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LUXEMBURGO - Há duas maneiras de interpretar o resultado da reunião do Banco Central Europeu (BCE) que ocorreu na manhã de quinta-feira (9). A primeira é encarar o evento como uma não notícia. Em uma entrevista coletiva após o encontro, a presidente do BCE, a francesa Christine Lagarde, confirmou as expectativas dos analistas de que o Banco manteve inalterados os juros, que atualmente são negativos. A taxa referencial dos países da Zona do Euro segue em -0,5% ao ano. A segunda maneira é perceber que a reunião representa o abandono de uma política que valeu por quase 11 anos. Em julho de 2013, o BCE reduziu as taxas de juros de 0,75% para 0,5% ao ano. Desde então, esse percentual jamais voltou a subir. Até agora: Lagarde confirmou que haverá um aumento de 0,25 ponto percentual na próxima reunião do BCE, agendada para julho, e “muito provavelmente” outra elevação semelhante na reunião de setembro.

A decisão representa uma rendição do BCE à realidade dos fatos. Por qualquer métrica, a inflação na Zona do Euro está muito mais elevada do que o esperado. “As metas de inflação para a Europa são de 2% ao ano, mas os índices ao consumidor estão muito acima disso, em cerca de 8%”, disse a economista-chefe da gestora Reag, Simone Pasianotto. Ela fala com conhecimento de causa: moradora em Luxemburgo, Simone disse que a percepção de preços mais salgados é nítida em cada visita ao supermercado. “A inflação já é uma realidade na Europa, e as famílias estão sentindo diretamente a alta dos preços dos alimentos e da energia”, disse ela.

Os diretores do BCE têm um problema grave nas mãos. A projeção para a inflação ao consumidor nos 12 meses até maio é de 8,1%, acima dos 7,4% registrados nos 12 meses até abril. Aparentemente, apenas um reflexo da alta dos preços das commodities e do petróleo no mercado internacional. Porém, o núcleo da inflação, que desconsidera esses itens, está em 3,3% ao ano. O estrategista-chefe da Levante Ideias de Investimento, Rafael Bevilacqua, afirma que “no caso da inflação ao produtor, há países europeus que enfrentam taxas de até 30% ao ano, devido a problemas já conhecidos, como o descasamento entre oferta e demanda de commodities”.

“A inflação já é uma realidade na Europa. As famílias estão sentindo diretamente a alta dos preços dos alimentos e da energia” Simone Pasianotto, economista-chefe da gestora brasileira Reag, que mora em Luxemburgo.

 

CRESCIMENTO

A economia europeia não apresenta desempenhos pujantes há pelo menos duas décadas. O principal motivo é o envelhecimento da população. Mesmo assim, a economia tem crescido nos últimos dois anos devido à expansão monetária decorrente das medidas contra a desaceleração causada pelo coronavírus. O que ocorreu na Zona do Euro não foi diferente do registrado nos Estados Unidos: com muito dinheiro em circulação, a economia segue girando e os preços sobem. Débora Nogueira, economista-chefe da Tenax Capital, diz que mesmo com a guerra e o aperto de juros, a economia tem entregado um crescimento resiliente. “E a visão é que o crescimento permaneça acima da média dos últimos anos em 2023 e em 2024”, afirmou. O impacto no mercado monetário já se fez sentir. No fim da tarde na Europa (fim da manhã no Brasil), o euro era negociado a 1,08 dólar, alta de 0,9% ante a véspera. No mercado de moedas, extremamente líquido, oscilações como essa são relevantes. A estimativa dos operadores de câmbio é que a moeda europeia se aprecie e retorne ao nível “psicológico” de 1,1 euro por dólar antes do fim do ano, algo que não ocorre desde meados de março.

A incógnita de vários bilhões de euros é até quando isso vai durar. A dúvida é o que ocorre a leste. Para a economista chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, o BCE vinha protelando essa elevação de juros, pois ainda não se sabe o impacto da guerra na Ucrânia. “Qualquer conflito tem um efeito recessivo sobre a economia, e o impacto direto sobre a Zona do Euro é muito maior”, disse ela. Segundo Camila, Lagarde e sua equipe devem ser muito cautelosos, para evitar que o ajuste para conter a inflação não signifique mergulhar a economia europeia em recessão. Por enquanto, as projeções dos analistas são de que o processo de elevação das taxas siga gradualmente por pelo menos mais dois anos. Simone, da Reag, diz que “a projeção do BCE é que a inflação só volte para a meta de 2% em 2024”. Até lá, será período de política monetária mais austera na Europa. Demorou, mas o ajuste começou na margem direita do Oceano Atlântico.

 

 

Cláudio Gradilone / ISTOÉ DINHEIRO

EUA - O mercado se prepara para um novo aumento das taxas de juros do Federal Reserve (Fed, banco central americano) na quarta-feira, o segundo em menos de dois meses para conter a inflação, uma medida cujo impacto é sentido muito além dos Estados Unidos.

 

- Qual é o objetivo e quantas altas? -

O desafio do Fed é moderar as pressões sobre os preços sem levar a economia para a recessão.

O mercado espera um aumento das taxas de meio ponto percentual pela primeira vez desde maio de 2000, o que elevaria os juros entre 0,75% e 1%.

O organismo estuda a possibilidade de outros seis aumentos dos juros - um por reunião - até o fim do ano.

 

- Qual impacto terá nos mercados? -

Taxas altas podem ter impacto negativo no mercado acionário.

Com um financiamento mais caro, as empresas poderiam investir menos. Se os custos aumentarem, uma redução da renda e dos lucros poderia afetar o valor de suas ações.

 

- Impacto na dívida dos países pobres e emergentes –

Para as economias emergentes e em desenvolvimento, que pegam empréstimos em dólares, o risco está no aumento do custo do crédito.

O FMI e o Banco Mundial alertam para possíveis dificuldades para estes países se as taxas do Fed subirem muito rapidamente.

Muito endividados antes da pandemia, estes países acumularam mais dívida durante a crise sanitária.

 

- E os fluxos de capital? -

Quando as taxas de juros aumentam nos Estados Unidos ou em outras economias desenvolvidas, os investidores retiram fundos de mercados emergentes, onde os rendimentos costumam ser mais interessantes.

Se o Fed confirmar a mudança de rumo em reuniões posteriores este ano, isto colocaria pressão sobre as economias emergentes que precisam de fundos e poderia fragilizar algumas moedas. Os bancos centrais destes países podem reagir elevando suas próprias taxas de juros, algo que, por sua vez, poderia frear a atividade econômica.

 

- O mercado hipotecário nos EUA -

As taxas de créditos hipotecários e ao consumidor nos  Estados Unidos serão afetadas.

Em março de 2020, quando o Fed reduziu seus juros, estimulou o mercado imobiliário.

Agora, mesmo antes de o Fed elevar as taxas em 0,25 ponto percentual em março, os pedidos de créditos hipotecários diminuíram, assim como as vendas de imóveis, em um mercado que tem mais demanda do que oferta.

 

 

AFP

AUSTRÁLIA - O Banco Central da Austrália anunciou o fim do pacote de bilhões de dólares de estímulos para minimizar o impacto da pandemia, mas decidiu manter as reduzidas taxas de juros, apesar da inflação crescente.

À medida que a economia dá sinais de recuperação após a crise da covid-19, o BC australiano anunciou o fim do programa de compra de títulos de 250 bilhões de dólares em 10 de janeiro.

Ao mesmo, tempo a instituição anunciou a manutenção da taxa de juros ao nível mínimo atual de 0,1% "até que a inflação atual seja sustentável na faixa da meta de 2-3%", afirmou o presidente do banco, Philip Lowe.

O programa de compra de títulos iniciado nos últimos meses de 2020 permitiu que o BC destinasse 4 bilhões de dólares australianos (US$ 2,826 bilhões) por semana em títulos do governo para apoiar a economia durante a pandemia.

 

 

AFP

BRASÍLIA/DF - A inflação oficial de preços aos consumidores no Brasil manteve a recente trajetória de alta e abriu o segundo semestre com um salto de 0,96% no mês de julho. Trata-se da maior variação percentual para o mês desde 2002 (1,19%), de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (10), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Com a movimentação, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acumula alta de 8,99% nos 12 meses finalizados em julho, resultado que mantém o indicador acima ao teto da meta estabelecida para a inflação neste ano, de 5,25%.

Mais uma vez, o salto do índice de preços foi puxado pela alta da energia elétrica (7,88%), que acelerou em relação ao mês anterior (1,95%) e registrou o maior impacto individual no índice no mês passado. O resultado também é consequência dos reajustes tarifários de 11,38% em São Paulo, de 8,97% em Curitiba, e de 9,08% em uma das concessionárias de Porto Alegre.

“Além dos reajustes nos preços das tarifas em algumas áreas de abrangência do índice, a gente teve o reajuste de 52% no valor adicional da bandeira tarifária vermelha patamar 2 em todo o país. Antes o acréscimo nessa bandeira era de, aproximadamente, R$ 6,24 a cada 100kWh consumidos e, a partir de julho, esse acréscimo passou a ser de cerca de R$ 9,49”, explica o analista da pesquisa, André Filipe Guedes Almeida, ao justificar a alta.

A segunda maior contribuição do mês veio dos transportes (1,52%), puxados pelas passagens aéreas, cujos preços subiram 35,22% depois da queda 5,57% em junho. Os preços dos combustíveis (1,24%) também aceleraram em relação a junho, com a alta de 1,55% da gasolina, contribuindo com o terceiro impacto individual no índice do mês.

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Alimentação

Os preços de alimentos e bebidas subiram 0,6% e também ficou acima do registrado em junho (0,43%). A alta foi guiada pelo avanço de 0,78% no valor da alimentação no domicílio.

A alta foi guiada, principalmente, por conta das altas do tomate (18,65%), do frango em pedaços (4,28%), do leite longa vida (3,71%) e das carnes (0,77%). Por outro lado, a cebola (-13,51%), a batata-inglesa (-12,03%) e o arroz (-2,35%) ficaram mais baratos em relação ao mês de junho.

Na alimentação fora do domicílio, a alta de 0,14% dos preços corresponde a uma desaceleração em relação a junho (0,66%), influenciada pelo lanche (0,16%) e a refeição (0,04%), cujos preços haviam subido 0,24% e 0,85% no mês anterior, respectivamente.

 

 

*Do R7

ISTAMBUL - O banco central da Turquia aumentou nesta quinta-feira sua taxa básica de juros mais do que o esperado em 200 pontos-base, para 19%, para lidar com a desvalorização da lira e o aumento dos preços, o que foi visto como um teste de credibilidade devido à oposição do presidente Tayyip Erdogan a uma política monetária apertada.

Em uma pesquisa da Reuters, quase todos os 21 economistas consultados esperavam um aumento de 100 pontos-base nos juros. A lira respondeu com um salto de 2,0% em relação ao dólar.

A principal taxa de recompra de uma semana estava em 17% desde dezembro, após um aperto monetário agressivo no ano passado. Esse é o nível de juros mais alto de qualquer economia avançada, de volta a patamares alcançados pela última vez em meados de 2019.

As expectativas do mercado de um aumento dispararam após a lira perder até 10% desde meados de fevereiro, refletindo o aumento dos rendimentos dos títulos norte-americanos. A inflação também subiu mais do que o esperado para quase 16% no mês passado, bem acima da meta de 5%.

O banco central já apertou a política monetária em 875 pontos-base desde que Erdogan nomeou o presidente Naci Agbal para liderar a instituição, em novembro, quando a lira atingiu uma mínima recorde. A depreciação cambial aumenta a inflação na Turquia, dependente de importações.

Erdogan frequentemente pede custos de empréstimos mais baixos e demitiu abruptamente os dois últimos presidentes do banco central. Mas ele nomeou Agbal como parte de uma surpreendente reformulação da liderança sob a qual ele prometeu uma nova era econômica favorável ao mercado.

 

 

*Por Ali Kucukgocmen / REUTERS

SÃO PAULO/SP - Com alta de 1,35% em dezembro, em boa parte puxada pela conta de luz mais cara, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), o indicador oficial de inflação do País, fechou 2020 com avanço de 4,52%, o maior desde 2016. O resultado, informado nesta terça-feira, 12, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficou acima do centro da meta perseguida pelo Banco Central (BC), de 4,0%, com margem de tolerância de 1,5 ponto para mais ou para menos. No ano marcado pela covid-19, os preços dos alimentos deram o tom.

O resultado também ficou acima do esperado por analistas do mercado. Segundo o Relatório de Mercado Focus, divulgado na segunda-feira, 11, pelo BC, a projeção era de alta de 4,37% no IPCA do ano passado. E a mais recente pesquisa do Projeções Broadcast apontava que a inflação de 2020 ficaria em 4,38%.

Quando a pandemia se abateu sobre a economia, provocando a recessão global, o IPCA chegou a registrar taxas negativas. Com as atividades paradas, os preços, especialmente de serviços, despencaram nos primeiros meses de isolamento social. Todas as previsões apontavam, na época, para um IPCA abaixo da meta do BC no ano passado.

O cenário virou a partir de meados do ano. Com a concentração da demanda em itens básicos e a alta do dólar, os alimentos para consumo no domicílio começaram a encarecer rapidamente. Fecharam 2020 com alta de 14,09%, a maior desde 2002, quando foi de 19,47%.

A decisão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) de adotar bandeira vermelha – uma taxa extra na conta de luz para compensar o maior uso de usinas térmicas, mais caras – em dezembro era o que faltava para o IPCA de 2020 extrapolar a meta.

A taxa adicional no custo da eletricidade foi anunciada no início de dezembro e, portanto, já estava na conta dos economistas antes do anúncio do IPCA de dezembro.

Desde que o encarecimento dos alimentos entrou no radar em meados de 2020, economistas vêm apontando para o caráter temporário da alta. Mesmo que a inflação de alimentos venha se prolongando – o que afeta, sobretudo, as famílias mais pobres –, esse caráter temporário segue no cenário dos analistas. O mesmo vale para a conta de luz, já que a taxa adicional da Aneel se deve ao baixo nível dos reservatórios das hidrelétricas por falta de chuvas.

Tanto que, para 2021, as projeções apontam para um IPCA anual de 3,30%, diante de uma meta do BC mais baixa que a deste ano, de 3,75%, com a mesma margem de 1,5 ponto. Com as projeções apontando para perto da meta, uma reação do BC, com alta da taxa básica de juros – a Selic, hoje em 2,0% ao ano – para conter a demanda, não deverá ser acelerada por causa da leitura final do IPCA do ano passado.

Para Alexandre Lohmann, economista da consultoria GO Associados, embora não faltem motivos para a inflação continuar elevada nos próximos meses, “muito dificilmente o IPCA vai ficar fora do intervalo” de tolerância da meta do BC em 2021.

“Podemos ir novamente para 4,0%, e se esse cenário se realizar, o BC deve começar a subir juros aos poucos, para mostrar que se preocupa com a inflação”, afirmou Lohmann.

Para outros economistas, como Daniel Karp, do banco Santander, a economia fraca e a recuperação gradual na taxa de desemprego devem formar um cenário incapaz de produzir grande pressão inflacionária. Por isso, a estimativa do Santander é que o IPCA termine 2021 em 3,0%, com menos necessidade ainda de reação por parte do BC.

“Nossa projeção para Selic é de 2,50% até o fim do ano, com duas altas de 0,25 pp no fim do ano, na penúltima e na última reunião. É um número mais baixo que a expectativa de mercado, mas está ancorado na nossa visão para a inflação. Mesmo em 2022 entendemos que a ociosidade da economia ainda vai estar grande”, afirmou Karp.

 

 

*Por: Daniela Amorim, Vinicius Neder e Gregory Prudenciano / ESTADÃO

Famílias brasileiras comprometeram mais de 10% da renda com juros, segundo estudo

 

SÃO PAULO/SP - R$ 278,8 bilhões. Esse foi o montante que o sistema financeiro recebeu pelos juros cobrados de pessoas físicas e jurídicas no Brasil no primeiro semestre do ano. É o que indica estudo realizado pela FecomercioSP, com base em dados do Banco Central (BC) – um valor 1,6% maior em comparação ao primeiro semestre de 2019.
 
De forma proporcional, o montante representa 7,7% do Produto Interno Bruto (PIB) semestral – tudo isso no período mais agudo da pandemia de covid-19 no País, num cenário econômico cuja taxa Selic manteve o patamar de 2% a.a. e a inflação permaneceu na faixa dos 2,5% a.a.
 
A inadimplência (total de dívidas acumuladas acima de 90 dias), que atingiu R$ 78,8 bilhões em junho, foi 254% menor do que o valor transferido, de fato, para as instituições financeiras no mesmo intervalo de tempo – o que, para a Entidade, evidencia o espaço que há para redução de taxas e para mais equilíbrio entre o endividamento do setor privado e o seu real padrão de solvência.
 
No total, o sistema financeiro emprestou R$ 1,76 trilhão para pessoas físicas e jurídicas no País no primeiro semestre, valor equivalente a quase o total dos R$ 2,13 trilhões do saldo de crédito em carteira do sistema no fim de junho de 2020. Isso significou também que o volume de concessões acumuladas entre janeiro e junho deste ano cresceu 2,3% em relação ao mesmo período de 2019, quando foi de R$ 1,728 trilhão.
 
Pessoas físicas
No período analisado, grande parte do montante de juros foi transferido para as instituições financeiras por pessoas físicas: R$ 201,5 bilhões, um crescimento de 1,1% em relação ao primeiro semestre do ano passado (quando foram pagos R$ 199,4 bilhões em juros).
 
No entanto, em meio a um contexto pandêmico, a taxa de inadimplência registrou uma variação significativa para cima: 17,1%, passando de R$ 49,8 bilhões nos primeiros seis meses de 2019 para R$ 58,3 bilhões agora.
 
De acordo com a análise da FecomercioSP, com renda semestral média de R$ 1.971, as famílias brasileiras comprometeram 10,22% de tudo o que receberam para pagar juros.
 
No período estudado, o sistema financeiro emprestou R$ 866,4 bilhões a pessoas físicas no Brasil, praticando uma taxa de juros média mensal efetiva de 3,27%. No acumulado do semestre, essa taxa foi de 21,3%.
 
Pessoas jurídicas
As empresas, por sua vez, transferiram R$ 77,3 bilhões em pagamentos de juros para as instituições financeiras no primeiro semestre do ano. Chama a atenção principalmente que, embora o montante pago tenha crescido 2,8% em relação ao mesmo período de 2019 (R$ 75,2 bilhões), a taxa de inadimplência registrou uma queda significativa de 8,7%: de R$ 22,4 bilhões no ano passado para R$ 20,5 bilhões agora.
 
Em outras palavras: as pessoas jurídicas pagaram mais juros em um cenário de menos endividamento.
 
Segundo a FecomercioSP, o total transferido em juros do setor produtivo para o sistema financeiro representa 2% do PIB semestral, o que seria, em comparação, o mesmo valor usado para financiar o programa de auxílio emergencial do governo federal em meio à pandemia por dois meses, atendendo em torno de 63 milhões de pessoas.
 
O juro médio mensal praticado foi de 1,36% (retração de 12,5% em relação ao primeiro semestre de 2019), enquanto o acumulado do período foi de 8,4% (redução de 12,9%) – o que, para a Entidade, ainda é muito acima do padrão de 2% da Selic.
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PRINCIPAIS NÚMEROS DO ESTUDO SOBRE JUROS
Total de juros pagos por pessoas físicas e jurídicas no primeiro semestre de 2020
R$ 278,8 bilhões (alta de 1,6% em relação ao mesmo período de 2019)
 
Total de juros pagos só por pessoas físicas no primeiro semestre de 2020
R$ 201,5 bilhões (alta de 1,1% em relação ao mesmo período de 2019)
 
Total de juros pagos só por pessoas jurídicas no primeiro semestre de 2020
R$ 77,3 bilhões (alta de 2,8% em relação ao mesmo período de 2019)
 
Taxa de inadimplência entre pessoas físicas e jurídicas no primeiro semestre de 2020
R$ 78,8 bilhões (alta de 9,1% em relação ao mesmo período de 2019)
 
Taxa de inadimplência só entre pessoas físicas no primeiro semestre de 2020
R$ 58,3 bilhões (alta de 17,1% em relação ao mesmo período de 2019)
 
Taxa de inadimplência só entre pessoas jurídicas no primeiro semestre de 2020
R$ 20,5 bilhões (queda de 8,7% em relação ao mesmo período de 2019)
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Nota metodológica
O estudo quantificou o volume de recursos destinados nos primeiros seis meses de 2019 e de 2020 para o pagamento dos juros dos empréstimos obtidos pela tomada de crédito de recursos livres, tanto pelas empresas (PJ) como pelas pessoas físicas (PF). Ao mesmo tempo, quantificou e expôs a evolução dos níveis de inadimplência das PF e PJ nesse mesmo período. O dimensionamento dessas duas variáveis – juros pagos e valores de crédito em atraso – permite se ter a noção clara da importância do impacto das taxas de juros praticadas teve sobre o comportamento da liquidez do setor privado ao longo da pandemia vis a vis com o ocorrido no mesmo período do ano anterior.
 
Sobre a FecomercioSP
Reúne líderes empresariais, especialistas e consultores para fomentar o desenvolvimento do empreendedorismo. Em conjunto com o governo, mobiliza-se pela desburocratização e pela modernização, desenvolve soluções, elabora pesquisas e disponibiliza conteúdo prático sobre as questões que impactam a vida do empreendedor. Representa 1,8 milhão de empresários, que respondem por quase 10% do PIB brasileiro e geram em torno de 10 milhões de empregos.

Programa tem por objetivo facilitar o pagamento de débitos em atraso e teve início no dia 1º de julho e vai até 31 de julho.

LEME/SP - A Prefeitura do Município de Leme, através da Secretaria de Finanças, informa toda população que em virtude da pandemia de Covid 19, abre excepcionalmente no mês de Julho, o Programa Temporário de Pagamento Incentivado de Débitos – o PTPI V, tendo como objetivo facilitar o pagamento de débitos junto à municipalidade.

O programa oferece desconto de até 100% em juros e multas, confira:

  • 100% de desconto sobre juros e multas de mora para pagamento à vista;
  • 95% de desconto sobre juros e multas para pagamento em até 3 parcelas fixas e mensais;
  • 90% de desconto sobre juros e multas para pagamento em até 6 parcelas fixas e mensais;

Vale salientar que em caso de parcelamento do débito, o valor da parcela não poderá ser inferior a R$ 100,00 (cem reais).

O PTPI – Programa Temporário de Parcelamento Incentivado de Débitos V é uma ótima oportunidade para que o cidadão possa ficar em dia com os tributos municipais. O programa permite o parcelamento de débitos tributários ou não, ajuizados ou não, já parcelados ou não, lançados ou declarados até a entrada em vigência da Lei Ordinária Nº 3.932, de 26/06/2020.

O cidadão deve procurar a Secretaria de Finanças de 1º de julho até 31 de julho, período para adesão ao programa e evitar ter o nome negativado.

Mais informações podem ser adquiridas na Secretaria Municipal de Finanças, localizada a Rua Dr. Armando Salles de Oliveira, 453 – Centro ou através do telefone (19) 3573.4900.

 

 

*Por: PML

Pesquisa da Capital Empreendedor mostra alta em taxas praticadas por grandes bancos desde o decreto da pandemia da Covid-19 pela OMS, apesar de redução de 29% do juro básico em reuniões do Copom

São Paulo/SP – Apesar das campanhas publicitárias anunciarem total apoio para as empresas enfrentarem os efeitos da crise pandêmica da Covid-19, os maiores bancos do Brasil não promoveram cortes generalizados dos encargos. Tampouco a redução na taxa básica de juros da economia (Selic) determinada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) em duas reuniões consecutivas – realizadas nos dias 18 de março e 6 de maio – incentivaram os bancos a baixar os juros na ponta. Nesse período, a Selic passou de 4,25% para 3% ao ano, uma queda de 29%. Em alguns casos, a taxa de juros chegou a subir 44% em uma das linhas de financiamento mais acessadas pelas empresas nos últimos meses em um dos maiores bancos do País. A constatação é de uma pesquisa conduzida pela Capital Empreendedor, um dos maiores marketplaces de crédito do Brasil, que conecta micro, pequenas e médias empresas (as “MPMEs”) a financiamentos de instituições em todo o território nacional.

A pesquisa tomou como base o período entre 10 de março, véspera da declaração da Organização Mundial da Saúde da pandemia do novo coronavírus, e 20 de maio, data do levantamento mais recente divulgado periodicamente pelo Banco Central. A pesquisa considerou os juros mensais das seis principais linhas de crédito para empresas (antecipação de recebíveis de cartão de crédito; capital de giro com prazo de até 365 dias; capital de giro com prazo superior a 365 dias; cheque especial; conta garantida e desconto de duplicatas) disponíveis nos cinco maiores bancos (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa, Itaú e Santander), responsáveis por mais de 80% do total de crédito no pais.

O BB foi o campeão no aumento dos juros no período analisado — a instituição elevou as taxas em três das seis linhas da amostra. A pesquisa da Capital Empreendedor aponta que o BB praticou o maior percentual de aumento no juro mensal da linha antecipação de recebíveis de cartão de crédito, de 0,54% para 0,78%, o que representa avanço de 44% no período (detalhes no arquivo anexo). Essa linha de crédito representa 5% do estoque de empréstimos e financiamentos para pessoas jurídicas no País, segundo o Banco Central, e é particularmente importante para pequenos negócios.

O Banco do Brasil também aumentou os juros para capital de giro com prazo de até um ano na modalidade prefixada (variação de +4%) e para a conta garantida prefixada (alta de 7%). “As altas, no entanto, não colocam o Banco do Brasil no topo da lista dos bancos mais ‘caros’ para as empresas. Em alguns casos, o próprio BB tem as taxas mais competitivas, como nas modalidades de capital de giro até um ano e por mais de 365 dias”, observa Juliano Graff, sócio-fundador da Capital Empreendedor e coordenador da pesquisa.

O Santander, por sua vez, foi a instituição que reduziu a taxa de juros no maior número de modalidades. “Isso não quer dizer, porém, que seja o banco com as melhores taxas do mercado. Antes da pandemia, o Santander liderava a lista dos bancos mais caros em quatro das seis linhas pesquisadas. Durante a crise, o banco espanhol acompanhou a redução das taxas dos principais concorrentes, mantendo-se bastante competitivo nas taxas das linhas conta garantida e desconto de duplicatas”, compara.

Segundo Graff, a comparação de taxas e condições dos empréstimos, sobretudo num momento de crise aguda, pode ajudar as empresas a entender a dinâmica dos encargos para escolher as melhores opções. “Ao mesmo tempo que as campanhas publicitárias vendem facilidades, os bancos podem se beneficiar da assimetria de informações para aumentar suas taxas. As empresas precisam ficar atentas”, diz ele. A plataforma da Capital Empreendedor conta com ferramentas e cruzamentos de dados das ofertas de crédito disponíveis no mercado para apoiar os usuários a comparar taxas, garantias e condições para a liberação de financiamentos.

Cheque especial

O levantamento da Capital Empreendedor também revela que o cheque especial é a modalidade de crédito mais resistente à queda dos juros, apesar de apresentar significativa diferença de magnitude em relação às taxas cobradas na maior parte das linhas. No período pesquisado, entre 10 de março e 20 de maio, a média de redução do cheque especial nos cinco maiores bancos variou apenas 2%, de 12,93% para 12,73% ao mês. Nas demais linhas de crédito, no dia 20 de maio, a taxa mínima ficou em 0,51% no juro cobrado pelo Bradesco para a antecipação do cartão, enquanto a máxima alcançou 2,82%, também no Bradesco, para a linha conta garantida.

“Muitas empresas, sobretudo de pequeno porte, ainda recorrem ao cheque especial por falta de conhecimento das opções disponíveis no mercado. Diferentemente de outras linhas, no cheque especial, o dinheiro é liberado sem a contrapartida de garantias, o que costuma elevar os juros à estratosfera”, avalia Graff.

De acordo com os dados mais recentes do Banco Central, a linha com maior volume de empréstimos para empresas no País é a de capital de giro para prazo superior a 365 dias, equivalente a R$ 262,6 bilhões ou 27% do estoque. O levantamento da Capital Empreendedor constatou redução média de 15% nos juros dessa linha, no período abarcado pela pesquisa. Quatro bancos reduziram os encargos — Santander (-29%), Itaú Unibanco (-15%), Caixa (-15%) e Banco do Brasil (-14%) — enquanto o Bradesco elevou a taxa em 5%. Queda mais expressiva, de 43% na média, foi verificada na linha de capital de giro de até 365 dias. “O fato de ter prazo mais curto acaba reduzindo os riscos para os bancos, o que pode explicar a maior intensidade do corte”, explica o coordenador do levantamento. “Em momentos de crise grave como a atual, ter conhecimento é essencial na hora de decidir tomar o empréstimo para garantir a sobrevivência dos negócios a longo prazo”, completa.

Sobre a Capital Empreendedor

A Capital Empreendedor é um marketplace de crédito para empresas, idealizada pelo empresário Juliano Graff, sócio da Master Minds, empresa de investimentos em participações. A Capital Empreendedor é uma plataforma financeira digital que facilita e agiliza para as MPMEs a negociação de financiamentos com mais de 300 instituições, entre Bancos, Fintechs, FIDCs e Empresas Simples de Crédito, com a comparação das melhores ofertas e condições do mercado. Toda a engrenagem da Capital Empreendedor está fundamentada no uso de ferramentas de Big Data, que processam os requisitos exigidos pelas instituições instaladas no Brasil e as informações de empresas interessadas em buscar crédito de curto, médio e longo prazos. Ao organizar e padronizar esses dados com maior precisão, a plataforma consegue apresentar bancos e instituições no seu âmbito de pesquisa em todo o País que podem atender aos perfis dos tomadores de crédito.

 

MUNDO - O Banco Central do Chile (BC) anunciou nesta última terça-feira (16) que manterá sua taxa de juros em 0,5% e estenderá as medidas de apoio às pequenas e médias empresas, considerando o agravamento do impacto da pandemia no país.

O Conselho do Banco "estima que a evolução da economia requer uma intensificação do impulso monetário", afirmou em comunicado. "Portanto, juntamente com a manutenção do TPM (taxa de juros) em 0,5%, decidiu expandir o uso de instrumentos não convencionais", acrescentou.

O BC decidiu lançar uma segunda etapa do programa que apresentou em março, quando o vírus começou a avançar no Chile, chamado Facilidade de Crédito Condicional ao Aumento das aplicações bancárias (FCIC).

O plano, que totaliza um montante de 16 bilhões de dólares, foi prorrogado por mais oito meses.

"Este programa considera o fortalecimento de incentivos para a entrega de crédito bancário a pequenas e médias empresas e a fornecedores de crédito não-bancário", afirmou a autoridade monetária.

Também concordou em implementar um programa especial de compra de ativos, no valor de até oito bilhões de dólares, dentro de seis meses.

"Através dos dois programas, recursos adicionais serão mobilizados para até 10% do PIB", afirmou o BC.

As medidas respondem à complexa situação devido ao coronavírus no país, que já registrou mais de 215.000 casos e supera 3.300 mortes.

Além disso, a pandemia causou um colapso da economia em 14,1%, uma queda que o BC estima "se aprofundará em maio e junho" devido a medidas de quarentena para conter o vírus.

"O mercado de trabalho também está passando por uma deterioração significativa, acompanhada de quedas em vários indicadores e expectativas de consumo em níveis notavelmente pessimistas", afirmou o Banco Central.

No cenário externo, "o relaxamento das medidas de confinamento" em vários países após a queda nas taxas de contágio e mortalidade, destacam as surpresas nos dados industriais da China, assim como as vendas e o emprego nos Estados Unidos.

Em maio, a inflação anual caiu para 2,8% e a pressão do aumento dos preços foi significativamente reduzida devido à queda abrupta da atividade no segundo trimestre.

 

 

*Por: AFP

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