Jornalista/Radialista
BRASÍLIA/DF - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou na segunda-feira (10) que o novo plano de investimento em infraestrutura do governo federal, em substituição ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), terá seis eixos estratégicos: transportes; infraestrutura social; inclusão digital e conectividade; infraestrutura urbana; água para todos e transição energética.
Lula fez ontem reunião ministerial para marcar os 100 primeiros dias do seu terceiro mandato. Hoje (11), o presidente viaja para a China.
“Retomamos a capacidade de planejamento de longo prazo. E esse planejamento será traduzido em um grande programa que traz de volta o papel do setor público como indutor dos investimentos estratégicos em infraestrutura”, disse. “Vamos aproveitar a experiência que já tivemos com o PAC e os programas de concessão para aprimorar esses mecanismos, tornando-os ainda mais eficientes.”
Segundo o presidente, os governos estaduais já enviaram suas listas de obras prioritárias, e os ministérios estão identificando outros investimentos estruturantes. A previsão é que o novo programa seja anunciado até o início de maio.
Para Lula, os investimentos públicos e privados e o financiamento dos bancos oficiais são fundamentais para o desenvolvimento com inclusão social e a sustentabilidade ambiental. A ideia do governo é facilitar o crédito a micro, pequenas e médias empresas e cooperativas, além de microcrédito para empreendedores individuais.
“Precisamos criar na sociedade a ideia que esses bancos são públicos e têm finalidade diferente dos bancos privados. Não queremos que percam dinheiro, mas não podem emprestar dinheiro nas mesmas custas dos bancos particulares”, defendeu.
Segundo o presidente, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), por exemplo, já reteve mais recursos para investimentos, que hoje são usados para pagamento de empréstimos ao Tesouro Nacional. “Tesouro mão-de-vaca”, disse Lula. “Dinheiro bom não é dinheiro guardado em cofre, é dinheiro gerando obras, desenvolvimento, gerando empregos, isso que é importante”, completou, defendendo a responsabilidade com os gastos.
Eixos
No eixo da transição energético, o governo deve lançar editais para contratação de energia solar e eólica e os leilões para novas linhas de transmissão, para “tornar ainda mais rápida e atrativa a implantação desses parques de energia limpa”.
“E não perderemos a oportunidade de nos tornarmos uma potência global do hidrogênio verde”, destacou Lula. Segundo ele, a Petrobras financiará a pesquisa para novos combustíveis renováveis e, ao mesmo tempo, retomará investimentos na ampliação da frota de navios da Transpetro. “Nunca achei a Petrobras uma empresa de petróleo, é empresa de energia, historicamente, que mais investiu em pesquisa nesse país, em inovação. A descoberta do pré-sal foi resultado de bilhões de investimentos”, disse.
Na inclusão digital e conectividade, o objetivo é levar internet de alta velocidade para as escolas e para os equipamentos sociais, como postos de saúde. “Espero ver telemedicina funcionando e que mesmo os mais humildes possam ser assistidos por grandes médicos em grandes centros urbanos”, disse Lula, pedindo à ministra da Saúde, Nísia Trindade, que pense em soluções para o acesso da população à saúde especializada.
No transporte, segundo o presidente, as ferrovias, rodovias, hidrovias e portos voltarão a ser pensadas de modo estruturante. “Reduzirão o custo do escoamento de nossa produção agrícola. E incentivarão o florescimento de uma nova base industrial, mais tecnológica e mais limpa”, disse. “Além disso, vamos equacionar as concessões de rodovias e aeroportos que ficaram desequilibradas, retomando os investimentos previstos”, destacou.
No eixo de água para todos, um dos focos é a retomada do projeto de integração do Rio São Francisco.
Na infraestrutura urbana, Lula pediu atenção para melhoria das condições de habitação e vida das pessoas que moram em favelas, palafitas e outros locais precários. “Não existe jeito mais degradante de morar do que morar em palafita”, lamentou.
Segundo o presidente, obras de prevenção a desastres causados por cheias e deslizamentos serão tiradas do papel e, com o novo marco do saneamento, o governo quer destravar e atrair R$ 120 bilhões em investimentos públicos e privados para universalizar os serviços de água e esgoto até 2033.
Lula disse ainda que, além do Minha Casa, Minha Vida para população mais pobres, é preciso criar um programa habitacional que atenda à classe média baixa, aqueles que ganham entre três e quatro salários. “O mais pobre é prioridade, mas queremos pensar no conjunto”, afirmou.
Já na infraestrutura social, o foco serão investimentos em hospitais, escolas, creches e centros de cultura e de esportes. “A qualidade de vida nas cidades não se faz apenas de casas, saneamento e transporte”, ressaltou.
Nesse sentido, o presidente criticou os episódios de racismo no país. “Não vamos admitir”, disse ele.
Em mais de uma hora de discurso, o presidente tratou ainda de diversos temas caros ao governo, como o combate à fome, redução de emissão de carbono e desmatamento zero, Plano Safra do agronegócio, renegociação de dívidas, escola em tempo integral, investimentos na ciência e tecnologia, políticas de garantias de direitos, combate ao crime organizado e fortalecimento da democracia.
Mais cedo, o governo federal divulgou uma lista de políticas públicas e ações realizadas nos últimos três meses. A Agência Brasil também preparou material especial alusivo ao marco dos 100 dias, com avaliações de especialistas.
Marco fiscal e juros
Durante seu discurso, Lula ressaltou ainda que, com o novo arcabouço fiscal, que substituirá o teto de gastos, o governo quer “colocar o pobre de volta no Orçamento”.
“Também estamos trabalhando em uma reforma tributária que corrige as distorções históricas de um sistema de tributação regressivo e injusto para os brasileiros e os entes federados. E cria um ambiente muito mais dinâmico e descomplicado para o setor empresarial”, disse. Para Lula, a proposta não terá “100% de solidariedade”, ainda assim, ele acredita na aprovação.
O presidente criticou novamente o patamar dos juros básicos da economia do país, definidos pelo Banco Central (BC). “Continuo achando que estão brincado com o país, com o povo pobre e, sobretudo, com os empresários que querem investir. Só não vê quem não quer”, disse.
Desde agosto do ano passado, o BC mantém a taxa Selic (juros básicos da economia), em 13,25% ao ano.
Participação social
Na abertura da reunião, o vice-presidente Geraldo Alckmin destacou a reação rápida do governo após os atos de vandalismo do dia 8 de janeiro em Brasília. “O senhor salvou a democracia de uma tentativa de golpe, e ela saiu fortalecida. A reação rápida de todos os Poderes e do próprio governo fortaleceu o sistema democrático”, disse.
No dia seguinte, os chefes dos Três Poderes e diversos governantes e autoridades caminharam juntos do Palácio do Planalto ao Supremo Tribunal Federal, passando pelo Congresso Nacional, em ato simbólico pela defesa da democracia.
Alckmin contou ainda que, em maio, o governo deve instalar o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, conhecido como Conselhão. Muito atuante nos governos de Lula, o colegiado tinha a participação de diversos empresários e personalidades reconhecidas em diferentes áreas.
“A democracia significa participação, e a gente observa em todos os ministérios uma enorme participação”, disse. “Governo que ouve mais erra menos, governo moderno estimula participação da sociedade civil organizada”.
A previsão é que, ainda neste semestre, o Ministério do Planejamento e Orçamento e a Secretaria-Geral da Presidência comecem os debates do Plano Plurianual Participativo. Com atividades nos 27 estados, o objetivo é dar transparência orçamentária e possibilitar à sociedade participar ativamente no processo de planejamento das ações para os próximos anos.
O vice-presidente falou ainda sobre as diversas das ações do governo nestes primeiros 100 dias, como a valorização do salário mínimo e os valores extras concedidos pelo Bolsa Família – R$ 150 por criança até seis anos e R$ 50 para cada integrante da família com idade entre 7 e 18 anos incompletos e para gestantes.
“Se Juscelino Kubitschek dizia que eram 50 anos em cinco, nós podemos dizer que foram mil dias em 100”, destacou Alckmin.
Por Andreia Verdélio – Repórter da Agência Brasil
ÍNDIA - A Índia abriga atualmente 3.167 tigres, 200 a mais do que há quatro anos, de acordo com estimativas do mais recente "censo dos tigres" do país.
O primeiro-ministro Narendra Modi divulgou os resultados do relatório no domingo (09/04), em um evento para marcar os 50 anos da campanha do Projeto Tigre.
Estima-se que a Índia tenha mais de 70% dos tigres do mundo.
Modi disse que a Índia "não apenas salvou os tigres", mas também deu ao animal "um grande ecossistema para prosperar".
O Projeto Tigre foi lançado em 1973 pela então primeira-ministra Indira Gandhi, quando o número de tigres no país estava preocupantemente baixo — em partes, devido à caça esportiva e a recompensas oferecidas pelo animal.
Desde então, foram lançadas iniciativas governamentais pela conservação, como a proibição à caça e campanhas em aldeias. As leis também foram fortalecidas para tornar praticamente ilegal capturar ou matar animais selvagens, mesmo quando eles estão envolvidos em situações de conflito com humanos.
Desde 2006, houve um aumento saudável no número de tigres.
De acordo com dados de 2022, a população de tigres aumentou substancialmente nas planícies de inundação de Shivalik e Gangetic, no norte, seguidas pela Índia central, onde os tigres chegaram a novas áreas nos Estados de Madhya Pradesh e Maharashtra.
Mas o Gates Ocidentais, uma cordilheira ao longo da costa oeste da Índia, mostrou um declínio na população de tigres.
O relatório também observou que a população local de tigres foi extinta em várias áreas, inclusive em algumas unidades de conservação, e alertou que "sérios esforços de conservação" são necessários em Estados como Jharkhand e Andhra Pradesh.
Foram sinalizados desafios persistentes, incluindo a necessidade de equilibrar o desenvolvimento econômico com a conservação e a de resolver conflitos entre humanos e animais.
Especialistas em conservação dizem que o conflito com humanos é restrito às bordas de áreas protegidas, florestas e plantações — e que, a menos que a Índia expanda as reservas para tigres, esses conflitos aumentarão.
Há ainda problemas com o comércio ilegal de animais selvagens e o impacto das mudanças climáticas nos habitats dos tigres.
“O aumento da população de tigres é um sinal positivo, mas não devemos ser complacentes. É preciso continuar nossos esforços para garantir a sobrevivência deste magnífico animal e resguardar nossos ecossistemas florestais em sua totalidade”, afirmou o relatório.
A Índia conta o número de tigres em seu território a cada quatro anos. Trata-se de uma tarefa longa e árdua, na qual funcionários florestais e cientistas percorrem uma vasta área buscando evidências da população de tigres.
EUA - A Samsung pode apresentar já em 2023 o seu primeiro modelo de tablet dobrável. A informação é de um especialista em vazamentos conhecido como Revegnus, que publicou a respeito do aparelho em seu perfil no Twitter.
Segundo o usuário, o modelo será chamado de Galaxy Z Tab, seguindo a tendência de nomenclatura dos smartphones dobráveis da fabricante sul-coreana.
Além disso, a revelação estaria próxima, marcada para acontecer junto com o anúncio da linha Galaxy Tab S9 de tablets — algo esperado para ocorrer ainda este ano, sem um mês já confirmado. Os modelos atuais do segmento, parte da família Galaxy Tab S8, foram revelados em fevereiro de 2022.
Ainda sem certezas
Até agora, a Samsung não se manifestou sobre o caso e nem anunciou oficialmente planos para lançar um tablet dobrável.
Rumores sobre o desenvolvimento desse tipo de aparelho já são antigos e datam de anos, mas tudo o que a companhia apresentou até agora foram conceitos de telas em feiras de tecnologia ou o registro de patentes, que não significam necessariamente a comercialização em forma de produto.
A Samsung é atualmente a líder no mercado ainda tímido de celulares com telas dobráveis. A linha atual, apresentada em agosto de 2022, é composta pelos modelos Galaxy Z Fold 4 e Galaxy Z Flip 4.
Nilton Kleina / TECMUNDO
KIEV – Forças russas estão realizando ataques na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, concentrando-se em duas cidades e atacando posições ucranianas com incursões aéreas e barragens de artilharia, disse Kiev na segunda-feira.
O comandante das forças terrestres da Ucrânia afirmou que os russos estão destruindo edifícios e posições na sitiada Bakhmut no que chamou de táticas de “terra arrasada”.
O ataque da Rússia a Bakhmut, uma pequena cidade em Donetsk no limite de um trecho do território controlado pela Rússia, tem sido por meses o foco da maior batalha da guerra, agora em seu segundo ano.
O Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia disse no domingo que os combates foram mais intensos ao longo das proximidades ocidentais de Bakhmut. Os russos também tinham como alvo a cidade de Avdiivka, afirmou.
Nesta segunda-feira, o comandante das forças terrestres, coronel general Oleksandr Syrskyi, disse que a defesa de Bakhmut continua.
“A situação é difícil, mas controlável”, declarou ele, segundo o Centro Militar de Mídia da Ucrânia.
Moscou está enviando forças especiais e unidades aerotransportadas para ajudar no ataque, já que os membros do grupo mercenário privado russo Wagner estão exaustos, disse Syrskyi. Os mercenários de Wagner têm liderado o ataque russo a Bakhmut, que está em grande parte em ruínas.
“O inimigo mudou para a chamada tática de terra arrasada da Síria. Ele está destruindo edifícios e posições com ataques aéreos e fogo de artilharia”, disse Syrskyi.
A Reuters não pôde verificar os relatos do campo de batalha.
O Estado-Maior da Ucrânia afirmou que as forças russas fizeram avanços malsucedidos em áreas a oeste de Bakhmut e que pelo menos 10 cidades e vilarejos foram bombardeados pela Rússia. Os russos também não avançaram nos ataques a Avdiivka, acrescentou.
Donetsk é uma das quatro províncias no leste e sul da Ucrânia que a Rússia declarou anexada no ano passado e está tentando ocupar totalmente no que parece ser uma mudança em seus objetivos de guerra, depois de não conseguir tomar o país logo após sua invasão em fevereiro de 2022.
Analistas ocidentais dizem que ambos os lados têm perdido um grande número de soldados na batalha por Bakhmut, um centro regional de transporte e logística antes da guerra.
O controle de Bakhmut pode permitir que a Rússia atinja diretamente as linhas defensivas ucranianas em Chasiv Yar, no leste, e abra caminho para que suas forças avancem sobre duas cidades maiores na região de Donetsk – Kramatorsk e Sloviansk.
Embora a Ucrânia tenha dito que deseja infligir o maior número possível de baixas às forças russas enquanto prepara sua própria contraofensiva, o presidente Volodymyr Zelenskiy reconheceu na semana passada que, se as tropas estiverem em risco de serem cercadas, poderiam se retirar.
O analista militar ucraniano Oleh Zhdanov disse que as forças russas controlavam o centro de Bakhmut, com grande parte de seu ataque agora concentrado na estação ferroviária.
“Há combates intensos no centro da cidade e o inimigo está se movendo gradualmente em direção à periferia oeste”, declarou Zhdanov.
O Ministério da Defesa britânico disse que, nos últimos sete dias, a Rússia também parece ter aumentado seus ataques blindados ao redor da cidade de Marinka, também na província de Donetsk.
“A Rússia continua dando alta prioridade às operações de recursos no setor mais amplo de Donetsk, incluindo as áreas de Marinka e Avdiivka, gastando recursos significativos para ganhos mínimos”, afirmou.
Por Pavel Polityuk / REUTERS
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