BRASÍLIA/DF - O Índice de Preços ao Produtor (IPP), que mede a variação de preços de produtos industrializados na saída das fábricas, registrou inflação de 4,78% em março deste ano. Essa é a segunda maior alta mensal do indicador desde janeiro de 2014, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficando atrás apenas de fevereiro deste ano (5,16%).
O IPP acumula taxa de 14,09% no ano. Em 12 meses, a inflação acumulada chega a 33,52%, um índice recorde de acordo com os dados divulgados hoje (4).
Em março deste ano, 23 das 24 atividades industriais tiveram aumento no preço de seus produtos. A exceção ficou com o setor de bebidas, que teve deflação (queda de preços) de 0,48% em março.
As principais altas de preços foram observadas nos segmentos de derivados de petróleo (16,77%), outros químicos (8,79%), alimentos (2,41%) e veículos (1,43%).
Entre as quatro grandes categorias econômicas da indústria, a maior inflação foi observada nos bens intermediários, isto é, os insumos industrializados usados no setor produtivo (5,70%), seguidos pelos bens de consumo semi e não duráveis (4,27%). Os bens de capital, isto é, as máquinas e equipamentos usados no setor produtivo tiveram alta de 2,95%, enquanto os bens de consumo duráveis registraram taxa de 0,45%.
*Por Vitor Abdala - Repórter da Agência Brasil
NOVA YORK - Os preços do petróleo aumentaram em mais de 1% nesta segunda-feira, com o cenário da economia chinesa e as taxas de vacinação dos Estados Unidos apontando para uma forte recuperação na demanda nas duas maiores economias do mundo.
Investidores permanecem cautelosos, contudo, com as taxas de infecções estão atingindo níveis recordes na Índia, terceira maior importadora de combustível no mundo inteiro, junto com maior abastecimento de petróleo da Opec+.
O petróleo Brent aumentou 0,80 dólar, ou 1,2%, a 67,56 dólares por barril. Já o petróleo dos EUA (WTI) subiu 0,91 dólar, ou 1,4%, para fechar em 64,49 dólares o barril.
Os Estados Unidos e a China, os maiores consumidores de petróleo no mundo, têm expectativas de mostrar uma recuperação na demanda, devido à pandemia do coronavírus.
"Mesmo com os casos de Covid-19 atingindo níveis recordes essa semana, os preços do petróleo aumentaram devido aos crescentes números de vacinação em mercados desenvolvidos", afirmou um relatório da BofA Global Research. "Dados recentes apontam para a eficácia das vacinas em prevenir infecções e mortes."
*Reportagem de Stephanie Kelly em Nova York; Reportagem adicional de Alex Lawler e Florence Tan / REUTERS
BRASÍLIA/DF - Trabalhadores informais e inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) nascidos em março podem sacar, a partir de hoje (4) a primeira parcela do auxílio emergencial 2021. O dinheiro havia sido depositado nas contas poupança digitais da Caixa Econômica Federal em 11 de abril.
Os recursos também poderão ser transferidos para uma conta corrente, sem custos para o usuário. Até agora, o dinheiro podia ser movimentado apenas por meio do aplicativo Caixa Tem, que permite o pagamento de contas domésticas (água, luz, telefone e gás), de boletos, compras em lojas virtuais ou compras com o código QR (versão avançada do código de barras) em maquininhas de estabelecimentos parceiros.
Em caso de dúvidas, a central telefônica 111 da Caixa funciona de segunda a domingo, das 7h às 22h. Além disso, o beneficiário pode consultar o site auxilio.caixa.gov.br.
O auxílio emergencial foi criado em abril do ano passado pelo governo federal para atender pessoas vulneráveis afetadas pela pandemia de covid-19. Ele foi pago em cinco parcelas de R$ 600 ou R$ 1,2 mil para mães chefes de família monoparental e, depois, estendido até 31 de dezembro de 2020 em até quatro parcelas de R$ 300 ou R$ 600 cada.
Neste ano, a nova rodada de pagamentos, durante quatro meses, prevê parcelas de R$ 150 a R$ 375, dependendo do perfil: as famílias, em geral, recebem R$ 250; a família monoparental, chefiada por uma mulher, recebe R$ 375; e pessoas que moram sozinhas recebem R$ 150.
Pelas regras estabelecidas, o auxílio será pago às famílias com renda mensal total de até três salários mínimos, desde que a renda por pessoa seja inferior a meio salário mínimo. É necessário que o beneficiário já tenha sido considerado elegível até o mês de dezembro de 2020, pois não há nova fase de inscrições. Para quem recebe o Bolsa Família, continua valendo a regra do valor mais vantajoso, seja a parcela paga no programa social, seja a do auxílio emergencial.
* Colaborou Andreia Verdélio
*Por Wellton Máximo* - Repórter da Agência Brasil
SÃO CARLOS/SP - O Sindicato do Comércio Varejista de São Carlos e Região (Sincomercio) reforça que com o horário estendido para atendimento presencial em comércios e serviços não essenciais, anunciado pelo Governo do Estado na última quarta-feira (28), O COMÉRCIO DE SÃO CARLOS VOLTA AO SEU HORÁRIO NORMAL, DE SEGUNDA A SÁBADO, COM 44 HORAS SEMANAIS DE TRABALHO, DENTRO DO PERÍODO DAS 6H ÀS 20H E COM CAPACIDADE LIMITADA A 25%.
A orientação do Sincomercio São Carlos é para que o comerciante respeite a limitação de público; disponibilize álcool em gel 70%; evite situações de aglomerações e oriente o distanciamento social; exija o uso máscara de proteção facial corretamente e mantenha fixado cartaz sobre a obrigatoriedade do uso de máscaras.
BRASÍLIA/DF - Trabalhadores informais e inscritos no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico) nascidos em fevereiro podem sacar, a partir de hoje (3) a primeira parcela do auxílio emergencial 2021. O dinheiro havia sido depositado nas contas poupança digitais da Caixa Econômica Federal em 9 de abril.
Os recursos também poderão ser transferidos para uma conta corrente, sem custos para o usuário. Até agora, o dinheiro apenas podia ser movimentado por meio do aplicativo Caixa Tem, que permite o pagamento de contas domésticas (água, luz, telefone e gás), de boletos, compras em lojas virtuais ou compras com o código QR (versão avançada do código de barras) em maquininhas de estabelecimentos parceiros.
Em caso de dúvidas, a central telefônica 111 da Caixa funciona de segunda a domingo, das 7h às 22h. Além disso, o beneficiário pode consultar o site auxilio.caixa.gov.br.
O auxílio emergencial foi criado em abril do ano passado pelo governo federal para atender pessoas vulneráveis afetadas pela pandemia de covid-19. Ele foi pago em cinco parcelas de R$ 600 ou R$ 1,2 mil para mães chefes de família monoparental e, depois, estendido até 31 de dezembro de 2020 em até quatro parcelas de R$ 300 ou R$ 600 cada.
Neste ano, a nova rodada de pagamentos, durante quatro meses, prevê parcelas de R$ 150 a R$ 375, dependendo do perfil: as famílias, em geral, recebem R$ 250; a família monoparental, chefiada por uma mulher, recebe R$ 375; e pessoas que moram sozinhas recebem R$ 150.
Regras
Pelas regras estabelecidas, o auxílio será pago às famílias com renda mensal total de até três salários mínimos, desde que a renda por pessoa seja inferior a meio salário mínimo. É necessário que o beneficiário já tenha sido considerado elegível até o mês de dezembro de 2020, pois não há nova fase de inscrições. Para quem recebe o Bolsa Família, continua valendo a regra do valor mais vantajoso, seja a parcela paga no programa social, seja a do auxílio emergencial.
* Colaborou Andreia Verdélio
*Por Wellton Máximo* - Repórter da Agência Brasil
LONDRES - O crescimento da atividade industrial da zona do euro atingiu máxima recorde no mês passado, impulsionado pelo aumento da demanda e levando a aumento nas contratações, mostrou a pesquisa Índice de Gerentes de Compras (PMI, na sigla em inglês).
O PMI final do IHS Markit para a indústria da zona do euro subiu a 62,9 em abril de 62,5 em março, abaixo da preliminar de 63,3 mas a leitura mais alta desde que a pesquisa começou em junho de 1997.
O subíndice de produção caiu a 63,2 ante a máxima recorde de março de 63,3. Leitura acima de 50 indica crescimento.
"A indústria da zona do euro está em expansão", disse Chris Williamson, economista-chefe do IHS Markit. "Entretanto, restrições de oferta também estão em níveis sem precedentes, levando a um aumento recorde nas encomendas não acabadas nas fábricas."
O índice de trabalhos não acabados subiu a 61,5 de 60,4, máxima da pesquisa.
Com o custo de matérias-primas subindo a um ritmo quase recorde, as fábricas foram forçadas a elevar seus próprios preços no ritmo mais forte desde que o IHS Markit começou a coletar os dados.
*Reportagem de Jonathan Cable / REUTERS
ESPANHA - A Espanha busca voluntários em centenas de empresas para um experimento que pode jogar luz sobre como será o futuro das relações de trabalho - especialmente após a pandemia de covid-19.
A proposta, feita pelo partido de esquerda Más País, é testar em pequena escala o que acontece com a produtividade das empresas quando seus funcionários trabalham apenas 32 horas por semana, em vez das 40 habituais.
Isso significa uma redução de 5 para 4 os dias em que a equipe de fato trabalha - sem, contudo, que haja uma diminuição proporcional do salário.
"O fato de que essa ideia seja desenvolvida como um experimento piloto já é algo positivo. Esse é o padrão-ouro para avaliar o sucesso de políticas públicas", explica Carlos Victoria, economista e pesquisador do Centro de Políticas Econômicas da Esade, escola de negócios com sede na Espanha.
À primeira vista, poderia-se supor que o funcionário que trabalha menos horas vai produzir menos pelo simples fato de que sua jornada fica mais curta.
Experiências anteriores, contudo, apontaram que, após um período de transição, o bem-estar dos trabalhadores aumenta e tem início uma cadeia de efeitos positivos com reflexos sobre a produtividade, diz Victoria.
"O que está acontecendo nas empresas que já tentaram reduzir a jornada de trabalho é que isso se torna um mecanismo de atração de talentos. Os trabalhadores preferem ir para empresas com melhores condições para trabalhar", diz Héctor Tejero, coordenador do projeto Más País, enumerando outro dos efeitos secundários observados.
Entre as empresas que já estão testando a semana de 4 dias está a DELSOL software - que reportou uma queda de 30% no absenteísmo involuntário no primeiro mês, na comparação com igual período do ano anterior.
"Há um envolvimento maior com a empresa, e os trabalhadores produzem mais porque estão mais descansados. São mais criativos. Eles também estão vendo uma menor rotatividade. Menos gente sai", acrescenta Tejero.
Para o político, a pandemia fez com que muitas pessoas parassem para refletir e passassem a buscar mais tempo para ficar com a família.
"A questão da saúde mental e do equilíbrio entre vida pessoal e profissional também entra nesse contexto", diz ele.
Carlos Victoria, economista do Esade, lista entre os desafios do experimento estabelecer a significância dos resultados, que determinará em que medida ele poderia ser replicado para a economia como um todo.
Para ele, ainda que haja aumento da produtividade em certas empresas, isso não significaria necessariamente que a consequência seria "uma revolução nas relações de trabalho".
"Esse é um experimento pequeno. Também temos que levar em conta que em alguns setores será mais difícil de implementar do que em outros."
Entre esses setores estariam principalmente serviços como de bares e restaurantes, salões de beleza ou consultórios médicos.
"Não existe, por definição, capacidade para fazer o mesmo trabalho em menos tempo", afirma o economista.
A própria Espanha tem, contudo, um exemplo bem-sucedido no segmento de hospitalidade, em que as jornadas são tradicionalmente de 6 dias por semana.
Há alguns meses a rede de restaurantes La Francachela reduziu a semana de trabalho de seus funcionários para 4 dias, mantendo a remuneração da equipe, que conta com 60 pessoas. As mudanças começaram com o fechamento dos restaurantes por conta da pandemia.
"Nós duas sócias somos também mães de duas crianças pequenas. Com o confinamento, nos vimos em uma situação muito precária, desesperadora. Quando os restaurantes reabriram, em maio, não queríamos que os funcionários vivessem o que aconteceu conosco", conta María Álvarez, cofundadora da empresa.
A partir daí, a gestão passou a analisar o que poderia ser implementado e adaptado para permitir que os funcionários conciliassem trabalho e família.
"Também queríamos que tudo o que aprendemos com covid-19 servisse como uma alavanca para produzir uma transformação nos negócios que nos permitisse enfrentar o que viria depois com mais agilidade."
"O que viria depois" seriam as medidas implementadas pelo governo para permitir a abertura do setor, mas protegendo trabalhadores e clientes do coronavírus - a abertura gradual dos restaurantes, a separação das mesas e dos clientes, a limpeza exaustiva de todo o mobiliário entre um serviço e outro.
"Muitas coisas mudaram, precisávamos repensar toda a empresa."
No momento, por conta da crise sanitária, a rede tem apenas dois restaurantes abertos, mas há um terceiro preparado para voltar a funcionar logo que seja possível.
Implementar a semana de 4 dias, diz Álvarez, permitiu à rede remodelar a escala de plantões, com a divisão do time em dois grupos, que teriam contato mínimo um com o outro.
"Outra coisa que nos permitiu foi ser mais ágil no atendimento."
O WhatsApp também foi um fator decisivo na melhora da produtividade.
"Não temos mais garçons circulando. O cliente pede pelo WhatsApp da mesa e a partir daí o garçom é acionado. Com isso acabamos com muitas horas improdutivas em que os funcionários transitavam pelo salão. Como atendemos mais pessoas, faturamos mais. Funcionamos das 10h da manhã às 11h da noite."
"Depois reformulamos o cardápio, eliminamos pratos que davam muito trabalho. Também compramos maquinários novos para a cozinha, como fatiador de legumes, e aprimoramos todos os processos internos", explica.
Inicialmente, o governo espanhol vai financiar o projeto-piloto em curso no país, subsidiando o custo das empresas com a redução da jornada semanal.
O valor aprovado é de 50 milhões de euros (cerca de R$ 325 milhões), que serão distribuídos entre um grupo que deve contar com algo entre 200 e 400 empresas por um período de até três anos.
"Recebemos propostas ainda antes de divulgarmos o projeto", diz Tejero.
O interesse despertado não é pequeno.
O projeto, entretanto, levará algum tempo até que seja implantado nos diferentes setores.
"Tem que ser algo gradativo, que ande de mãos dadas com as empresas e outros agentes sociais", diz Tejero.
*Por: BBC NEWS
SÃO PAULO/SP - O Dia das Mães de 2021 deve render um faturamento de R$ 12,1 bilhões ao varejo, segundo projeção da CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo). Eis a íntegra (235KB).
O 2º Dia das Mães da pandemia tem um cenário mais positivo do que o do ano anterior. O faturamento de 2020 de R$ 8,2 bilhões foi o menor da série histórica, iniciada em 2005. As vendas caíram 33% frente a 2019. Neste ano, deve haver alta de 46% caso a projeção se confirme.
O economista da CNC, Fabio Bentes, explica que é natural esperar uma alta pelo contraste com o que se tinha ano passado. “Ano passado tínhamos a maioria dos setores não essenciais fechados. Isso fez os números despencaram. O setor de vestuário teve uma queda de 60% ano passado”, disse.
Diferente de 2020, quando grande parte do comércio dos Estados estava fechado, neste ano a data será celebrada durante processo de reabertura da economia. Todos os Estados brasileiros devem registrar alta nas vendas em relação ao ano passado.
O professor de economia da Universidade de Brasília Carlos Alberto Ramos afirma que a projeção deve se confirmar.Mas diz que a incerteza das famílias, a perda de emprego e renda podem influenciar negativamente os resultados. Já a manutenção de renda e emprego em parte das famílias e o consumo reprimido (devido ao fechamento do comércio por causa da pandemia) pode fazer o faturamento ainda maior.
“Dado o contexto de incerteza e instabilidade provocados pela pandemia e o contexto político, é difícil prever se vão prevalecer os aspectos positivos ou negativos”, afirma o professor.
O economista da CNC Fabio Bentes destaca que o Dia das Mães deste ano poderia ser melhor do que em 2019, ano em que não havia pandemia, se nós estivéssemos num cenário melhor. “Temos fatores nesse momento que impactam o orçamento das famílias”. Cita como exemplo o desemprego e a inflação alta.
As projeções da CNC mostram que a inflação dos produtos e serviços consumidos no Dia das Mães deve ser de 4,7%. O maior valor desde 2016, quando a inflação estava em 7,7%.
A avaliação tanto de Carlos Alberto Ramos quanto de Fabio Bentes é de que inflação deve fazer o consumidor optar por opções mais baratas de presentes.
Ramos afirma que isso deve acontecer especialmente em segmentos da população com uma acentuada incerteza, como pessoas beneficiárias do auxílio emergencial. “Eles sabem que esses auxílios são transitórios e que a retomada da atividade é incerta”.
O economista da CNC diz que ainda não se pode falar que o Dia das Mães mostra uma retomada do varejo em valores pré-pandemia. Mas isso pode acontecer em outras datas do 2º semestre. “Isso pode vir a acontecer em grandes datas para o varejo, como Black Friday e Natal”.
Bentes pondera, no entanto, que isso vai depender do ritmo da vacinação no país. “Quanto mais rápida a vacinação, mais contundente vai ser a recuperação do comércio”.
*Por: PODER360
SÃO PAULO/SP - A taxa de desocupação para o primeiro trimestre (de dezembro a fevereiro) de 2021 foi de 14,4%, anunciou na sexta-feira (30) o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Isso significa que 14,4 milhões de pessoas estão desempregadas atualmente no Brasil – o maior número da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD contínua), que começou em 2012 (sim, o número de pessoas economicamente ativas, que trabalham ou tentam trabalhar, é de 100,3 milhões, o que faz a porcentagem coincidir com o número absoluto de desempregados – quem não está em busca de emprego não entra na estatística).
Em termos percentuais, o dado só fica atrás do trimestre julho-agosto-setembro de 2020, quando o IBGE registrou uma taxa de desocupação de 14,6% – mas o número bruto de desempregados ainda era menor: 14,1 milhões.
O aumento do desemprego foi de 2,9% em relação ao trimestre anterior (de setembro a novembro de 2020). Ou seja: nesse intervalo, cerca de 400 mil pessoas procurando por emprego entraram na conta. Em um ano, o aumento foi de 16,9% – ou 2,1 milhões de novos desempregados.
Apesar de dramáticos, os números já eram esperados – as previsões apontavam para uma taxa de desocupação entre 14,1% e 14,8%, com a mediana em 14,5%. Não à toa: o início de 2021 foi marcado pela pior fase da pandemia de Covid-19 no país – só nos primeiros quatro meses de 2021 já houve mais mortes em decorrência da doença do que em 2020 inteiro. Nessa situação, e com uma vacinação lenta e escassez de doses, não haveria como uma economia resistir, mesmo com resistência por parte do governo federal e de alguns poderes locais de implementar medidas de isolamento social mais restritivas.
Só para termos de comparação: em tempos normais (lê-se: sem pandemia), o desemprego nunca tinha ultrapassado os 14% no Brasil. O máximo foi de 13,7% no primeiro trimestre de 2017, consequências da enorme crise que havia se instalado no país nos dois anos anteriores.
Outro recorde da série histórica atingido é o de população desalentada: são mais de seis milhões de brasileiros que se encaixam agora nessa definição. Uma pessoa desalentada é aquela que, por diversos motivos, desistiu de procurar por emprego, e não entra mais na conta da força de trabalho do país.
Por outro lado, dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) liberados nessa quarta-feira pelo Ministério da Economia mostram que a abertura de vagas de emprego formais, ou seja, com carteira assinada, voltaram aos níveis pré-pandemia pela primeira vez, após saldo positivo de abertura de vagas por três meses seguidos. No final de março deste ano, o Brasil tinha 40,2 milhões de vagas formais, contra 39,08 milhões em fevereiro de 2020.
Esses números, porém, se referem às vagas celetistas – e excluem atualmente grande parte da fatia dos trabalhadores brasileiros. Segundo os dados do IBGE divulgados hoje, 39,6% da população ocupada, ou 34,0 milhões de trabalhadores, estão atualmente em trabalhos informais.
*Por: Bruno Carbinatto / EXAME
PARAGUAI - Os países que compõem o Mercosul assinaram um acordo de comércio eletrônico que facilita as transações digitais e proíbe a criação de barreiras comerciais sobre esse segmento. Segundo os Ministérios da Economia e das Relações Exteriores, o instrumento aprofunda a integração regional, ao regular um tema cada vez mais relevante do comércio global.
O acordo estabelece um marco jurídico comum que impede a criação de possíveis obstáculos ao comércio eletrônico entre os quatro países do bloco – Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. Entre as medidas acertadas, estão a proibição a tarifas sobre downloads, streaming (transmissões eletrônicas) e compras em lojas de aplicativos que sejam incompatíveis com as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC).
Pelo acordo, os países do Mercosul também não poderão exigir que empresas prestadoras de serviços digitais instalem servidores (computadores) em território nacional. Dessa forma, uma plataforma que funcione no Brasil não precisa, por exemplo, instalar um servidor na Argentina para poder atender a consumidores do país vizinho.
Apenas, as instituições financeiras precisam seguir a exigência, por determinação dos Bancos Centrais dos países do bloco. Embora seja abolida na maior parte do planeta, a obrigação de uma empresa instalar computadores nos países em que atua é exigida em países como a China, permitindo que uma determinada plataforma seja derrubada por ordem das autoridades locais.
Outros pontos do acordo são a aceitação de assinaturas digitais nos países do Mercosul, o alinhamento das normas nacionais de proteção ao consumidor online com as regras do bloco e a adoção e manutenção de marcos legais de proteção de dados pessoais e a proteção contra spam (mensagens comerciais não pedidas).
Em nota conjunta, o Itamaraty e o Ministério da Economia informaram que o acordo se baseou nas recomendações mais avançadas de fóruns internacionais como o G20 (grupo das 20 maiores economias do planeta) e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Segundo o comunicado, o acordo regional representa uma contribuição à criação de regras internacionais para o comércio eletrônico dentro da OMC.
Desde 1998, os países que integram a OMC têm renovado, a cada dois anos, o compromisso de não impor tarifas sobre o comércio eletrônico. Dessa forma, o acordo do Mercosul firma-se como proteção regional para o segmento na ausência de um acordo global. O texto assinado, destacam o Ministério da Economia e o Itamaraty, é semelhante ao acordo comercial fechado com o Chile em 2018.
Assinado na quinta-feira (29) em Montevidéu e detalhado hoje (30), o acordo sobre comércio eletrônico do Mercosul, na avaliação do governo brasileiro, aumentará a previsibilidade e a segurança jurídica das transações comerciais digitais dentro do bloco, contribuindo para o aumento da circulação de bens e serviços nos quatro países membros. “Sua conclusão reforça, mais uma vez, o compromisso do Mercosul com a integração comercial e o fortalecimento das condições de competitividade de suas economias”, concluiu a nota conjunta.
Também nesta quinta-feira, o presidente Jair Bolsonaro encaminhou ao Congresso Nacional com o texto do Acordo sobre Localidades Fronteiriças Vinculadas do Mercosul, assinado durante a 55ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul, em 2019.
O acordo visa fornecer as bases jurídicas de direito internacional para que os governos do Mercosul garantam aos cidadãos das localidades vinculadas dos países participantes o direito de obter documento de trânsito vicinal fronteiriço, que facilita circulação entre os países e confere benefícios nas áreas de estudo, trabalho, saúde e comércio de bens de subsistência.
Os portadores do documento fronteiriço poderão estudar e trabalhar dos dois lados da fronteira. Terão também direito a transitar por canal exclusivo ou prioritário, quando disponível, nos postos de fronteira. O direito de atendimento nos sistemas públicos de saúde fronteiriços poderá ser concedido em condições de reciprocidade e complementaridade.
O acordo também dispõe sobre cooperação entre instituições públicas nessas regiões em áreas como vigilância epidemiológica, segurança pública, combate a delitos transnacionais, defesa civil, formação de docentes, direitos humanos, preservação de patrimônio cultural, mobilidade de artistas e circulação de bens culturais e combate ao tráfico ilícito de referidos bens.
*Por Wellton Máximo e Pedro Rafael Vilela – Repórteres da Agência Brasil
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