Responsável pelo maior índice de empregabilidade do PIB corre o risco de sofrer com aumento de carga tributária
SÃO PAULO/SP - Qualquer Reforma Tributária que avance nas esferas governamentais do País não pode ameaçar o principal setor econômico brasileiro: o de serviços, que corresponde a 70% do Produto Interno Bruto (PIB) e emprega 67% da população ocupada. Caso isso aconteça, será um risco para a própria economia nacional.
A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) alerta que um iminente aumento na tributação do setor será prejudicial, antes de tudo, para micro e pequenas empresas, fundamentais para a saúde econômica do Brasil e, ao mesmo tempo, mais vulneráveis às mudanças na legislação tributária. Contudo, não é só isso: atingirá também relevantes segmentos centrais do setor, resultando em demissões, fechamento de empresas e queda de desempenho econômico como um todo. São negócios que vão de salões de beleza e gráficas a agências de locação de imóveis e carros e empresas de segurança privada.
Do ponto de vista técnico, a ideia de estabelecer alíquotas diferenciadas para atividades específicas dos serviços, como saúde e educação — para mencionar algumas —, não é suficiente para minorar os efeitos nocivos da reforma. Se a ideia da PEC de prever uma tributação diferenciada tem como objetivo evitar o sufocamento do setor de serviços, esse tratamento deveria ser estendido para os demais segmentos que o integram a fim de que não acabem suportando a elevação da tributação, em detrimento de outros segmentos.
Outro ponto negativo é que a criação de um órgão responsável por administrar as arrecadações estadual e municipal sem a respectiva representação dos munícipios seria uma evidente afronta à Constituição Federal, já que o sistema federativo está inserido como cláusula pétrea na Carta Magna, bem como um desacato à autonomia de Estados e municípios, que deixariam de ser financeiramente independentes.
A Federação e os sindicatos filiados seguem favoráveis a uma reforma que avance em direção à simplificação, à modernização e à desburocratização do sistema tributário brasileiro. A legislação atual, fruto de debates há três décadas, penaliza o empresariado e prejudica o ambiente de negócios nacional. Entretanto, é importante que essa mudança aconteça preservando os pilares da economia do Brasil — e não os enfraqueça.
Para a FecomercioSP e seus filiados, três pontos são fundamentais para a aprovação da Reforma Tributária:
1. redução (ou, ao menos, manutenção) da carga tributária setorial, uma vez que os contribuintes já suportam elevadíssima tributação;
2. simplificação do sistema tributário, mediante a adoção de legislação nacional do ICMS e do ISS, com tributação no destino e cadastro e nota fiscal unificados, além de eliminação de obrigações acessórias em duplicidade — ocasionando a consequente redução do elevado custo de conformidade fiscal — e extinção das multas abusivas e desproporcionais;
3. segurança jurídica, com a manutenção das terminologias já adotadas e consagradas, cujos limites e conceitos levaram anos para serem consolidados pela jurisprudência.
SÃO PAULO/SP - A Ford iniciou na quinta-feira (22) as vendas da nova geração da Ranger para o mercado brasileiro. Até 26 de junho, haverá a comercialização exclusivamente para clientes da marca. A partir da data todos poderão adquirir a picape pela plataforma de e-commerce da Ford. A montadora destaca que o prazo de entrega do veículo varia de 30 a 60 dias.
As versões topo de linha XLT e Limited, com motor V6 3.0 a diesel, serão as primeiras opções a chegar, com preços de R$ 289.990 e R$ 319.990, respectivamente.
Ela será oferecida em sete cores: as perolizadas Laranja Jalapão, Azul Belize, Preto Gales e Cinza Moscou; a metálica Prata Geada; e as sólidas Branco Ártico e Vermelho Bari.
A linha ficará completa com as opções de entrada XL e XLS, equipadas com um novo motor 2.0 diesel de quatro cilindros e transmissão manual ou automática de seis velocidades. Elas serão anunciadas em breve, promete a marca oval azul.
A picape virá da fábrica de Pacheco, na Argentina, que produz a linha para os mercados da América do Sul.
Visual
O modelo foi construído sobre uma nova plataforma, com chassi maior. A frente tem faróis de LED em formato de C e segue o estilo da família de picapes da marca.
Por dentro, há bancos de couro e ergonomia exemplar, painel de instrumentos configurável com tela LCD de 8” ou 12,4”, e multimídia de 10” ou 12” com conexão sem fio para Android Auto e Apple CarPlay e carregador por indução.
Motorização
A motorização fica por conta do V6 3.0, que entrega 250 cv de potência e 600 Nm de torque, acoplado à transmissão automática de 10 velocidades – a mesma que equipa a F-150 e o Mustang.
Ranger XLT: R$ 289.990
A Ranger na versão XLT conta com tração 4WD, freio a disco nas quatro rodas, freio de estacionamento eletrônico, câmbio eletrônico E-Shifter, assistente autônomo de frenagem com detecção de pedestres e sete airbags.
Por fora, ela inclui rodas de liga leve de 17”, pneus 255/70 AT, faróis de LED com alto automático, faróis de neblina em LED, estribo plataforma e retrovisores com ajuste e rebatimento elétrico. A caçamba é equipada com trava elétrica e iluminação.
No habitáculo, além do painel de instrumentos digital com tela de 8” e central multimídia SYNC 4 com tela touch de 10” e comandos de voz, ela tem bancos de couro com ajuste elétrico em oito posições para o motorista, volante revestido em couro com ajuste de altura e profundidade e espelho retrovisor eletrocrômico.
A picape também reconhece os sinais de trânsito e possui sensor de chuva, controle automático em descidas, sensor de estacionamento dianteiro e traseiro e quatro modos de condução (Normal, Eco, Escorregadio, Rebocar/Transportar), além de controle de estabilidade e outros equipamentos já oferecidos na geração anterior.
Ranger Limited: R$ 319.990
Para a Limited, a Ford agregou um santantônio estilizado, molduras dos para-lamas na cor do veículo, rodas de liga leve de 18” com pneus 255/65 AT, bagageiro de teto, lanternas traseiras de LED e protetor de caçamba.
Na cabine, além de central multimídia com tela vertical de 12”, há ar-condicionado dual-zone, descansa-braço traseiro e chave com sensor de presença e partida sem chave. Destaque também para o navegador off-road, dois modos adicionais de condução (Lama/Terra e Areia) e monitoramento de pressão dos pneus.
Kit Opcional
A versão possui ainda um kit opcional, que acrescenta painel de instrumentos digital de 12,4”, rodas de liga leve de 20”, pneus 265/55 All Season e tecnologias de assistência ao condutor.
Por mais R$ 20.000, o pacote inclui também: piloto automático adaptativo com stop & go, monitoramento de ponto cego com cobertura de reboque, assistente autônomo de frenagem e alerta de tráfego cruzado em marcha a ré, assistente de manobras evasivas, assistente de permanência e centralização em faixa, assistente de cruzamentos e câmeras 360°.
ÍNDIA - O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, se reuniu em Nova York, com o empresário Elon Musk para conversar sobre a entrada da Tesla na Índia e impulsionar o uso de energia elétrica.
O líder indiano convidou Musk “para explorar oportunidades na Índia para investimentos em mobilidade elétrica e no setor espacial comercial em rápido crescimento”, informou em comunicado o Escritório do Primeiro-Ministro indiano.
“Acredito que a Índia seja mais promissora do que qualquer outro país grande do mundo”, disse o fundador da Tesla e atual proprietário do Twitter em uma entrevista coletiva, após a reunião da qual saiu “incrivelmente entusiasmado” com o futuro do país asiático.
O empresário bilionário também afirmou que a Tesla “estará na Índia o mais rápido possível, humanamente falando”. O governo indiano já havia manifestado interesse em ter uma fábrica da Tesla em seu território para a produção de veículos, no âmbito da política “Made in India” - no entanto, a empresa norte-americana preferiu explorar o mercado antes de investir.
Modi “está nos pressionando para fazermos um investimento significativo na Índia, algo que estamos inclinados a fazer. Só precisamos encontrar o momento certo”, disse Musk. Para o empresário americano, Modi “quer fazer o que é certo para a Índia. Ele quer ser aberto, quer apoiar as empresas. E, obviamente, ao mesmo tempo, garantir que isso traga benefícios” para o seu país, concluiu.
A Índia quer atrair investidores e empresas globais, incluindo gigantes da tecnologia como Google e Apple. Desde a pandemia do coronavírus, muitas empresas expandiram sua presença na Índia para reduzir a dependência de sua cadeia de suprimentos da China e explorar o enorme mercado interno do país do sul da Ásia.
A situação do Twitter era um dos assuntos que se esperava serem abordados na reunião com Modi, devido aos conflitos com o governo indiano e às críticas da plataforma e do próprio Musk em relação aos controles da Índia sobre a liberdade de expressão. No entanto, as autoridades indianas não mencionaram esse assunto no comunicado sobre a reunião.
Além de Musk, Modi se encontrou com uma série de líderes empresariais, acadêmicos e celebridades. Modi está nos Estados Unidos para uma visita oficial de três dias, que começa nesta quarta com as comemorações do Dia Internacional do Yoga na sede das Nações Unidas, e em seguida ele se encontrará com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. /AFP e EFE
INHAMBANE - A vida está mais cara na província de Inhambane, à semelhança do que acontece no resto do país. Só nos últimos cinco meses, o preço do saco de dez quilos de cebola duplicou, queixa-se Sandra Francisco, residente na cidade de Maxixe. O saco custa agora o equivalente a onze euros.
"Em dezembro do ano passado, a cebola era 390, 400 a 450 meticais. De repente, subiu para 800 meticais", lamenta.
Alzira Inguane, outra residente na província, diz que a situação é extremamente difícil. "Entramos nas lojas e as coisas estão caras, não temos dinheiro para pagar a vida de agora, está difícil e, se não movimentar, você não come com as crianças em casa."
A inflação em Moçambique abrandou. Em maio, rondou os 8,23%, menos 1,38 pontos percentuais do que no mês anterior. Para isso contribuiu também a descida do preço de alguns alimentos como o tomate, o coco ou o milho em grão, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística.
Mas, no dia a dia, os cidadãos dizem que não notam essas reduções e, cada vez mais, falta dinheiro para o que é preciso.
Luísa Fernando conta que tem tido muitas dificuldades para dar de comer aos filhos e comprar material escolar.
"O custo de vida subiu muito, porque não há dinheiro. Isto aumentou o custo. As crianças vão comer o quê? Os alunos também querem estudar", desabafa aos microfones da DW.
Falta de emprego
O problema arrasta-se há vários anos. Muitos residentes da província de Inhambane perderam o emprego por causa da pandemia de Covid-19. Foi o caso de Abdul Gafar, residente em Homoíne.
"A vida está difícil mesmo pela falta de emprego. Vive-se à rasca, o número de precários sobe e desce. É assim mesmo, não há nada que fazer além de viver à rasca sem emprego", lamenta.
Manito Jafar, um trabalhador sasonal em Inhambane, pede ao Governo para controlar os preços de modo a superar a crise do custo de vida na região.
"É difícil subir o vencimento. Já que não sobe o vencimento, pelo menos deve manter os preços, para podermos tentar superar um pouco", apela.
Luciano da Conceição / DW.com
BRASÍLIA/DF - A partir das 10h desta sexta-feira (23), o contribuinte que entregou a Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física acertará as contas com o Leão. Nesse horário, a Receita Federal liberará a consulta ao segundo dos cinco lotes de restituição de 2023. O lote também contempla restituições residuais de anos anteriores.

Ao todo, 5.138.476 contribuintes receberão R$ 7,5 bilhões. Todo o valor, informou o Fisco, irá para contribuintes com prioridade no reembolso.
A maior parte, 3.490.513 contribuintes, informou a chave Pix do tipo Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) na declaração do Imposto de Renda ou usou a declaração pré-preenchida. Novidade na declaração a partir deste ano, a informação da chave Pix dá prioridade no recebimento da restituição.
O restante dos contribuintes tem direito a prioridade legal, sendo 130.088 idosos acima de 80 anos; 978.397 entre 60 e 79 anos; 70.589 contribuintes com alguma deficiência física ou mental ou doença grave e 468.889 contribuintes cuja maior fonte de renda seja o magistério.
A consulta poderá ser feita na página da Receita Federal na internet. Basta o contribuinte clicar em “Meu Imposto de Renda” e, em seguida, no botão “Consultar a Restituição”. Também é possível fazer a consulta no aplicativo da Receita Federal para tablets e smartphones.
O pagamento será feito em 30 de junho, na conta ou na chave Pix do tipo CPF informada na declaração do Imposto de Renda. Caso o contribuinte não esteja na lista, deverá entrar no Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte (e-CAC) e tirar o extrato da declaração. Se verificar uma pendência, pode enviar uma declaração retificadora e esperar os próximos lotes da malha fina.
Se, por algum motivo, a restituição não for depositada na conta informada na declaração, como no caso de conta desativada, os valores ficarão disponíveis para resgate por até um ano no Banco do Brasil. Nesse caso, o cidadão poderá agendar o crédito em qualquer conta bancária em seu nome, por meio do Portal BB ou ligando para a Central de Relacionamento do banco, nos telefones 4004-0001 (capitais), 0800-729-0001 (demais localidades) e 0800-729-0088 (telefone especial exclusivo para deficientes auditivos).
Caso o contribuinte não resgate o valor de sua restituição depois de um ano, deverá requerer o valor no Portal e-CAC. Ao entrar na página, o cidadão deve acessar o menu “Declarações e Demonstrativos”, clicar em “Meu Imposto de Renda” e, em seguida, no campo "Solicitar restituição não resgatada na rede bancária".
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Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil
BRASÍLIA/DF - A Caixa Econômica Federal paga nesta quarta-feira (21) a parcela de junho do novo Bolsa Família aos beneficiários com Número de Inscrição Social (NIS) de final 3. Essa será a primeira parcela com o novo adicional de R$ 50 a famílias com gestantes e filhos de 7 a 18 anos.

Desde março, o Bolsa Família paga outro adicional, de R$ 150, a famílias com crianças de até 6 anos. Dessa forma, o valor total do benefício poderá chegar a R$ 900 para quem cumpre os requisitos para receber os dois adicionais.
O valor mínimo corresponde a R$ 600, mas com o novo adicional o valor médio do benefício sobe para R$ 705,40, o maior da história do programa. Segundo o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, neste mês o programa de transferência de renda do Governo Federal alcançará 21,2 milhões de famílias, com um gasto de R$ 14,97 bilhões.
Desde o início do ano, o programa social voltou a chamar-se Bolsa Família. O valor mínimo de R$ 600 foi garantido após a aprovação da Emenda Constitucional da Transição, que permitiu o gasto de até R$ 145 bilhões fora do teto de gastos neste ano, dos quais R$ 70 bilhões estão destinados a custear o benefício.
O pagamento do adicional de R$ 150 começou em março, após o governo fazer um pente-fino no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), para eliminar fraudes. Segundo o balanço mais recente, divulgado em abril, cerca de 2,7 milhões de indivíduos com inconsistências no cadastro tiveram o benefício cortado.
Apesar do corte, foi concedido um prazo de 60 dias para que cerca de 1,2 milhão de pessoas que se cadastraram como de famílias unipessoais no segundo semestre do ano passado regularizem a situação e comprovem os requisitos para retornar ao programa. A principal regra é que a família tenha renda mensal de até R$ 218 por pessoa, conta obtida ao dividir a renda total pelo número de integrantes da família.
Outra novidade incorporada ao Bolsa Família em junho é o início da regra de proteção. Mesmo conseguindo um emprego e melhorando a renda, a nova regra permite que a família permaneça no programa por até dois anos, desde que cada integrante receba o equivalente a até meio salário mínimo. Nesse caso, a família passa a receber 50% do valor do benefício a que teria direito.
No modelo tradicional do Bolsa Família, o pagamento ocorre nos últimos dez dias úteis de cada mês. O beneficiário poderá consultar informações sobre as datas de pagamento, o valor do benefício e a composição das parcelas no aplicativo Caixa Tem, usado para acompanhar as contas poupança digitais do banco.
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O Auxílio Gás também será pago nesta quarta às famílias cadastradas no Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal (CadÚnico), com NIS final 3. Com valor de R$ 109 em junho, o benefício segue o calendário do Bolsa Família. O montante caiu em relação a abril por causa das reduções recentes no preço do botijão.
Com duração prevista até o fim de 2026, o programa beneficia 5,62 milhões de famílias neste mês. Com a aprovação da Emenda Constitucional da Transição e da medida provisória do Novo Bolsa Família, o benefício foi mantido em 100% do preço médio do botijão de 13 kg até o fim do ano.
Só pode receber o Auxílio Gás quem está incluído no CadÚnico e tenha pelo menos um membro da família que receba o Benefício de Prestação Continuada (BPC). A lei que criou o programa definiu que a mulher responsável pela família terá preferência, assim como mulheres vítimas de violência doméstica.
IRAQUE - O Iraque convidou neste domingo empresas estrangeiras a concorrer a licitações para explorar e desenvolver reservas de gás natural em 11 novos blocos, à medida que o país-membro da Opep busca produzir gás natural para usinas elétricas e reduzir importações que pesam no orçamento do país.
Oito blocos estão localizados na província de Anbar, no oeste, um na cidade de Mosul, no norte, e outros dois estão localizados ao longo das fronteiras entre províncias, incluindo um entre a fronteira de Anbar com Mosul e outro com a cidade de Naja, no sul do Iraque, informou o ministério do petróleo em comunicado no domingo.
O ministério do petróleo do Iraque disse que concluiu as preparações para lançar uma sexta rodada de licitações para leiloar os blocos de gás, sem definir uma data para o processo de licitação.
O Iraque, o segundo maior produtor da Opep depois da Arábia Saudita, queima grande parte de seu próprio gás, extraído junto com o petróleo bruto em seus campos, porque não possui instalações para transformá-lo em combustível e, em vez disso, usa as importações de energia iraniana para gerar eletricidade.
Bagdá está sob pressão dos Estados Unidos para reduzir sua dependência das importações de gás do Irã.
Por Hatem Maher e Ahmed Tolba / REUTERS
BRASÍLIA/DF - A partir de 19 de julho, as pessoas jurídicas clientes da Caixa Econômica Federal começarão a pagar para fazer Pix. Autorizada pelo Banco Central (BC), a cobrança de tarifas para empresários que usam o sistema de transferências instantâneas é praticada pela maioria dos bancos, mas não era feita pela Caixa.
Em nota, o banco desmentiu falsas notícias que circularam na 
segunda-feira (18) de que a tarifação atingiria outros tipos de clientes. A Caixa destacou que pessoas físicas, microempreendedores individuais (MEI) e beneficiários de programas sociais continuarão a fazer Pix sem cobrança.
“A prática [tarifação do Pix para pessoas jurídicas] já é realizada por outras instituições financeiras e autorizada pelo Arranjo Pix desde novembro de 2020, conforme Resolução BCB nº 30/2020”, justificou a Caixa em nota.
O comunicado também informou que a tarifa a ser aplicada às empresas que fazem Pix será uma das menores do mercado. O banco, informou a nota, mantém o compromisso de oferecer aos clientes as melhores condições em seus produtos e serviços.
Confira as tarifas de envio e recebimento do Pix para pessoa jurídica privada:
Pix transferência
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Envio de empresa para pessoa física por chave Pix, inserção de dados bancários ou iniciação de pagamento
• 

Envio entre empresas por chave Pix ou 
inserção de dados bancários
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0,89% do valor da operação, com valor mínimo de R$ 1 e máximo de R$ 8,50
Pix compra
• 

Empresa recebe Pix de pessoa física em operações de compra por chave Pix, inserção de dados bancários, iniciador de pagamento e Código QR estático
• 

Empresa recebe Pix de outra empresa 
por Código QR estático e iniciador de pagamento
• 

0,89% do valor da operação, com valor mínimo de R$ 1 e máximo de R$ 130
Pix Checkout
• 

Empresa recebe Pix de pessoa física ou de outra empresa por Código QR dinâmico
• 

1,20% do valor da operação, com valor mínimo de R$ 1 e máximo de R$ 130
Fonte: Caixa Econômica Federal
Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil
ISTAMBUL - Olhar os cardápios de Istambul salvos no Google Maps é ver o passado. Há um ano, no restaurante House of Medusa, um prato com dois espetos de frango custava 115 liras turcas. Em janeiro, saía por 320. No começo deste mês, o preço era de 430 liras (R$ 87).
A economia turca vive um cenário conturbado desde 2021, marcado pela alta da inflação e pela queda do valor da lira. Para combater o problema, o presidente Recep Erdogan apostou em reduzir os juros, em vez de aumentá-los, como recomenda o receituário padrão dos economistas para domar a alta de preços.
Com juros mais altos, fica mais difícil financiar compras e obter empréstimos, o que acaba esfriando a economia e, consequentemente, contendo a alta de preços. O efeito colateral é que junto podem vir recessão e desemprego.
A inflação na Turquia ganhou tração há dois anos, justamente depois que o governo começou a baixar a taxa de juros em um momento em que os preços estavam em leve alta.
Em agosto de 2021, quando começou a baixa nos juros, a inflação estava na casa de 20%, considerando o acumulado de 12 meses. Um ano depois, em agosto de 2022, o indicador estava em 80%.
Mesmo assim, o governo Erdogan manteve a queda dos juros, que eram de 19% ao ano em agosto de 2021 e hoje está em 8,5%.
A inflação teve queda nos primeiros meses deste ano, e atualmente está na casa dos 40% anuais. A diminuição coincidiu com o período eleitoral. No fim de maio, Erdogan foi reeleito para mais um mandato, de cinco anos.
Uma das táticas para melhorar os números da economia no período foi vender reservas em moeda estrangeira para estabilizar o valor da lira, na faixa de um dólar para 20 liras.
No entanto, dias após o pleito, veio a desvalorização: a lira caiu para a faixa de 23 por dólar, um recorde negativo histórico.
Neste começo de novo mandato, iniciado em junho, o presidente fez mudanças no comando do Ministério das Finanças e no Banco Central: trouxe nomes com experiência em bancos estrangeiros, para tentar recuperar a credibilidade internacional, mas segue com mensagem dúbia.
"Nossos amigos não devem se enganar, como perguntar 'nosso presidente fará uma mudança séria na política de juros?'", disse Erdogan a jornalistas, na sexta (16).
"Mas, aceitamos que ele [ministro das Finanças] tomará medidas rapidamente, e de forma confortável com o banco central", acrescentou o presidente. O mandatário disse que a meta é trazer a inflação para taxas anuais de um dígito, algo não visto no país desde 2019.
As falas de Erdogan foram entendidas como um sinal de que o BC turco poderá subir os juros em sua próxima reunião mensal, na quinta (22).
Analistas apontam, no entanto, que o governo turco precisará de gestos mais firmes para recuperar a confiança estrangeira e voltar a atrair investimentos. Entre as críticas, estão a de que o governo fez muitas mudanças bruscas na condução econômica e na política nos últimos anos, o que gera temores de novas reviravoltas.
Em 2017, após um referendo, Erdogan teve seus poderes ampliados, inclusive para mudar regras comerciais e tributárias de forma unilateral. Houve também cerceamento da independência da Justiça.
Há dois anos, por exemplo, a Turquia deixou a Convenção de Istambul, um tratado contra a violência de gênero. "Isso sinalizou aos mercados internacionais que qualquer tratado pode ser anulado por decreto presidencial", disse Mehmet Gun, líder da ONG turca Better Justice Association, à agência Reuters.
"Há mais de uma década há uma captura do banco central pelo Executivo. Em muitos aspectos, é o presidente que define a política monetária", avalia Lívio Ribeiro, sócio da consultoria BRCG e pesquisador associado do FGV Ibre.
"Não é que eles estão combatendo a inflação com juros baixos. Eles não estão combatendo a inflação. Ponto. Eles tentam acomodar pressões inflacionárias para não fazer o que tem que ser feito", prossegue.
"Os preços das commodities, em especial o petróleo, subiram muito e isso afetou diretamente a inflação na Turquia. Não foi o único fator, mas foi importante. Foi um choque de oferta, e a taxa de juros não costuma produzir efeito sobre este tipo de inflação", pondera Pedro Raffy, professor de economia do Mackenzie.
Ribeiro aponta que a combinação de inflação alta e desvalorização da moeda acaba comprometendo as exportações. "Em termos reais, [neste cenário] a moeda possivelmente está se apreciando, o que significa que a competitividade externa do país está diminuindo. A inflação come o poder de compra da moeda e o poder de compatibilidade gerado pela depreciação da moeda. Anda-se em círculos."
Na última década, a lira perdeu 90% de seu valor frente ao dólar, sendo a maior parte disso nos últimos anos. No dia a dia, isso se reflete em mais inflação, especialmente em produtos importados, como a gasolina. O preço do litro nos postos era de 22 liras, cerca de um dólar, no começo de junho. "Era 18 liras há 15 dias", comenta Demir, morador de Istambul que pediu para ter o nome trocado, por ser crítico de Erdogan.
Apesar da inflação da gasolina, Istambul segue vibrante, com trânsito pesado em boa parte do dia. Muita gente sai para fazer compras nas ruas e shoppings e para se divertir em bares e restaurantes.
As taxas de juros mais baixas facilitam a obtenção de crédito, mas a inflação derrete o poder de compra. "Hoje é muito difícil comprar o primeiro carro. Geralmente só consegue um carro novo quem tem outro para dar como garantia ou pagamento", explica Demir.
"A situação da Turquia mostra muita semelhança com o que já aconteceu no Brasil e em outras economias emergentes. Há populismo por parte do governo, preocupação excessiva com o curto prazo, de não se desgastar com o aumento da taxa de juros e o corte dos gastos do governo. Mas, em algum momento isso vai se refletir em um custo maior para a sociedade", comenta Raffy, do Mackenzie.
por RAFAEL BALAGO / FOLHA de S.PAULO
EUA - O dólar alternava estabilidade e leve queda frente ao real nesta segunda-feira, em semana que será marcada pela decisão de política monetária do Banco Central do Brasil e por depoimentos do chair do Federal Reserve, Jerome Powell.
Às 9:23 (horário de Brasília), o dólar à vista recuava 0,25%, a 4,8095 reais na venda.
Na B3, às 9:23 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento caía 0,2%, a 4,8195 reais.
O Banco Central do Brasil provavelmente deixará a taxa Selic inalterada quando encerrar sua reunião de política monetária nesta semana, mas economistas acreditam que a autarquia está próxima de iniciar um ciclo de afrouxamento, provavelmente já no terceiro trimestre.
Isso porque dados divulgados desde o último encontro do BC mostraram sinais convincentes de arrefecimento dos preços, com o IPCA de maio desacelerando bem mais do que o esperado, enquanto as expectativas de inflação no boletim semanal Focus têm moderado.
Juros mais baixos normalmente colocariam pressão negativa sobre real ao reduzir a rentabilidade do mercado de renda fixa brasileiro, mas estrategistas do Goldman Sachs disseram em relatório recente que, "dado o ponto de partida elevado para as taxas reais e o progresso contínuo (na redução) da inflação, esperamos que os diferenciais de juros reais continuem favoráveis ao câmbio mesmo quando a normalização da política monetária começar, e acreditamos que os fluxos de renda fixa continuam sendo um importante vento favorável para o real".
"Embora uma pequena retração após um forte rali (do real) seja certamente possível, achamos que o dólar spot ainda tem espaço para uma tendência de baixa", completou o banco no documento.
Na última sessão, na sexta-feira, a divisa norte-americana à vista fechou em alta de 0,39%, a 4,8214 reais na venda, após ter acumulado queda de 5,32% nas dez sessões anteriores. É normal, após movimentos acentuados do dólar, haver momentos de correção no sentido oposto, conforme operadores realizam lucros.
Enquanto isso, no exterior, o dólar registrava leves ganhos contra uma cesta de pares fortes em dia de feriado nos Estados Unidos, com o foco na trajetória de política monetária do Federal Reserve. Na semana passada, o banco central norte-americano manteve sua taxa básica de juros, mas sinalizou a possibilidade de mais duas altas nos custos dos empréstimos neste ano.
"Todas as expectativas de cortes (de juros nos EUA) foram empurradas para 2024" após o encontro do Fed, destacou Eduardo Moutinho, analista de mercado da Ebury.
O chair da instituição, Jerome Powell, prestará depoimento ao Congresso dos EUA na quarta e na quinta desta semana, e será acompanhado de perto pelos mercados financeiros, que buscam pistas sobre os próximos passos do Fed.
Por Luana Maria Benedito / REUTERS
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