fbpx

Acesse sua conta de usuário

Nome de usuário *
Senha *
Lembrar de mim
 

Adotar bons hábitos de vida e realizar os exames de rotina com acompanhamento profissional ainda é o melhor caminho para prevenção e combate à doença
 

RIBEIRÃO PRETO/SP - As campanhas de conscientização ao longo dos anos se tornaram uma poderosa ferramenta para trazer visibilidade para alguns temas importantes no âmbito da saúde, como a prevenção do câncer. Acabamos de sair do Outubro Rosa, voltado aos tumores de mama, e entramos no Novembro Azul, que foca na disseminação de informações com credibilidade sobre o diagnóstico e o tratamento do câncer de próstata. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), esse é o segundo tumor mais prevalente entre homens (atrás apenas do câncer de pele não melanoma), atingindo, em sua maioria, a faixa etária acima dos 65 anos. 
 
Seguir as medidas compartilhadas nesse tipo de ação, como adotar uma alimentação balanceada, praticar exercícios físicos e se consultar com um especialista regularmente, realizando os exames recomendados dentro do prazo estipulado, é fundamental para reduzir as estatísticas. 
 
Em Ribeirão Preto, os números recentes apresentaram uma queda. Os casos de neoplasia de próstata em 2022, no Sistema Único de Saúde (SUS), foram 324. Neste ano, os registros apontam 136, de acordo com dados divulgados pela Secretaria Municipal de Saúde. Até agora, foram 30 óbitos pela doença, contra 48 no ano anterior. 
 
“Felizmente, hoje, usufruímos da evolução da medicina, que nos disponibiliza métodos de diagnóstico precisos e alternativas terapêuticas cada vez mais assertivas no combate ao câncer. O teste genético, por exemplo, é um deles. Mas, o melhor remédio continua sendo a prevenção e, para isso, dependemos da iniciativa dos homens de se cuidar, buscar um acompanhamento profissional e segui-lo corretamente”, explica Dr. Carlos Fruet, oncologista da      Oncoclínicas Ribeirão Preto.
 
SINAIS E SINTOMAS
 
Em sua fase inicial, o câncer de próstata costuma se desenvolver de forma silenciosa. “Os sintomas só aparecem quando o tumor se encontra em fase mais avançada. Sensação de que a bexiga não se esvaziou completamente, dificuldade de iniciar a passagem da urina ou de interromper o ato de urinar, necessidade de fazer força para manter o jato de urina, sensação de dor na parte baixa das costas ou do abdômen, dificuldade de ter ou manter a ereção são alguns sinais que merecem atenção e podem indicar a doença”, comenta Fruet. 
 
DIAGNÓSTICO
 
Existem dois métodos de exames preventivos: o de sangue e o toque retal. No de sangue, é realizada a dosagem do antígeno prostático específico (PSA), uma enzima produzida pelas células da próstata cujo aumento da concentração pode indicar alterações no órgão – além do câncer, é um indicador para outras condições, como prostatite e hipertrofia benigna da próstata. Por isso, a melhor conduta é associar o exame de sangue ao toque retal, que permite que o médico perceba se há nódulos (caroços) na próstata. Quando há suspeita, é indicado prosseguir investigação através de exame de imagem e biópsia.  
 
TRATAMENTO
A definição do tratamento leva em consideração uma série de fatores e, por isso, deve ser sempre individualizada. "No geral, para o câncer que está localizado, que só atingiu a próstata, a conduta padrão é cirurgia e/ou radioterapia. Para alguns casos bem iniciais podemos, entretanto, apenas acompanhar, sem necessidade de algum tipo de tratamento ativo. Para doença localmente avançada, o protocolo pode incluir radioterapia ou cirurgia em combinação com tratamento hormonal. Em casos metastáticos, quando o tumor já se espalhou para outras partes do corpo, o mais indicado é a terapia hormonal associada ou não hà algum outro tipo de tratamento”, finaliza o oncologista. 
 
Sobre a Oncoclínicas&Co
 
A Oncoclínicas - maior grupo dedicado ao tratamento do câncer na América Latina - tem um modelo especializado e inovador focado em toda a jornada do tratamento oncológico, aliando eficiência operacional, atendimento humanizado e especialização, por meio de um corpo clínico composto por mais de 2.600 médicos especialistas com ênfase em oncologia. Com a missão de democratizar o tratamento oncológico no país, oferece um sistema completo de atuação composto por clínicas ambulatoriais integradas a cancer centers de alta complexidade. Atualmente possui 135 unidades em 35 cidades brasileiras, permitindo acesso ao tratamento oncológico em todas as regiões que atua, com padrão de qualidade dos melhores centros de referência mundiais no tratamento do câncer.
 
Com tecnologia, medicina de precisão e genômica, a Oncoclínicas traz resultados efetivos e acesso ao tratamento oncológico, realizando mais de 595 mil tratamentos nos últimos 12 meses. É parceira exclusiva no Brasil do Dana-Farber Cancer Institute, afiliado à Faculdade de Medicina de Harvard, um dos mais reconhecidos centros de pesquisa e tratamento de câncer no mundo. Possui a Boston Lighthouse Innovation, empresa especializada em bioinformática, sediada em Cambridge, Estados Unidos, e participação societária na MedSir, empresa espanhola dedicada ao desenvolvimento e gestão de ensaios clínicos para pesquisas independentes sobre o câncer. A companhia também desenvolve projetos em colaboração com o Weizmann Institute of Science, em Israel, uma das mais prestigiadas instituições multidisciplinares de ciência e de pesquisa do mundo, tendo Bruno Ferrari, fundador e CEO da Oncoclínicas, como membro de seu board internacional.

 Carlos Fruet, oncologista da Oncoclínicas Ribeirão Preto fala sobre os cuidados básicos que podem ser fundamentais para evitar a doença
 

RIBEIRÃO PRETO/SP - Dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca)  apontam que somente no Brasil são esperados, para cada ano do triênio 2023-2025, cerca de 704 mil novos casos da doença, com destaque para as regiões Sul e Sudeste, que concentram cerca de 70% da incidência.      
 
Ainda segundo o Instituto, entre os tumores malignos que mais acometem os brasileiros estão: pele não melanoma (31,3% do total de casos), seguido pelos de mama (10,5%), próstata (10,2%), cólon e reto (6,5%), pulmão (4,6%) e estômago (3,1%).
 
Diante deste cenário, o oncologista Carlos Fruet, da Oncoclínicas Ribeirão Preto, alerta para a importância da prevenção da doença através de cuidados básicos com a saúde. “Nem sempre é possível evitar o câncer, mas políticas eficazes que incentivam hábitos saudáveis, acesso aos serviços de saúde e rastreamento podem reduzir a mortalidade e serem fundamentais para a alta dos índices de cura e qualidade de vida dos pacientes”, diz o médico. 
 
O oncologista comenta ainda que cerca de 30 a 50% dos casos poderiam ser evitados com a redução de fatores de risco e sugere algumas recomendações que podem ajudar a prevenir a doença. 
 
Fazer acompanhamento frequente com um médico

 
O acompanhamento médico é fundamental para a prevenção e diagnóstico precoce do câncer. Através das consultas continuas é possível a realização de exames preventivos indicados para cada faixa etária e histórico de saúde, podendo identificar a doença em estágio inicial e aumentar as chances de bons resultados com o tratamento.
 
Manter o corpo ativo através da prática de atividade física

A atividade física promove o equilíbrio dos níveis de hormônios, reduz o tempo de trânsito gastrointestinal, fortalece as defesas do corpo e ajuda a manter o peso corporal adequado. Segundo estudos divulgados pelo Inca quanto maior a atividade aeróbica, menor o risco de câncer. 
 
Ingerir dieta rica em cereais integrais, legumes, frutas e leguminosas
 
A adoção de uma dieta equilibrada pode evitar cerca de 35% dos casos de câncer. Isso porque alguns alimentos funcionam como antioxidantes, fornecendo ao organismo substâncias essenciais capazes de combater os radicais livres que atacam as células.
 
Evitar o consumo de fast food e demais alimentos processados ricos em gordura, amido, sódio e açúcares

 
Este tipo de alimento causa o excesso de gordura, que pode provocar alterações hormonais capazes de estimularem a proliferação e inibirem a morte celular. Com isso, causam maiores chances do surgimento de células cancerígenas. 

Evitar o consumo de bebidas alcoólicas
 
O consumo de álcool está entre os principais fatores de risco de tumores, como intestino, esôfago e fígado. O risco é diretamente proporcional à quantidade de álcool consumida e ainda maior para aquelas pessoas que bebem e fumam.
 
Evitar o uso de cigarros
 
Segundo o Inca, o tabagismo é a principal causa de câncer evitável no mundo. Cerca de 90% dos casos de câncer de pulmão, por exemplo, tem o cigarro como responsável, sendo os outros 10% decorrentes do fumo passivo. O tabagismo também está associado a 30% da ocorrência de outros tipos de câncer, como boca, laringe, faringe e outros.
 
Sexo seguro
 
O uso de preservativo é fundamental para a saúde e para a prevenção de tumores. Atualmente, o papiloma vírus humano (HPV) – doença sexualmente transmissível – é o principal responsável por alguns tipos de câncer como o câncer do colo do útero, vulva, pênis e orofaringe (garganta). A vacinação - disponível no sistema público para meninos e meninas, com idade entre 9 e 14 anos - é imprescindível para uma proteção mais eficaz contra o HPV.

Recursos da ordem total de R$ 306,4 milhões contemplam 41 municípios e também são destinados a hospitais filantrópicos de referência

 

SÃO CARLOS/SP - O Ministério da Saúde vai destinar R$ 306,4 milhões para os serviços de tratamento do câncer no estado de São Paulo. São Carlos receberá R$ 4,7 milhões.
O total de recursos também vai beneficiar outros 41 municípios conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS) que enfrentam dificuldade para cobrir os gastos com procedimentos oncológicos que na maioria das vezes ultrapassam o limite pactuado (teto oncológico) com as secretarias estaduais e municipais de saúde.
O recurso será incorporado ao limite financeiro de Média e Alta Complexidade (MAC) do estado e dos municípios paulistas. O investimento foi confirmado por meio de Portaria publicada na última sexta-feira (06/10) no Diário Oficial da União.
“Esta é uma maneira de dar maior suporte ao estado, além de agilizar e aprimorar os serviços de tratamentos oncológicos, inclusive, em hospitais filantrópicos”, destaca a ministra da Saúde, Nísia Trindade.
O Fundo Nacional de Saúde adotará as medidas necessárias para a transferência e regulação do montante em parcelas mensais. O processo de pagamento será autorizado pela Secretaria de Atenção Especializada à Saúde.
A Irmandade da Santa Casa de São Carlos receberá R$ 4,7 milhões, recursos de cofinanciamento das ações e serviços públicos de saúde no grupo de Atenção de Média e Alta Complexidade Ambulatorial e Hospitalar (Teto MAC); devem ser alocados para a reestruturação da Rede de Atenção à Saúde, com foco no paciente com câncer no Estado de São Paulo e Municípios; e considerando a correspondente avaliação pela Coordenação-Geral da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer - CGCAN/SAES/MS.
“Após vários estudos orçamentários se verificou que os recursos repassados não supriam as necessidades de assistência e atendimento fazendo com que os municípios tivessem que incrementar com recursos próprios os tratamentos dos pacientes com câncer. Solicitamos que os valores fossem reajustados, o nosso pleito foi aceito e serão quase R$ 5 milhões anualmente para o município manter os serviços oncológicos prestados, recurso que proporcionará o equilíbrio dos gastos e a melhoria da qualidade no atendimento desses pacientes”, ressaltou a secretária municipal de Saúde, Jôra Porfírio.
De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde entre cirurgias e tratamentos clínicos de pacientes internados, o município tem um gasto mensal de R$ 692.834,00, porém recebia um repasse médio mensal de R$ 206.644,36. Quando se considera os tratamentos clínicos ambulatoriais (quimioterapia e radioterapia) o valor repassado mensal chegava somente a R$ 486.189,64. 
São Carlos não tem fila de espera para cirurgias oncológicas, são realizadas em média 53 cirurgias eletivas de oncologia por mês. Já no caso dos exames para diagnóstico, é o município que disponibiliza e neste momento existe fila de espera apenas para colonoscopia, endoscopia, broncoscopia e cistoscopia. A SMS orienta ainda sobre a necessidade de consultas médicas regulares, prevenção, realização de exames (mamografia e ultrassom de mama) para diagnóstico precoce do câncer de mama, procedimentos fundamentais para o sucesso do tratamento.

Excluindo os tumores de pele não melanoma, a doença é a mais incidente em mulheres do Brasil, com estimativa de 73.610 novos casos em 2023, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA).

 

SÃO CARLOS/SP - O Outubro Rosa é um movimento internacional que tem como objetivo conscientizar a sociedade sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama. A mastologista da Santa Casa Clínicas, Dra. Thalita Saraiva, esclareceu as principais dúvidas sobre a doença, tratamento e como se prevenir (veja abaixo).

Excluindo os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama é o mais incidente em mulheres de todas as regiões do Brasil, com estimativa de 73.610 novos casos em 2023, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA).

O câncer de mama é uma doença causada pela multiplicação desordenada de células anormais da mama, que forma um tumor com potencial de invadir outros órgãos. O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece tratamento para o câncer de mama em Unidades Hospitalares especializadas.

Há vários tipos de câncer de mama. Alguns têm desenvolvimento rápido, enquanto outros crescem lentamente. A maioria dos casos, quando tratados adequadamente e em tempo oportuno, apresentam bom prognóstico e possibilitam melhores resultados estéticos.

 

CONFIRA AS RESPOSTAS PARA AS PRINCIPAIS DÚVIDAS SOBRE O TEMA:

Quais os principais fatores de risco e o que aumentam as chances de desenvolver a doença?

Os principais fatores de risco para desenvolver o câncer de mama são idade e pertencer ao sexo feminino. Com avançar da idade, a mulher apresenta maiores chances de vir a desenvolver um câncer de mama e por este motivo indicamos o rastreamento anual a partir dos 40 anos. Outros fatores que também aumentam os riscos são alcoolismo, mulheres que não tiveram filhos ou que tiveram primeira gestação após os 30 anos, exposição prolongada ao hormônio estrógeno tanto na menarca precoce, que é a primeira menstruação da mulher antes dos 12 anos, quanto na menopausa tardia após os 55 anos, além do uso de anticoncepcionais e terapia de reposição hormonal. Pacientes que apresentam histórico familiar ou pessoal positivo para mutações genéticas são consideradas populações de alto risco para o desenvolvimento de câncer de mama.

 

Quais são os sintomas mais comuns do câncer de mama?

O sintoma mais comum que a paciente relata no consultório é a palpação de nódulos nas mamas, mas existem outros sinais e sintomas que merecem atenção: a mama avermelhada associada a edema, conhecido como aspecto em casca de laranja, outras alterações na pele da mama como abaulamentos ou retrações, saída de líquido transparente ou sanguinolento espontaneamente pelo mamilo. Então nosso objetivo é que as pacientes cheguem ao nosso consultório e que diagnostique a doença antes mesmo de apresentar qualquer sinal ou sintoma.

Como a detecção precoce desempenha um papel crucial no tratamento do câncer de mama?

Como diz a campanha da Sociedade Brasileira de Mastologia, quanto mais cedo melhor. A detecção precoce permite diagnosticar câncer de mama muitas vezes assintomático e lesões não palpáveis. Isso interfere diretamente nos tratamentos indicados, muitas vezes realizando cirurgias menores, sem comprometimento do volume da mama, na necessidade ou não do uso de quimioterapia. Lembrando que cada tratamento é individualizado, quando o câncer de mama é diagnosticado precocemente a taxa de cura fica em torno de 95%.

Qual a importância e quando realizar a mamografia?

Na população em geral, indicamos a realização de uma mamografia anualmente a partir dos 40 anos. Já para a população de alto risco, que são aquelas mulheres que possuem mãe ou irmã com casos de câncer de mama antes dos 50 anos, histórico pessoal ou familiar conhecido de mutações genéticas e alguns resultados de biópsias com atipias, é indicado realizar o rastreamento antes dos 40 anos e associada a outros métodos de imagem, como por exemplo a ressonância magnética das mamas. Para a população de alto risco é importante passar em consulta com o médico mastologista para saber mais informações sobre o histórico do paciente e definir qual é a melhor idade para a paciente começar o rastreamento, além de quais exames de imagem serão necessários.

Quais são as opções de tratamento disponíveis para pacientes diagnosticadas com câncer de mama?

Hoje em dia existem muitas opções de tratamento para o câncer de mama. Temos o tratamento cirúrgico, as quimioterapias endovenosas, que podem ser realizadas antes ou depois da cirurgia, a radioterapia, as quimioterapias orais, que são as endocrinoterapia, dentre elas as mais comuns são tamoxifeno e anastrozol, as terapias Anti-Her2, mais conhecidas pelas pacientes como “vacina” e as mais recentes imunoterapias. Temos muitas opções de tratamentos e a necessidade deles vai depender da extensão da doença, do tipo do tumor, do perfil imunoistoquímico. Cada caso é um caso e o tratamento é individualizado.

O homem também pode ter câncer de mama?

O homem também pode ter câncer de mama, a sua incidência é bem rara, em torno de 1 a 2% dos casos. Quando ocorre geralmente é decorrente de mutação genética, histórico muito forte de câncer de mama na família, inclusive em outros homens da mesma família. Entretanto, o homem não precisa fazer rastreamento com uma mamografia, devendo ficar atento ao seu corpo, autoexame e procurar ajuda médica quando suspeitar de algo.

Qual é o impacto do estilo de vida, incluindo dieta e atividade física, na prevenção do câncer de mama?

Sabendo quais são os fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de mama e conseguir evitá-los, ou pelo menos reduzir, é uma ótima estratégia para redução do risco. A mulher adotando um estilo de vida saudável, praticando atividade física, mantendo o peso corporal adequado, alimentação saudável, balanceada com muitas frutas, verduras, legumes, não fumar, não beber, amamentar, todas essas medidas são benéficas para reduzir os riscos, não somente para o câncer de mama, mas outras doenças crônicas também como diabetes e hipertensão.

BRASÍLIA/DF - A vacinação contra o Papilomavírus Humano (HPV) já está disponível gratuitamente no Brasil desde 2014. No entanto, levar a proteção contra esse vírus a crianças e adolescentes tem sido um esforço com resultados muito aquém do necessário.

Dados da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) mostram que em 2021 apenas 37% dos adolescentes do sexo masculino receberam essa vacina no país, enquanto o Programa Nacional de Imunizações (PNI) tem como meta imunizar 80% desse público alvo.

A importância da imunização contra esse vírus na adolescência se deve ao fato de que parte de seus sorotipos é considerada altamente cancerígena, e a proteção da vacina é maior se realizada antes do início da vida sexual, já que esse vírus é causador de infecções sexualmente transmissíveis (IST). A vacina também é considerada a forma mais eficaz de prevenção, já que o HPV pode ser transmitido em relações sexuais mesmo com o uso de preservativo.

A associação do HPV ao câncer supera a de outros agentes infecciosos conhecidos, como os vírus da Hepatite B e C, que podem causar câncer de fígado e leucemia; a bactéria Helicobacter pylori, associada a câncer de estômago, esôfago, fígado e pâncreas; e o vírus Epstein-Barr (EBV), cuja infecção pode evoluir para linfomas e carcinoma nasofaríngeo.

A prevenção contra o HPV se torna ainda mais importante pela sua grande circulação. Segundo o Instituto Nacional de Câncer, estudos indicam que 80% das mulheres sexualmente ativas serão infectadas por um ou mais tipos de HPV em algum momento de suas vidas, e essa porcentagem pode ser ainda maior em homens.

Estima-se que entre 25% e 50% da população feminina e 50% da população masculina mundial esteja infectada pelo HPV. A maioria dessas infecções, porém, é combatida espontaneamente pelo sistema imune, regredindo entre seis meses a dois anos após a exposição, principalmente entre as mulheres mais jovens.

Infecção mais cancerígena

A pesquisadora da Divisão de Detecção Precoce e Apoio à Organização de Rede (Didepre) do Instituto Nacional de Câncer (Inca), Flávia de Miranda Corrêa, conta que o HPV é o agente infeccioso que tem mais associações ao câncer descritas pela medicina.

Na mulher, esse vírus é o principal causador do câncer de colo de útero e também está relacionado a câncer na vulva e vagina. No homem, cerca de metade das neoplasias no pênis partem de uma infecção pelo HPV. Além disso, em ambos, o câncer de ânus e de garganta (orofaringe), também entram na lista.

“O HPV é um vírus sexualmente transmissível. Então, a transmissão se dá no contato da pele com a pele, mucosa com mucosa, pele com mucosa”, explica a pesquisadora, que por isso afirma que a vacinação é a principal forma de proteção contra o vírus.

“A camisinha protege só o pênis. Ela não vai cobrir a bolsa escrotal, não vai cobrir o ânus, não vai impedir o contato da pele com a pele. E também não é comum que se use camisinha desde o início da relação sexual, em massagens, por exemplo. É claro que ela deve ser utilizada porque diminui a possibilidade de contágio, não só pelo HPV, mas por outras infecções. Mas ela não é garantia de que não vai haver infecção pelo HPV”.

A vacina contra o HPV deve ser aplicada em meninos e meninas de 9 a 14 anos, em um esquema de duas doses. A segunda dose deve ser aplicada seis meses após a primeira. Essa vacina protege contra os vírus dos sorogrupos 6, 11, 16 e 18, sendo os dois últimos os principais causadores de câncer.

“A vacinação antes da exposição ao vírus é a melhor maneira de evitar a infecção. A vacina é altamente eficaz e contém os vírus mais prevalentes”, afirma ela, que reforça a necessidade da vacinação na idade recomendada pelo PNI:

“A vacina vai ser eficaz se a pessoa ainda não tiver tido contato com aqueles vírus presentes na vacina. Ela previne, ela não trata. Além disso, a resposta imunológica é melhor nos jovens, quanto mais cedo a vacinação for aplicada, eles desenvolvem uma resposta melhor”.

arte vacina HPV

Países que iniciaram a vacinação contra o HPV há mais tempo que o Brasil, como a Austrália, já têm evidências de que a imunização reduziu a incidência dos casos de verrugas, lesões precursoras e do próprio câncer. “Para a gente falta um pouco, até porque nossa cobertura não está excelente", diz Flávia.

Oito em dez casos de câncer

O câncer cervical, associado ao HPV em mais de 80% dos casos, é uma das principais causas de mortes de mulheres, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde. Sete em cada 10 casos desse tipo de câncer são resultado de infecções persistentes pelos vírus HPV-16 e HPV-18, e 15% são causados pelos tipos HPV-31, 33, 45, 52 e 58.

Nas Américas, a cada ano, cerca de 83 mil mulheres são diagnosticadas com câncer cérvico uterino e mais de 35 mil mulheres morrem pela doença - mais da metade, antes dos 60 anos.

A pesquisadora do INCA explica que a evolução desses casos depende muito do quão rápido eles são diagnosticados. Quanto mais precoce for a detecção, maior a chance de cura e menor o sofrimento do paciente. Além de salvar a vida, a rapidez no diagnóstico também reduz a possibilidade de sequelas, como cirurgias mutiladoras nos órgãos afetados.

“No câncer do colo de útero e de ânus, que têm lesões precursoras, lesões malignas, a gente pode tratar essas lesões precocemente e o câncer nem se desenvolver. Para o câncer de colo do útero tem o rastreamento, que permite detectar essas lesões ou o câncer em estágio inicial”, explica.

“Se for identificado em estágio avançado, vão ser necessárias cirurgias mutiladoras, pode ocorrer uma sobrevida com pouca qualidade de vida, e um maior risco de mortalidade. Por isso, a gente tem que pensar que a vacinação tem esse benefício enorme, não só para as mulheres”.

Tratamento

Uma pessoa infectada pelo vírus HPV deve tratar os sintomas para evitar que eles possam evoluir para um quadro de câncer. A presença do vírus pode demorar anos para se manifestar e costuma ser detectada pela presença de verrugas ou lesões na pele das mucosas.

Não há tratamento específico para eliminar o vírus, e o manejo da doença se concentra em combater as verrugas, dependendo da extensão, quantidade e localização das lesões. Podem ser usados laser, eletrocauterização, ácido tricloroacético (ATA) e medicamentos que melhoram o sistema de defesa do organismo. Em geral, o tratamento é feito com ginecologistas, urologistas ou proctologistas, mas outros especialistas também podem ser necessários.

 

 

Por Vinícius Lisboa – Repórter da Agência Brasil

Com painéis sobre inteligência artificial, tratamentos personalizados, assistência inclusiva e linhas de cuidado multidisciplinares, evento contará com debates liderados por pesquisadores do Grupo Oncoclínicas e do Dana Farber Institute para traçar um panorama da chamada oncologia do futuro; Congresso acontece ou entre os dias 14 e 16 setembro, no WTC São Paulo Events Center

 

SÃO PAULO/SP - Os principais avanços tecnológicos que têm mudado o tratamento de câncer e as inovações desenvolvidas por  cientistas brasileiros estarão presentes no 11º Congresso Internacional Oncoclínicas e Dana-Farber, que acontece entre os dias 14 e 16 de setembro,  e terá formato híbrido, com transmissão online ao vivo e presencial no WTC São Paulo Events Center. Regido pelo tema “Oncologia do Futuro: as Fronteiras da Inovação e a Revolução do Cuidado”, o foco dos debates e apresentações desta edição estão voltados para as tecnologias de inteligência artificial, oncologia de precisão, ampliação da diversidade e acessibilidade aos tratamentos e cuidados multidisciplinares no combate ao câncer. 

“Muitos dos estudos apresentados em congressos internacionais este ano, e que traremos para o debate dentro do que observamos no Brasil, vão mudar ou influenciar a prática clínica atual. Há avanços notáveis no âmbito da genômica, que têm demonstrado resultados promissores na oncologia de precisão. Isso significa que estamos avançando em direção a tratamentos cada vez mais personalizados, permitindo estabelecer as terapias mais adequadas no momento certo para o paciente certo. Essas são estratégias importantes que a comunidade médica, em todo o mundo, vem destacando como essencial para continuar a fazer progressos nas terapias contra o câncer e, consequentemente, melhorar os desfechos para os nossos pacientes, assegurar qualidade aos médicos e proporcionar eficiência máxima aos nossos parceiros”, afirma Bruno Ferrari, fundador e presidente do Grupo Oncoclínicas. 

Outras novidades que serão apresentadas nos três dias do evento abordarão o reconhecimento da análise molecular dos tumores como um caminho para novos tratamentos. Segundo Carlos Gil Ferreira, diretor médico do Grupo Oncoclínicas e presidente do Instituto Oncoclínicas, todos esses enfoques incluem as pesquisas e aplicações de terapias avançadas no combate à doença, entre os quais a imunoterapia, o Car-T Cell e outras terapias celulares, com foco cada vez maior na individualidade de cada paciente.

“As pesquisas em oncologia, no mundo e no Brasil vêm caminhando com esse foco, cada vez mais individualizado: são terapias direcionadas para cada tipo de tumor e suas mutações específicas, de forma personalizada. Conforme avançamos mais no conhecimento genômico, podemos adotar estratégias terapêuticas que vão muito além da quimioterapia. Fora isso, uma das perspectivas que também podemos observar para o futuro dos tratamentos é o olhar global para esse paciente pensando em seu contexto genético, socioeconômico, familiar e de qualidade de vida. E isso também acaba entrando na acessibilidade aos tratamentos e inovações, assuntos que também vão pautar a programação deste ano”, explica o médico. 

Evento reunirá mais de 5 mil especialistas

Ao todo, o Congresso Internacional Oncoclínicas e Dana-Farber Cancer Institute terá mais de 300 palestrantes, entre convidados nacionais e internacionais, com a apresentação de 16 módulos nas temáticas de ginecologia, pulmão, mama, urologia, hematologia, gastrointestinal, medicina de precisão, sarcoma, pele, cabeça e pescoço, sistema nervoso central, multidisciplinar, cuidados paliativos, neuroendócrinos, onco-hemato-pediatria, radioterapia. 

O evento contará ainda com a palestra de Marcelo Gleiser, cientista de renome internacional, professor titular de física e astronomia no Dartmouth College, com doutorado pelo King's College de Londres, que abordará a questão da inteligência artificial e suas implicações para o futuro com foco no cenário da Medicina. Ao todo, é esperada uma audiência total de mais de 5 mil participantes, entre os quais oncologistas e médicos de diferentes especialidades, cirurgiões, enfermeiros, nutricionistas, fisioterapeutas, psicólogos e outros especialistas multidisciplinares envolvidos na linha de cuidado oncológico.

“A ideia, como de todo o congresso, é não só apresentar inovações - que são fundamentais e centrais, mas abrir espaço para discussões, debates e intercâmbio de conhecimentos em diferentes áreas da oncologia - e não apenas das doenças em si. E esse ano, a programação reúne esforços exatamente nesse sentido, sempre tendo o paciente no centro de todos os módulos do congresso”, enfatiza Max Senna Mano, oncologista do Grupo Oncoclínicas e coordenador do Congresso.

A apresentação de casos clínicos para diversos tipos de câncer, como de mama e pulmão, e painéis com as visões multidisciplinares de especialistas permeiam ainda a agenda dos três dias de evento. Nessa linha também estão na grade de programação mesas de discussões que ampliam a visão sobre a jornada de cuidado oncológico e caminhos para a assistência inclusiva. Sobrevivência do câncer, robótica, nutrição e cuidados paliativos, da mesma forma, estão presentes nas temáticas de diferentes salas.

Inteligência artificial

O assunto quente do momento é a Inteligência Artificial (IA) que, muito além de hologramas, games e redes sociais, também é utilizada na medicina, e a oncologia é uma das áreas que mais tem apresentado inovações, especialmente conectadas com a genômica e a medicina de precisão. “A genômica é a ciência que estuda a estrutura e a função dos genes, incluindo a identificação de mutações específicas associadas ao câncer. A inteligência artificial (IA), por sua vez, é uma tecnologia de aprendizado de máquina que pode ser usada para processar grandes quantidades de dados e identificar padrões complexos que humanos não seriam capazes de reconhecer”, afirma o oncologista Rodrigo Dienstmann, diretor médico da Oncoclínicas Precision Medicine, do Grupo Oncoclínicas.

Com isso, as duas ferramentas combinadas fornecem informações mais precisas e personalizadas sobre a doença. Por exemplo: testes genômicos que identificam mutações específicas e detectam a eficácia de determinados tratamentos. A partir da análise do sequenciamento de genes do câncer, algoritmos de IA podem priorizar alterações patogênicas e associá-las a outros dados clínicos, como estágio da doença e exposição a terapias prévias, para predizer ajudar o melhor tratamento para cada paciente de forma individualizada.

“O conhecimento coletivo da genômica do câncer em diferentes populações ajuda a compreender os mecanismos específicos da doença de um paciente, identificando as alterações responsáveis pela progressão do tumor que o tornam resistente ao tratamento. O objetivo é identificar as alterações genômicas mais relevantes para o tumor e que podem ser bloqueados com terapias alvo molecular ou imunoterapias”, explica Rodrigo Dienstmann.

Diversidade ainda é desafio

Discutir questões que atingem milhões de pessoas, de diversas regiões, culturas e histórias de vida, impõe também abordar a equidade de acesso ao cuidado oncológico, tanto para quem recebe o tratamento, como nas frentes de pesquisa, aspectos prioritários para os organizadores do Congresso.

Os tratamentos mais avançados ainda são feitos e acessados por poucos: a baixa presença de grupos minorizados raciais e de gênero, no acesso e também na linha de frente, são preocupações. Segundo Abna Vieira, oncologista da Oncoclínicas e Líder do Programa Multidisciplinar na área de Diversidade do Congresso, há um debate na academia, inclusive, sobre a participação racial desigual em amostras que são usadas em laboratórios.

"A gente observa uma prevalência de pessoas brancas e de origem europeia nas pesquisas científicas. Isso segrega a busca por inovações e soluções, deixando fora as particularidades de algumas populações, que terão acesso a drogas, por exemplo, menos eficazes", comenta. 

A atenção à promoção de linhas de cuidado voltadas para a população LGBTQIAPN+ também é um dos temas que serão abordados.

"Focar em como podemos melhorar essa situação e abordar a diversidade de aspectos que vão além do diagnóstico e dados estatísticos de incidência, com olhar de lupa para as diversas questões que também geram impactos no controle da doença e na qualidade de vida da pessoa com câncer, é fundamental".

Multidisciplinaridade em pauta

À medida que avançamos nas pesquisas em Oncologia, estamos cada vez mais conscientes da complexidade da assistência ao paciente com câncer. Além dos tratamentos médicos, reconhecemos a interconexão de diversos fatores que desempenham papéis fundamentais ao longo da jornada do paciente.

Cristiane Bergerot, Líder Nacional da Equipe Multidisciplinar do Grupo Oncoclínicas, destaca a crescente relevância desses fatores na oncologia, que serão amplamente debatidos no congresso Internacional Oncoclínicas e Dana-Farber. “Esses fatores abrangem não apenas os sintomas emocionais, físicos e funcionais, mas também as dimensões social e familiar, bem como os desafios financeiros enfrentados pelo paciente e as sequelas do tratamento, como por exemplo, a fertilidade. Esses e outros temas serão aprofundados durante esse congresso, reforçando nossa missão de ir além da simples gestão da doença”, finaliza.


Serviço:

11º Congresso Internacional Oncoclínicas e Dana Farber-Institute (evento híbrido)
Quando: 14 a 16 de Setembro de 2023
Local: WTC São Paulo Events Center (São Paulo, SP). 
Participação virtual: o evento contará com transmissão ao vivo de toda programação
Informações e inscrições: www.congressooncoclinicas.com.br 

 

Sobre o Grupo Oncoclínicas
A Oncoclínicas - maior grupo dedicado ao tratamento do câncer na América Latina - tem um modelo especializado e inovador focado em toda a jornada do tratamento oncológico, aliando eficiência operacional, atendimento humanizado e especialização, por meio de um corpo clínico composto por mais de 2.600 médicos especialistas com ênfase em oncologia. Com a missão de democratizar o tratamento oncológico no país, oferece um sistema completo de atuação composto por clínicas ambulatoriais integradas a cancer centers de alta complexidade. Atualmente possui 134 unidades em 35 cidades brasileiras, permitindo acesso ao tratamento oncológico em todas as regiões que atua, com padrão de qualidade dos melhores centros de referência mundiais no tratamento do câncer. 

Com tecnologia, medicina de precisão e genômica, a Oncoclínicas traz resultados efetivos no acesso ao tratamento oncológico, realizando mais de 500 mil procedimentos no último ano (2022). É parceira exclusiva na América Latina do Dana-Farber Cancer Institute, afiliado à Faculdade de Medicina de Harvard, um dos mais reconhecidos centros de pesquisa e tratamento de câncer no mundo. Possui a Boston Lighthouse Innovation, empresa especializada em bioinformática, sediada em Cambridge, Estados Unidos, e participação societária na MEDSIR, empresa espanhola dedicada ao desenvolvimento e gestão de ensaios clínicos para pesquisas independentes sobre o câncer. A companhia também desenvolve projetos em colaboração com o Weizmann Institute of Science, em Israel, uma das mais prestigiadas instituições multidisciplinares de ciência e de pesquisa do mundo, tendo Bruno Ferrari, fundador e CEO da Oncoclínicas, como membro de seu board internacional.

SÃO CARLOS/SP - A Profª Drª Cristina Kurachi, uma das principais pesquisadoras do Grupo de Óptica do Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP), será a convidada especial em mais uma edição do programa “Ciência às 19 Horas” que ocorrerá no próximo dia 22 de agosto, às 19h00, no Auditório “Prof. Sérgio Mascarenhas”.

Este evento, gratuito e aberto a todos os interessados, está integrado na “SIFSC-13” - 13ª Semana Integrada da Graduação e Pós-Graduação do Instituto de Física de São Carlos - USP”.

A pesquisadora convidada irá falar sobre a trajetória do desenvolvimento da tecnologia da terapia fotodinâmica para o câncer de pele não melanoma e os caminhos percorridos dos laboratórios de pesquisa à recomendação para incorporação no SUS.

De fato, o Grupo de Óptica do IFSC/USP iniciou as pesquisas em terapia fotodinâmica em 1999 e, desde então, os pesquisadores do grupo vêm adquirindo conhecimento e desenvolvendo equipamentos e protocolos para diversas aplicações da terapia fotodinâmica no tratamento do câncer e lesões infectadas.

Nesta apresentação, Cristina Kurachi apresentará a trajetória do desenvolvimento, desde os experimentos de bancada e nos modelos animais, os ensaios clínicos para aperfeiçoamento e validação do método, até a recente recomendação da CONITEC para a incorporação no SUS da terapia fotodinâmica como método de tratamento do carcinoma basocelular.

Em sua apresentação, a pesquisadora discutirá a importância da pesquisa básica e clínica, do desenvolvimento dos equipamentos e da parceria com os colaboradores clínicos e empresas, resultando nesse exemplo de sucesso um desenvolvimento científico que ultrapassou os muros da Universidade para chegar à sociedade brasileira.

De acordo com o Inca, tumor é o mais incidente no país e deve acometer cerca de 74 mil pessoas anualmente até 2025

 

RIBEIRÃO PRETO/SP - O diagnóstico de um câncer sempre vem acompanhado de preocupações, medos, incertezas e quando se trata do tipo de mama o tumor ainda gera nas mulheres diversos problemas emocionais, incluindo a baixa autoestima, ocasionada pelo possível procedimento de mastectomia, que consiste na retirada cirúrgica da mama. Entretanto, com o avanço da medicina, atualmente é possível nesses casos, fazer a reconstrução mamária. 

Diocésio Andrade, oncologista da Oncoclínicas Ribeirão Preto explica que nem sempre é necessário o procedimento de retirada da mama e que a doença geralmente é heterogênea, ou seja, os tratamentos tendem a ter bons resultados, principalmente quando o tumor é descoberto em fase inicial. “Devido à importância da mama, sempre que possível tenta-se preservar o órgão ao máximo. Em casos que necessitam da mastectomia parcial ou total, após o tratamento, a ideia da reconstrução mamaria através do implante de prótese de silicone pode devolver a auto estima da mulher. Entretanto, vale ressaltar que, apesar deste tipo de tumor sofrer grande variação em suas características morfológicas e moleculares, na maioria dos casos, quando diagnosticado em tempo oportuno e tratado adequadamente, apresenta bom prognóstico.”

De acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer – Inca, sem considerar os tumores de pele não melanoma, o câncer de mama é o mais incidente no país, com 74 mil novos casos previstos para cada ano até 2025. O maior risco estimado é observado na Região Sudeste, sendo cerca de 84 casos a cada 100 mil mulheres.
Conheça abaixo oito mitos e verdades sobre a reconstrução mamaria com silicone.

- Quem já teve câncer de mama pode colocar silicone.
Verdade - Pacientes que trataram câncer de mama e foram submetidas a cirurgias de retirada parcial ou total dos seios podem realizar cirurgias plásticas de forma segura, seja com uso de prótese ou com outros métodos disponíveis como o uso de músculo ou gordura da própria paciente. Antes é importante conversar com seu médico sobre os riscos e benefícios para que seja tomada a melhor decisão para sua situação específica.

- A cirurgia é obrigatória.
Mito - A reconstrução mamária não é uma cirurgia obrigatória. A escolha final sempre será da paciente, desde que o caso dela permita o procedimento. Este tipo de cirurgia não é indicado para toda mulher que teve câncer de mama, a indicação depende de cada caso e da agressividade da doença.

- É possível fazer a reconstrução da mama logo após a cirurgia de retirada.
Verdade - Está se tornando comum a realização de cirurgia plástica reparadora no mesmo momento da retirada do câncer de mama. Entretanto, pacientes recém diagnosticadas, que estão na fase de planejamento do tratamento, devem falar com seu médico sobre as opções mais indicadas para seu caso.

-A reconstrução de mama aumenta os riscos de reincidência do câncer.
Mito - A reconstrução não aumenta os riscos. Caso o tumor volte, as mamas reconstruídas não irão dificultar a detecção ou o tratamento da doença.

- A mulher pode amamentar depois da reconstrução.
Mito - Após a mastectomia não é possível a amamentação. A cirurgia retira todo o tecido mamário, incluindo as estruturas necessárias para a amamentação. Entretanto, em casos da retirada de apenas uma das mamas, tendo a outra preservada, podem conseguir amamentar normalmente com o seio saudável.

ALEMANHA - Um estudo realizado no University Hospital Magdeburg, na Alemanha, com dados de mais de 5.800 pessoas com câncer de estômago revelou que o tipo sanguíneo pode ter ligação com o risco aumentado da doença.

A equipe de pesquisa de analisou dados de dez estudos de genoma em toda a Europa.

 

Resultados

A análise confirmou que os processos moleculares ligados ao câncer gástrico variam muito, dependendo da gravidade do subtipo de câncer. No entanto, é possível estabelecer parâmetros concretos ao determinar o perfil de risco genético.

Estudos anteriores já tinham descoberto que cinco seções de DNA no genoma humano estão associadas a subtipos de câncer gástrico. O estudo alemão confirmou isso e identificou mais duas seções de DNA associadas a um risco aumentado de câncer gástrico.

A análise também revelou que o tipo de sanguíneo também desempenha um papel na suscetibilidade à doença. O tipo sanguíneo A foi associado ao maior risco. O grupo sanguíneo O, por outro lado, apresentou menor risco desse tipo de câncer.

 

Outros fatores de risco para câncer gástrico

Não são apenas os fatores de risco genéticos que desempenham um papel no desenvolvimento do câncer gástrico. O avanço da idade e a inflamação da mucosa gástrica causada pelo patógeno bacteriano Helicobacter pylori também aumentam o risco de formação de tumores.

A alta ingestão de sal e o excesso de carne também podem contribuir. Também há evidências de que azia crônica aumenta o risco de certos tipos de tumores na área entre o estômago e o esôfago.

 

 

CATRACA LIVRE

Técnica foi desenvolvida e aperfeiçoada no IFSC/USP

 

SÃO CARLOS/SP - Após 20 anos de pesquisa e desenvolvimento, o Instituto de Física de São Carlos (IFSC/USP) atinge uma grande vitória. O CONITEC- Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde  ( SUS), acaba de recomendar ao Ministério de Saúde a incorporação da Terapia Fotodinâmica (TFD), técnica desenvolvida e aperfeiçoada pela Universidade de São Paulo para ser adotada como tratamento para câncer de pele no sistema único de saúde. Serão milhares ou mesmo milhões de pessoas que agora poderão ser beneficiadas por esta adoção, se aprovada pela secretaria do SUS. O câncer de pele é o tipo mais frequente de câncer no Brasil, com várias centenas de novos casos por ano e uma enorme fila de espera para a realização dos procedimentos cirúrgicos.

O Prof. Vanderlei Bagnato, coordenador da equipe do IFSC/USP, salienta esta conquista. “Nosso trabalho de mais de vinte anos, grandemente custeado pelo povo Brasileiro através do fomento e projetos, fica recompensado em poder retornar de forma amplificada um grande ganho para a sociedade”.

FAPESP, CNPq, BNDES e Embrapii são órgãos que acreditaram e financiaram a iniciativa, sendo que o projeto contou com diversas gerações de estudantes, participação de médicos e, principalmente, a cooperação com empresas que já produzem os equipamentos e medicamentos necessários para que fosse possível chegar a este ponto. A técnica simplifica os procedimentos e permite tratar de forma rápida e segura lesões iniciais para que não evoluam até chegar ao ponto onde somente a cirurgia poderá resolver.

Atualmente, no IFSC/USP, a equipe é composta pelo Prof. Bagnato, a Profa Cristina Kurachi, a médica Dra. Gabriela Salvio, a Profa. Hilde Buzza (atualmente no Chile) as pesquisadoras Dra. Natalia Inada e Lilian Moriyama, além dos   pós doutores Michelle Requena , Mirian Stringasci e  José Dirceu Vollet Fiho. Muitas gerações de alunos e pesquisadores que passaram pelo IFSC/USP, ou que colaboraram em outras instituições, ajudaram a produzir a técnica de TFD que elimina a tumoração de pele não melanoma em mais de 93% dos casos tratados com simples aplicação não cirúrgica.

Para todos os membros da equipe, esta incorporação poderá mudar a forma de se lidar com o câncer de pele não melanoma no Brasil, promovendo tratamento simples e de baixo custo, enquanto as lesões ainda são pequenas, evitando sua evolução e complicações posteriores. “Esperamos que a Secretaria do Ministério da Saúde acate com rapidez a recomendação do CONITEC para que possamos de fato iniciar o benefício à população brasileira de forma mais ampla e efetiva. Fazer ciência é bom e quando vem com responsabilidade social é ainda melhor” afirma Bagnato.

Nosso Facebook

Calendário de Notícias

« Maio 2024 »
Seg. Ter Qua Qui Sex Sáb. Dom
    1 2 3 4 5
6 7 8 9 10 11 12
13 14 15 16 17 18 19
20 21 22 23 24 25 26
27 28 29 30 31    
Aviso de Privacidade

Este site utiliza cookies para proporcionar aos usuários uma melhor experiência de navegação.
Ao aceitar e continuar com a navegação, consideraremos que você concorda com esta utilização nos termos de nossa Política de Privacidade.