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Na USP de São Carlos: Nanotecnologia e medicina tradicional se unem em possível tratamento inovador contra o diabetes

Na USP de São Carlos: Nanotecnologia e medicina tradicional se unem em possível tratamento inovador contra o diabetes Destaque

Escrito por  Ago 16, 2025

SÃO CARLOS/SP - O diabetes, uma doença crônica que afeta a forma como o corpo regula o açúcar no sangue, é hoje uma das maiores preocupações de saúde pública no planeta. Segundo estimativas internacionais, em 2022 havia cerca de 828 milhões de adultos vivendo com a condição — um salto significativo em relação aos 630 milhões registrados em 1990. O impacto vai muito além das estatísticas: trata-se de uma doença associada a complicações cardiovasculares, renais, neurológicas e à perda de qualidade de vida.

Apesar dos avanços da medicina, o controle da doença ainda apresenta desafios. Medicamentos como o acarbose, usados para reduzir a absorção de glicose, ajudam, mas podem provocar efeitos colaterais como desconforto intestinal e má digestão. Diante disso, cresce o interesse por alternativas mais seguras, eficazes e sustentáveis.

O pesquisador do IFSC/USP, Prof. Igor Polikarpov, juntamente com um grupo de cientistas da Índia, apresentou recentemente uma proposta inovadora publicada na revista científica internacional “Journal of Applied Pharmaceutical Science”, que uniu nanotecnologia — o estudo e a aplicação de partículas em escala extremamente reduzida — com saberes da medicina tradicional.

A equipe desenvolveu nanopartículas de prata utilizando extratos de plantas conhecidas tanto na homeopatia quanto no ayurveda, como: Emblica officinalis (amla), rica em antioxidantes; Withania somnifera (ashwagandha), utilizada para fortalecimento e equilíbrio do organismo e Arnica montana, conhecida por propriedades anti-inflamatórias, além de outras espécies, como Strychnos nux-vomica, Terminalia chebula e Atropa belladonna.

O processo de produção foi ecológico, já as plantas funcionaram como agentes “redutores”, transformando sais de prata em nanopartículas esféricas de 10 a 30 nanômetros — milhares de vezes menores que o diâmetro de um fio de cabelo. Essas partículas minúsculas possuem uma enorme área de contato em relação ao seu volume, o que aumenta sua capacidade de interagir com moléculas do organismo.

O foco dos testes foi verificar a capacidade dessas nanopartículas de inibir duas enzimas fundamentais na digestão dos carboidratos: α-amilase e α-glicosidase. Elas são responsáveis por quebrar o amido dos alimentos em glicose, que então passa para a corrente sanguínea. Bloquear essas enzimas pode ajudar a reduzir picos de açúcar após as refeições — o que é essencial no controle do diabetes tipo 2.

Os resultados foram animadores. Entre todas as formulações, as nanopartículas feitas a partir de Emblica officinalis apresentaram o melhor desempenho, superando o acarbose, medicamento referência no mercado. Essas partículas não apenas inibiram fortemente as enzimas, como também mostraram potencial para interagir com mecanismos celulares relacionados ao metabolismo da glicose.

Outro ponto de destaque é que o método de síntese adotado evita o uso de produtos químicos tóxicos, tornando o processo mais seguro e sustentável. Os pesquisadores acreditam que essa tecnologia poderia ser aplicada em regiões com menos acesso a tratamentos convencionais, oferecendo uma alternativa de menor custo e com base em recursos naturais.

No entanto, o estudo ainda está em fase laboratorial. Será preciso investigar como essas nanopartículas se comportam dentro do corpo humano, sua segurança em longo prazo e a melhor forma de administrá-las. Ensaios clínicos, estudos de biodisponibilidade e avaliações toxicológicas serão etapas essenciais antes de qualquer aplicação médica.

Mesmo assim, a pesquisa reforça um movimento crescente na ciência: resgatar conhecimentos tradicionais e potencializá-los com tecnologias modernas, abrindo espaço para terapias mais eficazes, acessíveis e respeitosas com o meio ambiente.

Se confirmadas em estudos futuros, essas nanopartículas à base de plantas podem se tornar mais uma ferramenta para ajudar milhões de pessoas ao redor do mundo a viver melhor com o diabetes.

Acesse o link para conferir o artigo científico - https://www2.ifsc.usp.br/portal-ifsc/wp-content/uploads/2025/08/4581_pdf.pdf

Redação

 Jornalista/Radialista

Website.: https://www.radiosanca.com.br/equipe/ivan-lucas
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