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ARGENTINA - Após um comunicado do FMI (Fundo Monetário Internacional) mais cedo no domingo (23), de que espera chegar um acordo com a Argentina, o Ministério da Economia do país deve implementar nas próximas horas um pacote de medidas tratadas com o Fundo, com uma desvalorização parcial do câmbio.

De acordo com a imprensa do país vizinho, o governo vai aumentar o valor para a compra de dólares (o "dólar ahorro" ou "dólar poupança", que os argentinos podem comprar legalmente), com unificação do chamado "dólar tarjeta" (em que as despesas em pesos são convertidas pelo banco central do país junto à operadora de cartão em câmbio próximo ao paralelo, ou "blue"), com limite de US$ 300 (R$ 1.430) mensais.

Em média, 900 mil pessoas compram US$ 150 (R$ 716) por mês. Ambos serão unificados em 30% de imposto País (sigla para Por uma Argentina Inclusiva e Solidária) mais 45% de lucro presumido.

O "dólar Qatar" (turismo) segue valendo para as compras que ultrapassam os US$ 300 mensais. As medidas começam a valer a partir desta segunda-feira (24).

O FMI exige do governo argentino uma desvalorização do dólar para evitar um calote. O ministro da Economia, Sergio Massa, e a vice-presidente, Cristina Kirchner, se recusam a subir bruscamente a taxa de câmbio oficial por medo de uma espiral da inflação.

O governo também vai aumentar o valor do dólar para exportações de cultivos de grãos, como o milho. A pasta espera somar US$ 2 bilhões (R$ 9,5 bilhões) em exportações com o dólar agro e, paralelamente, aumentar a arrecadação de impostos que havia sido impactada pela grave crise que o país enfrenta.

O "dólar agro" passa de 300 pesos argentinos para 340 pesos, para as exportações que forem liquidadas até 31 de agosto de 2023.

A Argentina também modificará as regras de imposto País pelo uso de dólares de um grupo de importações.

Vai ser generalizada uma taxa de 25% do País para praticamente todos os serviços, com alguns itens que terão particularidades. A compra de bens no exterior, por exemplo, terá um imposto País de 7,5%, o mesmo estimado para os serviços de frete. Setores como educação e saúde ficarão isentos.

Para a compra de importados, fica generalizado o pagamento de 7,5% de imposto. As importações vinculadas aos combustíveis, lubrificantes e as importações vinculadas à cesta básica não pagarão o imposto. Os bancos, para bens e serviços, atuarão como agentes arrecadadores desse tributo.

Segundo o jornal Clarín, as medidas não devem poupar a Área Aduaneira Especial da Terra do Fogo, o que deve deixar os produtos eletrônicos mais caros.

A aplicação desse pacote fiscal, segundo os jornais argentinos, deve proporcionar uma arrecadação adicional próxima a 1,3 trilhão de pesos, o equivalente a 0,8% do PIB (Produto Interno Bruto) do país.

"Para a Argentina é um tema a resolver, o melhor que temos a fazer é ter nosso próprio programa exportador, nosso regime de consolidação de reservas. A Argentina precisa ter um desenho de sua política econômica para, em longo prazo, ter um domínio de sua política de desenvolvimento e da política econômica", disse o ministro da Economia, Sergio Massa, na noite deste domingo, em entrevista ao canal argentino C5N.

Massa ressaltou que o acordo alcançado retira até o fim do ano, a discussão do FMI. O ministro disse que não haverá novas revisões com o órgão até o fim de novembro, quando o calendário eleitoral terminar e houver um presidente eleito. "Isso vai nos dar a possibilidade de que aquele vizinho que temos no bairro, que é o Fundo, que o [ex-presidente Mauricio] Macri trouxe para cá, não seja um fator na campanha."

O ministro disse que o peronismo deve fazer uma autocrítica, ao comparar os últimos anos —de "vacas gordas" com o período de seca mais recente, que afetou o agronegócio. "Temos de fazer uma autocrítica, e aprender a revisar nossos próprios erros, pedir perdão. Assim como tivemos 36 meses de criação de empregos, também temos de aprender com os erros e seguir adiante."

Segundo Massa, o dólar agro vai ser um ajuste necessário, pois é preciso melhorar as exportações para aumentar as reservas. "Isso impacta em 14023 economias regionais —em culturas, como arroz e tabaco. Neste caso, o complexo da soja não foi incluído, por estarmos fora do período de colheita."

Massa, é a principal aposta do peronismo para se manter na Casa Rosada após as eleições deste ano.

Com outros favoritos da oposição conservadora e da extrema-direita, a decisão significa que o próximo presidente da Argentina, a ser escolhido nas eleições de outubro, provavelmente será mais favorável ao mercado, um impulso para investidores duramente atingidos no país endividado.

"O mercado local pode ver com bons olhos que o cenário eleitoral agora tem candidatos presidenciais moderados, pró-mercado e que conhecem os investidores", disse à Reuters Javier Timerman, do Adcap Grupo Financiero, alertando que muitos ainda têm dúvidas.

A Argentina luta contra uma inflação de mais de 100% e uma moeda fraca, o peso argentino, que perdeu cerca de 25% de seu valor em relação ao dólar neste ano, apesar dos rígidos controles de capital que retardam sua queda.

Mais cedo, o FMI havia sinalizado positivamente com uma revisão dos termos de um empréstimo de US$ 44 bilhões (R$ 210 bilhões, em valores atuais) que o país sul-americano tem com a entidade.

"As equipes do Ministério da Economia e do Banco Central da Argentina e o staff do FMI concluíram os aspectos centrais do trabalho técnico da próxima revisão", disse o FMI no Twitter.

O país sul-americano deve pagar ao FMI cerca de US$ 3,4 bilhões (R$ 16,2 bilhões) entre 31 de julho e 1º de agosto, em um momento em que as reservas líquidas do BCRA (Banco Central Argentino) estão no vermelho em cerca de US$ 6,5 bilhões (R$ 31 bilhões).

 

 

por DOUGLAS GAVRAS / FOLHA de S.PAULO

BUENOS AIRES - A corrida eleitoral na Argentina está se estreitando em uma disputa de dois concorrentes, antes das eleições primárias de 13 de agosto, com a escolha de um candidato de centro pela coalizão peronista governista neutralizando parte da ameaça do libertário de extrema direita Javier Milei.

As pesquisas mostram os dois principais candidatos do bloco de oposição conservadora, a ex-ministra da Segurança Patricia Bullrich e o prefeito de Buenos Aires Horacio Larreta, logo à frente do candidato da coalizão governista, o ministro da Economia, Sergio Massa.

Isso comprimiu Milei, um economista de extrema direita que prometeu dolarizar a economia e fechar o banco central, buscando explorar a raiva do eleitor com inflação acima de 100%, reservas em moeda estrangeira secando e 40% de pobreza.

"Estamos vendo uma tendência constante, embora gradual, de se tornar uma corrida polarizada entre as duas principais coalizões", disse Marina Acosta, da empresa de pesquisas Analogias.

A pesquisa de 28 a 30 de junho com 2.569 entrevistados mostrou que 32,7% dos eleitores apoiam Bullrich-Larreta juntos, 28,3% apoiam Massa e 4% o candidato peronista Juan Grabois. O partido de Milei tem 17,8%, e 12,7% ainda estão indecisos.

“A parcela de indecisos diminuiu e o espaço ocupado pela ultradireita encolheu”, disse Acosta.

Os mercados e investidores da Argentina saudaram a candidatura de Massa, um pragmático moderado dentro do bloco peronista, o que afastou a facção mais esquerdista da coalizão.

Mas Massa enfrenta uma batalha difícil contra os conservadores nas eleições de outubro, que irão para o segundo turno se nenhum candidato conseguir mais de 50%. O bloco de oposição escolherá entre Bullrich e Larreta nas primárias de agosto.

 

 

Por Nicolás Misculin / REUTERS

LEÓN - Por apenas um ponto de diferença, a seleção brasileira feminina de basquete bateu a Argentina na segunda-feira (3), em León (México). Com o triunfo por 56 a 55, o terceiro seguido, a equipe comandada pelo técnico José Neto segue na liderança do Grupo A, que tem ainda Cuba e Venezuela - ambas já derrotadas pelo Brasil. O último adversario do país na fase classificatória será os Estados Unidos, em duelo a partir das 17h40 (horário de Brasília) desta terça-feira (4), Além do título inédito na competição, as brasileiras buscam a vaga nos Jogos de Paris - as equipes finalistas garantem presença na Olimpíada. 

Do lado brasileiro, as maiores pontuadoras foram Damiris e Aline Moura, que anotaram sete pontos cada uma. A seleçao dominou a partida nos três primeiros quartos e mandava no placar no último deles, por 52 a 41, quando as hermanas despertaram no jogo, lideradas pela experiente pivô Andrea Boquete, que sozinha marcou nove pontos. 

A apenas 45 segundos do fim, as argentinas viram o placar para 55 a 54, após Sassá cometer uma falta no garrafão. Apesar do nervosismo, o Brasil conseguiu virar com Emanuely, a sete segundos do apito final, em cobrança de dois lances livres.

O Brasil estreou na sexta (30) com vitória sobre Cuba (92 a 536) e no domingo (2) também levou a melhor sobre a Venezuela por (90 a 76). A AmeriCupW reúne ao todo 10 seleções, divididas em duas chaves. O Brasil está na Chave A (junto com Cuba, Venezuela, Argentina e Estados Unidos) e o Grupo B tem Canadá, República Dominicana, Colômbia, México e Porto Rico. 

Na primeira rodada classificatória - o último jogo do Brasil é nesta terça (4) - seleções competem entre si, dentro dos próprios grupos.  As quatro melhores avançam às quartas de final  (1A x 4B, 2A x 3B, 3A x 2B, 4A x 1B), programadas para 7 de julho. Quem se classificar disputará as semifinais no dia 8 e a decisão do título será no dia 9 de julho. 

Basquete em Paris 2024

A Olimpíada reunirá apenas 12 seleções femininas. Duas vagas já estão definidas: uma dos Estados Unidos, campeão da Copa do Mundo de 2022, e outra da França por ser o país-sede. As demais vagas serão distribuídas nos torneios classificatórios continentais.  Haverá dois torneios de quatro equipes tanto na Ásia, quanto nas Américas, e um de seis equipes na África. Os campeões e os vices de cada competição se garantem nos Pré-Olímpicos.

Ao todo os Pré-Olímpicos reunirão 16 seleções de todos os continentes. Serão quatro torneios com quatro países cada. Ao final, as três melhores arrematam as últimas vagas para Paris.

 

 

AGÊNCIA BRASIL

BUENOS AIRES - O governo da Argentina assinou acordos bilaterais para refinanciar dívidas com um trio de membros do Clube de Paris, disseram autoridades argentinas, conforme o governo, que sofre com falta de dinheiro, busca administrar passivos em meio a uma grave crise econômica.

A Argentina assinou acordos de dívida com os governos de França, Espanha e Suécia, segundo um comunicado.

As resoluções mais recentes seguem acordos alcançados nos últimos meses com Itália, Bélgica, Suíça, Holanda, Alemanha, Canadá, Israel, Finlândia, Áustria, Dinamarca, Estados Unidos e Reino Unido, acrescentou o comunicado.

No ano passado, o governo argentino chegou a um acordo com o Clube de Paris, formado pelos principais países credores, para retrabalhar os pagamentos da dívida até 2028.

A Argentina também negocia termos e metas de desembolso para um programa de empréstimo de 44 bilhões de dólares com o Fundo Monetário Internacional, antes das eleições nacionais ainda este ano.

 

 

Por Lucila Sigal e Valentine Hilaire / REUTERS

BRASÍLIA/DF - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe nesta segunda-feira (26), a partir das 12h, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, em visita oficial ao Brasil.  

No Palácio do Planalto, eles tratarão dos principais temas da agenda bilateral e, em seguida, participam de um almoço no Palácio Itamaraty, às 13h30. 

Maiores parceiros comerciais do Brasil na América do Sul, os argentinos enfrentam uma nova grave crise econômica, com desvalorização da moeda local, perda do poder de compra e altos índices inflacionários. Em março, a inflação argentina chegou a 104% ao ano.  

Exportações

Lula tem buscado articular iniciativas de ajuda aos países vizinhos, principalmente para evitar queda nas exportações brasileiras. 

Desde janeiro, Lula e Fernández encontraram-se quatro vezes. Além da posse de Lula, em janeiro, o presidente brasileiro fez uma visita oficial à Argentina na sua primeira viagem internacional.  

Já Fernández veio outras duas vezes a Brasília – uma para se reunir diretamente com o presidente da República, em maio, e outra para participar da cúpula de presidentes sul-americanos.

 

 

AGÊNCIA BRASIL

BUENOS AIRES - A Argentina enviou ao presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, uma carta assinada por seis países da região para solicitar sua ajuda na negociação que o governo nacional realiza com o Fundo Monetário Internacional (FMI) por um empréstimo de 44 bilhões de dólares, informou o Ministério das Relações Exteriores na última quinta-feira.

A Argentina e o organismo negociam uma flexibilização do acordo assinado no ano passado diante da impossibilidade de o país cumprir as metas estabelecidas devido ao impacto econômico da guerra na Ucrânia e a uma seca histórica que afetou suas exportações.

"A inflexibilidade do FMI em rever os parâmetros do acordo no contexto da seca descrita corre o risco de transformar um problema de liquidez em um de solvência", diz a carta assinada pelos presidentes de Brasil, México, Bolívia, Chile, Colômbia e Paraguai.

Os dirigentes pediram a Biden "que apoie a Argentina nas negociações que está a levar a cabo com o referido organismo", gesto pelo qual o presidente da Argentina, Alberto Fernández, agradeceu na sua conta no Twitter.

 

 

Reportagem de Eliana Raszewski / REUTERS

BUENOS AIRES - Protestos violentos tomaram a província de Jujuy, no Norte da Argentina, e adicionaram mais tensão às eleições nacionais. Uma reforma da Constituição local promovida às pressas pelo governador, de direita, leva há quase duas semanas movimentos sociais, comunidades indígenas e sindicatos às ruas.

O clima começou a esquentar no último sábado (17), quando foram registrados diversos enfrentamentos com a polícia que terminaram com mais de 25 presos e alguns feridos na região fronteiriça com a Bolívia, incluindo um jovem de 17 anos que perdeu um olho após ser atingido por um projétil de borracha.

Os episódios alçaram as manifestações a novas proporções nesta terça-feira (20). Enquanto os parlamentares aprovaram a reforma dentro da sede do Legislativa, um grupo incendiou carros, jogou pedras, invadiu e tentou colocar fogo em um dos escritórios na parte de trás do edifício, e a polícia reprimiu os atos do lado de fora do prédio, deixando ao menos um ferido grave que foi levado ao hospital.

Em meio à confusão, os dois campos políticos passaram a trocar acusações, falando em "selvageria" de ambos os lados, numa semana particularmente importante para a Argentina. As coalizões precisam fechar até sábado (24) as listas com os nomes que concorrerão às primárias, em agosto, marcadas por incertezas.

"Responsabilizo o presidente Alberto Fernández e a vice-presidente Cristina Kirchner pela extrema violência que está ocorrendo na província de Jujuy. Os violentos não vão dar o braço a torcer", publicou o governador Gerardo Morales, pré-candidato à Presidência pela coalizão de oposição Juntos por el Cambio.

Os outros dois principais presidenciáveis da aliança, Horacio Larreta e Patricia Bullrich, deixaram de lado as rusgas internas para sair em sua defesa, marcando uma entrevista conjunta para o fim da tarde.

"O que está acontecendo em Jujuy é uma mostra do que o kirchnerismo é capaz resistindo à mudança", tuitou Larreta, chefe do governo de Buenos Aires. "Não se pode ceder diante da violência: vamos impor a firmeza da lei e da ordem", escreveu Bullrich, ex-líder do Proposta Republicana, partido do ex-presidente Mauricio Macri.

O presidente Fernández, por sua vez, da coalizão peronista União pela Pátria (antes Frente de Todos), respondeu ao governador de Jujuy: "Você é o único responsável por ter levado nossa amada província de Jujuy a esta situação extrema ao tentar impor uma reforma constitucional que não respeita a Constituição Nacional".

Sua vice se juntou ao coro: "Assuma o comando, governador Morales, e pare com a loucura repressiva que suas próprias ações desencadearam. O que está acontecendo na província de Jujuy é de sua absoluta responsabilidade, e vocês sabem disso", publicou Cristina no Twitter.

A reforma da Constituição de Jujuy que está no centro dos protestos foi aprovada em menos de um mês —no país, as províncias têm seus próprios textos, abaixo da Carta Magna nacional. Os membros constituintes foram eleitos em 7 de maio, mesma data em que o partido de Morales manteve o poder nas eleições provinciais, e tomaram posse em 23 de maio, presididos pelo próprio governador.

O grupo deu aval ao texto a portas fechadas, na madrugada de sábado, com 40 dos 48 votos necessários, gerando a escalada dos protestos que também fecharam diversas estradas. Os outros oito parlamentares, de esquerda, renunciaram às suas cadeiras em oposição ao projeto, incluindo a deputada Natalia Morales, que foi filmada sendo arrastada por policiais após se juntar aos manifestantes na rua.

O Foro de Periodismo Argentino denunciou a detenção de dois jornalistas enquanto cobriam as manifestações na cidade de Purmamarca naquele dia. "Entre empurrões e espancamentos de policiais, eles foram arrastados, colocados em uma van da polícia e levados ao presídio Alto Comedero, a 60 km do local", afirmou a organização, que diz serem comuns abusos contra repórteres em Jujuy.

Dois artigos principais da nova Constituição geraram as tensões. O mais polêmico deles, intitulado "direito à paz social e à convivência democrática pacífica", proíbe "bloqueios de ruas e estradas, bem como qualquer outra perturbação do direito à livre circulação de pessoas" em manifestações.

O governador disse em entrevista coletiva na segunda (19) que o parágrafo foi mantido, apesar dos atos, e que "uma lei ordenará de alguma forma" o tema "sem restringir o direito de manifestação".

Morales, porém, recuou no outro artigo contestado, sobre o direito à propriedade privada, que afetaria em especial povos indígenas originários, parte importante da população local. Jujuy fica no "triângulo de lítio" e tem grande parte das reservas argentinas do mineral, cobiçado por EUA, China e Europa.

A reforma, agora retirada, previa a incorporação de "mecanismos e vias rápidas que protejam a propriedade privada e restabeleçam alterações na posse, uso e gozo dos bens a favor do seu titular" e dizia que qualquer ocupação não consentida seria uma "violação grave do direito de propriedade".

 

 

por JÚLIA BARBON / FOLHA de S.PAULO

ARGENTINA - A Fitch Ratings elevou a classificação de crédito da Argentina, de C para CC. A agência também reafirmou o rating de longo prazo em moeda local em CCC-. A agência informa em comunicado que em geral não atribui perspectivas para ratings no nível CCC+ ou abaixo disso.

A Fitch afirmou que a melhora no rating reflete sua perspectiva revisada de que o país não iniciou um processo de calote. O motivo, disse, é que as autoridades argentinas desistiram de realizar um swap, anunciado em março, que constituiria um default pelas definições da agência.

A Fitch falou, no entanto, que o rating CC significa que um calote ou um evento do tipo nos próximos anos parece provável, independentemente do resultado das eleições gerais deste ano.

Em comunicado, a agência comentou que as autoridades estão usando medidas heterodoxas para lidar com a situação econômica negativa neste ano, agravada por uma forte seca, e para renegociar um programa do Fundo Monetário Internacional (FMI) para conseguir novo financiamento. Isso deverá sobrecarregar o próximo governo e criar um cenário difícil para a governabilidade do próximo presidente.

“Assim, na visão da Fitch, é cada vez mais difícil vislumbrar um plano de ajuste pós-eleitoral suficiente para garantir um acúmulo sustentado de reservas e recuperação do acesso ao mercado”, disse a agência.

A projeção da Fitch é de uma contração de 3,4% no Produto Interno Bruto (PIB) em 2023, em função da seca e de um aperto no mercado de câmbio. A agência prevê ainda que o déficit primário do governo federal aumente para 3,2% do PIB neste ano, de 2,6% em 2022, e que o déficit nas contas externas suba a 2,8% do PIB, de 0,6% no ano passado.

 

 

ISTOÉ DINHEIRO

ARGENTINA - A Ford anunciou nesta terça-feira, 13, um investimento de US$ 660 milhões (R$ 3,2 bilhões) para fabricar a nova geração do modelo Ranger na Argentina.

Os recursos serão destinados à “completa transformação” da planta da empresa na cidade de Pacheco, para aumentar a capacidade de produção dos carros e de baterias para equipar o novo modelo.

O anúncio contou com a participação do ministro da Economia argentino, Sérgio Massa. Nas últimas semanas, ele tem lançado iniciativas para auxiliar a recuperação econômica do país.

Segundo comunicado do governo argentino, o projeto da Ford irá exportar pelo menos 70% da sua produção para a América do Sul.

A nota também explica que o plano foi desenvolvido sob a Lei de Promoção de Investimentos na Indústria de Autopeças Automotivas, que visa promover o aumento da integração das autopeças locais e uma maior inserção internacional do setor para aumentar as exportações argentinas.

 

 

por Laís Adriana / ESTADÃO

ARGENTINA - O Itaú Unibanco, maior banco da América Latina em ativos, está em conversas preliminares com o Banco Macro para vender sua operação na Argentina – o que deve marcar a sua saída do país. A negociação foi revelada pela imprensa local e confirmada ontem em fato relevante publicado pela própria instituição brasileira. Apesar de ter uma história de aquisições, o Itaú deu prioridade às operações no Chile e na Colômbia, por meio da compra do Corpbanca, mas não evoluiu na mesma proporção na Argentina. Seu banco no país representa cerca de 1% do lucro do conglomerado, de R$ 8,4 bilhões no primeiro trimestre.

A confirmação das negociações com o Itaú deu impulso às ações do Banco Macro, listado na Argentina e nos EUA, com alta de mais de 10% ontem. A instituição é um dos principais bancos privados no país vizinho. Procurado para detalhar as conversas, o Itaú não se pronunciou.

O Itaú desembarcou na Argentina em 1998, com a compra do Banco Del Buen Ayre. Primeiro, operou com o nome Itaú Buen Ayre e, posteriormente, com Itaú Argentina. A filial tinha cerca de 1,5 mil funcionários em março e 71 agências – estrutura menor do que as vistas no Chile, onde o conglomerado contava 5,2 mil funcionários, e na Colômbia, onde tinha 2,3 mil. Na carteira de crédito, a unidade era a menor, com R$ 9,6 bilhões em operações e crescimento de 7,9% em um ano, abaixo da média do conglomerado.

Os bancos argentinos têm sido desafiados pela constante disparada da inflação no país vizinho, que pesa sobretudo na qualidade do crédito. Esse fator tem sido apontado por analistas como um problema, inclusive, para o potencial comprador do Itaú Argentina. “Os resultados do Banco Macro foram sequencialmente mais fracos e continuaram a ser afetados pelos altos patamares de inflação, uma condição que não parece ter solução no curto prazo”, disse o BTG Pactual, em maio.

Esse ambiente fez com que o lucro do Macro caísse 20% no primeiro trimestre, para 9,7 bilhões de pesos (o equivalente a R$ 195 milhões). Apesar disso, o banco continuava bem capitalizado, com excesso de liquidez. Em uma economia inflacionária, a instituição prefere manter recursos em títulos do governo argentino, em tese mais seguros do que os empréstimos a pessoas físicas e empresas.

 

MENOR APETITE

Diante das recorrentes crises na Argentina, o apetite dos brasileiros pelo setor bancário local minguou nos últimos anos. Antes do Itaú, o Banco do Brasil fez algumas tentativas de se desfazer de sua fatia no argentino Patagônia. Mas, justamente por conta do cenário macroeconômico local, o valor pelo ativo não agradou, o que acabou inviabilizando sua venda

No caso do Itaú, o movimento feito na Argentina é oposto ao que existe no Chile, em que o conglomerado quer comprar todas as ações em circulação do Corpbanca, ou seja, se tornar o único proprietário. A operação chilena é a maior do Itaú fora do Brasil e está no centro das atenções do banco na América Latina após uma virada operacional – conduzida, em grande parte, pelo atual presidente do conglomerado, Milton Maluhy.

Segundo pessoas que acompanham o assunto, não há relação entre as duas operações. No Chile, o Itaú vive um dilema de curto prazo na tesouraria: “comprado” em inflação, o banco teve de anotar perdas nos títulos atrelados à alta de preços nos últimos trimestres. O Itaú faz proteção cambial da posição de capital nos bancos que controla no exterior, e no último ano esse conservadorismo pesou nos números. O banco estima perder R$ 500 milhões por trimestre na tesouraria com a atual política de hedge.

Em solo argentino, o Itaú tem presença bem mais tímida do que no Brasil. É apenas o 18.º maior banco em volume de ativos, se considerados os dados de janeiro do Banco Central da Argentina. Já o Macro é o quinto maior e, na hipótese de ficar com os ativos do banco brasileiro, se distanciaria do espanhol BBVA (que é o sexto colocado) e se aproximaria do Santander Rio (o quarto maior). O líder de mercado é o estatal Banco de la Nación Argentina.

 

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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