SÃO PAULO/SP - Nove em cada dez professores e professoras da educação básica e superior do ensino público e privado de todo o país já foram perseguidos diretamente ou presenciaram perseguições e censura contra profissionais da educação.
O dado consta da pesquisa inédita A violência contra educadoras/es como ameaça à educação democrática, realizada pelo Observatório Nacional da Violência Contra Educadoras/es (ONVE), da Universidade Federal Fluminense (UFF), em parceria com o Ministério da Educação (MEC).
Participaram do levantamento 3.012 profissionais da educação básica e superior do ensino público e privado de todo o país.
O coordenador da pesquisa, professor Fernando Penna, da UFF, explicou à Agência Brasil que o trabalho teve como foco principal violências ligadas à limitação da liberdade de ensinar, tentativa de censura, perseguição política, embora tenha envolvido também a possibilidade de o professor registrar caso de violência física, embora esse não fosse o foco do relatório.
De acordo com Penna, o objetivo do trabalho foi identificar violências no sentido de impedir o educador de ensinar uma temática, de usar um material, ou seja, perseguição política.
“É mais uma censura de instituições em relação aos professores. E não são só instituições. Entre os agentes da censura, estão tanto pessoas dentro da escola, quanto de fora, figuras públicas”, informou.
Segundo o professor, um primeiro “dado preocupante” constatou que a censura se tornou um fenômeno disseminado por todo o território brasileiro e em todos os níveis e etapas da educação, englobando não só o professor, em sala de aula, mas todos que trabalham com educação.
A pesquisa mostrou um percentual alto de professores vítimas diretas da violência. Na educação básica, o índice registrou 61%, e 55% na superior. “Na educação superior, foi 55%, um pouquinho menor, mas, ainda assim, está acima de 50%”, destacou Penna.
Entre os educadores diretamente censurados, o levantamento constatou que 58% relataram ter sofrido tentativas de intimidação; 41% questionamentos agressivos sobre seus métodos de trabalho; e 35% enfrentaram proibições explícitas de conteúdo.
Os educadores também relataram casos de demissões (6%), suspensões (2%), mudança forçada do local de trabalho (12%), remoção do cargo ou função (11%), agressões verbais e xingamentos (25%), e agressões físicas (10%).
Fernando Penna analisou que os dados mostraram ainda que a violência e a censura já estão enraizadas no Brasil, nas instituições de educação básica e superior. “Isso é preocupante porque a gente está falando aqui de temáticas obrigatórias”.
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Coordenador da pesquisa, professor Fernando Penna, da UFF, explicou à Agência Brasil que o trabalho teve como foco principal violências ligadas à limitação da liberdade de ensinar, tentativa de censura, perseguição política Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado - Edilson Rodrigues/Agência Senado
Ele citou, como exemplo, o caso de uma professora do interior do estado do Rio de Janeiro, cujo um colega, durante a pandemia da Covid 19, pegou um material do Ministério da Saúde, com orientações sobre medidas sanitárias e a importância da vacinação, mas foi impedido sob argumento de “doutrinação”.
“E quando ele foi entregar isso à diretora da escola, ela disse para ele que na escola não ia ter doutrinação de vacina”.
A pesquisa identificou ainda professores proibidos de tratar, na sala de aula, temas como o da violência sexual, em que alerta o aluno sobre o fato desse tipo de violência ocorrer dentro de casa.
“E é depois de algumas aulas na escola sobre orientação sexual, gênero, sexualidade, que esse jovem que tem uma violência naturalizada acontecendo no espaço privado denuncia o autor disso”, explicou Pena, ao ressaltar a importância de o tema ser tratado no ambiente escolar. “Mas essa temática, que é a discussão dos temas envolvendo gênero e sexualidade, é que os professores mais indicaram como sendo o motivo da violência que eles sofreram”.
O professor disse ainda que o estudo deixa claro que essa violência não impacta só os educadores, mas a liberdade de ensinar e a liberdade de aprender. “Estudantes estão deixando de discutir temáticas vitais para a sua formação”, acrescentou.
Outro exemplo de tema óbvio, que é motivo de questionamentos de pais contra professores de ciência, é o da teoria da evolução. Alguns preferem que se discuta dentro da escola o criacionismo e não a teoria da evolução. “Então, professores que tentam fazer o trabalho de levar o conhecimento às crianças e adolescentes acabam sendo demitidos, transferidos”.
A proporção de professores que passaram diretamente por esse tipo de violência ficou em torno de 49% a 36%. A maior parte dos educadores disse que o episódio ocorreu quatro vezes ou mais.
Segundo o levantamento, os temas que motivaram o questionamento à prática do educador foram liderados por questões políticas (73%), seguidos por questões de gênero e sexualidade (53%), questões de religião (48%) e negacionismo científico (41%).
A pesquisa pediu também que os educadores respondessem os anos que essa violência ocorreu, “porque uma das nossas hipóteses é que essa violência tem relação com a polarização política que nós vivemos. E quando eu falo polarização, eu estou dizendo extrema direita, extrema esquerda. É uma polarização assimétrica entre uma extrema direita e uma centro-esquerda, no máximo”.
“Os dados configuraram um gráfico que revela que a violência contra educadores sobe a partir de 2010 e tem um pico em 2016, em 2018 e em 2022, que são os anos do ‘impeachment’ e de duas eleições presidenciais”, destacou Penna, frisando que essa “tensão política que o país vive está, infelizmente, entrando nas escolas”.
Quando perguntados sobre quem foram os agentes da violência, os educadores citaram os próprios membros da comunidade interna da escola ou da universidade. Ou seja, a própria direção, coordenação, membros da família, estudantes. “Isso é muito grave porque traz um dado de pesquisa que mostra que essa violência pode ter partido de figuras públicas, de uma atenção política mais ampla, mas, infelizmente, ela já está dentro das comunidades educativas”.
A pesquisa identificou que são os próprios membros da comunidade educativa interna que estão levando essa violência para dentro da escola, liderados pelos profissionais da área pedagógica (57%), familiares dos estudantes (44%), estudantes (34%), os próprios professores (27%), profissional da administração da instituição (26%), funcionário da instituição (24%) ou da secretaria de educação (municipal ou esta- dual) ou reitoria, no caso das universidades (21%).
De acordo com o coordenador do estudo, esse quadro de perseguição e violência envolve tanto a política institucional, quanto a política partidária, mas também abre espaço para se pensar em dimensões políticas da vida comum. Então não é surpresa que o crescimento da violência que foi observado esteja mais vinculado ao dado político do momento. “Ele é um tema que realmente tenciona muito”.
A perseguição a educadores foi relatada como extremamente impactante para 33% dos educadores tanto na vida profissional como pessoal, e bastante impactante para 39% na profissão e também no lado pessoal. A consequência em muitos casos foi que grande parte dos professores que vivenciaram esses casos de violência acabaram deixando de ser educadores, o chamado apagão dos professores, confirmou Penna.
“Foi uma das ferramentas de manipulação política desse pânico moral usado pela extrema direita nos anos recentes”, afirmou.
Fernando Penna salientou que os educadores nem precisam ter sido vítimas diretas da violência porque, quando ela acontece em uma escola ou universidade, “ela degrada o clima escolar”.
Quando perguntados sobre mudanças que esses eventos trouxeram para o seu cotidiano de trabalho, a maioria dos educadores afetados citou insegurança e desconforto. “O desconforto com o espaço de trabalho foi o terceiro maior impacto da censura citado pelos respondentes (53%). Isso levou 20% dos participantes a mudarem de local de trabalho por iniciativa própria.
“As pessoas estão com medo de discutir temas. Estão com medo de fazer o seu trabalho como elas foram formadas para fazer e de acordo com seus saberes da experiência. Aí você está falando que o dano para a sociedade é gigantesco. Porque, os professores estão com medo de discutir temas, alguns estão sendo prejudicados e não podem discutir temas, por exemplo, no caso do gênero”, afirmou Penna.
A pesquisa constatou que em torno de 45% dos professores entrevistados disseram se sentir constantemente vigiados. Fato que leva a censurar sobre o que falam na sala de aula. O coordenador do estudo disse ter encontrado professores que trabalham em escolas privadas e relatam já ter entendido que não podem abordar determinados assuntos sob risco de serem demitidos.
“Muitas vezes, esse educador precisa do emprego, mas pode estar sendo ameaçado ali no território onde ele vive”. Penna argumentou que é preciso reconhecer que esse é um problema da sociedade brasileira. “A gente está vivendo em uma sociedade na qual educadores têm medo de falar e de trabalhar de acordo com seu saber profissional”.
Ele indicou que todos os profissionais que trabalham com a produção de um conhecimento seguro, ou seja, que podem desmascarar mentiras, teorias da conspiração, ‘fake news’, são vítimas.
“Tanto que, em 2023, surgiu o Observatório Nacional da Violência Contra Educadoras/es, que é quem fez a pesquisa. Mas também surgiu o Observatório Nacional da Violência Contra Jornalistas, que são outra categoria que sofreu muito durante o governo Bolsonaro. Uma perseguição incrível”.
O impacto que está ocorrendo nas comunidades educativas, que demonstram medo de discutir abertamente temas importantes para a formação dos estudantes foi mais identificado nas regiões Sudeste e Sul, onde foram registrados casos de professores que passaram por essas situações de violência mais diretamente.
O dado não surpreendeu o coordenador da pesquisa. “Tanto que um dos estados que teve mais respondentes no Sul do país foi Santa Catarina, onde a gente sabe de muitos casos de violência. É um estado onde a extrema direita impera”, afirmou.
A sondagem apurou que em todas as cinco regiões brasileiras 93% dos educadores tiveram contato com situações de censura, sendo que 59% passaram diretamente por essa situação, 19% souberam que aconteceu com alguém e 15% ouviram falar.
Fernando Penna afirmou a necessidade de serem criadas ações para proteger os professores, sobretudo em anos de eleição presidencial, quando se sabe que a tendência é essa violência recrudescer, se tornar mais intensa.
A pesquisa, até agora, gerou um banco de dados que ainda tem muitos cruzamentos para serem feitos, manifestou o coordenador.
“A gente pode fazer análises de estados separadamente. A segunda etapa da pesquisa, que está em curso, e de entrevistas. Do total desses de professores que responderam, a gente vai escolher 20 pelo país para entrevistar”, anunciando que serão divulgados outros relatórios vinculados a essa pesquisa inicial.
No relatório completo que está sendo preparado, o Observatório sugere a criação de uma política nacional de enfrentamento à violência contra educadores, como resposta do poder público. Essa política já estaria sendo elaborada no âmbito do MEC. O Observatório tem ainda um acordo de cooperação técnica com o Ministério dos Direitos Humanos.
“A gente tem insistido muito que os educadores trabalhem na perspectiva da educação e direitos humanos, porque são justamente aqueles que mais sofrem violência. Então, a gente tem uma demanda de que os educadores sejam reconhecidos como defensores de direitos humanos e incluídos como uma categoria específica nas políticas do ministério. É uma ferramenta de denúncia de violação de direitos humanos”, concluiu Penna.
Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil
(Dom Luiz Carlos Dias)
O tema “fé e ciência” foi abordado no auditório da Cúria Diocesana de São Carlos, repleto de seleta plateia que acorreu ao local para prestigiar e ouvir com atenção o professor Vanderlei Bagnato, filho desta terra, o qual articula de modo harmônico essas duas realidades em seu labor científico, testemunhando que não há incompatibilidade entre elas.
Corrobora essa afirmação o fato de o professor Vanderlei integrar a Pontifícia Academia das Ciências do Vaticano. Ele foi escolhido para o cargo em 27 de setembro de 2012, quando recebeu uma comunicação que o surpreendeu e alegrou. Como relata, por ter confundido o envelope vindo do Vaticano com alguma propaganda, acabou sabendo de sua nomeação assistindo ao noticiário na televisão, em rede nacional. Até hoje se pergunta sobre o motivo dessa escolha e pelos meios que seu nome chegou à direção da Igreja Católica. Entretanto, as escolhas de Deus têm algo de insondável, mas sempre nos mergulham em seu amor infinito.
Com seu aceite, passou a integrar a academia mais antiga do gênero no mundo, criada em 1603, que já foi presidida por Carlos Chagas entre 1972 e 1988. A Pontifícia Academia das Ciências é composta por alguns dos mais renomados cientistas do mundo, pertencentes a diferentes credos, que nela encontram um ambiente de diálogo aberto, respeito e seriedade. Seus membros são exortados pela Igreja a desenvolver as ciências com a orientação fundamental de beneficiar a humanidade.
Segundo relato do professor Bagnato, atualmente a Academia é composta por cerca de 80 membros, dos quais apenas dois são católicos, e mais de 30 foram contemplados com o Prêmio Nobel, o que atesta sua relevância para o meio científico. Ele ressalta a importância da instituição para a reflexão e o debate de temas que se situam na fronteira entre fé e ciência. Foi a partir de contribuições dessa entidade que o Papa Francisco afirmou que as teorias do Big Bang e da evolução das espécies não são contrárias à fé cristã nem à Sagrada Escritura, encerrando oficialmente, no âmbito da Igreja, duas antigas polêmicas.
Assim, a Academia coopera para coibir obscurantismos e negacionismos que tendem a inquietar o espírito humano. A Igreja reconhece a ciência, quando direcionada ao bem comum, como uma grande fonte de esperança, e sua missão nesse âmbito de promover a harmonia entre o conhecimento científico e a vivência da espiritualidade cristã — como ensinam documentos pontifícios, entre eles a Fides et Ratio de São João Paulo II (1998), que afirma: “A fé e a razão são como duas asas com as quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade..
A integração entre fé e razão, entretanto, tem raízes profundas na tradição cristã. Santo Agostinho já afirmava: “Compreende para crer, crê para compreender”, enquanto Santo Tomás de Aquino defendia que “A graça não destrói a natureza, mas a aperfeiçoa”
Esses pensadores expressam bem a síntese entre razão e fé que inspirou o florescimento intelectual cristão e a preservação do saber nos mosteiros medievais, responsáveis por guardar e transmitir o conhecimento das eras antigas, evitando sua perda e garantindo o progresso do conhecimento no Ocidente.
A Igreja é chamada a integrar fé e razão porque é “especialista em humanidade”. Ela participa “das alegrias e esperanças, das tristezas e angústias dos homens de hoje, sobretudo dos pobres e de todos os que sofrem”. Os Evangelhos testemunham Jesus Cristo encontrando pessoas e libertando-as de situações que atentam contra o projeto de vida em abundância desejado pelo Pai para todos (Cf. Jo 10,10). O caminho da evangelização é, portanto, o caminho da humanidade.
Encerro agradecendo ao professor Vanderlei Bagnato pelas inúmeras contribuições decorrentes de seu empenho sério e ético em suas pesquisas. Desejo-lhe ainda mais êxitos em seus projetos, todos com grande potencial para beneficiar o ser humano, e louvo seu testemunho de fé em uma área onde muitos descartam a presença de Deus e o cultivo da espiritualidade. Por sua trajetória, angariou o respeito da comunidade científica, o reconhecimento e a admiração da sociedade por suas posturas éticas, além de um imenso carinho de sua cidade e da Diocese de São Carlos.
Que Deus o abençoe em seus trabalhos e caminhos, sob a proteção de Nossa Senhora de Fátima.
SÃO CARLOS/SP - Nesta quinta-feira (10/7), a Prefeitura de São Carlos, por meio da Secretaria de Educação, realizou um evento para dar as boas-vindas aos 53 professores aprovados em concurso público que passam a integrar efetivamente a Rede Municipal de Educação. A cerimônia contou com a presença do prefeito Netto Donato, do vice-prefeito Roselei Françoso e do secretário de Educação, Lucas Leão, que celebraram mais um avanço na valorização do serviço público e no fortalecimento da educação no município.
O secretário de Educação, Lucas Leão, destacou que os novos profissionais "começam após o recesso já com os alunos, para começar a desenvolver o trabalho e dar continuidade na efetivação do serviço público". Segundo ele, a demanda por profissionais é constante devido às diversas obras na área da educação.
O vice-prefeito Roselei Françoso relembrou o histórico de efetivações da atual administração. "Já passamos de 300 professores contratados. Foram 370 até janeiro e mais agora 53 que estamos consolidando nesta quinta-feira." Ele também anunciou novas projeções. "Teremos, em breve, a inauguração da escola (Cemei) Sílvio Padovan e outras sete escolas cadastradas junto ao governo federal. Isso deve gerar ainda neste semestre a efetivação de mais 30 professores."
Além disso, o vice-prefeito Roselei Françoso reforçou a importância da contratação efetiva para a estabilidade do corpo docente. "O professor tem uma relação de afetividade com os alunos.
Quando temos o profissional efetivo, ele estreita as relações com os alunos e para nós, da Educação, também é um alívio, pois acabamos com aquela história de começar o ano sem professor".
A Secretaria de Educação também está empenhada na preparação de novos concursos públicos para ampliar o número de professores efetivos e reduzir a dependência de contratos temporários.
"Professor temporário é extremamente importante, mas como o próprio nome diz, são temporários. Queremos garantir acesso, permanência e qualidade de aprendizagem", completou Roselei.
O prefeito Netto Donato celebrou o avanço e reafirmou o empenho da gestão. "Mais professores efetivos, mais professores para nossas crianças. Hoje são 53 professores que começam a fazer parte da rede municipal de ensino, e assim vamos acabando com esse problema de falta de professores", comemorou.
SÃO PAULO/SP - Estudantes da rede estadual de ensino terão apoio de inteligência artificial para a correção de atividades da ferramenta TarefaSP, destinada a lições de casa. Um projeto-piloto da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo (Seduc-SP) para turmas do 8º ano do Ensino Fundamental e da 1ª série do Ensino Médio pretende ampliar o acesso dos estudantes à resolução de questões dissertativas e apoiar os professores na correção desse tipo de exercício.
O projeto piloto integra uma série de ações educacionais da pasta com foco na inovação da educação, com o apoio das tecnologias.
A correção de questões discursivas deve ser aplicada a 5% dos exercícios disponíveis no TarefaSP e voltados, neste momento, a componentes curriculares específicos: língua portuguesa, matemática, ciências, química, física, geografia e história. Na aplicação, estudantes têm acesso a questões que exigem respostas objetivas ou dissertativas.
Nesse projeto piloto, as respostas dos estudantes na TarefaSP não valem nota. O secretário da Educação, Renato Feder, explica que “a disponibilização de questões que demandam respostas dissertativas incentiva a escrita e o desenvolvimento de habilidades que são esperadas nos vestibulares, em avaliações externas como Pisa, mas também em situações da vida adulta. Essas questões abertas desafiam muito mais o estudante, que tem que escrever a resposta”.
O secretário também reforça que o projeto piloto apoiará o trabalho do professor. Com isso, o docente poderá dedicar mais tempo para o processo contínuo de melhoria do ensino e aprendizado na rede. “Com o assistente de correção por IA, conseguimos ampliar o número de questões dissertativas na TarefaSP, sem onerar os professores com as correções. Do contrário, seriam milhões de atividades a mais a serem conferidas pelos professores, o que dificultaria a correção. É para isso que contamos com a IA. A inteligência artificial, ao corrigir as tarefas, melhora o engajamento dos estudantes, aumenta o esforço deles, e prioriza o tempo dos professores na parte mais importante, que é para ensinar e não somente corrigir as tarefas”, complementa Feder.
As questões propostas na ferramenta TarefaSP são disponibilizadas de acordo com o conteúdo lecionado pelo professor em sala de aula. No caso das questões dissertativas, quando o estudante finalizar uma tarefa específica, a sua resposta entra em uma fila de processamento e o assistente de correção por IA compara a resposta do estudante com a resolução esperada, elaborada pelo time de especialistas da Seduc-SP, e sugere se a questão foi respondida de forma correta, parcialmente correta ou incorreta e uma breve explicação.
Em todas as situações, o estudante pode avaliar o comentário que recebeu do assistente de correção. Todos os professores têm acesso aos exercícios e podem incluir comentários, assim como já acontece com as respostas às questões objetivas.
A TarefaSP é uma ferramenta da Seduc-SP destinada à lição de casa para cerca de 2,5 milhões de estudantes matriculados do 6º ano do Ensino Fundamental à 3ª série do Ensino Médio. A pasta implantou a aplicação em 2023. Apenas no início deste ano letivo, quase 95 milhões de questões já foram resolvidas pelos estudantes.
Todas as lições são baseadas nas aulas e no Currículo Paulista. Cada conjunto de questões deve ser liberado após a aula daquele assunto específico ser ministrada pelos docentes da rede.
Desde janeiro de 2023, no início da gestão, a Secretaria da Educação implantou uma série de ações pedagógicas para transformar a tecnologia em aliada do processo de ensino e aprendizagem dos 3 milhões de estudantes da rede pública do estado de São Paulo.
Além disso, os estudantes têm acesso a ferramentas de apoio às aulas de inglês, o SPeak, de redação e leitura, o LeiaSP e a Redação Paulista, de alfabetização, o Elefante Letrado, de matemática — Matific para estudantes de anos iniciais e Khan Academy para anos finais e Ensino Médio, entre outros.
Além disso, até o fim deste primeiro semestre, a Educação distribui 135 mil novos computadores e 8,1 mil plataformas de recarga móvel para os notebooks para as escolas da rede, em um investimento de R$ 261,5 milhões.
Governo de SP
SÃO PAULO/SP - O governo de São Paulo deposita amanhã (25), em parcela única, o bônus a servidores da rede estadual de ensino. Desta vez, serão repassados R$ 544 milhões referente ao desempenho das escolas estaduais no Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo (Saresp) em 2024. O valor é 2,6 vezes superior ao do ano passado, quando foram destinados R$ 208 milhões para o pagamento. No total, 159.430 funcionários — incluindo professores, dirigentes, diretores e equipes das escolas — receberão o benefício.
Servidores das 91 diretorias de ensino e órgãos centrais também serão contemplados com o bônus. O valor médio do pagamento é de R$ 3.415,00. O maior bônus será pago a um diretor de escola, no valor de R$ 33.543,32.
Das 5.000 escolas estaduais, 1.523 alcançaram a meta ouro ou a meta diamante.
Melhor Saresp da década
O aumento do valor e do número de servidores beneficiados é resultado direto da melhora dos resultados educacionais. Após uma década, todos os anos e séries avaliados no Saresp avançaram nas médias em língua portuguesa e matemática. Destaque para o 2º ano do Ensino Fundamental com crescimento de 45,3% em matemática e 28% em língua portuguesa na comparação com a prova de 2023.
“Até a última edição, o bônus era definido pelo rendimento apenas das provas de língua portuguesa e matemática das séries finais dos ciclos – 5º e 9º anos do Ensino Fundamental e 3ª série do Ensino Médio. Com a mudança, pudemos reconhecer e distribuir com mais equidade o papel de cada professor e profissional na aprendizagem e avanços de nossos estudantes”, explica o secretário da Educação, Renato Feder.
Como é realizado o cálculo
O cálculo é feito com base nas notas dos estudantes de todas as séries e disciplinas avaliadas no Saresp do Ensino Fundamental e Médio e nas metas por escola. São computadas a evolução na aprendizagem, a frequência do aluno e a participação dos estudantes no Saresp e Provão Paulista Seriado.
Para professores regentes de disciplinas avaliadas, a apuração dos resultados é proporcional à carga horária e o pagamento é feito a partir de resultados individuais. Para aqueles que atribuem em mais de uma escola ou, ao mesmo tempo, em disciplinas avaliadas e não-avaliadas (tais como matemática e educação financeira), a composição do benefício é a ponderação entre a meta escola e a meta disciplina.
Já as metas por unidade de ensino servem de baliza para estipular o valor a ser pago a docentes dos anos iniciais do Ensino Fundamental e de disciplinas que não estão no Saresp e Provão Paulista Seriado (tais como Educação Física, eletivas e itinerários do Ensino Médio), além de gestores e profissionais do quadro de apoio e projetos.
Escolas e professores que alcançarem 100% da meta serão bonificadas na classificação “diamante”, com uma bonificação de dois salários. Já no índice “ouro”, de 50%, o bônus é de um salário. Para garantir a igualdade de acesso ao bônus, e considerando as disparidades na rede, as metas foram ajustadas a cada escola e disciplina a partir de fatores como ciclo, vulnerabilidade e quantidade de estudantes matriculados por unidade.
SÃO CARLOS/SP - A Prefeitura de São Carlos está com inscrições abertas até 5 de dezembro para o Processo Seletivo Simplificado para contratação de professor em caráter temporário para emprego de Professor II e Professor III – áreas Educação Física, História, Inglês, Língua Portuguesa, Geografia, Ciências Físicas e Biológicas, Arte e Educação Especial.
A inscrição deverá ser efetuada exclusivamente pela internet até o dia 05/12/2024 por meio do link https://cidadao.saocarlos.sp.gov.br/. No ato da inscrição o candidato deve anexar a Cédula Oficial de Identidade ou Carteira e/ou cédula de identidade expedida pela Secretaria de Segurança, pelas Forças Armadas, pela Polícia Militar, pelo Ministério das Relações Exteriores ou Carteira de Trabalho e Previdência Social ou Certificado de Reservista ou Passaporte ou Cédulas de Identidade fornecidas por Órgãos ou Conselhos de Classe, que por lei federal, valem como documento de identidade (OAB, CRC, CRA, CRQ etc.) ou Carteira Nacional de Habilitação (com fotografia na forma da Lei n.º 9.503/97) e documentos que comprovem os requisitos mínimos para o emprego (diploma/licenciatura), não sendo aceitas declarações.
A jornada de trabalho será distribuída da seguinte forma: Professor II - jornada semanal de 33 horas, sendo 22 horas em atividades com alunos, 02 horas de trabalho pedagógico coletivo, 03 horas de trabalho pedagógico individual e 06 horas de trabalho pedagógico livre e Professor III - jornada semanal de acordo com as necessidades da Secretaria Municipal de Educação.
Poderá haver suplementação da jornada de trabalho, a critério da Administração. Os horários de cumprimento da jornada de trabalho serão estabelecidos pela Secretaria Municipal de Educação podendo, inclusive, ser cumpridos aos sábados e feriados, e em períodos diurnos ou noturnos.
Para o emprego de Professor II, com 33 horas, o vencimento é de R$ 4.452,00. Já para o emprego de Professor III – áreas Educação Física, História, Inglês, Língua Portuguesa, Geografia, Ciências Físicas e Biológicas, Arte e Educação Especial, a jornada semanal é variável e o vencimento é de R$ 30,75 a hora trabalhada.
As contratações poderão ocorrer durante o ano letivo de 2025, de acordo com a necessidade da Prefeitura e à medida que surgirem vagas.
Inscrições devem ser feitas até o dia 19 de julho
SÃO CARLOS/SP - A Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), em parceria com a Universidade Federal do ABC (UFABC), a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização de Jovens e Adultos, Diversidade e Inclusão (Secadi), a Diretoria de Políticas de Educação Bilíngue de Surdos (DIPEBS) e o Ministério da Educação (MEC), está com inscrições abertas para o curso de aperfeiçoamento na modalidade a distância intitulado "Formação de práticas pedagógicas em Educação Bilíngue de Surdos".
O objetivo é promover a formação de professores da Educação Básica sobre educação bilíngue de/para surdos com ênfase nas práticas pedagógicas, permitindo que os participantes se instrumentalizem para que possam assistir pedagogicamente as pessoas surdas respeitando a primeira língua (Libras) e sistematizando a segunda língua, o Português escrito. Ao capacitar os professores, a intenção é também proporcionar aos surdos a possibilidade de acessar o conhecimento e se desenvolver pedagogicamente.
O curso será completamente online, carga horária de 180 horas e com materiais e videoaulas bilíngue produzidos por professores e pesquisadores da área, bem como contará com professores formadores, supervisores, tutores e técnicos para suporte e acompanhamento constante dos cursistas. São oferecidas 200 vagas voltadas a professores da rede pública da Educação Infantil e do Ensino Fundamental I.
As inscrições devem ser feitas até o dia 19 de julho, por meio deste formulário online (https://bit.ly/3XXlaDy). As informações completas estão disponíveis no edital (https://bit.ly/3xPSjqf).
SÃO CARLOS/SP - A Secretaria Municipal de Educação (SME), por meio do Centro de Formação dos Profissionais da Educação (CEFPE), realiza nos dias 29 e 30 de abril, a 2ª Parada Pedagógica da Educação Infantil.
O evento que faz parte do calendário escolar desde 2017 e tem como objetivo a valorização, reconhecimento e formação continuada dos docentes.
Desta vez os profissionais da educação serão divididos em grupos para as palestras que acontecerão repetidamente nos dois dias. Nesta segunda-feira (29/04), os trabalhos acorrem das 13h às 17h e na terça (30/04) das 7h30 às 11h30.
Confira a programação completa da 2ª Parada Pedagógica da Educação Infantil:
PROFESSORES PI - Fases 1 e 2
Dia 29/04 - das 13h às 17h
Dia 30/04 - das 7h30 às 11h30
Palestra: Acompanhar o brincar dos bebês e crianças pequenas - A perspectiva da Abordagem Pikler
Palestrante: Leila Oliveira Costa
Abertura do Curso Leitura e Escrita na Educação Infantil (LEEI)
Local: CPP - Centro do Professorado Paulista - Rua Lúcio Rodrigues, 11 - Vila Prado
PROFESSORES PI - Fases 3, 4, 5 e 6
Dia 29/04 - das 13h às 17h
Dia 30/04 - das 7h30 às 11h30
Formação: Abertura do Curso Leitura e Escrita na Educação Infantil – LEEI. Filme/Apresentação do LEEI
Local: Salesianos São Carlos – Rua Padre Teixeira, nº 3649 – Vila Nery
PROFESSORES PIII - Educação Especial
Dia 29/04 - das 13h às 17h
Dia 30/04 - das 7h30 às 11h30
Palestra: Altas Habilidades/Superdotação: limites e possibilidades inclusivas
Palestrante: Danitiele Calazans
Abertura do Curso Leitura e Escrita na Educação Infantil (LEEI)
Local: CeFPE - Centro de Formação de Profissionais da Educação - Rua Treze de Maio, 1930 - Centro
PROFESSORES PIII - Educação Física da Educação Infantil
Dia 29/04 - das 13h às 17h
Palestra: Lei Lucas: a palavra de ordem é PREVENÇÃO!
Palestrante: Rafael de Jesus dos Santos (Bombeiro Civil-Nível III e Condutor Socorrista do SAMU)
Local: Paço Municipal - Rua Episcopal, 1575 - Centro
Dia 30/04 - das 7h30 às 11h30
Formação: Circo na Escola
Palestrante: Carolline Capellato Melo
Local: CEMEI Dom Ruy Serra - Rua Marechal Deodoro, 3795 - Vila Nery
AGENTES EDUCACIONAIS
Dia 29/04 - das 13h às 17h
Dia 30/04 - das 7h30 às 11h30
Palestra: Lei Lucas: a palavra de ordem é PREVENÇÃO!
Palestrante: Rafael de Jesus dos Santos (Bombeiro Civil- Nível III e Condutor socorrista do SAMU)
Local: Paço Municipal - Rua Episcopal, 1575 - Centro
SERVENTES MERENDEIROS E AUXILIARES DE COZINHA
Dia 29/04 - das 13h às 17h
Dia 30/04 - das 7h30 às 11h30
Palestra: Boas Práticas e Alimentos Seguros
Palestrante: Renata Siqueira Fonseca Neves
Local: SINDSPAM - Rua dos Ferroviários, 81 - Vila Prado.
SÃO CARLOS/SP - O vereador Roselei Françoso (MDB), protocolou requerimento pedindo informações para a Prefeitura Municipal sobre o cumprimento do Piso Salarial Profissional Nacional para os profissionais do magistério público em São Carlos.
Roselei questiona se o pagamento dos docentes da educação básica do município está em conformidade com a atualização anual do Piso Salarial Profissional Nacional. Ele solicita que a Administração envie quadro detalhado para cada modalidade de ensino (PI, PII, PIII e PIV), para demonstrar que está em conformidade com a lei federal. "Caso a resposta seja negativa, nós questionamos o que a Prefeitura pretende fazer para atender à Legislação”, disse ele.
No requerimento, Roselei anexou um quadro da evolução dos reajustes nos últimos cinco anos, cujos valores passaram de R$2.886,24 em 2020 para R$4.580,57 em 2024.
SÃO CARLOS/SP - Com o objetivo de garantir professor em sala de aula e equacionar demandas pontuais de afastamento ou demissão voluntária, a Secretaria Municipal de Educação (SME), tem feito um esforço concentrado para efetivar, aditar ou contratar temporariamente novos docentes.
Um desafio permanente para contratar novos profissionais que tem início no processo de contratação em si, a adesão dos professores e a análise de documentação. No total são atendidos cerca de 17 mil alunos matriculados nas 62 unidades escolares, sendo 51 Centro Municipais de Educação Infantil (CEMEI’s), 10 Escolas Municipais de Ensino Básico (EMEB’s) e 1 Escola Municipal de Jovens e Adultos (EMEJA). Para a tender toda a rede a Prefeitura tem hoje disponíveis cerca de 1.600 profissionais entre professores, diretores, supervisores, coordenadores pedagógicos, agentes educacionais e merendeiras.
Foram contratados 146 professores efetivos esse ano, desses 54 ainda não assumiram o posto, porém no próximo dia 26 de fevereiro, haverá uma nova atribuição de aulas.
“Para completar o quadro de docentes faltam somente 13 professores de educação física. Precisávamos de 33, mas nesta quarta-feira, 21 de fevereiro, já fizemos a atribuição de 20. Neste momento estamos tentando resolver com aditamentos e também já temos a autorização para contratar mais docentes”, explicou o secretário municipal de Educação, Roselei Françoso, lembrando que nenhuma criança está retornando da escola por falta de professor.
A Secretaria esclarece, ainda, que também já foi autorizado pelo prefeito Airton Garcia a contratação de 39 professores em regime temporário para substituição no caso de falta dos titulares. Os docentes ainda não ingressaram na rede em função do processo de efetivação que está em fase de conclusão.
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