de 2020 em até quatro parcelas de R$ 300 ou R$ 600 cada.
Neste ano, a nova rodada de pagamentos, durante quatro meses, prevê parcelas de R$ 150 a R$ 375, dependendo do perfil: as famílias, em geral, recebem R$ 250; a família monoparental, chefiada por uma mulher, recebe R$ 375; e pessoas que moram sozinhas recebem R$ 150.
Calendário de saques antecipados da primeira parcela do auxílio emergencial. - Divulgação/Caixa Econômica Federal
Pelas regras estabelecidas, o auxílio será pago às famílias com renda mensal total de até três salários mínimos, desde que a renda por pessoa seja inferior a meio salário mínimo. É necessário que o beneficiário já tenha sido considerado elegível até o mês de dezembro de 2020, pois não há nova fase de inscrições. Para quem recebe o Bolsa Família, continua valendo a regra do valor mais vantajoso, seja a parcela paga no programa social, seja a do auxílio emergencial.
* Colaborou Andreia Verdélio
*Por Wellton Máximo* - Repórter da Agência Brasil
SÃO PAULO/SP - Nenhum apostador acertou as seis dezenas do Concurso 2.372 da Mega-Sena sorteadas na noite de sábado (15) no Terminal Rodoviário Tietê, na cidade de São Paulo..
Segundo a Caixa Econômica Federal, o prêmio ficou acumulado, e a estimativa para o próximo concurso é de uma bolada de R$ 40 milhões. O sorteio será na quarta-feira (19).
A quina teve 128 acertadores, cabendo a cada um o prêmio de R$ 28.213,14. A quadra teve 7.636 apostas ganhadoras, cabendo a cada uma o prêmio de R$ 675,61.
As apostas da Mega-Sena podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos.
NÚMEROS SORTEADOS FORAM:
03-19-25-44-46-57
*Por Agência Brasil
LONDRES - O banco Santander anunciou no sábado (15) a seus clientes no Reino Unido que houve um problema técnico afetando seus serviços e impedindo que pessoas saquem dinheiro de alguns de seus caixas eletrônicos ou acessem suas contas online.
A instituição tem 14 milhões de clientes no Reino Unido e disse em um comunicado no Twitter que está trabalhando duro para solucionar o problema. "Lamentamos muito o inconveniente", disse o banco.
"O acesso pode ser feito nos caixas eletrônicos de outros bancos e nas lojas dos correios", acrescentou.
*Reportagem de Sarah Young / REUTERS
SÃO PAULO/SP - O preço médio do diesel comum nos postos de combustíveis do Brasil avançou 5,17% no início de maio em comparação com o valor registrado ao final de abril, disse nesta sexta-feira a Ticket Log, marca de gestão de frotas e soluções de mobilidade da Edenred Brasil.
Segundo o índice de preços da companhia, o combustível mais utilizado do país atingiu média de 4,679 reais por litro no período, revertendo cenário de queda que havia apresentado no mês passado, quando recuou 0,84% ante fim de março.
O diesel tipo S-10, por sua vez, subiu 5,42%, para 4,740 reais o litro, acrescentou a Ticket Log.
"Em abril, ambos os combustíveis haviam apresentado recuo nos preços, tanto no cenário nacional como nos regionais. A redução interrompeu uma sequência de cinco altas consecutivas até março", disse em nota o chefe de Mercado Urbano da Edenred Brasil, Douglas Pina.
"Mas agora, tanto o diesel comum quanto o diesel S-10, com os aumentos acima de 5% em relação ao fechamento do último mês, apresentam preços por litro maiores que os apresentados em março", acrescentou.
A alta vista até este momento de maio coincide com o período em que deixou de vigorar uma medida do governo federal que isentava o óleo diesel da incidência de PIS/Cofins. O corte tributário, anunciado no início de março pelo presidente Jair Bolsonaro para tentar conter a escalada do preço do combustível, teve validade de dois meses.
Ainda de acordo com a Ticket Log, o valor do diesel subiu em todas as regiões do país no início de maio. Os postos do Sul, ainda que tenham os preços médios mais baratos do Brasil, apresentaram a maior alta no período, de 7,04% no diesel comum e de 7,41% do S-10.
Já o Norte, onde os postos comercializaram os combustíveis pelos valores médios mais altos, a taxa de aumento foi a menor do país, atingindo 3,41% para o diesel comum e 4,10% para o S-10, acrescentou a companhia. O Amapá foi o único Estado com recuo nos valores do diesel comum no intervalo analisado.
O levantamento da Ticket Log tem como base abastecimentos realizados por 1 milhão de veículos administrados pela marca em 18 mil postos credenciados.
*Por Gabriel Araujo; Edição de Luciano Costa / REUTERS
WASHINGTON - O governo Joe Biden está avaliando preocupações com a escassez de commodities e inflação ao revisar a política de tarifas comerciais, disse nesta sexta-feira a principal economista da Casa Branca.
A forte demanda por bens de consumo e outros produtos em uma economia norte-americana ainda marcada pela pandemia do coronavírus levou à escassez de commodities, desde madeira a chips de computador.
Questionada se a redução de tarifas ajudará a resolver a menor oferta e a inflação, Cecilia Rouse, presidente do Conselho de Assessores Econômicos da Casa Branca, disse a repórteres em coletiva de imprensa nesta sexta-feira que "nossos representantes comerciais estão analisando todos esses fatores".
Um porta-voz da representante comercial dos EUA, Katherine Tai, não respondeu a um pedido de comentário.
Como resultado, a forte demanda por commodities e preços mais elevados estão entre os fatores que alimentam o receio acerca da inflação.
Os Estados Unidos são o maior importador mundial de bens, com cerca de 2,5 trilhões de dólares em compras em 2019, e qualquer redução de tarifas para aliviar a escassez e os preços altos poderia ter repercussões generalizadas.
Os EUA cobraram tarifas médias de 19,3% sobre importações da China e 3% sobre as do restante do mundo, de acordo com o Peterson Institute for International Economics.
*Por Trevor Hunnicutt / REUTERS
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