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Estudantes do curso de Engenharia Civil revitalizaram as dependências do Projeto CorAção

 

SÃO CARLOS/SP - Corte de cabelo, pintura nos braços e rosto, pedágio nas ruas. Nem sempre o trote, como é conhecido um conjunto de atividades para receber os calouros nas universidades, é sinônimo dessas "tradições". Ao contrário. Prova disso é o Trote Solidário, ação voluntária realizada no último sábado, 2 de julho, por estudantes do curso de Engenharia Civil da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), com coordenação do Programa de Educação Tutorial (PET Civil).
Durante o período da manhã, cerca de 90 pessoas, entre veteranos, calouros e voluntários, literalmente colocaram as mãos na massa e realizaram ações como jardinagem, pinturas de paredes e pequenas concretagens. "O nosso intuito é integrar os estudantes, revitalizar instituições beneficentes, criar um contato mais prático com o curso de Engenharia Civil e desconstruir a ideia de trote agressivo que se cria na universidade", explica Isabella Vieira Martins, da Diretoria de Comunicação do PET Civil.
O Trote Solidário é tradição desde 2011. O PET Civil aderiu à proposta desde que o coletivo surgiu, em 2013. "Ações sociais e voluntárias como essas são frequentemente realizadas pelo nosso grupo, uma vez que agimos voltados para a pesquisa, ensino e extensão dentro do ambiente acadêmico", acrescenta Martins.
Neste ano, a instituição escolhida para revitalização foi a Projeto CorAção. Foram realizadas pinturas lúdicas nas paredes e no chão, a horta existente no local foi recuperada e foram construídos caminhos de concreto, floreiras de pneus e traves de gol para o campinho de futebol, entre outras reformas. Os materiais utilizados são adquiridos por meio de patrocínios de empresas e o que sobra também é revertido para a instituição.
O estudante Leonardo Ravelli, que participou da ação, exalta o trabalho: "Eu acho maravilhosa a ideia de a gente fazer esse trote solidário, ajudando as instituições. Acho importante também devolvermos para a comunidade o que aprendemos no curso. É incrível tudo isso".

Sobre o Projeto CorAção
O Projeto CorAção é uma organização sem fins lucrativos, fundada em outubro de 2017, no bairro Cidade Aracy da cidade de São Carlos. Atende cerca de 60 crianças e adolescentes, entre 5 e 16 anos de idade, em dois períodos (manhã e tarde), assistindo mais de 50 famílias, com impacto em mais de 300 pessoas. A finalidade é atender àqueles que possam vir a necessitar de acompanhamento no período em que estariam expostos a situações de vulnerabilidade social, zelando pela sua segurança e desenvolvimento.
Universidade orienta veteranos e ingressantes para ações de integração sem violência

 

SÃO CARLOS/SP - Começa hoje, dia 16 de maio, na Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), a Campanha Acolhimento Legal, com o objetivo de incentivar ações de recepção dos estudantes nos quatro campi da Universidade - São Carlos, Sorocaba, Araras e Lagoa do Sino. A Campanha, que ocorre de 16 de maio a 16 de junho, é uma realização da Reitoria, Ouvidoria Geral, Pró-Reitoria de Assuntos Comunitários e Estudantis (ProACE), Secretaria Geral de Ações Afirmativas, Diversidade e Equidade (Saade), Pró-Reitoria de Graduação (ProGrad) e Coordenadoria de Comunicação Social (CCS).
"Entrar na Universidade é um marco na vida de qualquer pessoa: simboliza uma nova fase, um momento de orgulho e celebração. Essa conquista não pode ser marcada por violência e constrangimento. Sabemos que a interação entre ingressantes e veteranos é fundamental e aguardada por todos, mas isso deve acontecer de forma saudável e acolhedora e estamos reforçando isso com o lançamento da Campanha Acolhimento Legal em que vamos reforçar diversas formas de interação, deixando claro que o trote violento não é legal e é, sobretudo, ilegal, dentro e fora do Campus", informou a Reitora Ana Beatriz de Oliveira. 
A UFSCar orienta que os veteranos promovam ações de integração e diversão, como: apresentar o Campus para quem está chegando, mostrar como funciona a biblioteca e o Restaurante Universitário (RU), dar dicas sobre o curso e a cidade. É imprescindível que os veteranos respeitem quem não quer participar das atividades organizadas por eles. 
Aos ingressantes, a UFSCar deseja que este momento tão importante de chegada à vida universitária seja festejado e vivido com alegria. E ressalta que o ingressante não tem obrigação nenhuma de seguir qualquer comando de um veterano, principalmente se o comportamento solicitado incomodar, for humilhante ou violento. 
O Pró-Reitor de Assuntos Comunitários e Estudantis, Djalma Ribeiro Júnior, destaca o papel educacional da campanha ao deixar claro quais as formas de violência que podem ocorrer e, principalmente, como as pessoas devem agir caso ocorram. "Na UFSCar incentivamos ações integrativas, baseadas no acolhimento e no respeito, e é isso que queremos evidenciar para a comunidade, principalmente para os estudantes. Para contribuir para a informação sobre o tema, além das ações previstas na campanha, teremos uma palestra específica na Calourada 2022, que terá sua programação divulgada em breve", adiantou o Pró-Reitor.

Formas de violência
A UFSCar não tolera qualquer tipo de violência e, para combater ações abusivas, é importante saber identificá-las. Algumas formas de violência são: assédio sexual (inclui comentários com apelos sexuais indesejados, cantadas ofensivas, toques sem consentimento); coerção, forçando alguém a realizar qualquer comportamento sob ameaça, como participar de atividades humilhantes - desfiles, uso de placas etc. - ou ingerir substâncias de forma forçada; e assédio moral (humilhação ou ofensa por rejeitar qualquer tipo de proposta, inclusive nas redes sociais).

O que fazer em caso de trote violento dentro ou fora do Campus
Em situações de perigo fora dos campi da UFSCar, disque 190 (Polícia Militar); em situações de emergência médica, disque 192 (SAMU) ou procure um Pronto Atendimento. Em casos de violência sexual, procure atendimento médico especializado para se proteger de infecções sexualmente transmissíveis e evitar gravidez não desejada. Além disso, em qualquer caso de violência, registrar o boletim de ocorrência numa delegacia é imprescindível.  
Caso o trote violento ocorra dentro do Campus, realize os procedimentos anteriores e faça uma denúncia para a Ouvidoria da UFSCar pelos seguintes canais:
- Sistema e-Ouv, disponível em www.ouvidoria.ufscar.br, na aba "Sistema Fala.BR";
- Pelo telefone (16) 3306-6571;
- Pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.;
- Pessoalmente, no Anexo da Reitoria (área Norte do Campus São Carlos).
Para saber mais e obter as informações atualizadas sobre a Campanha Acolhimento Legal da UFSCar, acompanhe as redes sociais da Universidade: Twitter (@ufscaroficial), Facebook (fb.com/ufscaroficial) e Instagram (@ufscaroficial).
Professor Antônio Zuin fala sobre violência na universidade em documentário da HBO, dirigido por Giuliano Cedrone e Marina Person

 

SÃO CARLOS/SP - A forma como o veterano recebe seu calouro tem muita relação com o modo como impera, na universidade, um caldo de cultura autoritário no qual o veterano se julga, na condição de portador da "cultura", no direito de domesticar o calouro, não por acaso chamado de "bicho". Essa é uma das considerações feitas pelo professor Antônio Alvaro Soares Zuin, do Departamento de Educação (DEd) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). O professor desenvolveu uma pesquisa de 2000 a 2002, com fomento da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), sobre o trote na universidade e, agora, também fala sobre o assunto no primeiro episódio da série documental "Rompendo o silêncio", da HBO, dirigido por Giuliano Cedrone e Marina Person.
"Infelizmente, o trote tem sido a tradição referente ao processo de integração do calouro na vida universitária", declara Zuin. "A pergunta que fica é a seguinte: com quem os veteranos aprenderam a se julgar assim, como se fossem aqueles que têm a prerrogativa de, por meio da soberba intelectual, tratar os novatos como animais? Provavelmente a reposta para essa questão remete o pensamento para a crítica da relação professor-aluno e das violências cometidas em tal relação no transcorrer da vida universitária. Essa relação entre o trote e o, por assim dizer, espírito burocrático-autoritário da universidade, também presente na relação professor-aluno, me surpreendeu quando fiz a pesquisa sobre o trote", declara o pesquisador. "Muitas vezes o veterano desforra no calouro a raiva que tem do professor e que não pôde ser demonstrada na sala de aula por conta do medo de sofrer algum tipo de retaliação", completa. 
Segundo Zuin, em sua pesquisa, "foi possível comprovar, empiricamente, a característica do trote como rito de integração sadomasoquista na vida universitária, pois a dor que o calouro masoquistamente precisa suportar por ocasião de sua entrada na universidade poderá ser sadicamente vingada nos novatos do próximo ano, ou seja, quando se tornar um veterano". Diante disso, o pesquisador ainda questiona: "será que novas tradições de ingresso na vida universitária não poderiam ser criadas? Será que tal inserção deverá ser feita sempre por meio do emprego de violências física e simbólica?".

Trote solidário
Para o professor da UFSCar, as ações solidárias representam um progresso quando comparadas às práticas de humilhação e tortura presentes no trote. Mas mesmo o trote dito solidário possui no seu âmago essa ideia da domesticação do calouro. E, por isso, não pode ser identificada como a alternativa definitiva para a inserção do calouro na vida universitária. "A própria palavra trote já alude à violência aplicada por aquele que se julga no 'direito' de domesticar o novato. Os limites para a aplicação dos trotes são superados todos os anos por novidades que cada vez mais humilham, mutilam ou matam. Portanto, qualquer tipo de trote porta consigo algum tipo de violência, seja ela simbólica, física ou mesmo ambas", detalha o docente da UFSCar. 
Para saber mais sobre esses estudos, o professor indica três artigos disponíveis na Internet: "O trote universitário como violência espetacular" (https://bit.ly/3uu3639); "O trote no curso de pedagogia e a prazerosa integração sadomasoquista" (https://bit.ly/3zLNhWE); e "Universidade e barbárie: o caso do trote" (https://bit.ly/2ZBpcW1).
Zuin defende que "a universidade precisa apurar as denúncias de trote, providenciar suporte às vítimas e punir os responsáveis. Além de promover debates contínuos sobre o trote (e não apenas na semana dos calouros), a universidade deve instituir novas formas de integração dos novatos e novatas que não sejam baseadas na humilhação e no emprego de violência física". 
Atualmente, o foco dos estudos do professor Antônio Zuin se refere à análise das práticas de cyberbullying cometidas por alunos contra professores. Sobre o assunto, o docente publicou, há dois meses, o livro "Fúria narcísica entre alunos e professores: as práticas de cyberbullying e os tabus presentes na profissão de ensinar", pela EdUFSCar (https://bit.ly/3kRd2AI). Mais informações sobre pesquisas desenvolvidas por Antônio Zuin podem ser solicitadas diretamente com o pesquisador, pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo..

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