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BRASÍLIA/DF - O preço médio do gás liquefeito de petróleo (GLP), praticado pela Petrobras junto às distribuidoras, será reduzido a partir de hoje (13). De acordo com a estatal, o valor do quilo (kg) passa de R$ 4,23 para R$ 4,03. O reajuste representa uma queda de 4,7%.

É a segunda redução consecutiva no preço do GLP, também conhecido como gás de cozinha. Em abril deste ano, houve uma queda de R$ 0,25 no valor do kg. Antes, no entanto, os preços mantinham trajetória de alta. Em julho do ano passado, houve aumento de 6%; em outubro de 7,2% e em março deste ano de 16,1%.

Segundo a Petrobras, o preço médio de 13 kg, correspondente à capacidade do botijão de uso doméstico, sofrerá uma redução de R$ 2,60, ficando em R$ 52,34. Contudo, não é possível precisar o valor final que será cobrado do consumidor, já que outros fatores exercem influência como os tributos que incidem sobre o GLP e as margens de lucro das distribuidoras.

Além da redução no GLP, a Petrobras anunciou nas últimas semanas quedas na gasolina, no diesel, no querosene de aviação e na gasolina de aviação. Os reajustes refletem as variações do mercado internacional, conforme a Política de Preços de Paridade de Importação (PPI) adotada pela estatal desde 2016. Na semana passada, o preço do barril de petróleo tipo brent, usado como referência, caiu abaixo de US$ 90 pela primeira vez desde fevereiro.

No primeiro semestre do ano, porém, o cenário internacional era outro. Com base no PPI, os combustíveis sofreram forte alta, o que gerou manifestações de insatisfação do presidente da República, Jair Bolsonaro. Em maio, ele trocou o comando da estatal pela quarta vez durante seu mandato. Caio Mário Paes de Andrade assumiu no lugar de José Mauro Ferreira Coelho.

Em nota, a Petrobras informa que a redução acompanha a evolução dos preços de referência e é coerente com a sua prática. A estatal sustenta que busca o equilíbrio com o mercado, sem repassar a volatilidade conjuntural das cotações e da taxa de câmbio. "De forma a contribuir para a transparência de preços e melhor compreensão da sociedade, a Petrobras publica em seu site informações referentes à formação e composição dos preços de combustíveis ao consumidor", acrescenta o texto.

Consumidor

Conforme o último levantamento divulgado pela Petrobras, realizado entre 28 de agosto e 3 de setembro, o botijão de gás de 13 kg estava custando ao consumidor em média R$ 111,57. A estatal calcula ser responsável apenas por 49,2% desse valor. Atualmente, o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Produtos (ICMS), tributo estadual, responde por 10,6%. O restante do preço é de responsabilidade das distribuidoras, que leva em conta os gastos logísticos e a margem de lucro.

Essa composição do preço leva em conta a suspensão da incidência dos impostos federais sobre o GLP de uso doméstico. Uma medida provisória que abre essa possibilidade foi assinada em março do ano passado pelo presidente Jair Bolsonaro, sendo posteriormente aprovada no Congresso Federal. Foram zeradas as alíquotas do programas de Integração Social (PIS) e de Formação do Patrimônio do Servidor Público (Pasep) e da Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins).

Sem mudanças significativas na política de preços da Petrobras, a desoneração tem sido o caminho adotado pelo governo federal para baixar os preços não apenas do GLP, mas também da gasolina, do etanol, diesel e do Gás Natural Veicular (GNV). Outra lei proposta pelo governo federal entrou em vigor no final de junho limitando as alíquotas do ICMS que incidem sobre itens considerados essenciais.

A queda na arrecadação dos estados deverá ser compensada por meio do abatimento de valores da dívida pública que eles têm com a União. A medida, no entanto, gerou questionamentos dos estados e também de prefeituras, que recebem uma parcela do ICMS. No cálculo da Confederação Nacional dos Municípios (CNM), a perda apenas dos municípios é de quase R$ 20 bilhões. Além disso, divergências em torno do prazo para realização dessa compensação têm sido tratadas no âmbito judicial.

 

 

Por Léo Rodrigues - Repórter da Agência Brasil 

EUA - O mercado aguarda os dados de inflação ao consumidor dos Estados Unidos, que serão divulgados nesta terça-feira, 13, possivelmente indicando os próximos passos a respeito da política monetária do Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos EUA. A expectativa de analistas é de uma moderação nos preços da energia, que ajudaram a inflação a atingir a maior alta em 40 anos.

A mediana das estimativas de analistas compiladas pelo Investing.com é de um IPC mensal com queda de 0,1% em agosto, levando o indicador anual a 8,1%. Em julho, o IPC foi de 0%, com indicador em doze meses ficando em 8,5%. O Bureau of Labor Statistics dos Estados Unidos também aponta a mesma projeção, assim como o UBS.

De acordo com nota do Morgan Stanley (NYSE:MS) (BVMF:MSBR34), os preços da energia devem perder força no segundo semestre deste ano, com a maior parte do efeito concentrado em agosto e setembro. No entanto, o UBS pondera que, mesmo com a continuidade da queda do preço da gasolina, os preços dos alimentos e do núcleo devem continuar a subir solidamente.

Claudia Rodrigues, economista do C6 Bank, espera que o indicador siga uma tendência de desaceleração devido à política monetária mais apertada iniciada pelo Fed no início do ano. Uma queda no preço de commodities, principalmente energia e combustíveis, deve continuar beneficiando o índice, segundo Rodrigues.

“No entanto, não vemos a inflação convergindo para a meta tão cedo. O núcleo do IPC, que exclui alimentos e energia (itens de maior volatilidade), deve cair lentamente, em razão do mercado de trabalho aquecido. A escassez de trabalhadores num contexto de forte demanda pelas empresas favorece salários bem acima da produtividade, o que eleva os custos e pressiona preços”. Assim, a expectativa do C6 é de que o Fed promova mais um ajuste de 0,75 ponto na próxima reunião de setembro, no esforço de trazer a inflação para a meta.

 

Economia dos EUA

Após dois trimestres seguidos de Produto Interno Bruto (PIB) negativo, o mercado aguarda a tomada de decisão sobre os juros pelo Federal Reserve, pois uma política monetária mais contracionista pode tornar o momento ainda mais complicado.

O Produto Interno Bruto (PIB) do segundo trimestre de 2022 dos Estados Unidos ficou em -0,6%, após os -0,9% apresentados anteriormente. Por ser o segundo trimestre consecutivo com o PIB em queda, o cenário é de recessão técnica, mas outros dados econômicos mostram a economia ainda aquecida. O banco central americano deve definir a taxa de juros na sua próxima reunião, agendada em 20 a 21 de setembro.

Em relatório ao mercado, Candace Browning, chefe de Pesquisa Global do Bank of America Corp (NYSE:BAC) (BVMF:BOAC34) (BofA) diz que a expectativa agora é de uma recessão leve no primeiro semestre do próximo ano e meta para os fed funds em uma faixa de 4,0-4,25%, com um aumento de 75bp em setembro e aumentos menores depois.

 

Efeitos no mercado

Dependendo do indicador, os investidores tendem a alterar suas expectativas sobre a economia e quais os impactos também nos mercados acionários. “Caso o dado venha acima do esperado (em 0% ou acima disso), ou seja, um cenário neutro ou de alta, o dado indicará um cenário de inflação ainda persistente e altista. Tal cenário pressiona o Federal Reserve para possíveis revisões altistas na taxa básica de juros americana, dado que o aumento dos juros é o caminho mais comum para o combate à inflação. Com isso, mais um ciclo de alta de juros fortaleceria o dólar e afetaria negativamente o mercado de ações”, avalia Heitor De Nicola, sócio e assessor de renda variável da Acqua Vero Investimentos.

Para de Nicola, caso o dado venha dentro do esperado ou melhor (menor que 0%), o dado indicaria uma "deflação" ao índice preço do consumidor, mostrando efetividade dos aumentos da taxa de juros ao avanço da inflação. Nesse caso, de acordo com ele, a expectativa sobre novos aumentos começa a diminuir e a expectativa de que o Fed poderia desacelerar o ciclo altista de juros começa a surgir. “Nesse cenário, apenas os próximos dados do IPC poderiam responder a pergunta. Com tal expectativa, o cenário para dólar passa a ser negativo (no sentido de perder força), e o mercado acionário americano se favoreceria”, completa.

A tomada de decisão sobre os juros contempla outros dados complementares, como índice de preços ao produtor (IPP), payroll, vendas no varejo, entre outros.

“A melhor maneira para entender o atual cenário macroeconômico americano é juntando todos esses dados, que são altamente correlacionados e nos passam a perspectiva de inflação real, o nível de atividade econômica, os dados de geração de emprego e nível de gastos da população”, conclui de Nicola.

 

 

Por Jessica Bahia Melo / Investing.com

ARGENTINA - O supermercado do meu bairro em Buenos Aires costumava abrir às 8h da manhã todos os dias, mas há algumas semanas passou a abrir cada dia mais tarde.

Frustrada com esse atraso, um dia reclamei com o caixa pela falta de pontualidade.

"Antes de abrir temos que atualizar os preços dos produtos que aumentaram, e a cada dia a lista do que temos de remarcar é mais longa", explicou o funcionário, pedindo desculpas.

Se deparar com preços mais caros a cada vez que você vai às compras é uma das consequências de morar em um país com mais de 70% de inflação ao ano, uma das mais altas do mundo.

Esse problema não é novidade para os argentinos.

Enquanto em outras partes do mundo os consumidores estão horrorizados porque o aumento do custo de vida chegou a 10% ao ano, como consequência da pandemia e da invasão da Ucrânia pela Rússia, na Argentina, ter números como esses seria um sonho.

Por aqui, há uma década, a inflação não fica abaixo de 25% ao ano, e nos últimos anos esse número dobrou.

No entanto, nada se compara ao que vivemos este ano, em que problemas internos, aprofundados por problemas externos, levaram a uma aceleração da inflação não vista desde a crise de 2001-2002, que deixou mais da metade da população na pobreza.

Desde março, o país vem registrando aumentos mensais de preços superiores a 5%.

Em julho a inflação atingiu 7,4%, valor mensal mais alto das últimas duas décadas, e a maioria dos consultores estima que em agosto a alta de preços tenha ficado em torno de 6,5%.

Esta é a razão pela qual, nas últimas semanas, as maquininhas de remarcar preços não têm dado conta do serviço.

Mas o pior é que poucos preveem que a inflação vá desacelerar. Ao contrário: a última Pesquisa de Expectativas de Mercado do Banco Central da Argentina indica que a projeção de inflação é de 90% até o final do ano. E vários analistas acreditam que o número pode chegar a três dígitos.

 

Sem 'âncoras'

Mesmo aqueles que têm muita experiência em conviver com a inflação perdem a bússola com esse nível de reajustes.

É que uma das consequências mais danosas de ter uma inflação tão alta é que não temos mais o que os economistas chamam de "âncoras", ou seja, referências de preços.

Os comerciantes reajustam valores de acordo com o custo que estimam que terão de pagar no final do mês para substituir aquele produto. Alguns reajustam de acordo com a inflação do mês anterior.

E não faltam aqueles que aproveitam a confusão generalizada para lucrar, ampliando suas margens de ganho.

Por outro lado, há setores que sofreram muito durante a pandemia, como turismo, gastronomia e vestuário, que aproveitam a reabertura da economia e a necessidade de muitos regressarem à vida normal para impor fortes aumentos de preços para recuperar um pouco do tempo perdido.

O que isso gera é uma distorção de preços que faz com que os consumidores não saibam mais o quanto as coisas deveriam valer.

"Outro dia comprei um par de sapatos infantis online e paguei 13.000 pesos (cerca de US$ 90, considerando a cotação dólar 'oficial', ou US$ 45 no paralelo), o que me pareceu caro", comenta Yanina, uma amiga professora, que não sabe se fez uma compra boa ou ruim.

"Depois fui ao supermercado e gastei quase o mesmo só na compra semanal", diz ela.

A confusão é ainda maior se você tiver que pagar por um serviço, desde contratar um encanador ou eletricista para consertar um problema na casa, até pintar as unhas ou levar o carro para a oficina.

Você não tem a menor ideia do que eles podem cobrar. Vai me custar 3.000 pesos? 5.000 pesos? Ou 10.000?

É impossível saber o que é caro e o que é um preço razoável, porque não há nada para comparar.

 

A loucura do dólar

Dada a falta de âncoras, os argentinos estão mais atentos do que nunca à cotação do dólar, moeda que historicamente tem sido usada como referência e reserva de valor na Argentina.

Mas longe de ser uma bússola, a moeda americana se tornou um elemento fundamental da crise atual.

Primeiro, porque na Argentina não há uma cotação única do dólar. Hoje temos pelo menos seis (que são as mais usadas) e a diferença entre a cotação mais baixa e mais alta é tão grande que às vezes ultrapassa os 100%.

Por que temos seis cotações do dólar?

Porque os constantes ciclos inflacionários fizeram com que o peso argentino perdesse grande parte de seu valor, levando à adoção do dólar norte-americano como moeda de reserva, utilizada para realizar grandes transações, principalmente a compra de imóveis.

Mas como a Argentina não produz os dólares necessários para suprir a demanda de sua população e economia — dependente de insumos importados para a produção —, os governos impõem controles de capital — "cepos", como são chamados aqui — e fixam a cotação do dólar.

Isso cria um dólar "oficial", de menor cotação, e toda uma gama de outros dólares — o "ahorro" (poupança), o "tarjeta" (cartão), o "bolsa" —, e o mais conhecido e acompanhado por todos: o "blue", nome dado aqui ao dólar paralelo, comumente conhecido em outros lugares como "câmbio negro".

Esse dólar "blue", que sobe e desce dependendo do humor do mercado, também é muito sensível às crises políticas: subiu quase 10% em um único dia no início de julho, após a renúncia do ministro da Economia Martín Guzmán.

E este é o segundo fator que está causando a escalada inflacionária.

Porque, sendo a principal referência de preço para muitos — especialmente os empresários, quando o "blue" sobe, quase todos os preços sobem.

E quando a cotação desse dólar dispara — como nos últimos meses, quando o dólar "oficial" dobrou de valor em relação à moeda argentina — abre-se uma brecha que distorce a economia, trazendo mais pressão para a desvalorização do peso.

Todas essas complexidades da economia argentina fazem com que os locais tenham que se tornar quase especialistas em economia para fazer o melhor uso possível de seus salários.

Uma das manobras financeiras mais populares é o chamado "purê".

Consiste em comprar US$ 200 ao preço "oficial" — o máximo mensal permitido pelo governo, que aplica sobre o valor 65% de imposto — e vendê-los em "cuevas" (instituições financeiras ilegais, muito comuns aqui) a um valor "blue", gerando uma diferença suculenta que multiplica o rendimento.

 

As duas Argentinas

Embora a inflação afete a vida de todos os argentinos, o impacto é muito desigual dependendo do grupo em que você está.

Quem tem salários reajustados para repor a inflação vive uma realidade, e a grande maioria, que perde poder aquisitivo mês a mês, vive outra.

Os primeiros são os grandes responsáveis pela explosão de consumo que a Argentina vive, fenômeno que surpreende muitos, que se perguntam como é possível que os restaurantes estejam lotados e os shoppings cheios em meio à crise.

Ou que o grupo britânico Coldplay tenha conseguido esgotar dez shows no enorme estádio do River Plate, um recorde absoluto para este país.

A explicação não é apenas que ainda existam mais de 20% da população com renda alta ou média-alta. Mas também que muitos deles, e mesmo pessoas com rendimentos mais modestos, optam por consumir em vez de poupar.

"As pessoas que têm pesos tentam se livrar porque eles 'derretem'", explica o economista Santiago Manoukian, da consultoria Ecolatina, referindo-se à alta inflação que corrói o valor da moeda local.

Com acesso limitado ao seu instrumento de poupança favorito, o dólar — por conta do limite "oficial" de US$ 200 e da cotação recorde do "blue" —, muitos optam por comprar bens duráveis para manter o valor de seu dinheiro, ou gastam em atividades que lhes dão prazer, como comer fora, assistir a um show ou viajar.

Isso permitiu à Argentina manter um bom nível de atividade econômica, com crescimento superior a 6% no primeiro semestre do ano e baixo desemprego, de 7%.

Mas do outro lado dessa opulenta Argentina há milhões de pessoas que não conseguem sobreviver e cada vez mais têm que apertar o cinto, até mesmo cortando produtos básicos.

 

Pobres com ocupação

Os principais prejudicados pela inflação são as pessoas mais pobres, que hoje representam quase 40% da população argentina.

Eles costumam ter empregos informais, que não são protegidos pelas "paritarias", como são chamadas as negociações setoriais que definem reajustes salariais para compensar a inflação.

A maior parte desta população mais vulnerável sobrevive com a ajuda do Estado, mas essa assistência também não consegue acompanhar o aumento dos preços.

No entanto, mesmo os trabalhadores com carteira assinada perderam muito poder de compra devido à inflação.

Porque nos últimos anos, enquanto o custo de vida disparou, os salários foram na direção oposta.

A queda começou durante o governo de Mauricio Macri (2015-2019) e já dura cinco anos consecutivos, o que significa que hoje a maioria dos argentinos tem renda menor do que no final de 2017.

Segundo a consultoria LCG, a perda de poder aquisitivo nos últimos cinco anos foi de 23% em média.

Mas não é só a inflação alta que explica a queda dos salários. Também mudou a forma como o bolo é dividido, ou seja, a distribuição da riqueza.

Em 2017, o salário dos trabalhadores representava 52% da renda nacional e os lucros dos empresários, 39%.

A partir de então, a relação de forças começou a se inverter e, em 2021, os rendimentos dos trabalhadores representavam apenas 43% da riqueza nacional, e o capital, 47%, segundo estudo da Cifra, centro de estudos da Central de Trabalhadores da Argentina (CTA).

O resultado é o fenômeno que mais preocupa muitos aqui: o dos trabalhadores pobres.

Historicamente, na Argentina, considerava-se que a diferença entre ser pobre e não ser era conseguir um emprego formal.

Mas hoje o salário mínimo não compra metade de uma cesta básica, conjunto de alimentos e bens essenciais necessários a uma típica família de quatro pessoas.

Ou seja, mesmo um casal com empregos formais não tem garantia de uma renda mínima para não cair na pobreza.

Isso levou quase um em cada cinco assalariados a serem pobres e um terço de todos os argentinos ocupados a viverem na pobreza, segundo pesquisas realizadas em 2021 pelo Centro de Estudos Distributivos, Laborais e Sociais (Cedlas) da Universidade Nacional de La Plata e o Observatório da Dívida Social Argentina da Universidade Católica Argentina.

É algo que nunca vi antes neste país, e um problema que o novo ministro da Economia, Sergio Massa, pretende mitigar dobrando entre setembro e novembro o abono que os 1,1 milhão de trabalhadores formais de salários mais baixos recebem por criança.

 

O futuro

Como argentina nascida há quase meio século, vivi muitas das crises econômicas mais dramáticas atravessadas por este país, que há apenas cem anos era um dos mais prósperos do mundo.

Vivi inflações ainda piores do que a atual — em 1989, quando cursava o ensino médio, a alta do custo de vida atingiu seu recorde, acima de 3.000% ao ano.

E na primeira década deste século, fui uma entre milhares de jovens que se mudaram para o exterior em busca de melhores oportunidades, enquanto meu país mergulhava no pior desastre de sua história.

Embora o presidente Alberto Fernández, que fez parte do governo que tirou a Argentina dessa crise, garanta que o país vai se reerguer, como então, é difícil manter o otimismo.

É verdade que a situação internacional, em particular devido à guerra entre Rússia e Ucrânia, fez com que os grãos argentinos voltassem a valer fortunas — a valorização das commodities foi uma das chaves que permitiram a recuperação da economia a partir de 2003.

Também dá esperança que, mesmo com previsão de desaceleração econômica para o segundo semestre, organismos internacionais como Banco Mundial e FMI (Fundo Monetário Internacional) concordem que o país deva fechar 2022 com crescimento próximo de 4%, acima da média regional.

Mas não posso deixar de me perguntar como poderá se reerguer um país em que 45% da população depende de auxílios estatais, segundo dados do Observatório da Dívida Social.

E acima de tudo: que futuro espera a Argentina quando mais da metade de suas crianças são pobres e meio milhão abandonou a escola após o prolongado fechamento do ensino presencial durante a pandemia, como advertiu no começo do ano letivo a Associação Civil pela Igualdade e Justiça (ACIJ).

 

- Este texto foi originalmente publicado em https://www.bbc.com/portuguese/internacional-62842330

BRASÍLIA/DF - A partir do próximo ano, o trabalhador poderá usar os depósitos futuros no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para a compra de casas populares. Na quinta-feira (8), o Diário Oficial da União publicou portaria que autoriza o uso desses recursos para pagar prestações do Programa Casa Verde e Amarela. A operação, no entanto, envolve riscos.

Embora a autorização para o início da modalidade já esteja valendo, a medida demorará para chegar ao mutuário. Isso porque as instituições financeiras terão 120 dias para se adaptarem à nova regra de contratação e só começarão a oferecer esse tipo de contrato em fevereiro de 2023.

A portaria regulamentou a Lei 14.438, promulgada pelo Congresso Nacional em agosto, após a aprovação da Medida Provisória 1.107, editada em março. Embora a lei autorizasse a utilização dos futuros depósitos do FGTS, a medida só valeria após a regulamentação definir as regras.

Somente famílias com renda mensal bruta de até R$ 4,4 mil poderão recorrer ao mecanismo, que poderá ser usado para a compra de apenas um imóvel por beneficiário. Na prática, a medida institui uma espécie de consignado do FGTS. Em vez de o dinheiro depositado mensalmente ir para a conta do trabalhador, será descontado para ajudar a pagar as prestações e diminuir mais rápido o saldo devedor do imóvel popular.

Responsável pelo Programa Casa Verde e Amarela, o Ministério do Desenvolvimento Regional forneceu um exemplo de como a medida funcionará. Até agora, um mutuário que ganhe R$ 2 mil por mês podia financiar um imóvel com prestação de R$ 440. Com o uso do FGTS futuro, mais R$ 160 serão incorporados, fazendo o valor da prestação subir para R$ 600 sem que o trabalhador tire mais dinheiro do próprio bolso.

A medida tem como objetivo desovar o estoque de imóveis parados no Casa Verde e Amarela. Atualmente, cerca de um terço dos financiamentos são negados por falta de capacidade de renda. Ao incluir os depósitos futuros do FGTS no pagamento das parcelas, mais famílias poderão ter acesso ao programa habitacional.

Riscos

A decisão caberá ao trabalhador, que não será obrigado a aderir a essa modalidade. Esse tipo de operação, no entanto, não está isento de riscos. Em vez de acumular o saldo no FGTS e usar o dinheiro para amortizar ou quitar o financiamento, como ocorre atualmente, o empregado terá bloqueados os depósitos futuros do empregador no Fundo de Garantia. O risco está no caso de demissão.

Caso o trabalhador perca o emprego, ficará com a dívida, que passará a incidir sobre parcelas de maior valor. Se ficar desempregado durante muito tempo, além de ter a casa tomada, o mutuário ficará sem o FGTS.

Em nota, o Ministério do Desenvolvimento Regional informou que o risco das operações será assumido pelos bancos e que continua valendo a regra atual de pausa no pagamento das prestações por até seis meses por quem fica desempregado. O valor não pago é incorporado ao saldo devedor, conforme acordo entre a Caixa Econômica Federal e o Conselho Curador do FGTS.

Um artigo na lei autoriza a retomada do Fundo Garantidor de Habitação Popular, criado em 2009 para cobrir a inadimplência nos programas habitacionais populares e suspenso em 2016. No entanto, as regras para os casos de inadimplência ainda precisam ser editadas por resoluções do Ministério do Desenvolvimento Regional e do Conselho Curador do FGTS.

Enquanto todas as regras ainda não forem definidas, as construtoras estão aguardando informações. O Conselho Federal dos Corretores de Imóveis (Cofeci) propôs que o FGTS futuro também seja autorizado na compra de imóveis populares usados, em vez de unidades novas. A Câmara Brasileira da Indústria da Construção (Cbic) pediu que o governo insira um percentual limite dos depósitos futuros a serem bloqueados. Com a introdução de um teto, o trabalhador continuaria a acumular saldo no FGTS.

 

 

Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil 

SÃO PAULO/SP - Segundo a Caixa, ninguém acertou os seis números, do concurso 2518, portanto, o próximo sorteio, que acontece na próxima terça-feira, 13, terá o prêmio em aproximadamente de R$ 75 milhões.

Os números sorteados foram:

03 - 22 - 23 - 44 - 53 - 60.

112 jogadores não conseguiram acertar as seis dezenas, mas não vão ficar de mãos vazias, pois acertaram cinco números, e vão levar o prêmio de R$ 39.587.01.

Também serão pagos pela Caixa R$ 869.08 para cada um dos 7.288 acertadores da quadra.

O valor de uma aposta simples é de R$ 4,50. As apostas para a Mega ou para qualquer outro jogo das Loterias Caixa podem ser feitas presencialmente, em uma casa lotérica, ou pela internet, por meio do aplicativo Loterias Caixa ou pelo site de loterias da Caixa.

Já pela internet, é necessário que aposte o valor mínimo, ou seja, R$ 30,00, no caso da Mega-Sena, são sete apostas com 6 números ou uma aposta com sete dezenas. É possível também mesclar com outros jogos, como Lotomania e a Quinta, por exemplo.

BRASÍLIA/DF - O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA – a inflação oficial do país) registrou queda de 0,36% em agosto, após recuo de 0,68% em julho, quando a taxa foi a menor desde o início da pesquisa, em janeiro de 1980. Com isso, a inflação acumula alta de 4,39% no ano e de 8,73% em 12 meses. Os dados foram divulgados na sexta-feira (9), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O gerente da pesquisa, Pedro Kislanov, disse que a desaceleração na deflação foi influenciada pela tarifa da energia elétrica e pelo preço dos combustíveis.

“Um dos fatores é a retração menos intensa da energia elétrica (-1,27%), que havia sido de 5,78% no mês anterior, em consequência da redução das alíquotas de ICMS. Também houve aceleração de alguns grupos, como saúde e cuidados pessoais (1,31%) e vestuário (1,69%), e a queda menos forte do grupo de transportes em agosto”, argumentou.

Ele lembra que, em julho, o preço da gasolina caiu 15,48% e, em agosto, a retração foi de 11,64%. Com isso, o grupo dos transportes registrou -3,37%, com a queda de 10,82% nos preços dos combustíveis. No mês, o gás veicular caiu 2,12%, o óleo diesel retraiu 3,76% e o etanol ficou 8,67% mais barato.

Segundo o IBGE, as passagens aéreas caíram 12,07% em agosto, após quatro meses consecutivos de alta, influenciadas pela sazonalidade das férias de julho que geram aumento da demanda, bem como as altas anteriores que elevaram a base de comparação. Além disso, houve redução do querosene de aviação no período.

O grupo comunicação teve queda de 1,10%, com a redução de 6,71% nos planos de telefonia fixa e de 2,67% em telefonia móvel.

Altas

O grupo habitação subiu 0,10% em agosto. O segmento de  saúde e cuidados pessoais teve alta de 1,31%, com as elevações de 2,71% no item higiene pessoal e de 1,13% no plano de saúde. O grupo vestuário teve a maior variação no mês: 1,69%. As principais influências foram roupas femininas (1,92%), masculinas (1,84%) e calçados e acessórios (1,77%).

O grupo alimentação e bebidas subiu 0,24%, após a alta de 1,30% de julho. Ficaram mais caros o frango em pedaços (2,87%), queijo (2,58%) e frutas (1,35%). Foram verificadas quedas no preço do tomate (-11,25%), da batata-inglesa (-10,07%) e do óleo de soja (-5,56%).

Kislanov destacou, também, a queda de 1,78% no leite longa vida, com a proximidade do fim da entressafra. “Nos últimos meses, os preços do leite subiram muito. Como estamos chegando ao fim do período de entressafra, que deve seguir até setembro ou outubro, isso pode melhorar a situação. Mas, no mês anterior, a alta do leite foi de 25,46%, ou seja, os preços caíram em agosto, mas ainda seguem altos”, explicou.

O levantamento do IBGE aponta que a alimentação fora do domicílio ficou 0,89% mais cara em agosto, com a refeição acelerando de 0,53% em julho para 0,84% e o lanche desacelerando de 1,32% para 0,86% no período.

INPC

A queda no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) foi de 0,31% em agosto, desacelerando com relação à deflação apurada em julho, de 0,60%. Com isso, o índice acumula alta de 4,65% no ano e de 8,83% nos últimos 12 meses.

Os produtos alimentícios passaram de 1,31% em julho para 0,26% em agosto. Já os não alimentícios foram uma queda de 1,21% em julho para retração de 0,50% em agosto.

A inflação medida pelo INPC se refere às famílias com rendimento de um a cinco salários mínimos.

 

 

Por Akemi Nitahara – Repórter da Agência Brasil 

Em agosto, porcentual de lares com dívidas atingiu 76,6%

 

SÃO PAULO/SP - O endividamento das famílias paulistanas segue crescendo. Em agosto, a porcentagem de lares com dívidas marcou um novo recorde para a série histórica da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC). O levantamento, realizado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), indica que o porcentual chegou a 76,6%. Há um ano, esta parcela era de 67,2%. Em números absolutos, são 3,08 milhões de famílias com algum tipo de dívida (400 mil a mais, no contraponto anual).
 
A maior parcela das dívidas, mais uma vez, está concentrada no cartão de crédito (83,1%), seguido pelo carnê (16,5%) e pelo crédito pessoal (12,3%). Embora menor em relação aos demais, este último atingiu o maior patamar em quatro anos. A elevação indica que os consumidores estão buscando a modalidade para pagar compromissos do cotidiano, evitando um crédito mais caro (como o cheque especial), ou até mesmo porque já ultrapassaram o limite do cartão.
 
Acompanhado o endividamento, a inadimplência voltou a subir, atingindo 24% dos lares. O motivo, em ambos os casos, é a inflação elevada, que atrapalha os ganhos conquistados com a melhoria do mercado de trabalho. Em agosto de 2021, o porcentual de famílias inadimplentes era de 18,8%. Atualmente, 965 mil estão com as contas em atraso – 215 mil a mais, em comparação ao mesmo período do ano passado. O número dos lares que afirmam que não conseguirão pagar as dívidas em atraso ficou tecnicamente estável (8,6%).
 
Quanto às faixas de renda, a pesquisa demonstra que houve recorde de endividamento em ambas. Os porcentuais foram de 78,8%, para as famílias que ganham até dez salários mínimos, e de 70,2%, para as que recebem acima desse valor. Em relação à inadimplência, ambas subiram no mês, mas aqui a diferença é mais significativa: de 28,7%, para o primeiro grupo, e de 11,7%, para o segundo.
 
Com mais condições de quitar os compromissos assumidos, os lares com maiores rendimentos também estão mais propensos a consumir. A Intenção de Consumo das Famílias (ICF) – outro indicador da FecomercioSP – cresceu 2,8% para o grupo com mais de dez salários mínimos, ao passo que o grupo que recebe menos recuou 1,1%. O índice apontou 76,9 pontos, para o primeiro caso, e 96,4, para o segundo.
 
Desconsiderando o recorte por renda, o ICF se manteve estável: 81,9 pontos, crescendo 18,7% no contraponto anual. Já o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) avançou 1,1%, atingindo 106,8 pontos.
 
Para a FecomercioSP, os dados revelam um cenário bastante desafiador para as famílias (sobretudo as de renda mais baixa). Entretanto, a tendência é de inflação mais moderada até o fim do ano, ao mesmo tempo que o mercado de trabalho deve se manter aquecido (o que leva à expectativa de aumento do poder de compra dos consumidores).
 
Ainda assim, com os altos níveis de endividamento e inadimplência, os ganhos iniciais serão destinados ao equilíbrio das contas e, posteriormente, ao consumo. Desta forma, a expectativa é de melhora nos números da PEIC até dezembro (não necessariamente na redução do endividamento, mas no recuo da inadimplência, o que é importante para reduzir o gasto com juros e para ajudar no ritmo de vendas no comércio).
 
Notas metodológicas
PEIC
A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) é apurada mensalmente pela FecomercioSP desde fevereiro de 2004. São entrevistados aproximadamente 2,2 mil consumidores na capital paulista. Em 2010, houve uma reestruturação do questionário para compor a pesquisa nacional da Confederação Nacional do Comércio (CNC), e, por isso, a atual série deve ser comparada a partir de 2010.O objetivo da PEIC é diagnosticar os níveis tanto de endividamento quanto de inadimplência do consumidor. O endividamento é quando a família possui alguma dívida. Inadimplência é quando a dívida está em atraso. A pesquisa permite o acompanhamento dos principais tipos de dívida, do nível de comprometimento do comprador com as despesas e da percepção deste em relação à capacidade de pagamento, fatores fundamentais para o processo de decisão dos empresários do comércio e demais agentes econômicos, além de ter o detalhamento das informações por faixa de renda de dois grupos: renda inferior e acima dos dez salários mínimos.
 
ICF
O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF) é apurado mensalmente
pela FecomercioSP desde janeiro de 2010, com dados de 2,2 mil consumidores no município de São Paulo. O ICF é composto por sete itens: Emprego Atual; Perspectiva Profissional; Renda Atual; Acesso ao Crédito; Nível de Consumo; Perspectiva de Consumo e Momento para Duráveis. O índice vai de zero a 200 pontos, no qual abaixo de cem pontos é considerado insatisfatório, e acima de cem pontos, satisfatório. O objetivo da pesquisa é ser um indicador antecedente de vendas do comércio, tornando possível, a partir do ponto de vista dos consumidores e não por uso de modelos econométricos, ser uma ferramenta poderosa para o varejo, para os fabricantes, para as consultorias, assim como para as instituições financeiras.
 
ICC
O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) é apurado mensalmente pela FecomercioSP desde 1994. Os dados são coletados com aproximadamente 2,1 mil consumidores no município de São Paulo. O objetivo é identificar o sentimento dos consumidores levando em conta suas condições econômicas atuais e suas expectativas quanto à situação econômica futura. Esses dados são segmentados por nível de renda, sexo e idade. O ICC varia de zero (pessimismo total) a 200 (otimismo total). Sua composição, além do índice geral, se apresenta como: Índice das Condições Econômicas Atuais (ICEA) e Índice das Expectativas do Consumidor (IEC). Os dados da pesquisa servem como um balizador para decisões de investimento e para formação de estoques por parte dos varejistas, bem como para outros tipos de investimento das empresas.

ARGENTINA - A Shopee, braço de comércio eletrônico da Sea, disse aos funcionários na quinta-feira, 08, que estava encerrando as operações de Chile, Colômbia e México e deixando a Argentina, segundo três fontes com conhecimento do assunto.

A empresa com sede em Cingapura manterá operações internacionais nos três primeiros mercados, mas cortará a maioria de suas equipes nos países, afetando dezenas de funcionários, disseram as pessoas. O Brasil, no qual o Shopee se tornou um player dominante, não será afetado.

Em e-mail interno visto pela Reuters, o presidente-executivo da Shopee, Chris Feng, escreveu aos funcionários que "à luz da atual incerteza macroeconômica elevada", a empresa precisava "focar recursos nas operações principais" e decidiu se concentrar na Shopee México, Colômbia e Chile.

A empresa confirmou em comunicado à Reuters que "se concentraria em um modelo transfronteiriço no México, Colômbia e Chile, e fecharia na Argentina".

A Sea viu seu valor de mercado superar 200 bilhões de dólares em outubro passado, com suas unidades de jogos e comércio eletrônico ganhando popularidade durante a pandemia, mas suas ações caíram e agora ela vale 27 bilhões de dólares.

 

 

 

Por Fanny Potkin e Kenneth Li / REUTERS

BRASÍLIA/DF - O valor da cesta básica caiu em agosto em 16 das 17 capitais analisadas pela Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, calculada mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Belém foi a única capital onde o preço da cesta subiu (0,27%).

A queda mais expressiva no valor da cesta básica ocorreu no Recife (-3%), seguida por Fortaleza (-2,26%), Belo Horizonte (-2,13%) e Brasília (-2,08%).

Em agosto, a cesta mais cara do país era a de São Paulo, onde o custo médio dos alimentos básicos foi estimado em R$ 749,78. Na sequência, estavam as cestas de Porto Alegre (R$ 748,06), Florianópolis (R$ 746,21) e Rio de Janeiro (R$ 717,82). A cesta mais barata foi a de Aracaju, onde o preço médio encontrado foi de R$ 539,57.

Na comparação anual, entre agosto de 2022 e o mesmo mês de 2021, houve alta de preço em todas as capitais pesquisadas. A maior variação foi encontrada no Recife (21,71%) e a menor, em Porto Alegre (12,55%).

Com base na cesta mais cara do país, a de São Paulo, o Dieese calculou que o salário mínimo ideal, necessário para suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, seria de R$ 6.298,91 no mês de agosto, um valor 5,2 vezes superior ao do salário mínimo vigente atualmente no país, de R$ 1.212.

 

 

Por Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil 

BRASÍLIA/DF - Desoneração da folha dos hospitais, correção da tabela do Sistea Único de Saúde (SUS) e compensação de dívidas dos estados com a União podem ser as soluções para o problema do piso salarial dos enfermeiros, segundo o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. Ele se reuniu na última terça-feira (6) com o ministro Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), autor de uma decisão liminar que suspendeu a efetividade do piso. O Congresso Nacional promulgou neste ano uma emenda constitucional que garante o piso salarial para profissionais de enfermagem, mas o ministro alegou risco à prestação de serviços de saúde.

— Essa judicialização faz nascer um senso de urgência na solução da fonte do custeio para o piso nacional da enfermagem. Eu senti do ministro Barroso absoluta disposição de dar solução ao problema. Espero que o processo de conciliação seja muito rápido. Há compromisso [do Congresso Nacional] de fazer prevalecer a lei que votamos — afirmou Pacheco em entrevista coletiva após a reunião.

O presidente do Senado cobrou também a participação do Poder Executivo nas negociações, uma vez que medidas econômicas ou iniciativas legislativas terão que passar por lá. Pacheco quer se reunir em breve com os ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Saúde, Marcelo Queiroga.

— É um diálogo que pretendo ter imediatamente. Chamar todos à reflexão. O envolvimento do Executivo necessariamente terá que acontecer e eu não tenho dúvida de que haverá a mesma boa vontade que o Legislativo tem.

Pacheco voltou a defender o piso, observando que a pandemia de covid-19 evidenciou que a categoria tem salários “aviltados”. Ele também garantiu que, se o Congresso precisar se reunir para votar alguma medida, será possível fazer isso antes das eleições, que acontecerão em 2 de outubro.

 

Verbas para cultura

Pacheco também comentou a situação da medida provisória que adia repasses financeiros para o setor cultural (MP 1.135/2022). A MP efetivamente impedeo o cumprimento das leis Paulo Gustavo e Aldir Blanc 2, e senadores cobram que ela seja devolvida ao Palácio do Planalto.

Para o presidente do Senado, a devolução de MP é “possível, porém muito excepcional”, e a Advocacia do Senado está estudando a questão. Segundo ele, o mais importante é conseguir a liberação dos recursos.

— Queremos o espaço orçamentário para cumprir [as leis]. Vamos conversar com o Ministério da Economia para encontrarmos ainda este ano uma solução para esses programas, que tiveram praticamente a unanimidade do Congresso. Exigiremos do ministério as soluções necessárias. A questão da MP passa a ser um detalhe — concluiu.

 

Fonte: Agência Senado

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