Jornalista/Radialista
CUBA - Em carta aberta dirigida a Miguel Díaz-Canel na quinta-feira (18), a Anistia Internacional (AI) pediu ao presidente de Cuba que liberte "de maneira imediata e incondicional" os artistas cubanos Luis Manuel Otero Alcántara e Maykel 'Osorbo' Castillo, bem como o líder opositor José Daniel Ferrer, que declarou "prisioneiros de consciência".
"Esperamos que eles e todas as pessoas presas injustamente em Cuba possam recuperar imediatamente sua liberdade", diz a carta, publicada no site da AI. Otero Alcántara e Ferrer estão encarcerados desde 11 de julho de 2021, enquanto Castillo foi preso em 18 de maio do mesmo ano.
Na carta, assinada pela diretora da AI para as Américas, Erika Guevara, o grupo dispõe da informação de que Otero Alcántara, o rapper Castillo e Ferrer apresentam problemas de saúde e sofrem maus-tratos.
O documento é divulgado depois que o enviado do papa, cardeal Beniamino Stella, pediu a autoridades cubanas a libertação dos manifestantes, presos devido aos protestos históricos de 11 de julho de 2021 por mais liberdades e melhoras na economia. Os Estados Unidos também já pediram a Cuba a libertação desses presos em diversas ocasiões.
"A situação dos direitos humanos continua se deteriorando em Cuba", apontou a AI, após destacar que 1.812 pessoas foram detidas nas manifestações de 2021, das quais 768 permanecem presas.
A AI advertiu que o novo Código Penal, aprovado em maio de 2022 e que pune "atividades subversivas", ameaça "consolidar ainda mais as restrições à liberdade de expressão e reunião e apresenta um panorama assustador para jornalistas independentes, ativistas e qualquer pessoa crítica das autoridades".
A Anistia também alertou para a "prisão arbitrária", no povoado de Caimanera, de cinco cubanos que participaram, no último dia 6, de uma manifestação motivada pela falta de alimentos e remédios. As autoridades do país caribenho anunciaram que eles serão levados à Justiça.
"Fazemos um apelo urgente para que [o Estado] cumpra suas obrigações internacionais e proteja os direitos humanos de todas as pessoas detidas por exercerem sua liberdade de expressão em Cuba."
CHINA - O presidente da China, Xi Jinping, estimulou nesta sexta-feira (19) os países vizinhos da Ásia Central a "aproveitar plenamente" o potencial de colaboração econômica com Pequim, durante uma reunião de cúpula com chefes de Estado da região vital para os interesses chineses.
Xi recebeu os líderes do Cazaquistão, Quirguistão, Tadjiquistão, Turcomenistão e Uzbequistão para um encontro de cúpula na cidade de Xi'an, norte de China, um evento que Pequim chamou de "marco".
De acordo com os dados de Pequim, o comércio com os países da Ásia Central alcançou 70 bilhões de dólares (347 bilhões de reais) em 2022 e registrou aumento de 22% no primeiro trimestre na comparação com o mesmo período do ano passado.
A região é fundamental para a chamada Nova Rota da Seda, um ambicioso projeto chinês de infraestruturas para Ásia e Europa.
Neste sentido, Xi declarou aos homólogos que os cinco países da Ásia Central devem "aproveitar plenamente o potencial da cooperação tradicional na economia, comércio, capacidade industrial, energia e transporte".
Também destacou a necessidade de desenvolver "novos vetores de crescimento" e citou "finanças, agricultura, redução da pobreza, descarbonização, saúde e a inovação digital".
A Nova Rota da Seda, também conhecida como Iniciativa do Cinturão e Rota, é um projeto geopolítico vital para a política externa de Xi Jinping.
Pequim expressou a vontade de fortalecer a cooperação com os países da Ásia Central e preencher o espaço deixado pela Rússia nas ex-repúblicas soviéticas devido à guerra da Ucrânia.
Xi enfatizou que a China e os países da Ásia Central devem "tomar a dianteira" no megaprojeto de infraestruturas e "aprofundar a confiança mútua".
Pequim ampliará as conexões de transporte com a região, anunciou o chefe de Estado chinês, e pretende acelerar a expansão de um gasoduto da Ásia Central até a China.
Xi prometeu ainda 26 bilhões de yuanes (3,7 bilhões de dólares, R$ 18,3 bilhões) em "apoio financeiro" à região.
"A China está tentando convencer os países da Ásia Central que um novo mundo multipolar está emergindo", declarou à AFP Niva Yau, do centro de estudos Atlantic Council's Global China Hub. A analista destacou que há "unidade" entre os países da região sobre a estratégia de manter "relações fortes" com Pequim.
O discurso de Xi também abordou a cooperação na área de segurança contra o que Pequim chama de "três males" da região: o separatismo, o terrorismo e o extremismo.
"Os seis países deveriam opor-se com firmeza às interferências externas em questões internas e às tentativas de instigar 'revoluções coloridas'", afirmou Xi, em uma referência às revoltas das últimas décadas em alguns países da ex-União Soviética, como Ucrânia e Geórgia, que segundo Moscou foram estimuladas pelo Ocidente.
- Influência crescente -
A invasão russa da Ucrânia permitiu à China ganhar espaço na Ásia Central, aproveitando o fato de que muitos países na região repensaram sua relação com a Rússia e agora buscam apoio econômico, diplomático e estratégico de outras potências.
"O envolvimento militar russo na Ucrânia levou à imposição de sanções ocidentais, o que enfraqueceu o poder da Rússia e provocou um declínio relativo em sua influência na Ásia Central", declarou à AFP Lu Gang, diretor do Centro de Estudos da Ásia Central da 'East China Normal University'.
"O resultado é que os países da Ásia Central estão enfatizando a cooperação econômica e o apoio político da China", acrescentou Lu.
No atual contexto, Xi Jinping se posiciona "como um líder que pode promover a paz e o desenvolvimento global", destaca Zhiqun Zhu, professor de Relações Internacionais da Universidade Bucknell, nos Estados Unidos.
A reunião em Xi'an coincide com o encontro de cúpula do G7 em Hiroshima, que, entre outros temas em sua agenda, analisa medidas para "evitar a crescente influência da China no mundo", afirma Zhu.
FORTALEZA/CE - O Fortaleza tem a melhor defesa da Série A até a 6ª rodada da competição, junto como São Paulo. Em seis jogos disputados, o Tricolor do Pici foi vazado em três: Internacional, Fluminense e Corinthians. A equipe ainda não foi derrotada no Brasileirão e soma duas vitórias e quatro empates.
Nas seis primeiras rodadas, o Tricolor do Pici conquistou 10 dos 18 pontos disputados. O time vem buscando equilíbrio defensivo e ofensivo na temporada. Analisando os gols tomados nesse início de Brasileirão, três foram marcados da área e um da pequena área. Três foram no segundo tempo das partidas e apenas um na primeira etapa.
Por Redação do ge
BRASÍLIA/DF - O governo Lula (PT) deve ampliar superintendências da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba) para acomodar aliados e debelar disputas regionais por espaço na estatal.
Segundo integrantes do governo, parlamentares e membros da Codevasf, o plano é duplicar a direção das superintendências de pelo menos dois estados: Pernambuco e Minas Gerais.
Em nota, a companhia confirmou que a expansão está em análise e disse que não há estimativa de custos ou definições sobre cargos.
A iniciativa, segundo a Folha apurou, ainda pode ser reproduzida ao menos em Goiás e na Paraíba, palco de rixas entre partidos que já integram a base governista ou que o Palácio do Planalto busca atrair.
Com mais cargos nessas regiões, o governo pretende atender a pedidos de parlamentares de diferentes partidos que passam por um embate local pelo comando da estatal nos estados.
A Codevasf foi entregue pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL) ao centrão e é mantida dessa forma por Lula em troca de apoio no Congresso.
As discussões por cargos ocorrem no momento em que avança uma apuração sobre suposta corrupção com verbas da estatal, que no último governo passou a escoar verbas de emendas em obras de pavimentação e maquinários.
Em 2022, a Polícia Federal levantou suspeitas de que uma empresa pagou propina de R$ 250 mil para um gerente da companhia, como revelou a Folha de S.Paulo.
Hoje há 12 superintendências da Codevasf instaladas em 11 estados, além de outras 2 que aguardam aprovação de novos cargos pela Sest (Secretaria de Coordenação das Estatais), do Ministério da Economia, para começar a operar em Fortaleza e João Pessoa.
Não seria novidade a Codevasf ter duas superintendências em um mesmo estado. No caso da Bahia, há representação em Bom Jesus da Lapa e em Juazeiro.
Em Pernambuco, por exemplo, a Codevasf ampliada deve ter dois escritórios: Petrolina e Recife. Para o comando da regional do Recife, deverá ser nomeado um indicado do PSB e do Republicanos, sendo responsável por 139 municípios. Um indicado do PT deverá assumir a regional de Petrolina, abarcando outras 46 cidades.
A unidade da Codevasf de Petrolina está desde 2016 sob comando de Aurivalter da Silva, que foi assessor parlamentar de Fernando Bezerra (MDB), ex-líder no Senado do governo Bolsonaro.
No governo Lula, o clã da família Bezerra Coelho, que também abriga o deputado federal Fernando Coelho e o ex-prefeito de Petrolina Miguel Coelho, ambos da União Brasil, já emplacou o advogado Henrique de Assis Coutinho Bernardes em uma das diretorias mais cobiçadas da estatal federal.
Desde março, Bernardes comanda a diretoria de Desenvolvimento Integrado e Infraestrutura da Codevasf, setor cobiçado por parlamentares por envolver desde a compra de maquinários, como tratores, até obras de pavimentação e da integração do rio São Francisco.
Os cargos de chefia da Codevasf em Pernambuco estão numa disputa que envolve o deputado Silvio Costa Filho (Republicanos), o grupo político liderado pelo prefeito do Recife, João Campos (PSB), e o senador Humberto Costa (PT).
Em Minas Gerais, a superintendência atual fica em Montes Claros e é comandada por Marco Antonio Graça Câmara.
A indicação dele contempla um grupo de deputados mineiros como Luis Tibé (líder do partido Avante), Fred Costa (líder do Patriota) e Luiz Fernando Faria (PSD), com apoio do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). No entanto, há pressão de outros partidos para ocupar o cargo, inclusive do deputado Paulo Guedes (PT-MG).
Diante disso, o governo planeja abrir outra superintendência em Belo Horizonte.
Na leitura de técnicos da Codevasf, a expansão mostra que a estatal tem perdido o foco para atender a interesses políticos.
Isso porque os braços regionais da estatal estão sendo levados para locais sem projetos de irrigação.
Como exemplo, esses técnicos citam a mudança da sede da empresa em Alagoas de Penedo, no interior, para a capital Maceió. Essa unidade é comandada por Joãozinho Pereira (PP), primo do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL).
O governo Lula decidiu manter o engenheiro Marcelo Moreira na presidência da estatal, nome indicado em 2019 pelo atual líder da União Brasil na Câmara, Elmar Nascimento (BA). Já parte dos diretores e superintendentes foi alterada para retirar bolsonaristas e abrigar indicados de aliados no Congresso Nacional.
O relator do Orçamento de 2023, senador Marcelo Castro (MDB-PI), emplacou o filho no comando da estatal no Piauí, cargo antes exercido por um indicado do senador Ciro Nogueira (PP), ex-ministro da Casa Civil de Bolsonaro.
por CATIA SEABRA, THIAGO RESENDE E MATEUS VARGAS / FOLHA de S.PAULO
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